Descritores de Matemática No Ensino Médio Teoria e Problemas

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Secretaria de Educação do Estado de Goiás

Colégio Estadual da Polícia Militar de Goiás - Dr.

César Toledo

DESCRITORES DE MATEMÁTICA
NO ENSINO MÉDIO
Teoria e Problemas

Autor: Prof. Dr. Jeerson dos Santos e Silva

Goiás
2021
Descritores de Matemática: Teoria e
Problemas

CEPMG - DR. CÉSAR TOLEDO


2021
Descritores de Matemática por Temas
no Ensino Médio

ESPAÇO E FORMA:

D1 Identicar guras semelhantes mediante o reconhecimento de relações de propor-

cionalidade.

D2 Reconhecer aplicações das relações métricas do triângulo retângulo em um pro-

blema que envolva guras planas ou espaciais.

D3 Relacionar diferentes poliedros ou corpos redondos com suas planicações ou

vistas.

D4 Identicar a relação entre o número de vértices, faces e/ou arestas de poliedros

expressa em um problema.

D5 Resolver problema que envolva razões trigonométricas no triângulo retângulo

(seno, cosseno, tangente).

D6 Identicar a localização de pontos no plano cartesiano.

D7 Interpretar geometricamente os coecientes da equação de uma reta.

D8 Identicar a equação de uma reta apresentada a partir de dois pontos dados ou

de um ponto e sua inclinação.

D9 Relacionar a determinação do ponto de interseção de duas ou mais retas com a

resolução de um sistema de equações com duas incógnitas.

D10 Reconhecer, dentre as equações do 2º grau com duas incógnitas, as que represen-

tam circunferências.

GRANDEZAS E MEDIDAS:

D11 Resolver problema envolvendo o cálculo de perímetro de guras planas.

D12 Resolver problema envolvendo o cálculo de área de guras planas.

3
4

D13 Resolver problema envolvendo a área total e/ou volume de um sólido (prisma,

pirâmide, cilindro, cone, esfera).

NÚMEROS E OPERAÇÕES/ ÁLGEBRA E FUNÇÕES:

D14 Identicar a localização de números reais na reta numérica.

D15 Resolver problema que envolva variação proporcional, direta ou inversa, entre

grandezas.

D16 Resolver problema que envolva porcentagem.

D17 Resolver problema envolvendo equação do 2º grau

D18 Reconhecer expressão algébrica que representa uma função a partir de uma ta-

bela.

D19 Resolver problema envolvendo uma função do 1º grau.

D20 Analisar crescimento/decrescimento, zeros de funções reais apresentadas em grá-

cos.

D21 Identicar o gráco que representa uma situação descrita em um texto.

D22 Resolver problema envolvendo P.A./P.G. dada a fórmula do termo geral.

D23 Reconhecer o gráco de uma função polinomial de 1º grau por meio de seus

coecientes.

D24 Reconhecer a representação algébrica de uma função do 1º grau dado o seu gráco.

D25 Resolver problemas que envolvam os pontos de máximo ou de mínimo no gráco

de uma função polinomial do 2º grau.

D26 Relacionar as raízes de um polinômio com sua decomposição em fatores do 1º

grau.

D27 Identicar a representação algébrica e/ou gráca de uma função exponencial.

D28 Identicar a representação algébrica e/ou gráca de uma função logarítmica,

reconhecendo-a como inversa da função exponencial.

D29 Resolver problema que envolva função exponencial.

D30 Identicar grácos de funções trigonométricas (seno, cosseno, tangente) reconhe-

cendo suas propriedades.

D31 Determinar a solução de um sistema linear associando-o à uma matriz.


5

D32 Resolver problema de contagem utilizando o princípio multiplicativo ou noções

de permutação simples, arranjo simples e/ou combinação simples.

D33 Calcular a probabilidade de um evento.

TRATAMENTO DE INFORMAÇÃO:

D34 Resolver problema envolvendo informações apresentadas em tabelas e/ou grácos.

D35 Associar informações apresentadas em listas e/ou tabelas simples aos grácos que

as representam e vice-versa.
É no conhecimento que conseguímos nos libertar das amarras da escravidão. Deseje o

conhecimento e faça de você uma pessoa que propague conhecimento. Somente assim,

podemos transformar as pessoas ao nosso redor.


Prefácio

Por muitas vezes fui um crítico cego dos descritores da matemática. Criticava,

pois não conhecia intimamente. Com o passar do tempo notei que os conhecimentos

explorados pelos descritores são básicos. Tais conhecimentos são indispensáveis para a

formação discente. Hoje, vejo que não podemos aceitar que um aluno deixe o ensino

médio sem o domínio de uma boa porcentagem dos conteúdos tratados nesse livro.

Todo conhecimento que está neste livro só terá valor se você se empenhar em realizar

todas as atividades. No nal desse processo, espero que o seu conhecimento esteja mais

aprofundado nos tópicos abordados.


Sumário

Introdução 1

1 Espaço e Forma 2
1.1 Descritor D1 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1.1.1 Semelhança de Triângulos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1.1.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

1.2 Descritor D2 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

1.2.1 Relações métricas no triângulo retângulo . . . . . . . . . . . . . 10

1.2.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

1.3 Desdritor D3 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

1.3.1 Planicações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

1.3.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

1.4 Descritor D4 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

1.4.1 A Relação de Euler . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

1.4.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

1.5 Descritor D5 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

1.5.1 Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo . . . . . . . . . 23

1.5.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

1.6 Descritor D6 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

1.6.1 Plano Cartesiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

1.6.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

1.7 Descritor D7 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

1.7.1 Coeciente Angular e Coeciente Linear de uma Reta . . . . . . 31

1.7.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

1.8 Descritor D8 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

1.8.1 Equação da Reta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

1.8.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

1.9 Descritor D9 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

1.9.1 Posições relativas entre duas retas e a resolução de sistemas lineares 43

1.9.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

1.10 Descritor D10 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

8
SUMÁRIO 9

1.10.1 Equação Reduzida e Equação Geral da Circunferência . . . . . . 48

1.10.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

2 Grandezas e Medidas 55
2.1 Descritor D11 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

2.1.1 Périmetros de Fíguras Planas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

2.1.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

2.2 Descritor D12 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60

2.2.1 Áreas de Figuras Planas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60

2.2.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

2.3 Descritor D13 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

2.3.1 Volume de um Prisma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

2.3.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

2.3.3 Volume de uma Pirâmide . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

2.3.4 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76

2.3.5 Volume do Cilindro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77

2.3.6 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78

2.3.7 Volume do Cone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80

2.3.8 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82

2.3.9 Área Lateral e Área Total . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83

2.3.10 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86

3 Números e Operações 88
3.1 Descritor D14 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88

3.1.1 Reta Numérica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88

3.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90

3.3 Descritor D15 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92

3.3.1 Grandezas diretamente proporcionais e inversamente proporcionais 92

3.3.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93

3.3.3 Regra de Três Composta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95

3.3.4 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97

3.4 Descritor D16 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98

3.4.1 Porcentagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98

3.4.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101

3.5 Descritor D17 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102

3.5.1 Equação Quadrática e Função Quadrática . . . . . . . . . . . . 102

3.5.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109

3.6 Descritor D18 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110

3.6.1 A lei de formação de funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111


SUMÁRIO 10

3.6.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112

3.7 Descritor D19 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114

3.7.1 Equações do Primeiro Grau e Funções do Primeiro Grau . . . . 114

3.7.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117

3.8 Descritor D20 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119

3.8.1 Análise Gráca de uma Função . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119

3.8.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122

3.9 Descritor D21 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124

3.9.1 Associando informações analíticas de uma função ao seu gráco. 125

3.9.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126

3.10 Descritor D22 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130

3.10.1 Progressões Aritméticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131

3.10.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134

3.10.3 Progressões Geométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137

3.10.4 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141

3.11 Descritor D23 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143

3.11.1 Associando a função y = ax + b ao seu respectivo gráco . . . . 143

3.11.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 146

3.12 Descritor D24 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148

3.12.1 Associando o gráco de uma função am ao seu gráco . . . . . 148

3.12.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149

3.13 Descritor D25 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151

3.13.1 Máximos e Mínimos de funções quadráticas . . . . . . . . . . . 152

3.13.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153

3.14 Descritor D26 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155

3.14.1 A conexão entre as raízes reais de um polinômio e sua forma

fatorada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155

3.14.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158

3.15 Descritor D27 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159

3.15.1 Funções Exponenciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159

3.15.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164

3.16 Descritor D28 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168

3.16.1 Logaritmos e Funções Logarítmicas . . . . . . . . . . . . . . . . 168

3.16.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169

3.16.3 Propriedades do Logaritmos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 170

3.16.4 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172

3.16.5 Funções Logarítmica e sua Relação com a Função Exponencial . 173

3.16.6 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175

3.17 Descritor D29 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 177


SUMÁRIO 11

3.17.1 Aplicações das funções exponenciais . . . . . . . . . . . . . . . . 178

3.17.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 178

3.18 Descritor D30 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180

3.18.1 A função f (x) = sin(x) e suas variações. . . . . . . . . . . . . . 180

3.18.2 A função f (x) = cos(x) e suas variações . . . . . . . . . . . . . 186

3.18.3 A função f (x) = tan(x) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189

3.18.4 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 190

3.19 Descritor D31 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 196

3.19.1 Sistemas Lineares do tipo 2×2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 196

3.19.2 Sistemas lineares 2×2 e a forma matricial . . . . . . . . . . . . 201

3.19.3 Sistemas lineares do tipo 3×3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203

3.19.4 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205

3.20 Descritor D32 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 210

3.20.1 Métodos de Contagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 210

3.20.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 216

3.21 Descritor D33 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 221

3.21.1 Uma breve teoria das probabilidades . . . . . . . . . . . . . . . 222

3.21.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 230

4 Tratamento da Informação 236


4.1 Descritor D34 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 236

4.1.1 Tabelas e Grácos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 236

4.1.2 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 240

4.2 Descritor D35 - Teoria e Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 246

4.2.1 Problemas Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 246

Referências Bibliográcas 248


Introdução

Os descritores de matemática no ensino médio são habilidades que esperamos que

o discente alcance no nal dos três anos de permanência no colégio. Este livro associa

a cada descritor, teoria e problemas, am de se tornar o material completo nessa dis-

cussão.

O livro é formado por quatro capítulos: Espaço e Forma, Grandezas e Medidas,

Números e Operações e Tratamento de Informação. Cada capítulo é subdividido em

seções que trata cada descritor associado. Para cada descritor temos subseções que

apresentam teoria e problemas. São mais de 300 exercícios e mais de 100 exercícios

resolvidos.

Os problemas são de um nível fácil e com crescente em diculdade. Aqui referencio

o trabalho do professor Warles e seu blog https://profwarles.blogspot.com. O trabalho

realizado por esse professor é fundamental e tem ajudado muito o ensino da matemá-

tica. Boa parte dos problemas que apresentamos aqui foram retirados blog supracitado.

Tais problemas são oriundos de avaliações externas tais como: SAEB, SAEP, SAEGO,

GAVE, etc. Apresentamos em alguma seções problemas de provas como ENEM, FU-

VEST e PUC;

Enm, esse livro é completo e soma com os trabalhos do professor Warles no sentido

que completam.

1
Capítulo 1

Espaço e Forma

Neste primeiro capítulo vamos discutir sobre os descritores associados ao tema es-

paço e forma. Toda abordagem realizada a seguir é feita por meio de uma fundamen-

tação teórica seguida de problemas relacionados. Estes problemas possuem o mesmo

nível de diculdade cobrada nas provas de avaliação externa.

1.1 Descritor D1 - Teoria e Problemas

O descritor D1 está relacionado semelhança e proporcionalidade. Discutiremos pri-

meiramente as semelhanças de triângulos e posteriormente, estenderemos a semelhança

para polígonos em gerais.

1.1.1 Semelhança de Triângulos


Dizemos que dois triângulos ∆ABC e ∆DEF são semelhantes quando os ângulos

correspondentes possuem medidas iguais.

Figura 1.1: ∆ABC e ∆DEF são semelhantes

Assim, vale as igualdades

ABC
b = D EF
b B CA
b = E Fb D C AB
b = F DE
c

Uma consequência da semelhança dos triângulos ∆ABC e ∆DEF é a proporcionali-

2
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 3

dade dos lados correspondentes

AB AC BC
= = =k
DE DF EF

O valor k é chamado de constante de proporcionalidade ou razão de semelhança.


Desta forma, dois triângulos ∆ABC e ∆DEF são semelhantes se, e somente se, as

medidas dos lados correspondentes são proporcionais.

Os casos de semelhanças podem ser analisados por meio de três casos, de modo

que se qualquer um dos casos for satisfeitos, os triângulos analisados são semelhantes.

Esses casos são caminhos alternativos para a vericação da semelhança.

ˆ Caso Ângulo - Ângulo (AA): Caso dois triângulos apresentem dois ângulos

correspondentes e congruentes são tidos como semelhantes.

Figura 1.2: ∆ABC e ∆A0 B 0 C 0 são semelhantes

ˆ Caso Lado - Lado - Lado (LLL): Caso dois triângulos possuam três lados

correspondentes proporcionais são classicados de semelhantes.

Figura 1.3: ∆ABC e ∆DEF são semelhantes

ˆ Caso Lado - Ângulo - Lado (LAL): Caso dois triângulos tenham pares de

lados proporcionais e o ângulo entre eles for de mesma medida são considerados

semelhantes.
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 4

Figura 1.4: ∆ABC e ∆A0 B 0 C 0 são semelhantes

Exemplo 1.1 Os triângulos abaixo são semelhante no caso (AA). Qual o valor da

medida H?

a) 18 m b) 27 m c) 36 m d) 54 m e) 72 m

Resolução 1 Se os triângulos são semelhantes, então os lados correspondentes são

proporcionais. Portanto

H 30
= implica que 2H = 54 logo, H = 27 m
1, 8 2

Exemplo 1.2 Observe os triângulos desenhados abaixo.

Quais desses triângulos são semelhantes?

a) I e III b) I e IV c) II e III d) II e IV e) III e IV

Resolução 2 Note que os triângulos I e III são semelhantes pelo caso (LAL), uma

vez que os dois lados de medida 7 cm no triângulo I são proporcionais aos lados de

medida 3,5 cm no triângulo III e o ângulo compreendido entre esses lados, para ambos

triângulos, possui e a mesma medida 75°.


CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 5

Exemplo 1.3 Entre as guras abaixo, as que representam triângulos semelhantes são

a) I e II b) I e III c) I e IV d) II e III e) III e IV

Resolução 3 Note que os triângulos I e IV são semelhantes pelo caso (LLL) uma

vez que se as medidas dos lados do triângulo I forem multiplicadas por 2, obtemos as

medidas dos lados do triângulo IV.

A semelhança de polígonos é uma extensão do que realizamos para a semelhança de

triângulos. Dizemos que dois polígonos são semelhantes quando eles possuem o mesmo

número de lados e satisfazem as condições:

ˆ Ângulos internos iguais;

ˆ Lados correspondentes proporcionais;

ˆ Consequentemente, a razão entre dois lados correspondentes é sempre a mesma.

O valor dessa razão também é chamado de constante de proporcionalidade ou razão de

semelhança.

Figura 1.5: Polígonos semelhantes


CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 6

Uma consequência importante sobre polígonos semelhantes e, logicamente, válido

para os triângulos é:
Se dois polígonos são semelhantes com razão de semelhança k, então os
perímetros são proporcionais com razão k e as áreas são proporcionais com
razão k2 .
Exemplo 1.4 O quadrilátero ABCD é semelhante ao quadrilátero EFGH.

A medida do lado BC, em centímetros, é

a) 8 b) 11 c) 31 d) 32 e) 40

Resolução 4 Se os quadriláteros são semelhantes, então os lados correspondentes são

proporcionais. Portanto, denotando a medida de BC por x, temos

x 5
= implica que 10x = 80 logo, x=8
16 10

Exemplo 1.5 Duas casinhas desenhadas numa malha quadriculada de são represen-

tadas nas Figuras 1 e 2 abaixo.

Se a Figura 2 é uma ampliação da Figura 1, qual a área da Figura 2?

Resolução 5 Esse problema pode ser resolvido sem a necessidade de usar semelhança,

mas o faremos por meio da semelhança de polígonos. Começamos a observar a pro-

porcionalidade das partes que compõem a Figura 1 e Figura 2.


CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 7

Cor Proporcionalidade da Fig. 2 p/ Fig. 1 Proporcionalidade da área


VERDE 3 32
=9
BEGE 3 32 =9
AZUL 3 32 =9
VERMELHA 3 32 =9

Assim, a área da gura 2 é nove vezes a área da gura 1. Se a gura 1 é com-

posta por 10 quadradinhos da malha, então a gura 2 é composta por 9 × 10 = 90


quadradinhos. Portanto, a área da gura 2 é 90 unidades de área.

1.1.2 Problemas Propostos


1. Observe os dois triângulos semelhantes, na malha quadriculada abaixo:

A área do triângulo maior é correspondente a quantas vezes a área do triângulo

menor?

a) 2 b) 3 c) 4 d) 5 e) 6

2. Qual o valor de x, em centímetros, nos triângulos a seguir?

a) 20 b) 24 c) 48 d) 49 e) 50

3. Na imagem a seguir, é possível perceber dois triângulos que compartilham parte

de dois lados. Sabendo que os segmentos BA e DE são paralelos, qual a medida

de x em metros?
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 8

a) 210 b) 220 c) 230 d) 240 e) 250

4. Observe o triângulo abaixo.

Qual é o triângulo semelhante ao triângulo dado?

5. Observe os triângulos A e B a seguir:


CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 9

Sabendo que os triângulos A e B são semelhantes, a constante de proporcionali-

dade k que gerou o triângulo B é:

a) 0,25 b) 1 c) 2 d) 3 e) 4

6. Na gura a seguir temos dois triângulos semelhantes nos quais os ângulos x


e y medem respectivamente 45° e 55°. Calcule a medida dos ângulos w e z,

respectivamente.

a) 55° e 45° b) 55° e 80° c) 45° e 100° d) 55° e 100° e) 80 e 100°

7. Na gura, o triângulo ABC é retângulo em A, ADEF é um quadrado, AB=1 e

AC=3. Quanto mede o lado do quadrado?

a) 0,70 b) 0,75 c) 0,80 d) 0,85 e) 0,90

8. Os três lados de um triângulo ABC medem, respectivamente, 6 cm, 15 cm e 16

cm. Determine os lados de um triângulo ∆A0 B 0 C 0 semelhante a ∆ABC , sabendo


que a razão de semelhança de∆ABC para o ∆A0 B 0 C 0 é igual a 4.

9. Uma rampa de inclinação constante, como a que dá acesso ao Palácio do Planalto

em Brasília, tem 4 metros de altura na sua parte mais alta. Uma pessoa, tendo

começado a subi-la, nota que após caminhar 12,3 metros sobre a rampa está a

1,5 metros de altura em relação ao solo. Quantos metros a pessoa ainda deve

caminhar para atingir o ponto mais alto da rampa?


CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 10

a) 20 b) 20,5 c) 21 d) 32,8 e) 33

10. O dono de um sítio pretende colocar uma haste de sustentação para melhor

rmar dois postes de comprimentos iguais a 6 m e 4 m. A gura representa a

situação real na qual os postes são descritos pelos segmentos AC e BD e a haste

é representada pelo segmento EF, todos perpendiculares ao solo, que é indicado

pelo segmento de reta AB. Os segmentos AD e BC representam cabos de aço que

serão instalados.

Qual deve ser o valor do comprimento, em metros, da haste EF?



a) 1 b) 2 c) 2,4 d) 3 e) 2 6

1.2 Descritor D2 - Teoria e Problemas

O descritor D2 está relacionado a relações métricas no triângulo retângulo. Vamos

inicialmente apresentar as relações métricas em um triângulo retângulo e, posterior-

mente, aplicá-las.

1.2.1 Relações métricas no triângulo retângulo


As relações métricas de um triângulo retângulo são equações que relacionam as medidas

do triângulo retângulo. Os elementos de um triângulo retângulo estão apresentados

abaixo:
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 11

Sendo:

a: medida da hipotenusa (lado oposto ao ângulo de 90º)

b: cateto

c: cateto

h: altura relativa à hipotenusa

n: projeção do cateto c sobre a hipotenusa

m: projeção do cateto b sobre a hipotenusa

Neste material, não estamos interessados na demonstração das relações que são

oriundas do triângulo retângulo acima. Ressaltamos que todas as relações que são

descritas abaixo são obtidas por meio de semelhança de triângulos. Vamos destacar

quatro relações trigonométricas no triângulo retângulo:

RELAÇÕES MÉTRICAS: Vale as relações métricas:

(1) a · h = b · c (área de ∆ABC )

(2) h2 = m · n

(3) c2 = a · n

(4) b2 = a · m
A relação mais famosa num triângulo retângulo é o bem creditado Teorema de Pi-
tágoras.
TEOREMA DE PITÁGORAS: A soma do quadrado dos catetos é igual
ao quadrado da hipotenusa. Ou seja:

a2 = b 2 + c 2

Essas serão as relações que iremos aplicar nos problemas propostos. Vamos resolver

alguns exemplos:

Exemplo 1.6 No processo de decolagem, um avião saiu do chão sob um determinado

ângulo e se manteve em linha reta até atingir a cabeceira da pista, conforme o desenho

abaixo.
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 12

De acordo com esse desenho, quantos metros esse avião percorreu do momento em que

saiu do chão até o momento em que atingiu a cabeceira da pista de decolagem?

a) 200 b) 280 c) 400 d) 9600 e) 40000

Resolução 6 A quantidade em metros da distância percorrida pelo avião é a hipo-

tenusa do triângulo retângulo desenhado. Portanto, podemos aplicar o Teorema de

Pitágoras, pois conhecemos os dois catetos. Assim,

a2 = (120)2 + (160)2 = 40000 implica que a = 200

Exemplo 1.7 Na gura abaixo, ABCD é um retângulo e AC sua diagonal.

Qual é a menor distância x, em centímetros, do vértice B até a diagonal?

a) 4 b) 3,6 c) 4,8 d) 5 e) 10

Resolução 7 A menor distância x é obtida quando o segmento que une o vértice B


a diagonal AC é ortogonal (forma um ângulo de 90 °). Nosso intuito é usar a relação

métrica (1). Para isso, vamos precisar da hipotenusa que é obtida usando o Teorema

de Pitágoras. Fazendo isso, obtemos que para c=8 e b = 6, temos a = 10. Agora,

usando a relação (1)

a·h=b·c implica que 10h = 6 · 8 logo, h = 4, 8

Exemplo 1.8 Uma esfera de raio r inscrita num octaedro regular de aresta 12 cm,

conforme a gura:
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 13

O raio r da esfera, em centímetros, mede


√ √ √
a) 24 b) 18 c) 2 6 d) 6 3 e) 6 2

Resolução 8 O procedimento é o mesmo no problema anterior. Considerando o tri-

ângulo retângulo ∆ABC , o raio r é a medida CD. Aplicaremos a relação (1) com

c = 6 2 e b = 6. A medida a é dada na gura como a medida do segmento AB .

Portanto, a = 6 3. Usando a relação (1), com r = h, temos


√ √ 36 2 √
a·r =b·c implica que (6 3)r = 6 · 6 2 logo, r= √ =2 6
6 3

1.2.2 Problemas Propostos


1. A gura abaixo mostra a escada de acesso à casa de Ricardo. O corrimão dessa

escada está representado pelo segmento de reta RS que é paralelo ao segmento

PQ.

O comprimento do corrimão dessa escada, em metros, mede aproximadamente

a) 7 b) 8 c) 10 d) 24 e) 52

2. Uma aranha teceu uma teia que coincide com a diagonal de uma caixa retangular

partindo do ponto P em direção ao ponto Q, conforme o desenho abaixo.

Qual é o comprimento, em cm, dessa teia?

a) 105 b) 120 c) 125 d) 160 e) 205

3. Em um triângulo retângulo ABC, retângulo em Â, a medida de um cateto é 30

cm e a medida de AH é 24 cm, onde AH é a altura do triângulo em relação


CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 14

ao vértice Â. Qual a medida a da hipotenusa e a medida do outro cateto, são

respectivamente:

a) 50 e 40 b) 35 e 30 c) 40 e 35 d) 45 e 40 e) 50 e 45

4. O desenho abaixo representa a planta baixa de um terreno no qual o proprietário

deseja colocar um portão de comprimento x.

Qual é a medida do comprimento x, em metros, desse portão?

a) 2,64 b) 3,74 c) 5 d) 8 e) 33

5. Um marceneiro xou uma tábua de passar roupa perpendicular a uma parede, a

0,90 metros do chão. Para aumentar a resistência, ele colocou dois apoios, como

mostra a gura abaixo.

O comprimento x do apoio menor é

a) 0,42 b) 0,48 c) 0,72 d) 0,75 e) 0,87

6. Duas pessoas, partindo de um mesmo local, caminham em direções ortogonais.

Uma pessoa caminhou 12 metros para o sul, a outra, 5 metros para o leste. Qual

a distância, em metros, que separa essas duas pessoas?

a) 7 b) 13 c) 17 d) 60 e) 119

7. Para reforçar a estrutura PQR, retângulo em P, foi colocada uma trave PM, como

mostra a gura abaixo.


CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 15

Qual a medida do comprimento, em metros, da trave PM?

a) 1 b) 2,4 c) 3 d) 3,5 e) 5

8. O sólido representado na gura é um prisma reto retangular, e tem dimensões

medindo 6 cm, 8 cm e 10 cm.

Qual é, em centímetros, a soma das medidas dos segmentos AM e MP?


√ √
a) 20 b) 10 2 c) 10(1 + 2) d) 24 e) 30

1.3 Desdritor D3 - Teoria e Problemas

O descritor D3 está relacionado as planicações de poliedros e corpos redondos.

Nesta parte dizemos o signicado da planicação de um poliedro ou corpos redondos

e seguiremos para os problemas propostos.

1.3.1 Planicações
A planicação de um sólido geométrico é a apresentação de todas as formas que cons-

tituem sua superfície em um plano, ou seja, em duas dimensões. Essas planicações

são usadas de várias maneiras, como para calcular a área da superfície de um sólido.

Vejamos as planicações de alguns sólidos especiais:

ˆ Prismas: Os prismas são sólidos geométricos formados por duas bases, que são

polígonos quaisquer congruentes e paralelos, e por faces laterais que sempre são

paralelogramos.
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 16

Figura 1.6: Planicação de um prisma de base pentagonal

ˆ Pirâmides: s pirâmides são sólidos formados por uma base, que pode ser qual-

quer polígono, e por faces laterais que são obrigatoriamente triângulos.

Figura 1.7: Planicação de uma pirâmide de base pentagonal

ˆ Cilindros: Os cilindros são sólidos geométricos cujas bases são dois círculos

paralelos e congruentes. Em sua planicação, temos dois círculos e um retângulo.

Figura 1.8: Planicação de um cilindro


CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 17

1.3.2 Problemas Propostos


1. Aline comprou um panetone que veio em uma embalagem no formato de um

tronco de pirâmide pentagonal, conforme a representada no desenho abaixo.

A planicação que melhor representa esse sólido é:

2. O poliedro desenhado abaixo é um prisma reto cuja base é um triângulo retângulo.

Uma planicação desse prisma é:


CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 18

3. Observe a pirâmide de base quadrada representada na gura abaixo.

Qual das guras abaixo corresponde à planicação dessa pirâmide?

4. A gura abaixo representa a planicação de uma embalagem com a forma de um

prisma de base hexagonal.

Ao montarmos essa embalagem, qual face cará oposta à face pintada?

a) M b) N c) O d) P e) Q

5. Dois pontos na superfície de um cubo são opostos se o segmento de reta que os

liga passa pelo centro do cubo. Na gura vemos uma planicação de um cubo,

na qual as faces destacadas em cinzento foram divididas em nove quadradinhos

iguais.
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 19

Quando o cubo for montado, qual será o ponto oposto ao ponto P?

a) A b) B c) C d) D e) E

6. Considere as guras abaixo:

As guras I, II e III correspondem, respectivamente, às planicações de:

a) prisma, cilindro, cone.

b) pirâmide, cone, cilindro.

c) prisma, pirâmide, cone.

d) pirâmide, prisma, cone.

e) pirâmide, cone, prisma.

1.4 Descritor D4 - Teoria e Problemas

O descritor D4 está relacionado ao uso da Relação de Euler. Tal relação faz uma

relação entre os números de faces, vértices e arestas de um poliedro. Apresentamos a

denição de cada um dos elementos listados e da relação de Euler.

1.4.1 A Relação de Euler


Antes de apresentar a Relação de Euler vamos conceituar os elementos aresta, face e
vértice de um poliedro. Os poliedros são formas geométricas espaciais que apresentam

todas as faces planas. Os elementos de um poliedro são:

ˆ Face: É a superfície plana do poliedro.

ˆ Arestas: É a interseção de duas faces. Isto é, são as linhas resultantes do

encontro de duas faces.

ˆ Vértices: É o encontro de duas ou mais arestas.


CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 20

Figura 1.9: Poliedro com 6 faces, 12 arestas e 8 vértices

Note que a gura acima possui número de vértices mais o número de faces igual

ao número de arestas mais duas unidades. Isto é válido em todos poliedros e nos dá a

seguinte relação:

RELAÇÃO DE EULER: Em todo poliedro vale a relação

V +F =A+2

onde: V é o número de vértices, F o número de faces e A o número de


arestas.
Outras relações importantes para a resolução de problemas relacionam arestas e

faces, arestas e vértices.

RELAÇÕES ADICIONAIS: Em todo poliedro vale a relação

2A = 3V3 + 4V4 + 5V5 + · · ·


2A = 3F3 + 4F4 + 5F5 + · · ·

onde: Vn é o número de vértices que recebe n arestas, Fn o número de faces


formadas por n arestas, com n ∈ N n ≥ 3.
Exemplo 1.9 Pela Relação de Euler, tem-se que F + V = A + 2, onde F é o número

de faces, V o número de vértices e, A o número de arestas. Qual é o número de faces

de um poliedro convexo, que tem 9 arestas e 6 vértices?

a) 3 b) 4 c) 5 d) 6 e) 7

Resolução 9 Pela relação de Euler temos

F +6=9+2 implica que F = 11 − 6 = 5

Exemplo 1.10 Um poliedro convexo possui 2 faces pentagonais, 5 faces quadrangula-

res. Qual é o número de arestas desse poliedro?

a) 40 b) 38 c) 30 d) 19 e) 15

Resolução 10 Para o poliedro em questão, F5 = 2 e F4 = 5. Portanto, pelas relações

adicionais, temos

2A = 4 × 5 + 5 × 2 implica que 2A = 30 logo A = 15


CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 21

Exemplo 1.11 Um poliedro convexo tem 3 faces pentagonais e algumas faces trian-

gulares. Qual o número de faces desse poliedro, sabendo que o número de arestas é o

quádruplo do número de faces triangulares.

Resolução 11 Para o poliedro em questão F5 = 3 e F3 = x , onde x ca a determinar.

O número de faces desse poliedro é F = F3 + F5 , isto é, F = x + 3. Visto que o número

de arestas é o quádruplo do número de faces triangulares, temos que A = 4x. Usando

as relações adicionais

2A = 3F3 + 5F5 implica que 8x = 3x + 5 × 3 logo 5x = 15 portanto x=3

Desta forma, o número de faces é F = x + 3 = 3 + 3 = 6.

1.4.2 Problemas Propostos


1. Leandro faz coleção de dados. Um desses dados tem o formato de um tetraedro

regular, cujas faces são formadas por 4 triângulos equiláteros. O número de

vértices desse poliedro é

a) 18 b) 12 c) 10 d) 6 e) 4

2. Davi construiu com papéis coloridos um poliedro cujo número de arestas é o

dobro do número de faces acrescido de 6. O número de vértices é o dobro do

número de faces subtraído de 4. Quantos vértices tem esse poliedro?

a) 30 b) 20 c) 16 d) 12 e) 10

3. Gilberto ganhou uma caixa com a forma indicada no desenho abaixo.

Quantas arestas possui essa caixa?

a) 30 b) 20 c) 16 d) 12 e) 10

4. Quantos vértices possui o poliedro abaixo?


CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 22

a) 20 b) 18 c) 16 d) 12 e) 10

5. Ao manusear um sólido geométrico, Mateus observou que ele era um poliedro

convexo formado por duas faces pentagonais e cinco faces quadrangulares. Qual

é o número de vértices desse poliedro?

a) 30 b) 25 c) 20 d) 15 e) 10

6. As bases de um prisma reto são formadas por polígonos de n lados. Os números

de vértices, faces e arestas desse prisma, nessa ordem, são

a) n, n − 2 e 2n.
b)n, n+2 e 2n.
c) 2n, n + 2 e 3n.
d) 3n, n + 2 e 2n.
e) 3n, n + 2 e 4n.

7. Uma caixa no formato de um poliedro precisa ser reforçada com 3 parafusos em

cada vértice, um revestimento de metal nas suas 7 faces e uma aplicação de uma

cola especial em todas as 15 arestas. A quantidade necessária de parafusos será

igual a:

a) 72 b) 66 c) 24 d) 30 e) 10

8. Uma pirâmide tem 21 vértices e sua base é um polígono de 20 lados. Quantas

arestas tem essa pirâmide?

a) 21 b) 39 c) 40 d) 42 e) 44

9. O número de faces de um poliedro convexo de 22 arestas é igual ao número de

vértices. Então, qual o número de faces do poliedro?

10. Sabendo que em um poliedro o número de vértices corresponde a 2/3 do número

de arestas, e o número de faces é três unidades menos que o de vértices. Calcule

o número de faces, de vértices e arestas desse poliedro.


CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 23

1.5 Descritor D5 - Teoria e Problemas

O descritor D5 está relacionado razões trigonométricas no triângulo retângulo. As

razões a serem observadas serão as mais usuais seno, cosseno e tangente. Vamos

apresentar as relações a serem usadas e aplicá-las em alguns exemplos.

1.5.1 Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo


As razões trigonométricas, também chamadas de relações trigonométricas, são as pos-

síveis divisões entre as medidas dos dois lados de um triângulo. Apresentamos as três

mais conhecidas dessas relações:

Figura 1.10: Triângulo Retângulo

ˆ Seno
Cateto Oposto CO
sin α = =
Hipotenusa H
ˆ Cosseno
Cateto Adjacente CA
cos α = =
Hipotenusa H
ˆ Tangente
Cateto Oposto CO
tan α = =
Cateto Adjacente CA
Para a maioria dos problemas que apresentamos e que percorrem as provas de

avaliação do índice educacional, usaremos a tabela a seguir dos ângulos notáveis 30°,

45° e 60°.
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 24

Valores que fogem dessa tabela são normalmente apresentados no enunciado do pro-

blema.

Exemplo 1.12 Observe abaixo o esquema que um observador montou para estimar a

altura de uma torre de energia.

Qual é a altura h aproximada dessa torre de energia?

a) 15,97 b) 17,67 c) 26,25 d) 27,62 e) 34,73

Resolução 12 Observemos que parte da medida desejada h é oposta ao ângulo de 38°.

O valor conhecido , 20,48 m, está relacionado cateto adjacente ao ângulo dado. Rela-

cionamos parte da medida h uma vez que o triângulo que analisaremos está suspenso

do solo 1,7 m. Assim, se denotarmos por x a medida do cateto oposto temos que

h = x + 1, 7. A medida trigonométrica a ser usada é a tangente, uma vez que queremos

uma medida oposta a 38° e temos uma informação adjacente ao ângulo dado. Pela

tabela contida nas informações do exemplo, temos

x x
tan(38◦ ) = implica que 0, 78 = logo x = 0, 78 × 20, 48 ≈ 15, 97
20, 48 20, 48

Sendo h = x + 1, 7, temos que h = 15, 97 + 1, 7 = 17, 67.

Exemplo 1.13 Para se deslocar de sua casa até a sua escola, Pedro percorre o trajeto

representado na gura abaixo.

A distância total, em km, que Pedro percorre no seu trajeto de casa para a escola é de:
√ √ √ √ √
a) 4+ 3/4 b) 4+ 3 c) 4 + 4 3/3 d) 4 3 e) 4+4 3
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 25

Resolução 13 Basta calcularmos a distância horizontal percorrida por Pedro. Pode-

mos usar tanto a informação de 30° como a de 60°. Usaremos a informação de 30° e a

razão trigonométrica da tangente. Denotando por x a distância horizontal percorrida

por Pedro, temos

√ √
◦ x 3 x 4 3
tan(30 ) = implica que = logo, x=
4 3 4 3

A distância total percorrida por Pedro é


4 3
4+
3

1.5.2 Problemas Propostos


1. Paulo quer encostar uma escada de 8 m de comprimento na parede de um prédio,

de modo que ela forme um ângulo de 60° com o solo, como mostra a representação

abaixo.

A que distância, x, em metros, da parede Paulo deve apoiar essa escada no solo?
√ √
a) 4 b) 6 c) 4 3 d) 8 3 e) 7

2. Observe o triângulo a seguir:

Determine a tangente do ângulo formado entre a hipotenusa e o maior dos catetos

a) 3/5 b) 4/3 c) 4/5 d) 5/3 e) 3/4


CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 26

3. Uma escada apoiada em uma parede, num ponto distante 4 m do solo, forma

com essa parede uma ângulo de 60°.

Qual é a medida do comprimento, em metros, da escada?

a) 4 b) 6 c) 8 d) 10 e) 12

4. O esquema abaixo mostra a posição P de um ator em um palco durante sua

apresentação em uma peça. Um holofote foi instalado nesse palco para iluminar

a posição desse ator.

A distância x do holofote até a posição do ator, em metros, é igual a

a) 2,61 b) 4,5 c) 5,17 d) 7,75 e) 9,0

5. João posicionou um binóculo na posição P, a 1,5 m do solo, para observar o ninho

de um pássaro na copa de uma árvore. Veja essa representação na gura abaixo.


CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 27

Em relação ao solo, esse ninho encontra-se a uma altura h, e metros, de medida

igual a

a) 3,0 b) 4,5 c) 6,0 d) 7,5 e) 9,0

6. O teodolito é um instrumento utilizado para medir ângulos. Um engenheiro

aponta um teodolito contra o topo de um edifício, a uma distância de 100 m, e

consegue obter um ângulo de 55°.

A altura do edifício é, em metros, aproximadamente:

a) 58 b) 83 c) 115 d) 144 e) 175

7. Uma escada deve ser construída para unir dois pisos de um prédio. A altura do

piso mais elevado em relação ao piso inferior é de 8 m. Para isso, é necessário

construir uma rampa plana unindo os dois pisos. Se o ângulo da rampa com o

piso inferior for 30°, o comprimento da rampa, em metros, é:


√ √
a) 4 b) 8 3 c) 8 d) 16 e) 16 3

8. O corpo de bombeiros de uma cidade possui um caminhão multifuncional e autos-

suciente que possui uma escada de plataforma giratória para alcançar edifícios

com alturas elevadas. Em um treinamento de novos integrantes dessa corporação,

um caminhão desse tipo foi posicionado conforme representado na gura abaixo.


CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 28

Nesse treinamento, qual a foi a altura h, em metros, aproximada, atingida por

essa escada?

a) 8 b) 8,6 c) 11,5 d) 13,5 e) 14,5

9. Com um binóculo, um observador avista um pássaro no topo de uma árvore sob

um ângulo de 60°, conforme representado na gura abaixo.

Qual é a altura aproximada desse pássaro em relação ao solo, em metros?

a) 13,81 b) 12,11 c) 10,41 d) 7,79 e) 6,09

1.6 Descritor D6 - Teoria e Problemas

O descritor D6 está relacionado a representação e localização de pontos no plano

cartesiano. Vamos denir o plano cartesiano e seus elementos. Os exemplos e problemas

são triviais e não aprofundaremos muito nesse descritor.

1.6.1 Plano Cartesiano


Plano cartesiano é um método criado pelo lósofo e matemático francês, René Descar-

tes. Trata-se de dois eixos perpendiculares que pertencem a um plano em comum.

Descartes criou esse sistema de coordenadas para demostrar a localização de alguns

pontos no espaço. Esse método gráco é utilizado em diversas áreas, sobretudo na

matemática e na cartograa.

O plano cartesiano é formado por duas retas reais perpendiculares, ou seja, o ângulo

entre elas é de 90°. Essas retas determinam um único plano, que é denominado com

sistema ortogonal de coordenadas cartesianas ou somente plano cartesiano. Os eixos

cartesianos são denominados eixo das abscissas (eixo horizontal) e eixo das ordenadas

(eixo vertical).
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 29

Todo ponto representado no plano cartesiano P possui duas coordenadas (x, y). A
coordenada x é chamada de abscissa do ponto P e a coordenada y é chamada de

ordenada do ponto P .
O plano cartesiano é dividido em quatro quadrantes, ordenados no sentido anti

horário. Em cada quadrante as coordenadas possuem sinais especícos.

A gura abaixo possui a representação de alguns pontos no plano obedecendo a

ordem acima.
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 30

1.6.2 Problemas Propostos


1. Observe o pentágono IJKLM representado no plano cartesiano abaixo.

O ponto de coordenadas (−2, −1) é

a) I b) J c) K d) L e) M

2. Uma cidade tem quatro pontos turísticos. Considerando que os pontos são iden-

ticados pelas coordenadas A(1, 0), B(2, 1), C(2, 3) e D(3, 1) no plano cartesiano,
o gráco que melhor representa as localizações dos pontos de turismo é:

3. No plano cartesiano, o quadrado PQRS tem três de seus vértices nos pontos

P (−1, 3), Q(3, 3) e R(3, −1). Quais as coordenadas do vértice S desse quadrado?

a) (−1, 1) b) (−3, 1) c) (−3, −1) d) (−1, −1) e) (−3, −3)

4. Ricardo desloca-se sempre na horizontal ou vertical. Ele está posicionado na

origem do plano cartesiano e deslocou duas casas para a esquerda desse plano e
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 31

três casas para baixo, conforme indicado no desenho abaixo.

