Protocolos Vacinais Variados Caes e Gatos
Protocolos Vacinais Variados Caes e Gatos
Protocolos Vacinais Variados Caes e Gatos
Brasília
2021
Brasília
2021
Monografia apresenta a
Faculdade de Ciências da
Educação e Saúde para
obtenção do grau de bacharel
em Medicina Veterinária.
Banca examinadora
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer a Deus e ao meu avô, eles que me deram
todo o apoio e suporte para iniciar o curso dos meus sonhos que é a Medicina
Veterinária e também a toda a minha família por acreditarem na minha capacidade e
me darem apoiou ao longo dessa caminhada em busca de conhecimento e
experiência para me tornar médica veterinária. Também gostaria de agradecer a
minha mãe que é uma das minhas maiores incentivadoras nessa jornada.
Também gostaria de agradecer ao UniCEUB por toda a estrutura necessária
para minha formação e toda a ajuda que recebi. Um agradecimento especial ao meu
professor e orientador Lucas Edel Donato, que foi uma pessoa fundamental desde o
primeiro dia deste trabalho para conclusão do meu curso. Obrigada por todo o apoio,
todos os ensinamentos, todo o tempo dedicado a me ajudar e me tornar uma médica
veterinária melhor.
RESUMO
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO………………………………………………………………………..........08
1.1 Histórico da utilização de imunobiológicos em animais….…………........….08
1.2 Atuais protocolos de vacinas em pequenos animais……………........………08
METODOLOGIA
2.1 Tipo de estudo………………………………………………………………………..11
2.2 Bases de dados utilizadas………………………………………………………….11
DESENVOLVIMENTO…………………………………………………………….......…..12
3.1 Classificação das vacinas……………………………………………….........……12
3.2 Doenças infecciosas caninas na América Latina e vacinação…….........…..13
3.3 - Doenças infecciosas felinas na América Latina e
vacinação…….………………………...…………………………………………………..15
3.4 – Vacinas essenciais e não essenciais…………………………………..........…16
3.4.1 – Protocolos vacinais para cães no Brasil……………………..………..........…..23
3.4.2 – Protocolos vacinais para gatos no Brasil…………………………….........……27
3.5 Mudanças no protocolo vacinal praticado no Brasil………………….........…29
3.6 - Procedimento quando o protocolo de vacinação é desconhecido.…........32
3.7-Vacinação de cães e gatos no ambiente de abrigo………………........…..….32
3.8 – A sorologia como ferramenta de auxílio à vacinação……………........……35
CONSIDERAÇÕES FINAIS ……………………..…………………………………….....36
REFERÊNCIAS..........................................................................................................37
8
1. Introdução
publicada por esta associação uma diretriz de vacinação para os países que compõe
a América Latina. Cabe destacar que, essa região é composta por um grande número
de países com condições socioeconômicas desfavoráveis, ademais o clima, a cultura
e a geografia são fatores que influenciam e potencializam essa diversidade. Esses
quesitos podem influenciar diretamente na distribuição das doenças infecciosas entre
os animais de estimação (DAY et al 2016).
Na América Latina, para cães e gatos são indicadas vacinas essenciais de
qualidade garantida contendo vírus vivo modificado (VVM) às seis a oito semanas de
idade e então a cada duas a quatro semanas até dezesseis semanas de idade ou
mais. A vacinação essencial pode ser iniciada mais cedo mas nunca antes de quatro
semanas de idade com produtos contento VVM, para cães contendo o vírus da
cinomose (CDV), adenovírus canino tipo 2 (CAV2) e parvovírus canino (CPV2) e para
gatos contendo o vírus da panleucopenia felina (FPV), calicivírus felino (FCV) e
herpesvírus felino (FHV1). Para cães filhotes, um produto que em sua composição
contem alto título de CDV e CPV2 pode ser usado de quatro a seis semanas de idade
antes de ser administrada a vacina essencial às oito semanas de idade ou mais. Uma
quarta vacina, ou seja, o reforço anual geralmente recomendado pelos médicos
veterinários, pode ser administrada entre seis e doze meses de idade ou doze meses
após a terceira dose da vacina essencial ou aos doze meses de idade a depender da
data da última dose aplicada. Já em relação a vacina antirrábica canina de qualidade
garantida para cães ou gatos é administrada uma dose a partir de doze semanas de
idade. De acordo com o Grupo de Diretrizes de Vacinação (VGG) da Associação
Mundial de Veterinários de Pequenos Animais (WSAVA) é recomendada uma
segunda dose de duas a quatro semanas após a primeira em áreas de alto risco e em
áreas não de alto risco deve ser administrada doze meses depois da primeira dose ou
aos doze meses de idade (DAY et al 2016). Vale ressaltar que as vacinas anti-rábicas
são as únicas vacinas administradas por veterinários exigidas por lei (FORD et al
2017).
