Capitulo2 - Caracterização
Capitulo2 - Caracterização
Capitulo2 - Caracterização
Caracterização do Empreendimento
Dentre outras justificativas para a implantação de uma UTE na região, podemos destacar:
5
- Redução das perdas no sistema de transmissão por meio de nova geração de energia junto aos centros
‐ Por ser uma planta térmica, seu potencial de geração praticamente independe das condições climáticas
sazonais como é o caso das usinas hidrelétricas, permitindo uma disponibilidade permanente e integral
de energia firme para ser entregue ao sistema;
O Plano Nacional de Energia (PNE 2030), elaborado pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética)1 e
homologado pelo Ministério das Minas e Energia, define a estratégia nacional para a matriz energética
brasileira no período avaliado, segundo os cenários fixados.
Algumas das considerações do PNE 2030 merecem citação no âmbito do processo de licenciamento
ambiental do presente empreendimento:
‐ O Brasil conseguirá manter um grau relativamente baixo de dependência externa de energia, custos
competitivos de produção de energia e níveis de emissões de gases (um dos mais baixos do mundo)
praticamente inalterados.
6
EIA do Projeto de Implantação da UTE – Presidente Kennedy/ES
1
EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Informe à Imprensa: Plano Nacional de Energia – PNE 2030, Rio de Janeiro, 26/06/2007.
Atualmente, além do petróleo e da energia hidráulica, entram em cena a cana-de-açúcar e o gás natural, em
contraponto à redução de importância da lenha. Tanto a cana-de-açúcar quanto o gás natural passam a se
constituir, respectivamente, nos mais importantes energéticos da matriz nacional depois do petróleo.
Especificamente para a Energia Elétrica, o BEN (Balanço Energético Nacional 2012), com base em 2011,
apresenta o gráfico de oferta interna (Figura 2.2.1-3).
Economia Nacional
‐ Foram formulados quatro cenários de crescimento para a economia nacional. Em todos eles, a economia
brasileira cresce igual ou acima da média mundial. No de referência, o comportamento da economia
brasileira reflete, de um lado, uma gestão ativa no encaminhamento das questões internas e, de outro
8 lado, os efeitos de intensas negociações para implantação dos necessários ajustes microeconômicos.
Admite-se, neste caso, um crescimento médio de 4,1% ao ano entre 2005 e 2030;
EIA do Projeto de Implantação da UTE – Presidente Kennedy/ES
‐ Em conformidade com o contexto macroeconômico descrito, os estudos do PNE 2030 sinalizam, para os
próximos 25 anos, um forte crescimento na demanda de energia primária no Brasil. Estima-se que a
oferta interna de energia cresça a 5% ao ano entre 2005-2010. Nos anos subseqüentes, entretanto,
projeta-se crescimento menor: de 3,7% ao ano no período entre 2010-2020 e de 3,5% entre 2020-
2030. Essa dinâmica é justificada, principalmente, por uma maior eficiência energética, tanto do lado da
demanda quanto do lado da oferta. Nessas condições, a demanda total de energia evolui de 218,7
milhões de tep, em 2005, para cerca de 555 milhões de tep em 2030; e
‐ A despeito desse crescimento, o consumo per capita de energia no Brasil ainda se mostrará muito
reduzido, especialmente quando comparado a países desenvolvidos. O crescimento da renda nacional e
sua redistribuição deverá influir no sentido de que o consumo por habitante aumente. Em 2006, o
consumo de cada brasileiro ficou em 1.235 tep/habitante, inferior a países como Argentina e México. Em
25 anos, estima-se que esse dado evolua para pouco mais de 2.300 tep/habitante. Ainda assim, ficará
abaixo do consumo per capita atual de países como Bulgária, Grécia, Portugal ou África do Sul.
