Saude Seguranca PDF
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Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
1ª Edição
Belo Horizonte
Poisson
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2022
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
Conselho Editorial
Dr. Antônio Artur de Souza – Universidade Federal de Minas Gerais
Ms. Davilson Eduardo Andrade
Dra. Elizângela de Jesus Oliveira – Universidade Federal do Amazonas
Msc. Fabiane dos Santos
Dr. José Eduardo Ferreira Lopes – Universidade Federal de Uberlândia
Dr. Otaviano Francisco Neves – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Dr. Luiz Cláudio de Lima – Universidade FUMEC
Dr. Nelson Ferreira Filho – Faculdades Kennedy
Ms. Valdiney Alves de Oliveira – Universidade Federal de Uberlândia
Formato: PDF
ISBN: 978-65-5866-154-2
DOI: 10.36229/ 978-65-5866-154-2
CDD-658
Sônia Márcia Soares de Moura – CRB 6/1896
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Commons 4.0.
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crédito, não podendo ser utilizado para fins comerciais e nem ser alterada.
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www.poisson.com.br
contato@poisson.com.br
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
Comissão Organizadora
Pandea Priam Siqueira Pinto
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Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
Prefácio
Estar em sala de aula é muito importante, no entanto o aprender é o mais valioso, as
pesquisas e projetos de extensão levam a um grande aprendizado, obter novos
conhecimentos tanto teórico como pratico, traz uma mistura de ideias, pensamentos e
duvidas em nossa mente, trazendo assim a vontade de pesquisar e estar em campo, a fim
de deter-se de maior conhecimento.
Os artigos escritos pelos acadêmicos de segurança do trabalho traz uma ótima maneira
de pensar e analisar o trabalho exercido pelos profissionais desta área, o dia a dia a qual
estão expostos, as diversas maneiras de procurar prevenir acidentes, incentivar o
trabalho seguro e principalmente preservar pelo bem-estar dos colaboradores e do meio
ambiente em toda uma organização.
Neste livro, você deve encontrar um pouco das áreas em qual o profissional e segurança
atua, tanto na prevenção como nas consultorias visando a prevenção de acidentes, você
também deve encontrar durante a leitura, situações a qual possivelmente já passamos,
ou tenha apenas ouvido falar em uma roda de conversa, combate a incêndio, inclusão,
situações atuais devido a pandemia de COVID-19 e uma delas não tão antiga assim, o
trabalho escravo, que sim ainda existe na atua realidade em que vivemos, tudo isso você
ficara sabendo durante a sua jornada de leitura nesta pequena obra, porém de grande
conhecimento.
E com grande satisfação que faço parte deste sonho, da realização e orientação na
criação do e-book, feito pelos acadêmicos do curso de Segurança no Trabalho, foi
incentivador e gratificante participar desta conquista e mais ainda poder ver o
crescimento dos discentes durante toda a sua formação acadêmica, parabéns e sucesso a
todos.
Orientador
Prof. Esp. Pandea Priam Siqueira Pinto 5
Sumário
Capítulo 1: Cultura de gestão e segurança no trabalho: Um estudo de sua influência no
desempenho das pessoas dentro das organizações .................................................................. 8
Letícia Vasconcelos da Silva, Pandea Priam Siqueira Pinto
DOI: 10.36229/ 978-65-5866-154-2.CAP.01
Sumário
Capítulo 8:A gestão de saúde e segurança do trabalho na indústria 4.0: Os benefícios de
um sistema especializado em saúde e segurança do trabalho, em cumprimento ao
GRO/PGR e ao esocial ........................................................................................................................... 73
Juliana Figueiredo Sena, Pandea Priam Sirqueira Pinto
DOI: 10.36229/ 978-65-5866-154-2.CAP.08
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Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
Capítulo 1
Cultura de gestão e segurança no trabalho: Um estudo
de sua influência no desempenho das pessoas dentro
das organizações
Letícia Vasconcelos da Silva1
Pandea Priam Siqueira Pinto2
Resumo: O estudo apresentado nesse artigo tem por objetivo analisar a cultura de
segurança e saúde no trabalho e qual sua influência no desempenho das pessoas nas
organizações. As organizações que possuem uma cultura de saúde e segurança do
trabalho implantada apresentam um desempenho de atuação mais eficiente,
melhorando os resultados de seus processos, promovendo a saúde e a satisfação dos
funcionários, garantindo um ambiente de trabalho seguro e com níveis de acidentes de
trabalhos reduzido. Apesar de saber que o ser humano é o principal beneficiário da
segurança dentro das organizações, nas suas diversas funções, ainda assim, há uma
inconsistência na gestão em que se refere a não aplicar de forma mais convincente,
aplicando os programas voltados a segurança apenas em função para atendimento à
legislação que se dispõe. A cultura de saúde e segurança do trabalho é definida como
uma abordagem comportamental dentro de uma organização, que alcança a maneira de
agir e pensar, assim também como o desempenho de seus colaboradores. Através de um
estudo exploratório com base em uma pesquisa qualitativa por meio de uma revisão
bibliográfica, o trabalho traz um conjunto de conceitos sobre cultura organizacional, de
gestão e segurança, evidenciando a importância da compreensão destes conceitos para o
sucesso das corporações.
1. INTRODUÇÃO
O conhecimento gerado nas últimas décadas sobre a prevenção de acidentes de trabalho
vem estimulando profissionais da área de segurança do trabalho a repensarem no
modelo de gestão e como deve ser aplicado, de uma forma em que os seus colaboradores
individualmente e coletivamente centrem de forma lógica a sua importância. Se exige
certa compreensão em que tais comportamentos únicos podem ser impactados em
transformações tanto positivas como negativas, e na perspectiva de modificações das
condições e relações de trabalho.
Certifica-se também não apenas o surgimento, mas o crescimento de patologias
relacionadas ao trabalho, assim como a persistência de acidentes típicos no âmbito
organizacional.
A saúde e segurança organizacional estão interligadas fundamentalmente aos processos
de gestão e organização permitidos por atitudes que impactam na saúde dos
trabalhadores. Quando acontece um acidente de trabalho, uma sequência de fatores
indesejáveis sobrevém nas organizações, tanto de forma econômica e social, como por
exemplo, interrupção da rotina de produção, substituição de mão de obra do
trabalhador acidentado, pagamento de horas extras, absenteísmo, e mencionar os
prejuízos para com a imagem da organização.
É neste contexto que se evidencia a importância da prática e do estabelecimento de uma
cultura de segurança, tanto quanto sua maturidade, focada na saúde e segurança do
trabalho, voltada na formação e no desenvolvimento humano. Porém, as questões
culturais, inúmeras vezes, se tornam obstáculos significativos quando se tem
dificuldades em sua implementação. Pois, a gestão de segurança em algumas
organizações não dá a devida importância ao fator cultural e apenas segue diretrizes por
questões econômicas e em aspectos legais.
Um dos fatores de mais difícil compreensão nesse sentido é a própria subjetividade
humana, pois os interesses, valores, motivações, ou seja, a singularidade de cada pessoa
influencia um grupo de modo geral. Por esse motivo, há um papel fundamental
desempenhado pela cultura organizacional e de segurança na determinação de sucesso
ou fracasso de uma corporação.
Por isso, o presente artigo tem como objetivo elucidar através de elementos que, no
entender, são decisivos para que se haja uma prática competente de cultura de
segurança, bem como a sua influência no desempenho das pessoas dentro de
organizações e contribuir para a compreensão desta temática.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 CULTURA ORGANIZACIONAL
As organizações estão inseridas dentro de um ambiente e interagem com ele, recebendo
influências e influenciando-o. Os indivíduos que atuam nas organizações são agentes que
contribuem para essa troca constante, sendo seus valores componentes para a formação
da cultura da organização. 9
Uma vez que a organização tem como uma das suas principais características a interação
humana, devem ser levados em consideração os padrões de comportamento de todos os
indivíduos da organização, desde o simples funcionário à alta administração (Marchiori,
2006; Perez e Cobra, 2017 apud Fukushigue, 2019). Nesse contexto, observa-se que o
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sistema de lei e normas das organizações, quando em contato com os princípios morais,
éticos e culturais dos seus colaboradores propicia o desenvolvimento de um sistema de
costumes e valores que dará procedência ao comportamento organizacional.
Pode-se ressaltar que a cultura possui como característica o desenvolvimento de inter-
relações entre os membros desses subgrupos e a capacidade que estes possuem de se
adaptar no meio que estão inseridos. “Falar em cultura implica falar sobre a capacidade
de adaptação do indivíduo à realidade do grupo no qual está inserido” (Pires, Macêdo,
2005).
Toda organização possui sua própria cultura. A cultura organizacional é uma das
inúmeras formas de se diferenciar as organizações. Cada uma possui seu traço
característico, sua maneira de lidar com determinadas situações em busca de sua
missão. É importante então identificar qual a cultura presente em determinada
organização para que se tenha ideia do porquê ela se comporta de determinada maneira
e aonde quer chegar.
As organizações são realidades sociais construídas de forma compartilhada, onde sua
estrutura organizacional é um conjunto de
regras, políticas, objetivos, missões, descrições de cargos e
procedimentos operacionais padronizados que desempenham
uma função interpretativa que atuam como pontos primários de
referência para o modo pelo qual as pessoas pensam e dão sentido
aos contextos nos quais trabalham (Morgan, 1996)
Para Morgan, toda organização está inserida em um espaço cultural e social e é este
espaço que determina como a organização será administrada, recebendo influência do
contexto cultural onde se insere. Ela depende de pessoas para atingir seus objetivos, e
por meio dessa interação entre pessoas que se definem os propósitos das atividades
realizadas nas organizações.
Entender organização como cultura é reconhecer o papel ativo dos indivíduos na
construção da realidade organizacional e no desenvolvimento de interpretações
compartilhadas para as suas experiências.
Para Perez e Cobra (2017) cultura organizacional talvez seja o espelho da alma de uma
instituição. Compreender seu significado e a sua importância é essencial na formulação
de estratégica, pois é parte do processo de gestão empresarial. Percebe-se, então, que a
cultura de uma organização será um conjunto de características que a diferencia em
relação a qualquer outra. Pois assume um papel de legitimadora do sistema de valores,
através de rituais, mitos, hábitos e crenças comuns entre os membros de uma
organização, que assim produzem normas de comportamento genericamente aceitas por
todos.
Fonte: Adaptado de Cooper (2000 apud Gonçalves Filho, Andrade e Marinho 2011) 11
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
3. METODOLOGIA
A metodologia utilizada para este estudo baseou-se em uma pesquisa de revisão
bibliográfica sobre o tema (cultura de gestão e segurança do trabalho), uma vez que
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partirá de um estudo sistematizado que se desenvolve com base em material já
elaborado, constituído principalmente em livros, artigos científicos, revistas e base de
dados em redes eletrônicas.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Um estudo realizado com cerca de 20.000 pessoas, conduzido em cinquenta grandes
empresas ao redor do mundo e analisando um grande número de pesquisas em várias
áreas, analisou e concluiu que, segundo McGregor e Doshi (2015) a razão do trabalho
determina a qualidade do trabalho em sim. Ou seja, o motivo pelo qual uma pessoa
trabalha terá um grande impacto na qualidade de sua performance. Quanto mais forte
for o motivo pelo qual se trabalha, melhor tende a ser seu trabalho.
Quando se fala em motivo pelo qual uma pessoa trabalha, está diretamente ligada a
cultura organizacional, pois é a cultura que vai ajudar a criar esse senso de propósito em
seus colaboradores.
Um outro estudo realizado por Chandler e Kapelner (2013), onde pesquisadores
dividiram cerca de 2.500 pessoas em dois grupos e pediram para que fossem analisadas
imagens médicas em busca de “objetos de interesse”. Para um desses grupos os
pesquisadores disseram que as imagens seriam descartadas. Para o grupo seguinte, os
pesquisadores disseram que as imagens possuíam “células tumorais cancerígenas”. Um
ponto importante do estudo era que todos os participantes do estudo eram pagos por
imagem analisada, pois quanto mais imagens analisadas, mais receberiam.
Como resultado deste estudo, se obteve que: o grupo com “significado” (células
cancerígenas) passou mais tempo analisando cada imagem, ganhando em média 10% a
menos do que o grupo onde as imagens seriam descartadas. Em suma, a qualidade do
trabalho daquelas pessoas que estavam trabalhando por um motivo importante, fora
muito superior do que a qualidade do trabalho das pessoas que analisaram imagens que
seriam descartadas. Portanto, dá um significado ao trabalho resultou num melhor
desempenho.
Segundo Deci & Ryan (2013), a razão pela qual as pessoas trabalham seriam por três
fatores que ajudariam as pessoas a terem um melhor ou um pior desempenho e,
portanto, a cultura da organização terá sua influência nesses fatores. Referente ao fator
cultural que aumenta o desempenho:
1. Diversão: É motivado pelo próprio trabalho. Trabalha por que gosta.
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2. Propósito: Quando o resultado do trabalho que realizam tem uma relação
direta com a identidade da pessoa.
3. Potencial: Quando o trabalho aumenta o potencial da pessoa e está se
beneficia.
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
5. CONCLUSÃO
A referida pesquisa teve como objetivo analisar e contribuir sobre o tema cultura de
gestão de segurança no trabalho, e como sua implementação é apenas benéfica em
esferas organizacionais. Uma vez que inserida, e atingindo assim a sua maturidade de
cultura de segurança no nível mais alto, a organização trará os melhores índices em
relação a acidentes de trabalho, pois reduzirá tais acontecimentos indesejáveis e terá um
controle maior sobre eles, podendo assim alcançar um processo de melhoramento
contínuo.
A revisão da literatura utilizada mostrou que elementos como a falta de cultura de
segurança, é sinalizada como um dos fatores interligados para acarretar acidentes em
ambientes ocupacionais. Por esse motivo, percebe-se a importância do sistema de
gestão de segurança está solícito em questões como a própria cultura de segurança e
conhecer seu próprio nível de maturidade para poder estabelece-lo de forma prática,
envolvendo assim seus colaboradores a terem atitudes e percepções de seus
comportamentos, a fim de se ter os melhores resultados. Revelando, portanto, que é
preciso avançar na construção de uma cultura de segurança dentro das organizações em
função de um melhoramento contínuo e principalmente na saúde do trabalhador.
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Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
REFERÊNCIAIS BIBLIOGRÁFICAS
[1] CHANDLER, Dana; KAPELNER, Adam. Breaking Manotony with meaning:
Motivation in crowdsourcing markets. Journal of Economy Behavior & Organization.
2013
[2] COOPER, D. Improving safety culture: a practical guide. Londres: Wiley, 1998. 318
p.
[3] DECI, Edward L., RYAN, Richard M. Intrisic Motivation and Self-Determination
in Human Behavior. University of Rochester. Nova York. 2013
[4] FLEMING, M. Safety Culture Model. Edinburgh: Health ans Safety Executive -
HSE, 2001.
[5] FUKUSHIGUE, Kelly Aiko. Segurança do Trabalho: Uma proposta de um
Framework Integrador entre níveis de maturidade de Cultura de Segurança do
Trabalho, perfis de liderança e análise hierárquica de processos (AHP). Curitiba, 2019
[6] GONÇALVES FILHO, A. P.; ANDRADE, J. C. S.; MARINHO, M. M. de O. Cultura e
gestão da segurança no trabalho: uma proposta de modelo. V. 18, n. 1, p.205-220,
dez. 2011.
[7] GONÇALVES FILHO, A. P.; ANDRADE, C. S.; MARINHO, M. M. D. O. Modelo para a
gestão da cultura de segurança do trabalho em organizações industriais. Revista
Produção, v. 23, n. 1, p. 178 - 188, jan/mar. 2013.
[8] HUDSON, P. T. W. Safety management and safety culture: the long, hard and
winding road. Occupational health and safety management systems, p. 3-32, 2001
[9] INTERNATIONAL NUCLEAR SAFETY ADVISORY GROUP. (1986). Summary
Report on the Post Accident Review Meeting on the Chernobyl Accident. Vienna:
Author IAEA 75- INSAG-1.
[10] MARCHIORI, M. Cultura e comunicação organizacional: um olhar estratégico
sobre a organização. São Caetano: Difusão Editora, 2006.
[11] MCGREGOR, Lindsay; DOSHI, Neel. How Company Culture Shapes Employee
Motivation. Harvard Business Review. 2015
[12] MORGAN, G. Imagens da organização. São Paulo: Atlas, 1996.
[13] PEREZ, F. C.; COBRA, M. Cultura organizacional e gestão estratégica: a cultura
como recurso estratégico. 2ª. ed. são Paulo: Atlas, 2017.
[14] PIRES, José Calixto de Souza; MACÊDO, Kátia Barbosa. Cultura organizacional
em organizações públicas no Brasil. Revista de Administração Pública. Rio de Janeiro,
2006.
[15] REASON, J. Achieving a safe culture: Theory and practice. Work and Stress, 12,
293−306, 1998.
[16] ROCHA, Álvaro; VASCONCELOS, José Braga de. Os modelos de maturidade na
gestão de sistemas de informação. Revista da Faculdade de Ciência e Tecnologia. 16
Porto. 2004
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
Capítulo 2
Saúde e segurança nas oficinas de costura:
Trabalhadores em condições análogas à escravidão
em setores de costura no Brasil
Janaina Duarte Dutra3
Pandea Priam Siqueira Pinto4
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1. INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como objeto de estudo, a saúde e segurança dos trabalhadores
que atuam como costureiros nas oficinas de costura no Brasil, mais concretamente as
oficinas de costuras clandestinas, que agem contra a Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), Código Penal e Normas Regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE). Tais oficinas que são um antro de trabalho escravo, e apresentam um
conjunto de atividades agravantes que põem em risco a integridade física e mental de
seus trabalhadores, atividades essas, que se adequam como trabalho escravo
contemporâneo. A prática atual de trabalho escravo é um crime contra a dignidade
humana reconhecido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Assim, desenvolvendo as alegações de que o Brasil está entre os países que sediam o
trabalho escravo atualmente, tendo esse problema das raízes, de anos, as relações
escravistas moldaram a sociedade brasileira, hoje estima-se que a desigualdade social, a
exploração, xenofobia, racismo entre outros, são frutos da escravidão, essa realidade
assombra o território brasileiro. Hoje, devido questões financeiras e sociais, existem
milhares de trabalhadores que estão sujeitos ao trabalho escravo, na maioria imigrantes
que vem para o Brasil em busca de melhorias, e migram para vários setores para
trabalho, incluindo os setores de costura, tais como as oficinas. Há vários relatos de
pessoas resgatadas pela fiscalização de trabalho brasileira, que fundamentam o
argumento que em pleno século XXI, ainda existem pessoas em condições análogas à
escravidão nas oficinas de costuras clandestinas.