Qual é o ponto que indica a posição de Ricardo após essa movimentação?

a) (−3, −2) b) (−2, 3) c) (−2, −3) d) (2, −3) e) (2, 3)

5. Observe os pontos representados no plano cartesiano abaixo.

Dentre esses quatro pontos, os que apresentam sinais nas abscissas contrários aos

sinais das ordenadas são

a) A e C b) D e B c) B e A d) C e B e) A e D

1.7 Descritor D7 - Teoria e Problemas

O descritor D7 está relacionado a interpretação geométrica dos coecientes da equa-


ção da reta . O envolvimento dessa interpretação está mais voltado para os coecientes

angular e linear. Ambos, possui uma riqueza de interpretação e os abordaremos nesta

seção.

1.7.1 Coeciente Angular e Coeciente Linear de uma Reta


A forma mais usual de uma equação da reta é

y = mx + n
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 32

ao qual é chamada de equação reduzida da reta. Os valores m e n são os coecientes


da reta e são nomeados por:

ˆ m é o coeciente angular da reta ou taxa de variação.

ˆ n é o coeciente linear da reta

A riqueza desses dois valores serão explorados nos exemplos e problemas propostos.

O coeciente angular da reta possui uma relação com a inclinação da reta. Sendo α o

ângulo de inclinação da reta com o eixo x (medido no sentido anti horário), temos que

o valor m pode ser obtido por meio de m = tan(α). Analogamente, se são conhecidos

dois pontos da reta, podemos obter m por meio das variações ∆x e ∆y ,


∆y
m=
∆x
Para dois pontos dados A(xA , yA ) e B(xB , yB ), temos que

∆x = xB − xA e ∆y = yB − yA
O coeciente linear n indica o valor onde a reta corta o eixo y.

Exemplo 1.14 No comércio é comumente utilizado o salário mensal comissionado.

Além de um valor xo, o vendedor tem um incentivo, geralmente um percentual sobre

as vendas. Considere um vendedor que tenha salário comissionado, sendo sua comissão

dada pelo percentual do total de vendas que realizar no período. O gráco expressa o

valor total de seu salário, em reais, em função do total de vendas realizadas, também

em reais.
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 33

Qual o valor percentual da sua comissão?

a) 2,0% b) 5,0% c) 16,7% d) 27,7% e) 50,0%

Resolução 14 O percentual de comissão é dado pelo coeciente angular da reta des-

crita no gráco. Considerando os pontos A(20 000, 1 200) e B(50 000, 1 800) sobre a

reta, temos
1 800 − 1 200 600 2
m= = = = 2%
50 000 − 20 000 30 000 100
Olhando para equação reduzida y = mx + n podemos observar se a reta associada é
crescente (inclinação para a direita) ou decrescente (inclinação para a esquerda).
Além disso, podemos dizer se a reta é horizontal (não cresce e nem decresce) ou é

vertical (não corta o eixo y em nenhum ponto).

Se o coeciente angular é positivo, quanto maior for o valor mais inclinada


é a reta em relação ao eixo x

Exemplo 1.15 Observe a reta no plano cartesiano abaixo. Essa reta pode ser repre-

sentada por uma equação da forma y = mx + n.

Os valores de m e n, nessa ordem, são

a) -1 e 2 b) 1 e -2 c) -2 e 1 d) 2 e 1 e) 2 e -2

Resolução 15 Como conhecemos o ângulo de inclinação da reta, temos que o coeci-

ente angular m é dado por m = tan(45) = 1. A interpretação geométrica do coeciente

linear da reta n é o valor onde a reta corta o eixo y. Portanto, n = −2. Assim, m=1
e n = −2.
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 34

O coeciente angular da reta também é chamado de taxa de variação e declivi-


dade da reta. Alguns problemas podem trazer essa nomenclatura em seu enunciado.

Exemplo 1.16 Os pesquisadores vericaram que numa determinada região quando a

pressão de um gás é de 6 atm, o volume é de 32 cm3 , e quando a pressão é de 8


3
atm, o volume é de 20 cm . A taxa média de redução do volume é representada pela

declividade da reta que passa por P1 (6, 32) e P2 (8, 20), ilustrada no gráco abaixo.

Nesse caso, a declividade é igual a

a) -6 b) 6 c) 8 d) 10 e) 32

Resolução 16 Note que a reta é decrescente e isso é suciente para concluir que a

declividade é −6. Para realizar o cálculo, usamos os pontos P1 (6, 32) e P2 (8, 20) e

obtemos
32 − 20 12
m= = = −6
6−8 −2

1.7.2 Problemas Propostos


1. Um calorímetro, constituído por um recipiente isolante térmico ao qual estão

acoplados um termômetro e um resistor elétrico. Num experimento, em que a

potência dissipada pelo resistor, permitiu construir um gráco da temperatura T

em função do tempo t, como mostra a gura abaixo.

A taxa de aumento da temperatura T (◦ C) é representada pela inclinação de reta


que passa pelos pontos (500; 60) e (1000; 80) como mostra no gráco acima.

Nesse caso, a inclinação de reta é igual a:

a) 25 b) 80 c) 1000 d) 0,04 e) 60
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 35

2. Observe o gráco a seguir referente a função polinomial de 1º grau (reta) abaixo:

Pode se armar que o coeciente angular m da reta é igual á:

a) 1 b) -1 c) 2 d) -2 e) 2,5

3. Observe a reta a seguir

O coeciente angular m e o coeciente linear n, nessa ordem, são:

a) 2 e -2 b) -2 e 2 c) 1 e -2 d) -1 e -2 e) 1 e 2

4. Observe a reta a seguir

O coeciente angular m e o coeciente linear n, nessa ordem, são:

a) 2 e -2 b) 2 e -1 c) 1 e -1 d) -1 e 2 e) 1 e 2
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 36

5. Estudantes vericam durante uma pesquisa que numa determinada região quando

a pressão de um gás é de 3 atm, o volume é de 75cm3 , e quando a pressão é

de 10 atm, o volume é de 12cm3 . Sabe-se que a declividade da reta que passa

por P1 = (3, 75) e P2 = (10, 12), ilustrada no gráco a seguir, representa a taxa

média de redução do volume.

Nesse caso, a taxa média de redução do volume (declividade) é igual a

a) -12 b) -9 c) 3 d) 9 e) 10

6. Observe no desenho abaixo a representação geométrica da reta y = mx + n

Quais são os sinais dos coecientes m e n dessa reta?

a) Positivo e negativo.

b) Positivo e nulo.

c) Positivo e positivo.

d) Negativo e positivo.

e) Negativo e negativo.

7. Observe no desenho abaixo a representação geométrica de duas retas r e s


CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 37

Podemos armar que o produto dos coecientes angulares de r e s, e o produto

dos coecientes lineares de r e s, possuem sinais, respectivamente,

a) Positivo e negativo.

b) Positivo e nulo.

c) Positivo e positivo.

d) Negativo e positivo.

e) Negativo e negativo.

8. Observe o gráco a seguir referente a função polinomial de 1º grau (reta) abaixo:

a equação reduzida da reta descrita no gráco é igual á:

a) y = −x + 1
b) y = 2x − 2
c) y =x−2
d) y = −2x − 2
e) y = 45x − 2

1.8 Descritor D8 - Teoria e Problemas

O descritor D8 está relacionado obter a equação de uma reta dados dois pontos ou

dado um ponto e sua inclinação. O que está por trás do descritor D8 é justamente o

uso da condição de alinhamento de três pontos.

1.8.1 Equação da Reta


A condição de alinhamento de três pontos permite vericar quando três pontos no plano

cartesiano estão alinhados. De fato, se um desses pontos é tornado variável, podemos

descrever uma realção que as coordenadas de um dado ponto P (x, y) deve satisfazer

para estar alinhado a outros dois pontos xos. Iniciamos diretamente da consequência

da condição de alinhamento de três pontos por meio do seguinte resultado.


CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 38

Um ponto P (x, y) pertence a reta que passa pelos pontos A(xA , yA ) e


B(xB , yB ) se, e somente se,


xA yA 1

xB yB 1 = 0



x y 1

Essa condição equivale a obter uma equação na forma

ax + by + c = 0 (1.1)

com a, b e c números reais, a ≥ 0 e mdc(a, b, c) = 1


A equação no forma (1.1) é chamada de equação geral da reta que passa pelos

pontos A(xA , yA ) e B(xB , yB ).

Exemplo 1.17 Obtenha a equação geral da reta que passa pelos pontos A(−3, −5) e

B(1, 3).

Resolução 17 Usando a condição de alinhamento



xA yA 1
−3 −5 1 DP DS
z }| { z }| {
xB yB 1 = 1 3 1 = −9 − 5x + y −(3x − 3y − 5)


| {z }
x y 1 x y 1

Determinante

DP e DS são a soma dos produtos dos elementos das diagonais principais e secundá-

rias, respectivamente. Sendo que a condição de alinhamento nos fornece que o deter-

minante da matriz é zero temos

−9 − 5x + y − (3x − 3y − 5) = 0

ao qual agrupando os termos

−2x + 4y − 4 = 0 equivalentemente x − 2y + 2 = 0
| {z }
Equação Geral

A equação reduzida de uma reta é obtida quando isolamos a variável y na geral,

deixando a mesma no formato

y = mx + n

onde m é o coeciente angular da reta e n é o coeciente linear da reta. É fácil notar que
Se ax + by + c = 0 é a equação geral de uma reta com b 6= 0, então

a c
m=− e n=−
b b
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 39

Podemos obter a equação geral ou bem como a equação reduzida da reta que passa

por dois pontos por meio de um método prático para esse cálculo.

Exemplo 1.18 Seja r a equação geral da reta que passa pelos pontos A(−5, −1) e

B(−1, 1). Obtenha a equação geral da reta r.

Resolução 18 Vamos usar de um método prático para a resolução desse exemplo.

Como os pontos A(−5, −1), B(−1, 1) e P (x, y) estão alinhados, pois pertencem a

mesma reta, temos:

Figura 1.11: Coordenadas dos pontos

Produtos das Diagonais S. -5 -1 Produtos das diagonais P.


1 -1 1 -5
x x y -y
-5y -5 -1 -x
DS= 1 + x − 5y DP= −5 − y − x

Como estamos num alinhamento, temos que DP = DS . Assim,

−5 − y − x = 1 + x − 5y passando tudo para o lado esquerdo

−x − x − y + 5y − 5 − 1 = 0
−2x + 4y − 6 = 0 dividimos por (-2) (1.2)

x − 2y + 3 = 0

Assim, a equação geral da reta r é dada por x − 2y + 3 = 0.

Podemos de forma alternativa, obter a equação geral ou reduzida da reta por meio

da Equação Fundamental da Reta.

Essa fórmula é útil quando desejamos encontrar a equação geral ou reduzida da reta

tendo um ponto P (x0 , y0 ) e o coeciente angular da reta m.


CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 40

Exemplo 1.19 Qual a equação reduzida da reta abaixo?

Resolução 19 Dado o ângulo da reta, temos que o coeciente angular é dada por

m = tan(150◦ ) = − tan(30◦ ) = − 3/3. Tendo o ponto P (2, 4), fazemos x0 = 2 e

y0 = 4 na equação fundamental da reta

y − y0 = m(x − x0 )

obtemos √
3
y−4=− (x − 2)
3
Uma dica de solução a partir dessa última igualdade é:

ˆ passar o denominador 3 do lado direito multiplicando o lado esquerdo (usando a

distributividade)


ˆ o numerador 3 é distribuído no termo (x − 2).

Essa é apenas uma alternativa para evitar soma de frações.

Seguindo essa discussão temos


3 × (y − 4) = − 3 × (x − 2)

que resulta
√ √
3y − 12 = − 3x + 2 3

Neste momento, decidimos se escolhemos colocar na forma geral ou na forma reduzida.

Visto que, a forma reduzida apresenta mais informação geométricas do que a forma

geral, colocamos na forma reduzida e obtemos

√ √
3 2 3
y=− x+ +4
3 3
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 41

1.8.2 Problemas Propostos


1. Um robô enxerga o piso de uma sala como um plano cartesiano e foi programado

para andar em linha reta, passando pelos pontos (1, 3) e (0, 6). Esse robô foi

programado para andar sobre a reta

a) y = −3x + 6
b) y = −3x + 3
c) y = −3x + 1
d) y = 3x + 6
e) y = 3x + 1

2. Identique a equação da reta que passa pelo ponto (2, -1) e tem coeciente

angular 1/2
a) −x − 2y − 4 = 0
b) 2x − y + 4 = 0
c) x−y+4=0
d) −x + 2y + 4 = 0
e) 4x − y − 4 = 0

3. A equação da reta que passa pelos pontos de coordenadas (-1, - 1) e (7, 7) é

a) 7x − y = 0
b) −x + 7x = 0
c) x+y =0
d) 7x + 7 = 0
e) x−y =0

4. A reta que passa pelo (0, 5) e tem inclinação de 45° com o sentido positivo do

eixo horizontal é:

a) y = 5x + 3
b) y =x+5
c) y = +3
d) y = 3x + 5
e) y = 2x˘5

5. Em um plano cartesiano desenhado sobre um mapa do Brasil, a cidade de Vitória

está localizada no ponto V(5, 0) e a cidade do Rio de Janeiro no ponto R(1, 8).

Qual é a equação da reta que passa por essas duas cidades nesse mapa?

a) y = −x + 5
b) y = −3x + 11
c) y = 2x + 10
d) y = −3x + 15
e) y = −2x + 10
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 42

6. Qual a equação da reta dada no gráco abaixo?


a) y = − 3x + 1

3
b) y= 3
−2
x

c) y = 3x − 2

3

d) y = x − 2 3
√3 √
e) y = 3x − 2 3

7. Uma reta forma com o eixo x um ângulo de 45° e passa pelo ponto de coordenadas

(4, 1). A equação que representa essa reta é

a) x−y−3=0
b) x−y+3=0
c) x+y+3=0
d) x+y−5=0
e) x−y+5=0

8. Na gura abaixo estão representados, em um sistema cartesiano de coordena-

das, um quadrado cinza de área 4 unidades, um quadrado hachurado de área 9

unidades e a reta r que passa por um vértice de cada quadrado.

Nessas condições, a equação da reta r é:

a) x − 2y = 4
b) 4x − 9y = 0
c) 2x + 3y = −1
d) x+y =3
e) 2x − y = 3
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 43

1.9 Descritor D9 - Teoria e Problemas

O descritor D9 está relacionado a resolução de sistemas lineares com duas incógnitas


(duas variáveis) voltada para a interpretação da solução como o ponto de intersecção

de duas ou mais retas. Vamos discutir as posições que duas retas no plano cartesiano

pode assumir e vericar quando é possível obter ponto de intersecção de duas ou mais

retas.

1.9.1 Posições relativas entre duas retas e a resolução de siste-


mas lineares
No estudo analítico da reta não podemos deixar de falar das posições relativas entre

retas. Dadas duas ou mais retas do plano, elas podem ser paralelas, concorrentes,
coincidentes ou concorrentes perpendiculares.

A tabela abaixo mostra a a relação que duas retas r e s possui e a relação satisfeitas

pelos seus respectivos coecientes angulares e lineares.

Posições entre r e s Relação entre os coecientes


Retas Paralelas mr = ms
Retas Coincidentes mr = ms e nr = ns
Retas concorrentes mr 6= ms
Retas Perpendiculares mr · ms = −1

Figura 1.12: Posições relativas vs relação entre os coecientes


CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 44

ˆ mr : coeciente angular da reta r

ˆ ms : coeciente angular da reta s

ˆ nr : coeciente linear da reta r

ˆ ns : coeciente linear da reta s

Por mais que apresentamos aqui essas informações, estamos interessados em ex-

plorar os casos em que as retas dadas são concorrentes. Para esses casos, podemos

determinar o ponto de intersecção entre as retas.

Exemplo 1.20 No plano cartesiano abaixo estão representados as retas m, n e suas

respectivas equações.

As coordenadas do ponto P, intersecção dessas retas, são

a) (1,1) b) (4,3) c) (5,-2) d) (7,0) e) (6,-1)

Resolução 20 Para obter as coordenadas do ponto P, devemos resolver o sistema

linear

6x − y = 21
x+y = 7

Somando as duas equações, obtemos 7x = 28 que nos fornece x = 4. Por meio da

segunda equação, x + y = 7, temos que 4+y = 7 e, consequentemente, y = 3. Logo, o

ponto de intersecção das retas m e n é (4, 3).

Exemplo 1.21 Um caixa eletrônico disponibiliza cédulas de R$ 20,00 e R$ 50,00. Um

cliente sacou neste caixa um total de R$ 980,00, totalizando 25 cédulas. Essa situação

está representada pelo gráco abaixo.


CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 45

Sabendo que r1 representa a reta de equação x + y = 25 e r2 a reta de equação

20x + 50y = 980, onde x representa a quantidade de cédulas de R$ 20,00 e y a quan-

tidade de cédulas de R$ 50,00, a solução do sistema formado pelas equações de r1 e r2


é o par ordenado:

a) (8,17) b) (9,16) c) (7,18) d) (11,14) e) (12,13)

Resolução 21 Para obter a solução do sistema e, portanto o par ordenado desejado,

devemos resolver o sistema linear

x + y = 25
20x + 50y = 980

Vamos usar o método da substituição para a solução desse sistema linear. Na primeira

equação, isolando y, obtemos y = 25 − x. Substituindo na segunda equação

20x + 50 × (25 − x) = 980 → 20x1250 − 50x = 980 → −30x = 980 − 1250

A última igualdade permite dizer

30x = 270 implica que x=9

Sendo x + y = 25, temos que y = 16. Portanto, obtemos o par ordenado (9, 16) como

solução do sistema linear.

1.9.2 Problemas Propostos


1. Em um estacionamento há carros e motos num total de 12 veículos e 40 rodas.

Essa situação está representada pelo gráco abaixo.


CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 46

Sabendo que v representa a reta de equação x + y = 12 e u a reta de equa-

ção 2x + 4y = 40, onde x representa à quantidade de motos e y a quantidade de

carros, a solução do sistema formado pelas equações de u e v é o par ordenado:

a) (4,8) b) (8,4) c) (10,5) d) (2,10) e) (7,7)

2. Na promoção de uma loja, uma calça e uma camiseta custam juntas R$ 55,00.

Comprei 3 calças e 2 camisetas e paguei o total de R$ 140,00.

Sabendo que u representa a reta de equação 3x + 2y = 140 e v a reta de

equação x + y = 55, onde x representa à quantidade de calça e y a quantidade

de camisetas, a solução do sistema formado pelas equações de u e v é o par

ordenado:

a) (40,15) b) (15,40) c) (35,20) d) (30,25) e) (25,30)

3. As duas retas a e b, representadas na gura abaixo, têm as seguintes equações:


CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 47

O ponto P (m, n) é intersecção das duas retas. O valor de m  n é igual a:

a) 1 b) -2 c) -5 d) -7 e) 5

4. Num sistema cartesiano, o ponto Q representa a intersecção das retas 2x−y −1 =


0 e 5x − y − 4 = 0. Quais são as coordenadas desse ponto Q?

a) (1,1) b) (-1,-1) c) (-1,4) d) (2,5) e) (5,2)

5. As retas, cujas equações são 2x − 3y = 2 e x = −2, se interceptam no ponto

a) (-2,2) b) (-2,-2) c) (2,-2) d) (-2,0) e) (2,-3)

6. No plano cartesiano abaixo, a reta r tem equação y = mx + n e a reta s tem

equação y = px + q .

De acordo com essa representação,

a) m>0 e p<0
b) m>0 e q<0
c) m<0 e p>0
d) n<0 e q<0
e) n<0 e p>0

7. Observe, no plano cartesiano abaixo, as retas r, s e t e os pontos M, N, O, P e Q.

A solução do sistema de equações formado pelas equações das retas s e t está

representado nesse plano cartesiano pelo ponto

a) M b) N c) O d) P e) Q
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 48

8. Duas retas r e s são concorrentes em um plano cartesiano. As equações dessas

retas são, respectivamente, 2x + 3y = 14 e 3x + y = 7. O ponto de interseção

dessas retas é

a) (-5,8) b) (1,4) c) (2,3) d) (5,4) e) (14,7)

1.10 Descritor D10 - Teoria e Problemas

O descritor D10 está relacionado ao estudo das circunferências em Geometria Ana-

lítica. Este descritor tem como objetivo trabalhar o reconhecimento, dentro de um

conjunto de equações, as que descrevem uma circunferência. Vamos falar um pouco

sobre esse elemento geométrico e caracteriza-lo algebricamente.

1.10.1 Equação Reduzida e Equação Geral da Circunferência


Uma circunferência é o conjunto de pontos equidistantes a um ponto C(xC , yC )

ˆ C(a, b) é o centro da circunferência

ˆ O valor da equidistância é chamada de raio.

Denotaremos o raio de uma circunferência pela letra r. Assim, uma circunferência é

um conjunto de pontos P (x, y) tais que

dP C = r

ou seja, uma circunferência é o conjunto de pontos P (x, y) que satisfaz a equação

Figura 1.13: Circunferência de Centro C(a, b) e raio r

(x − a)2 + (y − b)2 = r2
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 49

Tal equação é chamada de equação reduzida da circunferência de centro C(a, b)


e raio r.

Exemplo 1.22 Qual a equação reduzida da circunferência de centro C(−3, 4) e raio



2 3?

Resolução 22 Dado o centro C(−3, 4) temos que as coordenadas do centro são a = −3



e b = 4. A medida do raio é dada por r = 2 3. Substituímos esses dados na equação

(x − a)2 + (y − b)2 = r2

obtemos

(x + 3)2 + (y − 4)2 = 12

Quando na equação reduzida

(x − a)2 + (y − b)2 = r2

desenvolvemos os produtos notáveis

ˆ (x − a)2 = x2 − 2ax + a2

ˆ (y − b)2 = y 2 − 2by + b2

podemos reescrever a equação reduzida da circunferência na forma

x2 + y 2 + Dx + Ey + F = 0

onde:

ˆ D = −2a

ˆ E = −2b

ˆ F = a2 + b 2 − r 2

Essa equação é chamada de Equação Geral da Circunferência de centro C(a, b) e


raio r.

Exemplo 1.23 Qual a equação geral da circunferência de centro C(−4, −2) e raio

2 5?

Resolução 23 Para resolver esse exemplo, podemos proceder de duas formas.


RESOLUÇÃO 1: Nesta resolução obtemos a equação reduzida e desenvolvemos os
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 50

produtos notáveis deixando a equação na forma geral. A equação reduzida da circun-



ferência de centro C(−4, −2) e raio 2 5 é

(x + 4)2 + (y + 2)2 = 20

Agora, desenvolvemos os produtos notáveis

x2 + 8x + 16 + y 2 + 4y + 4 = 20

Agora, deixando no formato x2 + y 2 + Dx + Ey + F = 0, temos que

x2 + y 2 + 8x + 4y = 0

é a equação geral pedida.

RESOLUÇÃO 2: Nesta resolução, usamos o formato geral

x2 + y 2 + Dx + Ey + F = 0

e calculamos os coecientes D, E e F , Se o centro é C(−4, −2), então a−−4 e b = −2.


√ 2
O raio r=2 5 e, portanto, r = 20. Usando as equações

ˆ D = −2a

ˆ E = −2b

ˆ F = a2 + b 2 − r 2

obtemos que D = −2 · (−4) = 8, E = −2 · (−2) = 4 e F = (−4)2 + (−2)2 − 20 = 0.


Portanto, substituindo os coecientes na equação geral, obtemos

x2 + y 2 + 8x + 4y = 0

É bom enfatizar que a equação

x2 + y 2 + Dx + Ey + F = 0

descreve uma circunferência sempre que dado os valores de a, b e F a equação

F = a2 + b 2 − r 2

na variável r, admite solução positiva. Além do mais, quando D = 0, temos que o

centro da circunferência pertence ao eixo das ordenadas. Se E = 0, então o centro


CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 51

da circunferência pertence ao eixo das abscissas. Agora, se E = F = 0, então a

circunferência possui seu centro na origem do plano cartesiano. Isto é, no ponto C(0, 0).
Uma circunferência com centro na origem (0, 0) e raio r, possui equação

x2 + y 2 = r 2 (1.3)

Exemplo 1.24 Qual das equações abaixo descreve uma circunferência?

a) 2x + 3y − 6 = 0
b) x2 − y 2 − 6 = 0
c) y = 3x2 − 4x + 1
d) x2 + y 2 = 16
e) x + y 2 − 6y + 24 = 0.

Resolução 24 O item que representa uma equação de uma circunferência se encontra

no item d). Note que esta equação está na forma (1.3) onde r2 = 16, e, portanto,

r = 4.

No exemplo anterior, o item a) trás uma equação geral da reta, nos itens c) e e),

temos uma equação da parábola com eixo de simetria paralelo ao eixo y e eixo x,

respectivamente. No item b), temos uma hipérbole.

1.10.2 Problemas Propostos


1. Observe a circunferência de centro na origem representada no plano cartesiano

abaixo.

A equação dessa circunferência é

a) 2x2 + y 2 − 6 = 0
b) x2 + y 2 = 9
c) y = 3x2 − 4x + 1
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 52

d) 2x2 + y 2 − 2x + 3y = 16
e) x2 + y 2 − 3x − 3y + 18 = 0.

2. A equação da circunferência que passa pelo ponto (2, 0) e que tem centro no

ponto (2, 3) é dada por:

a) x2 + y 2 − 6x + 4y + 4 = 0
b) x2 + y 2 − 4x − 6y − 4 = 0
c) x2 + y 2 − 4x − 6y + 4 = 0
d) 2x2 + y 2 − 2x + 3y = 16
e) x2 + y 2 − 3x − 3y + 18 = 0.

3. Ao fazer uma planta de uma pista de atletismo, um engenheiro determinou que,

no sistema de coordenadas usado, tal pista deveria obedecer à equação:

x2 + y 2 + 4x − 10y + 25 = 0

Desse modo, os encarregados de executar a obra começaram a construção e no-

taram que se tratava de uma circunferência de:

a) raio 4 e centro nos pontos de coordenadas (2, 5).

b) raio 4 e centro nos pontos de coordenadas (2, 5).

c) raio 2 e centro nos pontos de coordenadas (2, 5).

d) raio 2 e centro nos pontos de coordenadas (2, 5).

e) raio 5 e centro nos pontos de coordenadas (4, 10).

4. Ao fazer uma planta de um canteiro de uma praça, um engenheiro determinou

que, no sistema de coordenadas usado, tal pista deveria obedecer à equação:

x2 + y 2 − 8x + 4y + 11 = 0

Desse modo, os encarregados de executar a obra começaram a construção e no-

taram que se tratava de uma circunferência de:

a) raio 3 e centro nos pontos de coordenadas (4, + 2).

b) raio 4 e centro nos pontos de coordenadas (2, -4).

c) raio 11 e centro nos pontos de coordenadas (8, -4).

d) raio 3 e centro nos pontos de coordenadas (2, 4).

e) raio 4 e centro nos pontos de coordenadas (2, 3).

5. Sejam M (7, −2) e N (5, 4). Se L é uma circunferência que tem o segmento MN
como um diâmetro, então a equação de L é:
2 2
a) x + y − 12x − 2y + 27 = 0
b) x2 + y 2 + 12x − 2y + 27 = 0
c) x2 + y 2 + 12x + 2y + 27 = 0
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 53

d) x2 + y 2 − 12x + 2y + 27 = 0
e) x2 + y 2 + 12x + 2y − 27 = 0

6. Observe a gura a seguir

Sabendo-se que a circunferência de maior raio passa pelo centro da circunferência

de menor raio, a equação da circunferência de maior raio é

a) x2 + y 2 + 4x + 4y + 18 = 0
b) x2 + y 2 − 4x − 4y − 14 = 0
c) x2 + y 2 − 8x − 8y + 14 = 0
d) x2 + y 2 + 8x + 8y + 18 = 0
e) x2 + y 2 + 8x + 4y + 18 = 0

7. Observe no plano cartesiano abaixo a circunferência de centro O.

Qual é a equação geral dessa circunferência?

a) x2 + y 2 + 1 = 0
b) x2 + y 2 + 3 = 0
c) x2 + y 2 + 4x + 2y + 1 = 0
d) x2 + y 2 − 4x − 2y + 1 = 0
e) x2 − y 2 + 4x + 2y + 1 = 0
CAPÍTULO 1. ESPAÇO E FORMA 54

8. Observe no plano cartesiano abaixo a representação gráca de uma circunferência

de centro

Qual é a equação dessa circunferência?

a) (x − 4)2 + (y − 3)2 = 4
b) (x − 4)2 + (y − 3)2 = 2
c) (x − 3)2 + (y − 4)2 = 4
d) x2 + y 2 = 2
e) x2 + y 2 = 4

9. Um professor de matemática escreveu varias equações na lousa e pediu aos alunos

que identicas- se uma equação da circunferência.

A equação da circunferência é:

a) I b) II c) III d) IV e) V

10. Qual é a equação da circunferência de centro C(1,0) e raio r = 3?

a) x2 + y 2 − 2x + 8 = 0
b) x2 + y 2 + 2x + 8 = 0
c) x2 + y 2 − 2x − 5 = 0
d) x2 + y 2 + 2x − 5 = 0
e) x2 + y 2 − 9 = 0
Capítulo 2

Grandezas e Medidas

Neste segundo capítulo vamos discutir sobre os descritores associados ao tema gran-

dezas e medidas. Toda abordagem realizada a seguir é feita por meio de uma fundamen-

tação teórica seguida de problemas relacionados. Estes problemas possuem o mesmo

nível de diculdade cobrada nas provas de avaliação externa.

2.1 Descritor D11 - Teoria e Problemas

O descritor D11 está relacionado ao cálculo de perímetro de guras planas. Sabe-

mos que o perímetro depende exclusivamente da forma descrita pela gura. Vamos

brevemente comentar sobre perímetros e, posteriormente, faremos alguns exemplos.

2.1.1 Périmetros de Fíguras Planas


O perímetro de uma gura plana é a medida de seu contorno. A maneira de se cal-

cular o perímetro depende exclusivamente da forma da gura plana. Quando a gura

representa um polígono, temos que a medida do perímetro é igual a soma das medidas

dos lados do polígono. Por exemplo: O polígono abaixo

55
CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 56

possui perímetro

P = n1 + n2 + n3 + n4 + n5

É de costume denotar para o caso de polígonos, o perímetro por 2P , deixando a variável


P, para o semi-perímetro. Mesmo dentro desse costume, seguiremos denotando o

perímetro simplesmente por P.

Exemplo 2.1 Seu Artur deseja cercar com tela de arame, um canteiro que tem as

medidas indicadas na gura abaixo.

Se cada metro de tela custa R$ 3,00, quanto Seu Artur vai gastar?

a) R$ 39,40 b) R$ 116,20 c) R$ 117,20 d) R$ 118,20 e) R$ 161,00

Resolução 25 Devemos primeiramente calcular o perímetro do terreno que é

P = 8, 5 + 12, 5 + 9, 2 + 9, 2 = 39, 40 m

Como cada metro de cerca de arama custa R$ 3,00, temos que o custo de Artur será

de 39, 40 × 3, 00 = 118, 20.

Algumas formas possui fórmula fechada para cálculo de seus perímetros. Esse é o

caso do quadrado e retângulo.

Outras formas como a circunferência possuem formas fechadas para o cálculo de seu

perímetro. A este perímetro também o chamamos de comprimento da circunferência.


CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 57

C = 2πr

em que C denota o comprimento da circunferência, r é a medida do raio e π denota o

número irracional 3, 141592 . . ..

Exemplo 2.2 Para incentivar a prática de atividades físicas, a Associação dos Mora-

dores do Bairro Morada Feliz decidiu construir uma pista para caminhada, composta

por um retângulo e duas semicircunferências de raio igual a 30 metros, como mostra a

gura a seguir.

Considere que uma pessoa caminhe 10 voltas completas por essa pista. A distância

aproximada, em metros, que essa pessoa terá caminhado será de (Adote π = 3)


a) 3400 b) 3300 c) 3200 d) 3100 e) 3000

Resolução 26 Observe que o perímetro da pista, a ser calculado, equivale ao perímetro

de uma circunferência mais dois comprimentos de 80. A circunferência possui raio

medindo 30 m, portanto possui perímetro igual a C = 2 × 3 × 30 = 180 m. O perímetro

da pista é

P = 180 + 2 × 80 = 340 m

Assim, uma volta na pista equivale a 340 metros. Portanto, se uma pessoa percorre 10

voltas, a distância aproximada caminhada será de 3400 metros.

2.1.2 Problemas Propostos


1. Fernando fez uma maquete de dois compartimentos de sua casa e usou pedaços

retangulares de madeira com as seguintes dimensões, conforme gura abaixo.

O perímetro dessa gura, em centímetros, é

a) 21,2 b) 20,2 c) 15,6 d) 15,2 e) 12,6


CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 58

2. O pátio de uma escola tem o formato da gura ABCDEFGH e possui dimensões

CD = EF = 4 m e AB = BC = ED = F G = 2 m

O perímetro desse pátio, em metros, é

a) 16 b) 30 c) 32 d) 36 e) 44

3. Maria vai contornar com renda uma toalha circular com 50 cm de raio, conforme

a gura abaixo.

Quantos centímetros Maria vai gastar de renda?

a) 100 b) 300 c) 600 d) 2500 e) 7500

4. A piscina de um hotel recebeu uma grade de proteção na faixa indicada na gura

abaixo.

O comprimento total, em metros, dessa grade é

a) 84 b) 68 c) 38 d) 30 e) 12

5. Uma caixa retangular foi lacrada com uma ta adesiva que transpassou o centro

de todas as suas faces, conforme ilustrado na gura abaixo. Observe as dimensões

dessa caixa.
CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 59

O comprimento de ta gasto, em metros, para lacrar essa caixa foi

a) 1,8 b) 2,0 c) 1,0 d) 0,9 e) 0,5

6. Um terreno plano tem a forma de um trapézio, cujos lados paralelos medem 19

m e 24 m e os lados não paralelos medem, ambos, 16 m. O proprietário deseja

cercar o terreno com uma cerca formada por quatro os paralelos. Ele apurou

que o metro do o a ser utilizado custa R$ 0,50. Quanto o proprietário deverá

pagar pela quantidade de o a ser usado?

a) R$ 118,00 b) R$ 150,00 c) R$ 172,00 d) R$ 236,00 e) R$ 300,00

7. Letícia costuma caminhar em volta de uma praça formada por uma região re-

tangular e um semicírculo. O contorno dessa praça está representado no desenho

abaixo.

Qual é a distância aproximada que Letícia percorre ao dar uma volta completa

ao redor dessa praça?

a) 18,2 b) 120 c) 182,8 d) 242,8 e) 268

8. Os dois triângulos abaixo são semelhantes.


CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 60

O perímetro, em centímetros, do menor triângulo é?

a) 20 b) 24 c) 28 d) 29 e) 30

9. Um jardineiro fez um cercado quadrado com 10 m de lado, para plantar ores no

formato da gura colorida abaixo. Em seguida, ele resolveu cercá-lo de tela.

A quantidade de tela, em metros, necessária para o jardineiro circundar a gura

demarcada é:

a) 20 b) 20 + 10π c) 10 + 10π d) 10π e) 40

10. A ideia de usar rolos circulares para deslocar objetos pesados provavelmente

surgiu com os antigos egípcios ao construírem as pirâmides.

Representando por R o raio da base dos rolos cilíndricos, em metros, a expressão

do deslocamento horizontal y do bloco de pedra em função de R, após o rolo ter

dado uma volta completa sem deslizar, é

a) y=R b) y = 2R c) y = 3R d) y = 4R e) y = 5R

2.2 Descritor D12 - Teoria e Problemas

O descritor D12 está relacionado ao cálculo de áreas de guras planas. Essa subárea

da Geometria Plana é repleta de fórmulas, uma vez que o cálculo de área depende do

formato da gura. Vamos apresentar algumas fórmulas e, posteriormente, realizar

alguns exemplos de sua aplicação.

2.2.1 Áreas de Figuras Planas


Área é um conceito matemático que dene uma quantidade preenchida em um espaço

bidimensional. A unidade de medida de área depende da unidade de medida linear


CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 61

da gura (medidas dos comprimentos). É bom enfatizar que é necessário que todas as

medidas da gura estejam na mesma unidade de medida para que possamos aplicar as

fórmulas de cálculo de área. Na gura abaixo, temos algumas fórmulas para o cálculo

de áreas das guras planas mais usuais.

Exemplo 2.3 O quintal de Sr. João tem o formato da gura abaixo, o qual será

destinado ao plantio de grama.

A área destinada ao plantio de grama, em m2 , é de:

a) 60 b) 84 c) 92 d) 100 e) 156

Resolução 27 Primeiramente, observemos que podemos decompor a gura em duas

guras: um trapézio e um retângulo.


CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 62

O trapézio possui base maior B = 8 m, base menor b=2m e altura h = 8 m. Usando

a fórmula da área do trapézio, temos

(8 + 2) × 8
ATrapézio = = 40 m2 (2.1)
2

O retângulo possui base medindo 12 m e altura medindo 5 m. Assim,

ARetângulo = 12 × 5 = 60 m2 (2.2)

Finalmente, a área destinada ao plantio de grama é o resultado da soma dos valores

obtidos em (2.1) e (2.2). Logo,

Área = 40 + 60 = 100 m2

Exemplo 2.4 A gura a seguir apresenta uma circunferência com 6 cm de diâmetro

inscrita em um quadrado.

A medida da área da parte hachurada, em cm2 dessa gura é: Adote π = 3, 14


a) 7,74 b) 18,84 c) 28,26 d) 30,21 e) 38,00

Resolução 28 Para calcular a área da parte hachurada devemos fazer a diferença

entre a área do quadrado e a área do círculo. Visto que o diâmetro do círculo é de 6

cm, temos que o lado do quadrado mede 6 cm. Portanto a área do quadrado é de:

Aquadrado = 62 = 36 cm2

O raio do círculo é de 3 cm, uma vez que o raio é a metade do diâmetro. Assim,

Acírculo = π × 32 = 3, 14 × 9 = 28, 26 cm2


CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 63

Usando essas duas áreas calculadas, temos que:

Área = 36 − 28, 26 = 7, 74 cm2

Uma forma importante que percorre muito em problemas de geometria plana é a

coroa circular. Se trata do complementar da intersecção de dois círculos concêntricos

(mesmo centro) e de raios distintos.

A área da coroa circular é a diferença entre duas áreas de círculos com raios R e r,
respectivamente. Assim, a fórmula para a área do setor circular é dada por

A = π × (R2 − r2 )

Exemplo 2.5 Observe a gura que representa a catraca de uma bicicleta.

Considere que a menor circunferência da catraca tem 5 cm de raio (r), e a circunfe-

rência maior tem 10 cm de raio (R). A área aproximada, em cm2 , da coroa circular

dessa catraca é de

a) 235,5 b) 245,5 c) 255,5 d) 266,5 e) 275,5

Resolução 29 Devemos aplicar a fórmula para o cálculo de área de uma coroa circu-

lar, com R = 10 cm e r = 5 cm. Adotando π ≈ 3, 14, obtemos

Área = 3, 14 × (102 − 52 ) = 3, 14 × 75 = 235, 5 cm2


CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 64

2.2.2 Problemas Propostos


1. Uma quadra de voleibol possui a forma retangular cujas medidas são 20 metros

no comprimento e 6 metros na largura. Uma rede divide a quadra em duas partes

de mesma área. O tamanho, em m2 , correspondente a uma dessas partes é:

a) 20 b) 40 c) 60 d) 80 e) 100

2. O desenho abaixo é formado por dois círculos concêntricos.

Qual é a medida da área, em cm2 , da parte colorida de cinza?

a) 34π b) 25π c) 21π d) 16π e) 13π

3. O desenho abaixo representa a vista superior de um palco montado para um show

na praia. A forma desse palco é composta por um trapézio e um semicírculo

justapostos.

A medida da área destinada a esse palco, em metros quadrados, é igual a: Adote

π = 3, 14
a) 45,95 b) 65,30 c) 69,95 d) 47,60 e) 83,90

4. Na gura abaixo, ABCD é um retângulo, com 8,6 cm de comprimento e 4,2 cm

de altura.
CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 65

A área da superfície rosa, em cm2 é:

a) 12,80 b) 18,06 c) 25,60 d) 36,12 e) 53,76

5. Paulo resolve modicar o revestimento do piso de sua sala de estar e escolhe

uma cerâmica cujo formato está representado na gura a seguir. A cerâmica

escolhida tem a forma de um quadrado cujo lado mede 40 cm e possui 4 arcos de

circunferência, de raio igual a 10 cm, cujos centros estão localizados nos vértices

do quadrado.

Com base nessas informações, qual é a área do desenho formado na cerâmica, em

centímetros quadrados? Adote π = 3, 14


a) 314 b) 400 c) 486 d) 1114 e) 1286

6. No polígono da gura abaixo, PQ é paralelo a TS e UT é paralelo a RS.

A medida da área desse polígono, em metros quadrados, é

a) 15 b) 19 c) 20 d) 23 e) 24
CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 66

7. Pretendo comprar 20 peças quadradas de mármore, sendo 10 peças de cada tipo

de revestimento. Essas peças medem, respectivamente, 30 cm e 40 cm de lado.

A soma total das áreas das peças de mármore, em metros quadrados, que quero

adquirir é igual a

a) 1,0 b) 1,5 c) 2,0 d) 2,5 e) 3,0

8. A gura abaixo representa a planta de um apartamento.

A área total, me metros quadrados, é de:

a) 56 b) 58 c) 62 d) 64 e) 80

9. A gura, abaixo, mostra uma logomarca formada por um retângulo e um trapézio

cujas medidas estão expressas em centímetros.

