Dificuldades Da Doutrina Da Criação

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distancia

Tema: Dificuldade da doutrina da criação e sua objeção no decurso do tempo como obra de
Deus

Nome: Arnalda Touolo


Código do Estudante: 708216861

Curso: Licenciatura no Ensino de Biologia


Disciplina: Fundamentos da Teologia Católica
Ano de Formação: 2022

Maputo, Novembro de 2022

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Índice
0.Introdução.................................................................................................................................3
1.Dificuldades da Doutrina da criação e sua objeção no decurso de tempo como obra de Deus.
......................................................................................................................................................4
1.1.Revelação...............................................................................................................................4
1.1.1Etapas da revelação..............................................................................................................5
1.2.Conceito de Criação...............................................................................................................5
1.3.Dificuldade e Objeções..........................................................................................................6
2.Metodologia..............................................................................................................................8
3.Conclusão..................................................................................................................................9
4.Referências Bibliográficas......................................................................................................10

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0.Introdução
O presente tema, tem como objectivo analisar a dificuldade da doutrina da criação e sua objeção
no decurso do tempo como obra de deus, onde para melhor compreensão do tempo parte de
princípio a conceição da revelação, da criação, e a dificuldade e objeção. Onde a revelação nos
leva indicar a realidade ampla que constitui o dado fé que nos é oferecido no Evento Jesus
Cristo, sedo que um dos aspectos no quais Deus se revelou ao homem é como Deus criador.

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1.Dificuldades da Doutrina da criação e sua objeção no decurso de tempo como obra de
Deus.
1.1.Revelação
Entende-se por revelação o acto de tirar o véu que cobre uma realidade, o acto de tomar acessível
uma verdade até então velada ou oculta. Este conceito é usado para indicar a realidade ampla que
constitui o dado fé que nos é oferecido no Evento Jesus Cristo.

A constituição dogmática sobre a revelação divina no seu número dois condena o conteúdo da
revelação na Economia da Salvação nos seguintes termos: “Aprouve a Deus, na sua bondade e
sabedoria, revelar-se a si mesmo e tornar conhecido o mistério da sua vontade, por meio do qual
os homens, através de Cristo, Verbo Incarnado, tem acesso ao Pai no Espirito Santo e n’Ele se
tornam Participantes da natureza divina” Concilio Vaticano II, Dei Verbum, 2) Está claro que é
livre iniciativa de Deus o acto de se revelar. O movente da tal liberdade é a sua bondade e
sabedoria. Era natural que Deus é suma bondade não permanecesse fechado em si mesmo
eternamente. E a sabedoria sempre move para o bem. A intenção do acto é salvífica, porque é
para que os homens tenham acesso ao Pai pelo Espírito. Deus faz-se conhecer para o homem
entrar no mundo de Deus.

A revelação divina concretiza-se por meio de palavras e acções intimamente ligadas entre si ao
longo da história da salvação. Mas a revelação plena acontece na pessoa de Cristo que é o
mediador e o agente do projecto de revelação do Pai. Ele é o mediador porque é o enviado, é o
agente porque Ele mesmo é Deus em acção.

O homem na qualidade de destinatário da revelação tem uma atitude a tomar. Este pode-se abrir
ou permanecer indiferente. Mas como a finalidade da revelação é a salvação do homem, no
sentido que é para que o homem tenha acesso a Deus, Deus espera do homem a obediência da fé
(Rom 16, 26), isto é adesão ao projecto divino.

O encontro entre Deus e a pessoa humana acontece no coração e uma vez aberto o coração
professa-se com a boca o que se crê. Paulo atesta: “Acredita-se com o coração e, com a boca, faz
se a profissão de fé” (Rom 10,10). A abertura do coração é manifestada pelo testemunho público.

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Pois a fé não é um acto privado. Porque o encontro com Deus é renovador. Deus comunica-se
para nos introduzir no seu mundo. Esse toque do coração é um acto de graça. Os Actos dos
Apóstolos descrevem muito bem esse movimento na cena de Lídia onde encontramos
explicitamente afirmado que “O Senhor abriu-lhe o coração para aderir ao que Paulo dizia” (Act
16,14).

1.1.1Etapas da revelação
Chamamos etapas de revelação os diferentes momentos nos quais as verdades sobre Deus foram
reveladas à humanidade. Deus se revela na Criação

Um dos aspectos no quais Deus se revelou ao homem é como Deus criador. Este aspecto da
revelação é comum às três grandes religiões: O Judaísmo, o cristianismo e o Islão.

1.2.Conceito de Criação
O termo <<criação>> é um conceito propriamente teológico de fé judaico-cristão e trata do
conjunto de todos os seres com o sinônimo de criaturas. A criação é o fundamento de todos os
divinos desígnios salvíficos, e manifesta o amor omnipotente e sapiente de Deus; é o primeiro
passo para a aliança do único Deus com o seu povo; é o início da história da salvação que
culmina em Cristo; é a primeira resposta às interrogações fundamentais do homem acerca da
própria origem e do próprio fim. (cfr. CIC 279-289 315).

O termo criar, assim designa uma actividade própria e exclusiva de Deus, uma actividade
diferente de fabricação humana. Não se trata, portanto, de um mero fazer teórico e instrumental
que exige provas cientificas, mas sim um agir que envolve a intencionalidade do agente (Deus)
pela própria iniciativa como seu projecto por Ele iniciado e que envolve o homem através do seu
concite a ser co-criador.

Para designar a acção criador de Deus, se emprega o verbo hebraico barã (criar), da tradição
sacerdotal, para designar a criação de Deus. Ele significa a criação – não condicionada e livre de
requisitos – como marco histórico da natureza e do espirito. O que não existe passa a existir
nesse momento. Esta actividade divina carece de analogias (Conte,1994, p. 237).