Os dados abordados nesse estudo, foram explorados pelos organismos de cunho
trabalhista e pela ONG Repórter Brasil, buscando descrever as condições de trabalho
vivenciados por trabalhadores brasileiros e imigrantes, que iniciam nos setores
escravistas, devido suas condições de pobreza. A inspiração para o presente artigo vem
da necessidade de combater e exterminar as empresas com rotinas escravistas no Brasil,
dando ênfase na importância da atuação da Segurança do Trabalho, para que tais
pretensões sejam realizadas de forma eficaz.
O setor de costura tem relevância gigantesca no mundo, empresas de marcas
reconhecidas mundialmente, e até mesmo as menos conhecidas, terceirizam sua
produção, e isso leva a grande numeração de oficinas de costuras clandestinas
existentes, o descaso dessas oficinas com seus trabalhadores é lamentável e crítico.
Mesmo com a existência da Segurança do Trabalho atuando firmemente para melhorias
de saúde e segurança aplicadas para a classe trabalhadora, a horrenda prática de
trabalho escravo nas oficinas sobrevive.
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Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 OFICINAS DE COSTURA
São inúmeras negligências que esses trabalhadores sofrem, por muitas vezes não ter
onde morar e não ter o que comer, ou seja, procuram meios de ganhar dinheiro para
auto sustento e para sustentar suas famílias, o que leva a se submeterem a essas
condições hostis.
Em seus países de origem não encontram condições para viver, então, para escapar
dessa situação, migram para outro país atrás de uma vida melhor, mas o que espera no
Brasil, contudo, está longe de ser uma realidade condizente, e sim, absoluta exploração.
As condições que os trabalhadores vivem nas oficinas de costura clandestinas é de se
questionar, a ilegalidade da integração vai contra a leis estabelecidas no Brasil. Hoje em
dia existe meios legais para se integrar em um emprego, o tráfico humano é desumano e
criminoso, é de longe uma das práticas mais horrendas existentes.
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Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
trabalhadores resgatados das oficinas de costura, que confirmam que em situações mais
radicais, ocorre o assédio sexual, que de acordo com o art. 216-A do Código Penal:
Figura 2: Ambiente precário onde trabalhavam dois irmãos, em São Paulo, Brasil
Fonte: Repórter Brasil
2.8 DA ERGONOMIA
Disponibilizar tratamento e acompanhamento psicológico para os costureiros
resgatados, e prepara-los para a reintegração no ambiente de trabalho, na mesma função
ou em qualquer outra que se sintam preparados fisicamente e mentalmente. Certificar-
se que a empresa está cumprindo com o que está disposto na Norma Regulamentadora
nº 17 que fala sobre Ergonomia. Como se trata de um local onde todas as máquinas são
apenas as máquinas de costura, e a operação dela exige movimentação dos membros
superiores e inferiores (pés), e devem ser realizadas sentado, certificar-se que a cadeira
seja ergonomicamente apropriada para o costureiro, e que haja a criação de outras
atividades para que seja aplicado o revezamento com os horários corretos, assim
diminuindo possíveis lesões e doenças ocupacionais, eliminando a produção excessiva e
exaustiva, montando um esquema de revezamento.
3. METODOLOGIA
3.1 MATERIAIS E MÉTODOS
O artigo será desenvolvido com base em uma pesquisa qualitativa de caráter
exploratório, e estudo de caso. Neste trabalho foram identificados e abordados fatores
que levam trabalhadores imigrantes e brasileiros a se sujeitarem ao trabalho escravo,
especificamente os costureiros das oficinas de costura clandestinas, e a tratativa da
Segurança do Trabalho em relação ao estudo em questão. Há uma coleta de informações
e dados de sites onde os trabalhadores resgatados dão o próprio depoimento e casos de
condições desumanas vividas por eles em ambientes chefiados por criminosos, e dada a
investigação de riscos ocupacionais bem como os riscos ergonômicos, de acidente e
psicossociais. Neste encalço, objetiva-se apresentar de forma clara, a real situação em
que se encontram os trabalhadores em condições análogas à escravidão nas oficinas de
costura praticantes de trabalho escravo.
Para a construção do presente artigo, foram consultados o site da ONG Repórter Brasil,
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assim como os veículos de comunicação (jornal online, blog), tal como o site oficial do
MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) e o site da Consolidação das Leis Trabalhistas
dentre outros endereços eletrônicos e bibliografias dispostas no referencial teórico
desta obra.
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A Segurança do Trabalho como uma das principais áreas de combate ao trabalho escravo
contemporâneo, com o aumento de auditores fiscais, para a multiplicação de
fiscalizações pelo país para que seja regularizado as oficinas de costura, conforme as
Normas Regulamentadoras.
Os dados do Radar SIT do Painel de Informações e Estatísticas da Inspeção do Trabalho
no Brasil, do Ministério da Economia, apontam que mais de 53 mil pessoas foram
resgatadas do trabalho escravo no país de 1995 a 2020 pelos Auditores Fiscais do
Trabalho (AFT).
De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), as fiscalizações realizadas
entre 2003 e 2014, encontraram várias irregularidades e negligencias enfrentados pelas
pessoas em condições análogas à escravidão, totalizando 34 casos, dos quais foram
libertados 452 costureiros de oficinas de costura fornecedoras de marcas populares,
onde a maioria se encontra no estado de São Paulo. A maiorias são imigrantes bolivianos
que estão de forma irregular no país.
A resistência do trabalho escravo no Brasil faz a sua história, tendo a sua origem nos
primórdios da sociedade brasileira, se tornando um crime, porém mesmo assim, a
prática persiste até os dias atuais. Entende-se que a condição de pobreza, conduz as
pessoas a se sujeitarem a situações hostis, para poder ter o mínimo de qualidade de vida.
Segundo o Ministério da Cidadania, 39,9 milhões de pessoas vivem na extrema pobreza
no Brasil. (GARCIA, 2021).
A frequente imigração de estrangeiros para o Brasil, pode ser um dos fatores que
contribui com o alto número de trabalho escravo, pois muitos vivem ilegalmente no país,
e buscam melhorias de vida, devido a alguma situação desastrosa do seu país de origem.
Os órgãos governamentais brasileiros apresentam falhas em suas políticas de
acolhimento de imigrantes em grande quantidade, fazendo com que a maioria procure
meios de sustento, e nesse caminho acabam encontrando empregadores criminosos que
utilizam mão-de-obra escrava.
Empresas de grandes marcas, tais como as de vestuários estão por trás do trabalho
escravo nas oficinas de costura, pois elas terceirizam sua produção e nesses casos a
precarização do trabalho pode se agravar, porque os terceirizados têm salários mais
baixos e estão submetidos a jornadas mais intensas do que os empregados diretamente
contratados pelas empresas.
Em 2020, houve uma queda brusca das fiscalizações de trabalho, devido a pandemia e
também pelo corte feito pelo Governo Federal da verba voltada para o combate do
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trabalho escravo no Brasil, fazendo com que supostamente haja contribuição para a
estatística de pessoas em condições análogas a de escravo.
A persistência do trabalho escravo nos setores de costura no Brasil, se dar por todos os
fatores apresentados, mesmo sendo um crime contra a dignidade humana, e tendo
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
5. CONCLUSÃO
O referido artigo possibilita o melhor entendimento sobre a de saúde e segurança dos
costureiros que vivem em condições análogas à escravidão nas oficinas de costura
clandestinas que descumprem a CLT e Normas Regulamentadoras, e submetem seus
trabalhadores a situações desumanas, se aproveitando de suas condições vulneráveis e
utilizando de um meio ilegal de recrutamento, como o tráfico humano, oferecendo
benefícios inexistentes, e isolando eles nas oficinas insalubres, fazendo com que
trabalhem 16h por dia com pequenos intervalos.
A exposição do tema é de extrema importância, pois a Segurança do Trabalho visa a
segurança de todos os trabalhadores, e as oficinas se apresentam como um antro de
práticas escravistas, e contribuem com o alto índice de trabalho escravo no país,
situação que vai contra as diretrizes de saúde e segurança no trabalho.
Dada à importância do assunto, torna-se necessário o desenvolvimento de sistemas mais
rigorosos para que as empresas sigam sem flexibilização as normas e legislações,
aumentando as fiscalizações trabalhistas nas empresas, verificando se as oficinas de
costura estão de acordo com as normas de segurança no trabalho, no ambiente laboral, 26
psicossocial e ergonômico.
Nesse sentido, a atuação da Segurança do Trabalho no combate do trabalho escravo
contemporâneo, utilizando de seus recursos legais fundamentados por lei, permite que
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] BARROS, C.J. Trabalho escravo nas oficinas de costura. Repórter Brasil, São
Paulo, jan. 2016.
[2] BRASIL. Código Penal (1940), - DO QUE SE CONFIGURA COMO TRABALHO
ESCRAVO,Art. 149. Disponível
em:<https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10621211/artigo-149-do-decreto-lei-n-
2848-de-07-de-dezembro-de-1940>. Acesso em: 30 de Set. de 2021.
[3] BRASIL. Código Penal (1940), - DO ASSÉDIO SEXUAL, Art. 216-A. Disponível
em:< https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10611615/artigo-216-do-decreto-lei-n-
2848-de-07-de-dezembro-de-1940>. Acesso em: 20 de Set. 2021.
[4] BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho (1943) – DA JORNADA DE
TRABALHO, Art. 58, caput. Disponível em:<
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10759954/artigo-58-do-decreto-lei-n-5452-de-
01-de-maio-de-1943>. Acesso em: 22 de Set. 2021.
[5] BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho (1943) – DAS HORAS EXTRAS DE
TRABALHO,Art. 59.Disponível
em:<https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10759850/artigo-59-do-decreto-lei-n-
5452-de-01-de-maio-de-1943>. Acesso em: 22 de Set. 2021.
[6] BRASÍLIA, OIT-Organização Internacional do Trabalho (1930), - DO TRBALHO
FORÇADO OU OBRIGATÓRIO, Convenção n. 29. Disponível
em:<https://www.ilo.org/brasilia/convencoes/WCMS_235021/lang--pt/index.htm>.
Acesso em: 27 de Set. 2021.
[7] CARLOS, Francisco. 25 de maio dia das costureiras. Rádio Cidade. Santa
Catarina, 2017. Disponível em: < https://rc.am.br/homes/page_noticia/id_44748/>.
Acesso em: 05 de Out. 2021.
[8] DIAS, M.D.C. A configuração do trabalho escravo na indústria da moda
brasileira. 2020. 74f. Trabalho de Conclusão de Curso-
Universidade Federal de Campina Grande, Paraíba, 2020.
[9] GOMES, A.V.M; BEZERRA, L.P. A prática das sweatshops: uma realidade nas
oficinas de costura brasileiras. Revista da Faculdade de Direito do Sul de Minas, Pouso
Alegre, v. 34, n. 1. Disponível
em:<https://www.fdsm.edu.br/adm/artigos/6e288d3069edf6d225e4d3bbe870f683.pd
f>. Acesso em: 20 de Set. 2021.
[10] GARCIA, Maria Fernanda. Número de pessoas na miséria no Brasil supera
população inteira do Canadá. Observatório do Terceiro Setor, São Paulo, 09 de
fevereiro de 2021. Disponível em:<https://observatorio3setor.org.br/noticias/numero-
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de Set. 2021.
[11] LAZZERI. Thais. Trabalho escravo, despejos e máscaras a R$ 0,10: pandemia
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Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
mascaras-a-r-010-pandemia-agrava-exploracao-de-migrantes-bolivianos-em-sp/>.
Acesso em: 20 de Set. 2021.
[12] RADAR SIT: 314 trabalhadores foram resgatados de trabalho escravo em
2021. Governo Federal, Brasília, 13 de maio de 2021. Disponível em:<
https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/noticias/2021/trabalho/maio/radar-
sit-314-trabalhadores-foram-resgatados-de-trabalho-escravo-em-2021>. Acesso em: 20
de Set. 2021.
[13] STROPASOLAS, Pedro. "Cadê os cinco que eu comprei?": pandemia acentua
retomada da escravidão no país. Brasil de Fato. São Paulo, 2020. Disponível em:
<https://www.brasildefato.com.br/2020/08/22/cade-os-cincoque-eu-comprei-
pandemia-acentua-retomada-da-escravidao-no-pais>. Acesso em: 19 de Set. 2021.
28
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
Capítulo 3
A segurança do trabalhador rural canavieiro: As
condições de trabalho no setor de corte de cana
Rosimar Cavalcante Tavares5
Pandea Priam Siqueira Pinto6
29
1. INTRODUÇÃO
Este artigo pretende expor as dificuldades encontradas pelo trabalhador canavieiro em
seu ambiente laboral, entre estas destacam-se a falta de informação sobre os riscos aos
que estão expostos e danos que essa atividade pode ocasionar à sua saúde. A falta de
equipamento de proteção adequado para a função realizada assim como, a omissão
quanto a capacitação do colaborador, atrelada à dificuldade de obter atenção médica,
contribuem para o adoecimento do mesmo, geralmente o campo onde trabalha está a
uma distância considerável dos postos de saúde e hospitais, o que torna mais difícil o
auxilio em caso de emergências, sendo primeiramente amparados por outros colegas,
até a chegada do socorro médico. Todo indivíduo tem direito ao trabalho, mas também
que este ofereça as condições mínimas necessárias para sua realização e que a renda que
lhe é paga, ao menos possibilite a este ter uma existência digna. No entanto, na prática
não funciona conforme estabelecido nos acordos, sendo os beneficiados o empregador, o
usineiro com a exploração deste setor rural.
As condições no ambiente de trabalho nas quais um colaborador está inserido, são
determinantes para que o trabalhador seja produtivo, mas como esperar produtividade
de um colaborador que realiza seu labor em condições tão nefastas à sua saúde, expondo
a sua integridade física, e que a remuneração recebida não compensa o tempo, esforço e
desgaste físico empregado para realização do trabalho. Devido estes fatores esta
atividade se enquadra como um trabalho escravo, sendo que o trabalhador é submetido
a extensas jornadas de trabalho e o valor que lhe é pago não é equivalente ao grau de
dificuldade, riscos e periculosidade aos quais estão expostos os trabalhadores
canavieiros, dando-se portanto uma super exploração da mão de obra dos
trabalhadores rurais, que devido sua necessidade, aceitam o serviço sem contemplar se
as condições de trabalho são adequadas, se estarão amparados em caso de afastamento
ou acidentes.
A Gestão de Segurança no Trabalho atrelada com as Normas Regulamentadoras, visa o
bem-estar e integridade do trabalhador em seu posto laboral, pretendendo que este
desempenhe suas funções de forma segura preservando e resguardando seu maior
patrimônio que é a vida. A percepção da importância por parte do empregador da
implantação de uma cultura de segurança, faz o colaborador sentir-se valorizado como
indivíduo e não só visto como uma ferramenta a mais que executa uma função
determinada sem que lhe seja dado seu valor e importância no processo produtivo que
por sua vez gera lucros para a agroindústria canavieira.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 TRABALHADOR DA ANGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA
Dado o perfil do trabalhador neste setor é possível observar que são indivíduos em
situação econômica desfavorável, em sua maioria trabalhadores provenientes de regiões
carentes do Brasil e que devido à falta de oportunidade aderem ao que lhe é ofertado
por falta de opção e pela necessidade de levar o sustento para suas famílias.
30
O trabalho por eles realizado requer muito esforço físico, disciplina e cumprimento de
meta de corte de cana diário, a quantia que recebem está condicionada a sua capacidade
de produção, tendo como quantidade mínima estabelecida de 10 toneladas por
trabalhador.
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
(A) Trabalhador flexiona o tronco para o corte. (B) Realiza o corte golpeando o feixe
com o facão. (C) Caminha de 3 a 10 metros com o feixe de cana nos braços para jogá-lo
no monte a ser transportado pelo caminhão a usina no final da jornada. (D) Retorna ao
eito para iniciar novo ciclo.
32
Fonte: Material autores, 2010
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
realizar tarefas básicas, tendo neste momento que depender de seus familiares,
induzindo-o a um profundo estado de desânimo, frustração e impotência.
Conforme citado por Alves:
3. METODOLOGIA
A metodologia utilizada para elaboração deste artigo foi fundamentada em análise e
pesquisa de artigos científicos pertinentes ao assunto abordado, sendo este método
eficaz, permitindo que o pesquisador tenha uma percepção plausível do tema, pois o
34
acervo digital é constituído de literatura ampla e bastante diversificada, permitindo com
isso um estudo mais detalhado, preciso e confiável do tema descrito de forma concisa e
de fácil entendimento.
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
O levantamento de artigos científicos foi feito por meio de pesquisas na base de dados
Scientific Eletronic Library Online (SciELO).
Para busca dos artigos foram utilizadas algumas palavras chaves "trabalhador
canavieiro", "remuneração equitativa", "saúde e bem-estar do cortador de cana". Os
artigos encontrados foram analisados, sendo estes precursores de outros artigos que
sustentavam as informações descritas nos artigos analisados os quais evidenciam os
principais desafios e dificuldades encontradas pelos trabalhadores do setor rural do
corte de cana de açúcar durante sua jornada diária laboral.
