Capela de Nosso Senhor Do Bonfim
Capela de Nosso Senhor Do Bonfim
Capela de Nosso Senhor Do Bonfim
Repensar
o sagrado
As tradições religiosas no Brasil e sua dimensão informacional
REPENSAR O SAGRADO:
AS TRADIÇÕES RELIGIOSAS
NO BRASIL E SUA DIMENSÃO
INFORMACIONAL
Florianópolis, SC
Rocha Gráfica e Editora Ltda.
2021
Coordenação do Selo Nyota
Franciéle Carneiro Garcês da Silva
Nathália Lima Romeiro
Site: https://www.nyota.com.br/
R425
Inclui Bibliografia.
Disponível em: https://www.nyota.com.br/.
ISBN 978-65-87264-47-9 (E-book)
ISBN 978-65-87264-48-6 (Impresso)
É permitido:
Copiar, distribuir, exibir e executar a obra
Criar obras derivadas
Condições:
ATRIBUIÇÃO
Você deve dar o crédito apropriado ao(s) autor(es) ou à(s) autora(s)
de cada capítulo e às organizadoras da obra.
APRESENTAÇÃO ............................................................................................... 9
PREFÁCIO - FÊMEA DE SETE EXUS ........................................................ 15
Elisa Larkin Nascimento
A ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO RELIGIOSO: ANÁLISE DA
REPRESENTAÇÃO DO CANDOMBLÉ, DO ISLAMISMO E DA
UMBANDA EM SISTEMAS DE ORGANIZAÇÃO DO
CONHECIMENTO ............................................................................................ 21
Marcos Luiz Cavalcanti de Miranda
Deniz Costa
Fabio Gomes da Silva
“NARCISO ACHA FEIO O QUE NÃO É ESPELHO”: INDUMENTÁRIA,
SEMIOSE E RACISMO RELIGIOSO ........................................................... 45
Maria Aparecida Moura
Nayara de Oliveira Santos
A SALVAGUARDA DOS LUGARES SAGRADOS: AÇÕES
AFIRMATIVAS PARA A VALORIZAÇÃO DA MEMÓRIA E DO
PATRIMÔNIO CULTURAL AFRO-BRASILEIRO ................................... 69
Luciane Barbosa de Souza
O PÁRAMO DAS POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO E A EMERGÊNCIA
PATRIMONIAL DE EX-VOTOS NO BRASIL .......................................... 89
Ismaelly Batista dos Santos Silva
Genivalda Cândido da Silva
DAS TRÊS MARIAS DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO ÀS MARIAS
DOS TERREIROS AFRO-DIASPÓRICOS: DESCOLONIZANDO A
ARQUIVOLOGIA, A BIBLIOTECONOMIA E A MUSEOLOGIA ..... 119
Diogo Jorge de Melo
Thayron Rodrigues Rangel
A CAPELA DO NOSSO SENHOR BOM JESUS DO BONFIM DA
ÁGUA VERMELHA DE JOÃO DE CAMARGO COMO UM ESPAÇO
MUSEAL DA CIDADE DE SOROCABA (SP) ......................................... 145
Diogo Jorge de Melo
Lidiane da Costa Monteiro
A IMPORTÂNCIA DAS COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE PARA
A DIFUSÃO DA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO ................................... 171
Luciano Araujo Monteiro
AS RELIGIÕES DE MATRIZES AFRICANAS NA LIBRARY OF
CONGRESS SUBJECT HEADINGS: UMA ABORDAGEM AOS
ESTUDOS CULTURAIS ................................................................................ 183
Marcos Luiz Cavalcanti de Miranda
LEITURA ICONOGRÁFICA DA CATEDRAL DA SÉ (SÃO PAULO, SP)
E VALORIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL, HISTÓRICO E
RELIGIOSO ...................................................................................................... 209
Pamela Cristine Rebelato Santana
Paula Ferreira Vermeersch
Zaira Regina Zafalon
NARRATIVAS ORAIS, MEMÓRIAS E SABERES: UM DIÁLOGO
ENTRE O CANDOMBLÉ E AS EPISTEMOLOGIAS DO SUL ........... 239
Jorge Gomes Junior
O REFLEXO DO ABEBÊ - O FEMININO DO CANDOMBLÉ
TRANSBORDADO NAS REDES SOCIAIS ............................................. 257
Cristiano Sant’Anna
Isadora Souza Silva
ASPECTOS POLÍTICOS E ARQUIVÍSTICOS DA DOCUMENTAÇÃO
SOBRE FREI TITO DE ALENCAR LIMA ................................................. 279
João Marcus Figueiredo Assis
REPENSAR O SAGRADO A PARTIR DA IGREJA DAS SANTAS
PRETAS: DEBAIXO DA GRANDE ÁRVORE, DURANTE O CHÁ DA
DONA JOVEM! ............................................................................................... 297
Mauro Luiz da Silva
MACUMBARIAS NOS CARNAVALISMOS: DISSEMINAÇÃO DE
NARRATIVAS PRETAS ............................................................................... 327
Rennan Carmo
A BANTUNIZAÇÃO NA NGANA KINGONGO: RECENTRANDO OS
REFERENCIAIS ............................................................................................... 349
Lembá Reis - Tata Kambondo
Tata Walter de Nkosi - Walter José Teixeira da Silva
Mam’etu Madozã - Rosemary Alves Queiroz
KILOOMBO CONTEMPORÂNEO: UNZÓ IA KISIMBI RIA MAZA
