O documento resume 4 principais perspectivas teóricas sobre o desenvolvimento na adolescência: 1) a perspectiva da tempestade e do estresse, que vê este período como conflituoso; 2) a perspectiva cognitiva, que enfatiza o desenvolvimento do pensamento abstrato; 3) a perspectiva contextual, que destaca a influência do ambiente; e 4) a perspectiva do modelo focal, que vê os desafios como apresentados sequencialmente.
O documento resume 4 principais perspectivas teóricas sobre o desenvolvimento na adolescência: 1) a perspectiva da tempestade e do estresse, que vê este período como conflituoso; 2) a perspectiva cognitiva, que enfatiza o desenvolvimento do pensamento abstrato; 3) a perspectiva contextual, que destaca a influência do ambiente; e 4) a perspectiva do modelo focal, que vê os desafios como apresentados sequencialmente.
O documento resume 4 principais perspectivas teóricas sobre o desenvolvimento na adolescência: 1) a perspectiva da tempestade e do estresse, que vê este período como conflituoso; 2) a perspectiva cognitiva, que enfatiza o desenvolvimento do pensamento abstrato; 3) a perspectiva contextual, que destaca a influência do ambiente; e 4) a perspectiva do modelo focal, que vê os desafios como apresentados sequencialmente.
O documento resume 4 principais perspectivas teóricas sobre o desenvolvimento na adolescência: 1) a perspectiva da tempestade e do estresse, que vê este período como conflituoso; 2) a perspectiva cognitiva, que enfatiza o desenvolvimento do pensamento abstrato; 3) a perspectiva contextual, que destaca a influência do ambiente; e 4) a perspectiva do modelo focal, que vê os desafios como apresentados sequencialmente.
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A VERDADE
A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar meia pessoa de cada vez. Assim não era possível atingir toda a verdade, porque a meia pessoa que entrava só trazia o perfil de meia verdade. E sua segunda metade voltava igualmente com meio perfil. E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso onde a verdade esplendia seus fogos. Era dividida em metades diferentes uma da outra. Chegou-se a discutir qual a metade mais bela. Nenhuma das duas era totalmente bela. E carecia optar. Cada um optou conforme seu capricho, sua ilusão, sua miopia. Carlos Drummond de Andrade DIFERENTES ABORDAGENS SOBRE A ADOLESCÊNCIA Há quatro posições teóricas diferentes: 1) A perspectiva da tempestade e do estresse; 2) A perspectiva cognitiva; 3) A perspectiva que enfatiza o contexto onde ocorre o desenvolvimento psicológico; 4) A perspectiva do modelo focal. 1) A PERSPECTIVA DA TEMPESTADE E DO ESTRESSE G. Stanley Hall – período caracterizado pelo ímpeto e tempestade (romantismo- idealismo, paixão, sofrimento, revolução e contestação da ordem estabelecida) – estágio de turbulência, de conflitos entre os impulsos e as demandas sociais, que passa – da selvageria para o mundo civilizado. - A adolescência é vista como o período mais maleável de desenvolvimento, com um enorme potencial para o crescimento e a mudança.
- Ao mesmo tempo acreditava que a
adolescência é um período de contínua e significativa ruptura, caracterizada por impulsos contraditórios e conflitos. - Na dimensão física, é caracterizada por períodos de extremo esforço mental e energia alternando-se com períodos de fadiga e apatia. - Na dimensão psicológica, Hall afirmava que os adolescentes vacilavam entre o egoísmo e o altruísmo, a vaidade e a falta de confiança, a virtude e o vício, a insensibilidade e a indiferença, a curiosidade e a falta de interesse. - Esses conflitos caracterizam a ideia da adolescência como tempestade e estresse, agravados pela crescente urbanização do início do século XX. - Esse modo de ver era reflexo do modo de pensar e das crenças da época, recebendo legitimidade científica a partir dos estudos de Hall. Seu trabalho capturou a imaginação pública, popularizando a ideia da adolescência como um período específico de desenvolvimento. A visão psicanalítica – confirma essa imagem conflituosa - Freud modificou o conhecimento da época, ao afirmar que a sexualidade não começa na puberdade e sim na infância; com o término da latência e o ressurgimento de impulsos sexuais, a partir da puberdade, inicia-se o processo de alcance da sexualidade genital; retorno do Complexo de Édipo, necessidade de distanciamento emocional dos pais, voltando-se para os iguais e a escolha de um parceiro. - Como retomada, a adolescência tem um papel secundário em relação à infância. - Anna Freud – dá mais ênfase à adolescência, insuficiência dos antigos mecanismos de defesa, gerando a necessidade de novos, exclusivos dessa etapa. - Ela liga a sexualidade infantil à maturação que ocorre na puberdade, vendo-as como similar no aspecto em que ambas são fontes de intensos conflitos intrapsíquicos: a maturação da puberdade envolve uma recapitulação da sexualidade infantil, levando a reviver os impulsos sexuais acompanhados da restauração do desejo edípico, que estava adormecido no período da latência. - O ressurgimento desses impulsos leva à tempestade e ao estresse intrapsíquico. - Os mecanismos de defesa desse período subordinam o desenvolvimento emocional e cognitivo do adolescente ao controle dos impulsos sexuais. - Esses