4. RESULTADOS E DISCURSÕES
Diante do contexto exposto, fica evidente que os trabalhadores do setor de corte de cana
sofrem o descaso no que tange, as condições adequadas para o exercício de suas funções,
não tendo mais opções que realizar suas atividades laborais em condições precárias e
com uma remuneração deplorável, que não cobre nem as necessidades básicas, sendo
seu pagamento condicionado a quantidade de cana que este indivíduo consiga cortar
diariamente, sendo a média estabelecida no mínimo 12 toneladas ao dia, o obreiro
então precisa submeter-se a um desgaste físico extremo, tal esforço contribui para o
surgimento de lesões, assim como, para o desenvolvimento de patologias que quando
não atendidas adequadamente agravam-se minando à saúde e capacidade do
colaborador.
Sendo então de suma importância que sejam adotadas medidas corretivas que visem
neutralizar os problemas encontrados, no que tange a segurança, saúde e bem estar
laboral do trabalhador no setor canavieiro. A diminuição do tempo de jornada laboral,
juntamente com pausas para descanso durante o período da atividade, e que estas
sejam feitas nos horários em que a sensação térmica é percebida com maior intensidade,
realizando reposição dos eletrolitros por meio de soro caseiro. Realizar distribuição do
trabalho de forma mais equitativa, sendo que o individuo que, faça o corte da cana, não
seja o mesmo que a carrega, diminuindo com isso o esforço, assim como as repetições de
movimentos necessárias para reunir, cortar e carregar o feixe de cana. A implantação
destas medidas já ajudariam a minimizar os impactos que este trabalho ocasiona na
saúde do canavieiro.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após analisar diferentes artigos científicos relacionados ao trabalhador rural canavieiro
é evidente a negligência quanto a saúde e bem estar deste colaborador, sendo portanto
necessária a implantação de melhorias que promovam melhores condições de
transporte, melhor alimentação, assistência médica, melhor remuneração e suporte
psicológico, com o intuito de tornar o ambiente laboral ameno e reduzir os riscos
relacionados a esta função, fatores como má alimentação e falta de hitradatação influem
diretamente no rendimento, disposição e saúde do trabalhador, pois a exposição a
elevadas temperaturas e jornadas extensas diárias, potencializam o desgaste físico e
mental consequentemente ocasionam o adoecimento. A exposição a temperaturas 35
elevadas provoca exaustão e sudorese excessiva, o que faz necessário a reposição destes
líquidos, do contrário o indivíduo começa a desidratar-se deixando o organismo
debilitado e vulnerável, consequentemente este individuo pode desfalecer, e com isso
ocasionar um acidente onde ele mesmo poder sofrer sérias lesões, tendo parte do seu
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
36
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
[1] ALVES, Francisco. Por que morrem os cortadores de cana. Saúde e Sociedade.
São Paulo, v. 15, n. 3, p. 90-98, Set/Dez. 2006. Disponível em:
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[2] BARROS, Carlos Juliano. As condições de trabalho no setor sucroalcooleiro.
São Paulo: Repórter Brasil, 2014.
[3] BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília:
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[4] BRASIL. Decreto-lei n. 5452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das
Leis do Trabalho. Ministério do Trabalho. DOFC, Brasília, 09 Ago. 1943, p. 11937.
[5] BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº 15.
NR 15. 1990. Atividades e Operações Insalubres. Anexo. 3. Limites de tolerância para
exposição ao calor.
[6] BRASIL. Portaria n. º 86, de 03 de março de 2005. Norma Regulamentadora de
Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração
Florestal e Aquicultura – NR 31. Diário Oficial da União, 4 mar. 2005. Ministério do
Trabalho e Emprego.
[7] In: BISON, Nelson; PEREIRA, José Carlos Alves (Orgs.) Agro combustíveis,
solução? A vida por um fio no eito dos canaviais. São Paulo: CCJ, 2008, pp. 22- 48.
[8] FERRARI, Debora Belloni. A exploração do trabalhador no setor
sucroalcooleiro. In: ETIC - ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA. v.6, n.6, 2010. ISSN
21-76-8498
[9] MARX, Karl. O Capital: Crítica da economia política. Vol. 1. 3 eds. Rio de Janeiro.
1975. Tradução: Reginaldo Sant’Anna.
[10] MARX, Karl. Trabalho assalariado e capital & Salário, preço e lucro. São
Paulo: Expressão Popular, 2006.
[11] QUEIROZ, Allan Souza. Entre a formalização e a precarização: o trabalho e o
emprego dos cortadores de cana de Alagoas. Dissertação (Mestrado em Sociologia).
Programa de Pós-Graduação em Sociologia/Instituto de Filosofia e Ciências Humanas,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul/Porto Alegre, 2013.
37
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
Capítulo 4
Aspectos da vivência do profissional especial: A
dificuldade encontrada pelos profissionais com
deficiência auditiva dentro de uma organização
1. INTRODUÇÃO
O presente artigo se refere aos impedimentos enfrentados pelos profissionais com
deficiência auditiva e alguns aspectos da realidade da pessoa surda, que muitas vezes não
recebem o devido apoio que deveriam. Analisando os problemas que de fato geram
desconforto no ambiente de trabalho dessas pessoas, buscou-se apresentar, a vivência
desses profissionais especiais, e algumas dificuldades encontradas nas organizações,
especificamente aos trabalhadores surdos.
Mais de 5% da população com deficiência no Brasil, possuem algum tipo de surdez. O
que ainda acontece na vida de muitas pessoas surdas, gera consequências prejudiciais
que reflete desde o período escolar à vida profissional, como a alfabetização tardia,
conhecimento vago da língua pela qual se comunica e a falta de inclusão a assistência da
sociedade como um todo. Esse arranjo de elementos, ligados a outros aspectos, elencam
características vivenciados pela pessoa surda, os quais repercutirão em alguma fase da
vida profissional delas.
Serão apresentados, depoimentos de trabalhadores surdos, de diferentes idades que
foram entrevistados para o recolhimento de informações pertinentes à estrutura da
pesquisa. Externar alguns obstáculos encontrados dentro das organizações que os
impedem de certa forma a participação desses profissionais de forma plena.
Outro aspecto a ser mencionado neste estudo é a elaboração de planos de
desenvolvimento e qualificação profissional, disponibilizados pela empresa, assim como
incentivo a boas práticas de inclusão e aprendizado da Língua de Sinais, reestruturando a
visão organizacional abrindo acesso às práticas inclusivas e de cidadania.
Para a construção da problemática deste estudo foram descritas algumas informações
sobre o número de surdos no país e a definição dos graus de surdez para melhor
compreensão do assunto. A comunicação inclusiva que torna a informação mais
acessível a quem precisa, ressaltando a importância da (LIBRAS) Língua Brasileira de
Sinais, mesmo dentro das organizações como forma de preparo e otimização da
sociabilidade. As dificuldades presentes no mercado de trabalho e o avanço dos direitos
das pessoas com deficiência pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), assim
como depoimentos de pessoas que fazem parte da cultura surda, sustentando o tema
central do trabalho. E, finalmente, o plano de desenvolvimento profissional para surdos,
visando a promoção da qualificação e desenvolvimento de novas habilidades.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O MERCADO DE TRABALHO E A SURDEZ
O mundo do trabalho sempre apresentou características complexas e acima do nível de
exigências no que se trata de contextos organizacionais. O trabalho sempre oferece
oportunidade de novos desafios e adaptações. Além de prover os materiais e
ferramentas para a execução do trabalho, as empresas devem dispor de ambientes de
trabalho que gerem satisfação, e valor ao funcionário, além do cumprimento de normas
que evitem perturbações ou risco ao colaborador. Esses e outros atributos são regidos
peloArt. 193/43 da Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT. 39
Essa indiferença para com o público surdo acaba gerando barreiras, que por sua vez,
impedem que a vivência desses profissionais dentro das organizações seja menos
proveitosa e satisfatória.
Gráfico 1
17,8
213,3
O gráfico acima representa uma estimativa do valor de pessoas com deficiência no Brasil
dentro do total da população do país. De acordo com dados disponibilizados pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o país estima que a populaçãoé composta
por 213,3 milhões em 2021. Através do canal online da CNN Brasil, considera-se o
levantamento feito pelo IBGE, que acusa que pelo menos 8,4% (por cento) da população
brasileira abaixo de 3 anos de idade apresenta algum tipo de deficiência. Dentro deste
percentual, mais de 3% (por cento) da população apresenta surdez severa ou algum tipo
de surdez. O presidente do Conselho Estadual da Pessoa com Deficiência, dizque “A força
de trabalho não é diferente das pessoas sem deficiência. É preciso respeitar a condição
de ter uma deficiência, porque elas só estão ali por terem condição de atuar”.
IMAGEM 1
42
Fonte: G1 ALAGOAS
Foto: Carolina Sanches
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
3. METODOLOGIA
O presente artigo baseou-se na abordagem qualitativa, utilizando-se de entrevista e
consulta em materiais disponíveis endereços eletrônicos como os sites da Unicamp,
Planalto e da Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde. A entrevista foi
realizada via chamada de vídeo, no período compreendido entre 25 e 29 de outubro de
2021, com a participação de 6 surdos usuários da Língua de Sinais. As informações
coletadas foram subordinadas a análise temática, as quais as respostas sustentam a
problemática deste estudo.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Identificou-se que as pessoas surdas, que representam mais de 17 milhões só no Brasil,
têm enfrentado problemas relacionados a surdez dentro do ambiente em que
trabalham, por parte da falta inclusão da própria empresa e por colegas de trabalho,
como conta um dos entrevistados, após torna-se parte de um grupo de estagiários em
uma empresa da rede privada da cidade. Por videochamada, ele conta que se sentia
inseguro em conversar ou pedir ajuda sobre algo ao ter dúvidas, uma vez que ninguém
da empresa sabia falar em LIBRAS, e era perceptível as brincadeiras de mal gosto, as
quais afirma ele, acontecer quase que rotineiramente.
Em entrevista, V. Januário, surdo, funcionário do ramo industrial da cidade de Manaus,
conta que somente o Líder do setor da empresa onde trabalha consegue se comunicar na
língua de sinais. Os outros gestores e colegas não dominam a língua e não se esforçam
para aprender, isso é péssimo porque sempre procura manter diálogo com outras
pessoas, mas não obtém sucesso.
A alfabetização tardia, o desconhecimento da Língua Brasileira de Sinais, falta de apoio
familiar, a falta de acessibilidade e práticas voltadas a inclusão de pessoas com
deficiencia auditiva são alguns fatores de uma amostra que revela obstáculos no que mais
tarde refletirá na vida profissional de deficientes auditivos. Para culminar, essas pessoas,
em sua grande maioria, terão que lidar com os mesmos fatores no local de trabalho,
somados ao preconceito, dificuldade de interação e comunicação. As organizações
coorporativas contratam PCDs somente para preenchimento das vagas de Cota, salvo
aquelas, que são poucas, que realmente se preocupam em incluir essas pessoas por suas
competências. Essas empresas não se preparam como deveriam tornando tóxicas, as 43
experiências vividas por esses trabalhadores. Além de implantar as medidas de inclusão,
adotar planos de conscientização e integração podem ser respostas positivas.
O plano de desenvolvimento profissional como proposta de otimização da vivência do
profissional com surdez, pode ser uma questão viável a se pensar, frente aos vários
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
5. CONCLUSÃO
O objetivo geral desse trabalho foi apresentar aspectos da vivência do profissional surdo
dentro de uma organização, no que diz respeito as causas que resultam e uma educação
tardia assim como outros desafios presentes na realidade de muitas instituições de
trabalho. É evidente que a Língua de Sinais se faz imprescindível na adaptação, no
conhecimento e principalmente na comunicação para com as pessoas surdas. Do
ponto de vista da cultura surda, ainda há muito o que fazer para conquistar a tão
sonhada inclusão no mercado de trabalho. Com o a ajuda do importante marco histórico
que foi a criação da LBI, muitos passos rumo a acessibilidade foram dados, porém ainda
não é o suficiente. Outro fator que ainda é um atraso no desempenho de pessoas surdas
no contexto organizacional, seria a falta de oportunidade, uma vez que muitas empresas
contratam PCDs somente para cumprir a Lei de Cotas, enquanto outras sequer cumprem
o total de vagas, gerando um sistema defasado revelando a falta de compromisso para
essa parcela da população. A Segurança do Trabalho, respeitando as normas vigentes,
busca cumprir e fazer cumprir as boas práticas de convivência bem como construir um
ambiente de trabalho saudável e livre de empecilhos, tais quais estabelece ainda as
Normas Regulamentadoras e as disposições expostas na Consolidação das Leis
Trabalhistas, atuando para garantir que esses trabalhadores estejam em condições legais,
devidamente preparadas para as perfeitas condições de trabalho e, esses resultados,
mostram o quanto ainda estamos longe do ideal.
Portanto, considera-se que diante das diversas amostras relatadas no decorrer desta
obra, é evidente o plano de desempenho para profissionais surdos como proposta de
melhoria, visando implementar os métodos nele expostos, a fim de garantir de maneira
mais inclusiva possível que esses trabalhadores recebam a devida assistência,
desenvolvendo-se plenamente dentro de suas competências.
44
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] BIBLIOTECA VIRTUAL em SAÚDE do MS. SURDEZ. Espaço Aberto: Revista
Eletrônica da USP, n 141, ago., 2012. Surdo Cidadão. Disponível
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01 deMaio de 1943 Artigo 476 do Decreto Lei nº 5.452 de 01 de maio de 1943
Disponível em:https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10710676/artigo-476-do-
decreto-lei-n-5452de-01-de-maio-de-1943
[3] CNN BRASIL. Brasil tem mais de 17 milhões de pessoas com deficiência
segundo IBGE Disponível em:<https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/brasil-tem-
mais-de- 17milhoes-de-pessoas-com-deficiencia-segundo-ibge/>
[4] CROMACK, Eliane Maria Polidoro da Costa. Identidade, Cultura Surda e
Produção de Subjetividades e Educação: Atravessamentos e Implicações Sociais
PSICOLOGIACIÊNCIA E PROFISSÃO, 2004, 24 (4), 68-77. Disponível
em:file:///C:/Users/Nelson/Downloads/Identidade_cultura_surda_e_producao_de_subj
etivida.pdf
[5] DECRETO N ° 5.626 DE 22 DE DEZEMBRO DE 2020 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
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[6] Unicamp INSERÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE
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[7] KLEBER, Dayvisson. Surdos têm dificuldade em se inserir no mercado de
trabalho em Alagoas Disponível em:<G1 - Surdos têm dificuldade de se inserir no
mercado de trabalhoem Alagoas - notícias em Alagoas (globo.com)>
[8] LEI N° 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991. Presidência da República. Casa Civil.
Subchefia para Assuntos Jurídicos. Disponível em:<
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm> Acesso em: 27 de out. as
20h04.
[9] LEI Nº 5.452 DECRETO-LEI Nº 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943 Disponível
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A7%C3%A3o%20estatui%20as,coletivas%20de%20trabalho%2C%20nela%20prevista
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[10] LEI N° 13. 146 DE 6 DE JULHO DE 2015. Presidência da RepúblicaSecretaria- 45
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Acessoem 19 de outubro de 2021.
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
46
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
Capítulo 5
A implantação da Ergonomia nos centros de
distribuição: Como incentivar e implantar a
ERGONOMIA para os profissionais de armazéns e
almoxarifes
João Vitor Coelho9
Pandea Priam Siqueira Pinto10
Resumo: A ergonomia quando não é bem aplicada no ambiente de trabalho traz diversos riscos
aos trabalhadores que são doenças ocupacionais como lesões por excesso de repetição da
atividade ou, até distúrbios osteomusculares que são de maior prevalência entre os relacionados
ao trabalho no nosso país. De acordo com INSS, são a segunda na causa de afastamento do
trabalho no Brasil no Brasil, só foi reconhecida pela previdência social como doença ocupacional
em, 1987 como aspa "tendinite do digitador". Em 1993 foi instituída pelo "INSS" o nome de lesão
por esforço repetitivo "ler". Em 1998 nomenclatura e a norma foram alteradas para distúrbios
osteomusculares relacionadas ao trabalho "Dort". Os Dorts são um conjunto de patologias que
afetam tendões nervos, músculos, e vasos dos membros superiores e inferiores e possuem
relação direta as exigências físicas das atividades, ambiente e organização do trabalho. A
complexibilidade do dort resulta do fato de ser um evento multifatorial, fatores biomecânicos,
fatores organizacionais e fatores psicossociais. A NR17 quando bem implementada pode trazer
inúmeros benefícios tanto para os trabalhadores tendo os bons rendimentos na produção como
na preservação de sua saúde, e para a empresa que de certa forma a redução de gastos com
contratação de novos colaboradores, minimização de acidentes, afastamentos e que a falta de
gestão da NR 17 pode fazer muitas consequências.
47
1. INTRODUÇÃO
Prevenir é eliminar as causas de algum evento antes que aconteça consequências
maiores quando falamos de prevenção estamos referindo a neutralizar, ou até mesmo
eliminar em alguns ambientes de trabalho os supervisores, e até mesmo os
colaboradores pensam que essa prevenção está ligada à tratamentos, e diagnósticos dos
males causados todos esses processos são bem importantes para analisar o bem-estar
dos trabalhadores através dessas vistorias que são precoce mais com base nelas podem
ser vistas causas, e consequências que afetam desencadeiam novos casos, e que agravam
a saúde do colaborador.
Quando falamos na eliminação, e a minimização dessas causas devemos analisar como é
a condição que está sendo desenvolvidas para aparecer doenças por esforços
repetitivos, doenças ósseas musculares, e dores nos membros do corpo, estresse físico e
mental, e claro analisando relatando quais são essas causas podemos iniciar um plano
para a iluminação para neutralizar o ambiente de trabalho, e as condições que é
executada as atividades quando não é conforme acabam desencadeada aparecer
consequentemente fatores, e causas que prejudica a saúde onde entra aplicações de
forças físicas levantamentos de peso postura inadequada transportes de equipamentos
incorretos estresse que é relacionadas condições psicossociais.
