Radiologia Clínica - Resumo
Radiologia Clínica - Resumo
Radiologia Clínica - Resumo
Gás e gordura podem fazer um efeito similar, denominado “sombra suja”, em que o
som chega ao tecido e, ao invés de ser refletido, é espalhado, causando uma imagem
escura, que até possibilita ver alguma coisa, mas com baixa nitidez. Devemos nos
atentar a esse fato quando solicitar USG para pacientes obesos, pois haverá efeito de
sombra suja devido a grande quantidade de gordura subcutânea e visceral.
Reforço acústico posterior – acontece quando há órgãos ou estruturas em que o som
é totalmente absorvido, sem formação de eco (por exemplos os líquidos), formando
imagens escuras, mais próximas ao preto; denominam-se essas imagens como
“anecoicas”, justamente pela ausência de eco. Como houve grande absorção do som,
ele chegara às estruturas posteriores em grande quantidade de ondas, o que lhes dará
aspecto claro ou brilhante, mais próximo ao branco, devido a grande reflexão dessas
muitas ondas sonoras.
O Power Doppler permite a avaliação de fluxos com baixíssimas velocidades, mas não
oferece a direção do fluxo; usa-se para avaliação da presença de fluxo em um órgão ou
estrutura, útil em casos de TVP, estenose, torção de órgãos como ovários e testículos.
Esse método é mais sensível que o colorido.
Indicações da USG
Como já mencionado, os pacientes obesos não se beneficiam tanto da USG, sendo o
mais indicado a TC – com exceção das vias biliares, que são melhores observadas com
a ecografia do que em outros métodos de imagem.
Pacientes com anasarca ou com edema nos locais no da avaliação ultrassonográfica
também podem não se beneficiar tanto do exame, visto que os líquidos ali presentes
dissiparão e desviarão as ondas sonoras, impedindo a obtenção de imagens
satisfatórias. Quando se fizer necessária a escolha do USG para esses pacientes, pode-
se comprimir a área afim de distribuir os líquidos e facilitar a análise.
Gestantes, crianças e pacientes magros se beneficiam muito da avaliação
ultrassonográfica, tanto pela ausência de radiação ionizante, quanto pela qualidade
das imagens. Pequenas partes, como tireoide, são muito bem avaliadas pela USG. As
vias biliares, tanto para pacientes magros como obesos, são melhor avaliadas pela
USG.
Vantagens e desvantagens
Vantagens Desvantagens
Alta disponibilidade, facilidade de acesso Ruim para pacientes obesos
e baixo custo
Ausência de radiação ionizante Operador dependente
Permite avaliação de pequenas Ruim para avaliação em casos de
estruturas com boa definição de imagem distensão abdominal (gasosa ou fezes)
Doppler Avaliação intestinal limitada, pois só é
possível a avaliação externa das alças
Raio X
Raios x são ondas eletromagnéticas, encontradas em frequências maiores que a da luz
visível e da ultravioleta. Na prática médica, esses raios são “fabricados” artificialmente,
por meio de um cátodo (negativo) com elétrons flutuantes e um ânodo (positivo), em
contraposição, para receber os elétrons. No cátodo, tem-se grande quantidade de
energia; o ânodo não possui corrente elétrica, só será energizado quando receber os
elétrons provenientes no cátodo, transmitidos por uma grande diferença de potencial,
produzindo então os raios x. Utiliza-se esses raios x para a radiografia convencional e
para a tomografia computadorizada, além de outros métodos menos utilizados, como
a seriografia (uma espécie de Rx em tempo real) e a planigrafia (método de imagem
precursor da TC).
Vale lembrar que raios x são um tipo de radiação ionizante, de alta energia e com
capacidade de arrancar elétrons dos átomos, transformando-os em íons (daí o nome
ionizante), o que permite a destruição ou danificação de uma estrutura molecular pela
mudança da carga elétrica; devido a essa sua característica ionizante, deve-se ter
cautela para utilização em gestantes (contraindicação absoluta no primeiro trimestre e
relativa no segundo e terceiro) e crianças (como o efeito da radiação é cumulativo, ao
expor essa criança, há muito tempo de vida para que possa se desenvolver uma
mutação celular provocada por esse efeito ionizante).
