O Cânon Bíblico: Paulo R. B. Anglada
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Anglada
O Cânon Bíblico
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Paulo R. B. Anglada
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Origem
Os Massoretas
O Cânon Massorético
Os Profetas (Neviim):
Anteriores: Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis.
Os Escritos (Kêtuvim):
Poesia e Sabedoria: Salmos, Provérbios e Jó.
Rolos ou Megilloth (lidos no ano litúrgico): Cantares (na páscoa), Rute (no pentecostes),
Lamentações (no quinto mês), Eclesiastes (na festa dos tabernáculos) e Ester (na festa
de purim).
O Cânon Consonantal
Desde Artaxerxes (sucessor de Xerxes) até nossos dias, tudo tem sido
registrado, mas não tem sido considerado digno de tanto crédito quanto
aquilo que precedeu a esta época, visto que a sucessão dos profetas
cessou. Mas a fé que depositamos em nossos próprios escritos é percebida
através de nossa conduta; pois, apesar de ter-se passado tanto tempo,
ninguém jamais ousou acrescentar coisa alguma a eles, nem tirar deles
coisa alguma, nem alterar neles qualquer coisa que seja.[5]
Além de Josefo, Mileto, Bispo de Sardes, diz ter viajado para o Oriente,
em 170, com o propósito de investigar a ordem e o número dos livros do
Antigo Testamento; Orígenes, o erudito do Egito, que morreu em 254;
Tertuliano (160-250), pai latino contemporâneo de Orígenes; e Jerônimo
(340-420), entre outros, confirmam o cânon hebraico de vinte e dois ou
vinte e quatro livros (dependendo do agrupamento ou não de Rute e
Lamentações).
Vale salientar ainda que a versão siríaca Peshita, que bem pode ter sido
feita no século II ou III,[7] ou até mesmo no século I,[8] nos manuscritos
mais antigos, não contém nenhum dos apócrifos.
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Origem
A Septuaginta
Livros de História: Josué, Juízes, Rute, 1-2 Samuel, 1-2 Reis (chamados 1-2-3-4 reinados), 1-2
Crônicas, 1-2 Esdras (o primeiro apócrifo), Neemias, Tobias, Judite e Ester.
Livros Proféticos: Profetas Menores; Profetas Maiores: Isaías, Jeremias, Baruque, Lamentações,
Epístola de Jeremias, Ezequiel, e Daniel (incluindo as histórias de Susana, Bel e o Dragão e o
cântico dos Três Varões).
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A Vulgata
Conclusão
Por ironia da História, a Vulgata de Jerônimo, o qual não considerava
canônicos os livros apócrifos,[13] veio a ser a principal responsável pela
inclusão destes mesmos livros no cânon católico.
A obra dos reformadores foi maior do que se pode pensar à primeira vista.
Eles não apenas redescobriram as doutrinas básicas do evangelho, como a
doutrina da salvação pela graça mediante a fé. Eles redescobriram
também o cânon. Graças a eles e ao testemunho do Espírito Santo, a
igreja protestante reconhece como canônicos, com relação ao Antigo
Testamento (é claro), os mesmos livros que Jesus e os apóstolos, e os
judeus de um modo geral sempre reconheceram.
É claro, entretanto, que não se poderia esperar que todos os vinte e sete
livros do Novo Testamento viessem a ser imediata e simultaneamente
reconhecidos como inspirados, por todas as igrejas, logo na época em que
foram escritos. Algum tempo seria necessário para que os quatro
Evangelhos, o livro de Atos, as epístolas, e o livro de Apocalipse
alcançassem todas as igrejas. Afinal, no final do primeiro século e no início
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Isso não significa dizer, entretanto, que seja a igreja quem tenha
determinado o cânon. Quem determinou o cânon foi o Espírito Santo que o
inspirou. A igreja apenas o reconheceu, o discerniu, pela iluminação do
próprio Espírito Santo, que habita nos seus membros individuais. William
Whitaker, professor de Teologia na Universidade de Cambridge, no livro
Disputation on Holy Scripture, publicado em 1588, e freqüentemente
citado na Assembléia de Westminster, resume o papel da igreja como
corpo e dos crentes individuais com relação ao reconhecimento do cânon,
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Logo no final do primeiro século e início do segundo (até 120 d.C.), boa
parte dos livros do Novo Testamento já era conhecida, citada e até
reverenciada como autoritativa pelos primeiros escritos cristãos que
chegaram até nós. É o caso da Carta de Clemente de Roma aos Coríntios,
escrita por volta do ano 95; das cartas de Inácio de Antioquia da Síria,
bispo que morreu martirizado em Roma entre 98 e 117; da Epístola aos
Filipenses, de Policarpo, discípulo de João que morreu martirizado, escrita
pouco antes do martírio de Inácio; etc. Apenas a segunda e terceira Carta
de João e a carta de Judas não são mencionadas nestes escritos mais
antigos; obviamente por falta de oportunidade, visto serem muito
pequenas.