Qual a medida da área, em cm2 , dessa logomarca?

a) 18 b) 25 c) 33 d) 39 e) 60

10. Foi realizada uma manifestação para chamar a atenção das pessoas para o pro-

blema do aquecimento global, em uma praça retangular de 250 metros de com-

primento por 50 metros de largura. Segundo os organizadores, havia, em média,

sete pessoas para cada 2 metros quadrados. Pode-se armar que o número apro-

ximado de pessoas presentes na manifestação foi de:

a) 25.610.

b) 38.950.

c) 43.750.

d) 47.630.

e) 51.940.
CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 67

2.3 Descritor D13 - Teoria e Problemas

O descritor D13 está relacionado ao cálculo de volume de sólidos, sejam eles prismas,
pirâmides ou corpos redondos. Além dessa parte da geometria espacial, D13 explora

também o cálculo da área lateral e área total de um sólido. Enfatizamos que o cálculo

de volume, área lateral ou área total estão associados a várias fórmulas. .

Vamos discutir meios que nos permite calcular volume e área lateral de sólidos

geométricos tais como os descritos abaixo.

2.3.1 Volume de um Prisma


A geometria espacial é a análise de sólidos no espaço, ou seja, é a geometria para

objetos tridimensionais, diferente da geometria plana, que é o estudo de guras bidi-

mensionais. Assim como esta, aquela surge com base em conceitos primitivos, sendo

eles: ponto, reta, plano e espaço.

Olhando para o objetivo de se trabalhar o descritor D13 , vamos focar em:

ˆ Volume de Sólidos;

 Prismas

 Pirâmides

 Corpos redondos

ˆ Área Lateral;

ˆ Área Total;

O prisma é um sólido geométrico que faz parte dos estudos de geometria espacial.
É caracterizado por ser um poliedro convexo com duas bases (polígonos iguais) congru-

entes e paralelas, além das faces planas laterais (paralelogramos). Eles são classicados

em dois tipos:
CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 68

ˆ Prisma reto: possui arestas laterais perpendiculares à base, cujas faces laterais

são retângulos.

ˆ Prisma Oblíquo: possui arestas laterais oblíquas à base, cujas faces laterais são

paralelogramos

De acordo com o formato das bases, os primas são classicados em:

ˆ Prisma Triangular: base formada por triângulo.

ˆ Prisma Quadrangular: base formada por quadrado.

ˆ Prisma Pentagonal: base formada por pentágono.

ˆ Prisma Hexagonal: base formada por hexágono.

ˆ Prisma Heptagonal: base formada por heptágono.

ˆ Prisma Octogonal: base formada por octógono.


CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 69

O volume de um prisma (sua capacidade) é calculada por meio da fórmula

V = Ab × h

ˆ V indica o volume (em unidades cúbicas)

ˆ Ab indica o valor da área da base;

ˆ h representa a altura do prisma medida como sendo a distância entre


as duas bases (Sempre ortogonalmente a base).

Exemplo 2.6 Um reservatório cúbico de 60 cm de profundidade, está com 2/3 de água

e precisa ser totalmente esvaziado. O volume de água a ser retirado desse reservatório,

em litros, é de

a) 14 b) 14,4 c) 144 d) 72 e) 720

Resolução 30 Iniciamos observando que

2 2
de 60 cm = × 60 = 40 cm
3 3
CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 70

Essa medida indica o nível de água do reservatório. Portanto, a altura do prisma que

usaremos no cálculo do volume.

A base do reservatório é uma quadrado de lado 60 cm. Portanto, a área do quadrado

é a área da base do prisma em questão.

Ab = 602 = 3600 cm2

Segue que o volume V é

V = 3600 × 40 = 144000 cm3

Como 1 cm3 = 1 mL e 1000 mL = 1 L (um litro), temos

V = 144000 cm3 = 144000 mL = 144 L

O cubo e o paralelepípedo são prismas especiais e o volume de cada um deles são

dados abaixo:

Exemplo 2.7 No cubo de aresta 10, da gura abaixo, encontra-se representado um

sólido sombreado com as alturas indicadas no desenho. O volume do sólido sombreado

a) 300 b) 350 c) 500 d) 600 e) 700

Resolução 31 Note que o volume a ser calculado é o do sólido


CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 71

Esse é um prisma com base em forma de trapézio, com base maior B = 7, base menor

b=3 e altura h = 10. Portanto, a área da base é

(7 + 3) × 10
Ab = ATrápezio = = 50 unidade de área
2

A altura do prisma é a medida da aresta do cubo (valor 10). Assim, temos que o

volume do prisma é

V = Ab × 10 = 50 × 10 = 500 unidade de volume

2.3.2 Problemas Propostos


1. Amanda comprou uma forma de bolo com formato de bloco retangular , cujas

medidas internas estão representadas na gura abaixo.

A capacidade máxima, em cm3 , dessa forma é

a) 220 b) 500 c) 600 d) 1100 e) 3000

2. Na gura abaixo, o bloco retangular representa uma lata de tinta para paredes

completamente cheia. Observe as dimensões dessa lata


CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 72

O volume de tinta dessa lata, em decímetros cúbicos, é

a) 12 b) 15 c) 18 d) 24 e) 26

3. As medidas internas da carroceria de certo caminhão são de 1 metro de altura,

6 metros de comprimento e 3 metros de largura. Esse caminhão transportará

tijolos cujas medidas são mostradas na gura.

O número total de tijolos que esse caminhão suporta carregar é igual a

a) 9000 b) 9100 c) 9200 d) 9300 e) 9400

4. Um aquário tem a forma de um paralelepípedo reto-retângulo e contém água

até certa altura. As medidas internas da base do aquário são 40 cm por 25 cm.

Quando uma pedra é colocada dentro do aquário, cando totalmente submersa,

o nível da água sobe 0,8 cm.

O volume da pedra é, em cm3 , igual a

a) 100 b) 300 c) 400 d) 600 e) 800


CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 73

5. Alguns objetos, durante a sua fabricação, necessitam passar por um processo de

resfriamento. Para que isso ocorra, uma fábrica utiliza um tanque de resfria-

mento, como mostra a gura.

O que aconteceria com o nível da água se colocássemos no tanque um objeto cujo

volume fosse de 2.400 cm3 ?


a) O nível subiria 0,2 cm, fazendo a água car com 20,2 cm de altura.

b) O nível subiria 1 cm, fazendo a água car com 21 cm de altura.

c) O nível subiria 2 cm, fazendo a água car com 22 cm de altura.

d) O nível subiria 8 cm, fazendo a água transbordar.

e) O nível subiria 20 cm, fazendo a água transbordar.

2.3.3 Volume de uma Pirâmide


A pirâmide é uma gura geométrica espacial, mais precisamente um poliedro.
Ela é composta por uma base e um vértice. Sua base pode ser triangular, pentago-

nal, quadrada, retangular, paralelogramo.

Já o vértice, corresponde ao ponto mais distante da base da pirâmide e que une

todas as faces laterais triangulares.

Em outros termos, a pirâmide é um sólido geométrico de base poligonal que possui

todos os vértices num plano (plano da base). Sua altura corresponde a distância entre

o vértice e sua base.

As Pirâmides podem ser classicadas quanto ao formato do polígono de sua base


CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 74

É importante conhecer os seguintes elementos de uma pirâmide:

ˆ Aresta Lateral, Aresta da Base, Vértice, Altura. Apótema Base e Face Lateral.

ˆ Base: corresponde à região plana poligonal na qual se sustenta a pirâmide.

ˆ Altura: designa a distância do vértice da pirâmide ao plano da base.

ˆ Arestas: são classicadas em arestas da base, ou seja, todos os lados do polí-

gono da base, e arestas laterais, segmentos formados pela distância do vértice da

pirâmide até sua base.

ˆ Apótemas: corresponde à altura de cada face lateral; são classicadas em apó-

tema da base e apótema da pirâmide.

ˆ Superfície Lateral: É a superfície poliédrica composta por todas as faces late-

rais da pirâmide.
CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 75

O volume de uma pirâmide é dado por


1
V = × (Ab × h)
3

onde:

ˆ Ab é a área da base da pirâmide.

ˆ h é a altura da pirâmide.
Note que o volume da pirâmide é igual a terça parte do volume de um prisma.


Exemplo 2.8 A base de uma pirâmide reta é um quadrado cujo lado mede 8 2 cm.

Se as arestas laterais da pirâmide medem 17cm, o seu volume, em centímetros cúbicos,

é:

a) 520. b) 640. c) 680. d) 750. e) 780.

Resolução 32 Para calcular o volume necessitamos de calcular a altura h da pirâmide.


Para isso, devemos encontrar a apótema da face e usar desse valor para obter a altura.

Veja a gura abaixo:

Os triângulos destacados são ambos triângulos retângulos. Portanto, podemos aplicar

o Teorema de Pitágoras: Faremos isso para calcular o valor de a e, posteriormente,

para calcular o valor de h.



172 = a2 + (4 2)2 implica que 289 = a2 + 32, logo a2 = 257 (2.3)

Usando (2.3) e novamente o Teorema de Pitágoras


a2 = h2 + (4 2)2 implica que 257 = a2 + 32, logo h = 15 cm (2.4)
CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 76

Portanto, usando (2.4) e a fórmula do volume da pirâmide

1 √
V = × ((8 2)2 × 15) = 128 × 5 = 640 cm3
3

2.3.4 Problemas Propostos


1. Uma pirâmide regular de base hexagonal é tal que a altura mede 8cm e a aresta

da base mede 2 3 cm. O volume dessa pirâmide, em centímetros cúbicos, é
√ √ √ √ √
a) 24 3. b) 36 3. c) 38 3. d) 72 3. e) 144 3.

`2 3
Use que a área do triângulo equilátero é A= 4
, onde ` é a medida do lado do

triângulo.

2. Um empresário produz sólidos pedagógicos de plástico, como por exemplo, pirâ-

mides. Ele quer embalá-las em caixas no formato de um cubo, sabendo que a

pirâmide está inscrita, como mostra a gura abaixo.

Sabendo-se que o volume da pirâmide é de 6 m3 , então o volume do cubo, em

m3 , é igual a:

a) 9 b) 12 c) 15 d) 18 e) 21

3. Uma pirâmide é mergulhada num aquário cúbico cheio d'água, como na gura.

O número que expressa a relação entre a quantidade de água nal no aquário e

a inicial (antes de mergulhar a pirâmide) é de, aproximadamente,

a) 25% b) 33% c) 50% d) 67% e) 72%


CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 77

4. O tetraedro regular é uma pirâmide cuja base e as três faces são triângulos equi-

láteros. A gura abaixo mostra um tetraedro regular de aresta a

cujo o volume é calculado por



a3 2
V =
12

O volume, metros cúbicos, de um tetraedro regular cuja aresta mede 3 2m é:,

a) 4 b) 9 c) 12 d) 27 e) 32

5. São dados dois planos paralelos distantes de 5 cm. Considere em um dos planos

um triângulo ABC de área 30 cm2 e no outro plano um ponto qualquer O. O

volume do tetraedro ABCO, em cm2 , é:

a) 10 b) 20 c) 30 d) 40 e) 50

2.3.5 Volume do Cilindro


Cilindro é uma forma geométrica tridimensional formada por duas bases circulares em
planos distintos e paralelos e por todos os pontos entre essas bases. Para esta gura,

destacaremos três tipos de medidas:

ˆ Volume do Cilindro

ˆ Área Lateral

ˆ Área Total
CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 78

O volume do cilindro é dado por

V = π × r2 × h

onde:

ˆ r é o raio da base;

ˆ h é a altura do cilindro.
Exemplo 2.9 Uma pessoa comprou um litro de leite, e, após beber certa quantidade,

colocou o restante dele em uma caneca de alumínio na forma de um cilindro circular

reto, com 10 cm de diâmetro interno, conforme ilustra a gura:

Sabendo-se que o leite, ao ser colocado na caneca, atingiu a altura de 8 cm, pode-se

concluir corretamente que a quantidade de leite, em ml, que a pessoa havia bebido antes
de colocá-lo na caneca era (Adote π = 3):
a) 300 b) 350 c) 400 d) 450 e) 500

Resolução 33 Se o diâmetro da base é 10 cm, temos que o raio da base é igual a 5

cm. A altura do cilindro (volume que deve ser calculado) é de 8 cm. Assim, o volume

é de:

V = 3 × 52 × 8 = 600 cm3 = 600 ml

Como a pessoa comprou um litro de leite, restaram 400 ml.

2.3.6 Problemas Propostos


1. Observe abaixo o desenho de um reservatório no formato de um cilindro circular

reto que contém água até a metade de sua altura total.


CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 79

Nesse desenho, as medidas indicadas correspondem às dimensões internas desse

reservatório. Qual é o volume, em m3 , de água contido nesse reservatório?

a) 1, 5π b) 2π c) 2, 5π d) 6π e) 12π

2. Um copo cilíndrico, com 4 cm de raio e 12 cm de altura, está com água até a

altura de 8 cm. Foram então colocadas em seu interior n bolas de gude, e o nível

da água atingiu a boca do copo, sem derramamento. Qual é o volume, em cm3 ,

de todas as n bolas de gude juntas?

a) 32π b) 48π c) 64π d) 80π e) 96π

3. O leite produzido em uma fazenda é transportado em galões que são recipientes

cilíndricos, como o da gura abaixo. Para não entornar durante o transporte, cada

galão terá a sua capacidade máxima atingida, quando o nível do leite estiver a

uma altura de 60 cm em relação ao fundo, conforme indicado na gura abaixo.

Mauro comprou um galão como esse contendo leite até sua capacidade máxima.

Ele vai vender todo o conteúdo do galão em garrafas que contém 1 litro cada

uma. Quantas dessas garrafas, no máximo, Mauro pode vender?

a) 24 b) 75 c) 240 d) 750 e) 800

4. Um fabricante de sabão em pó decidiu remodelar a embalagem de seu produto,

criando um novo padrão com o formato de um cilindro reto. A gura abaixo

representa essa nova embalagem com as suas medidas internas indicadas.


CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 80

A quantidade máxima, aproximada, de sabão em pó, em cm3 , que essa embalagem


comporta é

a) 235,5 b) 471 c) 1177,5 d) 3532,5 e) 4710

5. Dona Maria, diarista na casa da família Teixeira, precisa fazer café para servir as

vinte pessoas que se encontram numa reunião na sala. Para fazer o café, Dona

Maria dispõe de uma leiteira cilíndrica e copinhos plásticos, também cilíndricos.

Com o objetivo de não desperdiçar café, a diarista deseja colocar a quantidade

mínima de água na leiteira para encher os vinte copinhos pela metade. Para que

isso ocorra, Dona Maria deverá

a) encher a leiteira até a metade, pois ela tem um volume 20 vezes maior que o

volume do copo.

b) encher a leiteira toda de água, pois ela tem um volume 20 vezes maior que o

volume do copo.

c) encher a leiteira toda de água, pois ela tem um volume 10 vezes maior que o

volume do copo.

d) encher duas leiteiras de água, pois ela tem um volume 10 vezes maior que o

volume do copo.

e) encher cinco leiteiras de água, pois ela tem um volume 10 vezes maior que o

volume do copo.

2.3.7 Volume do Cone


Ao estudarmos Geometria nos deparamos com várias situações geométricas, alguns

sólidos possuem origem e fundamentos na sua formação, um deles é o cone, gura

presente no cotidiano. Dado um círculo de centro O e raio r no plano α, e um ponto

V fora do plano. O cone será formado por segmentos de reta unindo o ponto vértice

aos pontos do círculo. Conforme a Figura


CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 81

Para o cone destacamos: A altura, vértice e a geratriz do cone.

O volume do cone é dado por


1
V = × π × r2 × h
3

onde:

ˆ r é o raio da base;

ˆ h é a altura do cone.
Observemos, como feito para a pirâmide, o volume do cone equivale a terça parte

do volume do cilindro.

Exemplo 2.10 A altura de um cone circular reto mede o triplo da medida do raio da

base. Se o comprimento da circunferência dessa base é 20π cm, então o volume do

cone, em centímetros cúbicos, é

a) 10π b) 100π c) 1000π d) 3000π e) 30000π

Resolução 34 Relembremos que o comprimento da circunferência é calculado por c=


2πr. Usando esta fórmula, temos que

2πr = 20π implica que r = 10 cm

Sendo a altura do cone igual ao triplo da medida do raio da base, temos que h = 30 cm.
Segue que o volume do cone é

1
V = × π × 102 × 30 = 1000π cm3
3

Exemplo 2.11 Dois cones de mesma base têm alturas iguais a 18 cm e 6 cm, respec-

tivamente. A razão de seus volumes é:

a) 2 b) 3 c) 4 d) 5 e) 6

Resolução 35 Note que se os cones possuem a mesma base, então possuem o mesmo
CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 82

raio r. Portanto, a razão entre os volumes é

1
3
× π × r2 × 18 18
razão = 1 = =3
3
× π × r2 × 6 6
| {z }
simplicando os termos destacados

A seção meridiana do cone circular reto é a interseção do cone com um plano que
contem o eixo do cone, conforme indica a gura abaixo

Observe que a geratriz g, o raio da base r e a altura h satisfaz a relação

g 2 = h2 + r2

2.3.8 Problemas Propostos


1. A altura de um cone circular reto mede o dobro da medida do raio da base. Se o

comprimento da circunferência dessa base é 6π cm, então o volume do cone, em

centímetros cúbicos, é

a) 10π b) 12π c) 18π d) 20π e) 22π

2. Um bloco maciço de pedra com a forma de cubo foi explodido para a produção de

areia. Quando essa areia foi descarregada da caçamba do caminhão de transporte,

ela formou um cone circular reto maciço de altura 3 metros e perímetro da base

18 metros.

Adotando π=3 nos cálculos nais, a aresta do bloco cúbico de pedra que gerou

a areia transportada, em metros, era igual a

a) 2,8 b) 3,0 c) 3,3 d) 3,6 e) 3,9


CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 83

3. Qual o volume, em m3 , de um cone circular reto cujo raio da base mede 3 m e

geratriz 5 m?

a) 2π b) 10π c) 12π d) 8π e) 18π

4. O raio da base de um cone circular reto e a aresta da base de uma pirâmide

quadrangular regular têm mesma medida. Sabendo que suas alturas medem 4

cm, então a razão entre o volume do cone e o da pirâmide é:

a) 1 b) 4 c) π d) 1/π e) 3π

5. O raio da base de um cone circular reto mede 3 m e o perímetro de sua seção

meridiana mede 16 m. O volume desse cone mede:

a) 8π b) 10π c) 14π d) 12π e) 36π

2.3.9 Área Lateral e Área Total


Iremos discutir nesse espaço sobre a área lateral e área total de sólido.

Os prismas são formados por duas bases poligonais, paralelas e composta por faces

laterais que são retângulos. A área lateral (AL ) de um prisma é soma das áreas dos

retângulos laterais

AL = Soma das áreas dos retângulos que compoem as faces laterais

Se o polígono da base for regular de n lados medindo a, então

AL = n · a · h

onde, h é a altura do prisma.


Em todos os casos, a área total (AT ) é dada por

AT = A + 2 × Ab
| L {z }
Área Lateral + 2 x Área da Base

ˆ Cubo e Paralelepípedo
CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 84

Exemplo 2.12 Qual é a área total, em cm2 , de um cubo cuja aresta mede 4 cm?

a) 16 b) 48 c) 64 d) 96 e) 100

Resolução 36 Área total é dada por AT = 6 × 42 = 6 × 16 = 96 cm2 .

Exemplo 2.13 Bárbara desenhou um paralelepípedo retângulo, como mostra a gura

abaixo.

Qual é a medida da área total, em cm2 desse paralelepípedo?

a) 100 b) 110 c) 121 d) 144 e) 150

Resolução 37 Área total é dada por AT = 2 × (10 · 7 + 3 · 7 + 10 · 3) = 121 cm2 .

Exemplo 2.14 Para economizar papelão, um fabricante de sabão em pó mudou as

dimensões da embalagem de 1 Kg. As duas embalagens, antiga e nova, têm o formato

de um paralelepípedo retângulo e suas dimensões estão indicadas no desenho abaixo,

respectivamente.

Considerando-se as medidas dadas e apenas a área externa das caixas, a economia de

papelão, em cm2 , que essa mudança resultou para a empresa, por caixa, foi de

a) 12 b) 60 c) 100 d) 200 e) 300

Resolução 38 Devemos calcular a área total de ambas embalagens e realizar a com-

paração

Aantiga = 2 × (18 · 5 + 5 · 20 + 18 · 20) = 1100 cm2

Anova = 2 × (15 · 10 + 10 · 12 + 15 · 12) = 900 cm2

Assim, a embalagem nova economiza 200 cm2 em relação a embalagem antiga.

A planicação do cilindro é dada na gura abaixo


CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 85

Esta planicação nos permite obter as seguintes fórmulas para área lateral e total do

cilindro.
Dado um cilindro de raio da base r e altura h, temos as seguintes fórmulas
para área lateral (AL ) e área total (AT )

AL = 2πr × h e AT = 2πr(h + r)
Exemplo 2.15 Maria comprou uma orquídea, que veio plantada em um vaso cilín-

drico, como representado no desenho abaixo.

A medida da área total, em cm2 , desse vaso cilíndrico é

a) 133,04 b) 376,8 c) 866,64 d) 1507,2 e) 2260,8

Resolução 39 Note que no cálculo da área total do vaso, uma área da tampa será

desconsiderada. Assim, calcularemos a área lateral e área de um círculo de raio 6 cm.

Portanto

AT = 2 × 3, 14 × 6 × 20 + 3, 14 × 62 = 866, 64 cm2
Para o cone reto, temos que a área lateral é a área de um setor circular de raio igual

a medida da geratriz. A área total é a área desse setor adicionada a área do círculo da

base.
CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 86

Dado um cone reto de raio da base r, altura h e geratriz g , temos as


seguintes fórmulas para área lateral (AL ) e área total (AT )

AL = πr × g e AT = πr(g + r)
Exemplo 2.16 Sabendo-se que um cone circular reto tem 3 dm de raio e 15π dm2 de
3
área lateral, o valor de seu volume em dm é:

a) 9π b) 15π c) 36π d) 20π e) 12π

Resolução 40 Se a área lateral é 15π dm2 e r = 3, temos pela fórmula da área lateral

que

π × 3 × g = 15π implica que g = 5 dm

Usando que g 2 = r2 + h2 , obtemos que h = 4 dm. Portanto, o volume do cone é

1
V = × π × 32 × 4 = 12π dm3
3

2.3.10 Problemas Propostos


1. A planicação abaixo é a representação de uma caixa de papelão.

Quantos centímetros quadrados de papelão foram gastos para fazer a caixa?

a) 324 b) 360 c) 720 d) 1044 e) 2000

2. A gura abaixo representa uma caixa de sapatos.

Com base na gura, a quantidade mínima de papel necessária, em metros qua-

drados, para embrulhar essa caixa é:

a) 0,10 b) 0,22 c) 0,51 d) 0,80 e) 1,00


CAPÍTULO 2. GRANDEZAS E MEDIDAS 87

3. Qual é a área total, em centímetros quadrados, de um cubo cuja aresta mede 5

cm?

a) 20 b) 40 c) 50 d) 125 e) 150

4. Uma ta retangular de 2 cm de largura foi colocada em torno de uma pequena lata

cilíndrica de 12 cm de altura e 192πcm3 de volume, dando uma volta completa

em torno da lata, como ilustra o modelo abaixo.

A área da região da superfície da lata ocupada pela ta é, em cm2 , igual a

a) 8π b) 12π c) 16π d) 24π e) 32π

5. A gura, abaixo, representa um silo, muito utilizado nas fazendas para arma-

zenar grãos. Ele é composto de um cone e um cilindro e suas dimensões estão

indicadas na gura abaixo.

A área da região da superfície lateral do silo, em m2 , igual a

a) 8π

b) 20π + π 13

c) 10π + 2π 13

d) 20π + 2π 13

e) 10π + 4π 13

6. A área total, em centímetros quadrados, de um cone com 12 cm de raio e 16 cm

de altura é:

a) 38π b) 380π c) 384π d) 500π e) 520π


Capítulo 3

Números e Operações

Neste capítulo, iremos discutir os descritores que estão relacionados ao tema Nú-
meros e Operações. Veremos que os assuntos aqui tratados, estarão ligados a área de

álgebra e aritmética. Traremos a teoria e os problemas relacionados a cada descritor,

seguindo a mesma formação dos capítulos anteriores.

3.1 Descritor D14 - Teoria e Problemas

O descritor D14 está relacionado a identicação de números reais na reta numérica.

Iremos explorar um pouco sobre a reta numérica e focar na resolução de problemas,

Uma vez que os problemas são diversos, esse conhecimento da reta numérica é apenas

uma tangente na resolução dos problemas.

3.1.1 Reta Numérica


A reta numérica é uma reta onde representamos de forma ordenada os números reais.

Tais números podem ser frações (números racionais) ou dízimas não periódicas (núme-

ros irracionais). Essa reta é simétrica, tendo o valor 0 (zero) como o centro da reta,

destinando os números negativos a esquerda de zero e os positivos a direita de zero.

Os números representados na reta numérica acima são números inteiros e compõem o

conjunto dos números inteiros Z. Entre dois números inteiros existem innitos nú-

meros racionais e innitos números irracionais. Assim, dado um número real, devemos

88
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 89

ser capaz de dizer se tal número é inteiro ou não. Caso não seja um número inteiro,

devemos dizer entre quais números consecutivos ele está localizado. Isto é o mesmo

que dizer em qual intervalo real o dado número pertence.


Exemplo 3.1 Entre quais inteiros consecutivos está o número 18?

Resolução 41 A primeira observação a ser feita é que se p e q são números positivos


√ √ √
tais que p < q , então p< q. Usando isso, que é um fato da função x ser crescente,
temos que
√ √ √
16 < 18 < 25 implica que 4= 16 < 18 < 25 = 5

Assim, 18 está entre os números inteiros 4 e 5.

O uso de estimativas também é explorado pelo descritor D14 . Vejamos por meio do

exemplo a seguir:

Exemplo 3.2 Um professor de matemática representou geometricamente os números

reais 0, x, y e 1 numa reta numérica.

A posição do número x·y é:

a) à esquerda de 0.

b) entre 0 e x.

c) entre x e y.

d) entre y e 1.

e) à direita de 1.

Resolução 42 Observe que xey são positivos e menores do que 1. Assim, 0 < x·y <
x · 1 = y. Portanto x·y está entre 0 e x.

Exemplo 3.3 A representação da reta numérica abaixo está dividida em partes iguais

Nessas condições qual o valor de M + N?


a) 1, 5 b) 1, 0 c) 0, 5 d) 0 e) −0, 5
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 90

Resolução 43 O intervalo de comprimento 2 foi dividido em quatro partes iguais.

Portanto cada parte possui comprimento valendo 2 ÷ 4 = 0, 5. Assim, temos a seguinte

decomposição para as marcações na reta

M N
z }| { z}|{
−0, 5 − 0 − 0, 5 − 1, 0 − 1, 5 − 2, 0

Portanto, M + N = −0, 5 + 1, 5 = 1, 0.

3.2 Problemas Propostos



1. O valor de 7 é um número irracional. Esse valor está localizado entre os números

naturais

a) 1 e 2 b) 2 e 3 c) 3 e 4 d) 4 e 5 e) 5 e 6

2. Observe a reta numérica abaixo, na qual estão representados números equidis-

tantes 28, F, G, H, I, J, K, L, 32.

Qual é o ponto correspondente ao número 30,5?

a) G b) H c) I d) J e)K

2
3. Que alternativa indica a localização do número na reta numérica?
7

4. Um segmento de reta está desenhado conforme a gura abaixo. As letras A, B,

C, D e E indicam pontos localizados no intervalo indicado.


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 91


O ponto que melhor representa o número 5 na reta dada é?

a) A b) B c) C d) D e) E

5. A professora de Márcio solicitou à turma que localizasse na reta numérica o

número 34 . Identique a alternativa que expressa esta situação de forma correta.

6. Observe a reta numérica abaixo. Ela está dividida em segmentos de mesma

medida. Qual é o ponto que melhor representa a localização do número - 1,4

nessa reta?

a) P b) Q c) R d) S e) T

7. O número real s r q √
15 − 32 + 25 − 81

pode ser representado na reta numérica.

A correspondência correta é:

a) A b) B c) C d) D e) E

8. Observe a reta numérica a seguir


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 92

Considerando que −4 < x < 4, um dos pontos que x poderá assumir é

a) I b) P c) M d) H e) Q

3.3 Descritor D15 - Teoria e Problemas

No descritor D15 , trataremos de gradezas diretamente e inversamente proporcionais.


Abordaremos neste descritor, problemas que envolvam o uso de regra de três simples

ou regra de três composta na sua resolução.

3.3.1 Grandezas diretamente proporcionais e inversamente pro-


porcionais
Duas grandezas são diretamente proporcionais se o aumento de uma implica pro-

porcionalmente o aumento da outra grandeza. Problemas que envolvem duas ou mais

grandezas diretamente proporcionais podem ser resolvidas usando regra de três. Esta

regra permite comparar duas o mais grandezas.

Exemplo 3.4 Um automóvel percorre 300 km com 25 litros de combustível. Caso o

proprietário desse automóvel queira percorrer 120 km, quantos litros de combustível

serão gastos?

Resolução 44 Note que temos duas grandezas:

ˆ Distância em km

ˆ Litros de Combustível

e elas são diretamente proporcionais, pois notoriamente, com mais litros de combus-

tível, percorremos uma distância maior. Para resolver, montamos a seguinte tabela e

multiplicamos cruzado as informações

Distância Litros
300 → 25
120 → x

Assim
3000
300x = 120 · 25 implica que x= = 10 litros
300
Exemplo 3.5 Márcio contratou um novo pacote de canais para sua TV a cabo. Seu

provedor fez uma proposta de aumentar de 100 para 175 canais, aumentando, pro-

porcionalmente, o valor da assinatura. Márcio pagava R$ 70,00 por mês e aceitou a

proposta do provedor. Quanto, em reais, ele passou a pagar?

a) 52,50 b) 75,00 c) 122,50 d) 145,00 e) 250,00


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 93

Resolução 45 Montando a tabela e comparando as grandezas

Canais Valor
100 → 70
175 → x

Multiplicando cruzado os dados da tabela, obtemos

12250
100x = 175 · 70 implica que x= = 122, 50 reais
100

Duas grandezas são inversamente proporcionais se o aumento de uma implica a

redução proporcional da outra grandeza.

Exemplo 3.6 um automóvel move-se a 40 km/h e demora cerca de 5 horas para chegar

ao seu destino. Se esse automóvel estivesse a 80 km/h, quantas horas levaria para

chegar ao mesmo destino?

Resolução 46 Não podemos esperar que aumentando a velocidade em que se percorre

um trajeto, aumente também o tempo em que se percorre o trajeto. Assim, as grandezas

velocidade em m/h e tempo em horas são inversamente proporcionais. Porém,

se considerarmos o inverso do tempo ou o inverso da velocidade, obtemos grandezas

que são diretamente proporcionais e podemos resolver nos moldes do exemplo ante-

rior. Isso é equivalente a, montar um tabela comparando as grandezas e multiplicar

horizontalmente ao invés de multiplicar cruzado.

Velocidade Tempo
40 → 5
80 → x

Assim
200
80x = 40 · 5 implica que x= = 2, 5 horas
80

3.3.2 Problemas Propostos


1. Em um jantar, Ana acendeu uma vela decorativa de 10 cm de altura na mesa

e observou que, passados 36 minutos, a medida da altura dessa vela era 4 cm.

Considerando que a queima dessa vela tem o mesmo ritmo do início até o nal,

o tempo total, em minutos, que essa vela permanecerá acesa sem nenhuma inter-

venção será de

a) 60 b) 90 c) 134 d) 144 e) 360


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 94

2. Uma lanchonete vende sucos em copos com capacidade para 500 mL pelo preço

de R$ 5,00. Atendendo aos pedidos de clientes, essa lanchonete também passará

a vender seus sucos em copos que comportam 200 mL a mais do que o modelo

atual, e o preço desse novo copo de suco será proporcional ao preço do suco

vendido no copo de 500 mL. De acordo com essas informações, por qual valor,

em reais, essa lanchonete deve vender esse novo copo de suco?

a) 2,00 b) 3,57 c) 5,00 d) 6,35 e) 7,00

3. Uma torneira despejando 4 litros de água por minuto, leva 15 horas para encher

um reservatório. Se a torneira despejasse 6 litros de água por minuto, gastaria o

seguinte número de horas para encher o mesmo reservatório:

a) 6 b) 8 c) 10 d) 12 e) 14

4. Um produtor rural tem 40 bois e ração suciente para tratá-los por um período

de 50 dias. Se o produtor vender 15 bois, com essa mesma quantidade de ração

dava para tratar durante um período, em dias, de

a) 30 b) 31 c) 80 d) 120 e) 140

5. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que uma pessoa consuma,

no máximo, 2,4 gramas de sódio por dia, o equivalente a 100 g de azeitonas.

Seguindo essa recomendação, e considerando que a azeitona será a única fonte

de sódio daquele dia, 1 kg de azeitonas será suciente para o consumo de, no

mínimo, quantas pessoas?

a) 6 b) 8 c) 10 d) 12 e) 34

6. Um carro, viajando a uma velocidade média de 80 km \ h, faz um determinado

percurso em 6 horas. Na hipótese de esse carro fazer a viagem com uma velocidade

média de 100 km \ h, o tempo de percurso seria de

a) 7 horas e 30 minutos

b) 5 horas e 30 minutos

c) 4 horas e 48 minutos

d) 3 horas e 50 minutos

e) 3 horas e 40 minutos

7. Com velocidade média de 600 km/h, um avião faz um percurso em 1h 30 min.

Se esse mesmo percurso foi feito em 2 h, qual foi a velocidade média,em km/h,

desse avião?

a) 800 b) 688 c) 450 d) 400 e) 300

8. Um edifício de 20 m de altura foi representado por uma maquete de 60 cm de

altura. Sabendo que todas as janelas dos apartamentos do edifício têm 1,5 metros

de largura, qual é a medida da largura das janelas na maquete desse edifício?


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 95

a) 0,5 cm

b) 4,5 cm

c) 6,0 cm

d) 800 cm

e) 1 800 cm

9. A proveta é um instrumento usado em laboratórios para medir e transferir vo-

lumes de líquidos. O produto químico colocado na proveta atinge uma altura,

em cm, de acordo com o número de gotas. Veja essa correspondência no quadro

abaixo.

Qual será a altura marcada, em cm, na proveta quando forem colocadas 91 gotas

de um produto químico?

a) 10 b) 13 c) 21 d) 26 e) 31

3.3.3 Regra de Três Composta


Regra de três composta é um processo matemático utilizado na resolução de questões

que envolvem a proporcionalidade direta ou inversa com mais de duas grandezas.

Evidente que em resolução de problemas para regra de três compostas devemos

vericar quais são as grandezas envolvidas e qualicar a relação entre elas em: inversas

ou diretas no sentido proporcional. Multiplicamos as proporções das que são direta-

mente proporcional e igualamos a proporção que envolve a grandeza a ser calculada.

De fato, se uma for inversamente proporcional devemos inverter a proporção para que

a mesma que diretamente proporcional. Esse processo pode ser embaraçoso quando

o problema possui muitas grandezas envolvidas. Neste sentido, apresentaremos um

método prático para a resolução que trabalha inteiramente a interpretação, algo ine-

rente desses problemas. Todos problemas de regra de três composta podemos separar

as grandezas que fazem parte de um processo para obter um resultado denominado

produto. Os termos processo e produto devem ser interpretados do ponto de vista

"empreendedora". O produto nem sempre estará ligada a variável a ser calculada. As


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 96

vezes, o que desejamos obter é uma parte do processo. Vamos discutir esse método por

meio dos exemplos.

Exemplo 3.7 Dez funcionários de uma repartição trabalham 8 horas por dia, durante

27 dias, para atender certo número de pessoas. Se um funcionário doente foi afastado

por tempo indeterminado e outro se aposentou, o total de dias que os funcionários

restantes levarão para atender o mesmo número de pessoas, trabalhando uma hora a

mais por dia, no mesmo ritmo de trabalho, será

a) 28 b) 29 c) 30 d) 31 e) 33

Resolução 47 Dentro do contexto do problema, o interesse da repartição é de atender

pessoas, este é então o produto. Para obter esse produto, precisamos do processo que

serão os funcionários, as horas trabalhadas e os dias trabalhados. Assim, as variáveis do

processo são:Funcionários (F), Horas trabalhadas (HT), Dias (D). O produto,


será sempre uma única variável, e neste problema, temos a variável números de

pessoas atendidas (PA). Vamos colocar os dados em colunas separando as variáveis


do processo da variável do produto.

Processo | Produto
(F ) (HT ) (D) | (P A)
10 8 27 | x
8 9 y | x

Nesta tabela, y determina a variável a ser calculada. O procedimento será multiplicar

os valores da primeira linha do processo com o segundo elemento do produto e igualar

como o produto da segunda linha do processo com o primeiro termo do produto.

Processo | Produto
(F ) (HT ) (D) | (P A)
× ×
10 → 8 → 27 & x
z}|{ z}|{
× ×
8 → 9 → y % x
z}|{ z}|{

Isto nos fornece

10 × 8 × 27 × x = 8 × 9 × y × x implica que 270 = 9y logo, y = 30 dias

Exemplo 3.8 Uma indústria tem um reservatório de água com capacidade para 900 m3 .
Quando há necessidade de limpeza do reservatório, toda a água precisa ser escoada. O

escoamento da água é feito por seis ralos, e dura 6 horas quando o reservatório está

cheio. Esta indústria construirá um novo reservatório, com capacidade de 500m3 , cujo

escoamento da água deverá ser realizado em 4 horas, quando o reservatório estiver


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 97

cheio. Os ralos utilizados no novo reservatório deverão ser idênticos aos do já exis-

tente.

A quantidade de ralos do novo reservatório deverá ser igual a

a) 2 b) 4 c) 5 d) 8 e) 9

Resolução 48 A discussão da resolução desse problema será mais direta: Interpreta-

mos como produto nesse problema esvaziar o reservatório. Relacionado a essa variável,

temos a capacidade do reservatório. Para esvaziar o reservatório dependemos de ralos

e horas para o processo. Assim, a montagem ca na forma

Processo | Produto
(Ralos) (Horas) | (Capacidade)
× ×
6 → 6 → & 900
z}|{ z}|{
× ×
x → 4 → % 500
z}|{ z}|{

Isto nos fornece

6 × 6 × 500 = x × 4 × 900 implica que 180 = 36x logo, x = 5 ralos

3.3.4 Problemas Propostos


1. Seis máquinas fabricam, em 48 dias, 2 000 metros de um tecido. Em quantos dias

oito máquinas, com a mesma capacidade de produção, vão fabricar 3 000 metros

do mesmo tecido?

a) 16 b) 24 c) 36 d) 54 e) 64

2. Márcio contratou 5 operários para construir sua casa. Esses operários, traba-

lhando 8 horas por dia, levarão 150 dias para terminar a construção. Mantendo

o mesmo ritmo de trabalho, 8 operários, trabalhando 10 horas por dia, terminam

a mesma obra em quantos dias?

a) 75 b) 300 c) 192 d) 100 e) 125

3. Na perfuração de um poço de 160m de profundidade, 40 operários levaram 21

dias. Quantos dias 30 operários levariam na perfuração de 200m deste mesmo

poço?

a) 25 b) 30 c) 12 d) 13 e) 35

4. Todo dia, em uma empresa, chegam 300 chas que devem ser digitadas no com-

putador. Atualmente 5 pessoas fazem esse serviço em 3h. Se forem colocadas

mais 10 pessoas, o tempo para digitar essas 300 chas será de:

a) 1 h b) 2 h c) 3 h d) 6 h e) 9 h
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 98

5. Um grupo de professores, trabalhando 8 horas por dia, conseguiu elaborar um

banco de questões de Matemática em 40 dias. Trabalhando 5 horas por dia,

quantos dias esse mesmo grupo de professores demorará para elaborar o mesmo

banco de questões?

a) 25 b) 40 c) 64 d) 120 e) 200

6. Uma nutricionista recomendou à Dona Vera que comprasse 6 kg de verduras

para alimentar de forma saudável as 6 pessoas de sua família durante 7 dias.

Dona Vera passou 14 dias na casa de praia e nessa casa havia um total de 8

pessoas. Para alimentar essas 8 pessoas Dona Vera comprou a quantidade de

verdura necessária para alimentá-los, durante os 14 dias, na mesma proporção

recomendada pela nutricionista. Qual foi a quantidade, em kg, de verdura que

Dona Vera comprou?

a) 8 b) 9 c) 12 d) 16 e) 22

3.4 Descritor D16 - Teoria e Problemas

Discutiremos no descritor D16 problemas que envolvam porcentagem.

3.4.1 Porcentagem
Iniciaremos a nossa discussão relembrando o que vem a ser uma porcentagem. Repre-

sentada pelo símbolo %, a porcentagem é a divisão de um número qualquer por 100.

Por exemplo, a expressão 10 %, que se lê: dez por cento, signica que 10 partes de

um todo que foi dividida em 100 partes. três formas:

ˆ Percentual: Nessa forma fazemos uso do símbolo % para indicar a quantidade

do todo que está sendo considerada. Para esses casos, se p é um número real não
negativo
p
p% =
100
Por exemplo:
2 4, 98 75
2% = , 4, 98% = e 75% =
100 100 100

ˆ Fracionária: Nessa forma colocamos a fração


p
100
na forma irredutível. Relem-
p
bremos que uma fração
q
está na forma irredutível quando peq são primos entre

si, isto é, p e q não podem ser divididos simultaneamente por um número natu-
p
ral maior do que 1. É usual de chamar a fração de forma simplicada. Por
q
exemplo:
25 25 ÷ 25 1
25% = = =
100 100 ÷ 25 4
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 99

Para o exemplo acima, 25 é o maior natural que divide simultaneamente 25 e

100. A este valor damos o nome de máximo divisor comum de 25 e 100.

ˆ Decimal: Nessa forma transformamos a fração irredutível


p
q
na forma decimal.