A criação tem o seu ponto culminante naquele constituído por Deus pela ressurreição, Cristo,
Palavra que ultimamente Deus falou e inclui em si a palavra sobre a natureza da criação. Cristo é

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identificado como salvador e posteriormente inserido na dimensão cósmico-criadora e, a Criação
que já havia recebido a função histórico-salvífica passa a uma conotação cristológica: Cristo é,
<<ao mesmo tempo, como princípio, o centro e o fim da criação>>. Com a sua presença, a
Criação assume novas dimensões da nova criação.

1.3.Dificuldade e Objeções
A doutrina da criação suscitou sempre grandes dificuldades e objeções no decurso do tempo no
âmbito do seu desenvolvimento. Foi negada a criação como obra de Deus. Para além do ateísmo
científicos que a partir da teoria da explosão primordial diz o mundo ter um longínquo começo
em que todas as radiações e toda a matéria estavam numa bola primordial de fogo, e do
materialismo dialético, encontramos outros escolhos (o dualismo, o panteísmo e o problema do
mal) contra os quais sempre embate a reflexão da igreja, no que toca à doutrina da criação.

Santo Irineu afirmou que a criação é uma iniciativa do Pai: “a vontade de Deus Pai é o substrato
de todas as coisas” (Irineu,p.44). O Deus criador é o Pai de Jesus Cristo e toda a Trindade opera
na criação. Para ele, há somente um Deus em quem tudo tem origem. A economia salvífica uma
de Deus se estende da criação até a sua consumação final, e a chave para ela é o filho eterno, o
Filho Verbo que se fez carne e por encarnação, resume em si toda a humanidade a até o universo.
O Filho, Logos de Deus é o ápice de toda a revelação, corporalmente humana em Jesus Cristo
nele se experimenta.

Hoje, a teologia no seu dever, apresenta-nos a criação no quadro dos escritos neotestamentários,
que também são a base dos ensinamentos do concilio Vaticano II. Substancialmente, a criação se
nos apresenta com significação da história da salvação cujo centro é mistério da Incarnação.
Segundo as Escrituras, Cristo é a perfeita <<imagem de Deus invisível, o primogênito de toda a
criatura>>. (CI 1, 15.18). Ele foi predestinado por Deus antes da criação do mundo para
recapitular consigo todas as coisas do céu e da terra (Cf. Ef 1,3.10). Isto quer dizer que no plano
de Deus, a criação e a salvação estão entrelaçadas de modo que se identificam. Assim, a
protologia tem na escatologia a sua concretização. Estes são os elementos teológicos na definição
da criação que nos levam a entender a criação como um mistério da fé em trono do qual ocorrem
discussões sobre a sua relação com a conservação, pois, <<depois da criação, Deus não abandona
as coisas e as pessoas ao seu destino, sem se preocupar mais com elas>> (Frosini, 2011, p. 121).
Esta relação nunca se pode interromper.
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Na concepção cristã, a criação do mundo é um acontecimento trinitário: o Pai cria pelo Filho e
no Espirito santo. Durante muito tempo, a tradição teológica compreendeu a criação como obra
do Pai. Senhor de sua criação (monoteísmo). Posteriormente, desenvolveu-se uma doutrina
especificamente cristológica da criação, com ênfase na criação através da Palavra. Diz o CIC 229
<<Insinuada do Artigo Testamento, revelada na Nova Aliança, a acção criadora do Filho e do
Espírito Santo. Inseparavelmente unida à do Pai, é claramente afirmada pela regra de fé da igreja
“existe um só Deus. Ele é o Pai, o Criador, o Autor, o Organizador. Ele fez todas as coisas por Si
próprio, quer dizer, pelo seu Verbo e pela sua Sabedoria, pelo Filho e pelo Espírito Santo” “ que
são como as suas mãos” (Santos Ireneu). A Criação é a obra comum da Santíssima Trindade>>
(Frosini, 2011, p.124).

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2.Metodologia
Partindo do pressuposto de que a dificuldade da doutrina da criação e sua objeção no decurso do
tempo como obra de Deus, a vontade de Deus é o substrato de todas as coisas, a abordagem
qualitativa é mais adequada para a explicação da dificuldade e a objeção. Segundo Ludke (1986),
a abordagem qualitativa se caracteriza por ter como foco principal o significado que as pessoas
dão às coisas. Tal metodologia, aplicou-se ainda a pesquisa bibliográfica.

Pesquisa Bibliográfica é elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente


de livros, artigos de periódicos e actualmente com material disponibilizado na internet, (Gil,
2007).

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3.Conclusão
De acordo ao tema, pode se concluir de uma forma clara, que a dificuldade da doutrina da
criação e sua objeção, parte de pressuposto que a criação é o fundamento de todos os divinos
desígnios salvíficos, e manifesta o amor omnipotente e sapiente de Deus e que a revelação divina
concretiza-se por meio de palavras e acções intimamente ligadas entre si ao longo da história da
salvação. Mas a revelação plena acontece na pessoa de Cristo que é o mediador e o agente do
projecto de revelação do Pai. Ele é o mediador porque é o enviado, é o agente porque Ele mesmo
é Deus em acção, quanto a objeção, a criação se nos apresenta com significação da história da
salvação cujo centro é mistério da Incarnação.

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4.Referências Bibliográficas
Conte, F. (1994). CONTE F. Os heróis míticos e o homem de hoje. São Paulo: Ed. Loyola.

Irineu (1969). Adv. Haer. II 30,9. In A. Orbe, Antropologia de San Irineo. Madrid: Biblioteca de
Autores Cristianos.

https://www.passeidireto.com/arquivo/60967427/manual-de-teologia-catolica-versao-
atualizada/6.

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