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Artigo de Opinião - Modelo Tema: Aborto. Proposta de Redação: A Questão Do Aborto No Brasil e No Mundo

O artigo discute a questão do aborto no Brasil e argumenta que: (1) o Brasil registra mais de 1 milhão de abortos por ano, com 250 mil internações e 150 mil mortes de mulheres devido a complicações; (2) a lei que criminaliza o aborto não é efetiva, uma vez que mulheres ricas conseguem abortos seguros em clínicas, ao contrário de mulheres pobres; (3) os números indicam que o aborto deveria ser descriminalizado, sem que isso signifique incentivá-lo.
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Artigo de Opinião - Modelo Tema: Aborto. Proposta de Redação: A Questão Do Aborto No Brasil e No Mundo

O artigo discute a questão do aborto no Brasil e argumenta que: (1) o Brasil registra mais de 1 milhão de abortos por ano, com 250 mil internações e 150 mil mortes de mulheres devido a complicações; (2) a lei que criminaliza o aborto não é efetiva, uma vez que mulheres ricas conseguem abortos seguros em clínicas, ao contrário de mulheres pobres; (3) os números indicam que o aborto deveria ser descriminalizado, sem que isso signifique incentivá-lo.
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Artigo de Opinião - Modelo

Tema: Aborto.
Proposta de redação: A questão do aborto no Brasil e no mundo.

No meio do caminho tinha uma cegonha


Por Gislaine Buosi
A rigor, ninguém é favorável à interrupção da vida – isso porque é natural do homem
apiedar-se de um feto, de um arbusto, de uma galinha; é natural salvaguardar-se a vida.
Todavia, não nos descuidemos: não falamos em desejar ou não o aborto, desejar ou não
tirar a vida de um feto. Para legislar sobre o aborto, é preciso, antes de mais nada,
buscarmos a racionalidade – e não, simplesmente, darmos crédito à voz do coração –, e,
para tanto, os números são os principais subsídios, vez que, é consenso, os números não
mentem.
O Brasil registra mais de 1 milhão de abortos eletivos por ano; desse total, constam
250 mil internações por complicações advindas de procedimentos mal sucedidos, com
óbitos na casa de 150 mil mulheres. Entretanto, nesse milhão de gestantes que optaram
por interromper a gravidez, há mulheres ricas e pobres – isso equivale a dizermos que há
abortos não só realizados em clínicas luxuosas, mas também em porões fétidos. E,
insistimos, falamos aqui do aborto eletivo, ou seja, do (ainda!) criminoso, e não do
espontâneo. Obviamente, as gestantes pobres são as criminosas (se bem que grande
parte delas já no outro mundo), porque as ricas contaram com a discrição, a segurança, a
perícia e o sigilo de bons profissionais da classe médica – saíram ilesas, batom e saltos
altos.
E a lei, ou seja, aquele amontoado de normas tendentes a regrar o comportamento
de um povo? Resposta imediata: a lei está adormecida nas páginas amarelas dos códigos
que já não regram, não controlam, não resolvem muitos dos problemas atuais – o
dispositivo que criminaliza o aborto é um exemplar muito claro disso.
A Igreja, também rançosa e ultrapassada, reforça a lei, ambas apregoam o direito à
vida, enquanto as programações televisivas aplaudem, com calor, o sexo precoce. E
então a hipocrisia de um país que se diz laico desnuda-se: acaso a Igreja e os tribunais
batem às portas das clínicas luxuosas, de que há pouco falamos, para flagrarem moças
bem nascidas em pleno abortamento? Não. A Igreja e os tribunais têm apenas notícias
dos flagrantes feitos pela polícia, favela afora, de meninas paupérrimas, em meio a
seringas e tesouras sujas, no desespero de impedir a fila da miséria. É preciso que
recobremos a lucidez! Os números, que, infelizmente, nem sempre norteiam a lei, acenam
em favor da descriminalização do aborto. Por arremate, de bom grifarmos que descriminar
não é sinônimo de incentivar. A lei é fria e racional.

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