Empreendedorismo: Unicesumar
Empreendedorismo: Unicesumar
Empreendedorismo: Unicesumar
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
ISBN 978-85-459-0210-2
CDD - 22 ed. 658
CIP - NBR 12899 - AACR/2
EMPREENDEDORISMO
SEJA BEM-VINDO(A)!
Olá, caro(a) acadêmico(a), é com enorme prazer que apresentamos à você o livro da dis-
ciplina Empreendedorismo. Elaboramos com bastante cuidado para que você conheça
uma parte do mundo do Empreendedorismo e tenha curiosidade para complementar
os seus estudos.
O objetivo, ao escrever este livro, não foi apresentar um modelo pronto de empreende-
dorismo e a receita de como obter sucesso. Isso ocorre porque não há certeza absoluta
do sucesso, visto que o mercado não funciona dessa maneira. Por isso, trataremos os
diversos assuntos que fazem parte do mundo do empreendedorismo, promovendo re-
flexões, possibilidades e alguns caminhos que podem ser utilizados para aumentar as
chances de sucesso. O principal componente é e continuará sendo o indivíduo que quer
empreender. Ou seja, o empenho e a dedicação na busca do conhecimento é o que fará
a diferença na sua vida. Dessa forma, incentivamos você a fazer anotações das dúvidas
e procurar a equipe de apoio da nossa instituição, realizar as atividades de autoestudo,
participar dos fóruns e, também, do chat da aula ao vivo, ler este livro, assistir as aulas
conceituais, explorar as indicações de leitura e pesquisar em diversas fontes a respeito
do tema.
Nosso livro é composto de cinco unidades em que procuramos apresentar alguns dos
principais aspectos do Empreendedorismo.
Na Unidade I, apresentaremos alguns pontos-chave para compreender essa área das
Ciências Sociais Aplicadas. Vamos abordar algumas definições utilizadas nesse campo,
para que você compreenda a abrangência, e isso será complementado ao apresentar-
mos os inúmeros campos de estudo e tipos de empreendedorismo existentes na área.
Também apresentaremos de forma resumida alguns dos principais fatos da história do
empreendedorismo para compreender como esse fenômeno global foi se desenvolven-
do até a realidade que temos hoje. E, por fim, destacaremos o papel social e econômico
do empreendedorismo, ou seja, os benefícios de indivíduos empreendedores em uma
sociedade não só do ponto de vista da geração de renda, mas, também, em aspectos
sociais.
Na Unidade II, são apresentados dois importantes aspectos que envolvem o Empreen-
dedorismo: o empreendedor e a oportunidade. Elaboramos essa divisão para que você
compreenda que nem tudo depende somente do empreendedor, mas de uma análise
mais completa da oportunidade. Na primeira parte, apresentaremos características e
perfis dos empreendedores não no intuito de criar um modelo ideal, porém são alguns
atributos importantes para quem pretende empreender. Esse é um dos mitos ou falá-
cias que existem a respeito do empreendedorismo e que abordaremos nessa Unidade.
Também explicaremos as diferenças entre gestores e empreendedores, pois é um pon-
to em que geralmente há bastante confusão. Para finalizar, abordaremos a respeito da
importância da formação do empreendedor para que consiga fazer o negócio crescer
e prosperar. Na segunda parte, o foco é explicar a oportunidade, pois o empreendedo-
rismo ocorre por meio de ideias transformadas em algo concreto. Ao longo da Unidade,
APRESENTAÇÃO
Bom estudo!
09
SUMÁRIO
UNIDADE I
INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO
15 Introdução
26 Tipos de Empreendedorismo
27 Intraempreendedorismo
40 Considerações Finais
UNIDADE II
O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE
49 Introdução
63 Oportunidade Empreendedora
69 O Processo Empreendedor
75 Considerações Finais
SUMÁRIO
UNIDADE III
83 Introdução
UNIDADE IV
119 Introdução
149 Anexos
UNIDADE V
161 Introdução
191 CONCLUSÃO
193 REFERÊNCIAS
201 GABARITO
Professor Me. Anderson Katsumi Miyatake
Professora Me. Bianca Burdini Mazzei
INTRODUÇÃO AO
I
UNIDADE
EMPREENDEDORISMO
Objetivos de Aprendizagem
■■ Conceituar e contextualizar o empreendedorismo.
■■ Compreender os tipos de empreendedorismo.
■■ Estabelecer a importância socioeconômica do empreendedorismo.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Definindo empreendedorismo e empreendedor.
■■ Campos de estudo do empreendedorismo.
■■ Breve histórico do empreendedorismo.
■■ Tipos de empreendedorismo.
■■ Intraempreendedorismo.
■■ Franquia como forma de empreendedorismo.
■■ O papel social e econômico do empreendedorismo.
15
INTRODUÇÃO
Introdução
I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
bém encontramos diferenças nos conceitos.
É importante esclarecer que os pesquisadores existem justamente para aper-
feiçoar os conhecimentos, para se adaptar à criação de tendências. Vou dar um
exemplo: até poucos anos, pouquíssimo se falava em empreendedorismo para
quem tem alguma deficiência física e, hoje, é motivo de pesquisas para encontrar
formas de incluir esse tipo de pessoa no mundo dos negócios. Então, antigamente
alguém poderia falar que o conceito de empreendedorismo envolve pessoas que
não têm limitação física, o que não corresponde à realidade. Outro exemplo
seria a área de Marketing. Quem cursou essa disciplina há, aproximadamente,
uma década sabe que pouco ou nada se falava de marketing digital e, hoje, é algo
essencial para o mundo dos negócios. Com esses dois exemplos, destacamos a
relevância de estudiosos para aperfeiçoar os conceitos. E, se novas tendências
surgem, é porque existem pessoas realizando pesquisas para gerar esse progresso.
A partir disso, vamos apresentar a você alguns dos conceitos utilizados para
que conheça o que já foi e é abordado sobre o
assunto. Primeiro, é essencial entender a ori-
gem da palavra. Conforme Dornelas (2005, p.
29), “a palavra empreendedor (entrepreneur)
tem origem francesa e quer dizer aquele que
assume riscos e começa algo novo”. Ou seja,
o termo está ligado diretamente a alguém
que realiza coisas diferentes, intermediando
o produto/serviço com os clientes, por isso
corre riscos nesse processo.
INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO
17
Alguns pontos interessantes que podemos analisar desse conceito é que não
menciona características do empreendedor. Depois trata a área como negó-
cio e isso se justifica porque o empreendedor tem que propor iniciativas que
tenham viabilidade comercial, principalmente em um sistema de mercado em
que o retorno financeiro é importante. Na área social, somente o lucro não é
levado em consideração, mas fundações e associações também funcionam
como negócios.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
des que os empreendedores
podem ter quando empreendem, seja nos negócios próprios ou de terceiros.
Outro ponto relevante é apresentar que os indivíduos descobrem ou criam
oportunidades de negócio e isso é importante porque nem todos compreendem
o ambiente da mesma forma. Para exemplificar, em um cenário de crise econô-
mica, determinada pessoa considera como improvável empreender e outra pessoa
abre um negócio e obtém sucesso ao explorar uma possibilidade que ninguém
considerou no momento.
O último ponto é que, a partir da descoberta de uma ideia que possa ser
transformada em coisas concretas de sucesso, os empreendedores utilizam meios
diversos como os recursos, a rede de contatos, o conhecimento que possuem e
que vão buscar para explorar novas atividades que não fizeram até o momento.
Como o empreendedorismo estuda fenômenos sociais que constantemente
se modificam, uma abordagem única não seria suficiente para considerar todos
os elementos. Vamos partir do pressuposto de que o empreendedorismo só é
possível por meio de oportunidades, como consideram Shane e Venkataraman
(2000). Isso porque é mediante uma oportunidade que o empreendedor coloca
em prática uma novidade.
Para sintetizar essa perspectiva, uma citação de Read et al. (2011, p. 17-18)
é bastante pertinente para compreendermos uma oportunidade.
Ideia = alguma coisa + você
Oportunidade = ideia + ação
Ação = função (interação) do dinheiro, produto e parceiros
Viabilidade = oportunidade + comprometimento
INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO
19
Dessa forma, uma oportunidade depende de uma ideia e ação dos indivíduos.
Para que ocorra essa ação, são necessários recursos e comprometimento dessas
pessoas para tornar algo viável.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
os estudos.
■■ Mulheres – é notável o aumento da participação tanto em cargos admi-
nistrativos como gerenciais. No Brasil, temos o exemplo da Isabel Pesce,
que escreveu recentemente dois livros, A Menina do Vale e Procuram-se
Super-Heróis, que valem a pena serem lidos, além de terem recebido
vários prêmios nacionais.
■■ Mortalidade de empresas – esses estudos são importantes para verifi-
car o sucesso dos negócios criados pelos empreendedores. Por exemplo,
estudo recente do Sebrae mostrou que o índice de negócios brasileiros que
sobrevivem até os dois primeiros anos de vida é, em média, de 76%, ou
seja, a cada 100 novos negócios, 76 sobrevivem até o segundo ano de vida.
■■ Empreendedorismo social – nem todos os negócios são empresariais
e visam ao lucro. Existem aqueles que possuem missão social e atendi-
mento de necessidades sociais, por isso, utilizar o termo organizações é
adequado, pois podem envolver clubes, entidades e, até mesmo, empresas.
INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO
21
Recomendamos que leia o material que foi elaborado pelo respeitado pes-
quisador Louis Filion, no link a seguir, que trata do empreendedorismo de
uma forma bastante interessante.
O Empreendedorismo Como Tema de Estudos Superiores – Palestra pro-
ferida no Seminário “A Universidade Formando Empreendedores”, Escola de
Altos Estudos Comerciais (H.E.C) de Montreal pelo renomado Louis Jacques
Filion, em que trata das possibilidades de estudo no campo do empreende-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Idade Marco Polo – estabelecimento de rota comercial no Oriente atuando como inter-
Média mediário ao assinar contratos para comercializar mercadorias.
Idade
Pessoa que gerenciava projetos de produção.
Média
Século Pessoa que assumia riscos de lucro (ou prejuízo) em um contrato de valor fixo
XVII com o governo.
Richard Cantillon – Separação de empreendedor (assume riscos) do capitalista
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1725
(financia os experimentos para a industrialização).
1803 Jean Baptiste Say – lucros do empreendedor separados do lucro do capital.
Francis Walker – distinguiu entre os que forneciam fundos e aqueles que obti-
1876
nham lucros com atividades administrativas.
Joseph Schumpeter – o empreendedor é inovador e desenvolve tecnologia que
1934
ainda não foi testada.
1961 David McClelland – o empreendedor é alguém dinâmico que corre riscos moderados.
1964 Peter Drucker – o empreendedor maximiza oportunidades.
Albert Shapero – o empreendedor toma iniciativa, organiza alguns mecanismos
1975
sociais e econômicos e aceita riscos de fracassos.
Karl Vesper – o empreendedor é visto de modo diferente por economistas, psicó-
1980
logos, negociantes e políticos.
Gifford Pinchot – o intraempreendedor é um empreendedor que atua dentro de
1983
uma organização já estabelecida.
Robert Hisrich – o empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com
valor, dedicando o tempo e o esforço necessários, assumindo riscos financeiros,
1985
psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompen-
sas da satisfação econômica e pessoal.
Tabela 1: Fatos relevantes da história do empreendedorismo
Fonte: Adaptada de Dornelas (2005), Hisrich e Peters (2004, p. 27)
INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO
23
nas últimas duas décadas, e esse fenômeno vem se dando, no Brasil e no mundo,
em função do aumento do número de pequenas empresas e de trabalhadores
autônomos. Para o autor, o fenômeno empresarial mais marcante da década de
1990 foi o crescimento do trabalho autônomo, que dos anos 1989 a 1998 aumen-
tou em 74%. Outro fator muito importante é a evolução da participação das
mulheres, que dos anos 1976 a 1996 aumen-
tou de 19,6% para 31,2% nessa categoria
de trabalho.
No Brasil, o movimento do empre-
endedorismo começou a tomar forma
em 1990, quando foram criadas enti-
dades como o SEBRAE (Serviço
Brasileiro de Apoio à Micro
e Pequenas Empresas) e
a SOFTEX (Sociedade
Brasileira para Exportação
de Softwares). Antes desse período, não
havia condições políticas e econômicas propícias ao empre-
endedor (DORNELAS, 2005). O SEBRAE foi criado para dar suporte ao pequeno
empreendedor que pretende abrir o seu negócio, bem como para oferecer con-
sultorias para resolver pequenos problemas pontuais dos negócios já iniciados. A
SOFTEX foi criada com o intuito de levar as empresas de softwares do país ao mer-
cado externo, oferecendo capacitação em gestão e tecnologia a esses empresários.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Empresas de Software, Informação e Serviços) que apoiavam atividades
empreendedoras em softwares. O ensino da disciplina em universidades
e a geração de novas empresas de softwares (start-ups).
■■ 1999 a 2002 - O Programa Brasil Empreendedor do Governo Federal,
dirigido a mais de 6 milhões de empreendedores e destinando recursos
financeiros e operações de créditos para estímulo ao empreendedorismo.
■■ Programas do SEBRAE, como o EMPRETEC (curso de imersão) e o
Jovem Empreendedor, voltados à capacitação do empreendedor.
■■ Criação de vários cursos e programas universitários para o ensino do
empreendedorismo.
■■ 1999 a 2000: houve o movimento de criação das empresas ponto com do
país que, apesar de ter sido pontual, trouxe grande contribuição para dis-
seminação do empreendedorismo local.
■■ Crescimento das incubadoras de empresas no país: em 2004, a
ANPROTEC (Associação Nacional de Entidades Promotoras de
Empreendimentos de Tecnologia Avançadas) já apontava a existência de
280 incubadoras, com mais de 1700 empresas incubadas, gerando mais
28 mil postos de trabalho. Na unidade 5, vamos tratar com mais deta-
lhes as incubadoras.
INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO
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TIPOS DE EMPREENDEDORISMO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mistas, normalmente começaram do nada e cedo adquiriram habilidade
de negociação e venda.
■■ Empreendedor que aprende (inesperado) – é uma pessoa que, quando
menos esperava, descobriu uma oportunidade, então, ele mudou a vida e
resolveu abrir o próprio negócio. Normalmente, demora a tomar a deci-
são de empreender e a se acostumar com ela.
■■ Empreendedor serial (criar novos negócios) – é uma pessoa apaixo-
nada por empreender, assim, não consegue estar à frente de seu negócio
até que se torne uma grande corporação, por isso está sempre interessado
em novos negócios. Sua maior habilidade é identificar oportunidades e
não descansar enquanto não conseguir viabilizar sua implementação.
■■ Empreendedor corporativo – são, geralmente, grandes executivos, assu-
mem riscos e possuem grande habilidade de comunicação e negociação, já
que quase sempre não possuem 100% de autonomia para a ação. Também
chamado de intraempreendedor, será abordado com mais detalhes a seguir.
■■ Empreendedor social – tem como missão de vida a construção de um
mundo melhor para as pessoas. É um empreendedor como os outros, com
a diferença de não buscar construir um patrimônio próprio, mas prefere
compartilhar seus recursos e contribuir para o desenvolvimento humano.
■■ Empreendedor por necessidade – cria seu próprio negócio, porque não
tem outra alternativa, está fora do mercado de trabalho e não resta outra
opção a não ser trabalhar por conta própria. Praticamente não tem acesso
à formação, recursos e a uma maneira estruturada de empreender, por
isso, normalmente, trabalha na informalidade e de maneira pouco pla-
nejada, o que favorece o não sucesso do empreendimento.
INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO
27
INTRAEMPREENDEDORISMO
Intraempreendedorismo
I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
intraempreendedor nas organizações. Para os autores, essas inovações acabam por
ocorrer frequentemente na forma de novas unidades de negócios. O intraempreen-
dedorismo tem se mostrado como um grande potencial da organização que busca
crescer e se desenvolver. No entanto é preciso criar uma cultura que fortaleça e
estimule o processo empreendedor interno à organização, pois sem uma estru-
tura adequada, provavelmente, o espírito empreendedor dos trabalhadores acaba
por ser minimizado pela hierarquia tradicional da maior parte das organizações.