‐ Em 25 anos, o consumo total de energia elétrica no Brasil se aproximará de 1.200 TWh (um mil e
duzentos terawatt), o que significa uma expansão média de 4% ao ano desde 2005;
‐ É importante frisar que qualquer estratégia para atender essa demanda deverá necessariamente
contemplar iniciativas na área de eficiência energética. E mais: tais iniciativas deverão ser adicionais em
relação àquelas que já vêm sendo empreendidas no país. A eficiência no uso da energia, em especial da
energia elétrica, deverá integrar a agenda nacional nos próximos anos;
‐ Ações complementares, no sentido de ampliar esse esforço de eficiência energética, são desejáveis e
necessárias. No PNE 2030, considerou-se que cerca de 10% da demanda de eletricidade em 2030
seria atendida por ações na área de eficiência energética, aí incluídos o progresso autônomo e um
programa específico a implementar;
‐ Ainda pelo lado da demanda, o setor industrial seguirá como principal segmento do consumo. O setor
terciário responderá por quase 25% do consumo em 2030 e o setor residencial em torno de 26%. No
caso das residências, o desempenho reflete o cenário de crescimento do nível de renda e da melhoria na
sua distribuição, não obstante os avanços que possam ser obtidos na aérea de eficiência energética. O
índice de consumo de eletricidade residencial per capita era de apenas 452 kWh em 2005. Em 2030
estima-se que se aproxime de 1.200 kWh por habitante, valor esse ainda bastante inferior aos
parâmetros internacionais;
‐ Com relação às fontes de produção, a energia hidráulica seguirá sua posição de liderança. Entretanto,
sua participação na matriz elétrica, refletindo principalmente pressões ambientais e também limites de
capacitação da indústria nacional, deverá cair da elevada proporção de 90% em 2005 para pouco mais
de 75% em 2030. Em contrapartida, a geração térmica deverá mais que dobrar sua participação, dos
atuais 8% para quase de 18%; 9
‐ Em 2030, a capacidade instalada do país ultrapassará os 220.000 MW. Ao final de 2005, estava pouco
além de 90.000 MW.
‐ O total de emissões antrópicas (resultantes da ação do ser humano) associadas à matriz energética
brasileira atingiu 396,7 MtCO2-eq no ano de 2011, sendo a maior parte desse total (191,3 MtCO2-eq)
gerado no setor de transportes;
‐ A intensidade de carbono da economia brasileira em 2011 foi de 0,16 kgCO2/US$ (2011), o que
significa dizer que, em média, nossa economia é cerca de 2 vezes menos intensa em carbono do que a
economia americana, 1,4 vezes menos que a economia europeia, e 3 vezes menos do que a economia
chinesa;
‐ Em termos de emissões por habitante, cada brasileiro, produzindo e consumindo energia, emitiu no ano
de 2011 cerca de 2,1 tCO2-eq, ou seja, 4 vezes menos do que um europeu, nove vezes menos do que
um americano e menos da metade do que emite um chinês; e
‐ Por apresentar elevada participação de renováveis, para produzir 1 MWh, o setor elétrico brasileiro
emitiu 56 kgCO, em média, no ano de 2011 - relativamente pouco se comparado aos setores elétricos
americano e chinês, que emitem, respectivamente; 8 e 12 vezes mais que o brasileiro.
Investimentos
‐ Os quatro principais recursos energéticos da matriz energética brasileira no longo prazo - petróleo, gás
natural, cana-de-açúcar e eletricidade - respondem por mais de 90% da expansão da oferta interna de
energia nos próximos 25 anos; e
10
‐ Estima-se que os investimentos necessários para a expansão da oferta de energia considerada como
EIA do Projeto de Implantação da UTE – Presidente Kennedy/ES
referência no PNE 2030 girem em torno de US$ 800 bilhões, concentrados (mais de 80%) nos setores
de petróleo e energia elétrica. Em termos médios anuais, o investimento no setor energético ao longo
dos próximos 25 anos será de US$ 32 bilhões e representará algo como 2,2% do PIB.
2
Balanço Energético Nacional 2012 – Ano base 2011: Síntese do Relatório Final, Rio de Janeiro: EPE, 2012
Os estudos completos da EPE - Plano Nacional de Energia (PNE 2030) e o Balanço Energético Nacional estão
disponíveis no site www.epe.gov.br.
Entretanto, a situação energética do Estado do Espírito Santo é bastante desfavorável em termos de energia
elétrica, por se constituir ponta-de-linha do Sistema Integrado Sul–Sudeste-Centro-Oeste, o Estado produz
apenas cerca de 35% de suas necessidades, importando cerca de 65%.