O aparecimento de essas causas está ligado a duração de tempo de exposição a esses
riscos e seu desenvolvimento a crescer depende da doação de estar exposto e do
atributo individual de enfrentar conhece as ocorrências que são existentes no local de
trabalho implementar melhorias e modificar alguns pontos para melhor preservação da
saúde e integridade física o objetivo da economia é investigar aspectos no trabalho que
são causados o desconforto aos trabalhadores, e garantir uma mudança para melhor
conforto que venha ser saudável por isso a economia usa técnicas para analisar o
trabalho e verificar se está conforme ou não para o funcionamento fisiológico e claro
nenhum trabalho é igual ao outro Cada um tem sua característica que deve ser estudada
para compreender a melhor condição que não venha afetar a saúde do trabalhador.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAIS
O centro de distribuição é onde ficam todos os materiais e são armazenados as
mercadorias quando chegam das fabricas, e antes mesmo que sejam entregues aos
consumidores e aos pontos de venda, resumindo é uma unidade física de
armazenamento e despacho, estruturada para receber os produtos de uma empresa de
forma centrada, pois por meios de processos logísticos adequados organiza-se de forma
fracionada, em quantidades menores a instalação dos centros de distribuição na cadeia
de abastecimento surge na necessidade de garantir uma distribuição mais eficiente,
flexível e dinâmica.
48
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
2.2 ERGONOMIA
Conforme o item 17.2.1.2 da Norma Regulamentadora n° 17 que diz respeito da 49
Ergonomia, “transporte manual regular de cargas designa toda atividade de maneira
contínua ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o transporte manual de cargas”.
De acordo com as fundamentações de saúde e segurança no trabalho, entende-se que a
Ergonomia é dividida em três partes sendo elas:
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
E por último, é feito o embarque das mercadorias separadas por pequenas e grandes
proporções, que são elas atacado e varejo.
A ergonomia física aplicando no que diz respeito a separação são mínimas onde pode se
verificar que são usados carrinhos que não são compatíveis com o tamanho e medida
dos separadores e isso dificulta e pode acarreta uma doença ocupacional tanto pelo peso
que carregam nos equipamentos e Estes movimentos descritos, se executados
repetitivamente, aumentam os riscos de lesão, de fadiga e de perda de eficiência durante
a jornada laboral.
A ergonomia cognitiva também pode ser vivenciada quando chega os períodos de
fechamento que ocorrem final de mês onde são fechadas todas as notas e separados os
pedidos que foram solicitados onde sempre os colaboradores acabam ultrapassando o
horário e a sobrecarga mental cresce e isso pode gerar uma crise e doença mental ou até
mesmo fazer com que aconteça acidentes quando estiver executando alguma tarefa ou
manuseando equipamentos.
A ergonomia organizacional deve ser sempre colocada em práticas para conscientizar e
alertar quais são os riscos os que estão sendo expostos e saber as tolerâncias para 51
executar as atividades e ser aplicada para priorizar sua saúde e manter um bom
rendimento produtivo as palestras e diálogos de conscientizar devem ser mantidos
pelos gestores e supervisores.
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
3. METODOLOGIA
3.1 MATERIAIS E MÉTODOS
O presente artigo tem como base em referências bibliográficas, pesquisas aplicadas a
fundamentos teóricos, Análise e técnicas de observação nessas pesquisas foi exposto
informações de como acontece o processo diário de alguns as funções dentro do
ambiente logístico.
Informações sobre a rotina de trabalho fortemente informatizada que mesmo com todas
as ferramentas é necessário mais treinamento para não haver danos prejudiciais à saúde
integridade física do colaborador, mundo em questão também atividade processo de
trabalho repetitivo o tratamento informatizado a carreta implicação de ficar clicando e
digitando os computadores e coletores e essa situação para o trabalhador se torna
estressante e cansativo e utilizados também vídeos referentes ao trabalho nos
almoxarifados relatando as condições existentes no ambiente de trabalho.
Também teve como busca de informações através de livros, revistas, pesquisas em sites
relacionados à segurança ergonômicas e tópicos da NR 17 site da CLT consolidação das
leis trabalhistas e pelo MTE ministério do trabalho e emprego.
A sugestão é relatar quais as ocorrências que são vivenciadas e a importância da
ergonomia dentro do processo logístico como são executadas e operadas as máquinas e
ferramentas para transporte de mercadorias tudo isto para melhoria da economia nos
pontos de trabalho aumentaria a produtividade e diminuição dos custos pois as
interrupções ao executar as atividades de trabalho por afastamento e números de
ausentar ação terá uma redução significativa.
4. RESULTADOS E DISCURSÕES
O declarado artigo tem como conhecimento que os trabalhadores que convivem nos 53
armazéns e almoxarifados desconsideram as formas corretas de manusear os
equipamentos de colocar em prática a maneira de como se posicionar ao executar as
atividades quando, estiverem carregando pesos, além da capacidade que sua estrutura
do corpo possibilita de carregar situações como horas extras, sobre cargas de trabalho
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
de, geram vários fatores que vinho comprometer a saúde do colaborador o principal
fator é a implementação de melhores métodos para melhorar as atividades rotineiras.
Nesse contexto as organizações devem contribuírem para melhor desenvolvimento e
medidas para que todos os trabalhadores venham ter uma boa segurança e prevenção
de saúde e claro com base nessas implementações os trabalhadores devem aderir bons
comportamentos objetivando a ergonomia postura correta conservando o bem-estar e a
saúde e segurança do trabalho. Apresentada as evidências e métodos para os armazéns
que venham implementar a economia cabe também aos almoxarifados aplicar e
estabelecer critérios de melhor segurança e ressaltar quais ações para motivar os
colaboradores a reduzir os índices de acidentes e doenças que são continua, que que
deve ter mais intervalos e pausas de alguns minutos, por motivos que envolvem a parte
psicológica e fisiológica do colaborador.
5. CONCLUSÃO
O Referido trabalho detalha a importância de todos os procedimentos legais o
cumprimento e valorização das normas devem ser respeitados para não forma de gerar
acidentes e transtornos futuros para os trabalhadores de modo mais prático e sem
descobrir as medidas impostas que são legais por lei e normas. O objetivo geral desta
pesquisa é identificar através de análise de ergonômica no ambiente de Armazéns e
almoxarifados as posturas realizadas durante a jornada diária e quais as suas
consequências para os colaboradores, e suas partes musculoesquelética.
Assim podemos identificar e entender que as atividades no centro de distribuição possuí
diversos riscos que pode trazer malefícios a saúde do colaborador e desenvolver os
DORT além do desenvolvimento de fadigas e dores aos músculos, cansaços, insônias e
câimbras.
O estudo permitiu que recomendações ergonômicas fossem prescritas, com a finalidade
de melhorar as condições de trabalho, como a implantação de ginástica laboral
preparatória para prevenir lesões e riscos de DORT, criação de programas para
orientação do carregamento de carga pelos trabalhadores, orientações e a criação de um
mapa de risco, onde o principal objetivo proporcionar aos trabalhadores um trabalho
mais seguro que preserve a saúde e integridade do trabalhador.
54
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2001.
[8] SILVA, M. S.; ERGONOMIA – UMA NECESSIDADE DE MERCADO. D
[9] ROSSETE, Celso Augusto. Segurança e higiene do trabalho. São Paulo:
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[10] https://www.isma.com.br/como-a-ergonomia-deve-ser-vivenciada-nos-
armazens/.Acesso em: 22 set 2021.
55
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
Capítulo 6
Saúde e segunça em embarcações: Os riscos expostos
aos trabalhadores em embarcações de Recreio em
Manaus
Gilson Alcântara Rodrigues 11
Pandea Priam Sirqueira Pinto 12
56
E-mail: bispoalcantara@hotmail.com
1. INTRODUÇÃO
A navegação fluvial é uma profissão extremamente exigente, que ocorre num dos
ambientes de trabalho mais perigosos, em que as condições de trabalho imprevisíveis e
exigentes promovem um alto potencial de riscos e acidentes. Possui características
muito peculiares, diferenciando-o em relação a outros tipos de trabalho e demandando
uma abordagem especifica no que tange a segurança do trabalho Tais características
remetem ao seu ambiente de trabalho, inteiramente atípico, em que o local de trabalho
muitas vezes se confunde com a própria residência do trabalhador e no qual este
permanece por tempo prolongados. Esse estudo consiste em dar visibilidade às
exigências da atividade dos trabalhadores fluviais, os riscos a que se encontram
expostos, e os seus impactos percebidos na saúde.
Por isso a importância de saber se das normas aplicadas hoje são suficientes ou devem
ser mais direcionadas. Trabalhar de barcos de recreio esta sujeito a vários riscos. As
atividades no rio são consideradas socialmente e economicamente importantes para
nossa cidade.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
As atividades marítimas estão entre as mais perigosas em termos de saúde e segurança.
As condições de prática profissional nos navios têm geralmente regras duras e além do
mais uma alta tendência a causar acidentes e doenças por acelerar o esforço físico e
mental.
Fonte: https://setsail.com/category/dashew-offshore/page/2/
57
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
Fonte: https://woodenships.co.uk/motor-yacht/63-scottish-mfv/
59
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
3. METODOLOGIA
3.1 MATERIAL E MÉTODOS
O estudo serviu, sobretudo, para dar a conhecer uma atividade de trabalho que tem
grande expressão. Em Manaus por ser um estado que utiliza muito a embarcação como
meio de transporte. A abordagem deste estudo é qualitativa, por buscar descrever a
complexidade do problema, especialmente na esfera subjetiva, do tipo descritivo, pois
apresentam as características, propriedades ou relações existentes na realidade
pesquisada, com caráter exploratório porque faz a descrição precisa da situação na
busca de descobrir relações existentes. Minayo (2008) a abordagem qualitativa
considera dessa maneira, a metodologia científica busca ultrapassar o senso comum e
permite que a realidade social seja reconstruída enquanto objeto do conhecimento,
através de uma categorização que une dialeticamente a fundamentação teórica e o
empírico.
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que busca explicar um problema a partir de
referências teóricas publicada em artigos, teses e livros. Pode ser realizada
independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental, mas em
ambos os casos, buscam conhecer e analisar contribuições científicas existentes
sobre um determinado assunto Gil (2002).
4. RESULTADO E DISCUÇÃO
Através da abordagem metodológica privilegiada, foi possível apontar as principais
causas de insatisfação e insalubridade no trabalho marítimo, como esforços físicos
elevados, posturas constrangedoras, movimentos repetitivos, atenção, concentração e
responsabilidade. A pesquisa terá complexidade que representa o problema e da
dinâmica do sujeito com o mundo, utilizando coleta de dados disponíveis sobre os riscos
ocupacionais que são expostos aos trabalhadores do setor marítimo. Para a formulação
dos objetivos da revisão bibliográfica, primeiramente, selecionamos o tópico a ser
revisado, recaindo a escolha sobre os riscos ocupacionais que são expostos aos
trabalhadores do setor marítimo.
Doenças cardíacas isquêmicas e diagnóstico psiquiátrico, incluindo suicídios, também
foram relatados como comuns entre os marítimos Saarni et al., (2002).
Durante a pesquisa verificou-se que a exposição ao ruído era comum em todas as
categorias de trabalho, mais especificamente na praça de máquinas (89%) e no convés
(52%). Foi relatado o uso de proteção auditiva por 85% dos trabalhadores expostos ao
ruído. Quando perguntados sobre os fatores causadores de tensão ergonómica,
experimentados durante o trabalho a bordo, os trabalhadores relataram uma exposição
semanal ou diária aos seguintes fatores: esforço no braço, costas ou pescoço; cargas de
trabalho desconfortáveis e trabalho pesado. Esses relatos foram muito comuns nos
trabalhadores da praça de máquinas e serviços de bordo (88 e 85%, respetivamente) e,
em menor grau, do setor de convés (64%). Forsell et al. (2017),
60
5. CONCLUSÃO
Este estudo teve como objetivo principal caracterizar os principais riscos profissionais
do transporte de barcos de recreio que levam além de moradores ribeirinhos turistas e
cargas em geral e analisar a influência que os constrangimentos de trabalho têm na
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
saúde e bem-estar destes trabalhadores. O estudo serviu, sobretudo, para dar a conhecer
uma atividade de trabalho que tem grande expressão no Amazonas por ser um estado
que utiliza muito as embarcações como meio de transporte para os interiores. Através
da abordagem metodológica privilegiada, foi possível apontar as principais causas de
insatisfação e insalubridade no trabalho fluvial , como: elevada carga horária de
trabalho, demanda constante de atenção total ao serviço, exposição aos riscos químicos,
físicos e biológicos a necessidade de muito esforço físico e a baixa qualidade de sono,
entre outros fatores: ruídos, calor, inalação de gases e trepidação o trabalho vai se
tornando insustentável.
A realização desta pesquisa permitiu a obtenção de um conhecimento mais aprofundado
sobre a percepção das condições de trabalho e de saúde, destacando a importância de se
envolver os principais protagonistas da atividade e de, pelo seu ponto de vista aqui
retratado, se atribuir uma maior visibilidade aos riscos a que se veem confrontados para
a saúde física e mental.
61
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2021
63
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
Capítulo 7
A Tecnologia Bluetooth Low Energy, agregada a
Segurança do Trabalho.
Tecnologia Beacon: pequenos dispositivos, grandes
possibilidades.
Reginaldo da Conceição Batista 13
Pandea Priam Siqueira Pinto 14
Resumo: Este artigo teve por objetivo geral analisar a Tecnologia aliada à Segurança no
Trabalho, pode ser de fundamental importância tanto para quem já coleciona ótimos
índices de desempenho em segurança quanto para aquelas empresas que ainda
precisam melhorar seus indicadores. Os gestores devem estar cientes de que é preciso
investir em tecnologia de segurança que possibilitam um acompanhamento de
estatísticas bem abrangente, levantando dados detalhados sobre acidentes e riscos.
Assim, é possível identificar quais atividades são menos seguras e onde é preciso
investir de maneira efetiva para a prevenção. Com certeza, estas tecnologias têm a
capacidade de reduzir a exposição de uma organização ao risco e de aumentar sua
capacidade de desenvolver soluções preditivas para antecipar-se ao risco com o uso da
Tecnologia Bluetooth Low Energy. Mesmo a supervisão de normas internas e o uso de
materiais de segurança – como EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e EPC’s
(Equipamentos de Proteção Coletiva) – pode ser realizada com qualidade através de
ferramentas de segurança. Com sistemas digitais, as empresas conseguem identificar os
profissionais que atuam com os equipamentos certos e podem se preparar para caso
seja necessária a troca dos mesmos.
1. INTRODUÇÃO
Historicamente, o labor humano sempre esteve exposto a constantes riscos de acidentes.
Ao longo do tempo, o desenvolvimento socioeconômico possibilitou ao homem avaliar,
compreender e medir as consequências de tais riscos, buscando catalisar elementos de
sua realidade para as ações de risco. Exemplo no início do século XVII, os acidentes de
trabalho com mineiros eram constantes e estavam relacionados a diversos fatores. Da
Revolução Industrial aos dias atuais, as alterações na incidência dos acidentes foram
extremamente significativas, transformando a tipologia do ambiente laboral.
Nesse contexto, tornou-se preponderante a criação de normas e cuidados para assegurar
o bem-estar e a saúde do trabalhador, de forma a eliminar e/ou reduzir
sistematicamente os riscos de acidentes na estrutura organizacional do trabalho. A
tecnologia tem um papel fundamental em nossas vidas, o presente artigo aborda, a
funcionalidade e o uso da tecnologia Bluetooth Low Energy (BLE), empregada na
prevenção de acidentes em empresas industriais, nesse cenário podendo contribuir de
forma precisa e eficaz na prevenção da vida do colaborador, minimizando os riscos,
reduzindo acidentes e garantir segurança em nas diferentes áreas de atuação do
empregado.
Uma organização que oferece um ambiente seguro e está em conformidade com os
padrões de segurança aumenta a satisfação dos funcionários e tem resultados positivos
na produtividade. Através de recursos tecnológicos, a empresa diminui os riscos de
acidentes nas rotinas de trabalho, otimiza os processos mais pesados e automatiza
atividades perigosas aos seus colaboradores.
Com base nos dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Brasil é o quarto
país com maior número de mortes devido a acidentes de trabalho. O Observatório de
Segurança e Saúde no Trabalho foi desenvolvido pela iniciativa SmartLab (iniciativa
conjunta do MPT e da OIT Brasil), de Trabalho Decente, em colaboração com
pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da USP no âmbito do projeto “Acidente de
Trabalho: da Análise Sócio Técnica à Construção Social de Mudanças”. SmartLab busca
facilitar o acesso a informações oriundas dos mais diversos bancos de dados e anuários
governamentais, disponibilizando estatísticas e indicadores de forma integrada e
sinérgica, o que facilita a pesquisa e compreensão sobre o tema e, consequentemente, a
rapidez do processo de tomada de decisão. Espera-se que as informações geradas
informem o desenvolvimento de novas iniciativas e aumentem a eficiência de ações hoje
existentes em órgãos governamentais, ONGs, instituições do setor privado e na
academia, por meio da produção e disseminação de conhecimento científico.
2. REFERENCIAL TEORICO
2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA SEGURANÇA NO TRABALHO
Existem diversas definições para Segurança no Trabalho, muito embora se identifique
objetivos semelhantes entre estas. Neste sentido, inicialmente, vale ressaltar que a
segurança no trabalho está relacionada a “um conjunto de medidas administrativas,
legais, técnicas, médicas e educacionais”, de caráter multidisciplinar que é utilizado na 65
prevenção de acidentes e doenças ocupacionais (DINIZ JÚNIOR, 2002, p. 19).
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
66
A história do Bluetooth começa por volta do ano de 1994, quando
a empresa Ericsson, em busca de um diferencial, procurou investir
no desenvolvimento de uma forma de comunicação entre
aparelhos celulares e seus respectivos acessórios. Ela deveria
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
De acordo com Ana Flávia Rodrigues, diretora de operações da Alert System, empresa
especializada em sistemas inteligentes de segurança, o uso de tecnologias está
impactando na segurança, controle de qualidade e otimização de processos.