A cultura organizacional
costuma ser utilizada para
determinar os valores centrais
da organização e, a partir daí,
nortear todos os comporta-
mentos em seu interior. Por
isso, se a organização deseja
ter uma cultura intraem-
preendedora, que valorize o
domínio empreendedor, é pre-
ciso se preparar para isso. As
estruturas precisam permitir
a iniciativa e a possibilidade
de correr riscos moderados aos trabalhadores que demonstram esse perfil, além de
estimular a criatividade e a participação por parte de todos os seus colaboradores.
Além de políticas de Gestão de Pessoas que priorizem a formação empreen-
dedora, também precisam promover práticas que estimulem o aprimoramento
INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO
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Intraempreendedorismo
I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CULTURA TRADICIONAL CULTURA INTRAEMPREENDEDORA
Normas e regulamentos —› Incorporação da visão
Mudanças são ameaças —› Mudanças são oportunidades
Aversão aos erros —› Disposição a aprender com os erros
Questionamento de novas ideias —› Comprometimento e suporte às ideias
Inovação Revolucionária —› Melhoria contínua
Interesses próprios de curto prazo —› Cooperação de longo prazo
Monitoramento e controle —› Confiança mútua e liberdade
Orientação para a empresa —› Orientação para o cliente
Quadro 1 – Principais diferenças entre a cultura tradicional e a cultura intraempreendedora
Fonte: Adaptado de Wunderer (2001 apud FUMAGALLI et al. 2012, p. 8)
INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO
31
Dessa forma, parece valer a pena destinar esforços para organizar o negócio cor-
porativamente, por meio de uma gestão empreendedora.
Intraempreendedorismo
I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ainda, caracteriza-se como
um modo de organização
em que uma empresa que
já tem um produto/serviço
bem estabelecido no mer-
cado (franqueador) licencia
sua marca, sua tecnologia
e sua forma de fazer negó-
cios a outras empresas ou
indivíduos (franqueados),
em troca de um direito de
entrada e do recebimento
de royalties.
Outra explicação que é bastante consistente é a de Stanworth (2004 apud
GIGLIOTTI, 2012, p. 5) e que optamos por fazer a citação na íntegra:
Franchising é um negócio que essencialmente consiste de uma
organização (o franqueador) com um pacote de negócio testado
em mercado, centrado num produto ou serviço, entrando em um
relacionamento contratual com franqueados, tipicamente pequenas
firmas autofinanciadas e autogeridas, operando sob a marca registrada
do franqueador para produzir e/ou comercializar bens e serviços de
acordo com um formato especificado pelo franqueador.
INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO
33
rização para representar a empresa que, em troca, paga remuneração sem que,
necessariamente, exista vínculo empregatício.
De acordo com Ferreira et al. (2010), uma franquia, em geral, pode ser:
■■ De produtos e marcas – o franqueador concede ao franqueado o direito/a
obrigação de comprar os seus produtos e utilizar a sua marca.
■■ De negócios – o franqueador proporciona ao franqueado a “fórmula” para
fazer o negócio, além de formação, treinamento de colaboradores, publi-
cidade e outras formas de assistência técnica e de marketing.
VANTAGENS DESVANTAGENS
Perda parcial do controle sobre os
Rapidez de expansão.
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atos dos franqueados.
Redução de custo: centralização das
Potencial de criação de concorrente.
compras e de distribuição.
Insuficiência nos serviços de abaste-
Maior participação no mercado, dado
cimento e consultoria, dada uma ex-
o crescimento da rede.
pansão acelerada.
Maior cobertura geográfica, com o
atendimento a clientes e mercados an- Seleção inadequada dos franqueados.
tes não explorados.
Possibilidade de encontrar franque-
Potencial menor de lucro, em compa-
ados estimulados para maximizar as
ração com o crescimento interno por
vendas e reduzir os custos, para aumen-
meio de filiais.
tar o lucro.
Gerar rendimento dos royalties e das Potenciais atritos com os franquea-
taxas de franquia sem investir em novas dos, em particular quando violam ter-
instalações. mos do contrato.
Acesso a ideias e sugestões.
Quadro 3 – Principais vantagens e desvantagens para o franqueador
Fonte: Adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al. 2010)
INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO
35
VANTAGENS DESVANTAGENS
Maior probabilidade de sucesso: ado- Controle sobre as operações: audito-
ta um produto/serviço conhecido e rias frequentes e controle das vendas e
testado no mercado e com uma rede e do cumprimento de procedimentos e
marca bem sucedida. normas.
Apoio contínuo do franqueador: expe- Autonomia e criatividade limitadas:
riência de gestão, treino e consultoria. implementar modelo existente.
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Para ajudá-lo(a) a refletir sobre os principais pontos a serem avaliados por quem
deseja ser um franqueado, apresentamos a Tabela 2.
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mento.
Importante avaliar o investimento necessário para adquirir a
Recursos financeiros
autorização para abrir uma unidade franqueada.
O número de funcionários necessário para funcionar, bem
Recursos humanos
como as qualificações necessárias para exercer o cargo.
Mesmo sendo uma franquia, o cuidado com o planejamento
Planejamento é necessário. Para abrir uma unidade, precisa-se pensar bem
e, também, após a abertura do negócio.
Antes de pensar em ter um negócio para trabalhar menos ou
porque franquia é mais fácil que uma empresa, tome cuida-
do. Você precisa avaliar se tem o perfil para empreender, se
Autoanálise pessoal realmente está disposto a correr riscos e, no caso da fran-
quia, se está preparado para seguir padrões impostos pelo
franqueador, inibindo sua liberdade para criar ou implemen-
tar processos e atividades.
O momento das franquias é muito bom. Entretanto é inte-
Avaliação de mercado ressante avaliar o tipo de segmento que se deseja abrir e
conhecer a região para saber se existe potencial para o local.
É claro que todo mundo deseja o retorno do investimento
no menor tempo possível, até porque os valores investidos
Retorno do investimento
são altos. Entretanto é preciso saber a média de tempo e os
esforços necessários para tal feito.
Não importa o tipo de negócio, o conhecimento gerencial é
Conhecimentos gerais e fundamental. Conhecer um pouco de Marketing, Finanças,
gerenciais Produção e Recursos Humanos é essencial para gerenciar a
unidade franqueada.
INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Fonte: Bertola (2015, online)
INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO
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Vale destacar que a maior parte dos negócios é formada por micro e peque-
nos negócios que geram grande parte dos empregos. Por isso, a relevância de
iniciativas e práticas empreendedoras para o desenvolvimento das regiões, por-
que impactam social e economicamente. É importante o papel deles uma vez
que geram trabalho e renda para os colaboradores e é o meio de subsistência
dos empreendedores.
Julien (2010) considera que deve existir o olhar mais voltado ao local, pois é
importante incentivar o desenvolvimento da região e o atendimento de deman-
das locais. Se a região não oferece condições propícias, os empreendedores locais
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
terão dificuldade em manter o negócio aberto e outras possíveis organizações
migrarão para outro local, comprometendo o futuro da região. Se a região for
mais dinâmica e ter mais opções, pode abrigar essas entidades. O empreendedo-
rismo se torna importante para qualquer local, porque não tem impacto apenas
sobre a empresa, mas também sobre o mercado, o meio e a sociedade.
Ao final da Unidade, deixamos alguns livros, vídeos e sites para você ler e
complementar seus estudos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO
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Considerações Finais
VALE A PENA EMPREENDER?
Empreender não é uma tarefa fácil. Quem Você pode ter optado por estudar na nossa
já está nesse caminho sabe que não é uma instituição para se capacitar sem precisar
jornada fácil. Não há hora para começar frequentar uma sala de aula todo dia por
e nem terminar a jornada. E isso é uma diversos motivos, porém isso não é sinô-
opção que pode ser perigosa. Por um lado, nimo de facilidade e isso você perceberá
você pode se acomodar, porque não pre- ao longo do curso. Você pode planejar o
cisa cumprir carga horária e há pessoas horário que for mais adequado, mas terá
querendo empreender para não ter que que estudar, e muito, se pretende termi-
cumprir horário fixo. Por outro lado, a pes- nar um curso a distância.
soa pode utilizar essa liberdade a favor para
gerenciar o negócio e, ao mesmo tempo, Voltamos à pergunta inicial: vale a pena
ter mais liberdade para pensar em novida- empreender? É um risco que você tem
des e se dedicar à família, por exemplo. A que pensar se quer correr. Muitas dúvidas
opção é sua para escolher aquilo que for e poucas certezas você terá ao longo da
mais adequado a você. jornada e não haverá facilidades. Ou seja,
é uma pergunta estritamente pessoal. Para
Não existe um único caminho sempre certo. nós, pode valer, mas, para você, não. Não
Existem pessoas com mais predisposição é por conta disso que você é medroso ou
a se adaptar à realidade de empreender inferior a outra pessoa. Cada um tem uma
e obter vantagens. Se você tem filhos personalidade e precisamos de empreen-
pequenos que têm problemas de saúde dedores e colaboradores para o progresso
e necessitam de acompanhamento cons- da sociedade.
tante, você pode pensar em empreender.
Terá mais liberdade de horário, mas é fun- Esperamos com esse breve texto despertar
damental não confundir liberdade de reflexões e curiosidades que lhe ajudem a
horário com menos responsabilidade. amadurecer.
Fonte: O autor
43
1. As franquias têm se apresentado como uma ótima opção de negócios, sendo que
os indicadores, como o PIB das franquias, estão, nos últimos anos, crescendo pelo
menos 3 vezes o valor do PIB brasileiro. Com base no que foi abordado na Uni-
dade a respeito das franquias, leia as afirmações e assinale a alternativa correta:
I. Oportunidade.
II. Pessoas.
III. Novos produtos.
IV. Negócios.
Recomendamos que assista estes dois links de vídeos que permitem aprofundar
os conhecimentos sobre o Intraempreendedorismo. O primeiro vídeo, O que é o
intraempreendedorismo?, trata-se de uma palestra proferida pelo respeitado professor Marcos
Hashimoto, disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=Kx3JrklyrNI>. O segundo vídeo,
Cultura empreendedora e o intraempreendedorismo, é uma explanação do professor Ramon Nunes,
disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=nTxGEvXN9oE>.
Quer saber dados atualizados a respeito das franquias? Tipos, unidades, empregos, critérios para
investir? Acesse o portal da Associação Brasileira de Franchising, disponível em: <www.abf.com.br>.
Material Complementar
Professor Me. Anderson Katsumi Miyatake
Professora Me. Bianca Burdini Mazzei
O EMPREENDEDOR E A
II
UNIDADE
OPORTUNIDADE
Objetivos de Aprendizagem
■■ Identificar as principais características que compõem perfis
empreendedores.
■■ Conhecer os mitos sobre o empreendedorismo.
■■ Discutir a formação do empreendedor.
■■ Conhecer organizações que promovem o empreendedorismo.
■■ Compreender oportunidade empreendedora.
■■ Identificar fontes de oportunidades empreendedoras.
■■ Conhecer o processo empreendedor.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Características e perfil do empreendedor
■■ Diferenciando empreendedor de gestor
■■ Mitos sobre empreendedores e empreendedorismo
■■ A necessidade de formação do empreendedor
■■ Oportunidade empreendedora
■■ Fontes de oportunidades empreendedoras
■■ O processo empreendedor
49
INTRODUÇÃO
Olá, vamos continuar os estudos. Nesta Unidade, vamos destacar dois aspec-
tos muito importantes no empreendedorismo: o empreendedor e, também, a
oportunidade. Apresentaremos de forma breve esses pontos e vamos aprofun-
dar, para que você consiga compreender os motivos do empreendedorismo ser
um fenômeno social tão dinâmico e que não existe uma receita mágica para ser
um empreendedor de sucesso.
Você pode nos questionar os motivos desses pontos serem tão relevantes.
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Introdução
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
entorno promove um aspecto de credibilidade ao empreendedor, que precisa das
demais pessoas e grupos para implementar seu negócio e mantê-lo no mercado.
Segundo Dolabela (1999, p. 44), “o empreendedor é alguém capaz de desen-
volver uma visão, mas não só. Deve persuadir terceiros, sócios, colaboradores,
investidores, convencê-los de que sua visão poderá levar todos a uma situação
confortável no futuro”. Para o autor, um dos principais atributos do empreende-
dor é a capacidade de identificar oportunidades, agarrando-as por meio da busca
de recursos para transformá-las em negócios de sucesso. Por
isso, é preciso muita energia, perseverança e uma dose de
paixão para vencer os obstáculos e continuar em frente.
Sabemos que os empreendedores possuem caracterís-
ticas de comportamento e habilidades comuns, por isso é
comum que os autores classifiquem algumas caracterís-
ticas como pertinentes aos empreendedores. No entanto
é importante destacar que não existe um modelo pronto,
de maneira que todo empreendedor tenha que,
obrigatoriamente, ter todas as características
classificadas como empreendedoras.
Quando nos referimos às Ciências Sociais
Aplicadas, que é o grupo pertencente aos
estudos sobre gestão e empreendedorismo,
precisamos compreender que o contexto
social não permite uma receita ou modelo
pronto. Por isso, precisamos reconhecer que
O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE
51
■■ Visionários: possuem visão de futuro sobre seu negócio e sua vida e habi-
lidade para implementar sonhos.
■■ Sabem tomar decisões: não se sentem inseguros, tomam decisões mais
acertadas e implementam rapidamente suas ações.
■■ Indivíduos que fazem a diferença: conseguem transformar uma ideia
abstrata em negócio concreto e, ainda, sabem agregar valor aos serviços
e produtos que colocam no mercado.
■■ Exploram ao máximo as oportunidades: curiosos e atentos às informa-
ções e ao mercado, identificando janelas estratégicas de equilíbrio entre
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uma necessidade e uma oferta de bens e serviços. Sabem que as chances
melhoram quando se detém conhecimento.
■■ Determinados e dinâmicos: implementam suas ações com total com-
prometimento, superando os obstáculos encontrados. Costumam ser
dinâmicos e mantêm um pouco de inconformidade com a vida.
■■ Dedicados: comprometidos com o negócio e encontram energia para
continuar mesmo quando encontram problemas.
■■ Otimistas e apaixonados pelo que fazem: a paixão pelo que fazem é o com-
bustível que os mantêm animados, determinados e os melhores vendedores
dos seus produtos e serviços, pois os conhecem melhor do que ninguém.
■■ Independentes e constroem o próprio destino: gostam de estar à frente
das mudanças e de serem donos do próprio destino, por isso gostam de
criar algo novo e de traçar os próprios caminhos.
■■ Ficam ricos: esse não é o objetivo essencial, pois o dinheiro é consequência
do sucesso que fazem.
■■ Líderes e formadores de equipes: normalmente, possuem um bom senso
de liderança e conseguem formar e conduzir bem equipes, pois sabem valo-
rizar, estimular e recompensar seus colaboradores. Sabem que o sucesso
depende da formação de uma boa equipe, por isso conseguem recrutar
as melhores cabeças para assessorá-las.
■■ Bem relacionados (networking): sabem construir uma rede de contatos
no ambiente externo da organização, junto a clientes, fornecedores, enti-
dades de classe e outros possíveis parceiros.
O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE
53
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■■ Persistência apesar do fracasso: mesmo no insucesso, os empreendedo-
res demonstram um bom nível de otimismo.
■■ Inteligência na execução: habilidade de tornar a ideia em negócio concreto.
Como é possível notar nos dois trabalhos, existe uma série de características
dadas ao empreendedor, entretanto é importante ressaltar que, para um empre-
endedor ter sucesso, não precisa ter todas. Se verificarmos as pessoas que são
bem-sucedidas, elas possuem perfis e maneiras completamente diferentes. Esses
empreendedores possuem alguns aspectos em comum. Dornelas (2005) diz que
algumas características estão implícitas a qualquer definição de empreendedor:
■■ Ter iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz.
■■ Transformar o ambiente, utilizando recursos disponíveis de forma criativa.
■■ Aceitar correr riscos calculados.
O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE
55
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Isso porque, além da fonte de inspiração, costuma haver maior incentivo
de valores como independência, conquista e realização.
II. A educação: a formação é importante para ajudar o empreendedor a
gerenciar os problemas que enfrentará e para adquirir conhecimentos
específicos de sua área de atuação.
III. Os valores pessoais: indivíduos bem-sucedidos costumam ter valores,
como liderança, criatividade, sucesso, trabalho, ética, objetivos e outros.