Esta situação tende a melhorar significativamente a médio prazo, em função de novas unidades
termoelétricas previstas para os próximos anos, no Estado do ES. Sem dúvida nenhuma, o grande
alavancador dessa mudança, será o gás natural. O mercado de gás natural no Espírito Santo, diante da
realidade atual e das boas perspectivas de novos campos de exploração, será um dos maiores do Brasil e
desempenhará um importante papel no desenvolvimento econômico, pesando significativamente no
equacionamento energético.
O advento desse importante mercado de gás natural, fomentado pelos grandes projetos já em operação e em
fases de projetos, permitirá a auto-suficiência na produção de energia elétrica, revertendo o atual quadro de
dependência externa. Como se sabe, o ES não conta com grandes corpos hídricos para a geração de energia
O município de Presidente Kennedy, prepara-se para receber grandes empreendimentos em seu território,
entre eles, o complexo portuário/siderúrgico da Ferrous e o Porto-Indústria Porto Central. As grandes
demandas desses empreendimentos por energia elétrica irão ao encontro da termoelétrica da GERAES, aqui
apresentada.
Além dos grandes empreendimentos mencionados acima, outros, de menores portes surgirão nas formas
associadas ou decorrentes dos maiores.
Vale ainda ressaltar que, buscando um crescimento ordenado da região do extremo sul do estado, entre eles
o município de Presidente Kennedy, o governo do estado desenvolve, desde o último trimestre de 2011, o
Programa de Desenvolvimento Sustentável do Extremo Sul Capixaba (PRODSUL), objetivando um trabalho
coletivo, regional e propositivo, de forma a proporcionar um crescimento sustentável aos oito municípios
integrantes, os quais possuem potencial crescimento devido aos grandes investimentos, decorrentes de
empresas que atuam no mercado petrolífero e de portos. O programa age de forma regional, incentivando
esses municípios a interagirem entre si através de diversos programas e iniciativas de desenvolvimento local
e regional.
A contribuição dos impostos e a demanda de serviços que serão gerados pela UTE Presidente Kennedy nos
seus períodos operacionais irá dinamizar a economia local, reduzindo a dependência dos repasses de
recursos federais e estaduais e gerando oportunidades de emprego e renda.
O acesso ao local pode ser efetuado por uma estrada vicinal que interliga a Rodovia Estadual ES-162 ao
Distrito de Jaqueira. A Rodovia ES-162 atravessa o município de Presidente Kennedy e interliga a Rodovia
Federal BR-101 ao litoral, passando ao Norte do local previsto para implantação da UTE. Ao Sul, pode-se
chegar na área pela Rodovia ES-297 que interliga a Rodovia BR-101 à ES-162.
A Figura 2.3-2 apresenta o Mapa de Localização do Empreendimento, incluindo elementos como núcleos
populacionais, hidrografia e acessos a área prevista para implantação da UTE.
13
Marataízes
· Pres.
Kennedy
Rio de Janeiro
Santo Eduardo
Oceano
ES- Atlântico
1 62
7656000
7656000
Marobá
Jaqueira
Areinha Campo Novo
Legenda:
Limite do Empreendimento
L
PA
Núcleos Populacionais
ICI
7652000
7652000
UN
Hidrografia
AM
AD
Principais Cursos D'água
R
EST
Alojamento
Canteiro de Obras
Estradas
Limite Municipal
Limite Estadual
m
na Fonte de Informação: Geobases/IEMA 300 150 0 300 600 900
ES-0
9 Transporte R$ 16.402.020,00
Dentro desses valores estão inclusos os investimentos em equipamentos de controle ambiental, conforme
apresentado na Tabela 2.4-2.
15
Tabela 2.4-2: Estimativa de Investimento em Equipamentos de Controle Ambiental.
‐ Plataforma de Exploração de Petróleo e Gás offshore na região de Presidente Kennedy, podendo tornar-
se uma opção de abastecimento de gás para a UTE Presidente Kennedy.
Podemos citar como empreendimento similar ao projeto da UTE Presidente Kennedy, a Usina Termoelétrica
Linhares, da empresa Linhares Geração S.A. que é a primeira termelétrica a gás natural do território
capixaba, que entrou em operação comercial em dezembro de 2010, no município de Linhares/ES. A Usina
possui capacidade de geração de 204 MW, consumindo 1,1 milhões de metros cúbicos de gás por dia.