É possível instalar os dispositivos que emitem estes sinais nos crachás ou capacetes de
colaboradores, e assim saber em tempo real onde está cada funcionário e entender a
movimentação da equipe durante o dia, o que possibilita acompanhar possíveis
problemas de conformidade ou segurança, evitando, inclusive, que colaboradores não
treinados se exponham a áreas de risco. Além de ter papel importante na prevenção, a
tecnologia reflete em uma tomada de decisão mais precisa e rápida a algum risco.
68
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
3. METODOLOGIA
3.1 MATERIAIS E MÉTODOS
Ao usar um crachá ou uma pulseira com essa tecnologia nos colaboradores, você
consegue saber em tempo real onde está cada funcionário e compreender como funciona
a movimentação de equipe durante o dia. Isso possibilita ao gestor redesenhar os
processos industriais e um grande ganho na saúde ocupacional. Isso porque, os beacons
possibilitam o acompanhamento de problemas de conformidade ou segurança, como
perceber se há colaboradores envolvidos em tarefas que não foram treinados ou não
possuem os EPIs necessários.
Os beacons na indústria, você poderá perceber quais são as áreas com maior demanda
de colaboradores, onde estão os principais gargalos produtivos, além de poder prevenir
situações emergenciais. Imagine que sua empresa possui áreas perigosas que apenas
certas pessoas possuem acesso. Com a tecnologia beacon instalada, o técnico de
segurança do trabalho pode saber a posição dos funcionários dentro da empresa, e,
consequentemente, evitar acidentes ou, no caso de situações em que necessite a
evacuação do prédio, saber se algum funcionário ficou preso no mesmo. O uso para 69
monitorar e avaliar a performance de equipamentos e setores. Isso porque, alguns
dispositivos possuem embutidos sensores de temperatura, iluminação e gases. Se uma
sala ou máquina ficar muito quente ou se existirem sinais de fumaça, o beacon envia um
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
alerta para um servidor que aciona o técnico de manutenção responsável por aquele
setor.
70
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
4. RESULTADOS E DISCURSÕES
Nós precisamos mudar a mentalidade de muitos líderes que enxergam os dispositivos
móveis como uma distração no local de trabalho. Eles precisam vê-los como uma
ferramenta estratégica que pode fornecer informações significativas e oportunas,
aumentando o envolvimento dos funcionários. Para suportar as soluções móveis que
utilizem a tecnologia nativa de smartphones e tablets para coletar dados, reportar
quase-acidentes e resultados de auditorias, precisamos garantir que eles se
comuniquem de forma apropriada com os outros sistemas existentes, para definir o
contexto da observação e levá-la ao nível correto da empresa. O uso adequado da
tecnologia permitirá que as empresas desenvolvam soluções e tomem decisões que
melhorem a segurança do trabalhador em seu ambiente de trabalho
A Tecnologia dos Beacons, apresenta uma solução tecnológica que está focada na
produção de análises preditivas e prescritivas, baseadas nos dados vindos das operações
em campo, no ambiente de produção ou de relatórios, que através de dispositivos
moveis, parte do princípio que deve ser desenhada em plataformas que se conectem
com os sistemas de T.I. existentes na empresa (e.x. SAP). Por exemplo, o acesso ao banco
de dados de recursos humanos permitirá a correlação entre os incidentes e a demografia
da empresa, levando a um entendimento dos potenciais padrões em eventos
recorrentes; conectividade entre os bancos de dados de um contratante e do contratado
não somente ajudam a garantir o cumprimento das normas, mas também ajudará a
entender quem são os contratistas com melhores desempenhos em segurança e quais
são aqueles que representam um risco em potencial.
5. CONCLUSÃO
As novas tecnologias estão revolucionando a forma com que nos relacionamos em todas
as esferas, sociais, profissionais, na educação, onde quer que se possa imaginar o uso
delas. Observamos que a tecnologia está evoluindo a galope e isso afeta tudo e a todos,
tanto nos ambientes sociais quanto laborais e, portanto, é fundamental que estejamos
sempre atentos e atualizados para que não fiquemos para trás ou obsoletos em nossa
área de atuação. Na Segurança do Trabalho sempre se fez necessário a gestão de
mudanças, reavaliar sempre seus sistemas e processos e atualizá-los frente às novas
realidades. Portanto, é mais que necessário se estar sempre atento às inovações e
avanços tecnológicos para que se possa atender de forma adequada as reais
necessidades do setor. Desta forma, a tecnologia BLE — Bluetooth Low Energy veio para
agregar a segurança dos empregados e devemos sempre buscar o melhor uso do que se
apresenta para melhorar nossos ambientes e atividades laborais visando a preservação
da saúde, segurança e qualidade de vida para todos. Caminhos e alternativas inteligentes
e criativas existem e podem-se tornar realidade.
71
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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[7] Bluetooth-Smart-01.png (338×217) Disponível em: www.embarcados.com.br.
Acesso em: 24 set 2021.
[8] Beacons Bluetooth melhoram a segurança no local de trabalho Disponível em:
www.indsci.com. Acesso em: 24 set 2021.
72
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
Capítulo 8
A gestão de saúde e segurança do trabalho na
indústria 4.0: Os benefícios de um sistema
especializado em saúde e segurança do trabalho, em
cumprimento ao GRO/PGR e ao esocial
Juliana Figueiredo Sena15
Pandea Priam Siqueira Pinto 16
Resumo: Este presente artigo, trata-se sobre a evolução das práticas na gestão de saúde
e segurança do trabalho (SST), atualmente devendo ser implementada pela dinâmica
tecnológica da Indústria 4.0. A importância desse contexto, é discutir alguns atuais
conceitos, os rendimentos que um sistema de gestão oferece, a fim de contribuir na
melhoria relevante do desempenho na qualidade da informação. Objetivando a
evidenciar os benefícios da implantação de um software especializado em atendimento
as exigências da Norma Regulamentadora N°1 - Disposições Gerais e Gerenciamento de
Riscos e do eSocial, possibilitando atender à necessidade das empresas, reparando as
falhas na gestão ocupacional. O tema foi desenvolvimento por intermédio de
levantamento bibliográfico, incisos e análise crítica do seguimento de saúde ocupacional.
Considerando o papel coadjuvante das organizações com o histórico de negligencias ao
cumprimento das leis, percebe-se que com o novo advento do sistema, há um novo
processo de adaptação, com maior segurança na unificação de dados e melhoria na
condição a saúde dos trabalhadores.
73
1. INTRODUÇÃO
O campo da saúde ocupacional, surgiu na Inglaterra com a primeira Revolução Industrial
no século XVIII, desencadeando transformações radicais na forma de produzir e de viver
das pessoas, com isso, dando o impulso a Medicina do Trabalho (MT).
A cronologia de segurança do trabalho no Brasil, vem desde 1921 com a criação da
Inspeção do Trabalho (IT), dez anos depois, foi criado o Departamento Regional do
Trabalho, com a função de fiscalizar os cumprimentos das leis sobre acidentes laborais
no trabalho, legislação trabalhistas e organizações sindicais, logo em seguida foram
criadas as inspetorias de cada região nos estados federativos que se transformou em
Delegacias. Regionais do Trabalho (DRT). Surgindo em 1943, as Consolidações das Leis
do Trabalho (CLT) e junto as primeiras referências a higiene e segurança do trabalho.
Em 1978, foram criadas e pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), 28 Normas
Regulamentadoras (NR’s). Hoje já são 37 NR’s e com o avanço da tecnologia, novos
métodos de trabalho estão em constante alteração.
A Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho (SST) vem sendo implementada como a
Quarta Revolução Industrial, atualmente conhecida como Indústria 4.0, com a
importância de acompanhar as atualizações das NR’s e a necessidade de atender as
exigências do Governo Federal, com o objetivo de simplificar, centralizar e regularizar as
fiscalizações por meio eletrônico. Esse novo formato de integração de informações, tem
gerado uma série de discussões dos atores sociais que farão parte do sistema. Nestes, estão as
empresas, consultorias e órgão públicos de controle e fiscalização. Desta forma, o presente
trabalho teve como objetivo fazer um levantamento da implantação de um sistema específico,
em atendimento ao eSocial e a gestão de SST.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O CENÁRIO ATUAL
De modo geral, atualmente 11 Normas Regulamentadoras, passam por alterações em
função dos novos métodos de trabalho, do avanço da tecnologia e da mudança nas
relações de trabalho. Passaram por processo de revisão e visam a simplificação de seus
textos, junto a modernização e troca do Perfil Profissional Previdenciário (PPP) físico
pelo eletrônico, estarão vigentes em 03 de janeiro de 2022, conforme a Portaria MTP nº.
313, de 2021. O novo momento é também do eSocial, que é uma plataforma digital
voltado para a escrituração das obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas, o
Governo Federal disponibiliza de forma simplificada as versões de leiautes. Além disso, a
adesão do eSocial visa garantir os direitos dos trabalhadores. Simplifica o cumprimento de
obrigações e aprimora a qualidade e acompanhamento das informações trabalhistas. Com
início em 13 de outubro de 2021, a obrigatoriedade dos envios de SST para as empresas
com faturamento acima de 78 milhões, essas informações serão utilizadas para
substituir os documentos físicos pelo eletrônico da Comunicação de Acidente de
Trabalho (CAT), não sendo mais possível o protocolo do formulário nas agências da
Previdência Social, no que dispões a Portaria EPRT nº. 4.334, de 2021.
74
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
75
O § 1º do art. 2º do Decreto n. 8.371, de 11 de dezembro de 2014,
dispõe sobre a obrigatoriedade do envio das informações,
discorrendo que todos os empregadores, sejam eles pessoas
físicas ou jurídicas, estão obrigados a prestar informações ao
eSocial, incluindo os órgãos públicos; empresas e outras entidades
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
Dentro do eSocial, há alguns eventos para serem cumpridos, ou seja, cada empresa
precisa cumprir obrigações diferenciadas que correspondem ao SST. Atualmente são 4
os eventos específicos de Saúde e Segurança do Trabalho. E caso não sejam enviadas, a
empresa corre o risco de receber multas de diferentes valores, então é necessário estar
sempre acompanhando as datas limites para o envio dos eventos.
Todas as empresas terão que se adaptar e obedecer às novas regras de envio dos
eventos do eSocial, independentemente do porte ou segmento. Por isso, criou-se um
cronograma de implantação com os devidos prazos para a adequação dos processos e
metodologia de trabalho conforme abaixo:
Lembrando que a 4ª fase do cronograma se refere ao envio das informações constantes
dos eventos de SST, como os leiautes: 76
3. METODOLOGIA
A partir do tema, em busca de conhecimentos e de instrumentos relevantes para a
produção desse trabalho, a abordagem envolveu pesquisa básica qualitativa e
explicativa verificando trabalhos de aspectos contribuintes na prescrição dos dados,
pesquisas bibliográficas de materiais publicados eletronicamente, bem como
embasamento técnico utilizando a pesquisa documental na biblioteca virtual do
Ministério do Trabalho com acesso as Normas Regulamentadoras, portarias e
legislações, assim deixando claro todas as informações do que foi reconhecido,
pesquisado, estudado e evidenciado.
4 .MATERIAL E MÉTODO
Com a necessidade de destacar como está sendo a implantação do uso da tecnologia na
Saúde e Segurança do Trabalho, se fez necessário a busca de um sistema especializado
na gestão ocupacional na Industria 4.0. Com base em vivencia na área ocupacional,
identificando as falhas de atendimento, comunicação, dificuldades de profissionais de
acompanhar a leitura em planilhas, impressão de papeis, atraso na entrega de exames ao 78
funcionário, indicadores desse sistema expressam de forma concisa de amostragem
mensal, o que levaria um tempo relevante a entrega ao cliente se fosse realizado
manualmente.
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
5. RESULTADO E DISCUSSÃO
No 3º Congresso Brasileiro de Saúde e Segurança do Trabalho, evento esse que o
assunto à mesa foi, as mudanças no mundo do trabalho e seus efeitos na SST, realizado
em setembro de 2020, com o objetivo de evidenciar a tecnologia presente nos ambientes 79
6. CONCLUSÃO
Considera-se que a trajetória de inovação na gestão de SST, atribui benefícios
oferecendo um diferencial no seguimento ocupacional baseado em gestão de processos e
de pessoas com melhoria continua e alta performance tecnológica. Visando atender as
mudanças na segurança do trabalho e as necessidades dos envios ao eSocial, que apesar
de ser um projeto de aproximadamente de cinco anos, sendo aperfeiçoado e simplificado
para que todos os grupos de empresas sejam alcançados por apenas um modelo padrão
de obrigatoriedades.
O gerenciamento adequado de todos os assuntos abordados, garantem o direito a
segurança dos trabalhadores, uma vez que atendido legalmente as normas, estabelece
melhores condições no ambiente de trabalho, além de monitorar o histórico
ocupacional, previdenciário e a vida laboral do trabalhador.
Em uma análise profissional e prevencionista, a implantação de um sistema
especializado de uso habitual, é um aliado na garantia do atendimento a informação de
dados, contudo passivo de falhas no fornecimento dessas informações, gera um efeito
negativo e consequências administrativas perante a fiscalização dos órgãos
competentes. Se adequar e fazer o certo é a forma mais eficaz de uma gestão.
80
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] ANAMT- Associação Nacional de Medicina do Trabalho. Disponível em:
https://www.anamt.org.br/portal/historia-da-medicina-do-trabalho/. Acesso em:
05.nov.2021
[2] BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Norma Regulamentadora 01 – NR1
– Disposições Gerais. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-
br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-
saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-01.pdf. Acesso em: 04.nov.2021.
[3] GOVERNO DO BRASIL. eSocial. https://www.gov.br/esocial/pt-
br/noticias/comeca-hoje-a-obrigatoriedade-dos-eventos-de-saude-e-seguranca-no-
trabalho-sst-para-as-empresas-do-grupo-1. Acesso em: 13.out.2021.
[4] G1. Portal do Construtor. Publicação em: 31.out.2017.
https://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/especial-publicitario/casa-do-
construtor/portal-do-construtor/noticia/nrs-conheca-as-normas-criadas-na-decada-de-
1970.ghtml.Acesso em: 13.out.2021
[5] INDUSTRIAL TOOLS. Disponível em:
https://www.desouttertools.com.br/industria-4-0/noticias/507/revolucao-industrial-
da- ndustria-1-0-a-industria-4-0.Acesso em: 23.out.2021.
[6] MENDES, R. & DIAS. Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador. Rev. Saúde
publicado. S. Paulo, 25 (5): 341-9.1991.
[7] Paes, Ana Cristina Sobocinski. Saúde e Trabalho Segurança do trabalho Qualidade
de vida no trabalho.2005. Publicado em Coleções. Administração de Pessoas, p.184.
Disponível em: https://hdl.handle.net/1884/59806. Acesso em: 09.out.2021
[8] PORTAL DOS TRABALHADORES. Industria 4.0 na SST.
http://portaldostrabalhadores.com.br/o-impacto-da-tecnologia-na-industria-4-0-e-na-
sst/.Acesso em: 09.out.2021.
[9] PROTEÇÃO+. Documento de Discussão. Publicado em:23.set.2020, por Raira
Cardoso/Jornalista da Revista Proteção. Assunto. SST E O FUTURO DO TRABALHO:
BENEFÍCIOS E RISCOS DE FERRAMENTAS DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NOS LOCAIS
DE TRABALHO. Parte IV. Disponível em: http://protecao.com.br (Revista Proteção).
Acesso em:
[10] SOC. Security Operations Center. Centro de Operações de Segurança. 20 anos de
atuação no mercado de Saúde e Segurança. Disponível em:
https://www.soc.com.br/blog/esocial-guia-completo-atualizado/? 2. Acesso em:
01.nov.2021
81
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
Capítulo 9
Adaptação dos trabalhadores em seu ambiente de
trabalho em tempos de pandemia: Implementação da
gestão de saúde e segurança do trabalho no combate
a COVID-19
82
1. INTRODUÇÃO
Manter a atenção no trabalho de forma produtiva tornou-se uma tarefa desafiadora aos
trabalhadores no período pandêmico, visto que as medidas para proteger os
trabalhadores da exposição e infecção pelo vírus que causa a Doença dependem do risco
de exposição. Esse risco varia de acordo com o tipo de trabalho que está sendo
executado, o potencial de interação, prolongada ou não, com as pessoas e a
contaminação no ambiente de trabalho.
Devido a isso, surgiu um cenário em que as informações se tornaram extremamente
importantes para que os trabalhadores tenham conhecimento de forma simplificada,
incluindo dos aspectos psicossociais no ambiente laboral voltado para atividade em
execução do trabalho, especialmente, em home office.
Devido a rotina do trabalho ativo e atento, as organizações são segmentos vistoriados
pelo Ministério Público do trabalho, nessa circunstância os gestores, líderes e
profissionais da Saúde e Segurança no Trabalho, se tornaram peças fundamentais. Os
empregadores passaram a adotar estratégias de prevenção e controle com base em uma
avaliação completa dos perigos no local de trabalho, usando combinações adequadas de
controles administrativos e de engenharia, práticas de trabalho seguras e equipamento
de proteção individual (EPI) para evitar a exposição dos trabalhadores.
Diante disso, através desta pesquisa foi possível atingir alguns objetivos como analisar
as características e o reconhecimento de riscos de contaminação em massa no ambiente
de trabalho, problemas psicossociais durantes e pós Covid-19, analisando estratégias de
implantação de protocolos, pois são pilares fundamentais em combate ao vírus e outros
fatores de riscos no ambiente laboral.
É notório que a pandemia decorrente do nova corona vírus trouxe impactos
significativos, das mais diversas ordens, à sociedade mundial, um desses impactos diz
respeito ao mundo do trabalho. A realidade imposta pela pandemia trouxe novas
responsabilidades e obrigações para trabalhadores e empregadores. No Brasil, a
aplicação das medidas para prevenção e controle da transmissão da COVID-19 nos
ambientes laborais encontra-se estabelecida na Portaria Conjunta SEPRT/MS nº 20, de
18 de junho de 2020. (SEI nº 14127/2021/ME).