IV. A experiência profissional prévia: o histórico profissional tem demons-
trado forte impacto positivo (quando há experiência profissional prévia
sobre a área de atuação do negócio) e negativo (quando da ausência de
conhecimentos prévios) sobre as carreiras empreendedoras.
Como você percebeu até agora, são inúmeras características atribuídas aos empre-
endedores que obtêm sucesso. Não é necessário ter todos os atributos para ter
sucesso. Cada um possui traços peculiares, criados em diferentes contextos fami-
liares, mercado, negócios e realidades.
Conheça pessoas que têm sucesso nos negócios e perceberá que o ingre-
diente dedicação é comum. Se pretende empreender, tenha sempre na ca-
beça que precisará aprender sempre e perseverar para obter sucesso.
Fonte: O autor
O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE
57
Nos séculos XVIII, XIX e XX, o empreendedor foi confundido com os gerentes
e administradores e essa situação ocorre até os dias atuais. No Quadro 5, pode-
mos notar algumas diferenças entre eles.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Esperamos ter esclarecido para você essas diferenças e vamos abordar agora
alguns mitos quando falamos em empreendedorismo.
O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE
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endedor. A realização de um sonho pode ser a maior delas.
8. Procuram o poder e o controle sobre os outros: o empreendedor de
sucesso tem se mostrado um bom líder, que envolve sua equipe e não
tem energias para gastar com disputa de poder e controle sobre os outros.
9. Se tiverem talento, o sucesso chega em um ou dois anos: não há medida
de tempo para o sucesso. E, ainda, não é apenas a falta de talento que faz
um negócio não ter sucesso, obstáculos de mercado também podem pro-
vocar o insucesso de um negócio.
10. Qualquer pessoa com uma boa ideia pode enriquecer: apenas uma boa
ideia não é suficiente para o sucesso do negócio, pois também é preciso
que exista uma oportunidade de mercado.
11. Tendo dinheiro é fácil falhar: o
capital não é suficiente para supor-
tar falhas contínuas em um negócio,
por isso, o planejamento, mais uma
vez, aparece como ferramenta para
evitar a falha.
12. Os empreendedores sofrem de
estresse: o empreendedor precisa
ter cautela e energia para fazer seu
negócio dar certo, por isso, também
precisa se reequilibrar com ativida-
des de lazer e descanso. O estresse só
atrapalha o negócio.
O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE
61
A partir das discussões apontadas pelos autores, é possível perceber que o empre-
endedor precisa se preparar para implementar seu negócio, por isso a importância
do planejamento no processo de implementação do negócio e na formação e
profissionalização do empreendedor.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Elaboração e aplicação de um plano de negócios.
■■ Identificação de fontes de financiamento.
■■ Capacidade de gerenciamento organizacional.
O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE
63
OPORTUNIDADE EMPREENDEDORA
MUDANÇA MUDANÇA
SOCIAL ECONÔMICA
(por exemplo: rápido (por exemplo: aumento
aumento no número da renda disponível)
de mulheres que
trabalham fora)
OPORTUNIDADE
MUDANÇA MUDANÇA
REGULAMENTAR TECNOLÓGICA
(por exemplo: (por exemplo:
lei que incentiva a criação de nova
produção de tecnologia para produzir,
determinado produto) armazenar e vender)
Oportunidade Empreendedora
II
Por meio da figura, é possível compreender que uma oportunidade pode ocor-
rer quando há mudança social, regulamentar, econômica e tecnológica. Com isso,
o aumento da renda da população pode constituir um ambiente propício para criar
novos produtos, serviços, matérias-primas, métodos de produção e formas de
organização, ou seja, uma única fonte de oportunidade, como uma mudança eco-
nômica, pode gerar as cinco formas de oportunidade. Para isso, é necessário que a
janela da oportunidade esteja aberta para implementar (BARON; SHANE, 2010).
As novas empresas costumam ser baseadas em uma ideia de negócio, que nor-
malmente surge em função de uma oportunidade de mercado. Assim, podemos
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dizer que as novas empresas são frutos de pessoas com iniciativas empreende-
doras que se dispõem a correr o risco de implementar uma ideia, baseada na
percepção de uma oportunidade (FERREIRA et al., 2010). Uma oportunidade
caracteriza-se por um conjunto de circunstâncias favoráveis, que cria o desejo
de um novo produto ou serviço. Segundo Ferreira et al. (2010), uma boa opor-
tunidade deve conter quatro qualidades essenciais:
1. Ser atrativa.
2. Durável.
3. Estar disponível no momento e local certos.
4. Possibilidade de ser transformada em um produto ou serviço que
agregue valor ao cliente.
Por outro lado, segundo os autores, uma ideia está associada à criatividade e pode
ser definida como um pensamento ou noção, que pode ter, ou não, as qualidades
de uma oportunidade. As ideias nem sempre podem ser implementadas, por isso
as boas ideias não são sinônimo de sucesso. O que garante sua possibilidade de
implementação é uma oportunidade, também chamada de uma janela estraté-
gica de mercado, cujo desejo do consumidor pode ser traduzido em um produto
ou serviço. Os empreendedores precisam estar atentos ao ambiente externo da
organização, a fim de identificar as oportunidades presentes. Para tanto, preci-
sam sempre observar as tendências de mercado.
O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE
65
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Outros autores que também tratam as fontes de oportunidades são Read et al.
(2011). Eles apresentam uma série de fontes, como:
■■ Satisfação e insatisfação pessoal – quando uma pessoa está insatisfeita,
ela buscará por algo que possa satisfazer essa necessidade. Um exemplo
é a empresa 3M. Foi a partir de uma insatisfação de um colaborador que
surgiu o bloco de recados Post It. O criador procurava um objeto que
pudesse colar nas partituras e que não riscasse ou estragasse, por isso bus-
cou algo que atendesse a essa insatisfação.
■■ Conhecimento de mercado – as pessoas que conhecem o mercado sabem
as particularidades e tendências. Por isso, é sempre recomendado estudar
o segmento que pretende empreender, pois minimiza os riscos.
O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE
67
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
maneira a permitir que todos participem, um após o outro, com total liber-
dade e criatividade de pensamento, sem o julgamento uns dos outros. Ao
final, espera-se que as ideias possam ser lapidadas, a fim de criar inova-
ções consistentes e possíveis de implementação.
■■ Grupos de discussões (focus group): elaboração de grupos de discussão
sobre as propriedades de um produto ou serviço, a fim de buscar pos-
sibilidades de melhorias e inovações deste. Essa técnica busca captar a
percepção das pessoas sobre o produto ou serviço.
■■ Questionários: os questionários permitem a avaliação direta de um
produto ou serviço, sendo utilizados para obter respostas direcionadas.
Precisam ser bem elaborados, de maneira a obter as informações real-
mente necessárias, e a seleção da amostra da população a respondê-los
precisa, realmente, representar o público-alvo.
■■ Observação direta: observando diretamente a utilização do produto ou
serviço, permite levantar informações importantes sobre possibilidades
de inovações e melhorias.
■■ Análise de inventário de problemas: é um processo de discussão pare-
cido com os grupos de discussão, com a diferença de que os participantes
recebem uma folha com uma lista de problemas que precisam de solução.
■■ Método check list: elabora-se um conjunto de questões que se precisa
resolver para discutir em grupo um determinado assunto.
■■ Método de livre associação: escrever ideias relacionadas com o problema,
sucessivamente, complementando umas as outras.
O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE
69
O PROCESSO EMPREENDEDOR
Dornelas (2012) diz que, apesar de o tema empreendedorismo ser tão amplo,
ele apresenta os principais pontos que são requisitos para ser um empreende-
dor de sucesso, tanto como um trabalhador em uma organização, como criador
do próprio negócio. Os passos são apresentados como:
1. Assumir riscos calculados: uma das primeiras qualidades do empreen-
dedor é arriscar-se na busca de melhores caminhos, mas com moderação
e equilíbrio, de maneira calculada.
2. Identificar oportunidades: ser curioso e atento a informações, buscar
conhecimento e reunir condições para realizar um bom negócio.
3. Conhecimento, organização e independência: ter domínio sobre o negó-
cio, manter a organização e determinar seus próprios passos aumentarão
as chances de êxito.
4. Tomar decisões: o sucesso está, muitas vezes, ligado à capacidade de
tomar decisões corretamente, por meio do levantamento de informações,
análise da situação, avaliação de alternativas e escolha da mais adequada.
O Processo Empreendedor
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
está inserida e das possíveis tendências em andamento.
Para o autor, a decisão de empreender não pode acontecer por acaso, por isso
precisa estar organizada em um processo que se inicia com um evento gerador
que possibilita o início de um novo negócio. A Figura 2 ilustra alguns fatores
que influenciam cada fase do processo.
O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE
71
O Processo Empreendedor
II
O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE
5. Marketing e vendas; ■■Bancos do governo;
■■Oportunidade versus habili- ■■Implementar
dades e metas pessoais; 6. Estrutura e operação; ■■Incubadoras. um sistema de
7. Análise estratégica; controle;
■■Situação dos competidores.
8. Plano financeiro; ■■Profissionalizar a
gestão;
9. Anexos.
■■Entrar em novos
mercados.
Figura 3: O processo empreendedor
Fonte: Adaptada de Hisrich (1998 apud DORNELAS, 2005)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
73
A partir desse modelo dos autores, podemos notar que existem seis eta-
pas no processo. Cada uma delas recebe a influência de variáveis individuais,
grupais e sociais. Nesses modelos, é relevante ressaltar que o
empreendedorismo não é um processo linear, como
ocorre em uma linha de produção. Pelo contrá-
rio, existem diversos fatores que influenciam
esse processo que o torna dinâmico. A ideia
pode ser transformada em oportunidade em
questão de semanas, meses e até anos, pois con-
dições desfavoráveis levam o empreendedor a não
conseguir levá-la adiante conforme deseja. O fato
de ter uma ideia, decidir prosseguir com a ideia e
reunir os recursos para abrir o negócio não quer
dizer que isso vai dar certo. Pode ser necessário
O Processo Empreendedor
II
alterar a ideia, pois o contexto foi alterado e não é mais possível transformar uma
ideia em oportunidade. Essa situação pode acontecer nas outras etapas, influen-
ciada pelas variáveis de nível individual, grupal e social. Esse modelo pode ser
aplicado aos diferentes tipos de empreendedores. Para quem empreendeu por
necessidade, o processo é mais intuitivo e sem muito planejamento, podendo
influenciar no cumprimento das etapas. Para quem empreendeu por oportuni-
dade, as fases foram passadas com mais precaução e análise das informações do
ambiente para minimizar riscos.
Como vimos, para os empreendedores não é fácil criar e gerenciar negócios.
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Um bom exemplo da influência do ambiente no processo empreendedor é
a história da empresa Restaurante Web. Imagine abrir um site para vender
comida pela internet no início dos anos 2000. É necessário esperar que a ja-
nela da oportunidade esteja favorável, ou seja, que existam condições pro-
pícias para apostar na ideia e transformar a ideia em uma oportunidade de
negócio de sucesso. Ou seja, o processo empreendedor iniciou, mas foi in-
terrompido no momento de reunir recursos. Posteriormente, a ideia voltou
e conseguiu se transformar em oportunidade. Conheça essa história aces-
sando os links indicados e entenderá que empreender, mesmo com uma
excelente ideia, nem sempre é possível, é necessário esperar o momento em
que a janela da oportunidade permita um contexto favorável.
SÁ, S. RestauranteWeb leva chefs de cozinha para ruas. Revista Exame. 2012. Dis-
ponível em: <http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/restauranteweb-leva-
-chefs-de-cozinha-para-ruas>. Acesso em: 05 abr. 2015.
O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE
75
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE
77
Essa pode ser uma dúvida que surgiu durante uma oportunidade, é possível se prevenir de
a leitura da Unidade e o objetivo deste texto erros e minimizar as dificuldades. Por exemplo,
é justificar os motivos. Se o empreendedo- sabendo que para uma oportunidade se tornar
rismo é tão dinâmico e prático, por que concreta é preciso saber que existem contex-
aprender isso? É realmente importante? tos econômicos, sociais, políticos, tecnológicos,
individuais que influenciam a todo momento o
A resposta é positiva. Apesar de o empreende- empreendedor. Ao conhecer o impacto de cada
dorismo se referir a ações práticas, é essencial variável, é possível se preparar para minimizar.
compreender o processo empreendedor, que Vale ressaltar que, para cada empreendedor, os
é uma parte mais teórica, porque se torna rele- impactos podem ser diferenciados, por isso, ao
vante compreender o comportamento do ter uma abordagem geral, o indivíduo poderá
empreendedor desde o momento em que tem ter uma ideia do que enfrentará ao longo do
a ideia até quando o negócio obteve sucesso. negócio, caso venha a abrir.
Conhecendo as dificuldades, os passos e as
ações dos empreendedores é que será pos- Para alguns empreendedores, o processo
sível criar teorias, treinamentos e orientações empreendedor é intuitivo, principalmente
para aqueles que se interessam nessa área de para aqueles que não planejam. Eles têm a
negócios. As teorias são fundamentais para ideia, começam a pensar no que fazer e vão
refletir a respeito de traços ou contextos que atrás dos recursos, podendo dar certo ou não.
influenciam o empreendedor, permite com- Caso a resposta for negativa, eles mudam para
preender quais as principais dificuldades que outra ideia ou tentam adaptar a situação à ideia
levam ao fechamento de empresas, as pecu- inicial para prosseguir. Se tudo fica apenas na
liaridades existentes do empreendedor, seja mente do empreendedor, fica difícil estabele-
jovem, adulto, idoso, deficiente, independente cer o momento e o tempo que dura cada etapa.
do gênero, além de compreender característi- Caso o empreendedor se prepare e exponha o
cas regionais. Isso se torna importante para a que quer e o que precisa por meio de registros,
criação de cursos, políticas públicas e treina- fica mais fácil identificar cada etapa.
mentos na área de empreendedorismo.
Para finalizar, por que compreender a opor-
Os treinamentos são essenciais para que os tunidade e o processo empreendedor em
empreendedores estejam mais preparados empreendedorismo? Para os pesquisadores
para lidar com o mercado, que é bastante da área, a compreensão do processo permite
dinâmico, que compreendam a relevância estruturar formas de auxiliar o empreende-
do planejamento, do conhecimento geren- dor na difícil jornada que inicia a partir da
cial, do conhecimento de mercado e de tratar ideia. O empreendedor ao menos conhecerá
bem as pessoas. as dificuldades que pode enfrentar em cada
etapa da vida de empreendedor e poderá se
Compreendendo os aspectos envolvidos em preparar para minimizar os impactos.
Fonte: O autor
1. Várias são as características empreendedoras que compõem o perfil empreen-
dedor apresentadas pelos autores estudados nesta Unidade. Com base no que
foi abordado na Unidade, a respeito do perfil empreendedor, leia as afirmações
e assinale a alternativa correta:
I. O empreendedor deve estar disposto a correr riscos, cabendo avaliar se vale
a pena prosseguir ou não.
II. O perfil de todo empreendedor deve reunir todas as características mencio-
nadas pelos autores.
III. Iniciativa é uma característica importante para os empreendedores supera-
rem as dificuldades.
IV. Senso de independência é uma das características apontadas do perfil em-
preendedor.
3. Um empreendedor pode ter uma ideia de diferentes formas, como foi relatado
no material. No Brasil, temos milhões de negócios e cada um foi originado de
uma forma, podendo ser categorizadas de maneira bastante ampla, porém cada
uma tendo um contexto único. A partir da leitura do livro, leia as afirmações a
seguir e assinale a alternativa correta:
I. Um indivíduo pode copiar a ideia de um negócio que esteja fazendo suces-
so e abrir um negócio.
II. O empreendedor pode ter sido influenciado pela existência de familiares
empreendedores.
III. A inspiração de empreender pode ter ocorrido depois de participar de
eventos.
IV. Uma necessidade própria é um motivo que pode fazer um indivíduo em-
preender.
Teste seu Perfil Empreendedor – Está preparado(a) para empreender? Se quiser saber
o seu perfil de empreendedor(a), faça o teste do SEBRAE, que pode ser indicado para
orientar o empreendedor, disponível em: <http://arquivopdf.sebrae.com.br/atendimento/
teste-aqui-seu-perfil-empreendedor>.