2) Origem Apostólica
Pelo lado humano, a origem apostólica foi, sem dúvida, o critério mais
importante considerado pela igreja, para o reconhecimento da
canonicidade do Novo Testamento. Assim como os profetas (no sentido
lato) do Antigo Testamento eram a voz autorizada de Deus para o povo — e
de algum modo, todos os livros do AT têm origem profética — assim
também a origem apostólica autenticava um livro como autoritativo, e
conseqüentemente canônico. Os apóstolos eram as testemunhas
autorizadas escolhidas por Jesus, como dirigentes da igreja que surgia.
Para os pais da igreja este era o critério mais importante. Fosse possível
provar que um determinado livro era de origem apostólica, isso seria
suficiente para ser reconhecido como canônico. Por outro lado, havendo
dúvida quanto à origem apostólica fatalmente haveria relutância — como
realmente houve — na aceitação da canonicidade de um livro.
4) As Evidências Internas do NT
Isto, entretanto, não significa de modo algum que os autores dos livros do
Novo Testamento e seus primeiros leitores não tivessem consciência da
inspiração desses livros. Alguns assim afirmam dizendo que, de início, as
cartas e Evangelhos foram escritos e recebidos como cartas e livros
comuns, sem pretensão de inspiração ou canonicidade, por parte dos
autores e leitores. Contudo tal afirmação não corresponde aos fatos. Há,
no prório Novo Testamento, evidências claras da inspiração, autoridade e
conseqüente canonicidade desses livros. O apóstolo Paulo não escreve
como alguém que aconselha, exorta ou ensina de si mesmo, mas com
autoridade divina, extraordinária. De onde provém a autoridade de Paulo,
ao exortar os Gálatas (1:8), dizendo: “...ainda que nós, ou mesmo um anjo
vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos tenho pregado,
seja anátema”? Ele explica logo a seguir, quando afirma: “...o evangelho
por mim anunciado não é segundo o homem; porque eu não o recebi, nem
o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo” (Gl
1:11,12).
Outra razão ainda temos nós para incessantemente dar graças a Deus: é
que, tendo vós recebido a palavra que de nós ouvistes, que é de Deus,
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Os Livros Disputados
É claro que estas dificuldades são todas aparentes. Estilo não pode ser
determinante, pois a natureza do assunto pode acarretar mudança de
estilo. Além disso era comum o uso de amanuenses. Tamanho “também
não é documento;” e assuntos relativamente menos importantes tornam-
se importantíssimos em determinadas circunstâncias — a História da Igreja
tem comprovado isso. Quantas vezes as cartas de Judas, 2 e 3 João têm
sido de valor inestimável para pessoas e igrejas específicas! A
“discrepância” doutrinária de Tiago já tem sido suficientemente
explicada: é apenas aparente. A relutância por parte de alguns, no
terceiro ou quarto séculos em reconhecer a canonicidade desses livros não
deve de modo algum ser encarada como necessariamente depreciativa.
Pelo contrário, por mais que tenham sido submetidos a teste, até pelos
reformadores, esses livros foram aprovados pela História, e encontraram
lugar seguro e imbatível no cânon do Novo Testamento.
Conclusão
NOTAS:
[2] Ordem dos escribas que originou-se com Esdras, e que se estendeu até
200 AD, cuja função era preservar puro o texto bíblico.
[4] Ele menciona vinte e dois, ao invés de vinte e quatro, porque com
certeza, originalmente, Rute era agrupado com Juízes e Lamentações com
Jeremias.
[9] Com exceção de Enoque 1:9, aludido em Judas 14-16; contudo, não
citado autoritativamente, e sim como qualquer outro autor; assim como
Paulo cita Arato em Atos 17:28 e Menander em 1 Coríntios 15:33.
[15] A Epístola aos Gálatas foi escrita por volta de 48/50 e o Livro de
Apocalipse entre 81/96.
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