Para isso, realizamos a divisão p ÷ q. O resultado dessa divisão é a forma decimal


p
da porcentagem associada a . Por exemplo:
q

2 4, 98 75
2% = = 0, 02, 4, 98% = = 0, 0498 e 75% = = 0, 75
100 100 100

A porcentagem é muito utilizada no dia a dia. Saber como calcular descontos e

aumentos sobre valores de bens ou serviços é muito útil na vida cotidiana. Diversas

situações envolvem essas noções, como o aumento de preços em supermercados, o valor

incorporado em uma conta do bar referente à gorjeta dada aos garçons (que não é

obrigatória, mas que faz parte de nossa cultura e que usualmente é cobrado), descontos

dados em lojas em época de liquidação ou quando o valor de um produto é quitado

à vista. Esses aumentos e descontos são anotados em forma de porcentagem e os

denimos a seguir:
Se um dado valor V0 sofre um aumento de p%, então o novo valor VA é
dado por
p p
 
VA = V0 + V0 = 1 + V0
100 100
A quantidade
p
1+
100
é chamada de fator de atualização
De modo análogo podemos denir o desconto
Se um dado valor V0 sofre um desconto de p%, então o novo valor VA é
dado por
p p
 
VA = V0 − V0 = 1 − V0
100 100
A quantidade
p
1−
100
também é chamada de fator de atualização.
Exemplo 3.9 Uma loja vende um produto à vista com 8% de desconto. Se o valor

pago à vista pelo produto foi R$ 41,40, qual é o preço desse produto sem desconto?

a) R$ 3,60 b) R$ 26,00 c) R$ 41,40 d) R$ 45,00 e) R$ 48,00

Resolução 49 Estamos interessados no valor inicial V0 do produto. A porcentagem

de desconto é de 8% = 0, 08 (mais usual trabalhar com a forma decimal na resolução).


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 100

O valor atualizado VA (já com desconto) é de R$ 41,40. Assim

41, 40
41, 40 = (1 − 0, 08)V0 implica que V0 = = 45
0, 92

Portanto, antes do aumento o produto custava R$ 45,00.

Esse problema também pode ser resolvido usando regra de três simples.

Exemplo 3.10 O preço do aluguel de uma casa passou de R$ 430,00 para R$ 559,00.

Qual foi a porcentagem de aumento no preço aluguel?

a) 5% b) 10% c) 15% d) 25% e) 30%

Resolução 50 Aqui temos o valor V0 = 430 e VA = 559. Aplicando na forma do

desconto, obtemos

559
559 = (1 + p%)430 implica que 1 + p% = = 1, 3 logo, p% = 0, 3 = 30%
430

Os problemas de porcentagem não estão somente ligados a problemas nanceiros.

A seguir trazemos um problema de outra natureza ao qual resolvemos usando regra de

três simples.

Exemplo 3.11 Uma pesquisa sobre o perl dos que bebem café mostrou que, num

grupo de 1 000 pessoas, 70% bebem café e, dentre os que bebem café, 44% são mulheres.

Qual a quantidade de homens que bebem café no grupo de 1 000 pessoas?

a) 700 b) 660 c) 392 d) 308 e) 260

Resolução 51 Das 1000 pessoas, 70% bebem café isso indica que

70
70% de 1000 = × 1000 = 70 × 10 = 700 pessoas bebem café
|100 {z }
simplicando

Dessas 700 pessoas, 44% são mulheres, logo 100%-44%=56% são homens. Assim,

montamos a regra de três

Pessoas Porcentagem

700 → 100%
H → 56%

Multiplicando as informações cruzadas e igualando as, obtemos que a quantidade H é

dada por

100H
|
={z700 × 56} obtemos H = 392 homens

simplicando os 00
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 101

3.4.2 Problemas Propostos


1. Uma escola tem 1500 alunos, sendo 900 do sexo masculino e 600 do sexo feminino.

Qual a porcentagem de alunos do sexo masculino em relação ao total de alunos

da escola?

a) 5% b) 10% c) 40% d) 55% e) 60%

2. Júlia fez compras no valor de 80 reais. Como ela pagou à vista, o valor dessas

compras caiu para 72 reais. Qual foi o percentual de desconto obtido por Júlia?

a) 7,2% b) 8% c) 10% d) 11,1% e) 15,2%

3. Um carro bicombustível pode ser abastecido tanto com etanol quanto com ga-

solina. Com o tanque completamente cheio com etanol, um automóvel percorre,

em média, uma distância de 600 km. Enchendo o tanque desse automóvel com

gasolina, o consumo é menor , sendo possível aumentar essa distância em 25%.

Qual distância, em média, é possível percorrer com o tanque desse carro cheio de

gasolina?

a) 450 km b) 600 km c) 625 km d) 650 km e) 750 km

4. A prefeitura de uma cidade adotou a seguinte promoção para incentivar a arreca-

dação de IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano): pague com 10de desconto

até o dia 10 de maio; preço normal de 11 a 31 de maio ou acréscimo de 10% após

o dia 1o de junho. Carla recebeu seu carnê antecipadamente com o preço normal

de R$ 350,00 e pagou no dia 10 de junho. Quanto Carla pagou de IPTU?

a) R$ 385,00 b) R$ 360,00 c) R$ 350,00 d) R$ 340,00 e) R$ 315,00

5. Este mês, Paulo atrasou o pagamento do condomínio. Com isso, além do valor

mensal, de R$ 400,00, ele ainda pagou 5,5% de juros. Qual o total que Paulo

pagou de condomínio? a) R$ 455,00 b) R$ 424,00 c) R$ 422,00 d) R$

420,00 e) R$ 405,50

6. O preço de uma bolsa passou de R$ 8,00 para R$ 10,00. O aumento percentual

no preço dessa bolsa foi de

a) 2,0% b) 2,5% c) 20% d) 25% e) 80%

7. Um cliente teve um desconto de 25% na compra à vista de um produto que

custava R$ 135,00. O cliente pagou pelo produto

a) 101,25 b) 110,00 c) 121,50 d) 160,00 e) 168,75

8. O Ministério da Saúde começou, em abril de 2011, uma nova campanha para

imunizar a população contra a gripe Inuenza H1N1. No Dia D, que marcou o

início da campanha, a Secretaria Municipal de Juiz de Fora  MG vacinou 18.000

pessoas, o que corresponde a 20% da meta a ser atingida. Quantas pessoas ainda
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 102

precisam ser vacinadas para se atingir a meta da Secretaria?

a) 14 400. b) 18 000. c) 72 000. d) 90 000. e) 100.000.

9. Todo ano os brasileiros precisam acertar as contas com o Leão, ou seja, com o

Imposto de Renda (IR). Suponha que, se a faixa salarial anual de um contribuinte

está entre R$ 15.085,45 e R$ 30.144,96, então ele deve pagar 15% de IR. Logo,

para vericar o valor devido, basta multiplicar a renda total no ano por 0,15.

Nessa situação, se uma pessoa teve uma renda anual de R$ 20.000,00, o valor

devido a título de IR é de

a) R$ 120,00. b) R$ 300,00. c) R$ 1.200,00. d) R$ 3.000,00. e) R$ 4.500,00

10. A loja Sapatolândia dá 20desconto, sobre o preço de tabela, em todos os pro-

dutos que vende. Laura comprou nessa loja um sapato cujo preço de tabela era

R$ 88,50. Quanto Laura pagou por esse sapato?

a) R$ 17,70. b) R$ 68,50. c) R$ 70,80. d) R$ 88,50. e) R$ 106,20

3.5 Descritor D17 - Teoria e Problemas

Neste descritor, discutiremos problemas relacionados a equação do segundo grau.

Abordaremos aqui a equação do 2º grau, bem como as funções do 2º grau (funções

quadráticas). O estudo dessas funções é rico em propriedades e aplicações. É bom

enfatizar que as funções quadráticas são funções que admitem máximo ou mínimo

global. Isto torna o uso dessas funções em problemas de máximos e mínimos.

3.5.1 Equação Quadrática e Função Quadrática


Uma equação do segundo grau é uma equação em uma variável dada por

ax2 + bx + c = 0

onde a, b e c são números reais, com a 6= 0. O fato de receber o nome equação torna

um problema de encontrar o valor da variável que satisfaz a igualdade. A este valor,

damos o nome de solução). Para este caso (equação do segundo grau), temos duas

soluções que são encontradas por meio do seguinte resultado

Seja ax + bx + c = 0 uma equação do segundo grau, com a 6= 0, então as


2

soluções reais, caso existam, são dadas por


√ O
−b ± ∆
x= com ∆ = b2 − 4ac
2a

resultado acima é conhecido como a fórmula de Bhaskara. O termo ∆ recebe o nome


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 103

de Discriminante. Podemos associar a existência de soluções da equação por meio do

sinal do discriminante.

∆<0 ∆=0 ∆>0


Não existe solução real Existe uma única Solução Existem duas soluções

Exemplo 3.12 O piso do salão de festas do condomínio onde Marcos mora tem forma

retangular com 140 m2 de área. As medidas dos lados do piso estão indicadas na gura

a seguir:

Observando os dados podemos dizer que as dimensões do piso do salão são

a) 2 m e 70 m.

b) 4 m e 35 m.

c) 5 m e 28 m.

d) 7 m e 20 m.

e) 10 m e 14 m.

Resolução 52 Para determinar as dimensões do piso do salão, devemos encontrar

o valor de x. Visto que a área retangular é 140 m2 , e relembrando que área de um

retângulo é o produto da base pela altura, temos

(x + 6) × (x + 2) = 140

Agora, devemos usar a distributividade no lado esquerdo da igualdade acima

x2 + 8x + 12 = 140

do qual obtemos a equação do segundo grau

x2 + 8x − 128 = 0

Agora, vamos aplicar a fórmula de Bhaskara com a = 1, b = 8 e c = −128.

∆ = 82 − 4 × 1 × (−128) = 64 + 512 = 576


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 104

Assim,


−8 ± 576 −8 ± 24 16 −32
x= = implica que x0 = =8 e x00 = = −16
2·1 2 2 2

Evidentemente pela natureza do problema, a solução que procuramos é x = 8. Desta

forma

x + 6 = 8 + 6 = 14 m e x + 2 = 8 + 2 = 10 m

Podemos destacar no problema acima que poderíamos fatorar o valor 140 e observar

que x+6 é maior quatro unidades em relação a x + 2. Assim, escrevemos 140 como

produto de dois números de tal forma que a diferença entre esses dois números é igual

a 4. Portanto,

(x + 6) × (x + 2) = 140 = 14 × 10 implica que x=6

Exemplo 3.13 A idade de Mariana é representada por um número que somado ao

seu quadrado é igual a 12. Qual a idade, em anos, de Mariana?

a) 2 b) 3 c) 4 d) 5 e) 6

Resolução 53 Chamando de x a idade de Mariana, temos

x + x2
| {z }
= 12 implica que x(1 + x) = 12
| {z }
Colocando x em evidência Nºs consecutivos

Sendo x(1 + x) o produto de dois números consecutivos, devemos escrever 12 de tal

forma, assim

x(1 + x) = 3 × 4 implica que x=3 anos

Associado ao estudo das equações do segundo grau temos o estudo das funções do

segundo grau ou funções quadráticas.


Uma função quadrática é uma função f : R → R dada por

f (x) = ax2 + bx + c

onde a, b e c são números reais com a 6= 0.


A expressão f (x) = ax2 + bx + c é denominada lei de formação de f. Quando

fazemos f (x) = 0, obtemos uma equação do segundo grau a ser resolvida. Desta
0 00
forma, caso exista solução, os valores x e x encontrados por meio da fórmula de

Bhaskara satisfazem

f (x0 ) = 0 e f (x00 ) = 0
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 105

Esses valores são chamados de zeros ou raízes da função f . A representação gráca

de uma função quadrática, isto é, a representação do conjunto de pontos {(x, f (x)); x ∈


R} denota uma curva no plano cartesiano denominada parábola. Esse gráco tem a

sua geometria dependendo dos sinais dos coecientes a, b e c da função f. As raízes,

caso existam são representadas por pontos onde a curva da parábola corta o eixo das

abscissas. A gura a seguir, mostra a posição do gráco de uma função quadrática em

relação ao eixo x.

Repare que quando ∆<0 a parábola nã0 intercepta o eixo x, isso indica que a função

não possui raízes reais. A existência de raízes nesse caso é garantida em um conjunto

mais completo chamado de números complexos.

Exemplo 3.14 O gráco da função quadrática

f (x) = x2 − 4x + 3

está representado abaixo.


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 106

Dado um número x0 , o valor f (x0 ) é o valor numérico de f (x) em x = x0 . Assim,

os zeros da função quadrática possuem valor numérico nulo.

Exemplo 3.15 Um corpo lançado do solo verticalmente para cima tem posição em

função do tempo dada pela função f (t) = 40t − 5t2 , onde a altura f (t) é dada em

metros e o tempo t em segundos. De acordo com essas informações após 4 segundos

qual é a altura, em metros, atingida pelo corpo?

a) 30 b) 40 c) 50 d) 80 e) 140

Resolução 54 Estamos interessados na altura do corpo após 4 segundos. Isto é, de-

vemos calcular o valor numérico da função f para t = 4. Assim,

f (4) = 40 · 4 − 5 · 42 = 160 − 5 · 16 = 160 − 80 = 80 metros

Se um dado problema é encontrar o valor de x para o qual o valor numérico é

y, então dizemos que estamos interessados em calcular a pré imagem de y. Isto é

equivalente a resolver a equação

f (x) = y

onde x é a variável a ser calculada e o valor de y é conhecido. Geometricamente,

essas soluções indicam as abscissas dos pontos onde a reta horizontal de nível y corta

o gráco na função f. Tal reta recebe o nome de reta de nível.


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 107

Exemplo 3.16 O proprietário de uma fazenda adquiriu alguns pássaros, que se ali-

mentam de lagartas, para acabar com a praga que infestou sua plantação. A função

L(t) = 4t2 − 80t + 400 representa o número de lagartas L(t), em milhares, após t dias

da presença dos pássaros na plantação. Qual é o tempo gasto, em dias, para acabar

com a população de lagartas?

a) 10 b) 20 c) 30 d) 40 e) 50

Resolução 55 Estamos interessados em determinar o valor t para o qual L(t) = 0.


Isto é, os valores de t são zeros da função L. Desta forma, resolveremos a equação

2
4t
|
− 80t{z+ 400 = 0} implica que t2 − 20t + 100 = 0
simplicando por 4

Usaremos a fórmula de Bhaskara com a = 1, b = −20 e c = 100. Assim


2 −(−20) ± 0 20
∆ = (−20) − 4 · 1 · 100 = 400 − 400 = 0 e t= = = 10 dias
2·1 2

Note que quando ∆ = 0, temos uma única solução.

Umas das principais características das funções quadráticas são a existência de

máximo e mínimos globais.


Dizemos que xV é um valor máximo global (respectivamente mínimo glo-
bal) para uma função f , se f (xV ) > f (x) (respectivamente f (xV ) < f (x))
para todo x. Neste caso, f (xV ) é um valor máximo (respectivamente um
valor mínimo).
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 108

Os valores máximos são valores de nível máximo, enquanto os valores mínimos são

valores de nível mínimo. A existência desses valores depende do sinal do coeciente a


para as funções f (x) = ax2 + bx + c. Se a > 0, temos um valor mínimo. Se a < 0,
temos um valor máximo.

Os valores de máximos ou mínimos são dados pelos cálculos do vértice da parábola


V (xV , yV ) onde xV é o xvértice e yV é o yvértice .
As coordenadas do vértice de uma parábola V (xv , yV ) são dadas por

b ∆
xV = − e yV = − onde ∆ = b2 − 4ac
2a 4a

Em particular, yV = f (xV ).
Exemplo 3.17 O lucro L(x) de uma empresa em função do número de peças fabrica-

das (x) é dado pela função . L(x) = 200x − x2 . Qual é o número de peças que essa

empresa deve fabricar para obter o lucro máximo?

a) 25 b) 100 c) 200 d) 1000 e) 2000

Resolução 56 O lucro máximo é obtido quado x = xV . Sendo a = −1 e b = 200,


temos
200
xV = − = 100 peças
2 · (−1)
Exemplo 3.18 O movimento de um projétil, lançado para cima verticalmente, é des-

crito pela função h(x) = −40x2 + 200x, com h em metros. A altura máxima atingida,

em metros, pelo projétil é

a) 6,25 b) 40 c) 200 d) 250 e) 2000

Resolução 57 Devemos calcular a altura máxima. A variável que indica a altura é h


que cumpre o papel da ordenada dos pontos do gráco. Isto é, h denota a variável y.
Assim, devemos calcular o valor do yV . Assim,

20000
∆ = 2002 − 4 · (−40) · 0 = 20000 implica que yv = − = 250 metros
4 · (−40)
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 109

3.5.2 Problemas Propostos


1. A medida da área de um quadrilátero pode ser calculada através da função

M (x) = −x2 + 40x, em que x representa a medida de um dos lados desse qua-

drilátero e M(x) representa a área. Qual será a medida máxima da área desse

quadrilátero?

a) 820 b) 600 c) 400 d) 250 e) 200

2. Para garantir o sigilo da senha de seu cofre, Jairo, que adora Matemática, escreveu

essa senha na sua agenda, usando o seguinte código: O quadrado de um número

menos 6 000 é igual a 70 vezes esse número. A raiz positiva da equação que

traduz esse código dá a senha do cofre. Qual é a senha do cofre de Jairo?

a) 120 b) 170 c) 1100 d) 2300 e) 2305

3. Em uma formatura, João reparou que os 300 formandos estavam enleirados em

n linhas e (n + 5) colunas. Em quantas linhas os formandos estavam enleirados?

a) 10 b) 15 c) 20 d) 25 e) 30

4. Uma câmara frigoríca usada para armazenar certos tipos de alimentos precisa ter

sua temperatura variando entre graus negativos e positivos para que o alimento

não perca suas propriedades. A temperatura é dada por h(t) = t2 − 4t + 3 , em

que h(t) representa a temperatura na câmara, medida em graus Celsius (ºC), ao

longo do tempo que está representado por t e é medido em horas. A temperatura

depois de 5 horas que a câmara foi ligada é:

a) 5ºC b) -7ºC c) 8ºC d) -5ºC e) -8ºC

5. O proprietário de uma fazenda adquiriu alguns pássaros, que se alimentam de

lagartas, para acabar com a praga que infestou sua plantação. A equação L(t) =
2
4t − 80t + 400 representa o número de lagartas L(t), em milhares, após t dias da
presença dos pássaros na plantação. Qual é o tempo, em dias, gasto para acabar

com a população de lagartas?

a) 10 b) 40 c) 200 d) 400 e) 306

6. João comprou uma casa que está construída em um terreno retangular de 255

m2 de área. Ele deseja colocar uma grade em toda a frente do terreno.


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 110

A quantidade de metros de grade colocada na frente da casa é:

a) 17 b) 20 c) 16 d) 14 e) 15

7. Joaquim comprou um terreno de formato quadrado de 289 m2 em um condomínio


fechado. O regimento do condomínio prevê que cada proprietário é responsável

pelo revestimento da calçada de seu terreno. O comprimento, em metros, que

Joaquim deverá construir, se o terreno não é de esquina, é:

a) 17 b) 20 c) 16 d) 14 e) 15

8. Uma caixa tem 4 cm de comprimento, 5 cm de largura e 6 cm de altura. Aumen-

tando X centímetro no comprimento e na largura e diminuindo 2 cm da altura,

obtém-se uma caixa de mesmo volume. Qual o valor de X?

a) 1 b) 9 c) 120 d) 150 e) 180

9. Uma bola é atirada para cima, do alto de uma torre. A distância d, em metros,

da bola até o solo, é dada por d(t) = 80 + 30t − 5t2 , em que t representa o tempo,

em segundos, transcorrido após o lançamento da bola. Para que valor de t, em

segundos, a distância da bola até o solo é igual a 45 metros?

a) 1 b) 2 c) 3 d) 7 e) 8

10. Um corpo lançado do solo verticalmente para cima tem posição em função do

tempo dada pela função f (t) = 40t − 5t2 , onde a altura f (t) é dada em metros e

o tempo t em segundos. De acordo com essas informações após 4 segundos qual

é a altura, em metros, atingida pelo corpo?

a) 30 b) 40 c) 60 d) 80 e) 140

3.6 Descritor D18 - Teoria e Problemas

No descritor D18 vamos associar a lei de formação de uma função a partir dos

dados tabelados.
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 111

3.6.1 A lei de formação de funções


É normal construímos grácos pode meio de tabelas. A lei de formação de uma função

é uma regra (relação) que de ser satisfeita pelas duas variáveis que é fornecida pela

tabela. As leis de formação caracterizam as funções. Por exemplo, no descritor D17


discutimos as funções quadráticas que possuem a lei de formação

f (x) = ax2 + bx + c

Veremos neste descritor a presença de uma lei de formação simples, já explorado nos

descritores D7 e D8 , que são as funções dadas pela forma

f (x) = ax + b

onde a é o coeciente angular e b coeciente linear. Relembremos que a pode ser obtido
por meio da fórmula

∆x
a= com ∆x = xB − xA e ∆y = yB − yA
∆y

com A(xA , yA ) e B(xB , yB ) são pontos tabelados.

Exemplo 3.19 A tabela abaixo dá o preço de bolinhos de bacalhau em gramas, vendi-

dos na fábrica.

A expressão que representa a quantia (P) a ser paga em reais, em função do peso (x)

de bolinhos comprados em quilogramas, é:

a)P = 0, 36x b) P = 3, 6x c) P = 36x d) P = 360x e) P = 18x

Resolução 58 A discussão da resolução das questões relacionadas a esse descritor

pode ser por vericação da função que cumpre os dados da tabela, isto é, substituindo

o peso x obtemos o preço tabelado correspondente. Note que a variação de 100 gramas

no peso leva uma variação de R$ 3,60 no preço. Isso indica que 100 gramas possui

valor R$ 3,60. Logo sendo 1 kg = 1000 g , temos que o preço pago por kg é R$ 36,00.

Portanto, a lei de formação é P (x) = 36x.

Os problemas que apresentamos segue a mesma ideia e portanto, não daremos mais

exemplos. Deixamos a cargo do leitor a exploração dos problemas.


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 112

3.6.2 Problemas Propostos


1. A tabela abaixo relaciona o volume de água de um reservatório com o tempo

necessário para atingir esse volume.

A expressão algébrica que relaciona o volume V, em litros, com o tempo t, em

minutos, é

a) V = 34t + 170
b) V = 5t + 170
c) V = 34 + t
d) V = 170t
e) V = 34t

2. Paulo é corretor de imóveis, recebendo mensalmente um salário xo de R$ 1500,00

e mais uma comissão de 2,5% de cada imóvel vendido por ele. Considerando-se

R, a renda mensal de Paulo e n, o número de imóveis vendidos mensalmente, a

expressão algébrica que representa o rendimento mensal de seu trabalho será:

a) R = 2, 5n
b) R = 1500 + 2, 5n
c) R = 2, 5 + 1500n
d) R = 1500 + 0, 25n
e) R = 1500 + 0, 025n

3. A tabela abaixo mostra o valor cobrado por uma copiadora, de acordo com o

número de cópias.

Qual é a fórmula que relaciona o número de cópias (p) com o valor a ser pago

(V)?

a) V = 0, 10p
b) V = 1 + 5p
c) V = 0, 10 + 0, 5p
d) V = 5p
e) V = 3 + 0, 4p
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 113

4. A tabela abaixo relaciona a quantia y, em reais, a ser paga ao adquirir um número

x de unidades de um certo produto, em uma loja de materiais escolares.

Qual é a expressão algébrica que relaciona o número de unidades com a quantia

a ser paga?

a) y = 3x + 9, 30
b) y = 3x + 3, 10
c) y = 3, 10 + x
c) y = 3, 10x
e) y = 9, 30x

5. Para alugar um carro, uma locadora cobra uma taxa básica xa acrescida de uma

taxa que varia de acordo com o número de quilômetros rodados. A tabela abaixo

mostra o custo (C) do aluguel, em reais, em função do número de quilômetros

rodados (q).

Entre as equações abaixo, a que melhor representa esse custo é:

a) C = 5q + 5
b) C = 4q + 15
c) C = q + 45
d) C = q/2 + 50
e) C = q/10 + 55

6. O quadro abaixo mostra o valor v, em reais, cobrado por uma operadora de

telefonia, em função do número n de minutos falados.


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 114

A expressão que permite determinar o valor v, em reais, a pagar por um número

n qualquer de minutos falados é

a) v = 10n + 0, 15
b) v = 0, 15n + 10
c) v = 0, 15(n + 10)
d) v = 10(n + 0, 15)
e) v = 0, 15n

3.7 Descritor D19 - Teoria e Problemas

Neste descritor discutiremos a resolução de problemas que envolvam equações do

primeiro grau. Problemas que envolvem equação do primeiro grau ou envolvem a função

do primeiro grau são problemas que modelam fenômenos lineares. Iremos abordar

equações lineares e funções am (funções do primeiro grau).

3.7.1 Equações do Primeiro Grau e Funções do Primeiro Grau


Uma equação é chamada de equação do primeiro grau se:

ˆ Cada variável da equação possui grau 0 ou 1;

ˆ Existe pelo menos uma variável de grau 1;

ˆ Não existe produto misto entre variáveis.

Por exemplo: 2x + 3y + z = 5 é uma equação do primeiro grau nas variáveis x, y e

z. Já a equação 2xy + 2z − 9 não é uma equação do primeiro grau devido a presença

do termo misto 2xy . Focaremos o nosso estudo em equações do primeiro grau em uma

variável. Isto é, equações da forma

ax + b = 0
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 115

onde a, b ∈ R com a 6= 0. Tais equações possuem uma única solução que é dada por

x = −b/a. Tal solução é zero da função

f (x) = ax + b

que é chamada de função do primeiro grau ou função am. Relembremos que a é

o coeciente angular e b coeciente linear. Além do mais, a pode ser obtido por meio

da fórmula
∆x
a= com ∆x = xB − xA e ∆y = yB − yA
∆y
com A(xA , yA ) e B(xB , yB ) são pontos conhecidos. O comportamento gráco da função

am depende do sina do coeciente angular a

É importante enfatizar que é comum, devido a situações grácas, escrever y = ax + b


ao invés de f 9x) = ax + b. Portanto, ca bem explicito que y = f (x).

Exemplo 3.20 Uma torneira despeja 2,5 litros por minuto enchendo um tanque ini-

cialmente vazio. Considere que y represente o volume, em litros, e x o tempo, em

minutos. A função que representa essa situação é

a) y = 2, 5x − 15
b) y = 2x − 15
c) y = 2, 5x
d) y = 2x
e) y = x + 2, 5

Resolução 59 Note que o nosso desejo é de obter a função am y = ax + b. Pelo

enunciado, temos em 0 minutos, são despejados 0 litros. Assim, quando x = 0, temos

que y = 0. Desta forma

0=a·0+b implica que b=0


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 116

Neste momento, a função am possui a forma y = ax. Visto que em 1 minuto, são

despejados 2,5 litros. Temos que se x = 1, y = 2, 5. Portanto, a = 2, 5 e obtemos a

função am y = 2, 5x.

A função que obtemos no exemplo acima possui a forma y = ax. Na literatura,

tais funções são denominadas lineares. Apesar do nome, qualquer função am pode

ser transladada am de ser escrita na forma linear.

Exemplo 3.21 O dono de uma confecção adquiriu uma máquina no valor de R$ 2

100,00. Esta máquina sofre uma desvalorização de R$ 400,00 a cada ano de uso. O

preço P da máquina, em reais, após a desvalorização, em função do tempo t, em anos,

é dado pela expressão P = 2100 − 400t. De acordo com essa expressão, essa máquina

poderá ser vendida como sucata por R$ 100,00 a partir de quantos anos?

a) 4,2 b) 5,0 c) 5,5 d) 17,0 e) 21,0

Resolução 60 Devemos encontrar qual deve ser o valor t para o qual P = 100. Isto

equivale a resolver a equação 100 = 2100 − 400t. Assim,

100 = 2100 − 400t → 400t = 2000 → x = 5 anos

Exemplo 3.22 O gráco a seguir representa uma projeção do número de habitantes

de um município em n anos.

A taxa de crescimento deste município, em habitantes por ano, foi de:

a) 103000 b) 100000 c) 3000 d) 300 e) 10

Resolução 61 A taxa de crescimento aqui é representado pelo coeciente angular a


da função am. Para isso, olharemos os dois pontos que podemos coletar do gráco.
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 117

Temos um ponto sobre o eixo dos habitantes (0, 100000) e outro ponto (10, 103000).
Assim, denotando por A(0, 100000) e B(10, 103000), temos que

∆y = 103000 − 100000 = 3000 e ∆n = 10 − 0 = 10

Portanto,
∆y 3000
a= = = 300
∆n 10
Este valor indica que a cada ano aumenta 300 mil habitantes no município.

3.7.2 Problemas Propostos


1. Um objeto está em movimento com velocidade constante. A posição desse objeto

em função do tempo pode ser calculada através da expressão D = 5+25t, em que


D representa a posição, em metros, e, t, o tempo, em segundos. Para percorrer

uma certa distância, o objeto gastou 65 segundos. Qual é a posição, em metros,

desse objeto após percorrer essa distância?

a) 2,4 b) 2,8 c) 1620 d) 1630 e) 1950

2. Para pintar uma parede, um pintor cobra R$ 0,70 por metro quadrado mais uma

taxa xa de R$ 12,00. A função que representa o valor V cobrado por esse pintor

em função de x metros quadrados pintados é

a) V = 0, 7x + 12
b) V = 12x + 0, 7
c) V = x + 12
d) V = 0, 7x
e) V = 12x

3. Mateus é técnico em computação e tem uma ocina de prestação de serviços.

Para a reparação de computadores com problemas, Mateus obedece à seguinte

regra para cobrança dos serviços: C = 20x + 60, onde C é o custo (em reais) e

x, o número de horas de trabalho no computador avariado. Na semana passada,

Mateus recebeu um computador com muitos problemas. Tantos que ele demorou

16 horas para consertá-lo. Mateus recebeu por esse serviço, em reais,

a) 190 b) 210 c) 280 d) 320 e) 380

4. O custo de produção de uma pequena empresa é composto por um valor xo de

R$ 1 500,00 mais R$ 10,00 por peça fabricada. O número x de peças fabricadas

quando o custo é de R$ 3 200,00 é

a) 470 b) 150 c) 170 d) 320 e) 160

5. Considere duas empresas A e B de táxi. O custo de uma corrida pela empresa A


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 118

é composto de uma taxa de R$ 5,00 e R$ 1,00 por quilômetro rodado enquanto

o da empresa B é composto de uma taxa de R$ 8,00 e R$ 0,80 por quilômetro

rodado. Com base nesta informação tem-se:

a) custo de uma corrida pela empresa A é calculado pela função linear f (x) =
1 + 5x.
b) custo de uma corrida pela empresa B é calculado pela função linear g(x) =
0, 80 + 8x.
c) numa corrida de 10 km o custo pela empresa B é de R$ 15,00.

d) numa corrida de 10 km o custo pela empresa A é de R$ 18,00.

e) uma corrida de 16 km é mais econômica se feita pela companhia B.

6. Existem várias regras para se determinar a dose de um medicamento para criança

quando é conhecida a dose de um adulto. É claro que a dose da criança será uma

fração da dose do adulto. Uma das regras diz que a dose da criança:

(Peso em kg da criança) × (dose do adulto)

70

Para um medicamento cuja a dose do adulto é 210 mg, a dose de uma criança

em mg, cujo peso é 12 kg é:

a) 3,1 b) 36,0 c) 58,0 d) 140,0 e) 198,0

7. Jorge emprestou R$ 1.200,00 para seu irmão Gabriel no regime de capitalização

simples a uma taxa de 2% ao mês. Ao nal de 6 meses, Gabriel saldou sua dívida

com Jorge. Quanto Gabriel pagou para seu irmão Jorge?

a) R$ 1.344,00

b) R$ 2.400,00

c) R$ 2.640,00

d) R$ 3.600,00

e) R$ 7.200,00

8. A mecanização das colheitas obrigou o trabalhador a ser mais produtivo. Um

lavrador recebe, em média, R$ 2,50 por tonelada de cana-de-açúcar e corta oito

toneladas por dia. Considere que cada tonelada de cana-de-açúcar permite a

produção de 100 litros de álcool combustível, vendido nos postos de abastecimento

a R$ 1,20 o litro. Para que um cortador de cana-de- açúcar possa, com o que

ganha nessa atividade, comprar o álcool produzido a partir das oito toneladas de

cana resultantes de um dia de trabalho, ele teria de trabalhar durante quantos

dias

a) 3 b) 18 c) 30 d) 48 e) 60

9. Um funcionário de uma loja recebe salário mensal xo de R$ 1.000,00, e acréscimo


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 119

de mais 5% de comissão do total de suas vendas no mês. Seja X o total de vendas

desse funcionário no mês e y o seu salário mensal total. A função que expressa o

salário total mensal desse funcionário é:

a) y = 1005X
b) y = 1000 + 0, 05X
c) y = 1000 + 1, 05X
d) y = 1000 + 5X
e) y = 1000 + 50X

10. Um bloco preso em uma mola sofre uma deformação x de acordo com a expressão

matemática: 10 · m = 150 · x, em que m representa a massa do bloco, em qui-

lograma, e x é a deformação sofrida pela mola, em metros, conforme ilustração

abaixo.

Considerando uma massa de 6 kg, qual é a deformação, aproximada, sofrida pela

mola no equilíbrio?

a) 0,94 b) 0,90 c) 0,40 d) 0,25 e) 0,10

3.8 Descritor D20 - Teoria e Problemas

Neste descritor vamos abordar crescimento e decrescimento de funções por meio do

gráco.

3.8.1 Análise Gráca de uma Função


Dado o gráco de uma função, devemos identicar em qual intervalo a função é cres-

cente, decrescente ou constante. Analiticamente, temos o seguinte resultado:


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 120

Dada uma função f e um intervalo I ao qual a função é denida. Então

ˆ f é crescente em I se para quaisquer x, y ∈ I com x > y tenha-se que


f (x) > f (y). Isto é, os valores numéricos f (x) aumentam quando os
valores x aumentam.

ˆ f é decrescente em I se para quaisquer x, y ∈ I com x > y tenha-se


que f (x) < f (y). Isto é, os valores numéricos f (x) reduzem quando os
valores x aumentam.

ˆ f é contante em I se existe k tal que para quaisquer x, y ∈ I com x > y


tenha-se que f (x) = f (y) = k. Isto é, os valores numéricos f (x) não
aumentam e nem reduzem quando os valores x aumentam.
Essa análise que é apresentada acima indica que as retas que traçam a direção

onde a função cresce possui inclinação para a direita (coeciente angular positivo). As

retas que traçam a direção onde a função decresce possui inclinação para a esquerda

(coeciente angular negativo). Já as retas que indicam onde a função é constante são

horizontais.

A análise de comportamento gráco quanto a crescimento, decrescimento ou cons-

tância da função não precisa do rigor da parte analítica realizada acima. Podemos

imaginar da seguinte forma (que é informal).

ˆ Se ao caminhar sobre o gráco, no sentido da esquerda para direita, você está

subindo, então a função é crescente naquele intervalo.

ˆ Se ao caminhar sobre o gráco, no sentido da esquerda para direita, você está

descendo, então a função é decrescente naquele intervalo.

ˆ Se ao caminhar sobre o gráco, no sentido da esquerda para direita, você não

está subindo e não está descendo, então a função é constante naquele intervalo.
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 121

No gráco acima a função é crescente no intervalo [0, 5], decrescente no intervalo [5, 8]
e constante no intervalo [8, 10]. Você pode se perguntar sobre os valores pontuais 5

que pertence a situações de crescimento e decrescimento. O valor 5 recebe o nome

de ponto de inexão. Os pontos de inexão são os pontos onde a função muda de

estado (crescimento para decrescimento ou decrescimento para crescimento).

Exemplo 3.23 O gráco abaixo representa uma função denida no intervalo [ 3, 5].

Essa função é decrescente no intervalo.

a) [−4, 0] b) [−2, 0] c) [0, 2] d) [0, 4] e) [2, 4]

Resolução 62 Note que caminhando da esquerda para a direita, no intervalo [0, 2]


estaremos descendo. Logo, a função é decrescente nesse intervalo.

O estudo gráco de uma função reserva mais uma discussão. A interpretação geo-

métrica dos zeros de uma função f, isto é, valores r tais que f (r) = 0, são os valores

onde o gráco da função corta ou tangencia o eixo x. Por exemplo. a função descrita

no gráco abaixo, possui três zeros no intervalo ao qual a função está representada
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 122

3.8.2 Problemas Propostos


1. A função apresentada no gráco abaixo está denida no intervalo [−5, 7]

O intervalo onde a função é crescente é:

a) [−5, −2]
b) [0, 2] ∪ [3, 4]
c) [−5, −2] ∪ [0, 3]
d) [−2, 0] ∪ [3, 5]
e) [5, 7]

2. A função apresentada no gráco abaixo está denida no intervalo [−5, 6]


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 123

O intervalo, onde a função é constante, é:

a) [−5, −2]
b) [−3, 3]
c) [−5, −3] ∪ [5, 6]
d) [−5, −3] ∪ [3, 5]
e) [−5, 5]

3. O gráco a seguir é a representação de uma função do 2º grau.

A função representada pelo gráco acima tem duas raízes

a) reais negativas

b) reais iguais à zero

c) reais iguais.

d) reais sendo uma positiva e outra negativa.

e) reais positivas distintas.

4. O gráco abaixo representa uma função g(x) denida de [−3, 4] em R. No gráco

abaixo, está representada uma função polinomial do 1º grau. As raízes dessa

função são:

a)  2,  1 e 2.

b)  1, 0 e 1.

c) 0, 1 e 2.

d)  2, 1 e 3.

e)  1, 2 e 3.

5. Observe o gráco de uma função do segundo grau a seguir


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 124

De acordo com o gráco analise as armações:

I  O gráco acima representa uma função estritamente crescente.

II  O gráco acima representa uma função estritamente decrescente.

III  Os zeros da função representada no gráco acima são positivos.

IV  Os zeros da função representada no gráco acima é composto por um número

positivo e outro negativo.

Quais das armações acima são falsas?

a) I, II, III e IV

b) I, II e III

c) I, III e IV

d) I e II

e) I e III

6. No gráco abaixo, está representada uma função polinomial do 1º grau.

Qual é a raiz dessa função?

a)  3

b)  1

c) 1

d) 2

e) 3

3.9 Descritor D21 - Teoria e Problemas

O descritor D21 continua com a discussão sobre o interpretar gracamente uma

função. Neste, particular descritor, iremos tratar de associar informações analíticas de

uma função com a sua representação gráca.


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 125

3.9.1 Associando informações analíticas de uma função ao seu


gráco.
Vamos discutir esse descritor por meio da resolução de problemas.

Exemplo 3.24 A previsão do tempo para uma cidade brasileira foi noticiada da se-

guinte maneira: Durante a madrugada a temperatura diminuiu, permanecendo cons-

tante pela manhã, mas aumentou no período da tarde. Qual dos grácos abaixo melhor

representa a situação descrita nesse texto?

Resolução 63 Note que pela informação contida no enunciado, temos o seguinte com-

portamento gráco:

ˆ Decrescente: Durante a madrugada a temperatura diminuiu"

ˆ Constante: "permanecendo constante pela manhã"

ˆ Crescente: "mas aumentou no período da tarde


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 126

Segundo essa descrição, a única função que descreve este comportamento está no item

C).

Exemplo 3.25 Luizinho desaa seu irmão mais velho, Pedrão, para uma corrida. Pe-

drão aceita e permite que o desaante saia 20 metros a sua frente. Pedrão ultrapassa

Luizinho e ganha a corrida. O gráco que melhor ilustra essa disputa é:

Resolução 64 Temos aqui duas situações grácas a discutir:

Luizinho
ˆ Parte de 20 metros e possui uma inclinação menor do que a de Pedrão, uma vez

que foi ultrapassado por Pedrão.

Pedrão
ˆ Parte de 0 metros e ultrapassa Luizinho no caminho.

O gráco que traz essa descrição está no item B).

3.9.2 Problemas Propostos


1. Um automóvel parte da cidade de Monte Verde em direção a cidade de Alegre.

Durante as 3 primeiras horas de viagem, ele mantém uma velocidade constante


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 127

de 80 km/h. Daí em diante, começa a aumentar sua velocidade até atingir 110

km/h e permanece nessa velocidade. Dentre os grácos abaixo, aquele que ilustra

a velocidade do automóvel em função do tempo é:

2. Uma empresa de telefonia xa oferece dois planos aos seus clientes: no plano

k, o cliente paga R$ 29,90 por 200 minutos mensais e R$ 0,20 por cada minuto

excedente; no plano Z, paga R$ 49,90 por 300 minutos mensais e R$ 0,10 por

cada minuto excedente. O gráco que representa o valor pago, em reais, nos dois

planos em função dos minutos utilizados é


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 128

3. Acompanhando o crescimento do lho, um casal constatou que, de 0 a 10 anos,

a variação da sua altura se dava de forma mais rápida do que dos 10 aos 17 anos

e, a partir de 17 anos, essa variação passava a ser cada vez menor, até se tornar

imperceptível. Para ilustrar essa situação, esse casal fez um gráco relacionando

as alturas do lho nas idades consideradas. Que gráco melhor representa a al-

tura do lho desse casal em função da idade?

4. Uma empresa presta serviço de abastecimento de água em uma cidade. O valor

mensal a pagar por esse serviço é determinado pela aplicação de tarifas, por faixas

de consumo de água, sendo obtido pela adição dos valores correspondentes a cada

faixa.