Dicas para ter Boas Ideias – Vídeo explicando a origem das boas ideias de autoria de Steven
Johnson do Book Trailer: De onde vêm as boas ideias. Disponível em: <http://www.youtube.com/
watch?v=g6tgH2dWx5c>.
INTRODUÇÃO AO PLANO
III
UNIDADE
DE NEGÓCIOS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Definir conceito e importância do Plano de Negócios.
■■ Conhecer os principais interessados e informações relevantes do
Plano de Negócios.
■■ Aprender modelo de estrutura de Plano de Negócios.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Definindo Plano de Negócios
■■ Importância do Plano de Negócios
■■ Principais interessados na elaboração do Plano de Negócios
■■ Informações importantes para elaboração do Plano de Negócios
■■ Sete pecados capitais durante a elaboração e apresentação do Plano
de Negócios
■■ Modelos de estrutura do Plano de Negócios
■■ Iniciando a elaboração do Plano de Negócios
83
INTRODUÇÃO
Introdução
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
como a descrição do conceito do negócio, dos atributos de valor da
oferta, dos riscos, da forma como administrar esses riscos, do poten-
cial de lucro e crescimento do negócio, da estratégia competitiva, bem
como o plano de marketing e vendas, o plano de operação e o plano
financeiro do novo negócio, com a projeção do fluxo de caixa e o cál-
culo da remuneração esperada, além da avaliação dos riscos e o plano
para superá-los.
o percurso, mas tem muito menos possibilidades do que aquele que se prepara.
Assim, de forma resumida, podemos descrever o mercado. As águas representam
o mercado. Por mais que conheçamos o caminho a percorrer, estudamos o clima,
escolhemos o período com menos dificuldades, sempre há possibilidade de o
imprevisto acontecer e afundar a embarcação. Para evitar que isso aconteça, vamos
estudar com muita atenção
não só nesta unidade, mas
durante o curso todo, porque
cada disciplina é estruturada
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mas conseguiremos alcançar nossos objetivos e nos sentir muito bem com isso.
Independente do tamanho do empreendimento que vamos realizar, o fato é
que precisamos exercitar algo que nunca, em momento algum, pode ser des-
percebido: o planejamento. Uma máxima nos meios da Qualidade Total – um
assunto que também deve interessar ao empreendedor – é: “quem não sabe para
onde vai, qualquer lugar serve”. Há muitas variações desse ditado, mas todas elas
apontam para a necessidade de sabermos onde estamos, quem somos e onde
queremos chegar. Isso nada mais é do que saber a real situação atual e visuali-
zar o futuro. Somente o bom planejamento torna isso possível. Uma viagem é
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
uma analogia a isso.
Imagine que você pretenda viajar com sua família para um destino turístico
qualquer. Pense que esse seria seu destino: uma praia tranquila, para você desfrutar
de um merecido lazer com aqueles de quem você gosta. Sem você perceber, seu
planejamento já começou: a definição do destino. Um próximo passo seria: como
vamos chegar? De carro, de ônibus, de avião ou outro meio disponível – e, é claro,
dentro de seus recursos financeiros. Esse segundo ponto é crucial: sem recursos
financeiros, não há viagem. Saber quanto vai custar o combustível, a alimentação,
a hospedagem é fundamental, afinal, se as crianças quiserem um simples sorvete
e você não tiver dinheiro, o passeio ficará frustrante. Além disso, outras coisas
podem acontecer na viagem: um pneu furado, uma quebra no carro, um desvio
inesperado, coisas que, muitas vezes, não estão exatamente sob o seu controle,
mas que podem, sim, acontecer. A conclusão é clara: sair de casa para uma viagem
de férias e voltar em segu-
rança não é fruto do acaso,
e sim de planejamento cui-
dadoso. É claro que muitos
viajantes não planejam nada
e voltam para casa mesmo
assim, mas você, com cer-
teza, concordará que o risco
que eles assumiram para si
mesmos e para suas famílias
foi muito mais alto.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ “Testar a oportunidade de negócio, o conhecimento, a motivação e
a dedicação do candidato a empreendedor e dos possíveis sócios e
colaboradores do novo negócio” – permite saber o grau de comprome-
timento e conhecimento de todos na oportunidade de negócio que quer
ser implementada.
■■ “Convencer possíveis sócios, investidores, financiadores, fornecedo-
res e futuros clientes do sucesso do novo negócio e, assim, obter os
recursos necessários para realizá-lo” – importante para dar credibili-
dade ao negócio.
■■ “Orientar a montagem e a operação do novo negócio no primeiro ano”
– os primeiros passos no negócio são sempre difíceis. Por mais que tenha-
mos planejado, quando enfrentamos a rotina do
empreendimento é sempre complicado.
Executar a contratação de funcionários,
o plano de marketing e vendas e con-
trolar as operações são tarefas sempre
complicadas.
■■ “Controlar o investimento da monta-
gem e os custos da operação por meio da
projeção do fluxo de caixa do novo negó-
cio no primeiro ano” – é muito importante
para diminuirmos os riscos de problemas
com dinheiro. Com o fluxo de caixa bem
elaborado, poderemos saber o orçamento à
disposição e planejar como investir.
Essas utilidades do Plano de Negócios nos fazem perceber que é necessário refle-
tir e planejar os passos para minimizar os riscos do insucesso. Essa ferramenta
contribui para o empreendedor saber os melhores caminhos a seguir, minimi-
zando os riscos para alcançar o tesouro.
Imagine uma caça ao tesouro. É o que todo mundo deseja encontrar nos
negócios. O mapa é o Plano de Negócios e o tesouro é uma empresa lucrati-
va, proporcionando altos retornos e reconhecimento para o empreendedor.
Fonte: O autor
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PLANO DE NEGÓCIOS
Nunca é demais frisar que os Planos de Negócios serão examinados por diver-
sos públicos interessados. Assim, da mesma forma que você tem um capricho
quando vai receber convidados em sua casa, faça o mesmo com o seu plano de
negócios. Afinal, ele serve como apresentação formal de sua empresa, do seu
negócio. Que impressão você quer causar em quem for utilizá-lo?
Outra recomendação se refere ao próprio dinamismo do Plano de Negócios.
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É verdade que, ao elaborá-lo, você demonstrou um momento no tempo, como
em uma fotografia. Porém o mundo dos negócios e a economia são muito dinâ-
micos. Por isso, não faz sentido você fazer de seu Plano de Negócios uma peça de
museu a ser preservada. Pelo contrário, ele deve acompanhar essas mudanças de
cenário, refletindo a realidade de sua empresa, seus números atuais, seus clien-
tes, fornecedores, capacidade
produtiva, estratégias e pla-
nos, de modo que também
sirvam como uma bússola a
guiá-lo em suas decisões.
É muito importante
adaptar o Plano de Negócios
de acordo com sua organiza-
ção. Isso justifica o motivo
de vários modelos que apre-
sentaremos. É claro que
também o objetivo do Plano
vai determinar a estrutura
mais adequada. É relevante
dizer que não existe número correto de páginas a ser elaborado. A preocupa-
ção ao redigir esse importante documento é enfatizar a relevância do Plano. Por
isso, um Plano pode ser mais sucinto ou um pouco mais detalhado. O Plano de
Negócios da Petrobras será muito mais detalhado que a mercearia da esquina ou
mesmo uma empresa transportadora que atua em determinado estado.
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ao Plano, demonstrando as capacidades e habilidades de cada um. Entre-
tanto é necessário escrever com clareza, inserindo a função que vai exercer
e a formação que possui para desempenhar de forma satisfatória a função.
6. Não está claro por que alguém iria querer comprar o produto ou ser-
viço – é necessário deixar claro o(s) motivo(s) das pessoas optarem pela
sua empresa. O seu produto deve atender a determinadas necessidades
das pessoas, é necessário deixar claro e não implícito.
7. O resumo executivo é muito longo e não vai direto ao ponto – apesar
de ser uma das primeiras partes do Plano deve ser o último a ser elabo-
rado, pois deve ressaltar de forma sucinta os principais aspectos do Plano,
levando em consideração o motivo pelo qual foi elaborado.
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lidade de seu empreendimento em andamento ou em fase de idealização.
Vamos apresentar, no Quadro 6, alguns modelos sugeridos por Dornelas
(2005), conforme o ramo de atuação da empresa.
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3.Sumário Executivo 3. Sumário Executivo Estendido
4.Conceito do Negócio 3.1 Declaração de Visão
4.1 O Negócio 3.2 Declaração de Missão
3.3 Propósitos Gerais e Específicos do
4.2 O Produto (site)
Negócio, Objetivos e Metas
5. Equipe de Gestão 3.4 Estratégia de Marketing
6. Mercado e Competidores 3.5 Processo de Produção
6.1 Análise Setorial 3.6 Equipe Gerencial
6.2 Mercado-alvo 3.7 Investimentos e Retornos Financeiros
6.3 Necessidades do Cliente 4. Produtos e Serviços
4.1 Descrição dos Produtos e Serviços
6.4 Benefícios do Produto
(características e benefícios)
4.2 Previsão de Lançamento de Novos
6.5 Competidores
Produtos e Serviços
6.6 Vantagem Competitiva 5. Análise da Indústria
7. Marketing e Vendas 5.1 Análise do Setor
7.1 Produto 5.2 Definição do Nicho de Mercado
7.2 Preço 5.3 Análise da Concorrência
7.3 Praça 5.4 Diferenciais Competitivos
7.4 Promoção 6. Plano de Marketing
6.1 Estratégia de Marketing (preço,
7.5 Estratégia de Vendas
produto, praça, promoção)
7.6 Projeção de Vendas 6.2 Canais de Venda e Distribuição
7.7 Parcerias Estratégicas 6.3 Projeção de Vendas
Como podemos perceber nessas estruturas, cada tipo de negócio tem par-
ticularidades. Repare que exemplificamos apenas quatro tipos: manufatureiras,
serviços, virtuais e microempresas em geral. Apesar de utilizar microempresas,
cada uma possui aspectos específicos. Não discutimos se essas estruturas valem
para pequenas, médias e grandes, nem se isso é válido para multinacionais, e, ainda
mais, os desmembramentos de cada um dos tipos. Por exemplo: uma empresa
que presta serviços contábeis tem uma característica. Outra empresa, mesmo
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você a acessar planos prontos de diversas áreas no site do professor Dorne-
las, disponível em: <http://www.josedornelas.com.br/plano-de-negocios/>.
Outra dica é ler os livros indicados como Material Complementar no final da
Unidade.
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cipais etapas do Plano de Negócios.
■■ Capa – precisa ser elaborada com cuidado, pois é a primeira parte visuali-
zada. É necessário conter informações essenciais, como nome da empresa,
site, e-mail, telefone de contato, ano de elaboração e cidade, ou informa-
ções que forem mais pertinentes, de acordo com o objetivo e do indivíduo
que irá analisar.
■■ Sumário – deve ser elaborado de forma objetiva. Precisa conter os títu-
los e subtítulos de cada parte do Plano e a respectiva página. Os editores
de texto possuem opções para configurar o sumário.
■■ Sumário ou Resumo executivo – é a principal parte do Plano de Negócios,
isso porque contém as principais partes do Plano. Se a elaboração não
estiver boa, o leitor pode nem querer ler o conteúdo, por isso é necessário
atenção total. Não há um modelo padrão, porque depende do objetivo e
das pessoas que farão a leitura e a avaliação. Rosa (2007, p. 11) apresenta
algumas recomendações a serem inseridas:
■■ Resumo dos principais pontos do PN.
■■ Dados dos empreendedores, experiência profissional e atribuições.
■■ Dados do empreendimento.
■■ Missão da empresa.
■■ Setores de atividades.
■■ Forma jurídica.
■■ Enquadramento tributário.
■■ Capital social e fontes de recursos.
Porém, novamente, orientamos que faça uma reflexão para verificar quais os
pontos mais importantes de acordo com o seu negócio e o objetivo da elabora-
ção. No Quadro 8, colocamos algumas perguntas, segundo Dornelas (2005), que
ajudam na elaboração do sumário executivo.
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rios na relação com o público e que orientam a execução das atividades.
Além disso, é importante pensar nos pontos fortes e fracos da organização, além
de ameaças e oportunidades que podem ser
vistos mediante a Análise SWOT (Strength,
Weakness, Opportunity, Threat) ou tam-
bém chamada de Análise FOFA (Forças,
Oportunidades, Fraquezas, Ameaças).
Trata-se de uma ferramenta gerencial
para conhecer pontos internos e externos
ao negócio.
Nessa ferramenta, estudamos dois
aspectos: interno e externo. Com as opor-
tunidades e ameaças, pensamos fora da
empresa, ou seja, os aspectos do ambiente
(social, econômico, geográfico, demográfico, tecnológico, regulamentar) que
podem ser positivos ou negativos. Internamente, realizamos análises das forças
e fraquezas, ou seja, tudo que na empresa contribui para um bom desempenho e,
também, o que atrapalha na realização do negócio e que precisa ser melhorado.
Com isso, conseguimos ter um panorama geral do negócio e isso contribui para
diminuirmos as fraquezas e as ameaças e maximizar os pontos fortes e oportu-
nidades. Um breve resumo pode ser feito da seguinte forma:
■■ Pontos internos – pontos fortes e fracos – em relação aos concorren-
tes. Ex.: treinamento, capital disponível.
Dornelas (2005, p. 133) apresenta alguns aspectos a serem pensados por uma
organização a respeito da localização da empresa que deve ser estratégica, de
acordo com o tipo de negócio, por isso fizemos destaque do local da empresa.
■■ O valor do aluguel é competitivo?
■■ A área é adequada para a empresa?
■■ O local fica em região de tráfego de pessoas?
■■ Existe necessidade de estacionamento?
■■ Há acesso a telefone e internet? E quanto à instalação hidráulica e elétrica?
■■ O negócio pode ser instalado no local?
■■ É de fácil acesso para fornecedores e funcionários?
■■ O imóvel é seguro? Protegido? Tem boa aparência?
Dornelas (2005) apresenta algumas perguntas que contribuem para fazer uma
boa análise de mercado, conforme é possível notar no Quadro 9.
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cado em reais, número de • Quais fatores influenciam lidade)
clientes e competidores? na compra? • O que estão compran-
• Como o mercado está es- • Quando, como e com que do?
truturado e segmentado? periodicidade é feita a • Por que estão compran-
• Quais são as oportuni- compra? do?
dades e ameaças (riscos)
desse mercado?
Quadro 9: Perguntas para orientar na análise do mercado e do público-alvo
Fonte: Baseado em Dornelas (2005, p. 143-145-146)
Rosa (2007, p. 22-23), com outra forma de abordagem, considera ser neces-
sário pensar a análise de mercado em quatro passos, quando falamos em clientes:
■■ 1º passo – identificando as características gerais dos clientes
■■ Se pessoas físicas:
■■ Qual a faixa etária?
■■ Na maioria, são homens ou mulheres?
■■ Têm família grande ou pequena?
■■ Qual é o seu trabalho?
■■ Quanto ganham?
■■ Qual é a sua escolaridade?
■■ Onde moram?
■■ Se pessoas jurídicas (outras empresas):
■■ Em que ramo atuam?
Não podemos esquecer que, além dos clientes, temos que pensar, também, nos
concorrentes. Novamente, iremos recorrer a Rosa (2007), em que é possível
aprender lições com a concorrência, pois, como atuam no mesmo ramo e bus-
cam os mesmos clientes, podemos aprender o que essas organizações têm feito
e como têm feito. Ainda de acordo com o autor, é necessário pensar nos pon-
tos fortes e fracos entre a concorrência e o seu negócio. Os principais aspectos
a serem analisados são, conforme Rosa (2007, p. 25):
■■ Qualidade dos materiais empregados – cores, tamanhos, embalagem,
variedade etc.
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■■ Preço cobrado.
■■ Localização.
■■ Condições de pagamento – prazos concedidos, descontos praticados etc.
■■ Atendimento prestado.
■■ Serviços disponibilizados – horário de funcionamento, entrega em domi-
cílio, teleatendimento etc.
■■ Garantias oferecidas.
Após levantar todos esses aspectos, será possível refletir sobre algumas conclu-
sões, conforme Rosa (2007, p. 25):
■■ Sua empresa poderá competir com as outras que
já estão há mais tempo no ramo?
■■ O que fará com que as pessoas deixem de ir aos
concorrentes para comprar de sua empresa?
■■ Há espaço para todos, incluindo você?
