Escola Estadual Professora Edeli Mantovani: Andrey, Thigo, Murilo, Calyston, Eric, João
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MANTOVANI
MODERNISMO EM PORTUGAL
Sinop – MT
Outono de 202
MODERNISMO EM PORTUGAL
1.MODERNISMO
O modernismo é um estilo de época surgido no início do século XX, em um
contexto de tensão política entre as grandes potências europeias, o que levou a
duas guerras mundiais. Nesse período, ocorreram também descobertas e
inovações tecno científicas que passaram a caracterizar a vida moderna. O
movimento moderno se iniciou na primeira década do século XX, a princípio na
Europa, chegando posteriormente ao Brasil por volta dos anos 20.O Modernismo
trouxe à tona a necessidade de adaptar as novas produções artísticas à
realidade da época. As transformações pelas quais a sociedade havia passado
não permitiam que as artes plásticas, literatura, design e a música, por exemplo,
fossem feitas da mesma forma.
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principalmente com escritores como Jorge Amado e Graciliano Ramos,
justamente pela proposta de trazer um alerta contra a exploração do homem pelo
seu semelhante. O socialismo marxista é a ideologia utilizada para combater a
opressão. Ferreira de Castro é um exemplo. Nele reduz-se o intelectualismo e a
psicologia em nome da análise de problemas de natureza social, mesma trilha
de Alves Redol, Manuel da Fonseca e José Gomes Pereira, entre outros.
Portanto, desde o marco inicial, a publicação da revista Orpheu, em 1915,
influenciada pelas grandes correntes estéticas europeias, como o Futurismo e o
Expressionismo, ao neo-realismo, houve uma alteração de percurso. Passou-se
de uma poesia mais complexa e de difícil acesso ao engajamento explícito dos
neorrealistas. Em comum, porém, está a busca de um rompimento com o
passado e uma visão crítica, demolidora e irreverente da arte, da política e da
cultura portuguesas.
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Inaugurando um estilo até então em si desconhecido, o romance, Mário de Sá-
Carneiro publica, em 1914,[11] A Confissão de Lúcio. A temática desta obra gira
em torno do fantástico e é um óptimo espelho da época de vanguarda que foi o
modernismo português.
Dispersão (1914)
O ano de 1913 veio a revelar-se de uma pujança criativa inigualável. Não só
variou dentro da prosa, como apresenta ao público a sua primeira obra de
poesia: Dispersão. Esta obra é composta por doze poemas e a sua primeira
edição foi revista quer pelo autor quer pelo seu grande amigo, e também poeta,
Fernando Pessoa.
Céu em Fogo (1915)
Em 1915, volta a reunir novelas, mais precisamente oito, num volume a que dá
o título de Céu em Fogo.[12] Estas novelas revelam igualmente as mesmas
perturbações e obsessões que já a sua poesia expressava.
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Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa e apenas uma
em língua portuguesa, intitulada Mensagem. Fernando Pessoa traduziu várias
obras em inglês (e.g., de Shakespeare e Edgar Allan Poe) para o português, e
obras portuguesas (nomeadamente de António Botto e Almada Negreiros) para
o inglês e francês.
Enquanto poeta, escreveu sob diversas personalidades – a que ele próprio
chamou heterónimos, como Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro –
, sendo estes últimos objeto da maior parte dos estudos sobre a sua vida e
obra. Robert Hass, poeta americano, diz: “outros modernistas
como Yeats, Pound, Eliot inventaram máscaras pelas quais falavam
ocasionalmente… Pessoa inventava poetas inteiros”. Buscou também
inspirações nas obras dos poetas William Wordsworth, James Joyce e Walt
Whitman.
“Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu, E a história não
marcará, quem sabe? nem um, nem haverá senão estrume de tantas conquistas
futuras.”
Obra Edita de Alberto Caeiro
Trecho 2:
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda, E de vez em quando olhando para
trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto, E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial que tem uma criança se, ao nascer, reparasse que
nascera deveras... Sinto-me nascido a cada momento para a eterna novidade do
Mundo... Creio no mundo como num malmequer, porque o vejo. Mas não penso
nele porque pensar é não compreender... O Mundo não se fez para pensarmos
nele (Pensar é estar doente dos olhos) mas para olharmos para ele e estarmos
de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é
Mas porque a amo, e amo-a por isso, porque quem ama nunca sabe o que ama
nem sabe porque ama, nem o que é amar... Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar.
4
Poema de Alvaro de Campos:
A Fernando Pessoa (Depois de ler seu drama estático O marinheiro em Orfeu I)
Depois de doze minutos do seu drama O marinheiro, em que os mais ágeis e
astutos se sentem com sono e brutos, E de sentido nem cheiro, diz uma das
veladoras com langorosa magia: De eterno e belo há apenas o sonho. Porque
estamos nós falando ainda?
Ora isso mesmo é que eu ia perguntar a essas senhoras...