‐ Usina Termelétrica (UTE) Sudeste 1: prevista para ser implantada no município de Guarapari, com acesso
pela Rodovia BR-101- km 335, Fazenda Rancho Novo, na localidade de Várzea Nova. Irá operar em ciclo
termodinâmico simples fechado e terá potência instalada total bruta de 208,16 MW, utilizando o gás
16
natural como combustível.
EIA do Projeto de Implantação da UTE – Presidente Kennedy/ES
‐ Usina Termelétrica Integrada de Vitória (UTEI Vitória): prevista para ser implantada na Área Industrial do
Complexo de Tubarão com potência instalada de aproximadamente 600 MW, de propriedade da Vale
S.A., localizada nos municípios de Serra e Vitória, utilizando tecnologia de CCGN (Ciclo Combinado de
Gás Natural).
Na região prevista para implantação do empreendimento podemos citar como ações governamentais, de
âmbito estadual, os seguintes Programas e Políticas:
Vale destacar que a área prevista para implantação do empreendimento encontra-se localizada dentro do
Distrito Industrial e contribuirá efetivamente para o alcance dos objetivos citados acima.
17
·
7658000
7658000
Marataízes
Pres.
Kennedy
Rio de Janeiro
Oceano
Atlântico
7653400
7653400
Legenda:
Limite do Empreendimento
Alojamento
Canteiro de Obras
7648800
7648800
Distrito Industrial - Presidente Kennedy
Limite Municipal
Limite Estadual
Atlântico Área:
39,8240 ha
Escala:
1:46.000
Data Edição:
30/01/2013
Executado por:
Vinicius André Netto
Os empreendimentos citados demandarão energia elétrica. Devido a isto, haverá uma interação positiva com
a UTE Presidente Kennedy, em razão da geração de energia estar próxima ao centro de carga, situando-se
dentro do mesmo Distrito Industrial.
A Usina Termoelétrica irá operar em ciclo combinado e consistirá de 2 (dois) conjuntos de geração elétrica
com capacidade bruta unitária de 440 MW, totalizando a geração bruta de 880 MW.
O arranjo de cada conjunto de geração será do tipo “1 on 1”, ou seja, contará com 1 (uma) turbina a gás
(TG) e respectiva caldeira de recuperação de calor (HRSG) mais 1 (uma) turbina a vapor (TV). As turbinas
serão montadas em um único sistema de eixo (“single shaft”) com ambas as máquinas (TG e TV) acionando
um único gerador elétrico.
19
O conjunto de geração é baseado na turbina a gás M501J da MHI - Mitsubishi Heavy Industries.
A Figura 2.8.2-1 ilustra o fluxo operacional do empreendimento com indicação dos controles ambientais.
Circuito de Gás
Para a primeira fase (440 MW) o consumo médio esperado de gás natural é de 78.000 m³/h (m³ referido a 1
atm e 20 °C). Para a segunda fase (440 MW) este consumo será duplicado.
O gás natural passará pela Estação de Compressão e Tratamento, caso necessário, e é injetado na Caldeira
Auxiliar e na Turbina à Gás. O gás de exaustão da Turbina à Gás é conduzido à Caldeira de Recuperação
(HRSG) para a produção de vapor para a Turbina a Vapor. Não está prevista a queima de combustível na
caldeira de Recuperação. O Gases de exaustão da Caldeira Auxiliar e da Caldeira de Recuperação,
provenientes da Turbina a Gás, são lançados na atmosfera.
Os principais poluentes gasosos a serem monitorados na UTE serão NOx e CO provenientes da queima de
gás natural na Turbina a Gás. As câmaras de combustão das turbinas a gás são projetadas para minimizar a
geração de NOx, denominados de combustores tipo “Low NOx”.
Os gases deixam a caldeira de recuperação através de uma chaminé onde será instalado um Sistema de
Monitoração Contínua de Emissões (CEMS - Continuous Emission Monitoring System). A chaminé será
dotada também de um ponto de coleta de amostra.
Circuito de Água
‐ Água Potável
A água potável será fornecida pela concessionária local e armazenada no tanque de água potável para
distribuição (fase de operação).
