362-Texto Do Artigo-735-1-10-20141024
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Engenharia Didática e
Geogebra Aliados na
Construção de Conceitos
Geométricos
Juliana Aparecida Gobbi16
José Carlos Pinto Leivas17
Resumo
Este artigo é um recorte de uma dissertação de mestrado, na qual se realizou uma pesquisa
de cunho qualitativo com o objetivo de investigar como o uso do software GeoGebra pode
contribuir para o estudo de perímetros e áreas de figuras geométricas planas, a partir da
Engenharia Didática. A pesquisa envolveu alunos da 6ª série do Ensino Fundamental, na
qual a investigadora é a professora efetiva. Os resultados da investigação mostraram que o
software permitiu a construção de conceitos geométricos de áreas e perímetros, quando
aplicado na resolução das atividades constantes da sequência didática elaborada com os
princípios da Engenharia Didática.
Introdução
Quando alunos de sexto ano do Ensino Fundamental - EF - começam a estudar
Matemática com professores licenciados na área, geralmente, enfrentam muitas
dificuldades, quer pelo fato de terem professores específicos para cada disciplina, quer pelo
rigor com que os termos e conceitos matemáticos são utilizados e, muitas vezes, exigidos
por cada um. Utilizar métodos e abordagens diversificadas pode minimizar o impacto da
mudança que ocorre nesta passagem das séries iniciais para as finais.
A pesquisa realizada
A partir do problema de pesquisa, definimos como objetivo geral utilizar o software
GeoGebra como ferramenta para investigar como alunos de 6ª série do EF realizam a
construção do conhecimento de perímetros e áreas de figuras planas por meio de uma
sequência didática. Para cumpri-lo, delineamos os objetivos específicos: elaborar uma
sequência didática a ser realizada com o software GeoGebra, para estudo de perímetros e
áreas de figuras geométricas planas; verificar o uso do GeoGebra como ferramenta que
possibilita a interatividade entre os alunos, no sentido de promover o ensino e a
aprendizagem dos conceitos relacionados com a geometria plana.
A pesquisa foi desenvolvida durante o primeiro semestre letivo de 2011, num total
de 20 aulas. As atividades foram realizadas num laboratório de informática, com o software
instalado em 18 computadores. Utilizamos como metodologia a Engenharia Didática, a
qual “é formada por um determinado número de aulas planejadas e analisadas previamente,
com a finalidade de observar situações de aprendizagem envolvendo conceitos previstos na
sequência didática” (PAIS, 2002, p. 102). A fim de que o leitor possa ter ideia do que foi
desenvolvido na dissertação, o que consta deste artigo é a segunda sequência de atividades,
dentro do conjunto elaborado. Essa etapa foi constituída de três atividades relacionadas à
equivalência de áreas, cuja numeração da dissertação é 4, 4.1 e 4.2.
Pelo que a Geometria aborda em seu estudo, não podemos deixar de trabalhá-la na
sala de aula. Para isso, é necessário que busquemos alternativas para que ela seja explorada
pelo aluno de modo a que ele possa realizar seu aprendizado. Nesse sentido, a importância
das Tecnologias da Informação e Comunicação - TICs - está presente no que Kenski (2007,
p. 103) afirma sobre elas.
O uso criativo das tecnologias pode auxiliar os professores a transformar o
isolamento, a indiferença e a alienação com que costumeiramente os alunos
frequentam as salas de aula, por meio das quais eles aprendam a serem pessoas
melhores e cidadãos participativos.
Os PCN indicam que, ao trabalhar Geometria com os alunos, podemos fazer uso de
outros recursos como o das tecnologias e citam o seguinte: “em suas diferentes formas e
usos, constituem um dos principais agentes de transformação da sociedade, pelas
modificações que exercem nos meios de produção e por suas consequências no cotidiano
das pessoas” (BRASIL, 1998, p.43).
Dos 17 alunos que realizaram a atividade, apenas dois erraram o valor correto para
a área que era de 28 unidades. Com relação ao perímetro, era esperado que respondessem
41,28 unidades. Mesmo utilizando a calculadora disponível no computador, nenhum
chegou ao resultado correto; 13 deles se aproximaram da resposta exata e interpretamos
que o erro cometido foi especialmente pelo uso da calculadora e não pelo raciocínio
envolvido na resolução. Com respeito à terceira pergunta proposta, o ganho foi na criação
de novas figuras geométricas na medida em que despertou o interesse, a criatividade, a
intuição e os aspectos de visualização, como indicado por autores referenciados, o que
pode ser ilustrado na figura 3.
Figura 3- Construção feita pelo aluno F. Figura 4- Construção feita pelo aluno G.
Concluímos que o objetivo da atividade 4 foi alcançado, uma vez que 15 dos 17
alunos responderam corretamente à questão proposta, o que corrobora o preconizado na
análise a priori. Por sua vez, mesmo não tendo acertado a resposta da pergunta 2, os alunos
se aproximaram do valor correto. Cada aluno formou uma nova figura com o mesmo
número de “peças” utilizadas inicialmente, explorando a criatividade o que, para Pais
(2002), é uma das habilidades fundamentais para o sucesso da aprendizagem necessária na
escola. Por isso, ela possui grande importância nas aulas de Matemática, principalmente no
aprendizado de Geometria.
A análise a priori almejava que os alunos construíssem novas figuras com a mesma
área da figura dada, porém apresentando o menor perímetro (atividade 4.2). Foram
realizadas muitas construções e, ao contrário do que ocorrera na atividade anterior, todas
elas ocupavam um espaço menor; as figuras foram mais arredondadas e não tão alongadas,
como, por exemplo, a que aparece na figura 8.
Resultados
A pesquisa, da qual se extraiu este excerto, comprovou que o uso do software
GeoGebra contribuiu efetivamente para aquisição de conceitos de áreas e perímetros de
algumas figuras geométricas, além de ter possibilitado o desenvolvimento de habilidades
visuais e de imaginação. Isso corrobora o preconizado nas referências feitas no texto
quanto à Geometria, seu ensino e aprendizagem, particularmente ao emprego da Geometria
Dinâmica.
Referências
ARCAVI, A. The role of visual representation in the learning of mathematics. In: NORTH
AMERICAN CHAPTER OF THE PME, 1999. Proceedings… Disponível em: <http://
www.clab.edc.uoc.gr/aestit/4th/PDF/26.pdf>. Acesso em: 30 set. 2008.
PAIS, L. C. Uma análise da influência francesa. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.
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