Cerca de 99% da energia dissipada pelo arremesso de elétrons do cátodo para o ânodo
é convertida em calor, o que aquece as placas do ânodo. O 1% restante é que será
convertido em raios x e direcionado ao paciente; a maior parte desses raios se torna
“energia de frenagem” - a desaceleração do elétron, provocada quando esse chega a
um átomo dotado de outros elétrons, faz com que esse perca energia, convertendo-o
em um fóton, o que será o raio x; a outra parte desses elétrons emitidos pelo cátodo
formarão os “raios x característicos”, por meio da colisão com o núcleo de um átomo
ou com outro elétron, liberando também fótons com energia de raio x. Portanto, o raio
x é um fóton.
Radiografia
Ao chegar ao ânodo, os raios x passarão por uma série de filtros e colimações antes de
chegar ao paciente. O processo de colimação consiste na diminuição da amplitude do
feixe de raios. Quando o feixe de raios atinge o alvo (paciente), ele se espalha (como
jogar um balde de água na parede); esse acontecimento deixa a imagem formada com
aspecto borrado, mas para evitar que isso aconteça, uma placa de chumbo é
posicionada junto ao filme, para concentração dos raios e melhor nitidez da imagem.
O efeito de magnificação consiste no aumento irreal de uma estrutura na imagem
produzida pelo raio x. Para evitar que isso aconteça, é importante o correto
posicionamento do paciente entre a fonte emissora (ânodo) e o detector (filme) dos
raios x. O feixe emissor tem formato cônico, para que quando os raios forem emitidos
eles formem uma faixa, como uma lanterna.
Quão mais próximo estiver o objeto da fonte emissora e mais longe do filme, maior
será o efeito de magnificação. Quão mais longe da fonte e mais próximo do filme,
menor será o efeito de magnificação.
Na prática médica, esse entendimento é de extrema importância na avaliação da
radiografia de tórax; quando avaliamos o coração em uma radiografia PA, seu
tamanho na imagem é fidedigno ao original, pois ele está bem próximo ao filme (já
que os raios penetram no dorso (póstero) e saem pela parte da frente do tórax
(anterior), onde está o filme); já na incidência em AP (em que os feixes de radiação
penetram na parte anterior do tórax e saem pelo dorso, onde está o filme), essa
fidelidade dimensional é menor, visto que o coração não estará tão próximo do filme e
mais próximo da fonte, comparado ao PA. Sendo assim, quando se requer avaliação
da área cardíaca, indica-se a incidência em PA, pois em AP o coração sofrerá o
artefato de magnificação.
Quando os raios x atingem o alvo, parte deles é absorvida, parte desviada e parte
atravessa o alvo, incidindo no filme radiográfico e formando a imagem. Além dessas,
há outra ocorrência: radiação secundária - que consiste na emissão de radiação pelo
paciente para o meio, secundariamente a esse ter recebido a radiação primária do
aparelho de raios-x (a porção de radiação secundária é muito baixa). Entender essas
possibilidades é necessário para compreender a densidade radiográfica:
Quanto mais densa for a estrutura, mais branca ela aparecerá nas imagens –
estrutura radiodensa ou rádio-opaca
Quanto menos densa a estrutura, mais escura ela aparecerá nas imagens –
estrutura radioluscente ou radiolúscida
A densidade de um decido é definida pelo número atômico do principal componente
desse; quão maior o número atômico, maior a densidade. O osso, por exemplo, é rico
em cálcio, que tem um NA grande, portanto é mais denso e se apresentará mais
branco na radiografia. Para simplificar, podemos definir cinco densidades
radiográficas:
1. Ar
2. Gordura
3. Músculo/água/órgãos sólidos
4. Ossos
5. Metal
*Em ordem crescente de densidade, sendo o ar mais escuro e o metal mais branco;
*Na radiografia, não é possível uma diferenciação precisa das partes moles (líquido,
músculos e órgãos sólidos). Exames mais indicado para esse fim são a TC e a RNM.