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‐ Água Bruta
Este circuito poderá gerar resíduos sólidos no gradeamento, tais como folhas, galhos, animais mortos e lixos
em geral. Esses resíduos serão abordados no Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) a ser
implantado no empreendimento.
Os efluentes líquidos começarão a ser gerados no clarificador e serão lançados no espessador para
separação de sólidos, sendo a parte líquida será encaminhada para o tanque de monitoramento, cujo
efluente tratado, se estiver dentro dos limites legais será descartado no mar, através do emissário marinho. A
parte sólida será estocada provisoriamente para destinação por empresas especializadas e devidamente
licenciadas.
A partir do clarificador a água industrial seguirá para os filtros e será encaminhada para o tanque de água
industrial (com reserva técnica para combate a incêndio), para make up da torre de resfriamento, para o
posto de dosagem química industrial e para o sistema de flotação. O tanque de água industrial abastecerá o
sistema de desmineralização e a rede de incêndio industrial. O efluente gerado na retrolavagem dos filtros
retornará ao clarificador.
‐ Água Desmineralizada
O efluente que será gerado no sistema de desmineralização e pela ilha de potência será lançado no tanque
de neutralização que, por sua vez, encaminhará para o tanque de monitoramento, cujo efluente, se estiver
dentro dos limites legais será descartado no mar, através do emissário marinho.
‐ Água de Resfriamento
O sistema de resfriamento trabalhará em circuito fechado com água circulando entre condensador da turbina
a vapor e a torre de resfriamento. A compensação da perda de água por evaporação e transporte eólico de
gotículas é feito por uma linha vinda do circuito de água industrial.
O efluente desse circuito será lançado no tanque de monitoramento, cujo efluente tratado, se estiver dentro
dos limites legais será descartado no mar, através do emissário marinho.
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Circuito de Efluente
‐ Efluente Oleoso
EIA do Projeto de Implantação da UTE – Presidente Kennedy/ES
O efluente oleoso gerado será encaminhado para caixa separadora de água/óleo (SAO) que, por sua vez,
lançará a parte líquida no tanque de neutralização e a parte sólida contaminada com óleo, no sistema de
flotação, de onde a parte sólida é retirada e estocada provisoriamente para destinação por empresas
especializadas e devidamente licenciadas.
‐ Efluente Químico
O sistema de coleta de efluente químico lançará o efluente no tanque de neutralização, sendo encaminhado
depois para o tanque de monitoramento, cujo efluente, se estiver dentro dos limites legais será descartado
no mar, através de emissário marinho.
‐ Efluente Sanitário
O esgoto coletado será tratado em uma ETE compacta, cujo lodo será retirado periodicamente por empresas
especializadas e devidamente licenciadas e o efluente líquido tratado será encaminhado para o emissário
marinho para descarte no mar (fase de operação).
As águas pluviais serão coletadas pela rede de drenagem e após sua passagem por desarenadores será
lançada na área alagada do entorno do terreno.
Uma Usina a Ciclo Combinado (CCPS - “Combined Cycle Power Stations”) usa turbinas a gás e a vapor
associadas em uma única planta, ambas gerando energia elétrica a partir da queima do mesmo combustível.
Para isto, o calor existente nos gases de exaustão das turbinas a gás é recuperado para produzir o vapor
necessário ao acionamento da turbina a vapor. Apresentamos abaixo as principais características das
CCPS's:
Turbinas a Gás
O principal elemento das termelétricas de ciclo combinado são as turbinas a gás, uma tecnologia em grande
parte proveniente dos jatos desenvolvidos para as aeronaves militares e civis, onde o combustível é o
querosene. Nas termelétricas, o combustível vem sendo cada vez mais o gás natural, embora seja quase
sempre dada a possibilidade de operar com um segundo combustível, como o diesel, para evitar
interrupções no caso de problemas no suprimento do gás. Entretanto no presente caso não se prevê a
geração com uso de outro combustível senão o gás natural.
