1) Artistas e profissionais da cultura de Goiás expressam repúdio à proposta de destinar a sede da Galeria Frei Nazareno Confaloni e salas adjacentes à Quasar Cia de Dança, prejudicando as artes visuais.
2) A Galeria Frei Nazareno Confaloni é o órgão mais antigo do estado dedicado às artes visuais e está localizada no Centro Cultural Octo Marques há décadas.
3) A remoção da galeria apagaria a memória de Frei Nazareno Confaloni, importante fig
1) Artistas e profissionais da cultura de Goiás expressam repúdio à proposta de destinar a sede da Galeria Frei Nazareno Confaloni e salas adjacentes à Quasar Cia de Dança, prejudicando as artes visuais.
2) A Galeria Frei Nazareno Confaloni é o órgão mais antigo do estado dedicado às artes visuais e está localizada no Centro Cultural Octo Marques há décadas.
3) A remoção da galeria apagaria a memória de Frei Nazareno Confaloni, importante fig
1) Artistas e profissionais da cultura de Goiás expressam repúdio à proposta de destinar a sede da Galeria Frei Nazareno Confaloni e salas adjacentes à Quasar Cia de Dança, prejudicando as artes visuais.
2) A Galeria Frei Nazareno Confaloni é o órgão mais antigo do estado dedicado às artes visuais e está localizada no Centro Cultural Octo Marques há décadas.
3) A remoção da galeria apagaria a memória de Frei Nazareno Confaloni, importante fig
1) Artistas e profissionais da cultura de Goiás expressam repúdio à proposta de destinar a sede da Galeria Frei Nazareno Confaloni e salas adjacentes à Quasar Cia de Dança, prejudicando as artes visuais.
2) A Galeria Frei Nazareno Confaloni é o órgão mais antigo do estado dedicado às artes visuais e está localizada no Centro Cultural Octo Marques há décadas.
3) A remoção da galeria apagaria a memória de Frei Nazareno Confaloni, importante fig
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CARTA ABERTA AO GOVERNADOR MARCONI PERILLO EM
DEFESA DA PERMANÊNCIA DA GALERIA FREI NAZARENO
CONFALONI NO CENTRO CULTURAL OCTO MARQUES
Excelentíssimo Sr. Marconi Perillo
Governador do Estado de Goiás
Nós, artistas, curadores, arte-educadores, produtores, professores e
estudantes de arte, museólogos e demais profissionais do setor cultural de Goiás, manifestamos nosso desagravo e repúdio à proposta da Secretaria de Estado da Educação, Cultura e Esporte de destinar a atual sede da Galeria Frei Nazareno Confaloni, e salas contíguas, à futura instalação da Quasar Cia de Dança, ação que descaracterizará a vocação histórica e pública do espaço e prejudicará o segmento das artes visuais, que tanto tem contribuído para o enriquecimento cultural do Estado.
A Galeria Frei Nazareno Confaloni é o mais antigo órgão criado pelo
Governo do Estado para abrigar as atividades de artes visuais. Foi fundada em 1979 em homenagem à memória de Frei Nazareno Confaloni, que havia falecido em 1977. Durante os trinta e oito anos de seu funcionamento a Galeria passou por diferentes sedes, até que em 2006 foi, por decreto de vossa excelência, transferida (acreditamos que em caráter definitivo) para a antiga sede do Museu de Arte Contemporânea de Goiás, no Edifício Parthenon Center. O MAC foi inaugurado em 1988 no Centro Cultural Octo Marques, equipamento que também recebeu o nome de um dos pioneiros das artes plásticas, falecido naquele mesmo ano, sendo este um dado que o vincula ainda mais à história das artes visuais. Durante os dezoito anos em que funcionou em sua sede original, o MAC criou grande parte de sua história e gerou uma memória cultural específica que a Galeria Frei Nazareno Confaloni logra como herança simbólica.
São quase três décadas de atividades desenvolvidas no espaço do
mezanino do Parthenon Center, que atualmente sedia a Escola de Artes Visuais (destinada à iniciação) e três salas de exposição: Galeria Frei Nazareno Confaloni, Galeria Sebastião dos Reis e Sala Samuel Costa. Logo, são quatro espaços de artes visuais suprimidos, atingindo drasticamente o segmento artístico.
É de conhecimento de todo o meio cultural goiano a importância que
o espaço tem para a história das artes visuais; são conhecidas suas qualidades de localização e de acesso ao público, sua potencialidade dada pela grande dimensão e pelo alto pé direito das salas de exposição, que recebem generosamente mostras de diferentes formatos. Enfim, é compartilhado entre os agentes do circuito o sentimento coletivo de pertencimento a este endereço.
Salientamos que o espaço físico há mais de década não recebe
reforma estrutural, da qual necessita urgentemente, e que apenas passou por reformas paliativas que não mais resistem. A Galeria Confaloni e espaços contíguos necessitam de investimentos para adequação das suas condições físicas, necessitam de profissionais capacitados e de programas efetivos de atuação para cumprirem suas diferentes funções no circuito de arte. Ao longo dos anos a ausência de investimentos acarretou o mau funcionamento, a inoperância, a fragilidade e o sucateamento, fatores que agora parecem ser usados como argumentos para seus desmontes.
Outro seríssimo agravante contido na proposta é o apagamento da
memória de frei Nazareno Confaloni. Neste ano de 2017, quando todo o meio cultural goiano comemora o centenário de seu nascimento e os quarenta anos de seu falecimento – honrando sua memória com a realização de exposições, seminários e missas, com publicações de livros sobre sua vida e sua obra –, a extinção do aparelho cultural histórico que leva seu nome implica no desprezo e no desrespeito por sua capital contribuição, além de constituir um constrangimento vexatório ao Governo do Estado e à SEDUCE. Não é demais destacar que Confaloni é um nome canônico de grande relevância para a origem e desenvolvimento das artes visuais em Goiás e que o apagamento de sua memória é motivo de repulsa.
O desmonte danoso dos equipamentos de artes visuais, por meio de
um processo sem publicidade à sociedade, visa favorecer a Quasar Cia de Dança, uma companhia privada que será transformada em Organização Social (OS). Não desejamos aqui colocar em questão o relevante trabalho desenvolvido pela Quasar, que tendo um lastro histórico de significativos espetáculos é uma referência para a dança contemporânea em Goiás, e por isto mesmo é merecedora de espaço a sua altura.
Nosso objetivo é chamar atenção para o pertencimento histórico e a
utilidade deste local às artes visuais, e para o grave crime contra a memória cultural goiana que se consuma com a retirada do nome de Nazareno Confaloni de um aparelho do Estado, e mais, desejamos manifestar nosso entendimento de que se trata de uma operação equivocada e, sobretudo injusta, de extrair o espaço das artes visuais para oferecê-lo à dança, valorizando uma área em detrimento de outra.
Diante do exposto, solicitamos a Vossa Excelência que pondere
sobre as implicações contidas na nossa argumentação e que não dê prosseguimento a operação de supressão dos espaços de artes visuais no Centro Cultural Octo Marques, que caso se conclua virá prejudicar vasto número de profissionais e gerar um dano irreparável ao futuro da arte produzida em Goiás.
Goiânia, 08 de fevereiro de 2017.
Divino Sobral
Artista visual, pesquisador e curador independente.