mecanismos de defesa incluem: ascetismo, que assegura o controle do ego sobre o id; intelectualização, pensamentos e reflexões filosóficas sobre temas conflituosos – manipular conteúdos de uma forma impessoal e distanciada; ambivalência – conduta pouco previsível. - Como sentimentos edípicos que ressurgem durante a adolescência, sentimentos incestuosos em relação aos pais abrem caminho para sentimentos de antagonismos, resultando, inevitavelmente, em conflitos entre pais e filhos. - Consequentemente, conflito e rebelião são considerados necessários para que esses sentimentos edípicos sejam bem resolvidos. - O distanciamento dos pais leva à conquista de dois objetivos: a resolução dos sentimentos edípicos e o encontro de parceiros amorosos. Além disso, propões que uma autonomia emocional saudável envolve separação e desapego dos pais, uma noção perpetuada na visão popular sobre a adolescência. - Peter Blos – na adolescência ocorre um segundo processo de individuação. - Acredita que na infância há importantes distinções entre o eu e o outro. Durante a adolescência essas distinções são revisitadas de uma forma mais complexa, em um processo que resulta na conquista de um sentido de identidade. - Também acreditava ser necessária a separação dos pais para o processo de individuação. A necessidade de se afastar dos pais (desidealizados) gera um vazio a ser preenchido por ídolos, grupos de amigos e grupos de fãs. Aqueles que experimentam uma adolescência livre de conflito são descritos como imaturos ou estão adiando as tarefas da adolescência. - Hall, Freud, Anna F. e Blos veem que a rebelião dos jovens e o conflito com os pais são normais, sendo característicos da adolescência, sendo manifestações psicológicas das mudanças biológicas da puberdade. Assim, veem a natureza da relação pais-adolescentes como fundamentalmente descontínua em relação à infância. - A qualidade da relação na infância não prediz a qualidade da relação na adolescência. Conflito e rebelião são desejáveis para o desenvolvimento saudável e a separação dos pais. Essa é uma visão criticada por se basear em uma amostra clínica. Erik Erikson – ênfase nos fatores sociais e culturais – crise de identidade e desenvolvimento do eu, contribuindo para o desenvolvimento da personalidade adulta. 2) A perspectiva cognitiva Distanciada de uma visão marcada por tensões e conflitos – uma nova forma de enfrentar cognitivamente tarefas e conteúdos – capacidade de pensar de maneira abstrata, considerando hipóteses alternativas diante de uma situação ou problema, testando-as e confirmando-as ou não de acordo com a realidade. 3) A PERSPECTIVA QUE ENFATIZA O CONTEXTO ONDE OCORRE O DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO
- Urie Bronfenbrenner – principal autor. As ideias
principais dessa perspectiva são: - O contexto (ecologia) é fundamental para a compreensão do desenvolvimento humano – importância do ambiente, incluindo a família, os aspectos geográficos, políticos, sociais e históricos, ou seja o local onde o adolescente se encontra; - tempo – a importância de se marcar o quando dos eventos, o que também revela o seu significado na vida do adolescente; - a continuidade do desenvolvimento humano – observar a similaridade e as diferenças entre os estágios de desenvolvimento, comparando as transições; - os indivíduos e suas famílias influenciam-se mutuamente – por exemplo, a transformação da criança em adolescente muda a família, ao mesmo tempo em que as alterações na família mudam o desenvolvimento do adolescente; - os indivíduos são agentes do seu desenvolvimento, oferecendo sua forma característica. Os adolescentes constroem a sua adolescência. Essa visão tem implicações para a pesquisa e a formulação de teorias sobre a adolescência, já que reforça a necessidade de incluir o ponto de vista de quem a experimenta; - o estudo da interação entre a pessoa e o contexto está embasado na ideia do “bom encaixe” – em que medida as necessidades individuais são congruentes com o contexto – adaptação, sendo o resultado dependente do modo como esses dois sistemas trabalham juntos. Ex: o monitoramento e a supervisão dos pais funcionam melhor à medida que há cooperação do adolescente. 4) A PERSPECTIVA DO MODELO FOCAL
- John Coleman – principal referência – é um modelo baseado
nos estudos sobre o desenvolvimento normal do adolescente, que não confirmam a visão da adolescência como um período de turbulência. -crítica às teorias baseadas em uma amostra clínica. - os comportamentos desajustados têm mais espaço na mídia e assustam os adultos, gerando maior preocupação e atenção por parte deles. - a ideia dessa teoria é a de que as dificuldades não costumam se apresentar de forma simultânea, fazendo com que o adolescente lide com cada desafio por vez; após a puberdade, a sequência dos eventos varia de acordo com a cultura. - o estresse ocorre quando esses desafios são apresentados simultaneamente e não encontram suporte familiar e social. -de todo modo, em qualquer circunstância, acredita-se na participação ativa do adolescente (agência) para a construção de seu processo de desenvolvimento, o que ajuda a construir uma estrutura conceitual mais realista sobre o modo como os adolescentes lidam com os desafios que se apresentam nessa fase.