As empresas de pequeno, médio e grande porte, tiveram que ter velocidade em se
adequar para permanecerem ativos nesse cenário de grandes desafios, onde um desses
desafios era a resistência e a dificuldade ao cumprimento de protocolos de orientação,
somados com os já existentes. Foram adquiridas medidas de proteção de forma crítica
pelos colaboradores, que com a redução de contrato a cumprir, exigências do governo e
órgãos estatais, passaram a se sentir pressionados com tais exigências.
Ocorreu um crescimento no índice de infectados, bem como das estratégias dos órgãos
como Ministério da Economia/Secretaria Especial de Previdência e Trabalho,
publicaram a Portaria nº 20/2020, publicada em 19 de junho, que estabelece os critérios
de prevenção, medidas, controle e mitigação dos riscos de transmissão da COVID-19 nos
ambientes de trabalho.
Portanto, a disseminação do vírus obrigou todos os empregadores a permanecerem 83
alertas e informados sobre as mudanças nas condições do surto, inclusive no que se
refere à disseminação do vírus pela comunidade e à disponibilidade de testes, e
implementar medidas de prevenção e controle de infecção de acordo.
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
ambiental" - (CF, art. 200, VIII, c. c. Lei 6.983/1981, art. 3º, III, “a” e
“b”).
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
Quando a doença chega num estágio muito grave, o colaborador acaba sendo afastado,
não necessariamente pela síndrome de Burnout, mas com diagnóstico de depressão,
ansiedade ou outras doenças que acabam por impedir o trabalho, o que leva a uma
subnotificação dos casos de síndrome de Burnout. Assim como a síndrome de Burnout é
subnotificada, vários outros quadros de alterações mentais são considerados
adoecimento quando sua gravidade impede a realização do trabalho. Em alguns casos,
antes desta fase, o problema é negado pela própria pessoa e avaliado por colegas e
superiores como “frescuras” e estratégias de escape para o não envolvimento no
trabalho.
87
Fonte: G1.com
2.2.3 VESTUÁRIO
Evitar aglomeração; Ter o controle do fluxo de ingresso; Orientar sobre a retirada de
vestimentas e EPI; Água, sabonete e/ou álcool 70% na entrada e saída.
-
89
Fonte: freepik.com
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
3. CONCLUSÃO
Considerando a complexidade relacionada a esse cenário de proliferação do vírus
mundialmente, foi possível pautar fatos da situação vivenciada por muitas organizações
visitadas. Contudo ainda há uma certa resistência ao cumprimento de protocolos, assim
como algumas falhas no monitoramento e fiscalização, tanto dos órgãos competentes,
quanto da auditoria interna nas empresas.
Se o empregador entender que segurança não é um custo e sim um investimento a
cultura de segurança dentro de uma organização mudará. Assim o funcionário passa a
ter mais responsabilidades a cumprir as exigências e procedimentos internos. Quanto
aos impactos, constatou-se que este é voltado tanto para o empregador, quanto para o
seu colaborador, pois há um índice de afastamento e absenteísmo significativo,
relacionado a sintomas e contágio ao vírus. Os impactos do vírus refletem no nível baixo
da produtividade e aumento do esforço de outros colaboradores, além disso há a
preocupação psíquica com os funcionários.
Dessa forma um profissional de segurança no trabalho deve desenvolver suas
atividades, aplicando de forma coerente as normatizações, gerando confiabilidade ao
empregador e parceria com o empregado para fazer acontecer as mudanças
significativas dentro de uma organização, que faz da segurança a sua principal aliada.
Por outro lado, a inclusão de tecnologia voltadas as atividades de segurança do trabalho
facilitam o gerenciamento como um todo, assim, é importante que os profissionais da
área reconheçam que é necessário se enquadrar as novas modificações e inclusões
tecnológicas. Somente assim conseguirão se aliar ao empregador e escolher soluções
que podem reduzir os riscos no controle a proliferação da Covid-19 nos ambientes de
trabalho, dessa forma gradual poderão voltar às rotinas de trabalho de forma mais
segura e adaptada a esse novo cenário pós-pandemia.
90
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
REFERÊNCIAL TEORICO
[1] ANAMT – Associação Nacional de Medicina do Trabalho. Disponível em:
https://www.anamt.org.br/portal/wpcontent/uploads/2020/04/GUIA_CORONA_VIRUS
_2020_v4.pdf. Acesso em 22 de abril de 2020.
[2] ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Nota técnica
GVIMS/GGTES/ANVISA no 04/2020. Orientações para serviços de saúde: medidas de
prevenção e controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos
ou confirmados de infecção pelo novo corona vírus (SARSCOV-2). Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents. Acesso: 14.abr. 2020.
[3] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. GT COVID-19 N.20/2020.
Publicado em: dez.de.2020. Sobre Medidas de Vigilância Epidemiológica nas Relações de
Trabalho. Disponível em: https://www.rhnossa.com.br/novas-tendencia-pandemia-
consolida-ohome-office-no-mundo-do-trabalho/. Acesso em 04 de abr.2021.
[4] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. SEI/ME - 14645251 - Nota
Técnica – CBIC. 2021. Disponível em: https://www.i9ce.com.br/pcmso-covid/. Acesso
em: 16 de outubro de 2021.
[5] BRASIL. Portaria Conjunta SEPRT/MS nº 20 de 18 de junho de 2020. Disponível
em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-conjunta-n-20-de-18-de-junho-de-
2020-262408085. Acesso em: 26 de outubro de 2021.
[6] CUETO, Marcos. O Covid-19 e as epidemias da globalização. História, Ciências,
Saúde. Manguinhos, Rio de Janeiro. 2020. Disponível em:
http://www.revistahcsm.coc.fiocruz.br/o-covid-19-e-as-epidemias-da-globalizaco/
Acesso em: 16 outubro de 2021.
91
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
Capítulo 10
Programa de gerenciamento de risco: Dificuldades na
implantação da cultura de segurança na indústria da
construção civil
Helen Ingrid Viana Sousa19
Pandea Priam Siqueira Pinto20
Resumo: Este trabalho tem por objetivo apresentar considerações de análise sobre o
programa de gerenciamento de riscos e as dificuldades na implantação da cultura de
segurança na indústria da construção civil. Inicia-se por uma breve introdução sobre a
importância da indústria da construção civil no cenário econômico, apontando um alto
índice de acidentes de trabalho revelando a ausência da cultura de segurança no
trabalho. Abordando um pouco da história de como originou-se a segurança do trabalho
no segmento de construção civil e industrial. Em seguida discorre-se sobre a
importância do gerenciamento de riscos, finalizando com a conclusão. O trabalho trata
ainda de questões culturais que circundam as práticas adotadas por empresas
semelhantes no Brasil.
92
1. INTRODUÇÃO
A indústria da construção civil é uma das mais importantes no cenário econômico
brasileiro, empregando de forma direta e indireta um enorme contingente de
trabalhadores de todos os níveis de formação. A mesma cria espaço para a ocupação
humana com o objetivo de proporcionar qualidade de vida para os que dela usufruem,
sendo por meio da construção de edificações (desde casas térreas a edifícios de
múltiplos pavimentos e galpões industriais), de estradas, túneis, pontes, barragens,
hidrelétricas, aeroportos, estações ferroviárias e redes de distribuição de energia. Que
são, alguns dos exemplos que alteram o ambiente de forma substancial mudando a
paisagem e inclusive influenciando no clima das áreas urbanas.
Como resultado da grande quantidade de serviços, o setor da construção civil é
responsável pela geração de milhares de empregos e tem participação significativa no
Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
Essa expressividade econômica do setor vem acompanhada também por elevado índice
de acidentes e doenças do trabalho. Conforme se observa no Anuário Estatístico da
Previdência Social 2017 (MINISTÉRIO DA FAZENDA, 2018), em 2015, o setor da
construção foi responsável por 10,28% dos acidentes ocorridos naquele ano, enquanto
em 2016, esse índice foi de 9,53% e, em 2017, 8,70%1. Do total de acidentes ocorridos
em 2017 no setor da construção, o serviço que apresentou maior número de acidentes
foi a construção de edifícios (Classe 4120-4/00) com 19,18% desse montante, seguido
de obras para geração e distribuição de energia elétrica e para telecomunicações (Classe
42.21-9) com 7,92% e incorporação de empreendimentos imobiliários (Classe 41.10-7)
com 6,40%. Valores das mesmas ordens de grandeza foram observados nos anos
anteriores 2, mantendo essas três frentes de serviço.
A complexidade crescente dos mercados vem fazendo com que as empresas busquem
cada vez mais alternativas para garantir o sucesso do seu negócio, buscando sempre
diferenciais que garantam alguma vantagem comemorativa frente a concorrência.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. CULTURA DE SEGURANÇA
93
Na década de 1980 surgiu pela primeira vez o termo cultura de segurança, termo
utilizado no relatório técnico sobre o acidente da usina nuclear de Chernobyl na
Ucrânia, definido como sendo “o conjunto de características e atitudes das organizações
e dos indivíduos, que garante a segurança de uma planta nuclear pela sua importância
e prioridade” (Anastácio Pinto Gonçalves FilhoI; José Célio Silveira AndradeII; Marcia
Mara de Oliveira MarinhoIII 2011).
Fonte: ISTOÉ
O conceito de cultura organizacional faz parte das Ciências Sociais e tem evoluído
bastante com o passar dos anos, gerando alguma polêmica, porque o conceito de cultura
é bastante complexo. Edgar Schein é um dos maiores responsáveis pela divulgação e
desenvolvimento deste conceito, sendo que o autor descreve a cultura organizacional
como um modelo de crenças e valores criados por um determinado grupo.
Schein afirmou que o fenômeno complexo da cultura organizacional é formado por três
níveis de conhecimento: os pressupostos básicos (as crenças que são consideradas
adquiridas em relação à empresa e à natureza humana), os valores (princípios, normas e
modelos importantes) e os artefatos (resultados perceptíveis da ação de uma empresa,
que são apoiados pelos valores).
A noção de cultura organizacional ganhou mais notoriedade na segunda metade do
século XX, depois de alguns investigadores da área de Gestão e Estudos Organizacionais
começarem a defender os benefícios de estudar a cultura das organizações. Isso
representou um ponto de viragem no estudo da Comunicação Organizacional. Até 1980,
as ciências naturais consistiam na metodologia preferida para abordar a cultura
organizacional, sendo que existia o propósito de encontrar soluções viáveis para os
problemas de uma organização.
A formação de uma cultura organizacional surge quando são criadas e difundidas de
mensagens relativas à empresa e sua identidade, através de meios formais e informais.
Contribuindo para a edificação da identidade organizacional, que pode coincidir com
uma imagem positiva, revestindo a empresa de prestígio e reconhecimento.
Desde a introdução do conceito pelo INSAG, o termo rapidamente
ganhou o dicionário do gerenciamento de segurança, e o conceito
foi utilizado como um substantivo tema em relatórios oficiais de
desastres e grandes acidentes (FLIN et al., 2000). Nos anos de
1990, o tema cultura de segurança foi alvo de um grande
desenvolvimento teórico e empírico. Nesse período, houve uma
proliferação de estudos sobre cultura de segurança, com o
objetivo de conceituá-la e desenvolver instrumentos de avaliação
(GULDENMUND, 2000; OSTROM; WILHELLMSEN; KAPLAN,
1993).
3. METODOLOGIA
A Metodologia de Gerenciamento de Riscos objetiva estabelecer e estruturar as etapas
necessárias para a operacionalização, por meio da definição de um processo de
gerenciamento de riscos. Sendo, no mínimo necessária considerar as seguintes etapas:
95
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
V – Priorização de riscos: Etapa em que são definidos quais riscos terão suas
respostas priorizadas, levando em consideração os níveis calculados na etapa
anterior;
96
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
4. RESULTADO E DISCUSSÕES 97
Os resultados das etapas anteriores e o Plano de Ação devem ser aprovados pelo
dirigente máximo da unidade. Após a aprovação a unidade deve incluir tais ações em
seu Plano Operacional.
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
Além desses pontos, é necessário sensibilizar as partes bem como, capacitar os membros
da instituição ou empresa a entenderem o plano de gerenciamento que é o equivalente a
etapa do Gerenciamento de Processo. Sendo, essa etapa o processo organizacional.
Conhecido e analisado levando-se em consideração o ambiente interno e externo da
instituição ou empresa. Essa etapa possa subsidia as próximas etapas, sendo necessária
uma compreensão completa do processo levantando-se no mínimo as seguintes
informações tais como:
• Clientes
• Fluxo do processo
• Infraestrutura utilizada
• Legislação correlacionada
• Principais objetivos do processo
• Principais problemas do passado
• Recurso humano utilizado
• Sistemas informatizados
• Partes interessadas
• Ambiente Externo (Cenário político, social, financeiro, legal, tecnológico,
econômico, etc.)
• Tendências de mercado
98
No gerenciamento de processos tanto a etapa “Conhecer Processo” quanto a etapa
“Analisar Processo e Riscos” contribuem com esse levantamento de informações e
melhor compreensão do processo, através da “Analisar Processo e Riscos”. É importante
destacar que apenas a análise do processo pertence a etapa de entendimento.
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
99
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
Para a identificação das causas é importante uma análise das diversas fontes de riscos
existentes no processo, tais como:
a) Processo - Decorrente de diretrizes estratégicas e da formalização/modelagem de
processos, incluídos os métodos, procedimentos e regulamentações de planejamento,
execução, controle e monitoramento. Os mecanismos de comunicação e repositório de
conhecimento também se enquadram nesta fonte.
b) Pessoas - Decorrente de operações humanas, onde são requeridas condutas apropriadas,
competências, conhecimentos e habilidades;
c) Externa - Decorrente do ambiente externo à organização como desastres naturais,
conjuntura político-econômica, imprevisibilidade de fornecedores;
d) Infraestrutura – Decorrente dos recursos de infraestrutura física ou lógica (sistemas de TI)
da organização;
e) Recursos humanos ou financeiros – Decorrente da disponibilidade de recursos humanos ou
financeiros.
Após a identificação dos riscos, causas e consequências, é necessário identificar quais
controles estão presentes no processo e mitigam os riscos identificados. Os controles devem
ser classificados em:
• Controles preventivos: controles existentes e que atuam sobre as possíveis
causas do risco, com o objetivo de prevenir a sua ocorrência. Exemplos de
controles preventivos: requisitos / checklist definidos para o processo e
capacitação dos servidores envolvidos no processo.
• Controles de atenuação e recuperação: controles existentes executados
após a ocorrência do risco com o intuito de diminuir o impacto de suas
consequências. Exemplos de controles de atenuação e recuperação: plano de
contingência; tomada de contas especiais; procedimento apuratório.
• Controles detectivos: controles existentes que atuam na detecção da
materialização de um risco ou de sua iminência. Exemplos de controles de
detecção: indicadores; termômetros; sensores. Após se identificar todos os
controles associados aos riscos identificados é importante tentar identificar
outros controles presentes no processo, possibilitando a identificação de outros
riscos ou até mesmo de controles puramente burocráticos. Após a identificação
de todos os controles, poderá ser feito um estudo mais aprofundado dos
mecanismos de controle presentes no processo. Esse estudo tem como finalidade
identificar controles ineficazes e ineficientes. Para isso algumas perguntas devem
ser respondidas:
1. Existem outros controles presentes nesse subprocesso? Caso existam, esses controles
estão associados aos riscos identificados? Essa pergunta ajudará tanto na identificação
de outros controles como de outros possíveis riscos. Além disso caso seja identificado
controles aos quais a equipe técnica não consiga identificar um risco associado a ele, é
bem possível que tal controle seja uma burocracia excessiva no subprocesso. Riscos e
controles identificados nessa pergunta devem ser inseridos na planilha da mesma forma 100
que na etapa anterior.
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
5. CONCLUSÃO
Concluímos que a importância do gerenciamento de riscos deve-se aos fatores que
podem influenciar o ambiente no qual a empresa está inserida. As leis que surgiram no
decorrer dos tempos, trouxeram um reboliço dentro das empresas. Dessa forma, as
empresas precisam adaptar os seus processos internos e administrar de forma efetiva os
riscos, para que não sejam punidas.
Os resultados mostraram que o gerenciamento de riscos seria a área
mais indicada para a inserção da segurança podendo ser aplicada durante todo o
desenvolvimento de um projeto. Sobre o emprego de indicadores para medir as
condições de segurança, verificando-se que este é importante em que as pessoas estão
mais expostas à fatores de risco, por exemplo, na construção civil, onde há a necessidade
premente de preservação da integridade das pessoas envolvidas de acidentes.
O gerenciamento dos riscos nas empresas está se tornando cada vez mais importante
para alcançar o sucesso organizacional, pois a empresa que não gerencia seus riscos tem
grande chance de ir ao fracasso. Com o gerenciamento é possível identificar a
probabilidade e o impacto que serão causados sobre o projeto, podendo assim se
planejar para saná-los visando a eficácia de uma boa gestão.
101
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Ministério da Fazenda, Secretaria de Previdência, Empresa de Tecnologia e
Informações da Previdência – Ano 1 (1988/1992) – Brasília: MF, DATAPREV. Anuário
Brasileiro de Segurança Pública: Disponível em 29/11/2014,
http://sa.previdencia.gov.br/site/2019/04/AEPS-2017-abril.pdf. Acesso em: 18 de set.
de 2021.
[2] Charles Gularte / Tabela CNAE completa para consulta, disponível para
pesquisa desde 16/09/2021, https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-
online/cnae/. Acesso em: 19 de set. de 2021.
[3] Anastácio Pinto Gonçalves Filho / José Célio Silveira Andrade / Marcia Mara de
Oliveira Marinho / Modelo para a gestão da cultura de segurança do trabalho em
organizações industriais. Disponível para pesquisa desde 23 mar 2013,
https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/cnae/. Acesso em: 19 de set. de
2021.