ˆ Faixa 1: para consumo de até 6 m3 , valor xo de R$ 12,00;

ˆ Faixa 2: para consumo superior a 6 m3 e até 10 m3 , tarifa de R$ 3,00 por

metro cúbico ao que exceder a 6 m3;


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 129

ˆ Faixa 3: para consumo superior a 10 m3 , tarifa de R$ 6,00 por metro cúbico


ao que exceder a 10 m3 .

Sabe-se que nessa cidade o consumo máximo de água por residência é de 15 m3


por mês.

O gráco que melhor descreve o valor P, em real, a ser pago por mês, em função

do volume V de água consumido, em metro cúbico, é

5. Na gura estão representados dois ciclistas A e B, pedalando a caminho de um

cruzamento. Ao chegar ao cruzamento, ambos continuam em frente. No instante

t = 0, os ciclistas A e B encontra-se, respectivamente, a 40 metros e a 30 metros

do cruzamento. Os ciclistas pedalam ambos à mesma velocidade, que se mantém

constante.
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 130

Qual dos grácos seguintes pode ser o da função que, para cada valor de t, dá a

distância d(t) entre os dois ciclistas, no instante t?

3.10 Descritor D22 - Teoria e Problemas

O descritor D22 trabalha a resolução de problemas que envolvem as progressões

aritméticas (P A) e as progressões geométricas (P G). Apresentaremos as denições e

os principais resultados sobre PA e P G.


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 131

3.10.1 Progressões Aritméticas


A progressão aritmética é uma sequência de números no qual a diferença entre dois
termos consecutivos é sempre a mesma. De modo mais formal:
Uma sequência a1 , a2 , . . . , ak é uma progressão aritmética, de modo mais
simples, uma P A, se
aj − aj−1 = r

para j ≥ 2. O valor r é chamado de razão da P A.


Uma PA é nita se existe uma quantidade nita de termos. Caso contrário, a

PA é dita innita. Os termos de uma PA são obtidos acrescentado a razão ao termo

anterior. Isto é, se a1 for o primeiro termo de uma PA de razão r, então

a2 = a1 + r
a3 = a2 + r
a4 = a3 + r
.
.
.

an = an−1 + r

Aqui, an indica o n - ésimo termo da P A ou termo de posição n. Podemos classicar

uma PA em crescente, decrescente ou constante em função da razão r.

ˆ Crescente: Quando r>0

Exemplo 3.26 A sequência

{2, 5, 8, 11, 14, 17, 20, 23 . . .}

é uma PA crescente de razão 3.

ˆ Decrescente: Quando r<0

Exemplo 3.27 A sequência

{7, 1, −5, −11, −18, −24, −30, −36 . . .}

é uma PA decrescente de razão −6.

ˆ Constante: Quando r=0

Exemplo 3.28 A sequência

{2, 2, 2, 2, 2, 2, 2, 2 . . .}
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 132

é uma PA constante de razão 0.

PA constante são também chamadas de sequências estacionárias.

O primeiro resultado importante que discutiremos em P A e que nos permite resolver


bons problemas, é conhecido na literatura como fórmula do termo geral.
Seja a1 , a2 , . . ., ak , . . . uma P A de razão r. Então o n-ésimo termo an (termo
de posição n) é calculado por meio da fórmula

an = a1 + (n − 1)r

tal fórmula é conhecida como fórmula do termo geral da P A.


Exemplo 3.29 Um atleta iniciou seu treino de natação nadando 700 metros no pri-

meiro dia e, a cada dia, acrescentou 150 metros à distância que nadou no dia anterior.

A distância, em metros, que ele nadou no quinto dia de treinamento foi

a) 450 b) 850 c) 1300 d) 1450 e) 1600

Resolução 65 Uma vez que a cada dia, o atleta acrescentou 150 metros a distância

que nadou no dia anterior, temos que as distâncias nadadas pelo atleta formam uma

PA de razão r = 150, cujo primeiro termo a= 700. Como estamos interessados em

calcular o quanto o atleta nadou no quinto dia, buscamos o valor de a5 da P A. Ou

seja, calcularemos o valor de an , com n = 5. Assim, usamos a fórmula do termo geral

para n = 5, r = 150 e a1 = 700. Desta forma, temos

an = a1 + (n − 1)r
a5 = 700 + (5 − 1) × 150
a5 = 700 + 4 × 150
a5 = 1300 metros

Exemplo 3.30 A taxa de um determinado condomínio é paga de acordo com o andar

em que se mora. Quem mora no 1º andar paga R$ 105,00; no 2º andar, R$ 120,00;

no 3º andar R$ 135,00. Sabendo que os valores a serem pagos estão em cada andar

obedece a mesma regra para os três primeiros, quanto pagará em reais, quem mora no

décimo andar?

a) 240 b) 225 c) 235 d) 130 e) 120

Resolução 66 Temos uma PA com a1 = 105, a2 = 120, a3 = 135, . . . forma uma PA


de razão r = 15. Estamos interessados em calcular a1 0. Assim

an = a1 + (n − 1)r
a10 = 105 + (10 − 1) × 15
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 133

a10 = 105 + 9 × 15
a10 = 240 reais

Podemos atribuir para as progressões aritméticas nitas a soma de seus termos.

Isto é
Sejam a1 , a2 , a3 , . . . , an os n primeiros termos de uma P A. Então a soma dos n
primeiros termos Sn ,
S n = a1 + a2 + a3 + · · · + an

pode ser calculada por


(a1 + an ) × n
Sn =
2

Exemplo 3.31 A empresa que realiza a manutenção nas rodovias estaduais do Norte

do país, pintou as faixas de divisão das pistas após uma reforma. No primeiro dia de

trabalho, a empresa pintou 5 km de faixa e nos dias subsequentes, sempre pintava 5 km

a mais que no dia anterior até concluir o serviço. Quantos quilômetros no total foram

pintados até o nal do sexto dia de serviço?

a) 90 b) 95 c) 100 d) 105 e) 125

Resolução 67 Neste problema estamos interessados no total de quilômetros pintados

até o sexto dia. No contexto, consiste em realizar a soma

S6 = a1 + a2 + · · · + a6

Pela fórmula que apresentamos anteriormente, necessitamos somente do primeiro termo

a1 = 5 e do último termo a6 , ao qual devemos calcular (por meio da fórmula do termo

geral) com r = 5.

an = a1 + (n − 1)r
a6 = 5 + (6 − 1) × 5
a6 = 5 + 5 × 5
a6 = 30 reais

Desta forma,

(a1 + a6 ) × 6 (5 + 25) × 6
S6 = = = 30 × 3 = 90 quilômetros
2 2

Existem propriedades que são interessantes para uma progressão aritmética

a1 , a2 , a3 , . . . , an
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 134

ˆ A soma dos extremos é igual à soma dos termos equidistantes dos extremos.

a1+k + an−k = a1 + an para todo 0 ≤ k ≤ n/2 ou(n − 1)/2

ˆ Dada uma progressão aritmética qualquer, e um termo ak , a média aritmética

entre o seu sucessor e o seu antecessor é igual ao próprio termo ak

ak−1 + ak+1
ak =
2

De modo geral, vale


ak−j + ak+j
ak =
2
ou seja, ak é a média aritmética de termos equidistantes a ak .

Exemplo 3.32 O valor de n que torna a sequência

{2 + 3n, −5n, 1 − 4n}

uma progressão aritmética pertence ao intervalo

a) [-2, -1]. b) [-1, 0]. c) [0, 1]. d) [1, 2]. e) [2, 3].

Resolução 68 Usando que o termo do meio é a media dos extremos, temos

2 + 3n + 1 − 4n 1
−5n = implica que − 10n = 3 − n logo, n=−
2 3

Assim, n ∈ [−1, 0].

3.10.2 Problemas Propostos


1. Os ganhos de uma empresa, ao decorrer do ano, foram de R$ 800.000 no primeiro

mês, e, a cada mês, houve um aumento de R$15.000 em relação ao mês anterior.

Caso essa tendência seja mantida durante todos os meses, o lucro mensal dessa

empresa, em dezembro, será de:

a) R$ 165.000

b) R$ 180.000

c) R$ 816.500

d) R$ 965.000

e) R$ 980.000

2. Considere uma PA que tenha razão 3 e o primeiro termo é igual a 10. O

trigésimo sétimo termo desta PA é

a) -118 b) -98 c) -78 d) 98 e) 118


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 135

3. Carla fez uma torre com cubos de madeira. No desenho abaixo está representado

alguns cubos da parte de cima dessa torre.

Quantos cubos tem a base da torre de Carla, sabendo que ela tem 10 andares?

a) 10 b) 16 c) 19 d) 20 e) 26

4. O diretor de uma escola resolveu melhorar sua biblioteca. Para tanto, pediu

aos alunos que o ajudassem trazendo para a escola no primeiro mês 2 livros, no

segundo mês 3 livros, no terceiro 4 livros e, assim, sucessivamente. Quantos livros

os alunos deveriam trazer no décimo segundo mês?

a) 11 b) 12 c) 13 d) 20 e) 26

5. Cláudia foi a um teatro e observou que a distribuição das cadeiras para a plateia

foi feita da seguinte maneira: a primeira leira, a mais próxima ao palco, possui

6 assentos, a segunda leira, 8 assentos e assim sucessivamente, de forma que

as quantidades de assentos em cada leira seguem uma progressão aritmética.

Cláudia sentou-se em uma cadeira da última leira dessa plateia, a qual continha

26 assentos. De acordo com essa distribuição, a quantidade total de cadeiras para

a plateia nesse teatro era de

a) 11 b) 40 c) 70 d) 176 e) 289

6. Qual o décimo quarto termo de uma PA de razão 3,5 e primeiro termo 17,5?

a) 56 b) 59,5 c) 63 d) 66,5 e) 70

7. Analise as sequências a seguir:

A  (1, 4, 7, 10, 13)

B  (1, 1, 1, 1, 1, 1)

C  (9, 3, -3, -9, -15...)

D  (1, 0, -1, 2, -2, 3, -3)

Sobre as sequências, podemos armar que:

a) Todas são progressões aritméticas.

b) Somente A e C são progressões aritméticas.

c) Somente D não é uma progressão aritmética.


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 136

d) Somente B e D são progressões aritméticas.

e) Nenhuma das sequências representa uma progressão aritmética.

8. Um atleta de alta performance tem se preparado para a disputa da Maratona

do Rio, que possui atualmente um percurso de 42 km. Para isso, ele começou

percorrendo 14 km no primeiro dia, e, a cada dia, ele acrescentou 5 km em relação

ao dia anterior. A distância total percorrida, em km, por esse atleta durante uma
semana de treino é de:

a) 44 b) 244 c) 193 d) 198 e) 203

9. Uma empresa faturou R$ 150.000 no primeiro ano, R$ 148.000 no segundo ano,

R$ 146.000 no terceiro ano, e assim sucessivamente. Durante a primeira década

de existência dessa empresa, ela faturou um total de:

a) 1.500.000

b) 3.500.000

c) 3.780.000

d) 1.410.000

e) 1.280.000

10. A Copa do Mundo de Futebol é um torneio realizado a cada 4 anos. A sequência

abaixo relaciona os anos em que houve a Copa do Mundo desde a conquista do

primeiro título brasileiro em 1958.

(1958, 1962, 1966, 1970, ...)

Quantos torneios foram realizados de 1958 até 2014?

a) 13 b) 14 c) 15 d) 56 e) 60

11. A indústria de motocicletas JAPAMOTO vai instalar uma fábrica no país. No

primeiro mês, ela vai fabricar 300 motocicletas, aumentando a produção, a cada

mês, em 50 motocicletas, até atingir a meta de produzir 2 000 motocicletas por

mês. Mantendo esse ritmo, em quantos meses a JAPAMOTO vai atingir essa

meta?

a) 15 b) 20 c) 35 d) 40 e) 50

12. Carlinhos resolveu colecionar selos e, em janeiro, seu pai lhe presenteou com seus

primeiros 6 selos. Em cada um dos meses seguintes, seu pai lhe deu sempre dois

selos a mais do que a quantidade que havia lhe dado no mês anterior. Quantos

selos Carlinhos terá em sua coleção no nal de dezembro desse ano?

a) 216 b) 204 c) 30 d) 28 e) 20
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 137

3.10.3 Progressões Geométricas


A progressão geométrica é uma sequência de números no qual a razão entre dois

números (termos) consecutivos é sempre a mesma. De forma mais formal


Uma sequência a1 , a2 , . . . , ak é uma progressão geométrica, de modo mais
simples, uma P G, se
aj
=q
aj−1
para j ≥ 2. O valor q é chamado de razão da P G.
Uma PG é nita se existe uma quantidade nita de termos. Caso contrário, a PG
é dita innita. Os termos de uma PG são obtidos multiplicando a razão ao termo

anterior. Isto é, se a1 for o primeiro termo de uma PG de razão q, então

a2 = a1 · q
a3 = a2 · q
a4 = a3 · q
.
.
.

an = an−1 · q

Aqui, an indica o n - ésimo termo da P G ou termo de posição n.


Exemplo 3.33 A sequência

2,4,8,16, 32, 64, 128, 256...

é uma PG de razão 2.

Podemos classicar as progressões geométricas como crescente, decrescente, contante

e adicionalmente oscilante.

ˆ Crescente: Uma PG é crescente se a razão q>1 e a1 > 0.

Exemplo 3.34 A sequência

{1, 3, 9, 27, 81, ...}

é crescente com q=3 e a1 = 1.

ˆ Decrescente: Uma PG é decrescente se a razão q <1 e a1 > 0 ou a1 < 0 e

q > 1.

Exemplo 3.35 A sequência

{1, 1/3, 1/9, 1/27, 1/81, ...}

é decrescente com q = 1/3 e a1 = 1.


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 138

Exemplo 3.36 A sequência

{−2, −6, −18, −54, ...}

é decrescente com q=3 e a1 = −2.

ˆ Oscilante: Uma PG é oscilante se a razão q<0 e a1 6= 0.

Exemplo 3.37 A sequência

{3, −6, 12, −24, 48, −96, 192, −384, 768, . . .}

é oscilante com q = −2 e a1 = 3.

ˆ Constante: Uma PG é constante se a razão q=1 e a1 6= 0

Exemplo 3.38 A sequência

{4, 4, 4, 4, 4, 4 . . .}

é oscilante com q=1 e a1 = 4.

Da mesma forma que a PA, podemos determinar o termo de posição n na P G por meio
do primeiro termo a1 e a razão q.
Seja a1 , a2 , . . ., ak , . . . uma P G de razão q . Então o n-ésimo termo an (termo
de posição n) é calculado por meio da fórmula

an = a1 · q n−1

tal fórmula é conhecida como fórmula do termo geral da P G.


Exemplo 3.39 Em uma experiência, Pablo registra a amplitude da extensão de uma

mola. No 1º segundo, ele registrou uma amplitude de 24 centímetros, no 2º segundo,

uma amplitude de 12 centímetros, e, assim por diante, registrando, em cada segundo,

a metade da amplitude registrada no segundo anterior. A amplitude registrada no 4°

segundo foi de

a) 3 centímetros.

b) 6 centímetros.

c) 12 centímetros.

d) 36 centímetros.

e) 45 centímetros.
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 139

Resolução 69 Note que as amplitudes registradas forma uma PG 1


de razão 2 no qual

a1 = 24 e estamos interessados em determinar a4 . Portanto,

 3
3 1 24
a4 = a1 · q implica que a4 = 24 · = =3 centímetros
2 8

Exemplo 3.40 Um fazendeiro fabricava queijos utilizando 512 litros de leite diaria-

mente. Para diminuir a intensidade do trabalho decidiu, de forma gradativa, parar de

fabricar queijos e revender o leite. Na primeira semana, após essa decisão, ele vendeu

8 litros de leite por dia; na segunda semana, 16 litros por dia; na terceira semana 32

litros por dia; e assim por diante, até que todos os 512 litros fossem totalmente ven-

didos por dia. Mantendo o mesmo padrão nas vendas de leite, em quantas semanas o

fazendeiro conseguiu substituir totalmente a produção de queijos pela venda do leite?

a) 3 b) 6 c) 7 d) 33 e) 64

Resolução 70 Começamos a resolução notando que a quantidade de leite vendida a

cada dia

8, 16, 32, . . . , 512

formam uma PG de razão 2. De fato,

16 32
q=2= =
8 16

Estamos interessados em determinar n tal que an = 512. Usando a fórmula do termo

geral da PG com a1 = 8 e q=2

an = a1 · q n−1
512 = 8 · 2n−1 dividindo por 8
512
= 2n−1
8
64 = 2n−1

Este processo, nos leva a resolver a equação 2n−1 = 64. Tais equações são chamadas

de equações exponenciais, pois a variável a determinar é um expoente. Usamos aqui a

fatoração de 64 na base 2 como estratégia de solução. Visto que 64 = 26 , temos

2n−1 = 26 bases iguais implicam expoentes iguais n−1=6 logo, n=7

Semelhante ao que zemos para as progressões aritméticas, a P G também possuem


uma fórmula para a soma nita de seus termos
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 140

Sejam a1 , a2 , a3 , . . . , an os n primeiros termos de uma P G. Então a soma dos n


primeiros termos Sn ,
Sn = a1 + a2 + a3 + · · · + an

pode ser calculada por


(q n − 1)
S n = a1
q−1

Exemplo 3.41 Qual é a quantidade de elementos da PG nita (1, 2, 4,. . .), sabendo

que a soma dos termos dessa PG é 1023?

Resolução 71 Note que (1, 2, 4,. . .) é uma PG de razão q = 2 e primeiro termo

a1 = 1. Estamos interessados em determinar n de tal forma que Sn = 1023. Assim,

(q n − 1)
Sn = a1 implica que 1023 = 2n − 1 logo, 2n = 1024 = 210 e n = 10
q−1
| {z }
a1 =1 e q=2

Exemplo 3.42 Ao ser atacada por uma praga desconhecida, os frutos de uma man-

gueira foram apodrecendo dia após dia, obedecendo a uma progressão geométrica de

primeiro termo igual a 2 e razão igual a 3. Se no décimo dia apodreceram os últimos

frutos, calcule o número de frutos atacados pela praga.

Resolução 72 O número de frutos atacados pela praga é igual a soma dos 10 primeiros

termos de uma PG de razão 3 e primeiro termo igual a 2. Assim,

(q n − 1) 310 − 1
Sn = a1 implica que S10 = 2 = 310 − 1 = 59048 frutos
q−1 3−1
| {z }
a1 =2, n=10e q=3

Para as progressões geométricas, podemos considerar a soma innita. Neste caso,

para que ela convirja ( o valor da soma é nito) devemos ter que a razão q satisfaça

uma condição que é dada a seguir:


Seja a1 , a2 , . . ., ak , . . . uma P G de razão q . Então a soma innita S∞ dos
termos da P G é

S∞ = ∞ se |q| ≥ 1
a1
S∞ = se |q| < 1
1−q

Exemplo 3.43 A soma dos elementos da sequência numérica innita (3; 0,9; 0,09;

0,009; . . . ) é:

a) 3,1 b) 3,9 c) 3,99 d) 3,999 e) 4


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 141

Resolução 73 Vamos vericar que (3; 0,9; 0,09; 0,009; . . . ) é uma P G. De fato,

0, 9
a2 ÷ a1 = = 0, 3
3

0, 09
a3 ÷ a2 = = 0, 1
0, 9
0, 009
a4 ÷ a2 = = 0, 1
0, 09
..
.

Por essas razões sucessivas, temos que a partir de a2 , temos uma progressão geométrica

de razão 0,1. Assim, a soma ao qual interessamos calcular é S = 3 + S∞ onde S∞ é a

soma dos termos da PG (0,9; 0,09; 0,009; . . . ); Usando a fórmula da soma innita

a1 0, 9 0, 9
S∞ = = = =1
1−q 1 − 0, 1 0, 9
| {z }
a1 =0,9 e q=0,1

Desta forma, S = 3 + 1 = 4.

3.10.4 Problemas Propostos


1. Amadeu comprou um notebook e vai pagá-lo em seis prestações crescentes de

modo que a primeira prestação é de R$ 120,00, e cada uma das seguintes é o

dobro da anterior. As prestações que Amadeu vai pagar, constituem os termos

de uma progressão

a) geométrica de razão 4.

b) aritmética de razão 4.

c) geométrica de razão 2.

d) aritmética de razão 2.

e) aritmética de razão 3.

2. A comporta de uma hidrelétrica está sendo aberta de modo que a cada segundo a

quantidade de água despejada dobra. No 1º segundo, o volume de água escoado

foi de 3000 litros. A quantidade de água despejada após 7 segundos, em litros,

foi de

a) 21.000 b) 63.000 c) 189.000 d) 192.000 e) 381.000

3. Sob orientação médica, Vitor inicia sua caminhada diária. No 1º dia caminha

2km, no 2º dia caminha 50% a mais que no dia anterior, no terceiro caminha 50%

a mais que no dia anterior e assim por diante. A distância total, em quilômetros,

percorrida por Vitor nos 4 (quatro) primeiros dias é:


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 142

a) 12,517 b) 13,75 c) 15,34 d) 16,25 e) 18,50

4. João faz depósitos mensais em sua poupança. Em janeiro de 2011, ele fez um

depósito de R$ 5,00 e, a cada mês seguinte, depositou o dobro da quantia cor-

respondente ao mês anterior. Qual foi a quantia depositada por João no mês de

setembro de 2011?

a) R$ 1 280,00

b) R$ 2 304,00

c) R$ 2 555,00

d) R$ 2 560,00

e) R$ 4 608,00

5. Num programa de condicionamento físico, um atleta nada sempre o dobro da

distância completada no dia anterior. Sabe-se que no 1º dia ela nadou 50 metros.

No sexto dia, esse atleta nadará:

a) 3.200 metros.

b) 600 metros.

c) 300 metros.

d) 900 metros.

e) 1.600 metros.

6. Na segunda feira, Flora foi na Fonte dos Desejos, jogou 2 moedas e fez um pedido.

Para reforçar, no dia seguinte, voltou à Fonte e jogou mais 4 moedas. Para ter

certeza de que seu pedido seria atendido, ela continuou indo todos os dias na

Fonte e, a cada dia, jogava sempre o dobro do número de moedas que havia

jogado no dia anterior. Continuando dessa forma, qual é o total de moedas que

Flora terá jogado na Fonte dos Desejos até o domingo?

a) 14 b) 64 c) 126 d) 128 e) 254

7. No começo do desenvolvimento embrionário, todos os tipos de células que irão

constituir os diferentes tecidos originam-se de uma única célula chamada zigoto

ou célula-ovo. Por meio de um processo chamado mitose, cada célula se divide

em duas, ou seja, a célula-ovo origina duas novas células que, por sua vez, irá ori-

ginar quatro outras e assim sucessivamente. Após observar 9 ciclos, um cientista

registrou 8 192 células. Assinale a alternativa que mostra o número de células

que existiam quando o cientista iniciou a observação.

a) 28 b) 30 c) 32 d) 34 e) 36

8. A soma dos elementos da sequência numérica innita (-1/3; 0,3; 0,03; 0,003; . . . )

é:

a) 0 b) 1 c) 3 d) 1/3 e) 2/3
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 143

9. Qual o valor da soma dos termos da PG

1 1 1
, , ,...
3 9 27

a) 0 b) 1 c) 3 d) 2/3 e) 1/2

10. Em um laboratório de experiências, o número de bactérias, sob certas condições,

se multiplica por três a cada hora. Se inicialmente existe uma bactéria na expe-

riência, o número total de bactérias, após um período de sete horas, corresponde

a) 27. b) 81. c) 243. d) 729. e) 2187.

3.11 Descritor D23 - Teoria e Problemas

O descritor D23 trabalha a habilidade de reconhecer o gráco de uma função poli-

nomial de 1º grau por meio de seus coecientes. Já estudamos bastante este assunto

e apresentaremos aqui dicas que nos auxilia a associação de uma função polinomial ao

seu gráco.

3.11.1 Associando a função y = ax + b ao seu respectivo gráco


Relembremos que as funções polinomiais do primeiro grau também são chamadas de

funções am. Tais funções possuem a forma

f (x) = ax + b

ao qual, por questões grácas, podemos também escrever

y = ax + b

onde y = f (x). Enfatizamos novamente que a e b denotam os coecientes da função

am. Sendo:

ˆ a - coeciente angular

ˆ b - coeciente linear.
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 144

Tais coecientes produzem interpretações para os grácos associados. Primeiramente,

não esquecemos que tais grácos são retas.

Coeciente angular Interpretação gráca


a>0 reta com inclinação para direita

a<0 reta com inclinação para esquerda

O coeciente linear indica o valor numérico onde a reta corta o eixo y. Já onde a

reta corta o eixo x é a raiz da função am, ou seja, o valor − ab . Tome muito cuidado

para não cometer o erro de olhar o coeciente angular como o valor onde a reta corta

o eixo x.

Exemplo 3.44 A reta t, cuja equação reduzida é dada por y = kx + z , possui coeci-

entes k e z; com k>0 e z < 0. O gráco que representa essa reta é


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 145

Resolução 74 Dada a equação y = kx + z com k>0 e z < 0. Temos que o gráco é

uma reta com inclinação para a direita e cortando o eixo y na parte negativa. Portanto

o item a) apresenta o gráco desejado.

Exemplo 3.45 A função polinomial do 1º grau possui coecientes angular e linear

igual a 2. A representação gráca dessa função f é

Resolução 75 Os coeciente angular e linear são iguais a 2. Nossa reta desejada tem

inclinação para a direita e corta o eixo y no valor 2. Assim, camos em dúvida entre

os itens a) e d). Para descartarmos um dos itens, relembremos que a reta corta o eixo

x na raiz que é dada por −b \ a. Assim, corta no valor

2
a=2 b=2 implica que − = −1 onde a reta corta o eixo x
2

Assim o item a) traz a resposta desejada.

Relembremos que, caso não se tenha gracamente onde a reta corta o eixo x, deve-

mos calcular os valor de a. Ou seja, calcular o coeciente angular da reta. Isto pode

ser feito por meio da fórmula

∆y
a= onde ∆y = yB − yA e ∆x = xB − xA
∆x

com os pontos A(xA , yA ) e B(xB , yB ) sobre a reta.


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 146

3.11.2 Problemas Propostos


1. A reta t de equação y = jx + k está representada no gráco abaixo.

Os coecientes angular j e linear k, em relação ao sinal, são, respectivamente,

a) negativo e negativo.

b) negativo e nulo.

c) positivo e negativo.

d) positivo e nulo.

e) positivo e positivo.

2. Uma pedra é largada de uma certa altura e cai em queda livre. A velocidade da

pedra durante a queda pode ser expressa por v = g·t , em que g = 10m/s2 é a

aceleração da gravidade e t o tempo transcorrido. Qual é o gráco que melhor

ilustra a velocidade da pedra em função do tempo, até o momento em que ela

chega no solo?
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 147

3. Em uma promoção de venda de camisas, o valor (P) a ser pago pelo consumidor

é calculado pela expressão


1
P (x) = − x + 35
2
onde x é a quantidade de camisas compradas (0 ≤ x ≤ 20). O gráco que repre-

senta o preço P em função da quantidade x é:

4. Observe o gráco a seguir:

Qual das funções a seguir é a representação correta deste gráco?

a) f (x) = −0, 5x + 0, 5.
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 148

b) f (x) = −x + 0, 5.
c) f (x) = −x + 3/2.
d) f (x) = 0, 5x + 1.
e) f (x) = x + 0, 5.

5. No plano cartesiano abaixo estão representadas as retas (r), (s), (p) e (m).

As retas que apresentam coeciente angular positivo e coeciente linear negativo

são

a) (r) e (s).

b) (s) e (m).

c) (p) e (m).

d) (r) e (p).

e) (r) e (m).

3.12 Descritor D24 - Teoria e Problemas

No último descritor estabelecemos a relação na direção de associar a função am

ao gráco da função. No descritor D24 faremos o caminho contrário, dada o gráco

devemos estabelecer qual a função am possui este gráco.

3.12.1 Associando o gráco de uma função am ao seu gráco


No descritor D23 realizamos um alicerce teórico para associar a função am f (x) =
ax + b ao seu respectivo gráco. Todo embasamento realizado será usado na discussão

e resolução dos problemas relacionados ao descritor D24 . Portanto, não entraremos em

mais detalhes teóricos para este descritor.

Exemplo 3.46 Beatriz representou uma função do primeiro grau no plano cartesiano

abaixo.
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 149

Qual das funções a seguir é a representação correta deste gráco?

a) f (x) = −0, 5x − 1.
b) f (x) = 2x − 1.
c) f (x) = −x + 3/2.
d) f (x) = 0, 5x − 1.
e) f (x) = 0, 5x + 1.

Resolução 76 Podemos destacar dois pontos sobre o gráco: A(0, −1) e B(2, 0). As-

sim, o coeciente angular da função é dado por

∆y 0 − (−1) 1
a= = = = 0, 5
∆x 2−0 2

O coeciente linear da função am (indica onde a reta corta o eixo y) é b = −1. Assim,

substituindo os coecientes na forma f (x) = ax + b, obtemos f (x) = 0, 5x − 1.

3.12.2 Problemas Propostos


1. Um vendedor recebe um salário composto de uma parte xa acrescida de uma

parte variável, que corresponde à comissão sobre o total vendido no mês. O

salário S em função do total x de vendas mensais pode ser visualizado no gráco

abaixo.

Qual das funções representa o salário desse vendedor?

a) s(x) = 0, 005x + 1000.


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 150

b) f (x) = 0, 05x + 400.


c) f (x) = 20x + 1000.
d) f (x) = 20x + 400.
e) f (x) = 20x − 8000.

2. Observe abaixo o gráco de uma função polinomial do 1° grau.

Qual é a lei de formação dessa função?

a) s(x) = −3x + 3.
b) f (x) = −x + 4.
c) f (x) = −x + 3.
d) f (x) = 2x + 1.
e) f (x) = 3x + 3.

3. A temperatura interna de uma geladeira, ao ser instalada, decresce com a passa-

gem do tempo, conforme representado no gráco:

A equação algébrica que relaciona a temperatura interna da geladeira (T) ao

tempo (t), para o trecho representado no gráco é

a) T = 32 − 3t.
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 151

b) T = 32 − 0, 5t.
c) T = 32 − 4t.
d) T = 32 + 6t.
e) T = 32 + 4t.

4. Para cada uma das funções descritas gracamente abaixo, escreva a lei de forma-

ção f (x) = ax + b.

3.13 Descritor D25 - Teoria e Problemas

O descritor D25 está relacionado ao estudo de máximo e mínimos de funções qua-

dráticas. Este descritor trata da resolução de problemas relacionados a máximos e


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 152

mínimos. Já discutimos essa teoria, reforçaremos aqui somente o assunto de máximos

e mínimos de funções quadráticas.

3.13.1 Máximos e Mínimos de funções quadráticas


Umas das principais características das funções quadráticas são a existência de máximo

e mínimos globais.
Dizemos que xV é um valor máximo global (respectivamente mínimo glo-
bal) para uma função f , se f (xV ) > f (x) (respectivamente f (xV ) < f (x))
para todo x. Neste caso, f (xV ) é um valor máximo (respectivamente um
valor mínimo).
Os valores máximos são valores de nível máximo, enquanto os valores mínimos são

valores de nível mínimo. A existência desses valores depende do sinal do coeciente a


2
para as funções f (x) = ax + bx + c. Se a > 0, temos um valor mínimo. Se a < 0,
temos um valor máximo.

Os valores de máximos ou mínimos são dados pelos cálculos do vértice da parábola


V (xV , yV ) onde xV é o xvértice e yV é o yvértice .
As coordenadas do vértice de uma parábola V (xv , yV ) são dadas por

b ∆
xV = − e yV = − onde ∆ = b2 − 4ac
2a 4a

Em particular, yV = f (xV ).
Exemplo 3.47 O lucro L(x) de uma empresa em função do número de peças fabrica-

das (x) é dado pela função . L(x) = 200x − x2 . Qual é o número de peças que essa

empresa deve fabricar para obter o lucro máximo?

a) 25 b) 100 c) 200 d) 1000 e) 2000

Resolução 77 O lucro máximo é obtido quado x = xV . Sendo a = −1 e b = 200,


temos
200
xV = − = 100 peças
2 · (−1)
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 153

Exemplo 3.48 O movimento de um projétil, lançado para cima verticalmente, é des-

crito pela função h(x) = −40x2 + 200x, com h em metros. A altura máxima atingida,

em metros, pelo projétil é

a) 6,25 b) 40 c) 200 d) 250 e) 2000

Resolução 78 Devemos calcular a altura máxima. A variável que indica a altura é h


que cumpre o papel da ordenada dos pontos do gráco. Isto é, h denota a variável y.
Assim, devemos calcular o valor do yV . Assim,

20000
∆ = 2002 − 4 · (−40) · 0 = 20000 implica que yv = − = 250 metros
4 · (−40)

3.13.2 Problemas Propostos


1. Durante a execução de um projeto de Física, um foguete de garrafa pet foi lançado

do solo, de modo que a altura f atingida por ele, em relação ao solo, pode ser

calculada, em função do tempo x, pela expressão f (x) = 4, 6x − 3x2 , em que x é

dado em segundos e f, em metros. A altura máxima, em metros, que esse foguete

atingiu foi de, aproximadamente,

a) 0,77 b) 1,53 c) 1,76 d) 2,76 e) 4,60

2. A temperatura, em graus centígrados, no interior de uma câmara, é dada por

f (t) = t2 −7t+10 , onde t é medido em minutos. Nessas condições, a temperatura

mínima, em (ºC), é:

a) 2,25 b) 3,5 c) -3,5 d) -2,25 e) 0

3. Um atleta de salto com vara, ao sair do solo, descreve no ar uma curva que tem

o formato de um arco de parábola. Desenhada no plano cartesiano, essa curva é

descrita pela função f :R→R denida por f (x) = −x2 + 4x.

Qual a altura máxima, em metros, que o atleta atingiu nesse salto?

a) 2 b) 4 c) 6 d) 8 e) 10
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 154

4. O lucro de uma fábrica, na venda de determinado produto, é dado pela função

L(x) = −5x2 + 100x − 80 , onde x representa o número de produtos vendidos e

L(x) é o lucro em reais. De acordo com essas informações qual o lucro máximo,

em reais, que a fábrica pode obter na venda desses produtos?

a) 80 b) 185 c) 420 d) 500 e) 8400

5. Em uma partida de futebol um goleiro chuta uma bola e sua trajetória descreve

uma parábola de equação h(x) = 16x−2x2 , onde h(x) representa a altura atingida
pela bola dada em metros, e x a distância horizontal, também dada em metros.

Nessas condições, a altura máxima, em metros, atingida pela bola é

a) 4 b) 8 c) 16 d) 32 e) 64

6. A variação da temperatura de uma cidade durante um dia de inverno foi regis-

trada por um instituto meteorológico. As temperaturas (T) em graus Celsius,

registradas em função da hora (h), de 7h às 15h nesse dia, podem ser encontra-

das através da função T (h) = h2 − 22h + 85. Nesse dia, qual foi a temperatura

mínima, em °C, registrada nessa cidade?

a) -5 b) -11 c) -17 d) -22 e) -36

7. Uma pedra é atirada para o alto, percorrendo uma trajetória descrita por uma

parábola. A altura da pedra é dada por h(t) = −2t2 + 12t, em que h é a altura

após t segundos do lançamento. O instante em que a pedra atingiu a altura

máxima foi aos

a) 3 s b) 6 s c) 12 s d) 18 s e) 36 s

8. Para economizar energia, um supermercado desliga uma câmara fria por algumas

horas e depois a religa, de forma que entre meia noite (0 hora) e seis horas da

manhã, a temperatura (T), em graus Celsius, em função do tempo (t), em horas,

é controlada e varia de acordo com a expressão T (t) = −t2 + 5t + 6, cujo gráco

está representado abaixo. A temperatura (T) é máxima para o tempo (t), em

horas, igual a

a) 2,5 b) 3 c) 5 d) 12 e) 12,25

9. Uma bola colocada no chão é chutada para o alto, percorrendo uma trajetória

descrita por y = −3x2 − 36x, sendo y a altura e x o deslocamento ao longo

da horizontal, em metros, as coordenadas da bola (x, y) no momento em que a

velocidade se anula

a) (12,0) b) (6,72) c) (8,96) d) (9,81) e) (72,6)

10. Após várias experiências em laboratório, observou-se que a concentração de certo

antibiótico, no sangue de cobaias, varia de acordo com a função y = 12x −


2x2 , em que x é o tempo decorrido, em horas, após a ingestão do antibiótico.
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 155

Nessas condições, determine o tempo necessário para que o antibiótico atinja

nível máximo de concentração no sangue dessas cobaias.

3.14 Descritor D26 - Teoria e Problemas

Neste descritor iremos estabelecer uma relação entre as raízes de um polinômio e a

forma fatorada do polinômio. A teoria envolta nos polinômios é densa. Iremos focar

na habilidade cobrada por este descritor, sem prejuízos teóricos sobre o tema.

3.14.1 A conexão entre as raízes reais de um polinômio e sua


forma fatorada
Um polinômio é uma função que pode ser escrita na forma

p(x) = an xn + an−1 xn−1 + · · · + a2 x2 + a1 x + a0

onde an , an−1 , . . . , a1 , a0 são números reais chamados de coecientes. O número


k
natural n é o grau do polinômio, desde que an 6= 0. Cada expressão ak x com 0≤k≤n
é chamado de monômios. Os polinômios são funções, também chamadas de funções
polinomiais. Já estudamos neste livro, descritores relacionados as funções ans e

quadráticas

f (x) = ax + b e f (x) = ax2 + bx + c

Tais funções, são polinômios de grau 1 e 2, respectivamente.

Exemplo 3.49 ˆ q(x) = 5x3 − 6x + 1 é um polinômio de grau 3.

 Dizemos que q é um polinômio incompleto, pois o coeciente do monômio

de grau 2 é zero.

ˆ s(x) = x4 + 2x3 − x2 + x − 2 é um polinômio de grau 4.

 O polinômio s é completo, pois os coecientes dos monômios de grau menor

do que 4 são não nulos.

ˆ t(x) = 4x2 − 5x + 1 − 2x−3 , não é um polinômio devido o termo 2x−3 .

 Os monômios devem possui grau natural.

Uma raiz real ou zero real de uma função polinomial, ou polinômio,

p(x) = an xn + an−1 xn−1 + . . . + a2 x2 + a1 x + a0

com an 6= 0 é um número real z tal que p(z) = 0.


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 156

Exemplo 3.50 Verique que 1 e 2 são raízes do polinômio g(x) = x4 − 5x2 + 4.

Resolução 79 Devemos calcular o valor numérico de g(1) e g(2).

g(1) = 14 − 5 · 12 + 4 = 1 − 5 + 4 = −4 + 4 = 0 1 é raiz de g(x)

g(2) = 24 − 5 · 22 + 4 = 16 − 5 · 4 + 4 = 16 − 20 + 4 = 0 2 é raiz de g(x)

Agora, vamos apresentar um resultado forte da álgebra. Aqui, tal teorema será

apresentado para polinômios que admite todas raízes reais. É bom ressaltar que o

teorema a seguir é apresentado depois que já conhecemos sobre raízes complexas de

um polinômio.

Teorema 3.51 TEOREMA DA DECOMPOSIÇÃO: Todo polinômio p(x) de

grau n≥1 pode ser fatorado como o produto de n - fatores de grau 1 com coecientes

complexos.
O Teorema de Decomposição diz que:

p(x) = an xn + an−1 xn−1 + · · · + a2 x2 + a1 x + a0

possui as raízes {x1 , x2 , x3 , . . . , xn }, então

p(x) = an (x − x1 ) · (x − x2 ) · (x − x3 ) · · · (x − xn )

Essa última expressão é chamada de forma fatorada de p(x).


ˆ As raízes de p(x) = 3x3 − x2 − 12x + 4 são
1
3
, 2 e − 2, então

1
 
p(x) = 3 x − (x − 2)(x + 2)
3

ˆ Evidentemente que a forma fatorada de p(x) e o polinômio p(x) devem conter as

mesmas raízes.

Exemplo 3.52 Observe o polinômio representado no quadro abaixo.

p(x) = x · (x − 3) · (x + 2)

Quais são as raízes desse polinômio?

a)  6,  1 e 1.

b)  3, 0 e 2.

c)  3 e 2.

d)  2 e 3.

e)  2, 0 e 3.
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 157

Resolução 80 Uma vez que uma raiz real de p(x) é um número real ao qual anula o

polinômio. Buscamos resolver a equação p(x) = 0, ao qual é equivalente a

x · (x − 3) · (x + 2) = 0

Isso implica em três possibilidades para o produto ser igual a zero.

x
|
= 0 x − 3 ={z0 e x + 2 = 0}
As raizes de p(x) são as raízes dos fatores de p(x)

Portanto, obtemos, resolvendo cada uma das equações acima, como raízes de p(x),
{0, 3, −2}.

Exemplo 3.53 Decompondo o polinômio p(x) = 5x2 + 5x − 30 em fatores do 1º grau,

obtém-se:

a) 5(x − 5) · (x − 3)
b) 5(x − 2) · (x + 3)
c) 5(x + 2) · (x − 3)
d) 5(x − 2) · (x − 3)
e) 5(x + 5) · (x + 3)

Resolução 81 Devemos encontrar as raízes de p(x). Para isso, resolveremos a equa-

ção p(x) = 0.

2
5x
|
5x − 30}
+ {z =0 implica 5(x2 + x − 6) = 0
colocar 5 em evidência

Desta forma, resolvemos a equação

x2 + x − 6 = 0

Usando a fórmula de Bhaskara, temos os coecientes a = 1, b = 1 e c = −6

∆ = b2 − 4ac implica que ∆ = 12 − 4 × 1 × (−6) = 1 + 24 = 25

√ √
−b ± 25 −1 ± 25 −1 ± 5
x= implica que x= = → x0 = 2 e x00 = −3
2a 2×1 2

Como a forma fatorada é dada por

p(x) = a2 (x − x0 )(x − x00 )


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 158

onde a2 é o coeciente dominante de p(x), neste caso a2 = 5 (p(x) = 5x2 + 5x − 30).