Já em relação aos países da Europa e a América do Norte, as vacinações
antirrábicas são aplicadas por veterinários como reforço em cães e gatos a cada três
anos, sendo uma exigência legal, baseada em evidências, para animais adultos (DAY
et al 2016). Nestas mesmas regiões e também na Austrália, há vacinas orais
disponíveis contra Bordetella bronchiseptica responsável por causar bronquite
infecciosa e doenças do complexo respiratório felino e canino. Ela pode ser
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administrada em filhotes a partir de oito semanas de vida, realizando reforço uma vez
ao ano. Mais um ponto importante de ser ressaltado destas regiões é o fato de que a
vacina da giárdia já foi retirada de todos os mercados globalmente, incluindo Europa
e América do Norte e nestes locais há vacina contra Borrelia conhecida como doença
de Lyme.
Dessa forma, o objetivo deste trabalho é analisar os protocolos vacinais em cães
e gatos já existentes e praticados por médicos veterinários no Brasil discutindo sua
eficácia e funcionalidade nos dias de hoje alem de comentar a importância da
realização de testes de anticorpo, ou seja a sorologia, como um complemento a
vacinação. Essa análise é de extrema importância devido ao fato de que tais
protocolos não foram atualizados e estudos novamente ao longo dos anos de forma
que fossem adaptados a realidade do país em relação às doenças circulantes que
infectam animais domésticos.
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2. Metodologia
2.1 Tipo de estudo
O estudo presente é uma revisão integrativa narrativa trazendo uma revisão
atualizada e sintetizando resultados obtidos em pesquisas.
2.2 Bases de dados utilizadas
Para a coleta da informação utilizada no presente estudo foram utilizadas
plataformas como Pubmed, Pubvet, SciELO, Embase, Cochrane Library, LILACS e
Google Acadêmico. As palavras chaves utilizadas foram: protocolos vacinais,
vacinação, leptospira, bordetella bronchiseptica, produtos vacinais.
12
3. Desenvolvimento
3.1 Classificação das vacinas
As vacinas utilizadas atualmente para realizar a imunização de cães e gatos
são classificadas como vacinas viva-atenuadas ou vírus vivo modificado (VVM) e
vacinas mortas ou inativadas. Também podem ser classificadas por natureza
“infecciosa” ou “não infecciosa” (DAY, et al 2016). Também existem vacinas de
produtos microbianos que podem ser subunidades, toxóides ou recombinantes,
vacinas de peptídeos sintéticos e vacinas de DNA (QUINN et al., 2005; FLORES,
2007; INNES et al., 2011; CHIARELI et al., 2012).
As chamadas vacinas viva-atenuadas são produzidas pela modificação de um
microorganismo patogênico, enfraquecendo-o e, consequentemente, diminuindo a
virulência de um vírus ou bactéria. Para que esse processo seja realizado, o
microorganismo passa por repetidas culturas em condições de temperatura variadas,
o que desencadeia na seleção de populações mutantes e menos virulentas. A
habilidade de replicação é mantida, entretanto, a capacidade de gerar a doença no
animal se torna inexistente (JOSEFSBERG & BUCKLAND, 2012). A resposta imune
que é gerada pela vacina viva-atenuada varia quando comparada a vírus e bactéria.
Quando relacionada ao vírus, são recrutados linfócitos Tc e linfócitos Th1 que são
responsáveis pela resposta imune celular especifica. Isso ocorre pois os vírus são
reconhecidos como microorganismos endógenos. Se houver caso em que o antígeno
seja encontrado no tecido, ele será identificado por linfócitos Th2, o que desencadeará
na diferenciação de linfócitos B em plasmócito secretores de anticorpos e em linfócitos
B de memória (TIZARD, 2014). Já em relação a vacinas bacterianas, a resposta imune
é gerada por linfócitos Th2, que promovem sua diferenciação em plasmócitos
secretores de anticorpos a partir do momento em que se ligam aos linfócitos B,
desencadeando assim uma resposta imune humoral (TIZARD, 2014).