Tomografia
Como já dito, o tipo de radiação utilizado no Rx e na TC é o mesmo; porém são
diferentes exames, com especificidades e finalidades distintas; isso ocorre devido ao
processamento da imagem ser diferente nos dois métodos.
O aparelho de TC consiste em um arco de ampolas de raios x (o que envolve maior
quantidade de radiação ionizante) de um lado e receptores do outro. Esse tubo onde
estão os emissores de raios x é rotatório, fazendo com que a radiação incida em
diferentes ângulos sob o paciente. A imagem é formada por cálculos matemáticos em
um computador.
Vantagens do RX Vantagens da TC
São baratos e mais disponíveis Beneficia pacientes obesos
Oferece melhor detalhamento de
Utilizam menos radiação imagem e visualização de estruturas
menores (como vasos, principalmente
com o uso de contraste)
Permite uma visão panorâmica das Permite a diferenciação e aferição das
estruturas densidades radiográficas dos tecidos
Metais não prejudicam a formação da Metais formam artefato, o que prejudica
imagem a avaliação das estruturas adjacentes
Vantagens Desvantagens
Oferece alta definição e boa Alto custo
diferenciação de tecidos
Boa avaliação do SNC, inclusive da Pouca disponibilidade
medula
Permite identificar pequenos focos Necessita de profissionais altamente
de infiltração e reconhecer a treinados para manipulação do
composição química de tecidos e equipamento e radiologista
tumores habituado com o método
Decisão de escolha
Início dos sintomas em até 48h – Tomografia computadorizada
Por ser mais disponível, acaba sendo mais rápida sua realização. É um exame
eficiente na identificação de hemorragias (muitas vezes, até melhor que a
RNM nesse aspecto). Caso a TC venha com alguma alteração, mas não se
consiga avaliar precisamente, pode-se pedir RNM em seguida, para melhor
detalhamento.
Hemisférios
Estrela de Davi / Pentágono – observar a posição e simetria das pontas (pode ter cinco
ou seis pontas). Prestar atenção se alguma das pontas está apagada, que é um sinal de
gravidade e requer intervenção. Abaulamento da estrela, deixando parte arredondada,
indica edema, herniação ou compressão.
Esse é um exame de TC, podemos saber pela calota craniana se encontrar branca. Na
TC, água é escura e osso é claro, portanto, o líquor dos ventrículos será escuro e não
brilhante como na RNM. O sangue na TC é claro, em coloração cinza bem clarinho.
Quarto ventrículo
Observar se ele se encontra ao centro, na linha média.
Ventrículos laterais
Ver se há dilatação dos ventrículos.
.
Em idosos, há redução da massa encefálica, leve aumento dos ventrículos laterais e
espessamento dos sulcos. Nesses pacientes, o achado de ventrículos maiores pode ser
normal, contudo, o estreitamento de sulcos é um sinal anormal e merece atenção .
Enema opaco
Sinal da maçã mordida no enema opaco, indicando massa circunferencial
Urografia excretora – hoje é raramente realizado, pois a avaliação do trato
urinário é melhor na TC; pode ser utilizado em crianças. É feito pela injeção de
contraste, que oferece imagens dos rins, trajeto dos ureteres, fístulas, cálculos,
lesões tumorais etc. A maior utilidade é para avaliação do trajeto dos ureteres
e possíveis obstruções; quando se suspeita de cálculos, lembrar das constrições
ureterais, que são os locais mais prováveis de obstrução pelo cálculo: junção
pielo-ureteral (logo após a saída dos rins), cruzamento dos vasos ilíacos (no
início da pelve) e porção intra-mural (ao adentrar à bexiga).
Tomografia Computadorizada
Anatomia Topográfica na TC
A TC pode ou não ter contraste e, em geral, as não contrastadas são mais difíceis de
serem interpretadas, devido a demarcação dos órgãos e estruturas ser menos
evidente. Vale ressaltar que na TC sempre observaremos o paciente dos pés para a
cabeça, invertendo então os lados em relação ao observador.
A anatomia dos órgãos é melhor diferenciada em pacientes com mais gordura visceral.