Podemos distinguir três componentes principais em uma turbina à gás: o compressor, o sistema de
combustão e a turbina propriamente dita, esta última sendo a fonte de acionamento tanto do compressor
como de um gerador de energia elétrica. O ar atmosférico captado pelo compressor é comprimido no
sistema de combustão à pressão de cerca de 13 bar, e temperatura da ordem de 375º C, a qual se eleva a
1250º C com a queima do gás. A energia gerada na expansão que se segue à queima do gás aciona a
turbina, reduzindo-se a pressão à atmosférica e a temperatura a cerca de 550º C nos gases de exaustão da
23
turbina.
Assim, não é de se esperar que, mesmo com os desenvolvimentos técnicos já antevistos, as turbinas
industriais em ciclo aberto venham a ter eficiência térmica acima de 40%, o que torna este sistema
desinteressante para a geração de energia elétrica. A Figura 2.8.3-1 mostra este esquema, com o fluxo
numérico de energia da unidade.
As CCPS (Combined Cycle Power Stations) têm como um dos seus principais elementos um gerador de vapor
capaz de recuperar parte do calor dos gases de exaustão das turbinas a gás (Heat Recovery Steam Generator
- HRSG). Com isto, a eficiência térmica eleva-se substancialmente, como se vê na Figura 2.8.3-2 abaixo,
pois o vapor assim produzido aciona uma turbina, sem necessidade de queima de combustível adicional. No
24 caso da UTE Presidente Kennedy para cada ilha de potência será instalado somente um gerador (1 on 1) no
mesmo eixo das turbinas (single shaft)
EIA do Projeto de Implantação da UTE – Presidente Kennedy/ES
A temperatura máxima que, nestas condições, pode ser obtida no vapor depende da temperatura dos gases
de exaustão, que, como foi mostrado, é da ordem de 550º C. Um bom número é vapor a 520º C, e 105 bar
de pressão. A quantidade de vapor produzida é suficiente para acionar uma turbina capaz de gerar a metade
da energia elétrica da turbina a gás correspondente. No caso da UTE Presidente Kennedy, a turbina a gás irá
gerar 290 MW e a turbina a vapor 150 MW, perfazendo um total de 440 MW para cada ilha de potência.
Diferentemente dos gases de exaustão de uma turbina a óleo ou de um motor diesel, os gases provenientes 25
de uma turbina a gás ainda contém oxigênio, o que permite a queima suplementar de combustível, se for
Turbina a Vapor
O terceiro elemento básico nas CCPS's é a turbina a vapor, cuja função é gerar energia elétrica adicional a
partir do vapor produzido no HRSG. Seu funcionamento não difere das turbinas usadas em termelétricas
convencionais a vapor, com queima de carvão ou óleo. O vapor que sai da turbina é condensado e volta a ser
usado como água de alimentação do HRSG.
Em instalações de uma única turbina a gás dois arranjos são possíveis: o mais tradicional prevê geradores
elétricos separados, acoplados à turbina a gás e à turbina a vapor, mas é possível acoplar as duas para
acionarem um único gerador, como é o caso da UTE Presidente Kennedy. A diferença é que nela o gerador
fica entre as duas turbinas. A Figura 2.8.3-3 mostra um esquema deste tipo
Apresentamos abaixo o layout do empreendimento com todas as utilidades previstas para instalação da UTE
(Figura 2.9-1).
7673400
7673400
Atílio
Vivácqua
Pres.
Kennedy
Rio de Janeiro
Oceano
Atlântico
Itapemirim
7669600
7669600
7665800
7665800
7662000
7662000
Presidente
Kennedy
7658200
7658200
Marataízes
7654400
7654400
Legenda:
Ponto de Captação
Emissário
Adutora
Rio Itabapoana
Linha de Transmissão
Limite do Terreno
Alojamento
Canteiro de Obras
Limite Municipal
Limite Estadual
Local:
Presidente Kennedy - Espírito Santo - Brasil
Projeção Universal Transversa de Mercator Escala Gráfica
Oceano Datum Horizontal WGS1984 - Fuso: 24S
Fonte de Informação: Geobases/IEMA 0 110 220 440 660
m
880
7650600
05/04/2013 Vinicius André Netto
Apresentamos abaixo o Cronograma Físico previsto para execução das atividades/obras durante a fase de
implantação do empreendimento.
Durante a fase de operação as atividades serão realizadas todos os dias, em 04 turnos de 06 horas cada
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