Desta forma, obtemos a forma fatorada

p(x) = 5(x − 2)(x + 3)

3.14.2 Problemas Propostos


1. As raízes do polinômio p(x) = (x − 3) · (x + 1) são:

a) 2 e 1. b) 3 e 1. c) 3 e 1. d) 3 e 1. e) 3 e 1.

2. Um polinômio p(x) de terceiro grau tem raízes iguais a - 3, 2 e 4. Das expressões

abaixo a que pode representar p(x) é:

a) (x − 3)(x + 2)(x + 4)
b) (x + 3)(x − 2)(x − 4)
c) (x + 3)(x + 2)(x + 4)
d) (x − 3)(x − 2)(x − 4)
e) (x − 3)(x − 2)(x + 4)

3. Fatorando-se x2 + 6x + 9 , obtém-se:
2
a) (x + 9)
b) (x + 3)2
c) (x + 3)(x − 3)
d) (x − 3)2
e) (x − 3)(x − 2)

4. Quais são as raízes da equação 2x(3x2 − 27) = 0?


a)  2, 0 e  3.

b)  2, 0 e 3.

c)  3, 0 e 3.

d)  3, 2 e 3.

e)  3,  2 e 3.

5. Considere a forma fatorada do polinômio p(x) representado abaixo.

p(x) = x(x − 1)(x − 2)2 (x + 3)

Quais são as raízes desse polinômio? a)  3, 0, 1, e 2.

b)  3, 1 e 2.

c)  3, 1 e 4.

d)  2,  1, e 3.

e)  1, 0, 3 e 4.
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 159

6. A forma fatorada de um polinômio é dada por

p(x) = −4(x − 2)(x − 3)(x + 5).

As raízes desse polinômio são

a)  5, 2 e 3.

b)  4,  3,  2 e 5.

c)  3,  2 e 5.

d) 2, 3 e 5.

e) 2, 3, 4 e 5.

7. O polinômio p(x) = (x + 2)(x − 3)(x − 1) se anula para

a) x =  2, x = 3 ou x =  1.

b) x = 2, x =  3 ou x =  1.

c) x =  2, x = 3 ou x = 1.

d) x = 2, x = 3 ou x = 1.

e) x =  2, x =  3 ou x =  1.

8. Considere o polinômio A(x) = x2 + 2x − 255, a decomposição deste polinômio é:

a) (x − 17)(x + 15)
b) (x + 17)(x + 15)
c) (x + 17)(x − 15)
d) (x − 17)(x − 15)
e) (x − 15)2

3.15 Descritor D27 - Teoria e Problemas

O descritor D27 está relacionado a relacionar a representação algébrica a repre-

sentação gráca e a representação gráca a representação algébrica de um a função

exponencial. Vamos fazer um tratamento do estudo de funções exponenciais e seus

respectivos grácos.

3.15.1 Funções Exponenciais


Relembremos aqui que uma função f :R→R é uma função exponencial se a

sua lei de formação é da forma

f (x) = ax

onde a>0 e a 6= 1. O termo a é chamado de base da função exponencial. O domínio

dessas funções são sempre o conjunto dos números reais R e a imagem Im(f ) = {y ∈
R : y > 0} = R+ .
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 160

Vejamos alguns exemplos de funções exponenciais

Exemplo 3.54 No plano cartesiano abaixo está representado o gráco da função ex-

ponencial f (x) = 2x , onde a=2 (base 2).

Usando os conhecimentos discutidos no descritor D20 temos que a função f (x) = 2x é

crescente.

Exemplo 3.55 No plano cartesiano abaixo está representado o gráco da função ex-

ponencial f (x) = (1/2)x , onde a=2 (base 2).

Usando os conhecimentos discutidos no descritor D20 temos que a função f (x) = (1/2)x
é decrescente. Note que (1/2)x = 2−x (aqui foi usado que 2−1 = 1/2.)

Os exemplos acima acende uma discussão: Quando que uma função exponencial

f (x) = ax é crescente ou decrescente? De fato, olhando que a condição de existência

da função exponencial está vinculada a base a > 0 e a 6= 1. Assim, podemos notar que

a=1 é uma singularidade. Desta forma:

ˆ Se a > 1, então f (x) = ax é crescente.


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 161

ˆ Se 0 < a < 1, então f (x) = ax é decrescente.

É bom enfatizar que independente da função exponencial f (x) = ax seja crescente ou

decrescente, f (0) = 1. Isto é, toda função exponencial corta o eixo y no valor 1.

Podemos destacar algumas funções que não são exponenciais, mas em boa parte

da literatura são apresentadas como funções exponenciais. A esta classe de funções,

nomeamos de funções quase-exponenciais. Vamos discutir um pouco sobre essas

funções e seus grácos.

Funções da forma f (x) = ax + b


Essas funções são formadas pela soma de uma exponencial ax a uma constante

b. Os grácos dessas funções obedecem o crescimento e decrescimento para funções

exponenciais ax . O domínio das funções f (x) = ax + b é o conjunto dos números reais.

A imagem é o conjunto {y ∈ R : y > b}. É importante destacar que se b<0 então

o gráco de f (x) = ax + b passa para parte negativa do eixo y. Além do mais, essas

funções cortam o eixo y no valor b + 1.


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 162

Os grácos das funções acimam cortam o eixo y no valor 0.

Funções da forma f (x) = K · ax

Essas funções são formadas pelo produto de uma constante K por uma função

exponencial ax . Para essas funções, enfatizamos que Quando k é positivo, o cresci-

mento e decrescimento dessas funções seguem o crescimento e decrescimento das fun-

ções f (x) = ax . Agora se K é negativo, então f (x) = K · ax é crescente se 0<a<1 e

decrescente para a > 1.

Corta o eixo y no valor 5


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 163

Corta o eixo y no valor - 5

Para nalizar o estudo dessas funções, faremos um exemplo noa qual exploramos

a necessidade de olhar o gráco de uma função exponencial e obter a lei de formação

dessa função.

Exemplo 3.56 Qual a lei de formação da função dada no gráco abaixo?

Resolução 82 Observamos que estamos tratando de uma função da forma f (x) = ax


(corta o eixo y no valor 1). Note que o gráco da função passa pelo ponto (1, 3), isto é

f (1) = 3. Portanto, sendo 3 = f (1) = a1 = a, temos que a base é 3. Logo, f (x) = 3x .

Para dizer qual a lei de formação de uma função exponencial dado o gráco é

importante observar alguns aspectos do gráco:

ˆ Crescente ou decrescente;

ˆ Corta o eixo y no valor 1 (função do tipo ax );

ˆ Caso a função não corte o eixo y no valor 1, testar funções da forma ax + b ou

K · ax .
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 164

3.15.2 Problemas Propostos


1. O gráco que representa a função exponencial y = 2x − 1 é dado no item:

2. O gráco que pode representar a função y = 5x é

3. Abaixo estão relacionadas algumas funções. Entre elas, a função exponencial


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 165

crescente é:

a) f (x) = 5−x
√ 2
b) f (x) = ( 3)

c) f (x) = 0, 1x
d) f (x) = (3/2)x
e) f (x) = 5x

4. No gráco abaixo está representada uma função f : R → R.

Qual dos itens abaixo apresenta a lei de formação dessa função?

a) f (x) = 2−x
b) f (x) = 2 · 3x − 1
c) f (x) = 2x + 1
d) f (x) = 2x
e) f (x) = 3x

5. Considere o gráco da função abaixo

Qual dos itens abaixo apresenta a lei de formação dessa função?

a) f (x) = 2−x
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 166

b) f (x) = 3x − 1
c) f (x) = −4x
d) f (x) = 2x
e) f (x) = −3−x

6. Dada a função exponencial f (x) = (k−4)x , sabendo que essa função é decrescente,
o valor de k está entre:

a) 1 e 2 b) 2 e 3 c) 3 e 4 d) 4 e 5 e) 5 e 6

7. O gráco, a seguir, é a representação de uma função exponencial:

Qual dos itens abaixo apresenta a lei de formação dessa função?

a) f (x) = 5x
b) f (x) = 0, 2x
c) f (x) = 0, 5x
d) f (x) = 2x
e) f (x) = 0, 5−x

8. A gura mostra um esboço do gráco da função f (x) = ax + b, com a e b números


reais, a > 0, a 6= 1 e b 6= 0.
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 167

Então o valor de f (2) − f (−2) é igual a:


3 15
a) −
4
b) −
4
c) − 41 d) − 67 e) − 35
6

9. Considere a função f denida por f (x) = 15 · 0, 7x e representada em um sistema


de coordenadas cartesianas. Entre os grácos abaixo, o que pode representar a

função f é:

10. Quais dos itens abaixo apresenta duas funções exponenciais decrescente?

a) f (x) = 2−x , g(x)4x


√ x −x
b) f (x) = ( 2) , g(x) = 7

c) f (x) = −5x, g(x) = (0, 5)x


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 168


d) f (x) = (0, 5)−x , g(x) = ( 0, 9)x

e) f (x) = 5−x , g(x) = ( 4 0, 16)x

3.16 Descritor D28 - Teoria e Problemas

Neste descritor vamos tratar das funções logarítmicas no objetivo de olhar essa

classe de funções como funções inversas da função exponencial. Vamos repassar por

uma breve revisão dos logaritmos antes de apresentar o enfoque principal deste descri-

tor.

3.16.1 Logaritmos e Funções Logarítmicas


Os logaritmos são expressões matemáticas de grande utilidade em áreas como mate-

mática nanceira, crescimento populacional, convergência de métodos discretos e etc.

Veremos por meio da denição abaixo que existe uma relação direta entre as exponen-

ciais (de modo mais particular, equações exponenciais) e os logaritmos.

Sejam a, b e x números reais tais que a > 0, b > 0 e b 6= 1. Denimos o logaritmo de

a na base b como um número real x dado pela relação

logb a = x se, e somente se b| x {z


= a}
equação exponencial
| {z }
Logaritmo de a na base b
(3.1)

Os números reais a, b e x recebem nomes especiais que são identicados abaixo:

A relação dada em (3.1) nos diz que para calcular o valor de um logaritmo resolve-

mos uma equação exponencial. Isto é, o valor que procuramos é um expoente de uma

equação.

Exemplo 3.57 Qual o valor de log5 625?

Resolução 83 Para calcular o valor de um logaritmo, devemos fatorar o logaritmando

na mesma base do logaritmo. Ou seja, fatoramos 625 na base 5. Isto é devido ao fato
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 169

de que devemos resolver a equação exponencial

5x = 625 onde x é o valor do logaritmo

Fatorando 625, obtemos 625 = 54 . Desta forma

5x = 54 como as bases são iguais x=4

Portanto, log5 625 = 4.

O cálculo de logaritmos faz uso de várias propriedades básicas e por isso é vistas

como um tema difícil por boa parte dos estudantes. Vejamos algumas das propriedades,

relacionadas a potência, que necessitaremos:

Algumas Propriedades
Produto am · an = am+n (am )n = am·n
Quociente am ÷ an = am−n a−m = a1m
√n m √ 1
Radicais am = a n n
a = an

Exemplo 3.58 Calcule o valor de log√3 81.

Resolução 84 Usando a denição (3.1), temos que encontrar um valor x tal que
√ x √
3 = 81. Aqui, fatorar somente o 81 não adianta, devemos manipular a base 3.
√ 1/2
Assim, usamos a propriedade dos radicais e escrevemos 3 = 3 . Como 81 = 34 ,
temos
√ x 1
3 = 81 equivale (3 2 )x = 34

Usando a propriedade de potências, temos

x
4 x
= 3}
|3 {z obtemos =4 implica que x=8
2
2
igualando os expoentes

Assim, log√3 81 = 8.

3.16.2 Problemas Propostos


1. Qual o valor de log7 343?
a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5

2. Qual o valor de log √


5
2 1024?
a) 10 b) 20 c) 30 d) 40 e) 50
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 170

1
3. Qual o valor de log3 243
?

a) 1 b) -2 c) 5 d) 5 e) -5

4. Qual o valor de log0,5 2?


a) -1 b) 1 c) 2 d) -2 e) 0

 
8
5. Qual o valor de log0,4 125
?

a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5

6. O valor da expressão log2 64 − log3 27 é igual á:

a) 3 b) 13 c) 17 d) 31 e) 40

7. Simplicando
26
log3 81
obtemos

a) 16 b) 12 c) 7 d) 8 e) 4

3.16.3 Propriedades do Logaritmos


Nesta seção vamos apresentar algumas propriedades básicas de logaritmos. Primeira-

mente, vamos denir um logaritmo de base especial. Os logaritmos de base 10.

Os logaritmos de base 10 são os log10 a. Para esses logaritmos podemos


- simplesmente representar por log a. A base omitida indica que o logaritmo
é de base 10.

Quando não conseguimos escrever logaritmando e base como potências de mesma

base, necessitamos de propriedades que nos auxiliam na resolução de problemas. Vamos

apresentar essas propriedades.


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 171

Sejam x, y números reais positivos, b>0 e b 6= 1. Então:

ˆ REGRA DO PRODUTO:

logb (x · y) = logb x + logb y

ˆ REGRA DO QUOCIENTE:
!
x
logb = logb x − logb y
y

ˆ REGRA DA POTÊNCIA:

logb xn = n · logb x para todo natural n

ˆ LOGARITMANDO E BASE IGUAIS :

logb b = 1

Existem mais propriedades dos logaritmos. Tendo em vista o objetivo deste material,

não as exploraremos aqui.

Exemplo 3.59 Usando log 2 ≈ 0, 3, calcule log 16:

Resolução 85 Observe que calcular log 16 é diferente de calcular log2 16. A questão

de estarmos na base 10 e 16 não ser fatorado nessa base, nos impede de aplicar a regra

(3.1). Assim, a estratégia a ser adquirida aqui consiste em fatorar o logaritmando 16

e usar a regra da potência,

log 16 = log 24 = 4 × log 2 = 4 × 0, 3 = 1, 2


| {z }
regra da potência

Exemplo 3.60 Sabendo que log 2 ≈ 0, 3 e log 3 ≈ 0, 48, calcule o valor de log 108.

Resolução 86 Fatorando 108, obtemos que 108 = 22 × 33 . Usando a regra do produto

e a regra da potência

log 108 = log 22 × 33 = log 22 + log 33 = 2 log 2 + 3 log 3 = 2 × 0, 3 + 3 × 0, 48 = 2, 04

Exemplo 3.61
 
27
Sabendo que log 2 ≈ 0, 3 e log 3 ≈ 0, 48, calcule o valor de log 5
.

Resolução 87 Usando a regra do quociente, temos

27
 
log = log 27 − log 5 = 3 × log 3 − 0, 7 = 1, 46 − 0, 7 = 0, 76
5 | {z }
10
log 5=log 2
=0,7
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 172

3.16.4 Problemas Propostos


b
1. Se log2 b − log2 a = 5, qual o valor do quociente
a
?

a) 10 b) 25 c) 32 d) 64 e) 128

2. Sabendo que log 2 ≈ 0, 3 e log 3 ≈ 0, 48, Qual o valor de log 96?


a) 1,90 b) 1,92 c) 1,96 d) 1,98 e) 2,0

3. A Escala de Magnitude de Momento (abreviada como MMS e denotada como

Mw ), introduzida em 1979 por Thomas Haks e Hiroo Kanamori, substituiu a

Escala de Richter para medir a magnitude dos terremotos em termos de energia

liberada. Menos conhecida pelo público, a MMS é, no entanto, a escala usada

para estimar as magnitudes de todos os grandes terremotos da atualidade. Assim

como a escala Ricther, a MMS é uma escala logarítmica. Mw e M0 se relacionam


pela fórmula:
2
MW = −10, 7 + log(M0 )
3

Onde M0 é o movimento sísmico (usualmente estimado a partir dos registros de

movimento da superfície, através dos sismogramas), cuja unidade é o dina · cm.


O terremo de Kobe, acontecido no dia 17 de janeiro de 1995, foi um dos terremotos

que causaram maior impacto no Japão e na comunidade cientíca internacional.

Teve magnitude Mw = 7, 3. Mostrando que é possível determinar a medida por

meio de conhecimentos matemáticos, qual foi o momento sísmico M0 do terremoto


de Kobe (em dina · cm)?
a) 10−5,10 b) 10−0,73 c) 1012,00 d) 1021,65 e) 1027,00

4. Em março de 2011, um terremoto de 9,0 graus de magnitude na escala Richter

atingiu o Japão matando milhares de pessoas e causando grande destruição. Em

janeiro daquele ano, um terremoto de 7,0 graus na escala Richter atingiu a cidade

de Santiago Del Estero, na Argentina. A magnitude de um terremoto, medida

pela escala Richter, é R = log (A/A0 ), em que A é a amplitude do movimento ver-


tical do solo, informado em um sismógrafo, A0 é uma amplitude de referência e log
representa o logaritmo na base 10. Disponível em: http://earthquake.usgs.gov.

Acesso em: 28 fev. 2012 (adaptado). A razão entre as amplitudes dos movimen-

tos verticais dos terremotos do Japão e da Argentina é


9
a) 1,28 b) 2,0 c) 10 7 d) 100 e) 109 − 107

5. Se log4 (x + 2) + log2 (x + 2) = 3, o valor de x é igual á:

a) 2 b) 3 c) 4 d) 5 e) 6
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 173

3.16.5 Funções Logarítmica e sua Relação com a Função Expo-


nencial
A função logarítmica possui uma boa relação com as funções exponenciais. Uma se

comporta (com devidos ajustes de base) como a inversa da outra. Primeiramente,


Dado um número real a > 0 e a 6= 1, a função logarítmica de base a,
f : R∗+ → R indicada por f (x) = loga x e satisfaz as propriedades

ˆ f (x) = 0 se, e somente se, x = 1;

ˆ f (x) = 1 se, e somente se, x = a;

ˆ Se 0 < b < 1, então f é decrescente;

ˆ Se b > 1, então f é crescente.

O nosso intuito é mostrar a relação entre as funções logarítmicas e as funções

exponenciais. Assim, dada uma função f :E →F onde E, F são subconjuntos dos

números reais R, Dizemos que f admite uma inversa local se existem um subconjunto

A⊂E e uma função g:B→A tal que

ˆ f (A) = B

ˆ f (g(x)) = x para todo x∈B

ˆ g(f (y)) = y para todo y∈A

Dizemos que g é a inversa local da função f e a denotamos por f −1 , isto é, g = f −1 .


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 174

O diagrama acima mostra que enquanto a função f leva x em y, a função inversa f −1


leva y em x. De modo informal, podemos dizer que x e y, enquanto variáveis que

denotam domínio e imagem de uma função, trocam de papel, isto é, x ocupa o lugar

de y e y ocupa o lugar de x.
No que segue, focaremos em vericar que as funções exponenciais e logarítmicas

conversam muito bem como uma sendo a inversa da outra.

Exemplo 3.62 Consideremos a função f (x) = ax (uma função exponencial), onde

a>0 e a 6= 1. Por conveniência gráca, podemos escrever y = f (x) e obtemos

y = ax

Agora, vamos trocar x com y na equação. Isto é, fazemos x virar y e y virar x.

x = ay

O nosso próximo passo é isolar a variável y, para isso vamos aplicar o logaritmo na

base a, de ambos os lados da igualdade acima e usar a regra da potência

loga (x) = loga ay


| {z }
Usamos a regra da potência

loga (x) = y · loga a

Usamos que loga a = 1 e obtemos

y = loga (x)

Assim, a função inversa da exponencial f (x) = ax é a função f −1 (x) = loga (x). É


x
claro que f (x) = a é a inversa da função loga (x).

Exemplo 3.63 Consideremos a função f (x) = ax +b (uma função quase exponencial),


onde a>0 e a 6= 1 e b∈R Por conveniência gráca, podemos escrever y = f (x) e

obtemos

y = ax + b

Agora, vamos trocar x com y na equação. Isto é, fazemos x virar y e y virar x.

x = ay + b

O nosso próximo passo é isolar a variável y, para isso vamos primeiramente isolar o

termo ay e aplicar o logaritmo na base a, de ambos os lados da igualdade acima am


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 175

de usar a regra da potência

x − b = ay

loga (x − b) = loga ay
| {z }
Usamos a regra da potência

loga (x − b) = y · loga a

Usamos que loga a = 1 e obtemos

y = loga (x − b)

Assim, a função inversa da exponencial f (x) = ax + b é a função f −1 (x) = loga (x − b)


ao qual está denida para x > b. É claro que f (x) = ax + b é a inversa local da função

loga (x − b).

Exemplo 3.64 Consideremos a função f (x) = ax−b (uma função quase exponencial),

onde a > 0, a 6= 1 b ∈ R. Por conveniência gráca, podemos escrever y = f (x) e

obtemos

y = ax−b

Agora, vamos trocar x com y na equação. Isto é, fazemos x virar y e y virar x.

x = ay−b

O nosso próximo passo é isolar a variável y, para isso vamos aplicar o logaritmo na

base a, de ambos os lados da igualdade acima e usar a regra da potência

loga (x) = loga ay−b


| {z }
Usamos a regra da potência

loga (x) = (y − b) · loga a

Usamos que loga a = 1 e obtemos

y = loga (x) + b

Assim, a função inversa da exponencial f (x) = ax−b é a função f −1 (x) = loga (x) + b.
É claro que f (x) = ax−b é a inversa da função loga (x) + b.

3.16.6 Problemas Propostos


1. Em uma indústria de um determinado metal utilizado em computadores, a sua

produção segue a lei f (x) = 2x−1 , onde f (x) representa a produção do metal e x,
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 176

o tempo gasto para a sua produção. O diretor nanceiro dessa indústria pediu

que seu auxiliar técnico montasse o gráco da lei inversa da função acima, de

modo que pudesse mostrar à diretoria o tempo para determinadas produções. O

novo gráco corresponde à função:

a) f −1 (x) = log2 (x − 1)
b) f −1 (x) = 1 − log2 (x − 1)
c) f −1 (x) = 1 − log2 (x)
d) f −1 (x) = 1 + log2 (x)
e) f −1 (x) = 1 + logx (2)

2. Se a altura de planta dobra a cada mês, durante certo período de sua vida. A

função H(x) = 2x representa esta situação, onde x é a altura da planta . Um

botânico fez um gráco da lei inversa da função acima, de modo que pudesse

mostrar aos seus colegas o desenvolvimento desta planta. O novo gráco corres-

ponde à função:

a) f −1 (x) = 2 + log2 (x)


b) f −1 (x) = 1 − logx (2)
c) f −1 (x) = log2 (x)
d) f −1 (x) = x + log2 (2)
e) f −1 (x) = logx (2)

3. Uma rampa para manobras de skate de campeonato mundial é representada pelo

esquema abaixo:

A parte da curva está associada a função h(x) = (0, 5)x−2 . Um representante

da organização da prova pediu que seu auxiliar técnico montasse o gráco da lei

inversa da função acima, de modo que pudesse mostrar aos técnicos dos atletas.

O novo gráco corresponde à função:

a) f −1 (x) = 1 + log0,5 (x)


b) f −1 (x) = 2 + log0,5 (x)
c) f −1 (x) = log0,5 (x)
d) f −1 (x) = log0,5 (x − 2)
e) f −1 (x) = logx (0, 5)
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 177

4. Dada a função f (x) = 3x , qual dos grácos que melhor representa a inversa da

função f?

5. Observe abaixo o gráco da função f : R∗+ → R

Qual é a lei de formação dessa função?

a) f (x) = −2 log2 (x)


b) f (x) = log2 (x)
c) f (x) = 2 log2 (x)
d) f (x) = −2 log2 (x/2)
e) f (x) = log2 (x + 1)

3.17 Descritor D29 - Teoria e Problemas

Neste descritor, estaremos resolvendo problemas que envolvam funções exponenci-

ais. Tais problemas estão relacionados as aplicações das funções exponenciais. Relem-
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 178

bremos que essas funções modelam boa parte dos problemas de evolução.

3.17.1 Aplicações das funções exponenciais


As funções exponencias são da forma f (x) = ax onde a>0 e a 6= 1. As funções

que modelam problemas de evolução possuem o formato

f (x) = K · ab x

onde K indica a condição inicial, a é taxa de crescimento ou decrescimento e b é um

fator de correção (uma vez que geralmente x denota o tempo). Vejamos essa situação

por meio de um exemplo.

Exemplo 3.65 Uma maionese mal conservada causou mal-estar nos frequentadores de

um clube. Uma investigação revelou a presença da bactéria salmonela, que se multiplica

segundo a lei: n(t) = 200 · 22t , em que n(t) é o número de bactérias encontradas na

amostra de maionese t horas após o início do almoço. Quando o número de bactérias

era de 3200, tinha passado:

a) 1 hora e 30 minutos.

b) 3 horas.

c) 2 horas e 30 minutos.

d) 1 hora.

e) 2 horas.

Resolução 88 A função n(t) = 200 · 22t determina o número de bactérias após t


horas. O valor 200 indica que no tempo t = 0, ou seja inicialmente, tem - se 200

bactérias. A base 2 indica que a quantidade dobra a cada 30 minutos (o fato de ser 30

minutos é devido o expoente ser 2t). Estamos interessados em determinar t de modo

que n(t) = 3200. Isso é equivalente a

3200
200 · 22t = 3200 implica que 22t = = 16 = 24
200

Portanto, obtemos que 22t = 24 , pela igualdade das bases, temos 2t = 4 que nos fornece

o tempo t=2 horas.

3.17.2 Problemas Propostos


1. Em uma pesquisa realizada, constatou-se que a população A de determinada

bactéria cresce segundo a expressão A(t) = 25 · 2t , onde t representa o tempo em

horas. Para atingir uma população de 400 bactérias, será necessário um tempo

de:
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 179

a) 2 horas.

b) 6 horas.

c) 4 horas.

c) 8 horas.

e) 10 horas

2. O número de bactérias Q em certa cultura é uma função do tempo t e é dado por

Q(t) = 600 · 32t

onde t é medido em horas. O tempo t para que se tenham 48600 bactérias é:

a) 2 horas.

b) 6 horas.

c) 4 horas.

c) 81 horas.

e) 600 horas

3. Uma plantinha foi levada para um laboratório de botânica para que seu cresci-

mento fosse estudado. Esse crescimento foi então modelado pela função n(t) =
t
1+2 , em que t é dado em dias e n(t), em cm. Ao nal do último dia observação,

que a plantinha atingiu a altura de 65 cm. A quantidade de dias em que ela cou

em observação foi:

a) 6 b) 11 c) 32 d) 33 e) 40

4. A lei P (t) = 100 · (0, 5)t representa o percentual de agrotóxico P que age sobre

a lavoura ao longo do tempo t, em horas. Qual é o percentual de agrotóxico que

age sobre a lavoura em 2 horas?

a) 250 b) 125 c) 100 d) 50 e) 25

5. Estudos indicam que o número N de camarões criados em cativeiro, decorridos x

meses, é dado pela fórmula N (X) = 500 · 20,5x . Qual é a quantidade de camarões

criados em cativeiro após 10 meses?

a) 1000 b) 2000 c) 3200 d) 5000 e) 16000

6. O crescimento de bactérias em uma cultura obedeceu à função P (t) = 20 · 2t−1 ]


em que f (t) é o número de bactérias e t, o tempo em horas. Qual será o tempo

necessário para que o número de bactérias seja igual a 20 480?

a) 8 horas.

b) 9 horas.

c) 10 horas.

d) 11 horas.

e) 12 horas.
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 180

7. Suponha que o crescimento de uma cultura de bactérias obedece à lei N (t) =


t/2
M ·2 , na qual N representa o número de bactérias no momento t, medido

em horas. Se, no momento inicial, essa cultura tinha 200 bactérias, determine o

número de bactérias depois de 8 horas.

8. A desintegração de uma substância radioativa é um fenômeno químico modelado

pela fórmula q = 10 · 2kt , onde q representa a quantidade de substância radioativa

(em gramas) existente no instante t (em horas). Quando o tempo t é igual a 3,3

horas, a quantidade existente q vale 5. Então, o valor da constante k é

a) −33/10 b) −7 c) −5/33 d) −10/33 e) −100/33

9. Suponha que o número de indivíduos de uma determinada população seja dado

pela função: F (t) = a·2˘bt onde a variável t é dada em anos e a e b são constantes.
a) Encontre as constantes a e b de modo que a população inicial (t = 0) seja igual
a 1024 indivíduos e a população após 10 anos seja a metade da população inicial.

b) Qual o tempo mínimo para que a população se reduza a 1/8 da população

inicial?

3.18 Descritor D30 - Teoria e Problemas

O descritor D30 trabalha com a identicação do gráco das funções trigonométri-

cas. Trataremos aqui do gráco das funções seno, cosseno e tangente. Tais funções

possuem características periódicas. As funções periódicas são funções que possuem


um comportamento periódico. Ou seja, que ocorrem em determinados intervalos de

tempo. O período corresponde ao menor intervalo de tempo em que acontece a repe-


tição de determinado fenômeno.
Uma função f :A→B é periódica se existe um número real p tal que

f (x + p) = f (x)

para todo x ∈ A. O menor valor de p para o qual essa condição é satisfeita é chamado
de período da função f.

3.18.1 A função f (x) = sin(x) e suas variações.


A função seno é a função f (x) = sin(x) denida para todo x ∈ R. Por meio

dos ângulos notáveis, podemos determinar alguns valores numéricos para a função

f (x) = sin(x). Antes de determinar esses valores, uma vez que no plano trigonométrico

o seno indica o eixo vertical, e que cada ponto P do círculo trigonométrico é da forma

(cos(x), sin(x)) onde x indica o ângulo formado entre entre o eixo do cosseno (eixo x)

e o segmento que une a origem ao ponto P, temos que a função seno assume valores
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 181

negativos no terceiro e quarto quadrantes. Ou seja, para valores de x que estão entre

π e 2π .
x sin(x)
0 sin(0) = 0
 
π π 1
6
sin =
 6 2

π π 2
4
sin =
4 2

π π 3
3
sin =
3  2
π π
2
sin =1
 2 √
2π 2π 3
3
sin =
3 √
2

4
sin 3π4
= 22
 

6
sin 5π6
= 12
π sin (π) = 0
 
7π 7π
6
sin = − 12
 6 √

4
sin 5π = − 2
4 √
2

3
sin 4π = − 23
3 

2
sin 3π = −1
 2 √

3
sin 3 = − 23

  √

4
sin 7π 4
= − 2
2
 
11π
6
sin 11π 6
= − 12
2π sin (2π) = 0
Observe que pela tabela acima, temos que sin(0) = sin(2π) = 0. O período da função

sin(x) é igual a 2π . Assim,

sin(x + 2π) = sin(x) ∀ x ∈ R

Quando uma função é periódica o gráco se repete em blocos. Para o caso da função

sin(x) ela repete em blocos cujo intervalo é de comprimento 2π .

O gráco acima mostra mais uma propriedade da função f (x) = sin(x). Note que em

relação a simetria, temos que a função seno é uma função ímpar. Isto é,

sin(−x) = − sin(x)
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 182

Uma outra característica que podemos destacar para a função seno é que o menor

valor assumido pelo seno é -1 e o maior valor assumido pelo seno é 1. Desta forma,

f (x) = sin(x) é limitada,

−1 ≤ sin(x) ≤ 1

O grande intuito do descritor D30 é estudar os gráco das funções trigonométricas.

Assim, vamos vericar algumas variantes da função seno. Consideremos as funções da

forma

f (x) = a ± b · sin(m · x + n)

Vamos ver a interpretação geométrica de cada um dos coecientes e sua ação sobre o

gráco da função seno. A gura abaixo indica a ação que cada um dos coecientes

realiza sobre o gráco da função sin(x).

Vamos ver alguns exemplos:

Exemplo 3.66 Consideremos a função f (x) = sin(x) + 2, vamos construir o gráco

dessa função. Para isso, vamos calcular alguns valores

x y = sin(x) + 2
0 y = sin(0) + 2 = 2
 
π π
2
y = sin 2
+2=1+2=3
π y = sin (π) + 2 = 0 + 2 = 2
 
3π 3π
2
y = sin 2
+ 2 = −1 + 2 = 1
2π y = sin (2π) + 2 = 0 + 2 = 2

Observe que a função y = sin(x) + 2 é limitada e assume o valor mínimo 1 e valor

máximo 3. Isto é justamente somar duas unidades no valor mínimo e máximo da


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 183

função y = sin(x). Logo, a inuência do valor 2 que aparece somando sin(x) na função

y = sin(x) + 2 é transladar verticalmente a função sin(x) duas unidades. Assim, temos

o gráco

Caso estivéssemos interessados na função y = sin(x) − 2, teríamos a seguinte situação

gráca.

Exemplo 3.67 Consideremos a função f (x) = sin(2x), vamos construir o gráco

dessa função. Para isso, vamos calcular alguns valores

x y = sin(2x)
0 y = sin(2 · 0) = 0
 
π π
4
y = sin 2 · 4
=1
f racπ2 y = sin (π) = 0
 
3π 3π
4
y = sin 2
= −1
π y = sin (2π) = 0

Observe que a função y = sin(2x) é limitada e assume o valor mínimo -1 e valor

máximo 1 como a função sin(x). Mas podemos notar que desde que a função assume

o valor zero, volta assumir o valor zero em um período π, que é justamente a metade

do período da função sin(x). Assim, a ação da multiplicação de x por 2, faz com que

o período da função sin(x) reduz a metade. Temos o seguinte gráco


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 184

 
x
Se considerássemos a função y = sin 2
, teríamos a situação gráca

onde o período agora é dobrado em relação ao período da função sin(x).


De modo geral, se k>0 então o período da função sin(kx) é
k
e o período da função
 
x
sin k
é k · 2π .

ˆ Se k = 2, então o período é a metade de 2π ;

ˆ Se k= 1
2
, então o período é o dobro de 2π .

Exemplo 3.68 Consideremos a função f (x) = 2 sin(x), vamos construir o gráco

dessa função. Para isso, vamos calcular alguns valores

x y = 2 sin(x)
0 y = 2 sin(0) = 0
 
π π
2
y = 2 sin 2
=2·1=2
π y = 2 sin (π) = 2 · 0 = 0
 
3π 3π
2
y = 2 sin 2
= 2 · (−1) = −2
2π y = 2 sin (2π) = 2 · 0 = 0

Observe que a função y = 2 sin(x) é limitada e assume o valor mínimo -2 e valor

máximo 2. Isto é justamente dobrar o valor máximo e valor mínimo da função y =


sin(x). Logo, a inuência do valor 2 que aparece multiplicando sin(x) na função y=
2 sin(x) é "alongado"a função sin(x) duas unidades. O período é o mesmo da função

sin(x) Assim, temos o gráco


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 185

1
Caso estivéssemos interessados na função y = 2
sin(x), teríamos a seguinte situação

gráca.

Exemplo 3.69
 
π
Consideremos a função f (x) = sin x + 2
, vamos construir o gráco

dessa função. Para isso, vamos calcular alguns valores


 
π
x y = sin x + 2
   
π
0 y = sin 0 + 2
= sin π2 = 1
 
π
2
y = sin π2 + π2 = sin(π) = 0
   
π y = sin π + π2 = sin 3π 2
= −1
 

2
y = sin 3π 2
+ π2 = sin (2π) = 0
    
2π y= sin 2π + π2 = sin 5π 2
= sin π
2
=1
 
π
Observe que a função y = sin x + 2
é limitada e assume o valor mínimo -1 e valor

máximo 1. Isto é, assume o mesmo o valor máximo e valor mínimo da função y =


 
π π
sin(x). A soma de 2 no argumento da função y = sin x + 2
faz com que o gráco
π
desloque horizontalmente para esquerda, exatamente 2 , em relação a função sin(x). O

período é o mesmo da função sin(x) Assim, temos o gráco


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 186

 
π
Caso estivéssemos interessados na função y = sin x − 2
, teríamos a seguinte situação

gráca.

3.18.2 A função f (x) = cos(x) e suas variações


A função f (x) = cos(x) é uma função par, isto é,

cos(x) = cos(−x)

para todo x ∈ R. Usando a mesma discussão sobre a localização dos pontos (cos(x), sin(x))
usadas para a função sin(x) temos que que a função cosseno é positiva no primeiro e

quarto quadrante e, portanto, negativa no segundo e terceiro quadrante.

Usando os ângulos notáveis temos os seguintes valores numéricos para a a função

f (x) = cos(x)
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 187

x cos(x)
0 cos(0) = 1
 √
π π 3
6
cos 6
= 2
  √
π
4
cos π4 = 22
 
π
3
cos π3 = 12
 
π
2
cos π2 = 0
 

3
cos 2π = − 12
 3 √

4
cos 3π = − 2
4 √
2

6
cos 5π6
= − 23
π cos (π) = −1
  √
7π 7π 3
6
cos 6
= − 2
  √

4
cos 5π = − 2
4  2

3
cos 4π = − 12
3 

2
cos 3π =0
 2

3
cos 5π = 12
 3 √

4
cos 7π = 2
 4  √
2
11π
6
cos 11π 6
= 23
2π cos (2π) = 1
Observe que pela tabela acima, temos que cos(0) = cos(2π) = 1. O período da

função cos(x) é igual a 2π . Assim,

cos(x + 2π) = cos(x) ∀ x ∈ R

Novamente, temos uma função que é periódica. Assim o gráco se repete em blocos.

Para o caso da função cos(x), como para função sin(x), ela repete em blocos cujo

intervalo é de comprimento 2π .

Podemos observar que, da mesma forma que a função seno, a função cosseno é

limitada por -1 e 1. Ou seja

−1 ≤ cos(x) ≤ 1 ∀x ∈ R
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 188

Seguindo a mesma estratégia que usamos para função seno, queremos estudar as

funções

f (x) = a ± b cos(m · x + n)

onde cada coeciente {a, b, m, n} possui uma interpretação e faz uma alteração no

gráco, seja no período, na amplitude ou em ambos.

A gura abaixo resume a inuência de cada um dos coecientes quando comparamos


 
1 π
as funções cos(2x), 2 cos(x), cos(x) ± 1, 2
cos(x) e cos x ± 2
com a função cos(x).
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 189

Usando a paridade das funções seno e cosseno, podemos mostrar que

π π π
     
y = cos x − = cos(x) cos − − sin(x) sin − = sin(x)
2 | {z 2 } | {z 2 }
valor 0 valor -1

 
π
Isto quer dizer que y = cos x − 2
e y = sin(x) possuem o mesmo gráco.

3.18.3 A função f (x) = tan(x)


A função tangente é a função simbolizada por

f (x) = tan(x)

Relembrando que em medidas trigonométricas do triângulo retângulo

temos que a tangente é a razão entre o cateto oposto e o cateto adjacente. Em termos

da gura acima, olhando para o ângulo α

Cateto oposto a α
Cateto oposto a α Hipotenusa sin(α)
tan(α) = = =
Cateto oposto a α Cateto adjacente a α cos(α)
Hipotenusa

Portanto, a função tangente num valor x é a razão numérica entre as funções, seno e
       
π 3π π 3π
cosseno, no mesmo valor x. Como cos 2
= cos 2
= 0, temos que tan 2
e tan 2
não existe. Devido a este fato, o gráco da função tangente ca compreendido entre

− π2 e
π
2
. E como é de se esperar, no intervalo
π
2
e

2
.

A função tangente também é periódica, mas diferente da função seno e cosseno, seu

período é π. Isto é,

π
tan(x + π) = tan(x) para todo x∈R com x 6= + kπ, k ∈ Z
2

A gura abaixo mostra o gráco da função tangente. Podemos observar que a

periodicidade da função leva a repetição do traço da função em cada intervalo de

comprimento π que não contenha os pontos onde a função cos(x) se anula.


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 190

3.18.4 Problemas Propostos


1. Qual é a representação gráca da função trigonométrica f (x) = 1 + sin(x) de

domínio[0, 2π]?

2. Observe os grácos abaixo


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 191

Qual desses grácos representa um esboço do gráco da função tangente?

a) I.

b) II.

c) III.

d) IV.

e) V.

3. Observe o gráco abaixo

Qual a função que melhor representa esse gráco no intervalo [0, 2π]?
a) y = − cos(x)
 
x
b) y = cos 2
c) y = sin(−x)
d) y = sin(2x)
e) y = 2 sin(x)

4. Observe o gráco a seguir


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 192

Qual a função que melhor representa esse gráco no intervalo [0, 2π]?
a) y = − cos(x)
 
x
b) y = cos 2
c) y = 2 sin(−x)
d) y = sin(2x)
e) y = 2 cos(x)

5. A gura abaixo mostra o gráco de uma função real y = a · sin(bx).

Nessa função, os valores de a e b são, respectivamente,

a) 1 e 3.

b) - 1 e 3.

c) - 1 e - 3.

d) 3 e 1.

e) - 3 e 1.

6. Seja f (x) = 2 + cos(x), com x ∈ [0, 2π]. Se M é o valor máximo e m é o valor


M
mínimo de f (x) no intervalo [0, 2π], então o valor de
2m
é:
3 2
a)
2
b) 2 c)
3
d) 3 e) 0

7. Seja f (x) = 2 − sin(x), com x ∈ [0, 2π]. Se M é o valor máximo e m é o valor


M
mínimo de f (x) no intervalo [0, 2π], então o valor de
2m
é:
3 2
a)
2
b) 2 c)
3
d) 3 e) 0
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 193

8. Indique a função trigonométrica f (x) de domínio R e período π que é represen-

tada, aproximadamente, pelo gráco a seguir:

a) y = 1 + cos(x)
b) y = 1 − sin(x)
c) y = sin(−2x)
d) y = cos(2x)
e) y = cos(−x)

9. A gura a seguir mostra parte do gráco da função:

a) y = sin(x)
b) y = 2 sin(x/2)
c) y = 2 sin(x)
d) y = 2 sin(2x)
e) y = sin(2x)

10. O gráco seguinte corresponde a uma das funções de IR em IR a seguir denidas.

A qual delas?
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 194

a) y = 1 + sin(2x)
b) y = 1 + cos(x)
c) y = 2 sin(x)
d) y = 2 sin(2x)
e) y = 1 + cos(2x)

11. O gráco seguinte corresponde a uma função denida para 0 ≤ x ≤ 2π .

Qual função descreve esse gráco?

a) y = sin(x + 1)
b) y = 1 + sin(x)
c) y = sin(x) + cos(x)
d) y = 2 sin(2x)
e) y = 1 − cos(x)

12. O gráco a seguir representa a função real f.


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 195

Qual função descreve esse gráco?

a) y = 1 − cos(x)
b) y = 1 + cos(x)
c) y = cos(x + 1)
d) y = cos(x − 1)
e) y = cos(x + π)

13. Na gura a seguir tem-se parte do gráco da função f, de IR em IR, dada por

f (x) = k · cos(tx).