O exame contrastado é feito em fases, pois, após a injeção do contraste EV, ele será
visualizado primeiro nas veias, depois nas artérias e por fim nas vias urinárias; então
teremos imagens em fases distintas, com melhor visualização de determinadas
estruturas, a depender de onde se encontra o contraste.
Hérnia umbilical – no saco herniário, podemos ver alça intestinal e gordura cavitária
Jejum de, no mínimo, 6h, para evidenciar as vias biliares (que estarão mais
cheias) e reduzir o conteúdo dos intestinos (para diminuir a interposição
gasosa);
O paciente deve estar com a bexiga cheia, tanto para a avaliação desse órgão
quanto para a formação de janela acústica e melhorar a imagem dos órgãos
adjacentes, como ureteres, útero, reto e próstata.
Analgesia para o paciente, tanto para alívio da condição como para facilitar o
exame em abdome doloroso.
Avaliar a mobilidade do paciente, pois – em alguns exames – é necessário a
variação de posição do paciente para melhor obtenção das imagens.
O ambiente de realização da USG deve ser apropriado, com luminosidade
adequada e privacidade para o paciente.
Para avaliar a próstata, é melhor pedir a USG de abdome inferior, pois a USG transretal
não tem um campo de imagem muito amplo, sendo utilizado mais para fazer biopsias
prostáticas do que para a avaliação do órgão.
Anatomia Ultrassonográfica
Tomografia
A densidade da água é menor que a do parênquima cerebral, dessa forma, a
medida que o edema progride, o tecido cerebral se torna cada vez mais
“hipodenso” ou “hipoatenuante”, resultando em imagem mais escura na área
infartada. O edema intracerebral é responsável também pelo apagamento dos
sulcos, devido a compressão contra a calota craniana não expansiva, e
diminuição do ventrículo, também por compressão, fazendo com que o lado
acometido pelo AVC tenha ventrículo menor que o contralateral. Outros
achados que podem estar presentes são o desvio de estruturas e a mistura das
densidades da substância branca e cinzenta, dificultando sua diferenciação
(sinal da fita).
A intensidade e apresentação das alterações dependem diretamente do tempo
entre a oclusão e a realização da imagem.
Ressonância
Na RNM, a água tem alto sinal e se apresenta brilhante (ao contrário da TC),
sendo assim, o edema intracerebral proporcionará imagem mais clara em T2 e
em difusão (que evidencia ainda mais o processo de edema, sendo um ótimo
aliado na investigação de alterações após poucas horas de sintomas). Os
achados serão os mesmos da TC, mas com a diferença de aumento de sinal em
T2 – apagamento dos sulcos, redução do ventrículo, indiferenciação de
substância branca e cinzenta, desvio de estruturas.
O AVC é muito melhor identificado na RNM, a localização do infarto é bem
evidente devido a imagem em difusão. Assim, caso não seja possível a
identificação do local de lesão ou mesmo a conclusão de um AVC na
tomografia, a RNM pode ser muito útil e facilitadora.
Lembrar das cinco perguntas para a avaliação da neuroimagem:
1. A linha média se encontra no meio do crânio?
2. As metades do cérebro parecem semelhantes?
3. Você consegue visualizar o sorriso e o pentágono (estrela de Davi)?
4. O quarto ventrículo se encontra na linha média e se mostra simétrico?
5. Os ventrículos laterais estão dilatados, com apagamento dos sulcos?
Sinal da fita – consiste na ausência ou diminuição da diferença de densidade entre
substância branca e cinzenta, em que não se observam mais as linhas de coloração
distinta. Pode de apresentar de maneira sutil na TC, necessitando de avaliação
minuciosa.
Encefalomalácia
Consiste no processo cicatricial que sucede a lesão cerebral, se apresentando como
área retrátil e hipodensa, com características semelhantes ao líquor. Pode haver
também alargamento dos sulcos/giros e aumento do ventrículo em torno dessa área.