■■ Se a resposta for sim, explique os motivos
disso. Caso contrário, que mudanças devem
ser feitas para você concorrer em pé de igual-
dade com essas empresas?
Vale ressaltar que os concorrentes não são inimigos, mas outros agentes que
atuam no mesmo ramo. Você pode conhecer onde atuam as empresas para
optar pela mesma atividade ou focar em outra. Com os concorrentes, é possível
formar parcerias para estabelecer polos regionais que atuam com determinado
produto, por exemplo.
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Quanta coisa vimos nesta Unidade, não é mesmo? Por isso vamos parar por aqui.
Essa é apenas a primeira etapa do Plano de Negócios. Como você pôde notar, é
bastante abrangente e exige muita reflexão. Por isso, vamos encerrar a Unidade
por aqui e continuaremos na próxima com o Plano de Marketing, o de Recursos
Humanos, o de Produção/Operações e o Financeiro.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
SE O MERCADO MUDA A TODO INSTANTE, POR QUE FAZER O PLANO DE
NEGÓCIO?
Essa é uma pergunta comum daqueles que Outro ponto a respeito do mercado é que a
estão começando a experiência empreen- tecnologia permitiu o aperfeiçoamento dos
dedora ou quem não dá o devido valor ao métodos de produção, além da comunica-
Plano de Negócio. ção citada anteriormente. Conseguimos
produzir em grande escala, trabalhar com
Primeiro, vamos enfatizar a importância do pouco estoque, deslocar mercadorias enor-
PN. Trata-se de um documento que serve mes, percorrer grandes distâncias, métodos
como direcionador estratégico que, por de controle automatizados e eficientes.
meio de fatos passados, aspectos atuais
e tendências futuras, traça um panorama Esses dois pontos alteraram nossa forma
para o médio e longo prazo, visando melho- de fazer negócios e, aliado às mudanças
rar a situação atual. Por isso, todo negócio no contexto social, econômico, político,
pode e deveria utilizar essa ferramenta, provocaram mudanças significativas na
porque ninguém está disposto a perma- nossa vida, nos aspectos comportamen-
necer em uma organização que irá fechar tal, de consumo e de enxergar a vida. Com
no futuro, além do fato de o empreendedor isso, existe a necessidade de conhecer os
não querer perder o dinheiro, os recursos hábitos e acompanhar as mudanças que
e acumular fracasso. ocorrem ao longo dos anos. Se hoje pode
ser totalmente possível uma oportunidade
Agora, vamos escrever a respeito do mer- de negócio, amanhã pode não ser mais. E
cado. É notável as mudanças que todos os isso não ocorreu da noite para o dia, mas
ramos de negócios vêm passando nos últi- aos poucos. Quem acompanha as ten-
mos anos e que foram acentuadas na última dências do mercado está mais preparado
década. Modificamos nossa forma de nos para enfrentar as dificuldades com menos
comunicar com pessoas distantes e próxi- chance de insucesso.
mas, que era via telefone e carta e, agora,
se dá instantaneamente por videoconferên- Então, por que fazer o Plano de Negócio?
cia, aplicativos de mensagem instantânea, Para estar atualizado com as novidades
e-mail. O contato pessoal ocorre apenas em do mercado. Mas mesmo com o mer-
casos de necessidade, porque não é pre- cado mudando? Sim, o documento não
ciso mais se relacionar presencialmente. é algo estático como um RG que nós tira-
Conversando com empreendedores e cola- mos uma vez. O PN é algo volátil, que vai
boradores, ouvimos relatos de negócios sendo aperfeiçoado aos poucos para se
que são feitos sem que um conheça pes- manter atualizado e ser como um guia para
soalmente a outra parte. o empreendedor que deseja sucesso.
Fonte: O autor
113
O segredo de Luísa
Fernando Dolabela
Editora: Sextante, 2008
Sinopse: O autor aborda a história de vida de uma empreendedora
e, ao mesmo tempo, vai apresentando informações técnicas que
envolvem o plano de negócios. A empreendedora decidiu mudar
a trajetória de vida e criou um negócio de sucesso. O livro conta
como Luísa conciliou a vida pessoal com a elaboração do plano de
negócios para abrir um novo negócio.
Dica para criar Plano de Negócios – Cartilha desenvolvida pela consultoria para ajudar na
elaboração. Disponível em: <https://docs.google.com/file/d/0B8ZWX0GnDcaHMDA4M2NmZTktN
TA0NC00YjdkLWIwOGQtOGI1NWQ3Nzg3ZTcw/edit?hl=en>.
Teste da Trajetória Empreendedora – Faça o teste elaborado pelo SEBRAE e verifique se está
pronto para empreender. Disponível em: <http://www.trilhadoempreendedor.com.br>.
Teste para utilizar o Plano de Negócios – Convidamos você para fazer o teste abaixo e, assim,
saber se realmente conhece um PN e usufrui das técnicas para trazer benefícios ao seu negócio.
Disponível em: <http://exame.abril.com.br/pme/quizzes/voce-sabe-usar-o-plano-de-negocios>.
Material Complementar
Professor Me. Anderson Katsumi Miyatake
ELABORAÇÃO DO PLANO
IV
UNIDADE
DE NEGÓCIOS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer as especificidades que fazem parte do Plano de Negócios.
■■ Compreender a relevância dos setores das empresas para o
desenvolvimento do negócio.
■■ Aprender passos para abertura de negócios.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Plano de Marketing
■■ Plano Operacional
■■ Plano de Recursos Humanos
■■ Plano Financeiro
■■ Anexos
■■ Orientações para iniciar os negócios
119
INTRODUÇÃO
Introdução
IV
PLANO DE MARKETING
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Por isso a importância da pes-
quisa de mercado, que vimos na Unidade
anterior. Além disso, a definição da missão,
da visão e dos objetivos é importante, pois esse Plano será elaborado com base
nesses aspectos. Quanto mais informações completas, melhor será a possibili-
dade de desenvolver estratégias adequadas, sendo necessário conhecer aspectos
internos da empresa como também compreender o ambiente externo. O Plano
de Marketing é uma das partes fundamentais do negócio, porque propicia enten-
der as melhores formas de criar estratégias adequadas para o negócio, sendo que
pode ser utilizado para diferentes tipos de organizações.
Vamos aprender a elaborar estratégias de marketing. Para isso, utilizaremos
os conhecidos 4Ps do Marketing, também chamados Mix de Marketing: Produto,
Preço, Praça e Promoção.
PRAÇA
Não adianta ter o melhor produto e/ou serviço, melhor preço e forma de paga-
mento se o seu negócio tem problema na disponibilização para o cliente. Por
isso, a escolha do ponto é importante para que seja acessível ao público-alvo
na própria organização e, também, para a entrega. Em vista desse pensamento,
Dornelas (2005, p. 150) apresenta três aspectos importantes a serem pensados
para elaboração de estratégias adequadas ao negócio:
■■ Usar canais alternativos.
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Plano de Marketing
IV
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■■ Que vantagem o ponto ou a distribuição tem para o consumidor?
■■ Que desvantagem o ponto ou a distribuição tem para o consumidor?
■■ Você oferece alguma facilidade para a compra?
■■ O ponto ou a distribuição é adequado(a) ao produto ou serviço? Por quê?
PREÇO
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Plano de Marketing
IV
■■ Está igual, mais alto ou mais baixo que os preços do resto do mercado?
■■ Se for diferente, qual a razão?
■■ Os preços do principal concorrente são mais altos ou mais baixos?
■■ O cliente acha que preço mais alto significa qualidade?
■■ O cliente está disposto a pagar o preço do produto ou serviço?
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ideal. Isso porque aspectos
como o aumento e a dimi-
nuição da demanda, o clima,
as greves, os impostos, por
exemplo, afetam o valor do
preço. Por exemplo: produtos
como frutas e verduras pos-
suem variação de preço em
função do clima e, no caso
de problemas com o transporte, o valor final para os consumidores subirá. No
caso hipotético de essas frutas, que seriam exportadas, terem que ser vendidas
por uma situação econômica desfavorável do comprador, haveria excesso de
oferta, fazendo o preço baixar para que os consumidores comprem os produtos.
Outro ponto levantado por Gomes (2005, p. 47) é a prática de descontos e
promoções, sendo os mais comuns:
■■ Preços promocionais: quando há diminuição de preço por tempo deter-
minado, para incentivar a compra.
■■ Preços por segmentos diferentes: é escolhido determinado critério, como
faixa etária, por exemplo, para determinar descontos, como ocorre com
crianças, estudantes e idosos.
■■ Preços por regiões geográficas: os custos de vender na região em que
está, já são conhecidos pelo empreendedor, porém, ao vender para outra
região, os valores vão variar conforme o transporte, o poder aquisitivo da
população, os impostos, a demanda, entre outros fatores.
Os custos e despesas podem ser mais controláveis pela organização com a utili-
zação de recursos tecnológicos, mas há o fator posicionamento de mercado que
afetará o valor do preço final e que deve ser analisado com atenção para não dar
prejuízo ao negócio.
PRODUTO
Plano de Marketing
IV
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■■ Serviços.
■■ Bens de conveniência (compra constante e fácil de comprar, como
sabonete).
■■ Compra comparada (comparar atributos para escolher um móvel).
■■ Uso especial (tem características únicas, como joias).
É importante analisar os
atributos do produto, como
a marca, a logo, a emba-
lagem, a cor, o design e a
qualidade (DOLABELA,
2006). Conhecendo o mer-
cado, você pode optar por
diferenciações nos aspec-
tos citados para conquistar
determinado segmento.
A partir desses produ-
tos, podemos tomar as seguintes decisões, conforme Dornelas (2005, p. 150):
■■ Promover mudanças na combinação/portfólio de produtos.
■■ Retirar, adicionar ou modificar o(s) produto(s).
■■ Mudar design, embalagem, qualidade, desempenho, características
técnicas, tamanho, estilo, opcionais.
■■ Consolidar, padronizar ou diversificar os modelos.
Devemos ter em mente que todos os atributos relativos ao produto devem ser
pensados. Se tivermos um ou mais produtos, precisamos pensar individualmente,
pois cada um possui particularidades. Se o negócio é uma loja de departamento,
uma toalha de banho tem cuidados diferentes se compararmos com um celu-
lar. O conforto e a capacidade de enxugar são atributos valorizados para uma
toalha. No caso do celular, a capacidade de utilizar a internet e processar apli-
cativos é essencial. Com isso, a logo, a embalagem, a cor, o design e a qualidade
precisam ser diferentes, adaptando ao que o cliente mais valoriza e leva em con-
sideração ao comprar.
A escolha dos atributos deve ser feita principalmente conforme os desejos
dos consumidores, por isso foi enfatizada a relevância da pesquisa de mercado
na Unidade anterior. Conforme a nova perspectiva do Marketing, afirmada por
Kotler e Armstrong (2003), exige-se que o pensamento deve ter uma postura
nova orientada para os clientes, com os parceiros do negócio e, também, conec-
tado com o que ocorre ao redor do mundo.
PROMOÇÃO
Plano de Marketing
IV
Para Dornelas (2005, p. 151), o que pode ser feito na escolha de estratégias mais
adequadas é, levando em consideração negócios existentes:
■■ Definir novas formas de vendas; mudar equipe e canais de vendas.
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■■ Mudar política de relações públicas.
■■ Mudar agência de publicidade e definir novas mídias prioritárias.
■■ Definir feiras/exposições que serão priorizadas.
Plano de Marketing
IV
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e Shimp (2012) utilizam o termo Comunicação de Marketing, que é mais
adequado, pois se costuma confundir o P de Promoção com o termo Promo-
ção de Vendas, no sentido de incentivo temporário para acelerar as vendas,
porém, é preferível pensar como comunicação. Dessa forma, Crescitelli e
Shimp (2012) consideram que o mais conveniente é utilizar o termo Comu-
nicação de Marketing, que se refere principalmente à propaganda, promo-
ção de venda, relação pública, publicidade, patrocínio, marketing direto e
venda pessoal.
CRESCITELLI, E.; SHIMP, T. A. Comunicação de Marketing – integrando pro-
paganda, promoção e outras formas de divulgação. São Paulo: Cengage Le-
arning, 2012.
PETER, J. P.; DONNELLY JR., J. H. D. Introdução ao Marketing – criando valor
para os clientes. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
PLANO OPERACIONAL
Plano Operacional
IV
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organização necessitar para desempenhar as atividades.
■■ Layout – também conhecido como arranjo físico. Refere-se à disposição
das máquinas e equipamentos, de modo a aproveitar os espaços e oti-
mizar a capacidade produtiva. Em comércios, consiste em aproveitar o
espaço para apresentar os produtos na vitrine, alocar o escritório, espaço
para os consumidores degustarem o produto, o caixa, dentre outras par-
ticularidades. Na prestação de serviços, é importante que o ponto seja
adequado para a instalação dos equipamentos e materiais administrati-
vos para atender os consumidores.
■■ Necessidades para funcionamento – se for uma indústria, devem existir as
máquinas, funcionários devidamente qualificados, os EPIs (Equipamentos
de Proteção individual), controle de qualidade. Em comércios, há a neces-
sidade da força de vendas, dos produtos, dos materiais administrativos,
entre outros. Nas prestações de serviço, há necessidade de computadores,
de softwares gerenciais, de internet e outras necessidades conforme o negó-
cio. Possivelmente, será necessário fazer adequações nas instalações para
abrigar a atividade da organização.
■■ Exigências legais – para negócios
que lidam com alimentos, é exigido
o curso de boas práticas, autorizações
de segurança para operar o negócio.
É importante buscar por certificações
de qualidade que, nos dias atuais, não
é diferencial, mas uma exigência do
mercado. Com o passar do tempo,
Plano Operacional
IV
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do processo produtivo. Em comércios e serviços, é importante dimensio-
nar a capacidade de atendimento e venda, bem como etapas de compra,
recebimento e armazenagem, para evitar a falta dos bens e serviços.
■■ Pesquisa e desenvolvimento (P&D) – existem organizações que possuem
um setor ligado ao desenvolvimento de produtos, como verificamos em
montadoras de veículos, empresas de tecnologia e laboratórios.
■■ Formas de controle para o negócio – é exemplificado por softwares
gerenciais, programas de qualidade, treinamento para assegurar a dimi-
nuição do desperdício, aumentar a
produtividade e diminuir os garga-
los na produção.
■■ Empregados necessários e possi-
bilidade de turnos de trabalho – é
necessário dimensionar a quantidade
de pessoas necessárias para executar
a produção. Caso a produção em um
turno não seja suficiente, é necessário
programar um ou até dois turnos de
trabalho, levando em consideração o
período de oito horas cada turno para
atender à produção.
entrega (moto, carro, van, caminhão, barco, navio, trem, avião). Também,
o tempo necessário para entregar, o possível seguro da carga no caso de
acidente, por isso algumas empresas utilizam rastreadores. No caso de
frota própria, é preciso fazer a manutenção dos meios utilizados. Parece
uma atividade simples, entregar um produto/serviço, mas é bastante difí-
cil, pois envolve recursos e tempo de entrega e locomoção.
■■ Logística reversa – hoje, não devemos nos preocupar somente em entre-
gar os produtos, mas também com o descarte, reciclagem ou a reutilização.
A preocupação com o meio ambiente é uma realidade, pois cada vez con-
sumimos mais, explorando os recursos naturais e poluindo o ambiente.
Plano Operacional
IV
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melhorar os métodos de trabalho e gerar atividades sem desperdício. Já na
prestação de serviços que tratam de aspectos intangíveis, é relevante abor-
dar que não há estoque, depende do agente em produzir e atender bem o
usuário e é importante o valor percebido pelo usuário. No serviço público,
é fundamental a preparação do funcionário para exercer bem o serviço, por
isso precisa estar devidamente motivado para ter satisfação no trabalho (PA-
LADINI, 2004).
PALADINI, E. P. Gestão da qualidade – teoria e prática. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 2004.
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benefícios para complementar o valor, como bonificações, recompensas,
prêmios, incentivo para estudo, auxílio creche ou participações no lucro.
Para a maior parte dos negócios que são micro e pequenos isso se torna
bastante difícil, por isso, criar e incentivar um ambiente colaborativo é
essencial e isso ocorre por meio de reconhecimento e valorização das ati-
vidades que as pessoas desenvolvem.