102
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
Capítulo 11
Acidentes de trabalho e suas problemáticas: A
importância da emissão dos documentos pós-
acidentes de trabalho
Rejanilce Chagas Brandão 21
Pandea Priam Siqueira Pinto 22
103
mail: rejanilce_c@yahoo.com
1. INTRODUÇÃO
O estudo contextualiza e apresenta a importância da emissão dos documentos pós-
acidentes de trabalho, e como isso vem prejudicando diversos trabalhadores em suas
atividades laborais. Os sistemas de informação de instituições previdenciárias são os
principais responsáveis pelo monitoramento e agravos que acontecem relacionados ao
trabalho, porque comumente tem a função de comunicar o primeiro dia útil seguinte ao
da ocorrência do acidente, por meio do formulário próprio de Comunicação de Acidente
de Trabalho (CAT).
Apesar da importância das notificações, aborda-se a predominância da subnotificação
dos acidentes de trabalho, tendo como principais motivos a falta de informação sobre o
protocolo, a falta de tempo para realizar o registro, o medo do resultado e a burocracia.
Além disso, é importante ressaltar que as deficiências nas informações e a ausência de
registros nos instrumentos de notificação dificultam o amplo conhecimento do perfil de
acidentes de trabalho, principalmente nas áreas de risco. O problema da pesquisa
define-se: Quais os procedimentos para a emissão da comunicação de acidentes de
trabalho?
Este trabalho se justifica pela importância de dispor emissão de documentos aos
trabalhadores após acidentes de trabalho, assim como a identificação de fatores
associados ao registro desses eventos, enquanto uma alternativa para subsidiar
estratégias de prevenção, implantação de notificação de agravos relacionados ao
trabalho.
O interesse pelo tema provém na orientação aos trabalhadores e contribuir para as
empresas cadastrarem a CAT, possibilitando a facilidade e agilizando o registro dos
acidentes de trabalho e das doenças ocupacionais, pelo empregador, a fim de reduzir de
maneira sucessiva e substancial os prejuízos decorrentes de indenizações e multas.
O objetivo geral do artigo foi verificar na literatura a importância e o processamento da
emissão dos documentos pós-acidentes de trabalho. Os objetivos específicos são:
identificar os sistemas de informação que dispõem de dados sobre acidentes de trabalho
no Brasil; descrever suas características para a qualidade da informação; analisar o
impacto ocasionado pela ausência da comunicação do acidente de trabalho dentro do
setor público.
O presente estudo é composto de três capítulos. Inicialmente, o primeiro capítulo
apresenta a introdução. O segundo capítulo traz a fundamentação teórica. O terceiro
capítulo apresenta os materiais e métodos utilizados na elaboração do estudo.
Finalmente, seguem as conclusões a que se chegou com o estudo, a lista das referências
bibliográficas utilizadas complementa e ilustra o estudo.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 ACIDENTES DE TRABALHO
Os acidentes de trabalho (AT) são aqueles que ocorrem no exercício da atividade laboral,
ou no percurso de casa para o trabalho e vice-versa, podendo o trabalhador estar 104
inserido tanto no mercado formal como no informal de trabalho. São eventos agudos,
podendo ocasionar morte ou lesão, a qual poderá levar à redução temporária ou
permanente da prática para o trabalho (MALTA et al., 2017).
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
105
Com isso, os riscos ocupacionais associam-se aos efeitos prejudiciais que acontecem com
o indivíduo, durante as suas funções no trabalho, provocando perda ou a diminuição,
permanente ou temporária, de realizar as atividades de sua competência.
Os riscos ergonômicos são qualquer fator que possa interferir nas características
psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto, ou afetando sua saúde, como
movimentos repetitivos e postura inadequada. Já os riscos biológicos são representados
por vírus, fungos, bactérias, entre outros (OLIVEIRA; ALMEIDA, 2015).
Os riscos psicossociais definem-se como os riscos para a saúde física, mental e social,
originados pelas situações no trabalho, fatores organizacionais e relacionais que
conseguem interagir com o funcionamento mental e bem-estar psicossocial dos
trabalhadores (CHAGAS, 2015). Deste modo, os riscos psicossociais surgem na interação
entre o trabalho, o ambiente, a satisfação do trabalhador e as condições físicas da
organização, englobando ainda as capacidades do trabalhador, as suas necessidades,
cultura e situação pessoal fora do trabalho.
Esses riscos, denotam o trabalhador a diversos fatores de contaminação, sendo todos
potenciais desencadeadores de doenças ocupacionais. Assim, esse ambiente pode, a
qualquer momento, transforma-se em fatores de riscos que atuam direta ou
indiretamente no processo do trabalho.
Contudo, na análise dos riscos identificam-se as medidas de prevenção que deverão ser
estabelecidas e o sistema de gerenciamento de riscos adotado para prevenção de
acidentes, indicando ações para as situações de riscos não controladas.
107
Na ocorrência do acidente de trabalho, independentemente de
afastamento ou não, é obrigatória a emissão da CAT por parte do
empregador. Segundo a legislação previdenciária, a emissão da
CAT, além de ser importante para a caracterização do Nexo
Técnico Previdenciário, tem a função do controle estatístico e
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
3. METODOLOGIA
3.1 MATERIAIS E MÉTODOS
Esta pesquisa caracteriza-se como uma revisão bibliográfica do tipo integrativa, método
de pesquisa conceituado como um mecanismo de enorme superioridade no campo de
pesquisa por ressaltar a busca, uma avaliação complexa e a síntese de evidências sobre
um tema que ainda não foi investigado.
Foram empregados para rastreio das publicações, as seguintes palavras-chave:
acidentes de trabalho; notificação de acidentes de trabalho; riscos ocupacionais;
sistemas de informação.
Como critérios de inclusão: foram selecionados artigos originais em português, inglês e
espanhol, publicados no período de 2015 a 2020, que tratam do assunto pesquisado.
Como critérios de exclusão: artigos com texto incompleto, resumos, e outros materiais
que não atenderam os critérios de utilização como fonte primária de dados.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Considera-se acidente notificado, assim que o profissional acidentado preenche a o
formulário de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). O protocolo para o
atendimento a esses profissionais inclui, além da CAT, o atendimento em serviço
especializado. Além disso, pode-se abranger melhor conhecimento desses acidentes, de
suas causas e consequências, para assim elaborar medidas preventivas necessárias
(GARBACCIO et al., 2015).
Dentre as causas de notificação dos acidentes de trabalho, destaca-se a abrangência do
108
sistema de informação da Previdência Social, que inclui apenas os trabalhadores com
vínculo sob a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), inseridos no Seguro de Acidente
do Trabalho (SAT), excluindo trabalhadores informais (MALTA et al., 2017).
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
5. CONCLUSÃO
No âmbito dos processos de trabalho, foi identificada a importância instruir melhor a
população trabalhadora acerca do acidente de trabalho, os direitos e os deveres do
empregador.
Constatou-se a partir das pesquisas realizadas, os acidentes de trabalho que acometem
os indivíduos, além dos seus riscos ocupacionais, contudo foi importante também
evidenciar que os acidentes de trabalho não são simultaneamente registrados por todos
os sistemas, principalmente pelo CAT- Comunicação de Acidentes de Trabalho, sendo
necessária urgente a integração entre eles.
O registro de acidentes de trabalho de qualquer sistema de informação contribui para a
invisibilidade da real extensão desse trágico evento, evitável na maioria das situações.
Mais do que um problema metodológico, de precisão de dados, este é um problema
social e político, ao refletir possível negligência de parte dos gestores e comprometer
todos os níveis de cuidado à saúde, da segurança pública e da proteção social via
previdência. Esse problema pode também revelar o não cumprimento de direitos
constitucionais de grande parte da população de trabalhadores diariamente.
Conclui-se que para o efetivo controle da emissão da CAT é imprescindível que as
autoridades competentes fiscalizem as empresas, sob implicações de multas e que o
empregador realize ações de prevenção por parte dos trabalhadores e profissionais
envolvidos com essas ocorrências. Nesse sentido, a CAT constitui-se importante
documento da vigilância dos acidentes de trabalho.
109
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] BALSANO M.A, SIMONELLI A.P. Caracterização dos tipos de acidentes de
trabalho do ambulatório de Terapia Ocupacional do Hospital do Trabalhador de
Curitiba, PR. Caderno de Terapia Ocupacional, v.23, n.1, p.53-61, 2015. Disponível em:
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[2] BATISTA A.G, SANTANA V.S. Registro de dados sobre acidentes de trabalho
fatais em sistemas de informação no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v.24, n.3, 2019.
Disponível em: https://www.scielosp.org/article/csc/2019.v24n3/693-704/pt/. Acesso
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[3] MINISTÉRIO DA SAÚDE. Emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho
(CAT). Ministério da Saúde, 2020. Disponível em:
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/43175/2/documento_st_._cat._covid-
19._julho.2020_final.pdf. Acesso em: 27 set. 2021
[4] CHAGAS D. Riscos psicossociais no trabalho: causas e consequências.
International Journal of Development, v.2, n.1, 2015. Disponível em:
https://revista.infad.eu/index.php/IJODAEP/article/view/24/83. Acesso em: 04 out.
2021
[5] FERREIRA A.C. Análise dos acidentes de trabalho ocorridos entre 2015 e
2018 em IES no estado do Paraná. Engenharia de Segurança do Trabalho, Curitiba,
2019. Disponível em: http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/12852.
Acesso em: 27 set. 2021
[6] FERREIRA A.P et al. Revisão da literatura sobre os riscos do ambiente de
trabalho quanto às condições laborais e o impacto na saúde do trabalhador.
Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, v.16, n.3, p.360-370, 2018. Disponível em:
https://cdn.publisher.gn1.link/rbmt.org.br/pdf/v16n3a14.pdf. Acesso em: 04 out. 2021
[7] FRANCISCO A.C, LUZ M.L.S. Análise dos riscos ocupacionais da função
operador de expedição em uma cooperativa agroindústria. Departamento de
engenharia de Produção, 2017. Disponível em:
file:///C:/Users/POSITIVO/Downloads/292-1315-1-PB.pdf. Acesso em: 04 de out. 2021
[8] GARBACCI J.L et al. Acidentes ocupacionais com a equipe de enfermagem da
atenção hospitalar. Cogitare Enfermagem, v.20, n.1, 2015. Disponível em:
https://www.redalyc.org/pdf/4836/483647664019.pdf. Acesso em: 10 nov. 2021
[9] GOMES S.C.S, CALDAS A.J..M. Qualidade dos dados do sistema de informação
sobre acidentes de trabalho com exposição a material biológico no Brasil, 2010 a
2015. Disponível em: https://cdn.publisher.gn1.link/rbmt.org.br/pdf/v15n3a03.pdf.
Acesso em: 10 nov. 2021
[10] MALTA D.C et al. Acidentes de trabalho autorreferidos pela população adulta
brasileira, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Ciência & Saúde
Coletiva, v.22, n.1, 2017. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/csc/a/YP5DzH76QHBRx6QKnFdbgDs/?format=pdf&lang=pt.
Acesso em: 27 set. 2021 110
https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/5147/4704. Acesso
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[12] OLIVEIRA R.H.G, ALMEIDA T.F. Riscos biológicos em odontologia. Revista
Bahiana de Odontologia, v.6, n.1, p.34-46, 2015. Disponível em:
https://www.researchgate.net/profile/Tatiana-Almeida-10/publication/305296581_.
Acesso em: 04 out. 2021
[13] RODRIGUES A.J.S, SOUZA K.S.F, SOUZA E.C.S. Análise dos riscos ocupacionais
presentes em um açougue de uma cidade do interior da Paraíba. Gestão de
Operação em Serviços e seus impactos sociais, 2016. Disponível em:
https://www.researchgate.net/profile/Elton-Cesar-Dos-Santos-
Silva/publication/323838052. Acesso em: 27 set. 2021
[14] RODRIGUES L.S et al. Acidentes de trabalho no Brasil - uma análise das
comunicações de acidente de trabalho (CAT), 2001-2016. Seget, 2016. Disponível
em: https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos19/25528232.pdf. Acesso em: 27 set.
2021
[15] SOUSA Y.G, MEDEIROS P.C. Comunicação de acidente de trabalho do idoso através
do Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário, NTE. Kairós Gerontologia, v.19, n.1,
2016. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/kairos/article/view/33030. Acesso em:
10 nov. 2021
[16] VASCONCELOS F.M et al. Riscos no ambiente de trabalho no setor de
panificação: um estudo de caso em duas indústrias de biscoitos. Gestão da
Produção, São Carlos, v.22, n.3, 2015. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/gp/a/QfmYVfsjBymHKbgt3mcMxzK/?lang=pt&format=pdf.
Acesso em: 04 out. 2021
111
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
Capítulo 12
Saúde e Segurança ocupacional: Os burles no sistema
que desafiam o profissional de Segurança do Trabalho
a se manter no emprego
Luís Antônio Roldão Abreu23
Pandea Priam Siqueira Pinto 24
Resumo: Este estudo tem o objetivo exemplificar evidências onde a empresa se beneficia
do seu poder para se manter impune de certas situações e a partir disso mostrar como
funciona o sistema de normas que regulam a segurança do trabalho. Dentro desse
escopo, foram relatadas situações que demonstram a impunidade das empresas, bem
como são apresentadas soluções aos os problemas que os profissionais de segurança e
os colaboradores enfrentam no seu ramo de trabalho. Em conclusão verifica-se que os
gestores das empresas devem estar cientes de que é preciso fazer melhorias em normas
e procedimentos internos, e atentar para situações nas quais os acidentes de trabalho
ocorrem mesmo tendo os colaboradores seguindo todas as normas. Assim espera-se que
esse trabalho contribua para a consolidação de um ambiente de trabalho sadio,
reduzindo dessa forma, os conflitos entre colaborador e empresa e entre empresa e
profissional de segurança do trabalho.
112
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho é sobre os burles no sistema que o profissional de segurança do
trabalho encontra-se em casos de acidentes ocasionados em determinada empresa, mais
concretamente esboçar ideias e referências que podem o melhor resguardar em
determinados casos que acontecem nas empresas, além de falar dos dispositivos legais
que regem essas situações.
É objetivo deste trabalho apresentar os dispositivos legais como a CLT (consolidação de
leis do trabalho), NR (normas regulamentadoras) e outros meios legais em caso
específico de acidente onde o profissional de segurança do trabalho levou a culpa total e
o mesmo precisar de um resguardo dentro da lei.
O trabalho está organizado em 4(quatro) partes. Sendo a parte 1 referente ao objetivo
geral e específico onde será trabalhado a fundamentação. Na parte 2 optou-se por falar
das problemáticas que o profissional tem em determinado acidente. Na parte 3 será
comentado sobre a justificativa da empresa, do colaborador e do profissional, além de
usar os meios legais pra melhor entendimento sobre as causas do acidente, irão ser
mostrados os artigos científicos e exemplificações de casos onde os 3 meios da história
(colaborador, empresa e profissional) levam a culpa. Na parte 4 serão sobre os
resultados e recursos que os 3 entes da empresa podem aderir e ver o que acontece com
ambos e a discussão dos resultados com a opinião de profissional de segurança
apresentando uma proposta de melhoria.
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo, enriquecida com
artigos legais e artigos científicos.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 SEGURANÇA DO TRABALHO NO BRASIL
Enquanto no início do século XIX, a Inglaterra já se preocupava com a proteção dos
trabalhadores das indústrias têxteis, (ainda que com obrigações absurdas para a nossa
referência atual, porém aplicáveis à época), somente no final daquele século, por volta
de 1870 é que se tem notícia da instalação da primeira indústria têxtil no Brasil, no
estado de Minas Gerais.
E somente vinte anos depois é que surgiria no Brasil um dos primeiros dispositivos
legais relativos à proteção do trabalho, mais precisamente em 1891, com a publicação do
Decreto 1.313 que tratava da proteção do trabalho de menores. Os trabalhadores adultos
não eram abrangidos por este decreto.
Estávamos nos primeiros anos da república velha e o Brasil começava a dar os primeiros
passos, ainda bastante tímidos, em direção à proteção do trabalho. (Enquanto isso, na
Inglaterra já havia, há mais de oitenta anos, uma regulamentação sobre o trabalho
infantil, através da Factory Law!..)
Veremos a seguir, a partir da publicação do Decreto 1.313/1891 os principais eventos e
dispositivos legais relativos à Segurança e Saúde do Trabalho no Brasil.
113
1891 – Publicação do Decreto 1.313:
“Estabelece providências para regularizar o trabalho dos menores empregados nas
fábricas da Capital Federal” (na época, o Rio de Janeiro)
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
exposição à radiação da solda MIG, tinha que terminar o serviço já na hora extra, sem
itens básicos de segurança sem uma noção dos riscos a que me expunha o que acarretou
neste acidente; em outra empresa que fabricava máquinas para laticínios, estava
soldando pelo processo TIG embaixo de uma máquina, quando ia sair me desequilibrei e
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
a vareta de inox acabada de sair da poça de fusão ainda em brasa entrou por volta de
dois centímetros no meu peito, isso depois de perfurar minha roupa e passar ao lado do
aventar que utilizava que se mostrou inadequado.
Sempre escutei relatos e vi cicatrizes dos colegas principalmente de quem está há mais
tempo, Um colega contava da cicatriz no peito, fazia a manutenção debaixo de um
caminhão e utilizava uma lixadeira quando perdeu o controle e o disco cortou sua roupa
e entrou em seu peito, causando um corte profundo, eram poucos que não tinha passado
por acidentes de certa gravidade.
Outra forma de acidentes recorrente ocorria no deslocamento da casa para o local de
trabalho, principalmente dos colegas que vinha de moto, uma vez um colega teve fratura
na perna, em outro acidente um colega sofreu uma fratura na bacia e ficou de cama por
semanas sem poder se locomover.