Nessas condições, calculando-se k−t obtém-se


3 3 5
a) − b) −1 c) d) e) 0
2 2 2

14. Um técnico precisa consertar o termostato do aparelho de ar-condicionado de

um escritório, que está desregulado. A temperatura T, em graus Celsius, no

escritório, varia de acordo com a função

π
 
T (h) = A + B sin (h − 12)
12

sendo h o tempo, medido em horas, a partir da meia-noite (0 ≤ h ≤ 24) e A

e B os parâmetros que o técnico precisa regular. Os funcionários do escritório

pediram que a temperatura máxima fosse 26°C, a mínima 18°C, e que durante a

tarde a temperatura fosse menor do que durante a manhã. Quais devem ser os

valores de A e de B para que o pedido dos funcionários seja atendido?

a) A = 18 e B=8
b) A = 22 e B = −4
c) A = 22 e B=4
d) A = 26 e B = −8
e) A = 26 e B=8

15. Em 2014 foi inaugurada a maior roda-gigante do mundo, a High Roller, situada

em Las Vegas. A gura representa um esboço dessa roda-gigante, no qual o ponto

A representa uma de suas cadeiras:


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 196

A partir da posição indicada, em que o segmento OA se encontra paralelo ao

plano do solo, rotaciona-se a High Roller no sentido anti-horário, em torno do

ponto O. Sejam t o ângulo determinado pelo segmento OA em relação à sua

posição inicial, e f a função que descreve a altura do ponto A, em relação ao solo,

em função de t. Após duas voltas completas, f em o seguinte gráco:

A expressão da função altura é dada por

a) f (t) = 80 sin(t) + 88
b) f (t) = 80 cos(t) + 88
c) f (t) = 88 cos(t) + 168
d) f (t) = 168 sin(t) + 88 cos(t)
e) f (t) = 88 sin(t) + 168 cos(t)

3.19 Descritor D31 - Teoria e Problemas

Neste descritor iremos determinar a solução de um sistema linear associando- o a

uma matriz. Iniciaremos abordando um pouco sobre os sistemas lineares e os métodos

para se obter a solução de um sistema linear.

3.19.1 Sistemas Lineares do tipo 2 × 2


Um sistema de equações é um sistema linear do tipo 2 × 2 se é formado por duas

equações de retas no plano (equações do primeiro grau em duas variáveis). Isto é, o


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 197

sistema é da forma

ax + by = e
cx + dy = f

As variáveis do sistema são x e y , enquanto a, b, c, d.e, f são coecientes reais do sistema.

A solução de um sistema linear

ax + by = e
cx + dy = f,

se existir, é um par de valores (x0 , y0 ) tal que

ax0 + by0 = e
cx0 + dy0 = f

Ou seja, o par (x0 , y0 ) satisfaz as duas equações.

Exemplo 3.70 O sistema de equações

x+y = 9
3x + 4y = 31

é um sistema linear formado por duas equações que representam gracamente retas no

plano. A solução desse sistema é o par (5, 4) (x = 5 e y = 4). De fato,

5+4 = 9
3 · 5 + 4 · 4 = 15 + 16 = 31

A interpretação gráca da solução de um sistema linear é o ponto de interseção das

retas que compõem o sistema linear.


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 198

Agora, vamos explorar como obter a solução desses sistemas do tipo 2 × 2. É

bom enfatizar que os problemas que mais interessam são aqueles que por meio de uma

modelagem construímos as equações do sistema linear. Este processo de modelagem,

consiste em interpretar o ambiente proposto e associar equações que representam as

situações abordadas no texto. Vamos ao primeiro exemplo:

Exemplo 3.71 Maria tem em sua bolsa R$ 15,60 em moedas de R$ 0,10 e de R$

0,25. Dado que o número de moedas de 25 centavos é o dobro do número de moedas

de 10 centavos, o total de moedas na bolsa é:

a) 68. b) 75. c) 78. d) 81. e) 84.

Resolução 89 Nosso primeiro objetivo é modelar o problema (associar equações ao

problema) Para este m, vamos denotar

Qtd. moedas de R$ 0,10 Qtd. moedas de R$ 0,25


x y
Total em R$ é 0, 10x Total em R$ é 0, 25y

Sendo a quantidade na bolsa de R$ 15,60, temos a equação

0, 10x + 0, 25y = 15, 60

Dado que o número de moedas de 25 centavos é o dobro do número de moedas de 10

centavos, temos a equação

y = 2x

Segue que temos os sistema

0, 10x + 0, 25y = 15, 60


y = 2x

O primeiro método que discutiremos é o da substituição, Vamos substituir y por 2x


na primeira equação, obtendo

0, 10x + 0, 25 y = 15, 60 implica que 0, 10x + 0, 50x = 15, 60


|{z}
2x

Portanto, 0, 60x = 15, 60 e, assim, x = 26. Usando esse valor na equação y = 2x,
temos que y = 2 · 26 = 52. Assim, ela possuía 26 moedas de 10 centavos e 52 moedas

de 25 centavos, tendo um total de 26 + 52 = 78 moedas.

O exemplo anterior permitiu explorar sobre a modelagem de um problema e o emprego

do primeiro método de solução (substituição). Não existe um critério de escolha sobre


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 199

qual método utilizar, mas em prolemas onde uma das variáveis isoladas não possui

uma expressão "assombrosa"(frações, raízes, etc.) o método da substituição é uma boa

escolha. Agora, vamos abordar o método da adição. De todos os métodos, o da

adição é o mais utilizado e familiarizado por todos.

Exemplo 3.72 Um teste é composto por 50 questões. Na correção, uma questão vale

3 pontos e uma errada −2 pontos. Ao terminar essa prova alguém atingiu 75 pontos.

Quantas questões essa pessoa acertou?

a) 25 b) 30 c) 35 d) 40 e) 55

Resolução 90 Nosso primeiro passo é identicar as variáveis do problema.

Qtd. de acertos Qtd. de erros


x y
Total de pontos 3x Total de pontos −2y

Assim, sendo um total de 50 questões, temos que x + y = 50. Como a pontuação foi

75, temos a equação 3x − 2y = 75. Logo, temos o seguinte sistema linear

x + y = 50
3x − 2y = 75 (3.2)

No método da adição, buscamos manipular uma ou duas equações (se necessário),

por meio de multiplicações por uma constante escolhida, de tal forma que a adição

das equações leve ao cancelamento de uma variável. O sistema que obtemos após a

manipulação é equivalente ao sistema original. Assim, vamos escolher multiplicar a

primeira equação, x + y = 50, por 2. Isto, permitirá que a adição elimina a variável y.

2x + 2y = 100
3x − 2y = 75 (+)
5x = 175

Assim, x = 35 (que é o que desejamos encontrar). Sendo x+y = 50, temos que y = 15.
Assim, que marcou 75 pontos, acertou 35 questões e errou 15 questões.

A próxima discussão será voltada para o método da comparação. De todos

os métodos, seja o menos utilizado. Vejamos como proceder usando esse método da

resolução do seguinte problema.

Exemplo 3.73 Um pacote tem 48 balas: algumas de hortelã e as demais de laranja.

A terça parte do dobro do número de balas de hortelã excede a metade do número de

balas de laranjas em 4 unidades. Qual o número de balas de hortelã?

a) 20 b) 22 c) 24 d) 28 e) 30
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 200

Resolução 91 Novamente, iniciaremos destacando as variáveis e as propriedades que

elas devem satisfazer. Vamos denotar por x a quantidade de balas de hortelã e por y a

quantidade de balas de laranja. Então as falas:

ˆ Um pacote tem 48 balas indica que x + y = 48

ˆ A terça parte do dobro do número de balas de hortelã excede a metade do número

de balas de laranjas em 4 unidades. indica que

2x y
= +4
3
|{z} |2 {z }
terça parte do dobro excede a metade em 4 und.

O próximo passo é isolar a mesma variável (quantidade) nas duas equações. Uma

escolha particular, isolaremos a quantidade 2x. Para isso note que

x + y = 48 implica que 2x + 2y = 96
| {z }
multiplicamos por 2

Assim, 2x = 96 − 2y . Para a outra equação, temos

2x y 3y
= +4 implica que 2x = + 12
3 2 | 2
{z }
multiplicamos por 3

Agora, temos o sistema equivalente

2x = 96 − 2y
3y
2x = + 12
2

ao qual podemos comparar os lados direitos (right sides) dessas equações, pois repre-

sentam a mesma quantidade. Assim,

3y
96 − 2y = + 12
| {z 2 }
multiplicar por 2 para eliminar a fração

192 − 4y = 3y + 24 implica que 7y = 168 logo, y = 24

Assim, temos 24 balas de laranja e, respectivamente, 24 balas de hortelã.

Mesmo apresentando três métodos, substituição, adição e comparação, ressaltamos

que todos são equivalentes. A escolha de um ou outro na resolução vai de acordo com

a familiaridade ou facilidade do emprego de um deles.


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 201

3.19.2 Sistemas lineares 2 × 2 e a forma matricial


Todo sistema linear pode ser escrito na forma A·X = B onde A é a matriz dos

coecientes, X é a matriz das variáveis e B é a matriz da constante ou da igualdade.

A matriz A é do mesmo tipo do sistema linear e guarda informações substanciais sobre


a existência e unicidade da solução. Discutiremos essa parte do estudo de sistemas

lineares nessa subseção. A discussão será realizada para sistemas formado por duas

equações e duas variáveis, mas já adiantamos que, com devidas adaptações, o resultado

se estende para sistemas de ordem maior.

O sistema linear

ax + by = e
cx + dy = f,

pode ser escrito na forma A · X = B, onde

     
a b x e
A= , X=  e B= 
c d y f

Uma discussão sobre os possíveis resultados para o sistema linear 2×2 é dado por

meio do determinante de algumas matrizes. Vamos inicialmente considerar a seguinte

matriz.  
a b e
  (3.3)
c d f
que é chamada de matriz ampliada relacionada ao sistema

ax + by = e
cx + dy = f.

Destacamos três submatrizes da matriz (3.3), que são denominados menores prin-
cipais de ordem 2.  
a b
A= 
c d
| {z }
matriz dos coecientes
 
e b
Dx =  
f d
| {z }
troca primeira coluna de A com a coluna da matriz B
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 202

e  
a e
Dy =  
b f
| {z }
troca segunda coluna de A com a coluna da matriz B

Uma forma alternativa e que permite uma boa interpretação da discussão do sistema

linear é dado pela Regra de Cramer. Tal regra permite calcular a solução do sistema

por meio dos determinantes das matrizes A, Dx e Dy .

A solução do sistema

ax + by = e
cx + dy = f.

caso exista, é dada por


|Dx | |Dy |
x= e y=
|A| |A|
onde |A|, |Dx | e |Dy | são os determinantes das matrizes A, Dx e Dy , respectivamente.

Por meio da regra de Cramer, podemos notar que

ˆ Condição de existência e unicidade de soluções: O sistema admite uma

única solução se |A| =


6 0.

ˆ Innitas soluções: O sistema admite innitas soluções se |A| = 0, |Dx | = 0 e

|Dy | = 0.

ˆ Nenhuma solução: O sistema não admite soluções se |A| = 0 e |Dx | 6= 0 e

(ou) |Dy | =
6 0.

Gracamente, a discussão acima nos remete, respectivamente, a interpretação geo-

métrica.

Agora, vamos exemplicar a resolução de um sistema 2×2 por meio da regra de

Cramer.
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 203

Exemplo 3.74 Uma prova de múltipla escolha com 60 questões foi corrigida da se-

guinte forma: o aluno ganhava 5 pontos por questão que acertava e perdia 1 ponto

por questão que errava ou deixava em branco. Um aluno totalizou 210 pontos. Qual o

número de questões que ele acertou?

Resolução 92 Nomeando por x a variável número de acertos e por y a variável nú-

meros de erros e questões em branco. Naturalmente, temos o sistema linear

x + y = 60
5x − y = 210

A matriz ampliada é dada por

 
1 1 60
 
5 −1 210

e temos as matrizes

     
1 1 60 1 1 60
A= , Dx =   e Dy =  
5 −1 210 −1 5 210

Calculamos os determinantes de cada matriz (diagonal principal menos diagonal se-

cundária)

|A| = 1 · (−1) − 1 · 5 = −1 − 5 = −6 única solução

|Dx | = 60 · (−1) − 1 · 210 = −60 − 210 = −270


|Dy | = 1 · 210 − 5 · 60 = 210 − 300 = −90

Segue pela regra de Cramer que

|Dx | −270 |Dy | −90


x= = = 45 e y= = = 15
|A| −6 |A| −6

Assim são 45 acertos e 15 erros.

3.19.3 Sistemas lineares do tipo 3 × 3


A discussão das duas seções anteriores pode ser replicadas para o sistema 3 × 3. Não

iremos trazer todo rigor da análise feita na seções que mencionamos. Vamos aplicar

diretamente as extensões na resolução de problemas. É bom enfatizar que sistema do

tipo 3×3 são sistemas formado por três equações e três variáveis.

Exemplo 3.75 Uma agência de turismo vendeu um total de 78 passagens para os des-

tinos: Lisboa, Paris e Roma. Sabe-se que o número de passagens vendidas para Paris
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 204

foi o dobro do número de passagens vendidas para os outros dois destinos conjunta-

mente. Sabe-se também que, para Roma, foram vendidas duas passagens a mais que

a metade das vendidas para Lisboa. Qual foi o total de passagens vendidas, conjunta-

mente, para Paris e Roma?

a) 26 b) 38 c) 42 d) 62 e) 68

Resolução 93 Vamos denotar cada uma das variáveis

Qtd. Lisboa Qtd. Paris Qtd. Roma

x y z
Traduzimos cada uma das propriedades dessas três variáveis:

ˆ Total de passagens 78

x + y + z = 78

ˆ Número de passagens vendidas para Paris é o dobro do número de passagens

vendidas para os outros países.

y = 2 · (x + z) implica que y = 2x + 2z

ˆ Para Roma foram vendidas duas passagens a mais do que a metade das vendidas

para Lisboa.
x
z= +2 implica que 2z = x + 4
2
A três equações nos remete ao sistema linear

x + y + z = 78
y = 2x + 2z
2z = x + 4

Já exploramos nas última seções alguns métodos de solução. Vamos seguir diferente

nessa questão. Note que a segunda equação y = 2x + 2z pode ser manipulada somando

de ambos os lados da igualdade a quantidade 2y

y + 2y = 2x + 2z + 2y implica que 3y = 2(x + y + z)

Pela primeira equação, temos que a soma x + y + z = 78, logo

3y = 2 · 78 implica que y = 52

Agora substituímos o valor y = 52 e a terceira equação na primeira equação, obtendo

2z − 4 + 52 + z = 78 implica que 3z = 30, logo z = 10


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 205

Finalmente, sendo z = 10 e y = 52, temos que x = 16. Assim, para Paris e Roma,

forma vendidas 10 + 52 = 62 passagens.

Para a resolução do exemplo anterior, aplicamos mais a substituição do que os

demais métodos. De fato, quando temos mais de duas variáveis, a técnicas de solução

percorrem mais um processo de análise sobre as equações e manipulações a serem

realizadas do que o mero processo de repetição árdua de um único método.

3.19.4 Problemas Propostos


1. O diretor de uma empresa convocou todos os seus funcionários para uma reunião.

Com a chegada do diretor à sala de reuniões, o número de homens presentes na

sala cou quatro vezes maior que o número de mulheres também presentes na sala.

Se o diretor não fosse à reunião e enviasse sua secretária, o número de mulheres

caria a terça parte do número de homens. Qual a quantidade de pessoas na sala

aguardando o diretor?

a) 20 b) 19 c) 18 d) 15 e) 12

2. - Paula fez um teste que con-

tinha 36 questões. Nesse teste, ela respondeu todas as questões, obtendo um

número de acertos igual ao triplo do número de erros. Quantas questões desse

teste Paula errou? a) 4 b) 9 c) 12 d) 18

e) 27

3. Um funcionário do depósito separou as peças guardadas por peso, marcando com

a mesma cor as peças de pesos iguais. O dono do depósito observou três pedidos

e os seus respectivos pesos: um pedido contendo uma peça amarela, uma azul e

uma verde pesou 100 g; outro pedido contendo duas peças amarelas, uma azul e

três verdes pesou 200 g; e um pedido contendo uma peça amarela, duas azuis e

quatro verdes pesou 250 g. Com essas informações, o dono construiu um sistema

de equações e conseguiu, então, calcular o peso de cada peça. Um sistema que

permite calcular o peso de cada peça

x+y+z = 100
a) 2x + y + z = 200
x + 2y + 4z = 250
x + 2y + z = 100
b) x + y + 2z = 200
x + 3y + 4z = 250
x + y + z = 100
c) x + y + z = 200
x + y + z = 250
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 206

x+y+z = 250
d) 2x + y + 3z = 200
x + 2y + 4z = 100
x+y+z = 550
e) 2x + y + 3z = 550
x + 2y + 4z = 550

2x + y = 5
4. Para que o sistema linear seja possível e indeterminado (única
ax + 2y = b
solução), o valor de a+b é:

a) 1 b) 4 c) 9 d) 14 e) 19

5. Rasgou-se uma das chas onde foram registrados o consumo e a despesa corres-

pondente de três mesas de uma lanchonete, como indicado abaixo.

Nessa lanchonete, os sucos têm um preço único, e os sanduíches também. O valor

da despesa da mesa 3 é

a) R$5,50. b) R$6,00 c) R$6,40. d) R$7,00 e) R$7,20

6. A soma das idades da Ana, do José e da Sara é 60 anos. A Ana é mais velha que

o José pelo mesmo número de anos que o José é mais velho que a Sara. Quando

o José tiver a idade que a Ana tem hoje, a Ana terá três vezes a idade que a Sara

tem hoje. Qual a idade de Sara?

a) 10 b) 12 c) 14 d) 15 e) 17

7. Observe o sistema de equações lineares abaixo.

2x + 3y + 4z = 58
3x − 5y = 8
2y = 4

A solução desse sistema é o terno ordenado

a) (2, 3, 0). b) (3, ˘5, 2). c) (4, 0, 0). d) (6, 2, 10). e) (58, 8, 4).

8. Os ingressos para uma peça de teatro tinham dois valores: o valor integral, R$

50,00, e o valor de meia-entrada, R$ 25,00. Ao todo, foram vendidos 150 ingressos

para essa peça, o que gerou uma receita de R$ 6 000,00. Qual foi a quantidade
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 207

de ingressos de meia-entrada vendidos para essa peça de teatro?

a) 30 b) 40 c) 60 d) 75 e) 80

9. Uma loja vende certo componente eletrônico, que é fabricado por três marcas di-

ferentes X, Y e Z. Um levantamento sobre as vendas desse componente, realizado

durantes três dias consecutivos revelou que:

ˆ No 1º dia, foram vendidos dois componentes da marca X, um da marca Y e

um da marca Z, resultando um total de vendas igual a R$ 150,00;

ˆ No 2º dia, foram vendidos quatro componentes da marca X, três da marca

Y e nenhum da marca Z, num total de R$ 240,00;

ˆ No último dia, não houve vendas da marca X, mas foram vendidos cinco da

marca Y e três da marca Z, totalizando R$ 350,00.

Para determinar os preços dos componentes da marca X, Y e Z, respectivamente,

resolve-se o sistema dado por:

 
2 1 1 150
 
4 3 0 240 
 

 
0 5 3 350

O sistema associado a essa matriz é:

a) 2x + 3y + 4z = 150, 4x + 0y + 5z = 240, x + 2y + z = 350.


b) x + y + 2z = 150, 3y + 4z = 240, 3x + 5y = 350
c) 2x + y + z = 150, 4x + 3y = 240, 5y + 3y = 350
d) 2x + y + z = 350, 4x + 3y = 240, 5y + 3z = 150
e) 2x + 4y = 350, x + 3y + 5z = 240, x + 3z = 350

10. Observe o sistema linear representado abaixo.

4x − y = −4
5x − y = 1

Qual par ordenado é solução desse sistema?

a) ( 4, 1)

b) ( 3,  8)

c) (4,  1)

d) (5,  1)

e) (5, 24)

11. Uma loja de um shopping montou três bancas para uma promoção, uma de

bermudas, uma de camisetas e uma de meias. As peças de cada banca eram

vendidas por um mesmo preço.


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 208

ˆ No primeiro dia de promoção foram arrecadados, pela manhã, R$ 140,00 com

a venda de 1 bermuda, 3 camisetas e 4 meias. A tarde foram arrecadados

R$ 200,00 com a venda de 2 bermudas, 4 camisetas e 4 meias. A noite, R$

280,00 com a venda de 3 bermudas, 5 camisetas e 6 meias.

Qual é o preço de cada camiseta dessa promoção?

a) R$ 10,00

b) R$ 20,00

c) R$ 40,00

d) R$ 50,00

e) R$ 80,00

12. Uma empresa deve enlatar uma mistura de amendoim, castanha de caju e castanha-

do-pará. Sabe-se que o quilo de amendoim custa R$ 5,00, o quilo de castanha de

caju, R$ 20,00 e o quilo de castanha-do-pará, R$ 16,00. Cada lata deve conter

meio quilo da mistura e o custo total dos ingredientes de cada lata deve ser de

R$ 5,75. Além disso, a quantidade de castanha de caju em cada lata deve ser

igual a um terço da soma das outras duas. Nesse caso, as quantidades de cada

ingrediente por lata são

a) 270 g de amendoim, 125 g de castanha de caju e 105 de castanha-do-pará.

b) 270 g de amendoim, 172,5 g de castanha de caju e 57,5 g de castanha-do-pará.

c) 250 g de amendoim, 125 g de castanha de caju e 125 g de castanha-do-pará.

d) 228 g de amendoim, 100 g de castanha de caju e 72 g de castanha-do-pará.

e) 228 g de amendoim, 120 g de castanha de caju e 135 g de castanha-do-pará.

13. Josefa preparou três tipos distintos de sanduíches usando três ingredientes (A,

B e C) em proporções variadas, conforme a tabela 1. Os preços unitários dos

ingredientes constam da tabela 2.

A matriz que corresponde aos preços dos sanduíches tipo do 1, 2 e 3 será repre-

sentada por
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 209

 
17, 60
 
a) 18, 40
 
 
 
11, 00
 
1, 20
 
b) 1, 80 
 

 
3, 20
 
10, 00
 
c) 10, 00 
 

 
6, 00
 
12, 00
 
d) 18, 00
 
 
 
19, 20
 
11, 20
 
e) 11, 80 
 

 
9, 20

14. Considere o sistema de equações:

2x − y + 3z = 11
4x − 3y + 2z = 0
3x + y + z = 4 (3.4)

Seja A uma matriz do tipo 3×4 que representa o sistema dado, então a matriz

3·
A, será representada

por:

2 −1 3 11
 
a) 4 −3 2 0 
 

 
3 1 1 4
 
11 −2 −1 3
 
b) 0 4 −3 2 
 

 
4 3 1 1
 
4 2 6 22
 
c) 8 6 4 0 
 

 
6 2 2 8
 
4 −2 6 22
 
d) 8 −6 4 0 
 

 
6 2 2 8
 
6 −3 9 33
 
e) 12 −9 6 0 
 

 
9 3 3 12
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 210

15. Duas locadoras de automóveis A e B estipulam a remuneração de seus serviços

da seguinte maneira:

ˆ Locadora A: valor xo de R $ 80,00 mais R$ 1,20 por quilometro rodado;

ˆ Locadora B: valor xo de R $ 120,00 mais R$ 1,00 por quilometro rodado.

Com base nesses dados, o valor a ser pago às locadoras A e B pelo aluguel de um

veículo que rodou 140 km é

a) R$ 80,00 e R$ 120,00.

b) R$ 81,00 e R$ 121,20.

c) R$ 81,20 e R$ 121,00.

d) R$ 168,00 e R$ 140,00.

e) R$ 248,00 e R$ 260,00.

3.20 Descritor D32 - Teoria e Problemas

O descritor D32 está relacionado a resolver problemas de contagem. Umas das áreas

mais fascinantes da matemática é o estudo destinado aos métodos de contagem. En-

fatizamos que, sempre adotaremos aqui, métodos de contagem em conjuntos nitos.

Estes por si só, já apresentam boas aplicações e diculdades interessantes.

3.20.1 Métodos de Contagem


Consideremos a seguinte situação: SITUAÇÃO 1: Jenier irá participar da promoção

de uma loja de roupas que está dando um vale compras no valor de R$ 1000,00 reais.

Ganhará o desao o primeiro participante que conseguir fazer o maior número de

combinações com o kit de roupa cedido pela loja. No kit temos: seis camisetas, quatro

saias e dois pares de sapato do tipo salto alto. De quantas maneiras distintas Jenier

poderá combinar todo o vestuário que esta no kit de roupa?


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 211

Em contagem, problemas dos modos descritos na situação acima são resolvidos multi-

plicando as quantidades que referem a cada escolha realizada. Isto é, Jenier poderá

combinar as suas roupas de

6
|{z} × |{z}
4 × |{z}
2 = 48 maneiras distintas

camisetas saias sapatos

O que está por trás da solução é o Princípio Fundamental da Contagem ou Prin-


cípio Multiplicativo, que nos diz formalmente

Se uma decisão D1 pode ser tomada de p modos e, qualquer que seja essa escolha, a

decisão D2 pode ser tomada de q modos, então o número de maneiras de se tomarem

consecutivamente as decisões D1 e D2 é igual a pq .

Um outro princípio, também utilizado, é o Princípio Aditivo que, formalmente

signica:

Se uma decisão D1 pode ser tomada de p modos e, qualquer que seja essa escolha, a

decisão D2 pode ser tomada de q modos, então o número de maneiras de se tomarem

consecutivamente as decisões D1 ou D2 é igual a p + q.

Exemplo 3.76 Para um passeio histórico em Bento Gonçalves  RS, é utilizado uma

Maria Fumaça (trem) constituído de uma locomotiva e cinco vagões distintos, um dos

quais é um vagão-restaurante. Sabendo-se que a locomotiva deve ir à frente e que o

vagão-restaurante não pode ser colocado imediatamente após a locomotiva, o número

de modos diferentes em que a composição pode ser montada é igual a:

a) 96 b) 120 96 c) 360 96 d) 680 96 e)

400

Resolução 94 Neste problema, temos que realizar 6 escolhas de posição, ao qual uma

delas existe apenas uma possibilidade e as demais possui uma restrição (o vagão-

restaurante não pode ser colocado imediatamente após a locomotiva). Podemos resolver

esse problema sem a restrição e, depois, retirar os casos em que a restrição não per-

mite ocorrer. Vejamos como fazer isso: Como os vagões não pode repetir (obviamente),

temos

1| × 2 × {z
3 × 4 × 5} × 1
|{z} = 120
|{z}
vagões locomotiva sem restrição

Agora, vejamos quantos são os casos em que temos o restaurante logo atrás da locomo-

tiva.

1| × 2 ×
{z
3 × 4} × 1
|{z} × 1
|{z} = 24
|{z}
vagões restaurante locomotiva restrição
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 212

sendo assim, o total de possibilidades que temos é de 120 − 24 = 96 (tiramos de todas

as possibilidades a restrição).

Uma outra maneira é iniciar a resolução preenchendo as restrições

1| × 2 ×
{z
3 × 4} × 4
|{z} × 1
|{z} = 96
|{z}
vagões 4 vagões sem o restaurante locomotiva já com a restrição

O conceito do fatorial de um número natural aparece de foma natural (literalmente)


em problemas de contagem. resolver problemas que devemos organizar n objetos em n
lugares (a quantidade de objetos e de posições coincidem). A cada uma das maneiras

de organizar esses objetos a chamamos de permutação. Vejamos um exemplo inicial

para esse tema:

Exemplo 3.77 Quatro pessoas, Ana, Bruno, Carlos e Davi chegaram ao mesmo tempo

em uma agência bancária que possui apenas um atendente. De quantas maneiras po-

demos formar uma la entre eles, determinando assim a ordem em que eles serão

atendidos?

Resolução 95 A solução é simples, 4! (quatro fatorial) Whats??? Keep Calm! Usando

o P F C, temos

4
|{z} × 3
|{z} × 2
|{z} × 1
|{z} = 24 (que é 4!)
1º da la 2º da la 3º da la 4º da la

Dado um número natural n, o produto de todos os naturais de 1 até n é chamado de

fatorial de n e é representado, em símbolos, por n! (onde se lê-se n-fatorial). Assim,

temos

n! = n · (n − 1) · (n − 2) · (n − 3) · · · 2 · 1

Além disso, por convenção, adotamos 0! = 1.


Agora vamos dar a primeira aplicação de fatorial. O conceito de permutação per-

mite calcular de quantas formas podemos organizar n elementos em n lugares. Mais

precisamente, temos

Permutações simples são denidas como maneiras de organizarmos n objetos dis-


tintos em uma la. O número total de permutações simples é denotado por Pn e é

vericada a igualdade Pn = n!

É importante lembrar de que o conceito de permutação simples é constantemente

ligado ao de fatorial, mas a recíproca nem sempre é verdadeira! Há outras áreas

da matemática que utilizam o fatorial; não somente a Contagem e a Combinatória.

Enfatizamos também que, a condição necessária que os objetos sejam todos distintos.
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 213

Existe permutação com objetos repetidos, que será o tema de nossa próxima aula. Isto

é conhecido na literatura como Permutação com elementos repetidos. Agora, vamos

para alguns exemplos:

Exemplo 3.78 Um professor deseja elaborar um teste com 6 questões no google forms.

Os enunciados das questões já foram elaborados, mas ele ainda precisa escolher a ordem

em que essas questões irão gurar no teste. O google forms possui uma ferramenta para

embaralhar as questões de um teste. De quantas maneiras o professor pode organizar

o seu teste no google forms?

Resolução 96 Desejamos distribuir 6 questões em 6 posições, isto nos fornece a per-

mutação de 6 objetos P6

P6 = 6! = 6 × 5 × 4 × 3 × 2 × 1 = 720 maneiras distintas

Podemos também calcular permutação de elementos repetidos. Neste caso, deve-

mos permutamos normalmente e retiramos os casos repetidos. Sendo o processo de

contagem das repetições um pouco trabalhoso, podemos usar a fórmula:

Dada a permutação de um conjunto com n elementos tais que alguns elementos

repetem α1 vezes, α2 vezes, ... , αk vezes com α1 + α2 + . . . + αk = n. Então o

número de permutações é dado por

n!
Pnα1 ,α2 ,...αk =
α1 ! · α2 ! · · · αk !

Exemplo 3.79 Um sapo está sobre uma reta. A cada pulo que ele dá, ele anda exa-

tamente 15 cm para a direita ou 15 cm para a esquerda. Sabe-se que ele deu 10 pulos

e retornou à sua posição original. Determine a quantidade de percursos distintos que

ele pode ter percorrido.

Resolução 97 Note que ele deu 10 pulos e retornou a posição inicial. Isso só ocorre

se ele der exatamente 5 pulos para esquerda e 5 pulos para a direita. Se identicamos

E por esquerda e D por direita (aqui é nada político), temos que permutar 10 objetos

dos quais E repete 5 vezes e D repete 5 vezes. Assim,

5,5 10! 10 × 9 × 8 × 7 × 6 × 5! 10 × 9 × 8 × 7 × 6
P10 = = = = 252
5! × 5! 5! × 5! 5!

Agora vamos estudar dois tipos de agrupamentos que são distintos por meio de

uma palavra ORDEM. Os agrupamento, quando a ordem é importante são chamados


dearranjo, enquanto aqueles agrupamentos ao qual a ordem não importa são cha-

mados de combinações. Nosso intuito é primeiramente ver como calcular cada um


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 214

desses agrupamentos e por m saber distinguir em algumas situações qual método de

contagem usar (arranjo ou combinação).

Em alguns problemas não estamos interessados em permutar todos objetos, mas

somente uma parte deles. Nesta seção vamos iniciar o estudo de arranjo que é nada

mais que uma permutação de uma quantidade menor de objetos dentro de um conjunto

de mais objetos. No estudo das Permutações trabalhamos os casos em que trocamos de

posição todos os elementos de uma sequência de objetos qualquer. Um Arranjo será,

em geral, uma permutação de apenas uma parte dos objetos dados, onde a ordem dos
mesmos também inuencia na disposição dos elementos.

Considere um conjunto com n elementos distintos. Qualquer sequência de p elementos


distintos dos n elementos é chamado de Arranjo. O número de Arranjo de n elementos
escolhidos p a p é simbolizado por An,p e pode ser calculado pela seguinte fórmula

n!
An.p =
(n − p)!
Exemplo 3.80 Uma pessoa tem uma caixa com 10 livros guardados e possui uma

prateleira onde cabem apenas 4 deles. De quantos modos ela pode escolher 4 dos 10

livros e coloca-los em uma pilha sobre a prateleira?

Resolução 98 De fato a ordem da escolha muda a disposição na pilha de livros. Es-

tamos diante de um arranjo. Temos 10 objetos e queremos colocá-los em 4 posições.

Assim, n = 10 e p = 4. Logo

10! 10! 10 × 9 × 8 × 7 × 6!
A10,4 = = = = 5040
(10 − 4)! 6! 6!

É importante enfatizar que embora os cálculos de arranjos podem ser resolvidos

usando PFC é bom denir o arranjo para que o conceito de combinação seja melhor

assimilado. Lembremos que até o momento, a ordem da disposição dos objetos foram

relevantes para o uso do PFC, permutação e agora arranjo. No que segue, vamos

estudar os agrupamentos no qual a ordem de escolha não é relevante. O conceito

de combinação está relacionado a capacidade de realizar agrupamento de objetos sem

levar em consideração a ordem. Mas o que signica não importar a ordem? Seria

basicamente escolher A, B e C ou C, A e B não importar, pois representa os mesmos

objetos.

O número de combinações que podemos formar com p elementos de um total de n


elementos é dado por Cn,p e pode ser calculado por

n!
Cn,p =
p!(n − p)!
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 215

Nesta parte, devemos ter cuidado com as interpretações para realizar cálculos

em que deverão ser usados um ou mais de um dos cálculos de Permutação, Arranjo e

Combinação. Para isso, devemos responder algumas perguntas principais diante das

questões que forem surgindo.

ˆ Primeira pergunta: A ordem importa ou não importa?

ˆ Se a resposta for sim! Então

 Se a quantidade de posições a serem ocupadas pelos objetos é igual a quan-


tidade de objetos, então usamos PERMUTAÇÃO.
 Se a quantidade de posições a serem ocupadas pelos objetos é menor do

que a quantidade de objetos, então usamos ARRANJO (PFC)

ˆ Agora, se a resposta for não, estaremos num problema de COMBINAÇÃO.

Exemplo 3.81 Doze times se inscreveram em um torneio de futebol amador. O jogo

de abertura do torneio foi escolhido da seguinte forma: primeiro foram sorteados 4

times para compor o Grupo A. Em seguida, entre os times do Grupo A, foram sorteados

2 times para realizar o jogo de abertura do torneio, sendo que o primeiro deles jogaria

em seu próprio campo, e o segundo seria o time visitante. A quantidade total de

escolhas possíveis para o Grupo A e a quantidade total de escolhas dos times do jogo

de abertura podem ser calculadas através de:

a) Uma combinação e um arranjo, respectivamente.

b) Um arranjo e uma combinação, respectivamente.

c) Um arranjo e uma permutação, respectivamente.

d) Duas combinações.

e) Dois arranjos.

Resolução 99 O primeiro cálculo de escolha do grupo A não importa a ordem, pois

escolhendo os mesmos 4 times em ordem diferente formariam o mesmo grupo. Já a

escolha do jogo de abertura, temos que a ordem é importante, pois um será visitante.

Logo, temos uma combinação e um arranjo, respectivamente.

Exemplo 3.82 O paralelogramo da gura a seguir está dividido em triângulos equi-

láteros. No caso da gura a seguir, vamos dizer que ele tem 6 triângulos de base e 3

triângulos de altura.
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 216

Uma formiga deseja sair de A e chegar em B, caminhando sobre os lados dos triângulos

e percorrendo o menor caminho possível. Quantos caminhos diferentes a formiga pode

percorrer?

Resolução 100 Inciamos observando que, para ir de A para B a formiga de subir 3

vezes e andar horizontalmente 6 vezes. Logo, de 9 lados a serem percorridos, devemos

escolher quando ela anda horizontalmente (poderíamos escolher onde ela sobe também,

resultado da o mesmo.) Como a ordem dessa escolha não importa, temos um problema

de combinação de 9 elementos tomados 6 a 6. Assim,

9! 9!
C9,6 = = = 84 maneiras distintas
6!(9 − 3)! 6! × 3!

Exemplo 3.83 Dentre um grupo de 7 pessoas, de quantas formas podemos montar

uma equipe de 3 pessoas para realizar uma tarefa?

Resolução 101 Escolher três pessoas para realizar a tarefa não importa a ordem, pois

as três pessoas farão a mesma tarefa. Assim, usamos a combinação:

7! 7!
C7,3 = = = 35 equipes
3!(7 − 3)! 3!4!

3.20.2 Problemas Propostos


1. Em uma corrida com 10 atletas competindo pergunta-se: de quantos modos

distintos (combinações) podem ser conquistadas as medalhas de Ouro, Prata e

Bronze?

a) 300 b) 720 c) 800 d) 1000 e) 5040

2. Com dois goleiros que só jogam nessa posição e sete jogadores que não jogam no

gol, quantos times de futebol de salão podem ser formados, sabendo-se que um

time de futebol de salão é composto por cinco jogadores e um desses é o goleiro?

a) 80 b) 70 c) 90 d) 120 e) 140

3. Na formação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), cada partido

indica um certo número de membros, de acordo com o tamanho de sua repre-

sentação no Congresso Nacional. Faltam apenas dois partidos para indicar seus
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 217

membros. O partido A tem 40 deputados e deve indicar 3 membros, enquanto o

partido B tem 15 deputados e deve indicar 1 membro. Assinale a alternativa que

apresenta o número de possibilidades diferentes para a composição dos membros

desses dois partidos nessa CPI.

a) 55
b) (40 − 3) · (15 − 1)
40!
c)
3!·37!
· 15
d) 40 · 39 · 37 · 15
e) 40! · 37! · 15!

4. Um determinado hospital possui um total de 3 ortopedistas, 2 pediatras, 4 clí-

nicos gerais e 7 enfermeiros para formar as equipes de plantão noturno no setor

de emergência. Essas equipes são constituídas por 1 ortopedista, 1 pediatra, 2

clínicos gerais e 4 enfermeiros em cada plantão. Quantas equipes distintas de

plantão podem ser formadas contando com esses prossionais?

a) 21

b) 46

c) 168

d) 1 260

e) 60 480

5. Um pintor dispõe de 6 cores diferentes de tinta para pintar uma casa e precisa

escolher uma cor para o interior e outra diferente para o exterior, sem fazer

nenhuma mistura de tintas. De quantas maneiras diferentes essa casa pode ser

pintada usando-se apenas as 6 cores de tinta que ele possui?

a) 6

b) 15

c) 20

d) 30

e) 60

6. Os membros de uma banca examinadora escolheram 7 questões de Matemática, 5

questões de Português e 4 questões de Ciências. Desse grupo de questões, eles irão

sortear 2 questões de Matemática, 2 de Português e 1 de Ciências para compor

uma prova de um concurso. Quantas provas diferentes poderão ser elaboradas

para esse concurso?

a) 140

b) 280

c) 560

d) 700
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 218

e) 840

7. Uma classe é formada por 10 alunos. Deseja-se formar uma comissão de três

alunos para representação dos discentes na escola. A quantidade de maneiras

que poderemos fazer a escolha é:

a) 720 maneiras.

b) 120 maneiras.

c) 30 maneiras.

d) 360 maneiras.

e) 90 maneiras.

8. Sr. Mário ganhou na loteria um carro novo. Na hora de receber o prêmio cou

sabendo que poderia fazer sua escolha entre 4 modelos diferentes: Gol, Fiesta,

Pálio ou Corsa e também poderia escolher uma das 6 cores: azul, amarelo, verde,

cinza, preto ou vermelho. De quantas maneiras diferentes Sr. Mário poderá

escolher o seu carro?

a) 10

b) 24

c) 34

d) 36

e) 64

9. O tênis é um esporte em que a estratégia de jogo a ser adotada depende, entre

outros fatores, de o adversário ser canhoto ou destro. Um clube tem um grupo

de 10 tenistas, sendo que 4 são canhotos e 6 são destros. O técnico do clube

deseja realizar uma partida de exibição entre dois desses jogadores, porém, não

poderão ser ambos canhotos. Qual o número de possibilidades de escolha dos

tenistas para a partida de exibição?


10! 4!
a)
2!·8!
− 2!·2!
10!
b)
8!
− 4!
2!
10!
c)
2!·8!
−2
6!
d)
4!
+4·4
6!
e)
4!
+6·4

10. Ao abrir uma conta de banco, José teve que cadastrar uma senha formada por

4 símbolos: duas vogais distintas e dois algarismos, também distintos, escolhidos

dentre os algarismos de 0 a 9. O número total de senhas válidas que José pode

formar é

a) 28.

b) 30.

c) 1 800
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 219

d) 2250.

e) 2 500.