■■ Treinamento e Desenvolvimento – o treinamento dos colaboradores é
fundamental para que prestem serviço ou produzam mantendo padrão
de qualidade, porque cada atividade exige habilidades técnicas e sociais.
Para quem lida com pesquisa em laboratório, é necessário conhecimento
técnico sobre produtos químicos. Para quem trabalha com produção de
software, precisa ter os conhecimentos específicos. Da mesma forma que,
para ter um bom atendimento e ser reconhecido, precisa promover trei-
namento para os responsáveis pelo atendimento. É importante definir os
cursos necessários, bem como o prazo e a frequência que será aplicado
aos colaboradores.
O empreendedor precisa ser um líder e saber conduzir a sua equipe. Se você quer
pessoas intraempreendedoras, precisa criar um ambiente que estimule esse tipo
de comportamento. Parece simples, mas não é fácil lidar com os negócios, por
isso precisa estar devidamente preparado. Problemas de liderança podem atra-
palhar o negócio e Lam (2015b, online) aponta cinco erros cometidos por um
empreendedor com os membros da equipe:
■■ Não ser claro.
■■ Somente cobrar.
PLANO FINANCEIRO
Chegou a hora de mensurar o que estudamos até o momento, para verificar sua
viabilidade. Não que isso não seja feito durante a elaboração dos outros planos, é
fundamental que cada um seja interligado. Vamos dividir essa explicação em três
partes: na primeira, serão abordados, de forma geral, aspectos que o empreen-
dedor deve saber sobre o Plano Financeiro; na segunda parte, os demonstrativos
utilizados para a elaboração do PN; e, por fim, indicadores financeiros para medir
a viabilidade e o retorno financeiro.
É muito importante que desde o início do negócio o empreendedor entenda
que é fundamental separar as finanças pessoais com os valores da empresa. A
não separação desses valores é apontada como uma das causas que levam empre-
endedores a dificuldades financeiras e que podem até levar ao fechamento do
negócio. É por isso que existe o chamado pró-labore, que é a retirada dos sócios,
ou seja, o salário que os proprietários recebem.
As Projeções de vendas são feitas com base na análise de mercado. Por isso
é muito importante dimensionar corretamente os valores. Caso contrário, um
dos pecados capitais do PN será cometido, que é a projeção imoderada das recei-
tas, como estudamos anteriormente. As projeções financeiras são importantes,
porém, são valores projetados. Por isso, no decorrer do PN, temos que funda-
mentar as informações que colocamos, além de escrever de forma clara para
Plano Financeiro
IV
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aumentar, é necessário se preparar para adequar ao aumento no movimento. O
mesmo vale para os períodos em baixa. O clima e as férias escolares são exem-
plos que podem afetar vendedores de sorvete e papelarias.
É necessário tomar cuidado com as despesas que temos ao constituir negócios.
Como o foco está na abertura do empreendimento, podemos negligenciar peque-
nos valores que, se somados, podem representar valores consideráveis. Imagine os
gastos para registrar a empresa, mais os valores investidos com divulgação, criação
de um site, gastos com elaboração de questionários no caso de desenvolver pes-
quisas de mercado, contratação de consultoria, gastos com cópias e autenticações
de documentos e criação da marca. São todos valores que precisam ser registrados
e pensados previamente. No caso de empresa já existente, os gastos podem estar
relacionados a pesquisas e preparativos para colocar um novo projeto em prática.
O investimento inicial é formado pelas despesas pré-operacionais, o inves-
timento fixo mais o capital de giro inicial (estoque de materiais diretos para
produção/prestação de ser-
viço, custo fixo, reserva de
capital para suporte de ven-
das a prazo) (DOLABELA,
2006). Outro aspecto impor-
tante são os gastos com
máquinas, equipamentos,
imóveis, seguros e aluguel
(caso exista), essenciais para
quem vai começar o negócio.
De acordo com Dolabela (2006, p. 217), os custos fixos são “valores monetá-
rios pagos pelos recursos utilizados para manter o funcionamento do negócio”.
Existem independente da empresa abrir ou obter algum faturamento, como no
caso do aluguel e os custos com o plano de internet. Além deles, os custos vari-
áveis, ainda conforme Dolabela (2006, p. 217), são os “valores monetários pagos
para obter e utilizar recursos aplicados para produzir os produtos ou serviços”.
Esses custos ocorrem em função da produção, venda ou prestação de serviço,
como no caso das matérias-primas.
Precisamos ter em mente que existem alguns fatores que impactam nos
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Plano Financeiro
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com o tempo. Por isso é muito importante saber que um dos pontos abordados no
Plano Financeiro é a depreciação. Conforme Dolabela (2006), depreciação é um
valor que não sai do caixa da empresa, mas que precisa ser mensurado, porque a
máquina, o equipamento e os recursos acabam tendo desgaste e precisam ser tro-
cados. O autor elabora o Quadro 11 com a reserva que deve ser feita em cada caso:
algum investidor vai doar os recursos a fundo perdido, então precisamos esco-
lher a fonte mais conveniente.
Também é relevante, no Plano Financeiro, definir o regime de tributação.
Vale ressaltar que é importante conhecer o ramo em que atua, pois não deve con-
siderar apenas o faturamento, mas a atividade econômica que desenvolve. Os
três regimes existentes no país são: Lucro Real, Lucro Presumido e Supersimples.
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Plano Financeiro
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PRINCIPAIS DEMONSTRATIVOS UTILIZADOS NO PLANO DE NEGÓCIOS
MÊS TOTAL
Previsto Realizado Saldo Previsto Realizado Saldo
Saldo
Dinheiro
Cheque
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Duplicatas
Total de entradas
ICMS, IPI, ISS
Fornecedores
Salários
Despesas
Total de saídas
Saldo operacional
Saldo Final
Figura 6: Exemplo de Fluxo de Caixa
Fonte: O autor
Plano Financeiro
IV
Essa explicação de Dornelas (2005) pode ser estruturada de forma mais clara,
conforme Quadro 12.
ATIVO PASSIVO
Circulante: são contas que estão constantemente Circulante: são obrigações exi-
em giro, sendo que a conversão do dinheiro será, no gíveis que serão liquidadas no
máximo, no próprio exercício social. próprio exercício social.
Formado pelo Caixa, Contas a Receber e Estoques. Formado pelas Contas a Pagar.
Realizável no longo prazo: bens e direitos que se Exigível no longo prazo: obri-
transformarão em dinheiro no próximo exercício. gações liquidadas com prazo
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Formado por Títulos a Receber superior a um ano.
É necessário saber que o ativo sempre será igual à soma do passivo com o patri-
mônio líquido. Todo valor que entrar em um dos lados deve ser compensado no
outro. Nossa legislação normalmente solicita que o balanço seja divulgado no
final de cada exercício social, mas, como exigem exceções, consulte um conta-
bilista para saber a respeito do ramo de negócio em que trabalha.
O Demonstrativo do Resultado do Exercício permite conhecer de forma mais
aprofundada se o negócio está dando lucro ou prejuízo e os valores envolvidos
com impostos, custos, despesas e receitas. Isso é relevante para o empreendedor
detectar inconsistências nos valores, comparando com anos anteriores. Caso o
negócio esteja no início, será possível fazer comparações com os anos seguintes
e saber se o que foi projetado está concretizado, conforme Quadro 13.
ITEM EXPLICAÇÃO
Receita Bruta Total Geral das Vendas
(-) Deduções Impostos, devoluções e abatimentos
= Receita Líquida
Gastos referentes à produção e à comercializa-
(-) Custos do Período
ção ou aos serviços prestados
ITEM EXPLICAÇÃO
= Lucro Bruto
Gastos necessários para que a atividade seja
(-) Despesas desenvolvida (atividades administrativas, de
vendas e financeiras)
= Lucro Operacional
(+/-) Receita/Despesa não operacional Não proveniente das operações
= Lucro antes do Imposto de Renda
(-) Imposto de Renda
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= Lucro Líquido
Quadro 13: Exemplo de Demonstrativo do Resultado do Exercício - DRE
Fonte: Dornelas (2005, p. 165)
ÍNDICES FINANCEIROS
Plano Financeiro
IV
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retorno desejada conforme projeções
pessoais e/ou de mercado e, depois,
compara-a com a taxa interna de
retorno do investimento. Se a TIR for
maior que a taxa projetada, o projeto
deve ser aceito, pois está acima do que
se pensou. Caso a TIR seja menor, o
projeto pode ser descartado ou rees-
truturado (DOLABELA, 2006).
Como é possível notar, existem diversos indicadores que podem ser utili-
zados. Cabe ao empreendedor ter uma equipe qualificada para verificar os
índices mais importantes para o negócio. Leia abaixo uma forma de calcular
o retorno no longo prazo.
Rodrigo Zeidan, na reportagem Como calcular o retorno que sua empresa terá
no longo prazo, ajuda você a como pensar nesse aspecto importante para
a viabilidade do negócio. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/pme/
dicas-de-especialista/noticias/como-calcular-o-retorno-que-sua-empresa-
-tera-no-longo-prazo>.
Ainda ficou com dúvidas? É normal. É difícil compreender tudo isso. Por isso
é necessário estudar bastante. O link a seguir apresenta uma série de dicas
e artigos do SEBRAE que vale a pena consultar: <http://www.sebrae.com.br/
sites/PortalSebrae/tipoconteudo/financas>.
ANEXOS
Não existe uma regra sobre o que colocar nos anexos. A escolha depende da
exigência do agente que vai ter contato com o negócio ou pelo critério do empre-
endedor. Podemos inserir uma série de informações que vão desde documentos,
como informações da empresa, até pesquisas e análises. O Quadro 14 foi estru-
turado de forma a apresentar exemplos que podem ser colocados:
Anexos
IV
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social, quota do sócio.
■■ Registro na Junta Comercial – verifica-se se há empresa com mesmo
nome e, depois do registro, o empreendedor recebe o NIRE (Número de
Identificação do Registro de Empresa).
■■ CNPJ – Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica. De posse do NIRE, é pos-
sível solicitar o CNPJ, que é feito pela internet no site da Receita Federal.
■■ Alvará de funcionamento - fornecido pela prefeitura ou Secretaria
Municipal da Fazenda para ter autorização para o funcionamento.
■■ Inscrição estadual - para atividades industriais, comerciais e prestações de
serviços de transporte intermunicipal e interestadual, é feita na Secretaria
Estadual de Fazenda. Em alguns casos, é possível pedir a inscrição junta-
mente com o CNPJ. Com isso, é possível a inscrição para o pagamento do
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
■■ Cadastro na Previdência Social – é necessário ir até uma agência
da Previdência Social e solicitar o
cadastro.
■■ Aparato Fiscal – autorização para
impressão das notas fiscais e autenti-
car livros fiscais.
■■ Registro em Sindicatos – verifique
a categoria em que seu negócio está
inserido e faça o registro por meio da
atividade principal da empresa.
Convido a cada um(a) a ler os materiais que estão como sugestões no final da
Unidade que complementam o conteúdo abordado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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ting, formado pelo produto, preço, praça e promoção. O Plano Operacional visa
pensar no funcionamento da organização no processo produtivo e, também, na
distribuição. O Plano de Recursos Humanos se preocupa com as pessoas que
fazem parte da organização. Elas são essenciais para o funcionamento do negó-
cio, por isso, precisam estar treinadas, remuneradas e reconhecidas. O Plano
Financeiro permite saber a viabilidade de um negócio.
É importante dizer que não existe uma estrutura linear, ou seja, não é neces-
sário fazer um Plano para que outro seja elaborado. As informações de um
dependem de outro.
Os anexos são arquivos que podem ser colocados para complementar o Plano
de Negócios. Não existe regra sobre o que pode ou não ser colocado. Depende
do agente que vai ler o negócio ou mesmo da percepção do empreendedor de
acrescentar documentos, informações da empresa ou mesmo alguma pesquisa
que tenha sido elaborada.
O último assunto desta unidade foi algumas orientações para os empreende-
dores iniciarem os negócios ou formalizarem os empreendimentos que criaram.
Como notamos, o Plano de Negócios é fundamental para qualquer organi-
zação. A elaboração exige dedicação e esforço. Espero que tenha compreendido
a importância e as atividades que são feitas em cada etapa do PN.
Muito sucesso!
Comumente encontramos nos noticiários serem honrados até que a próxima receita
que o dinheiro deve ser controlado. Mas entre na conta, você saberá realmente o
será mesmo necessário? que pode gastar, evitando a necessidade de
pedir dinheiro emprestado. Existem casos
É necessário pisar um pouco no freio e não e fatos inesperados que podem causar o
somente consumir. Não quero desestimular descontrole, mas, se você tiver uma reserva,
o consumo, até porque o desenvolvimento poderá enfrentar o problema com menos
das organizações e do país depende da dificuldade.
população comprar. Entretanto o consumo
deve ser mais sustentável e dentro das pos- O ideal é guardar o dinheiro e, quando
sibilidades orçamentárias. possível, fazer algum investimento para
aumentar o patrimônio. Existem diversos
Os recursos financeiros são bastante escas- cursos que ajudam na educação financeira
sos e devem ser controlados para evitar o e, também, a fazer investimentos, seja na
descontrole. Levando em consideração que, Bolsa de Valores, consórcios ou renda fixa,
no país, a grande maioria dos negócios é por exemplo.
micro e pequenos que geram a maior parte
dos empregos, se esses empreendimentos Enfim, não podemos somente reclamar
quebrarem, o país sofrerá consequências do Poder Público e das empresas. É evi-
sérias. Os índices de endividamento da dente que esses agentes, bem como
população irão aumentar, vários negócios contexto tecnológico, social, econômico
serão fechados, os investimentos internos e influenciam, mas cada um tem que fazer
externos serão restritos, os juros de emprés- a parte que lhe cabe. Se cada um não
timos serão mais altos, esses são alguns dos gerenciar os recursos, não há como ter
efeitos da falta de controle. juros mais baixos, crédito mais facilitado
e menos procedimentos burocráticos e
Os valores negativos nas contas e a inser- isso se faz com conhecimento e disciplina.
ção do nome em cadastros que restringem Não é fácil fazer o controle financeiro. É
o crédito são consequências da falta de necessário paciência, disciplina e força
planejamento financeiro. Na maioria das de vontade, mas vale a pena. Com essa
vezes, os problemas podem ser evitados ação de controlar, aquela viagem para o
se você controlar o dinheiro. Sabendo o exterior, a compra ou a reforma da casa,
que realmente entrou e saiu, o saldo dis- o carro novo e outros desejos podem ser
ponível e os compromissos financeiros a realizados.
Fonte: O autor
1. O Plano de Marketing representa uma boa alternativa para os gestores elabora-
rem estratégias mais adequadas ao momento da organização. Com base no que
foi abordado na Unidade a respeito do Plano de Marketing, leia as afirmações e
assinale a alternativa correta:
I. A responsabilidade desse plano é ampla em vários aspectos relacionados
ao Marketing.
II. O Produto tem como responsabilidade lidar com o desenvolvimento e atri-
butos como tamanho, cor e variedade.
III. A Promoção cuida da elaboração de propagandas, unicamente.
IV. O Preço tem que estar aliado à política de atuação da organização e confor-
me o poder aquisitivo do público-alvo.
Sete regras de redes sociais que todo empreendedor deve saber – Atualmente, as redes
sociais fazem parte da nossa forma de se comunicar com o público, por isso o empreendedor
deve saber como usufruir da forma mais satisfatória para o negócio. Convido você a ler
a matéria produzida por Camila Lam. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/pme/
noticias/7-regras-de-redes-sociais-que-todo-empreendedor-deve-saber?page=1>.
Se não existissem Normas – Texto produzido pela ABNT explicando a relevância das
normas para os negócios. Disponível em: <http://www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/
importancia-beneficios>.
O manual Como elaborar um planejamento de Recursos Humanos foi desenvolvido por Willer
Amaral, do SEBRAE. Para fazer download é necessário fazer cadastro. Disponível em: <http://
www.sebraemg.com.br/atendimento/bibliotecadigital/documento/cartilha-manual-ou-livro/
como-elaborar-um-planejamento-de-recursos-humanos>.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Uma reportagem com o título Como faço para saber o capital de giro necessário para uma
empresa funcionar de Dalton Viesti comentando do capital de giro necessário. Disponível em:
<http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI220663-17161,00-COMO+FACO+PARA+S
ABER+O+CAPITAL+DE+GIRO+NECESSARIO+PARA+UMA+EMPRESA+FUNCIONA.html>.