Esses acidentes sempre me sensibilizaram muito, por um lado mostrava a relação de
trabalho, a escravidão assalariada, toda a pressão pela produção e por não errar, a
pressão pelas horas extras e todo esse stress e o medo de ficar desempregado.
Muito vezes eram visto como um erro do colega mas, a culpa do acidente não pode ser
de quem sofreu, é devido ao não treinamento, ao desvio de função, as condições fora dos
padrões de segurança, a pressão pela hora extra, ou seja, as condições que levam a ter os
números assustadores de acidentes de trabalho, de mortos, é este sistema que
desumaniza e faz do trabalhador um número, nesta relação descartável na medida em
que se pode ser substituído por outro.
Com base nesse relato, falarei sobre a problemática de como as empresas na maioria das
vezes culpam o colaborador ou profissional de segurança em casos parecidos como esse.
3. METODOLOGIA
De acordo com o artigo 19 da Lei n° 8213/91, “acidente de trabalho é o que ocorre pelo
exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício de trabalho dos segurados,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou a
redução permanente ou temporário, da capacidade para o trabalho”.
Ou seja, a partir disso o colaborador deve ter o devido conhecimento para que o mesmo
não sofra dentro de empresas uma conspiração onde na maioria das vezes o profissional
de segurança ou a própria empresa nunca leva culpa e a partir disso o colaborador,
profissional de segurança e o setor jurídico da empresa devem ter um alinhamento em
situações para melhor desempenho e funcionamento de todas as partes.
A NR 1 tem como objetivo principal definir disposições gerais, campo de aplicação,
termos e definições comuns a todas as normas regulamentadoras que vêm depois dela.
Em outras palavras, é a norma que regulamenta as outras normas.
Com base na NR 1 o profissional de segurança deve reger o seu trabalho de forma
exemplar de modo que facilite determinados trâmites que a empresa dificulta ou que o
próprio colaborador dificulta.
4. RESULTADOS
Segundo a analista em departamento pessoal Andreia Ramires Gonçalves a culpa dos
acidentes de trabalho é devido a:
Pago porque a lei me obriga, mas não concordo. A desatenção dele foi o que provocou o
acidente. Porque sou eu o responsável?"
Esta reação por parte dos empresários é bem comum por não se sentirem responsáveis
pela causa do acidente e, tampouco, serem condenados ao pagamento de indenização
por dano moral ou material ao empregado acidentado.
Assim como o empregador acredita muitas vezes não ser o culpado pelo empregado
sofrer um acidente, não seria razoável acreditar que o empregado tivesse a intenção de
provocar o acidente, sob pena de ficar inválido ou incapacitado, sem poder prover o
sustento à sua família ou pelo risco de estar “descartando” sua vida pessoal ou
profissional.
Acidente do trabalho é aquele que ocorre no exercício de atividade a serviço da empresa
e provoca lesão corporal ou perturbação funcional, que pode causar a morte, a perda ou
a redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho.
Consideram-se, também, como acidente do trabalho:
• A doença profissional ou do trabalho, produzida ou desencadeada pelo
exercício do trabalho peculiar a determinada atividade;
• Acidente típico, que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa;
• Acidente de trajeto, que ocorre no percurso do local de residência para o
de trabalho ou desse para aquele, considerando a distância e o tempo de 116
Jurisprudências:
Acidente De Trabalho. Ausência De Uso De Epi Fornecido Pela
Empregadora. Culpa Exclusiva Do Empregado. Ausência Dos
Pressupostos Para A Responsabilidade Civil. Indenização
Indevida. TRT da 3.ª Região; Processo: 0000063-65.2013.5.03.0097
RO;
Acidente De Trajeto. Responsabilidade Do Empregador.
Estabilidade Provisória Acidentária. TRT da 3.ª Região; PJe:
0010491-34.2015.5.03.0163 (RO);
Acidente De Trabalho - Fato De Terceiro - Ausência De
Responsabilidade Do Empregador. TRT da 3.ª Região; PJe:
0010913-51.2014.5.03.0031 (RO).
Basicamente a especialista mostra através de uns fatos como a
justiça em determinados leva sempre pra empresa como “winner” já
que a mesma na maioria das vezes tem as provas contra o
profissionais de segurança e contra o colaborador.
4.1 DISCUSSÃO
Serão usados dois exemplos de pesquisa de campo dentro deste trecho e um terceiro
caso tirado de fontes confiáveis.
No dia 17/10/2021 foi feita a entrevista com XXXXX ex-colaborador da empreiteira
Engeco Engenharia. E foram feitas as seguintes perguntas. “Como aconteceu seu
acidente? Como a empresa agiu no pós acidente? E como anda o seu processo contra
empresa?”
• “Eu fui avisado muitas vezes que eu poderia me machucar trabalhando na
máquina, por amigos do trampo e acabou que aconteceu isso de eu perder o
dedo. A máquina falhou e meu dedo ficou preso e o pior que nós foi muita vez
falar com homem responsável e ele falou que não daria problema e eu confiei né.”
• “Eu fui demitido porque a empresa falou que eu causei um dano
psicológico pros meus amigos e eles não me ajudaram em nada pra eu me
cuidar”.
• “Pelo que sei eles não vão me pagar nada, já que dizem que tem provas e
eu não”
Como visto, esse é um dos vários casos onde a empresa tira vantagem de colaborador
que não tem certo conhecimento de lei.
118
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
No dia 21/10/2021 foi entrevistado o técnico em segurança xxxx que foi demitido por
conta de um acidente dentro da empresa que o mesmo trabalhava e as perguntas feitas
foram: “Como aconteceu o acidente? Como a empresa agiu no pós acidente? E como anda
o seu processo contra empresa?”
• “O acidente ocorreu com um colaborador dentro de um maquinário que
falei com meu superior que poderia acontecer esse acidente e 8 dias depois da
minha alegação o colaborador teve o acidente e com isso eu fui demitido por não
cumprir meu trabalho segundo eles e acabou que não tive como provar, já que
quando avisei foi na palavra.”A empresa alegou que o culpado do acidente e de
todo custo que eles tiveram foi por erro meu.
• Está difícil pro meu lado eles querem que eu pague os custos que o
colaborador teve e me colocam com 100% da culpa.
Aqui vai um exemplo onde a lei foi aplicada de forma correta e mesmo assim a empresa
tentou recorrer a todo custo
A Primeira Turma do Tribunal do Trabalho da Paraíba (13ª Região) negou provimento
aos recursos interpostos tanto pelo empregado quanto pelo empregador contra o
resultado da ação trabalhista (Processo 0130458-38.2015.5.13.0020) julgada na Vara
de Trabalho de Itabaiana que condenou a empresa Comercial Rozio Ltda. a pagar uma
indenização ao ex-funcionário por danos morais e estéticos no valor de R$ 30 mil, em
razão de um acidente de trabalho.
O ex-funcionário teve o seu dedo anular da mão esquerda amputado porque, no
momento do acidente, não usava luvas. A empresa foi condenada ao pagamento de
indenização por danos morais no valor de R$ 20.000,00, por dano estético no valor de
R$ 10.000,00, e por danos materiais, a ser paga em parcela única, correspondente a 10%
do salário-mínimo até que o autor da ação complete a idade de 74 anos.
Reforma
A empresa recorreu à Segunda Instância para pleitear pela reforma da sentença
alegando que o acidente foi por culpa exclusiva do obreiro, uma vez que tinha à sua
disposição todos os equipamentos de proteção e segurança, “tendo tal fato, inclusive,
sido confessado pelo autor”.
Da análise do conjunto probatório anexado aos autos, o relator, desembargador Paulo
Maia Filho, verificou que o ex-funcionário, na hora do acidente de trabalho, não utilizava
luvas de proteção ou qualquer outro equipamento de proteção individual do trabalho, de
utilização obrigatória. E mais: a reclamada não apresentou ficha de entrega de EPI
assinada pelo reclamante, no sentido de demonstrar a concessão ou utilização do
material de proteção adequado.
O desembargador relata ainda que ao permitir que o reclamante, que é canhoto,
executasse as suas atividades sem os cuidados necessários (utilização de EPIs - luvas), a
reclamada demonstrou sua conduta negligente e imprudente, visto que caberia à
empresa adotar meios de prevenção capazes de evitar o acidente de trabalho. Levando 119
em consideração todo o acervo documental e oral apresentado, decidiu que a sentença
deve ser mantida.
Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
5. CONCLUSÃO
Neste trabalho foi abordado como o sistema é falho e visa favorecer sempre a empresa e
deixando o profissional de segurança e colaborador na mão. E mesmo o sistema na
teoria ser “bonito” conforme os dispositivos legais, nós sabemos que ele é sujo e
beneficia quase sempre o mais rico e a partir disso eu quero fazer a diferença como
profissional de segurança especializado na área jurídica para que não ocorra situações
semelhantes às citadas acima.
Foram cumpridos todos os objetivos que foram propostos e este trabalho foi de extrema
importância para adquirir um melhor conhecimento dentro de uma área que quero
seguir e fazer diferença.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] http://genjuridico.com.br/2020/08/17/historia-seguranca-e-saude-do-trabalho/ Acesso
em 07 Out 2021
[2] https://esquerdadiario.com.br/Relato-de-um-jovem-trabalhador-sobre-sua-experiencia-
nas-fabricas Acesso em 11 Out 2021
[3] https://conect.online/blog/acidentes-de-trabalho-no-brasil-quais-sao-as-areas-com-
maiores- Acesso em 11 Out 2021
[4] https://www.jornalcontabil.com.br/clt-quais-os-direitos-de-quem-sofre-acidente-de-
trabalho/ Acessoo em 12 Out 2021
[5] https://www.sienge.com.br/blog/nr/ Acesso em 12 Out 2021
[6] https://andreiarg02.jusbrasil.com.br/artigos/509849543/acidente-de-trabalho-de-quem-
e-a-culpa Acesso em 12 Out 2021
[7] Entrevistas com profissionais da área de direito, segurança do trabalho e trabalhador
aposentado pelo INSS de determinada empresa.
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Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
Capítulo 13
Prevenção de riscos de combate a incendio: Requisitos
em grau de risco 3
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1. INTRODUÇÃO
Este relatório aborda assuntos relacionados a prevenção de risco de combate a incêndio,
se referindo e tratando de medidas de segurança preventiva, utilizadas para evitar atos e
condições inseguras com o potencial de gerar incêndio. Sua importância é direcionar
medidas preventivas e planejamento caso tenha um princípio de incêndio.
Tratando de prevenção de combate a incêndio enfatizando tanto a educação da
população como a correta instalação de medidas de proteção em uma edificação,
seguindo os princípios relacionados a requisitos legais e normas legislativas. Aderindo o
desenvolvimento de implantação de Plano de Atendimento a Emergência, Riscos
oriundos de um incêndio, Reduzir danos ao meio ambiente e ao patrimônio, Controles
de reparação e manutenção de itens relacionados ao risco abordado. A importância da
prevenção e proteção contra incêndio está relacionada diretamente a preservação da
vida e do patrimônio contra danos que um incêndio pode causar. Segundo
A Instrução Técnica do Corpo de Bombeiros de São Paulo, a prevenção contra incêndio é
um dos tópicos abordados mais importantes na avaliação e planejamento da proteção de
uma coletividade.
A Norma Regulamentadora 23 – Proteção Contra Incêndios da Portaria MTb n° 3.214, de
08 de junho de 1978 06/07/78, traz várias orientações relacionadas a Prevenção e
Combate a Incêndio. Adotando medidas previstas nas Legislações e Instruções Técnicas
do Corpo de Bombeiros Militar, Equipamentos de Proteção Coletiva, Planejamento e
Implantação de medidas de prevenção de riscos, Treinamentos e procedimentos
conforme, Controle e manutenção de itens da edificação. Combate a incêndio é termo
utilizado para se referir as ações utilizadas enfrentar, conter e extinguir um incêndio,
preferencialmente na sua fase inicial, com intuito de reduzir e conter os danos causados.
A maioria dos grandes incêndios tem seu início num pequeno princípio de incêndio,
muitas vezes causado por uma condição ou ato inseguro, que podem ser: uma
sobrecarga na tomada, uma simples vela acesa deixado próxima a madeira, papel ou
pano, situações que poderiam ter sido evitadas, mas que por descuido ou
desconhecimento do risco não foram.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 CONCEITO DO FOGO
O fogo é um processo de combustão de matéria orgânica. Uma conjunção momentânea
de três condições é necessário para que ele possa ocorrer: deve haver combustível
suficiente, uma disponibilidade suficiente de oxigênio e o calor em uma temperatura
suficientemente alta para que possa inflamar o combustível. Geralmente, somente as
duas primeiras condições estão presentes na superfície terrestre do planeta, fornecendo
um potencial onipresente de fogo que, na ausência de ignição, não existirá.
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Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
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Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
Extintores
Extintor de incêndio moderno foi criado pelo militar inglês George William Manby em
1813, depois que ele presenciou um incêndio em que as mangueiras dos bombeiros não
chegavam no local, ele sentiu que poderia colaborar para evitar situações parecidas.
Então, três anos depois ele desenvolveu um artefato cilíndrico de cobre com capacidade
para 15 litros com um fluído que Manby batizou de anti-chamas, sua composição era de
potassa caustica.
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Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
Figura: Extintores
As mangueiras de incêndio tem a finalidade de canalizar a água que sai de uma fonte,
como por exemplo, um hidrante, e direcioná-la até o local onde ocorre o incêndio. As
mangueiras podem chegar até 30 metros e possuem alta resistência à abrasão, cada uma
com especificações diferentes, como diâmetro, pressão e utilização para cada local de
uso.
As mangueiras de incêndio são classificadas em tipos. Cada tipo de mangueira é indicado
para um uso diferente, como por exemplo, a mangueira do tipo 1 que é ideal para ser
utilizada em edifícios residenciais para apagar chamas em materiais sólidos, como
madeira, papel e tecido. Já o tipo 2 das mangueiras de incêndio são indicadas para o uso
em edifícios comerciais e pelo Corpo de Bombeiros.
Fonte: Sinartlus
Para se elaborar o plano de emergência é necessário realizar uma análise dos riscos de
incêndio, relacioná-los e identificar em uma planta de risco de incêndio. Deve ser
realizado por um profissional capacitado.
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Saúde e Segurança: As diferentes áreas de atuação do profissional de Segurança do Trabalho
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Quais os requisitos para grau de risco 3? As pesquisas foram realizadas por meio
eletrônico, sendo inscrições técnicas e normas regulamentadoras que implementam as
solicitações listadas para cumprimento de requisitos legais.
Abordando temas de requisitos legais de grau de risco 3 em específico para
conformidades, esses requisitos tem como resultados positivos em auditorias internas,
auditorias externas, e fiscalizações como Corpo de Bombeiros. Teve como finalidade a
abordagem do tema como equipamentos essenciais que precisam estar em locais de que
possuem riscos como materiais inflamáveis. Pesquisa com resultados baseados em Auto
Vistoria do Corpo de Bombeiros, baseados nas solicitações e Instruções Técnicas do
Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo.
Como resultados verificando itens de e equipamentos e documentos essenciais e
requisitos normativos sempre estarem conforme, como inspeções de equipamentos de
proteção coletiva, sendo: extintores, hidrantes, entre outros medicamentos.
Tendo em vista a necessidade para funcionalidade de produtividade de algumas
empresas e serviços, falhas de não cumprimentos e conhecimento que resultam em
possíveis riscos, falhas em procedimentos constantes em área de periculosidade, em
foco em materiais inflamáveis, tendo processos bloqueados por motivos de liberação de
não conformidades de requisitos legais.
Pendências acabam ocasionando acidentes e sinistros eventuais, por possíveis falhas
humanas e técnicas retroativas, por isso as fiscalizações devem ser baseadas as
Instruções Técnicas do Governo de São Paulo, pois tem a funcionalidade para segurança
e preservação da vida e patrimônio.
Resultado final, é seguir os requisitos solicitados normativos e legislativos para
segurança de todos e preservação do patrimônio, em casos de eventuais inseguranças,
embargar, e verificar a melhor possibilidade de um local seguro e indo em bases de leis.
4. CONCLUSÃO
Ao tema relacionado concluir enfatizando os inúmeros fatores para conformidades
legais em edificações, concretizando os itens mais importantes para a finalidade de
prevenção de combate a incêndio, observado que em vários locais não tem a
conformidade solicitada, e concretizada elementos de alto risco não sendo avaliados
com a atenção suficiente e necessária.
Atualmente tenho observado fatores de riscos que podem ocasionar um princípio de
incêndio, eventos, locais públicos e privados sem a adaptação necessária para evitar ou
prevenir os riscos existentes, a importância nesse tema é a prevenção das pessoas
presentes e locais para danos financeiros.
Tema abordado tendo em base em conhecimentos técnicos em na norma
regulamentadora 23 e IT / Corpo de bombeiros do Estado de São Paulo e Normas ABNT.
O atendimento das disposições existentes na NR-23 Proteção Contra Incêndios e de
suma importância para a aprovação dos diversos Processos de segurança contra 128
Incêndio e pânico e nas vistorias técnicas das edificações, instalações e locais de risco e
demais atividades realizadas pelo Comando de Corpo de Bombeiros Militar do Estado de
São Paulo. Militar que e expedido pelos Órgãos de Serviços Técnicos da Corporação,
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desde que as edificações, instalações e locais de risco vistoriadas estejam com suas
medidas de segurança contra incêndio e pânico projetadas e instaladas de acordo com
respectivo processo aprovado seguindo as normativas exigidas, entre elas a NR-23.
Sendo que o descumprimento das especificações da NR-23 implicam na não liberação do
Alvará de Prevenção Contra Incêndio e Pânico das edificações, instalações e locais de
riscos, ficando essas impedidas de entrarem em funcionamento. Portanto a aplicação
dessas disposições garante além do funcionamento seguro da edificação, a integridade
física da população envolvente no local
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] ALCKMIN, DECRETO N• 46076
https://www.al.sp.gov.br/repositório/legislação/decreto/2001/decreto/2001/decreto-
46076-31.08.2001.html
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