Hemorragias
Ocorrem pelo extravasamento de sangue arterial ou venoso para o parênquima
cerebral, espaço subaracnóideo ou ventrículos (convém a divisão em parenquimatosas
e subaracnóideas). A identificação de uma hemorragia à TC é relativamente fácil;
muitas vezes, o mais importante é localizar o foco hemorrágico e sua causa, afim de
tratar o problema base.
O sangue tem densidade maior que o líquor e o parênquima cerebral, por isso – na TC
– se apresenta mais clara em relação a esses. O sangue sofre alterações com o passar
do tempo, mudando sua característica de imagem, permitindo então uma estimativa
do tempo de ocorrência da hemorragia – podem ser usados métodos tabelados, pois
essa avaliação é dificultosa.
Hemorragia subaracnóide
Sempre levantar a hipótese de aneurisma ou malformação vascular, que são as
principais causas; além dessas, pode ser desencadeada também por trauma, fármacos,
drogas (simpatomiméticas), infecções, trombocitopenias e coagulopatias graves (mais
raramente). Os locais de maior prevalência de aneurismas são na porção anterior do
polígono de Willis (85%) e no território vertebrobasilar (15%).
O derramamento de sangue se localiza no espaço subaracnóideo e se distribui entre os
sulcos e giros corticais, podendo causar vasoconstrição (por compressão) e,
consequentemente, infartos isquêmicos, além de hidrocefalia por oclusão compressiva
das vias de drenagem e circulação do líquor.
Hemorragia intraparenquimatosa
Decorrente de sangramento diretamente na substância cerebral. As hemorragias
decorrentes de trauma não entram nessa classificação. O AVC hemorrágico tem
mortalidade maior que o isquêmico; em contrapartida, nos sobreviventes, as sequelas
são mais brandas comparadas as de origem isquêmica – a hemorragia comprime os
neurônios, enquanto a isquemia os matam por hipóxia.
Considerar como diagnósticos diferenciais as hemorragias hipertensivas primárias,
malformações vasculares, efeito de substancias simpatomiméticas (anfetamina,
cocaína), angiopatia amiloide, tumores hemorrágicos.
Infecções do SNC
Normalmente, a RNM é o método de escolha para avaliação das infecções do SNC,
todavia, a TC também é um bom método e pode ser utilizada. A escolha deve levar em
consideração as condições clínicas do paciente e a disponibilidade do método. O RX
não é eficiente para esse fim; USG pode ser útil em neonatos, pois requer janela entre
os ossos para melhor avaliação do parênquima cerebral.
Neurossífilis
Ocorre em cerca de 5% dos pacientes que não são tratados (ou não corretamente
tratados) primariamente. A apresentação clínica é de meningite asséptica, tabes
dorsalis (degeneração neuronal que ocasiona diferenciação da marcha, dores...) e,
mais raramente, gomas sifílicas (pequenos nódulos na superfície do cérebro com
realce na meninge). É comum a presença de arterites de médios vasos com
consequentes infartos.
Viroses
Os vírus mais comuns de acometerem o SNC são o CMV, herpes simples, varicela-
Zoster, HIV e rubéola.
Citomegalovirose – ocorre necrose da matriz germinativa,
hepatoesplenomegalia, icterícia, retardo psicomotor, coriorretinite e surdez. Na
RNM, vê-se agiria (ausência dos giros corticais), polimicrogiria (redução global
dos giros corticais) e displasia cortical focal. Na TC, vê-se a característica mais
marcante: calcificações periventriculares (fator de diferenciação com
toxoplasmose, já que a clínica é bem semelhante).
Imagem: Calcificações periventriculares que são comuns na CMV,
apresentando-se como um “colar de contas” ou “rosário”. Agiria também é
visível.
AIDS
Além da possibilidade de encefalite pelo próprio vírus HIV, os pacientes soropositivos
estão mais propensos a infecções, sendo as mais frequentes toxoplasmose,
criptococose e outras micoses, CMV, meningoencefalite herpética, infecção por
micobactérias, leucoencefalia multifocal progressiva (LMP) e sífilis meningovascular.
Devemos sempre informar ao radiologista a presença ou não de AIDS no paciente,
além da contagem de TCD4, quando possível.