11. Um restaurante oferece em seu cardápio 2 saladas distintas, 4 tipos de pratos de

carne, 5 variedades de bebidas e 3 sobremesas diferentes. Uma pessoa deseja uma

salada, um prato de carne, uma bebida e uma sobremesa. O número de maneiras

diferentes para fazer seu pedido é

a) 40

b) 60

c) 80

d) 100

e) 120

12. Uma professora dividiu os alunos de uma turma em 6 equipes para apresentação

de seminários. Os seminários serão apresentados de segunda a sábado. Para esco-

lher a equipe e o dia em que o seminário será apresentado, ela utilizou dois dados

de seis faces. Um dado identicado com as letras de m a r, correspondente ao

nome das equipes, e outro identicado com numerais de 1 a 6, correspondendo

aos dias da semana, aos quais o número 1 representa a segunda-feira, o número 2

representa a terça-feira e assim sucessivamente. Qual é o total de possibilidades

para esse sorteio?

a) 12

b) 16

c) 24

d) 25

e) 36

13. Em uma rodoviária, 8 pessoas de um grupo aguardam no guichê para comprar

passagens de ida para determinada cidade. O atendente do guichê avisa que

restam 3 passagens disponíveis para venda e pede às pessoas que escolham, dentre

elas, quem comprará essas passagens. Quantos grupos diferentes de três pessoas

podem ser formados com essas 8 pessoas para comprar essas passagens restantes?

a) 11

b) 24

c) 56

d) 336

e) 512

14. Uma pizzaria recém inaugurada possibilita a seus clientes a montagem da pizza

de sua preferência. Todas as pizzas têm os ingredientes básicos: massa, mo-

lho e mussarela. Além disso, têm os seguintes ingredientes opcionais: presunto,


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 220

calabresa, frango, lombo, atum, bacon e palmito. O cliente tem direito aos ingre-

dientes básicos e mais 3 opcionais entre os 7 oferecidos. Quantas pizzas diferentes

o cliente pode montar nessa pizzaria com todos os ingredientes básicos e esco-

lhendo 3 ingredientes opcionais diferentes?

a) 21

b) 35

c) 126

d) 210

e) 343

15. Três empresas devem ser contratadas para realizar quatro trabalhos distintos em

um condomínio. Cada trabalho será atribuído a uma única empresa e todas elas

devem ser contratadas. De quantas maneiras distintas podem ser distribuídos os

trabalhos?

a) 12

b) 18

c) 36

d) 72

e) 108

16. Sete pessoas se dirigem para formar uma la em frente ao único caixa de aten-

dimento individual em uma agência bancária. Dessas sete pessoas, quatro são

idosos. Um servidor da agência deverá organizar a la de modo que os idosos

sejam atendidos antes dos demais. Nessa situação, a quantidade de maneiras

distintas de se organizar a la é igual a

a) 5.040.

b) 720.

c) 576.

d) 288.

e) 144

17. Quatro processos, numerados de 1 a 4, deverão ser distribuídos entre três pro-

curadores: Átila, Hércules e Ulisses. Um mesmo procurador pode receber até

quatro processos, exceto o procurador Átila, que não pode receber o processo

número 2. O número de maneiras diferentes de se fazer tal distribuição é:

a) 81

b) 64

c) 54

d) 11

e) 8
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 221

18. Em uma gaveta há 5 pares de meias pretas, 7 pares de meias vermelhas e 10

pares de meias brancas. O número mínimo de pares de meias que precisam ser

retirados da gaveta, sem que se veja a cor, para que certamente sejam retirados

pelo menos três pares de meias de cores diferentes é

a) 4.

b) 15.

c) 6.

d) 13.

e) 18.

19. Sete pessoas se dirigem para formar uma la em frente ao único caixa de aten-

dimento individual em uma agência bancária. Dessas sete pessoas, quatro são

idosos. Um servidor da agência deverá organizar a la de modo que os idosos

sejam atendidos antes dos demais. Nessa situação, a quantidade de maneiras

distintas de se organizar a la é igual a

a) 5.040.

b) 720.

c) 576.

d) 288.

e) 144.

20. Um técnico judiciário foi incumbido da montagem de um manual referente aos

Princípios Fundamentais da Constituição Federal. Sabendo que, excluídas a capa

e a contracapa, a numeração das páginas foi feita a partir do número 1 e, ao

concluí-la, constatou-se que foram usados 225 algarismos, o total de páginas que

foram numeradas é

a) 97

b) 99

c) 111

d) 117

e) 126

3.21 Descritor D33 - Teoria e Problemas

Nesta seção estudaremos o descritor D33 . Tal descritor está relacionado a realizar

cálculo de probabilidade. Se no descritor D32 realizamos a contagem, neste descritor

(D33 ), estaremos vericando dentro dessa contagem situações que são favoráveis.
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 222

3.21.1 Uma breve teoria das probabilidades


A teoria da probabilidade é o ramo da Matemática que estuda experimentos ou fenôme-

nos aleatórios e através dela é possível analisar as chances de um determinado evento

ocorrer.

Para calcular as probabilidades passamos pleo estudo de alguns conceitos:

ˆ Experimento Aleatório é todo experimento que, mesmo sendo repetido várias

vezes, apresenta resultados imprevisíveis dentre os resultados possíveis.

 Lançamento de um dado, moeda,...

 Retirar uma carta do baralho, etc

ˆ Espaço Amostral de um experimento aleatório é o conjunto de todos os resul-

tados possíveis desse experimento: Denotaremos por S este conjunto.

 Lançamento de um dado; S = {1, 2, 3, 4, 5, 6}


 Lançamento de uma moeda; S = {Cara, Coroa}.

ˆ Evento é todo subconjunto de um espaço amostral S de um experimento alea-

tório.

Os eventos podem ser classicados de acordo com o experimento aleatório.

ˆ Evento muito Provável é aquele evento que possui grande chance de ocorrer

 Escolher um número menor do que 55 dentre os números de 1 a 60.

ˆ Evento pouco provável é aquele que possui pouca chance de ocorrer.

 Escolher um número primo maior do que 50 entre os números de 1 a 60.

ˆ Evento certo é aquele evento que tem 100% de chance de ocorrer.

 Escolher um número par ou impar dentre os números de 1 a 60.

ˆ Evento impossível é aquele que possui 0% de chance de ocorrer.

 Escolher um número maior do que 60 entre os números de 1 a 60.

ˆ Todo evento que representa um subconjunto unitário o chamamos de Evento


Simples. O próprio espaço amostral S será considerado uma evento certo e o

conjunto vazio ∅ um evento impossível.

Dizemos que um evento é equiprovável se todo elemento do evento possui a mesma

probabilidade (chance) de ocorrer:


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 223

ˆ Existem eventos que não são equiprováveis. Por exemplo: Quando concorremos

uma vaga de emprego o evento é não equiprovável, pois entre dois candidatos a

vaga existe uma vantagem a quem possui o melhor currículo.

ˆ O cálculo de probabilidade em eventos não equiprováveis são mais complexos e

foge dos esboço de um curso a nível médio.

ˆ Neste sentido, focaremos somente em eventos equiprováveis.

Seja E um evento de um espaço amostral S (não vazio) e seja n(E) e n(S) o número

de elementos dos conjuntos E e S, respectivamente. A probabilidade de E ocorrer

em S, denotada por P (E) é calculada como

n(E)
P (E) =
n(S)
Devido a fórmula de probabilidade podemos notar que

ˆ 0 ≤ P (E) ≤ 1

ˆ 0% ≤ P (E) ≤ 100%

ˆ Evento impossível indica P (E) = 0 ou P (E) = 0%

ˆ Evento certo indica P (E) = 1 ou P (E) = 100%.

Informalmente, podemos denir uma probabilidade como

O que eu quero
P =
O que eu tenho

ou
Número de Casos Favoráveis
P =
Número de Casos Possíveis

Exemplo 3.84 André, Beatriz e João resolveram usar duas moedas comuns, não vi-

ciadas, para decidir quem irá lavar a louça do jantar, lançando as duas moedas si-

multaneamente, uma única vez. Se aparecerem duas coroas, André lavará a louça; se

aparecerem duas caras, Beatriz lavará a louça; e se aparecerem uma cara e uma coroa,

João lavará a louça. A probabilidade de que João venha a ser sorteado para lavar a

louça é de:

a) 25% b) 27,5% c) 30% d) 33,3% e) 50%

Resolução 102 Vamos descrever o espaço amostral (espaço de possibilidades). Note-

mos primeiramente que uma moeda reserva duas possibilidades {Cara, Coroa}, usando

o PFC, temos

2
|{z} × 2
|{z} ×=4
1º moeda 2º moeda
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 224

O espaço amostral, neste caso, é pequeno e podemos dizer quais são os elementos

S = {(cara, cara); (cara, coroa); (coroa, cara); (coroa, coroa)}

O evento E = João lavar a louça está relacionado a

E = {(cara, coroa); (coroa, cara)}

Segue que N (S) = 4 (já sabíamos) e N (E) = 2. Assim,

2
P (E) = = 0, 5 = 50%
4

Exemplo 3.85 Em uma urna ha 72 bolas idênticas, más com cores diferentes. Há

bolas brancas, vermelhas e pretas. Ao sortearmos uma bola da urna, a probabilidade

dela ser branca é 1/4 e a probabilidade dela ser vermelha é 1/3 A diferença entre o

número de bolas pretas e o número de bolas brancas na urna é

a) 12 b) 10 c) 8 d) 6 e) 4

Resolução 103 Note que o espaço amostral S é tal que N (S) = 72. Como ao sorte-

armos uma bola da urna, a probabilidade dela ser branca é 1/4 e a probabilidade dela

ser vermelha é 1/3, temos que o número de bolas brancas N (B) é tal que

N (B) 1 72
= implica que N (B) = = 18 bolas brancas
72 4 4

e o número de bolas vermelhas N (V ) é tal que

N (V ) 1 72
= implica que N (V ) = = 24 bolas vermelhas
72 3 3

Agora, sendo N (S) = N (B) + N (V ) + N (P ) = 72, temos que o número de bolas

pretas é N (P ) = 72 − 18 − 24 = 30 bolas pretas. A diferença entre o número de bolas

pretas e o número de bolas brancas na urna é 30 − 18 = 12.

Agora, vamos estudar três probabilidades básicas. A primeira delas é a proba-

bilidade complementar. Essa probabilidade é muito usada e facilita o caminho para

responder algumas questões. A segunda e terceira probabilidade discutidas nessa aula,

estão voltadas para o envolvimento de mais de um evento. Essas probabilidade são:

Probabilidade da união de dois eventos e a probabilidade condicional. Elas, são partes

fundamentais para a concretização do estudo de probabilidade que naliza, neste nível,

em eventos independentes.

Informalmente
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 225

A probabilidade de não ocorrer um evento é igual a 1 menos a probabili-


dade de que ele ocorra

Essa é formalmente conhecida como a probabilidade do complementar.

Informalmente chamamos essa probabilidade como a probabilidade de dar errado.

Exemplo 3.86 Uma urna contém 6 bolas verdes, 5 bolas azuis e 4 bolas pretas. Calcule

a probabilidade de se extrair uma bola azul ou preta.

Resolução 104 Neste caso é mais fácil calcular a probabilidade de se extrair uma bola

verde é dela tirar conclusão sobre o que se pede.

6 2
P (V erde) = =
15 5

Se são duas chances em cinco de sair verde, então são três chances em cinco de sair

azul ou preta. Logo


3
P (azul ou preta) =
5
A probabilidade da união de dois eventos também é conhecida como a probabili-
dade do "ou". Vejamos uma situação hipotética:

Exemplo 3.87 Vamos retirar uma bola de uma urna que contém 20 bolas numeradas

de 1 a 20. Consideremos dois eventos

ˆ A := {divisor de 16}

ˆ B := {divisor de 18}

Neste caso

ˆ A = {1, 2, 4, 8, 16}

ˆ B = {1, 2, 3, 6, 9, 18}

O conjunto A∩B é denido como os elementos que estão em A e B ao mesmo tempo.

Já o conjunto A∪B é formado pelos elementos que estão em A ou em B. Assim


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 226

ˆ A ∩ B = {1, 2}

ˆ A ∪ B = {1, 2, 3, 4, 6, 8, 9, 16, 18}

A contagem dos elementos de A∪B pode ser feitas pela fórmula

n(A ∪ B) = n(A) + n(B) − n(A ∩ B)

Como podemos denir por meio dessa fórmula acima, a probabilidade da união de dois

eventos? Naturalmente

P (A ∪ B) = P (A) + P (B) − P (A ∩ B)

Exemplo 3.88 A probabilidade da união de dois eventos, A e B, é conhecida, sendo

igual a 80%, enquanto a probabilidade da união de seus complementares é igual a 70%.

Assim, se a probabilidade de A é igual a 40%, então qual o valor da probabilidade de

B?

Resolução 105 Dado que P (A ∪ B) = 80%, P (Ac ∪ B c ) = 70% (implica que P (A ∩


B) = 30%, faça um diagrama para concluir isso.) e P (A) = 40%, substituindo esses

dados em

P (A ∪ B) = P (A) + P (B) − P (A ∩ B)

temos

80% = 40% + P (B) − 30%

assim , P (B) = 70%


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 227

Agora, iremos falar um pouco sobre a probabilidade condicional.


Vamos supor que um avião com 150 passageiros sai de São Paulo com destino à

Bahia. Durante esse voo, os passageiros responderam duas questões (eventos):

ˆ Já viajou de avião antes? (primeiro evento)

ˆ Já esteve na Bahia? (segundo evento)

O resultado é apresentado na tabela abaixo:

A partir disso, um passageiro que nunca viajou de avião é escolhido. Nesse caso, qual

seria a probabilidade desse mesmo passageiro já conhecer a Bahia? Pra responder isso,

vamos considerar dois eventos

ˆ A := {Passageiro que nunca viajou de avião}

ˆ B := {Passageiro ja conhecer a Bahia}

Neste caso, estamos interessados em obter a probabilidade de se obter o evento B dado

que o evento A ocorreu primeiro. Isso é, a probabilidade de B condicionada ao


evento A, que denotaremos por P (B|A), e a calculamos por meio da fórmula

n(B ∩ A)
P (B|A) = (3.5)
n(A)

Chamamos essa probabilidade de probabilidade condicional. Podemos também

expressar essa fórmula como

n(B∩A)
n(B ∩ A) n(S) P (B ∩ A)
P (B|A) = = n(A)
= (3.6)
n(A) n(S)
P (A)

Voltando ao problema dos passageiros, temos que N (B ∩ A) = 20 e n(A) = 105.


Portanto
20 4
P (B|A) = =
105 21
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 228

Exemplo 3.89 Em uma turma de alunos do Ensino Médio, sabe-se que 20 deles pra-

ticam futebol, 23 praticam basqueste, 8 praticam os dois esportes e 10 não praticam

nenhum deles.

a) Qual a probabilidade de um aluno que pratique futebol ser praticante de basquete?

Resolução 106 Denotemos por

ˆ F = {praticam futebol} e n(F ) = 20

ˆ B = {praticam basquete} e n(B) = 23

ˆ F ∩ B = {praticam futebol e basquete} e n(F ∩ B) = 8

ˆ (F ∪ B)c = {não praticam nenhum} e n((F ∪ B)c ) = 10

A probabilidade de um aluno que pratique futebol ser praticante de basquete é calcular a

probabilidade de sair o evento F dado que B ocorreu primeiro, ou seja, a probabilidade

condicional P (F |B). Assim

n(F ∩ B) 8
P (F |B) = =
n(B) 23

b) Qual é a probabilidade de um aluno que pratica basquete ser praticante de futebol?

Resolução 107 Usando os mesmos itens da questão anteiror

n(B ∩ F ) 8
P (B|F ) = =
n(F ) 20

O exemplo anterior, pelo item a) e b) nos mostra que calcular a probabilidade de

F condicionada a B e calcular a probabilidade de B condicionada a F dão resultados

distintos.

Para nalizar a teoria introdutória de probabilidade, vamos ao assunto eventos


independentes.

Dois eventos A e B são chamados de independentes se a probabilidade de A ocorrer

não é alterada pelo fato de B ocorrer primeiro. Isto é

P (A|B) = P (A)

é claro que vale

P (B|A) = P (B)

se dois eventos são independentes, então


CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 229

P (A ∩ B) = P (A) × P (B)

Destacamos aqui duas probabilidades de uso fundamental. Para facilitar pode-

mos usar de uma interpretação direcionada, baseada em dois conectivos "e"/"ou".


Consideremos dois eventos A e B, então:

ˆ Probabilidade de A "e" B ocorrer é P (A) · P (B).

ˆ Probabilidade de A "ou" B ocorrer é P (A) + P (B).

Exemplo 3.90 Um morador de uma região metropolitana tem 50% de probabilidade

de atrasar-se para o trabalho quando chove na região; caso não chova, sua probabilidade

de atraso é de 25 %. Para um determinado dia, o serviço de meteorologia estima em

30 % a probabilidade da ocorrência de chuva nessa região. Qual é a probabilidade de

esse morador se atrasar para o serviço no dia para o qual foi dada a estimativa de

chuva?

a) 0,075

b) 0,150

c) 0,325

d) 0,600

e) 0,800

Resolução 108 Queremos calcular a probabilidade de esse morador se atrasar para o

serviço no dia para o qual foi dada a estimativa de chuva. Existe dois casos a considerar

ˆ CASO 1: Chover e ele atrasar:

30 50
{z } × 50%
P (caso 1) = |30% = ×
100 100
= 15%
chover atrasar
| {z }

ˆ CASO 2: Não chover e ele atrasar

70 25
P (caso 2) = 70% × 25% = × = 17, 5%
100 100
não chover atrasar
| {z } | {z }

Como pode ocorrer o caso 1 ou o caso 2, temos que a probabilidade de ele atrasar é

dado pela soma das probabilidades calculadas

P (caso 1 ou caso 2)) = 15% + 17, 5% = 32, 5% = 0, 325

Exemplo 3.91 No próximo nal de semana, um grupo de alunos participará de uma

aula de campo. Em dias chuvosos, aulas de campo não podem ser realizadas. A ideia é
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 230

que essa aula seja no sábado, mas, se estiver chovendo no sábado, a aula será adiada

para o domingo. Segundo a meteorologia, a probabilidade de chover no sábado é de 30

% e a de chover no domingo é de 25 %. A probabilidade de que a aula de campo ocorra

no domingo é de

a) 5,0 %

b) 7,5 %

c) 22,5 %

d) 30,0 %

e) 75,0 %

Resolução 109 Para que a aula ocorra no domingo é necessário que chova no sábado e

não cova no domingo. Assim essa probabilidade é uma multiplicação de probabilidades.

30 75
P = × = 22, 5%
|100 |100
|{z}
{z } e {z }
chover no sábado não chover no domingo

3.21.2 Problemas Propostos


1. Uma aluna estuda numa turma de 40 alunos. Em um dia, essa turma foi dividida

em três salas, A, B e C, de acordo com a capacidade das salas. Na sala A caram

1 O alunos, na B, outros 12 alunos e na C, 18 alunos. Será feito um sorteio

no qual, primeiro, será sorteada uma sala e, posteriormente, será sorteado um

aluno dessa sala. Qual é a probabilidade de aquela aluna especíca ser sorteada,

sabendo que ela está na sala C?


1
a)
3
1
b)
18
1
c)
40
1
d)
54
7
e)
18

2. O gerente do setor de recursos humanos de uma empresa está organizando uma

avaliação em que uma das etapas é um jogo de perguntas e respostas. Para essa

etapa, ele classicou as perguntas, pelo nível de diculdade, em fácil, médio

e difícil, e escreveu cada pergunta em cartões para colocação em uma urna.

Contudo, após depositar vinte perguntas de diferentes níveis na urna, ele observou

que 25 % deles eram de nível fácil. Querendo que as perguntas de nível fácil sejam

a maioria, o gerente decidiu acrescentar mais perguntas de nível fácil à urna, de

modo que a probabilidade de o primeiro participante retirar, aleatoriamente, uma

pergunta de nível fácil seja de 75 %. Com essas informações, a quantidade de

perguntas de nível fácil que o gerente deve acrescentar à urna é igual a

a) 10.
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 231

b) 15.

c) 35.

d) 40.

e) 45.

3. Um professor de Matemática dividiu os alunos de sua turma em 13 grupos diferen-

tes para apresentarem um trabalho. Para determinar a ordem das apresentações

dos grupos, ele colocou em uma urna 13 cartões idênticos, numerados de 1 a 13,

que foram sorteados aleatoriamente. Qual é a probabilidade do primeiro cartão

retirado da urna ser um número maior que 8?

a) 1/13

b) 5/13

c) 6/13

d) 7/13

e) 8/13

4. Caroline ganhou uma caixa de bombons. A caixa contém 7 bombons de caramelo,

5 de coco, 6 de morango e 2 de banana. Ela pegou, sem olhar, um bombom da

caixa. A probabilidade desse bombom ser de coco é:

a) 1/20

b) 1/5

c) 5/20

d) 6/20

e) 7/20

5. Na correção de uma prova de matemática de certa classe, 25 alunos tiveram notas

acima da média, 10 alunos receberam notas iguais à média e 5 alunos tiveram

notas abaixo da média. Após a correção, as provas foram guardadas em um

envelope. Retirando-se uma prova desse envelope, ao acaso, a probabilidade de

que ela tenha recebido nota igual ou abaixo da média é igual a

a) 1/8

b) 2/8

c) 3/8

d) 5/8

e) 7/8

6. Lucas fez as provas de Matemática, Português, Física, Química e Biologia num

mesmo dia. Ele recebeu um envelope com essas 5 provas e, sem olhar, tirou

uma prova do envelope. Qual é a probabilidade de Lucas ter tirado a prova de

Matemática?

a) 20%.
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 232

b) 25%.

c) 50%.

d) 80%.

e) 100%

7. Num acampamento de verão, estão jovens de três nacionalidades: jovens por-

tugueses, espanhóis e italianos. Nenhum dos jovens tem dupla nacionalidade.

Metade dos jovens do acampamento são portugueses, e há mais espanhóis do

que italianos. Escolhe-se, ao acaso, um dos jovens do acampamento. Qual dos

valores seguintes pode ser o valor exato da probabilidade de o jovem escolhido

ser espanhol?

a) 25%

b) 30%

c) 50%

d) 60%

e) 70%

8. A professora de Matemática constatou que na realização das tarefas de casa 25

alunos utilizaram apenas o computador, 15 alunos consultaram apenas livros e

5 alunos não zeram a tarefa de casa. Escolhendo-se ao acaso um desses alunos

para resolver o exercício no quadro, a probabilidade de ser escolhido um aluno

que não tenha feito a tarefa de casa é de

a) 1/3

b) 1/5

c) 1/6

d) 1/8

e) 1/9

9. Para uma atividade da aula de matemática, a professora trouxe uma caixa com

tas métricas de três cores diferentes: 2 amarelas, 20 azuis, 2 verdes e 15 rosas.

Cada aluno vai receber uma ta métrica selecionada ao acaso pela professora, ou

seja, a professora vai pegar uma ta dentro da caixa sem olhar a cor e entregar

ao aluno. Luiza será a primeira a receber a ta. A cor mais provável da ta que

Luiza vai receber é

a) amarela.

b) azul.

c) verde.

d) rosa.

10. Numa avenida existem 10 semáforos. Por causa de uma pane no sistema, os

semáforos caram sem controle durante uma hora, e xaram suas luzes unica-
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 233

mente em verde ou vermelho. Os semáforos funcionam de forma independente;

a probabilidade de acusar a cor verde é de 2/3 e a de acusar a cor vermelha é de

1/3. Uma pessoa percorreu a pé toda essa avenida durante o período da pane,

observando a cor da luz de cada um desses semáforos. Qual a probabilidade de

que esta pessoa tenha observado exatamente um sinal na cor verde?


10×2
a)
310
10×29
b)
310
210
c)
3100
290
d)
3100
2
e)
310

11. Em uma reserva orestal existem 263 espécies de peixes, 122 espécies de ma-

míferos, 93 espécies de répteis, 1 132 espécies de borboletas e 656 espécies de

aves.

Disponível em: http:www.wwf.org.br. Acesso em: 23 abr. 2010 (adaptado).

Se uma espécie animal for capturada ao acaso, qual a probabilidade de ser uma

borboleta?

a) 63,31%

b) 60,18%

c) 56,52%

d) 49,96%

e) 43,27%

12. Um grupo de 8 pessoas deverá ser disposto, aleatoriamente, em duas equipes de

4 pessoas. Sabendo-se que João e José fazem parte deste grupo, a probabilidade

de que eles quem na mesma equipe é

a) inferior a 0,3.

b) superior a 0,3 e inferior a 0,4.

c) igual a 0,4.

d) superior a 0,4 e inferior a 0,45.

e) superior a 0,45.

13. O número de frutos de uma determinada espécie de planta se distribui de acordo

com as probabilidades apresentadas no quadro. A probabilidade de que, em tal

planta, existam, pelo menos, dois frutos é igual a

a) 3%

b) 7%

c) 13%
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 234

d) 16%

e) 20%

14. Numa cidade com 60.000 domicílios, 35.000 deles têm acesso à internet, 25.000

têm assinatura de TV a cabo, e um terço do número de domicílios não tem acesso

a nenhum dos dois recursos. Qual é a probabilidade de um domicílio da cidade,

escolhido ao acaso, ter acesso à internet e não ter assinatura de TV a cabo?

a) 1/4

b) 1/12

c) 7/12

d) 3/8

e) 7/8

15. Duas urnas guardam bolas brancas e pretas. Uma das urnas tem 3 bolas brancas

e 1 preta enquanto que a outra tem 3 bolas brancas e 3 pretas. Escolhendo-se

uma urna ao acaso e em seguida, sucessivamente e com reposição duas de suas

bolas, a probabilidade de ocorrer uma branca e uma preta é

a) 7/8

b) 7/16

c) 3/8

d) 7/32

e) 3/16

16. Uma caixa de ferramentas contém 5 martelos, sendo 3 com cabo de madeira e 2

com cabo de borracha. A caixa também contém 7 limas, sendo 3 com cabo de

madeira e 4 com cabo de borracha. Retirando-se 2 ferramentas de forma aleatória

e sem reposição, a probabilidade de que uma seja martelo com cabo de madeira

e a outra uma lima com cabo de borracha é:

a) 2/11

b) 12/35

c) 7/12

d) 1/11

e) 3/11

17. A, B e C são eventos independentes, P (A) = 0, 5, P (B) = 0, 6 e P (C) = 0, 5. A

probabilidade de que ao menos um dos três eventos ocorra é:

a) 0,70

b) 0,75

c) 0,80

d) 0,85

e) 0,90
CAPÍTULO 3. NÚMEROS E OPERAÇÕES 235

18. Uma rede local de computadores é composta por um servidor e 2 clientes (A e

B). registros anteriores indicam que, dos pedidos de certo tipo de processamento,

cerca de 30% vêm de A e 70% de B. Se o pedido não for feito de forma adequada,

o processamento apresentará erro. Sabe-se que 2% dos pedidos feitos por A

e 5% dos feitos por B apresentam erro. Selecionando um pedido ao acaso, a

probabilidade dele ser proveniente de A, sabendo que apresentou erro, é:

a) 5/41

b) 6/41

c) 3/5

d) 2/35

e) 1/35

19. Um lote contém 20 peças das quais 5 são defeituosas. Colhendo-se uma amostra

de 2 peças, ao acaso e sem reposição deste lote, a probabilidade de se obter pelo

menos uma peça defeituosa é:

a) 21/38

b) 19/38

c) 17/38

d) 15/38

e) 13/38
Capítulo 4

Tratamento da Informação

O último capítulo deste livro é destinado aos descritores que tratam dos temas

relacionados ao tratamento de informação. Assuntos ligados a área da estatística. São

dois descritores abordados neste capítulo.

4.1 Descritor D34 - Teoria e Problemas

Neste descritor vamos resolver problemas envolvendo informações apresentadas em

tabelas e/ou grácos. Traremos um pouco de informações sobre tabelas e grácos am

de que possamos explorar mais os elementos que abordam esse tema.

4.1.1 Tabelas e Grácos


Usaremos aqui uma discussão sobre esses elementos por meio da resolução de proble-

mas. Neste material, vamos discutir:

ˆ Tabelas

ˆ Gráco de segmentos

ˆ Gráco de colunas

ˆ Gráco de setores

Na próxima aula discutiremos mais sobre grácos e as suas utilidades.

236
CAPÍTULO 4. TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO 237

Diariamente, a todo momento somos bombardeados por diversos tipos de dados. Seja

pelos vários veículos de informações ou pelas sinalizações que nos rodeiam. O Enem,

destaca pela atenção especial na habilidade de interpretar uma imagem, de ler e traduzir

grácos, na habilidade do tratamento da informação.

TABELAS ESTATÍSTICAS

As tabelas são de fundamental importância para organizar dados. Pode-se arrumar

os dados coletados em diversos tipos de tabelas.

Exemplo 4.1 Uma pesquisa de mercado sobre produtos de higiene e limpeza apresen-

tou o comparativo entre duas marcas, A e B. Esses produtos são concentrados e, para

sua utilização, é necessária sua diluição em água. O quadro apresenta a comparação

em relação ao preço dos produtos de cada marca e ao rendimento de cada produto em

litro.

Um consumidor pretende comprar um litro de cada produto e para isso escolherá a

marca com o menor custo em relação ao rendimento. Nessas condições, as marcas dos

quatro produtos adquiridos pelo consumidor, na ordem apresentada na tabela, são

a) A,A,A,B b) A,B,A,A c) B,B,B,A d) B,B,B,B e) B,B,A,A

Resolução 110 O segredo é comparar o rendimento com preço: Dividir preço por

rendimento. Por exemplo:

ˆ Sabão Líquido
6
Marca A → = 2 reais por litro
3
5, 10 5
Marca B→ > = 2 reais por litro
2, 5 2, 5

Assim, para o sabão líquido a escolha deve ser da marca A.

ˆ Alvejante Concentrado

4, 5 4 1
Marca A → > = reais por litro
12 12 3

3 1
Marca B → = reais por litro
9 3
CAPÍTULO 4. TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO 238

Assim, para o alvejante concentrado a escolha deve ser da marca B. Olhando os itens,

obtemos que a escolha correta é a letra b).

GRÁFICOS DE SEGMENTOS

Grácos de linhas ou pontos são normalmente usados para controlar alterações ao longo

do tempo e para facilitar a identicação de tendências ou de anomalias.

Exemplo 4.2 Um reservatório de água é abastecido por uma torneira ao mesmo tempo

que, por um ralo, escoa água de seu interior. Os grácos representam as vazões Q, em

litro por minuto, da torneira e do ralo, em função do tempo t, em minuto.

Nos primeiros 25 minutos, o(s) intervalo(s) de tempo em que o volume de água nesse

reservatório decresce é(são)

A) entre 15 e 20 minutos.

B) entre 15 e 25 minutos.

C) entre 0 e 5 minutos e entre 15 e 20 minutos.

D) entre 5 e 15 minutos e entre 20 e 25 minutos.

E) entre 0 e 5 minutos, entre 10 e 15 minutos e entre 20 e 25 minutos.

Resolução 111 Note que o volume do reservatório decresce quando a razão da água

que sai pelo ralo é maio do que a razão da água que entra pela torneira. Assim, basta

olharmos o dois grácos e de certa forma imaginar um sobre o outro. Quando o gráco

do ralo ca acima do da torneira é por que sai mais água pelo ralo do que entra pela

torneira. Isso ocorre no intervalo de 15 a 25 minutos. Logo a resposta é aletra b).

Exemplo 4.3 A taxa de mortalidade infantil vem decaindo a cada ano no Brasil. O

gráco, gerado a partir de dados do IBGE, apresenta a evolução da taxa de mortalidade

infantil (número de óbitos para cada 1 000 nascidos vivos) de crianças com até 5 anos,

no Brasil, no período de 2000 a 2011.


CAPÍTULO 4. TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO 239

Considere que, para os próximos anos, o decréscimo anual médio do número de óbitos

para cada 1 000 nascidos vivos registrado, no período de 2009 a 2011, será mantido. A

partir das informações fornecidas, a taxa de mortalidade infantil de crianças com até

5 anos tornar-se-á inferior a 10 no período de

a) 2011 a 2012 b) 2012 a 2013 c) 2013 a 2014 d) 2015 a 2016 e) 2017 a 2018

Resolução 112 Aqui vou deixar uma dica. Observe que a fala o decréscimo anual
médio do número de óbitos para cada 1 000 nascidos vivos registrado, no
período de 2009 a 2011, será mantido, indica que a cada dois anos que se passa o
decréscimo é o mesmo que ocorre de 2009 a 2011. Isso permite obter uma que da por

ano. Use essa ideia e resolva o problema.

GRÁFICOS DE COLUNAS
Também conhecido como Gráco de Barra, eles são usados para comparar quantida-

des ou mesmo demostrar valores pontuais de determinado período.

Exemplo 4.4 O índice pluviométrico é uma medida, em milímetro, que fornece a

quantidade de precipitação de chuva num determinado local e num intervalo de tempo

(hora, dia, mês e/ou ano). Os valores mensais do índice pluviométrico de uma cidade

brasileira, no primeiro semestre, são mostrados no gráco.

De acordo com a previsão meteorológica, o índice pluviométrico no mês de julho será

igual ao índice do mês de junho somado à variação correspondente ao maior acrés-

cimo, em milímetro, do índice pluviométrico entre dois meses consecutivos do semestre


CAPÍTULO 4. TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO 240

apresentado. O índice pluviométrico, em milímetro, previsto para o mês de julho, na

cidade considerada, será igual a

a) 30 b) 50 c) 70 d) 80 e) 90

Resolução 113 Problema é bem simples. O aumento maior em meses consecutivos

ocorre de março para abril. Tome essa diferença e adiciona ao mês de junho.

GRÁFICOS DE SETORES OU GRÁFICOS DE PIZZA

Gráco de setores ou gráco circular, como é tradicionalmente chamado gráco de pizza

é um diagrama circular em que os valores de cada categoria estatística representada

são proporcionais às respectivas medidas dos ângulos.

Exemplo 4.5 Em uma eleição estão concorrendo os candidatos A, B e C. Realizada

uma pesquisa de intenção de voto com 1.000 eleitores, obteve-se o seguinte resultado,

ilustrado no gráco de setores a seguir.

O valor do ângulo x do gráco de setores é

a) 18 graus

b) 36 graus

c) 60 graus

d) 72 graus

Resolução 114 Note que 50% é meia volta, portanto 180°. Assim, 10% equivale a

quinta parte de 180° que é 36°. Logo, 20% equivalem a 2× 36°=72°.

4.1.2 Problemas Propostos


1. O gráco mostra as receitas e as despesas de uma empresa nos meses de julho a

novembro de um ano. O resultado nanceiro, obtido pela diferença entre receita

e despesa, pode ser positivo (lucro) ou negativo (prejuízo).


CAPÍTULO 4. TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO 241

Sabendo que o mês de dezembro é, em geral, de melhores vendas, o dono da em-

presa faz uma previsão de que a receita naquele mês terá um aumento, em relação

ao mês anterior, com a mesma taxa de crescimento ocorrida de setembro para

outubro, e que a despesa irá se manter a mesma de novembro. Se conrmadas

as previsões do dono da empresa, o resultado nanceiro a ser obtido no semestre

de julho a dezembro será um

A) prejuízo de R$ 2 650,00.

B) prejuízo de R$ 850,00.

C) lucro de R$ 7 150,00.

D) lucro de R$ 5 950,00.

E) lucro de R$ 350,00.

2. Ao fazer anotações sobre o seu orçamento mensal o Sr. Pereira montou a tabela

abaixo.

Quanto o Sr. Pereira gasta com aluguel e transporte?

a) R$ 160,00

b) R$ 320,00

c) R$ 480,00
CAPÍTULO 4. TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO 242

d) R$ 800,00

e) R$ 880,00

3. O gráco abaixo mostra o número de medalhas conquistadas pelo Brasil nas

olimpíadas de 1964 a 1988. Em média, por olimpíada, nesse período, o Brasil

ganhou, aproximadamente:

a) 4 medalhas

b) 6 medalhas

c) 7 medalhas

d) 8 medalhas

e) 9 medalhas

4. Os 360 alunos da escola foram entrevistados sobre a matéria que mais gostam.

As matérias escolhidas foram: Artes, Educação Física, Matemática e Ciências.

Analisando as respostas dos alunos, representadas no gráco de setores abaixo,

você pode dizer que:

a) A maioria escolheu Matemática.

b) Matemática é mais popular que Artes.

c) Aproximadamente 200 alunos escolheram Educação Física.

d) Aproximadamente 90 alunos escolheram Artes.

e) Aproximadamente 100 alunos escolheram Matemática.


CAPÍTULO 4. TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO 243

5. A tabela abaixo apresenta a quantidade de vitaminas do tipo A, B1 e B2 em

cada porção de 100 gramas de algumas frutas.

De acordo com essa tabela, a variação máxima das quantidades de vitamina A,

B1 e B2 nessas frutas são, respectivamente,

a) 2 mcg, 20 mcg e 30 mcg.

b) 7 mcg, 8 mcg e 25 mcg.

c) 25 mcg, 40 mcg e 88 mcg.

d) 28 mcg, 80 mcg e 98 mcg.

e) 30 mcg, 100 mcg e 128 mcg.

6. Observe o gráco que indica o número de candidatos inscritos num concurso

público, em função de sua idade.

Com base nesses dados, é correto armar que:

a) a maioria dos candidatos tem 20 anos.

b) em maio venderam-se menos carros do que em agosto.

c) julho foi o mês no qual se venderam menos carros.


CAPÍTULO 4. TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO 244

d) agosto foi o mês no qual se venderam mais carros.

e) junho foi o mês vendeu mais de 150 carros.

7. Um comerciante visita um centro de vendas para fazer cotação de preços dos

produtos que deseja comprar. Verica que se aproveita 100% da quantidade

adquirida de produtos do tipo A, mas apenas 90% de produtos do tipo B.

Esse comerciante deseja comprar uma quantidade de produtos, obtendo o menor

custo/benefício em cada um deles. O quadro mostra o preço por quilograma, em

reais, de cada produto comercializado.

Os tipos de arroz, feijão, soja e milho que devem ser escolhidos pelo comerciante

são, respectivamente,

a) A,A,A,A b) A,B,A,B c) A,B,B,A d) B,B,B,B e) B,A,A,B

8. O gerente de uma loja de cosméticos colocou à venda cinco diferentes tipos de

perfume, tendo em estoque na loja as mesmas quantidades de cada um deles. O

setor de controle de estoque encaminhou ao gerente registros grácos descrevendo

os preços unitários de cada perfume, em real, e a quantidade vendida de cada um

deles, em percentual, ocorrida no mês de novembro

Dados a chegada do nal de ano e o aumento das vendas, a gerência pretende

aumentar a quantidade estocada do perfume do tipo que gerou a maior arreca-

dação em espécie, em real, no mês de novembro. Nessas condições, qual o tipo

de perfume que deverá ter maior reposição no estoque?

a) I b) II c) III d) IV e) V O gráco de

setores mostra a distribuição percentual do resultado de uma pesquisa qualitativa

feita para determinado produto, na qual cada entrevistado deveria optar apenas

por um dos seguintes conceitos: Ótimo  Bom  Regular  Ruim  Péssimo.


CAPÍTULO 4. TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO 245

A medida, em graus, do ângulo central do setor que representa o conceito Regular

A) 90°

B) 108°.

C) 120°.

D) 126°.

E) 130°.

9. A tabela abaixo relaciona as matrículas das crianças de 0 a 7 anos nas instituições

estaduais de ensino nas 5 sub-regiões de um determinado estado, no ano de 2010.

De acordo com os dados dessa tabela, as duas regiões que apresentaram a maior

quantidade de crianças de 0 a 7 anos matriculadas em instituições estaduais de

ensino foram

a) I e II.

b) II e IV.

c) III e IV.

d) III e V.

e) IV e V.

10. O gráco abaixo mostra o número de desempregados no mundo, em milhões de

pessoas, no período de 2000 a 2005.


CAPÍTULO 4. TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO 246

Com base nesse gráco, observa-se que a quantidade de pessoas sem trabalho no

mundo

a) permaneceu a mesma entre 2000 e 2001.

b) permaneceu a mesma desde o ano de 2002.

c) aumentou de 8,5 milhões entre 2001 e 2002.

d) aumentou de 19 milhões entre 2001 e 2003.

e) diminuiu entre 2000 e 2002.

4.2 Descritor D35 - Teoria e Problemas

O descritor D35 está relacionado a associar informações apresentadas em listas

e/ou tabelas simples aos grácos que as representam e vice-versa. Como já abordamos

problemas semelhantes no descritor D34 não traremos uma teoria associada.

4.2.1 Problemas Propostos


1. Na tabela abaixo foram registradas a porcentagem de aproveitamento de cinco

times nos jogos de um campeonato de futebol.


CAPÍTULO 4. TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO 247

Qual é o gráco que melhor representa esta tabela?

2. Para uma campanha de uso racional da água, a prefeitura de Terra Branca

anotou o consumo de água por setor em um mês e obteve o gráco abaixo.

O quadro que melhor corresponde a esse gráco, em que o consumo de água está

representado em milhões de m 3 por mês, é


CAPÍTULO 4. TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO 248

3. O gráco abaixo representa a produção de camisetas em determinada empresa

no período entre o dia 1º de janeiro à 30 de novembro de 2010.

Das alternativas a seguir, a que representa corretamente as informações do gráco

é
Referências Bibliográcas

[1] https://profwarles.blogspot.com/

[2] https://www.todamateria.com.br/

[3] http://enemex-matematica.com.br/

[4] https://www.aprendermaisinovacao.go.gov.br/

[5] Siva, J. S. Notas de aulas de matemática, Cepmg Dr. César Toledo. 2020 - 2021.

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