Uma matéria com o título Calculando e entendendo a margem de lucro de Paulo Sérgio
Dortas para te ajudar a entender como se obtém a margem. Disponível em: <http://endeavor.org.
br/calculando-e-entendendo-a-margem-de-lucro>.
Paulo Sérgio Dortas, na reportagem Seis dicas para um fluxo de caixa eficaz, ajuda o
empreendedor a compreender que o inventário, o horizonte, o detalhamento, a atualização,
o conservadorismo e o acompanhamento devem estar constantemente no pensamento do
empreendedor. Disponível em: <C>.
Como o registro de negócios tem muitas particularidades, deixamos dois links para orientar os
empreendedores. O primeiro é um guia prático para o registro de empresas feito pelo SEBRAE.
Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/Guia-pr%C3%A1tico-
para-o-registro-de-empresas>. O segundo é a explicação do SEBRAE-RS sobre os procedimentos
necessários para a abertura de uma empresa em 7 passos. Disponível em: <http://www.
sebrae-rs.com.br/index.php/7-passos-para-abrir-minha-empresa>.
Os cursos online do SEBRAE são gratuitos e classificados em quatro perfis: Quero Empreender,
Sou um Microempreendedor Individual, Tenho uma Microempresa, Tenho uma Empresa de
Pequeno Porte. Disponível em: <http://www.ead.sebrae.com.br/>
Material Complementar
Professor Me. Anderson Katsumi Miyatake
FORMAS DE ASSESSORIA
V
UNIDADE
PARA OS NEGÓCIOS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer as causas de mortalidade dos negócios brasileiros.
■■ Compreender a relevância das entidades de apoio para os negócios.
■■ Distinguir as diferentes formas de apoio aos negócios.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Informações recentes sobre empreendedorismo no Brasil
■■ Causas de mortalidades de negócios
■■ A importância do apoio aos negócios
■■ Formas de apoio aos negócios
161
INTRODUÇÃO
Cada vez mais precisamos estar devidamente preparados para lidar com
dificuldades e imprevistos devido aos concorrentes locais e internacionais, a
sazonalidade nas vendas que comprometem o caixa do negócio, as mudanças do
comportamento dos consumidores, o efeito da tecnologia que torna tudo obsoleto
em menor prazo, o efeito da intervenção governamental dos países na econo-
mia. Além do mais, a preocupação tem que estar para lidar com a diversidade
cultural, principalmente no Brasil em que é possível verificar a miscigenação de
forma clara no mercado de trabalho. São jovens e idosos, homens e mulheres,
heterossexuais e homossexuais, católicos e budistas, deficientes e sem nenhum
problema de saúde, pessoas da mesma nacionalidade e estrangeiros.
Cada organização pode buscar diferentes tipos de entidades que auxiliam os
negócios. Existem os mentores que orientam os empreendedores, as consulto-
rias que atuam em diferentes áreas para colaborar no planejamento, organização,
execução e controle, as empresas juniores, que são organizações que contribuem
tanto para os negócios quanto para os alunos, as incubadoras e as aceleradoras que
contribuem para a maturação dos negócios, os investimentos anjos, que destinam
recursos e conhecimento para que negócios com alto potencial possam se desen-
volver, e o financiamento coletivo, que tem crescido exponencialmente no país.
Esperamos que esta Unidade possa ajudá-lo(a) a alavancar o seu negócio
ou o(a) encoraje a empreender, caso queria abrir os negócios, mas não sabe a
quem recorrer.
Bons estudos!
Introdução
V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que isso se dá tanto naquele indivíduo que empreende como também naquele
que intraempreende.
Conforme apresentado anteriormente, a maioria dos negócios no Brasil é
micro e pequeno, os quais geram a maior parte dos empregos. Quando saímos de
casa, em todos os locais ao redor, vemos pequenos negócios. É necessário estar
atento a esses empreendimentos que, mesmo com dificuldades e ainda falta de
preparo adequado, superam inúmeros obstáculos e são responsáveis pelo desen-
volvimento do país.
A criação da Secretaria da Micro e Pequena Empresa é uma forma de propor-
cionar uma atenção a esses negócios que são tão importantes para o crescimento
econômico e social do país. O regime Micro Empreendedor Individual (MEI)
e do sistema Supersimples demonstram que o olhar do Poder Público para os
pequenos negócios está mais valorizado, entretanto é necessário dar mais apoio
a esses empreendedores.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A idade média é de 39 anos, sendo que a faixa etária que mais predomina
é de 31 a 49 anos, com 48,7% do total, seguida da faixa com até 30 anos,
28,8% e, por último, aqueles com 50 anos ou mais, 22,4%.
Confira dados atualizados acessando os estudos do GEM Brasil, disponível
em: <http://www.ibqp.org.br/gem>.
cional, ou seja, no caixa decrescente, pode ser muito tarde. Ainda mais
se não houver um bom gerenciamento do fluxo de caixa, a situação se
agravará ainda mais, aumentando as chances do negócio fechar. Se para
quem conhece o mercado e tem recursos já está difícil, para os microem-
preendedores que representam mais de 95% dos negócios no Brasil, que
têm poucos recursos para investir e não podem se dar ao luxo de errar,
a situação é bem pior. A falta de clientes no estabelecimento pode ser
justamente pela falta de conhecimento do comportamento dos consu-
midores, seja na questão de hábitos, vitrines que atraem e práticas feitas
pelos concorrentes e fornecedores.
■■ Carência de legislações – apesar de algumas medidas nos últimos tempos,
com a criação de secretariais municipais e estaduais, além da Secretaria
da Micro e da Pequena Empresa, o MEI, o Supersimples, entre outras,
a legislação brasileira possui inúmeras especificidades, o que dificulta a
atuação das empresas. A carga tributária também é outro ponto que difi-
culta os empreendedores e que deve ser repensada pelo Poder Público.
Os impostos são importantíssimos para serviços essenciais disponibiliza-
dos para a população e para manter a atual forma de governo que temos,
mas o que poderia ser repensado é a forma de cobrança e a unificação de
processos. A legislação também não regula ou não tem orientações para
inúmeras áreas, o que dificulta os empreendedores. Outro aspecto é que
há muitas exigências em alguns setores, o que representa uma dificuldade
a ser contornada. Essa complexidade leva a outro fator que é o desconhe-
cimento dos impostos que são cobrados e o que pode ser feito dentro da
legalidade para diminuir os valores recolhidos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ponto que deve ser analisado para evitar a incapacidade de pagamento é
considerar que existem maus pagadores, ou seja, aqueles que atrasam os
valores ou não pagam, seja por má-fé ou falta de condição financeira. O
controle financeiro permitirá minimizar esse problema.
■■ Habilidades sociais – esse é um ponto bastante sério que é o tratamento
com as pessoas. Cada vez mais as tecnologias estão disponíveis para todos
e o que faz a diferença é o atendimento. O empreendedor tem todo o
mérito de ter uma boa ideia e transformar em algo concreto, porém, se
não souber tratar bem os colaboradores que fazem o negócio funcionar
todo dia, executando tarefas administrativas e fazendo contato com os
consumidores, haverá muitas queixas de ambos os públicos. Também, é
essencial saber lidar com os consumidores, o que não é uma tarefa fácil,
que exige paciência, firmeza e poder de negociação. Mesmo que não tenha
realizado o planejamento, é ao público que deve atender, porque abriu
um negócio e não tem sentido tratar mal. Outros agentes importantes são
os fornecedores, a mídia, o sindicato, sócios e Poder Público. Como os
negócios são formados e gerenciados por pessoas, é fundamental saber
conviver com as diferenças humanas e com os diferentes interesses que
cada agente tem no negócio.
■■ Falta de qualificação e experiência dos gestores – aqueles que vão geren-
ciar o negócio precisam estar capacitados. É muito difícil gerenciar um
negócio se você não tem nenhuma informação e conhecimento na área.
A experiência no negócio pode diminuir a falta de qualificação, mas, se
não tiver nenhum dos dois, a situação será bem complicada. A acumula-
ção de experiência pode se dar de diferentes formas: quando você trabalha
como colaborador em uma empresa do ramo, a família possui negócio,
ser sócio em um negócio.
Alguns dos principais pontos ressaltados nas pesquisas de mortalidade são a falta
de planejamento e controle financeiro. O primeiro exige conhecimentos na área
de gestão e o segundo de organização e disciplina. Ambos podem ser resolvidos
com capacitação, seja a nível de extensão, técnico ou superior, por isso, nova-
mente ressaltamos a relevância de se preparar para abrir e gerenciar um negócio.
Apesar desses pontos, vale destacar que o índice de mortalidade nos negócios bra-
sileiros está caindo ao longo dos anos, isso porque os empreendedores perceberam
que é necessário se preparar. Conforme dados do GEM que foram apresentados
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A IMPORTÂNCIA DO APOIO AOS NEGÓCIOS
Da mesma forma que um aluno solicita ajuda do professor quando tem dú-
vida, um empreendedor deveria buscar ajuda de um consultor quando está
com problemas nos negócios.
Fonte: O autor
CINCO FASES
DO PROCESSO
DE TOMAR
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DECISÕES
Escolha:
julgamento e
avaliação de
alternativas
Diagnóstico:
busca de
entendimento
Concepção de
alternativas:
Frustração, processo criativo
ansiedade,
dúvida,
curiosidade
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
damente os sintomas.
Dessa forma, esperamos ter ressaltado a importância dos gestores de buscar
capacitação e enfatizar a importância do apoio para os negócios.
INCUBADORAS
AUTOR DEFINIÇÃO
Pode ser chamada de “fábrica de empresas”. Tem sido o instrumento
mais eficiente de suporte às pessoas que querem transformar seus
Dolabela
projetos em produtos e serviços e um grande estímulo à criação de
(2006, p. 201)
novos negócios. Ela abriga empresas emergentes, em muitos ramos
de negócios, nos seus dois primeiros anos de vida.
É um mecanismo – mantido por entidades governamentais, universi-
dades, grupos comunitários etc. – de aceleração do desenvolvimento
Dornelas
de empreendimentos (incubados ou associados), por meio de um
(2005, p. 196)
regime de negócios, serviços e suporte técnico compartilhado, além
de orientação prática e profissional.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
AUTOR DEFINIÇÃO
Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (relacio-
nados com informática, biotecnologia, química fina,
mecânica de precisão e novos materiais); Incubadora
de Empresas dos Setores Tradicionais (opera no de-
Brasil (2000)
senvolvimento econômico, como mecânica, eletrôni-
ca, confecção, alimentos, agroindústria); Incubadoras
de Empresas Mistas (assessora empresas de base
tecnológica e de setores tradicionais).
Software/informática; Eletroeletrônica/ automação,
Oliveira e Dagnino
Internet/E-commerce; Telecomunicações; Químico/
(2004, p. 9)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
fármaco; Mecânica; Biotecnologia; Design.
Tecnológica (produtos, processos e serviços resultado
de pesquisa científica); Tradicional (ligados a setores
que possuem tecnologias difundidas e pretendem
agregar valor aos produtos, processos e serviços); Mis-
ta (empresas tanto tecnológicas quanto tradicionais);
Setorial (apenas um setor da economia); Cultural (or-
Dornelas (2002),
ganizações na área da cultura); Agroindustrial (empre-
Anprotec/SEBRAE
endimentos agropecuários de produtos e serviços);
(2002) e Morais (2001),
Cooperativa (cooperativas em processo de formação
(apud CARMO; NASSIF,
e/ou consolidação localizadas dentro ou fora do
2003, p. 5)
município); Social (deriva de projetos sociais); Rural
(localizados em áreas rurais por meio de prestação de
serviços, formação e capacitação, financiamento e di-
vulgação); Virtual (disponibiliza serviços de assessoria
e apoio, mas normalmente não oferece espaço físico e
infraestrutura compartilhada).
Tabela 4 - Definições de Tipos de Incubadoras
Fonte: Miyatake (2009)
AUTOR DEFINIÇÃO
Espaço físico individualizado (instalação de escritórios e laboratórios
de cada empresa admitida); Espaço físico para uso compartilhado
(sala de reunião, auditórios, área para demonstração dos produtos,
processos e serviços das empresas incubadas, secretaria, serviços ad-
ministrativos e instalações laboratoriais; Recursos humanos e serviços
especializados (auxílio às empresas incubadas em suas atividades e
necessidades específicas); Capacitação/Formação/Treinamento de
empresários-empreendedores nos principais aspectos gerenciais
(gestão empresarial, gestão da inovação tecnológica, comercialização
de produtos e serviços no mercado doméstico e externo, contabili-
dade, marketing, assistência jurídica, captação de recursos, contratos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Brasil
com financiadores, engenharia de produção e Propriedade Intelectu-
(2000, p. 6)
al); Acesso a laboratórios e bibliotecas de universidades e instituições
que desenvolvam atividades tecnológicas; Custos iniciais abaixo dos
praticados no mercado; Mecanismos de estímulo ao empreendedo-
rismo; Mecanismos de busca de parcerias comerciais e tecnológicas;
Promoção e divulgação das empresas (além da inclusão em redes e
feiras que permitam a troca de informações e de experiências e que
propiciem o surgimento de novos negócios); Apoio às empresas
em vias de deixar a incubadora (objetivo de auxiliá-las a encontrar
instalações adequadas e investidores, entre outros); Continuidade de
prestação de serviços (para aquelas que deixam a incubadora após o
período de consolidação e graduação).
Instalações Físicas e Serviços (usufruir de estrutura física por um tem-
po determinado a custos reduzidos para as instalações de escritórios,
serviços de manutenção das instalações físicas, limpeza, entre outros,
além de desfrutar de áreas comuns como sala de reuniões, laborató-
rios e bibliotecas de instituições e universidades que desenvolvam
atividades tecnológicas); Utilidades Básicas (ferramentas básicas de
trabalho como mobiliário, acesso a Internet, computador, fax, tele-
Reparte
fone, impressão entre outros serviços dependendo da estrutura ofe-
(2008,
recida pela incubadora); Conhecimento Atualizado (participação em
online)
programas nacionais e locais de capacitação empresarial, treinamen-
tos, workshops, palestras, eventos de negócios e eventuais cursos
internos e externos das incubadoras); Networking (rede de contatos
com pessoas selecionadas, possuindo livre acesso à rede para trocar
experiências com outros associados); Informações Exclusivas (infor-
mações privilegiadas sobre vários segmentos de mercado, evolução
do setor de interesse e indicadores econômicos.)
Tabela 5 – Características das incubadoras de empresas
Fonte: Adaptada de Miyatake (2009)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Podemos resumir as vantagens de passar por um processo de incubação,
conforme Miyatake (2009).
AUTOR DEFINIÇÃO
Lalkaka A seleção de bons parceiros na comunidade; estabelecimento de metas
(1996 apud CARMO; realistas; equipe gerencial capacitada e dinâmica; instalações que esti-
NASSIF, 2005, p. 5) mulam a criatividade e a interação entre as empresas incubadas.
Espaços e serviços oferecidos; a própria concepção do sistema de incu-
bação propicia o intercâmbio de ideias e tecnologias entre empresários
incubados; aprendizado da importância de compartilhar o mesmo espa-
ANPROTEC
ço, realizar parcerias e cultivar relacionamentos interpessoais de forma
(on-line, 2008b)
efetiva; ter um projeto incubado significa ter um negócio com grande
potencial de sucesso, que se desenvolve num ambiente propício para
que possa se estabelecer no mercado.
Tabela 6 – Vantagens das incubadoras
Fonte: Miyatake (2009)
ACELERADORAS
tempo para crescer e não necessita de investimentos, a incubadora poder ser uma
opção mais viável. Caso contrário, uma aceleradora é mais recomendada. Ainda
destaca que pode haver uma combinação das duas, ou seja, começar pela incu-
badora e, depois, partir para aceleradora ou vice-versa, entretanto é necessário
fazer uma análise para investigar se o perfil da incubadora e da aceleradora está
alinhado com a estratégia do negócio.