NZAMBI ............................................................................................................ 367
Tássio Ferreira
A REPRESENTAÇÃO DO PROFANO NO REGISTRO DO CÍRIO
COMO PATRIMÔNIO IMATERIAL BRASILEIRO: O CASO DO AUTO
DO CÍRIO EM BELÉM/PA ........................................................................... 385
Nicolle Manuelle Bahia Bittencourt
Hamilton Vieira de Oliveira
ENTRE A ÉTICA E A TOLERÂNCIA: RELATOS DE EXPERIÊNCIAS
SOBRE AS POSSIBILIDADES DA AFROPERSPECTIVA PARA A
DECOLONIALIDADE.................................................................................... 405
Wudson Guilherme de Oliveira
TESES E DISSERTAÇÕES SOBRE RELIGIÃO NA CIÊNCIA DA
INFORMAÇÃO BRASILEIRA ..................................................................... 421
Bruno de Almeida
Nathalia Romeiro
Franciéle Carneiro Garcês da Silva
SOBRE OS/AS ORGANIZADORES/AS .................................................. 449
SOBRE OS/AS AUTORES/AS ................................................................... 453
Repensar o Sagrado: as tradições religiosas no Brasil e sua dimensão informacional
1 INTRODUÇÃO
Museus são instituições que se consolidaram no âmbito
das culturas ocidentais que acabaram por se difundir por todo
o planeta. Muitos autores atribuem sua origem ao Mouseion
de Alexandria e, em outras instituições, que possuem
tradições semelhantes, como os Gabinetes de Curiosidades
no século XVII. No entanto, devemos ter em mente que a
constituição e a consolidação dos museus estão diretamente
ligadas aos processos de preservação da memória e da
construção de identidades.
Ao serem reconhecidos como agentes patrimoniais, os
museus se tornaram importantes ferramentas para a
implementação dos nacionalismos, como nos foi mostrado
por Benedict Anderson (2008). Tal autor considerou os
Museus – assim como os censos e a cartografia (mapas) –
instrumentos utilizados na constituição das nacionalidades no
século XIX, a dita era da reprodução mecânica. Essas
categorias
___
146
Repensar o Sagrado: as tradições religiosas no Brasil e sua dimensão informacional
___
149
Diogo Melo, Luane Santos, Nathália Romeiro, Thayron Rangel (Org.).
podendo existirem diversas conotações para o termo, que podem ser, por
exemplo, documentos históricos, de arquivo, livros e museália (DODEBEI,
2000).
39 Aqui nos referimos às três principais áreas do conhecimento ligadas à
estes foram estabelecidos com base empírica, através das visitações que
ocorrem na Capela.
___
153
Diogo Melo, Luane Santos, Nathália Romeiro, Thayron Rangel (Org.).
47 A história aponta que seu principal adversário era a Igreja Católica, que
___
162
Repensar o Sagrado: as tradições religiosas no Brasil e sua dimensão informacional
49 Acreditamos que era para estar escrito Nossa Senhora das Graças.
___
163
Diogo Melo, Luane Santos, Nathália Romeiro, Thayron Rangel (Org.).
___
164
Repensar o Sagrado: as tradições religiosas no Brasil e sua dimensão informacional
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao encerrarmos a nossa visita, quando já estávamos na
calçada, de saída, observando o monumento dedicado ao
João de Camargo, localizado na praça externa, uma cena nos
chamou bastante atenção. Um rapaz, com roupa de
estudante, ao passar por nós, também naquela calçada,
cumprimentou o monumento, falando “boa tarde João”. Ou
melhor, o rapaz saudou à representação simbólica de João de
Camargo. Tal cena nos deixou bastante reflexivos.
Percebemos, naquele momento, o quanto Nhô João de
Camargo está vivo e ativo, naquele contexto social, como os
mortos-viventes das culturas afro diaspóricas (RAMOSE,
1999, 2002).
Logo, as relações imaginadas dessa comunidade estão
postas, relacionalmente, com Nhô João de Camargo. Fato
este que, sob nosso ponto de vista é um aspecto
importantíssimo, que nos conduz a pensar numa concepção
de musealidade50 presente nesta Igreja, reconhecendo as
existências de importantes relações patrimoniais, mas
principalmente relações fratrimoniais51, de trânsitos dos
corpos, com nosso passado, memória, imaginário,
materialidade, imaterialidade e sentidos.
REFERÊNCIAS
ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas. São Paulo:
Companhia das Letras, 2008.
___
167
Diogo Melo, Luane Santos, Nathália Romeiro, Thayron Rangel (Org.).
___
169
Diogo Melo, Luane Santos, Nathália Romeiro, Thayron Rangel (Org.).
___
170