Conforme Matos (2013), as diferenças entre os dois tipos de organizações são:
INCUBADORA ACELERADORA
Com fins lucrativos, mantida por
Sem fins lucrativos, investidores privados que esperam
Modelo de negócio mantida por outras ganhar dinheiro com o retorno
instituições da venda das ações das empresas
apoiadas
Focada em infraestrutu- Focada na gestão do negócio, mento-
Oferta de serviços
ra e espaço físico ria e networking
Tempo de apoio 1 a 3 anos 4 a 6 meses
Não investe capital no Investe capital inicial no negócio, de
Investimento
negócio R$ 20 mil a R$ 100 mil, em geral
Pagamento de taxas, Cessão de um percentual de partici-
Contrapartidas geralmente subsidiadas, pação acionária da empresa para a
pela empresa incubada aceleradora
Normalmente, com
Processo Seletivo Muito concorrido
pouca competição
Quadro 15: Diferenças entre incubadora e aceleradora
Fonte: Matos (2013)
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são fundamentais e cada aceleradora tem propostas específicas para a matura-
ção do negócio ocorrer de forma rápida.
Conforme a Aceleratech (2015, online), a proposta desse tipo de organiza-
ção é contribuir nas áreas de processos, estratégias e materiais, com o objetivo
de profissionalizar o negócio rapidamente e, ainda, aproximar com investidores.
Ainda conforme a aceleradora, os empreendedores, para participar da seleção,
precisam analisar 4 pontos importantes:
■■ Mercado – a busca é por oportunidades com alto potencial de fatura-
mento, o que alguns especialistas de negócios chamam de negócios de
alto impacto.
■■ Time – é essencial que exista uma equipe em que cada um desempenhe
uma função e todos estejam capacitados para exercer as funções.
■■ Modelo de negócios – a proposta de valor
deve ser clara, bem como os clientes, como a
empresa ganhará dinheiro, os concorrentes
e os motivos que justificam passar pelo
processo de aceleração.
■■ Estágio de maturidade – não necessa-
riamente a empresa precisa ser iniciante,
mas com um produto que possibilite taxas
de crescimento muito melhores.
EMPRESAS JUNIORES
Nos dias de hoje, temos a atuação de consultorias juniores que são formadas a
partir dos cursos de graduação, nas áreas de administração, secretariado, enge-
nharia, entre outras. São orientados por professores das áreas e os alunos têm a
possibilidade de aplicarem o que aprenderam nas empresas que realizam con-
sultorias. De acordo com a Federação das Empresas Juniores do Estado do
Paraná – FEJEPAR (2015, online), Empresa Júnior é uma associação civil, sem
fins econômicos, constituída e gerida exclusivamente por alunos de graduação
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de estabelecimentos de ensino superior, que presta serviços e desenvolve pro-
jetos para empresas, entidades e sociedade em geral, nas suas áreas de atuação,
sob a orientação de professores e profissionais especializados.
Ainda conforme a FEJEPAR (2015, online), é importante saber o trabalho
da empresa júnior, porque ela tem foco na atuação e no aprendizado e não pode
fazer tudo o que um empreendedor deseja. Para explicar os objetivos, a Tabela
7 ajuda a compreender as diferenças.
Os valores são mais baixos que consultorias de forma geral, mas isso não
quer dizer que a qualidade seja inferior. Empresas de eventos, imobiliárias,
padarias, pequenas indústrias, empresas de varejo, pizzarias, bares, entre outros
tipos de negócios são exem-
plos de empresas que podem
ser atendidas pelas consul-
torias juniores. Os serviços
disponibilizados dependem
do porte da organização e,
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FINANCIAMENTO COLETIVO
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O financiamento coletivo é uma forma que tem expandido no Brasil em que o
objetivo é contribuir para que terceiros possam realizar os projetos. O termo em
inglês utilizado é crowdfunding e, por meio da internet, as pessoas arrecadam
recursos para negócios, atividades filantrópicas, viagens, entre outros. É uma
maneira acessível de pessoas, como artistas, ativistas, empreendedores, dentre
outras, arrecadarem fundos para realizarem os objetivos que tenham. Um aspecto
interessante é que qualquer pessoa pode contribuir para os projetos que conside-
ram mais interessantes e, ainda, recebe recompensas pela ajuda, que podem ser
prêmios, brindes, inclusão do nome como patrocinador, dentre outros.
Cada campanha tem uma página em que são detalhadas as informações do
projeto, valor arrecadado, o que falta, o tempo restante. A divulgação depende
da própria pessoa que pode utilizar os contatos do e-mail, redes sociais, celu-
lar e círculos de convivência para solicitar a contribuição e, também, para que
divulgue aos contatos de cada um. Os valo-
res doados são conforme a campanha que se
queira criar e as recompensas pela colabo-
ração também variam conforme o projeto,
sendo que as doações podem ficar disponí-
veis para todos visualizarem, ou somente o
nome ou esconder somente o valor. Os pro-
jetos possuem tempo para serem realizadas
e, se isso não ocorrer, as pessoas recebem o
dinheiro de volta e a plataforma que hospeda
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■■ Faça as entregas – depois da finalização do projeto e o resultado positivo
é o momento de entregar as recompensas para todos aqueles que colabo-
raram para o seu objetivo ser concretizado.
■■ Atualize o miniblog – é essencial a prestação de contas para quem
contribuiu e agradecer a todos.
Pesquisa da Catarse indica que a maior parte das iniciativas está no Sudeste
e Sul, entretanto, outras regiões estão crescendo a participação. As pesso-
as que costumam contribuir estão nas faixas de idade entre 25 e 40 anos
que possuem o ensino superior completo ou mesmo uma pós-graduação.
A maioria é composta por homens, sendo que 74% das pessoas que tra-
balham em empresa privada ou são servidores públicos. ganham até R$
6000,00. Disponível em: <http://pesquisa.catarse.me>.
De acordo com Corrêa (2015), as aceleradoras têm potencial para arrecadar
9 bilhões de dólares nos próximos 10 anos. Leia com detalhes a reporta-
gem e entenda melhor a explicação. Disponível em: <http://oglobo.globo.
com/economia/financiamento-coletivo-cresce-no-brasil-pode-ajudar-tirar-
-ideias-do-papel-15113776>.
O valor mais alto arrecado no Brasil foi de R$ 890.930 reais, que foi obtido
por Isabel Pesce, uma jovem empreendedora brasileira que, depois de obter
experiência no Vale do Silício, voltou ao Brasil para implementar diferentes
projetos na área. Confira o depoimento dela disponível em: <http://startupi.
com.br/2014/12/entrevista-bel-pesce-captou-o-maior-financiamento-cole-
tivo-brasil-e-opina-sobre-o-mercado/>.
ANJOS
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Ainda conforme Botelho (2015), é essencial que o empreendedor conheça
os grupos de investidores anjo existentes e os segmentos que procuram inves-
tir, bem como os valores geralmente investidos, os critérios que costumam levar
em consideração para investir em uma empresa, o processo seletivo e o acordo
para efetivar o investimento. Vale mencionar que os investidores podem estar
sozinhos ou em pequenos grupos para aumentar o valor investido e minimizar
o risco de perda, porque dividem os valores investidos na empresa.
De acordo com o SEBRAE (2015i), o termo anjo vem do inglês angel e é uti-
lizado porque, além do dinheiro investido, também há o aconselhamento para
o crescimento do negócio e a apresentação para a rede de contatos. Os anjos
buscam como requisitos de apoio, ainda conforme o SEBRAE (2015i, online):
■■ Negócios inovadores.
■■ Mercado com potencial significativo.
■■ Negócio com potencial de crescimento e alta rentabilidade.
■■ Valor do investimento abaixo de R$ 1 milhão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
VALE A PENA BUSCAR AUXÍLIO PARA OS NEGÓCIOS?
Essa é uma dúvida constante dos empre- O tipo de negócio também influencia
endedores. Será que recorro a alguém? As a necessidade de mais ou menos auxí-
informações podem ser divulgadas? Não há lios externos. Na área comercial, pode ser
risco? Será que vale a pena? É muito caro? São interessante justamente para conhecer
alguns dos comentários complementares. melhor como vender mais, treinamento
dos colaboradores, ações de merchandising,
Lembra quando foi apresentado que o planejamento e criação de estratégias, oti-
empreendedor não é um lobo solitário? É mização dos processos logísticos, otimizar
justamente esse um dos pontos, ele precisa o controle financeiro, dentre outros pontos.
de pessoas e do conhecimento que cada um
possui que é acumulado ao longo de anos. Antes de buscar ajuda de especialistas, é pre-
O empreendedor não tem como saber de ciso realmente estar disposto a ouvir críticas
tudo e não é nenhum demérito buscar ajuda e querer melhorar. O bom aconselhamento
para impulsionar o negócio. Verifica-se que é aquele que faz críticas nem sempre agradá-
no Brasil muitos empreendedores abrem veis de escutar, mas relevantes para otimizar o
os negócios sem estar devidamente pre- negócio. Se quiser expandir, mudanças serão
parados para enfrentar as particularidades. necessárias em várias áreas e os funcionários
Observando as estatísticas do Ministério do devem estar dispostos também a colaborar.
Trabalho e Emprego (MTE), do SEBRAE e do
Empresômetro, constatamos que as micros Outro ponto que vale a pena comentar é que
e as pequenas empresas, que representam a os cenários mudam e o que foi aconselhado
grande maioria dos empreendimentos em anteriormente pode não valer mais. Inúmeras
atividade, desempenham um importante situações podem acontecer que interferem de
papel social, por empregar a maior parte da forma temporária ou definitiva nas pretensões
mão de obra no Brasil. Levando em conside- do empreendedor. Podemos exemplificar
ração que esses negócios possuem poucos com aspirações individuais, familiares, dos
recursos, a importância de aplicar de forma parceiros de negócio, aspectos tecnológicos,
melhor aumenta, porque vai afetar direta- políticos, econômicos, sociais que podem con-
mente a sobrevivência do negócio. tribuir ou desestimular os empreendedores
na jornada do mundo dos negócios.
Toda ajuda que proporcionar benefícios para
o negócio é sempre importante. O empe- Se eu tivesse que aconselhar o empreendedor,
cilho pode ser o aspecto financeiro para recomendaria que procurasse auxílio sempre
contratar uma consultoria, por exemplo, que possível para minimizar riscos e evitar os
mas os benefícios são inúmeros. O conhe- problemas que influenciam a mortalidade
cimento gerencial proporciona ter uma visão de negócios, que são a falta de capacitação
ampla do negócio e, aliado ao conhecimento gerencial, o desconhecimento do mercado, os
do mercado, traz a possibilidade de buscar recursos financeiros descontrolados e esses
alternativas mais viáveis. tipos de organizações auxiliam nesses pontos.
Fonte: O autor
187
Acesse uma reportagem do SEBRAE que trata de como uma incubadora de empresas pode
ajudar o negócio. Acesse o link disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/
artigos/As-incubadoras-de-empresas-podem-ajudar-no-seu-neg%C3%B3cio>.
Há uma página da Revista Exame dedicada para as aceleradoras. Acesse e saiba mais, disponível
em: <http://exame.abril.com.br/topicos/aceleradoras>.
Confira uma explicação sucinta a respeito das aceleradoras, disponível em: <http://www.
youtube.com/watch?v=6orebCSt6vI>.
Assista a entrevista com o presidente da Brasil Junior que está dividida em duas partes. Parte
1 disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=ExDc6oBBcb8>. Parte 2 disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=vC-PcSHKqU0>.
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
O mercado de financiamento coletivo movimentará como perspectiva para o ano de 2015 por
volta de 5 bilhões de dólares e as projeções são de crescimentos para os próximos anos. Leia a
reportagem na íntegra, disponível em: <http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/
tendencias-do-financiamento-coletivo-para-2015-no-brasil/97886/>.
Anjos do Brasil –, disponível em: entidade brasileira que financia negócios <http://blog.
anjosdobrasil.net/>.
Conheça iniciativas de Anjos Investidores em palestra proferida por Elcio Morelli, disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=qcxx9h0IxGc&feature=relmfu>.
Espaço no site da Revista Exame direcionado para investidor anjo –, disponível em: <http://
exame.abril.com.br/topicos/investidor-anjo>.
Site da Endeavor com material exclusivo para quem deseja conhecer mais a atuação dos
investidores anjo, disponível em: <http://endeavor.org.br/capital/investidores-anjo/>.
Pequenas Empresas Grandes Negócios – notícias e reportagens sobre o mundo dos negócios,
disponível em: <http://revistapegn.globo.com/>.
Exame PME – vídeos, reportagens e notícias sobre negócios – disponível em: <http://exame.abril.
com.br/revista-exame-pme>.
SEBRAE 10 dicas para começar bem e 10 dicas para E-commerce – disponível em: <http://
www.youtube.com/playlist?list=PLnPmdlI4EGt2HZeMwbCWfNdOFpTMpHKLg>.
Papo de especialistas com vídeos abordando educação empreendedora, lei geral renovada,
encadeamento produtivo, MEI e empreendedorismo de forma geral – disponível em: <http://
www.youtube.com/playlist?list=PLnPmdlI4EGt13gNVGeUBPBTQWr4qeab0H>.
É com muita satisfação que escrevemos esse material para apresentar a você alguns
dos principais assuntos em empreendedorismo. É um tema fascinante e esperamos
ter incentivado a vontade de ser um indivíduo empreendedor. Mesmo que você não
pense em ser um empreendedor em um novo negócio, você pode ver que é perfei-
tamente possível demonstrar seu potencial dentro da organização da qual você faz
parte.
Vamos relembrar os pontos principais do material? Na unidade I, apresentamos a
definição, a história, os tipos, além do papel social e econômico. Os empreendedo-
res enfrentam o fator risco esperando ter vantagens econômicas. Como ressalta-
mos, é necessário cuidado e dedicação, porque o sucesso depende da dedicação.
Não é fácil abrir e manter um negócio, caso contrário, todos fariam.
Na unidade II, aprendemos as características, o perfil e mitos do empreendedoris-
mo e, também, a oportunidade e o processo empreendedor. O empreendedor é
alguém que deve ter visão de longo prazo, trabalhar em equipe, que se prepara
para que suas ideias possam ser colocadas em prática. Outra parte importante foi
abordar a oportunidade, porque é com isso que existe o empreendedorismo. Uma
oportunidade é quando alguém identificou uma ideia e colocou em prática, porém
inúmeras situações podem acontecem que interferem de forma temporária ou de-
finitiva.
Na unidade III, iniciamos a explicação do Plano de Negócios. Uma ferramenta utili-
zada pelos empreendedores que é extremamente dinâmica e deve ser atualizada
para acompanhar a velocidade das mudanças de cenário e ser realista quanto aos
aspectos atuais e expectativas futuras. Um dos pontos ressaltados é que o Plano de
Negócios pode ser utilizado para captar recursos, estabelecer parcerias, incentivar e
persuadir sócios e funcionários. É essencial conhecer o mercado, o público-alvo, os
concorrentes e os fornecedores para direcionar esforços.
Na unidade IV, passamos especificamente para cada uma das etapas que compõe o
Plano de Negócios: Recursos Humanos, Marketing, Operacional e Financeiro.
Na unidade V, tratamos de abordar os mecanismos e entidades que podem auxiliar
os negócios. As consultorias, assessorias, incubadoras, aceleradoras e consultorias
juniores são algumas das organizações que proporcionam apoio e capacitação para
evitar a mortalidade de negócios.
CONCLUSÃO
Esperamos que os conhecimentos que abordamos aqui sejam úteis para você como
foram para nós. Úteis no sentido de contribuir para o seu desenvolvimento pessoal,
da construção coletiva do conhecimento, de apontar novos caminhos e inspirações
para que você siga uma carreira de sucesso. As fases de nossa vida são marcadas
por acontecimentos singulares, como a obtenção de uma educação superior, o ca-
samento ou nascimento de filhos e outras ocasiões memoráveis. Esperamos que o
conhecimento sobre empreendedorismo seja, ao menos, uma fagulha na grande
fogueira de ideias que fervilha em sua mente, que você se sinta, de fato, incomo-
dado com o que aprendeu e que faça alguma coisa a respeito, empreendendo uma
ideia que pode mudar sua vida, a vida dos que você ama e, quem sabe, uma peque-
na parte do mundo.
Sucesso a todos!
Professor Me. Anderson Katsumi Miyatake
Professora Me. Bianca Burdini Mazzei
Professor Me. Paulo Pardo
193
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20 fev. 2015.
201
GABARITO
UNIDADE I
UNIDADE II
UNIDADE III
nativa IV, a internet pode até facilitar a busca por dados, mas o contato com
empreendedores e os próprios consumidores são muito relevantes e essenciais.
UNIDADE IV
UNIDADE V