Já as chamadas vacinas inativadas são produzidas pela inativação de culturas
de vírus e bactérias em laboratório, por calor ou por substâncias químicas. Nesse tipo
de vacina, deve ser mantida uma alta similaridade com o microorganismo vivo para
que o animal desenvolva a capacidade de provocar a formação de anticorpos. Essas
vacinas podem ser a base de proteína ou de polissacarídeos. A diferença entre eles
se da pelo fato de que as vacinas a base de proteínas possuem-na característica de
aumentar o título de anticorpos a cada dose administrada. Isso é explicado devido ao
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fato dos polissacarídeos serem antígeno T-independente o que estimula uma resposta
imune fraca. Porém, com o processo de conjugação, pôde-se formar um antígeno
polissacarídeo combinado a uma proteína fazendo a resposta imune se tornar T-
dependente e bem melhor. Vírus e bactérias inativado são identificandos como micro-
organismos exógenos, estimulando o mesmo tipo de resposta imune. (Center of
Disease Control and Prevention, 2016)
As vacinas deste tipo devem conter uma alta quantidade de antígenos para
estimular o sistema imune devido ao fato de que os antígenos inativado não sofrem
replicação (Center of Disease Control and Prevention, 2016). Outro ponto que vale
ressaltar é a necessidade de mais de uma dose desta vacina pois a primeira dose
apenas sensibiliza organismo, a segunda e/ou terceira dose desenvolvem uma
resposta imune protetiva. Devido a essa resposta imune mais fraca e demorada, é
necessário destacar que precisa-se utilizar adjuvantes para melhorar a reação que
ocorre dentro do organismo e aumentar o tempo de duração da proteção (PASQUALE
et al, 2015). Essa resposta imune é predominantemente humoral e por isso é
necessário que haja um número levado de anticorpos circulantes para conferir a
proteção adequada ao animal.
Por último, vale ressaltar que as vacinas inativadas são mais seguras
comparadas com as vacinas viva-atenuadas devido ao fato de que não há risco de
reversão da virulência (Center of Disease Control and Prevention, 2016; ZEPP, 2010).
3.2 Doenças infecciosas caninas na América Latina e vacinação
Algumas doenças que infectam cães e gatos presentes em muitos países da
América Latina ainda são um problema devido a baixa taxa de vacinação de animais
domiciliados e também ao elevado numero de animais de rua que consequentemente
nunca foram vacinados (HARTMANN et al 2007). Outro ponto importante a se
destacar como um obstáculo no sucesso da vacinação é que em alguns países da
América Latina, a aplicação de vacinas em animais não é uma prática exclusiva de
médicos veterinários, o que pode desencadear em inúmeros problemas para o animal.
Esses problemas podem vir em decorrência de uma vacinação sem exame clínico,
qualidade e viabilidade duvidosas do produto, aplicação de forma incorreta no animal.
Além disso, também é possível que ocorra do tutor responsável pelo animal comprar
o produto de um comerciante agrícola, sem o devido armazenamento, manuseio,
transporte e manutenção adequados do produto e realizar a aplicação por conta
própria sem nenhum tipo de conhecimento ou estrutura qualificada para tal ato. Com
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isso, as doenças infecciosas que podem ser prevenidas e controladas pela vacinação,
ainda estão presentes na maioria dos países da América Latina (DAY, et al 2020).
Dentre as doenças infecciosas caninas presentes na América Latina que
possuem vacinação estão o vírus da cinomose canina, parvovírus canino, adenovírus
canino, complexo respiratório infeccioso canino, leptospirose, vírus da raiva canina e
a leishmaniose visceral canina.
Em relação ao vírus da cinomose canina (CDV), estudos comprovam que ele
está presente Brasil (Budaszewski et al. 2014, Monteiro et al. 2016, Alves et al. 2018),
Chile (Acosta-Jamett et al. 2011), Colômbia (Espinal et al. 2014), Cuba (González-
Chávez et al. 2017), Equador (DiGangi et al. 2019) incluindo as Ilhas Galápagos (Levy
et al. 2008, Diaz et al. 2016) e México (Damián et al. 2005, Rodriguez-Tovar et al.
2007).
A infecção por pavovírus canino (CPV2) foi observado frequentemente nos
países da América Latina. Estudos mostram que o vírus está presente na Argentina
(Calderón et al. 2011, 2015), Brasil (Alves et al. 2018, Headley et al. 2018), Chile,
Colômbia (Duque-García et al. 2017), Cuba (Pino-Rodríguez et al. 2018), Equador
(Levy et al. 2008, Aldaz et al. 2013, De la Torre et al. 2018, DiGangi et al. 2019),
México (Ortega et al. 2017) e Uruguai (Pérez et al. 2007, Puentes et al. 2012, Maya
et al. 2013).
O adenovírus canino foi considerado atípico devido aos relatos de casos com
confirmação de diagnóstico raro nos países da América Latina, embora muitos
médicos veterinários mencionem terem observado casos de hepatite infecciosa
canina o qual é causado pelo adenovírus canino tipo 1 (CAV1) (DAY et al 2020). No
Brasil, existem alguns casos confirmados de infecção pelo adenovírus canino tipo 1
(Headley et al. 2013, 2018, 2019).
O complexo respiratório infeccioso canino ou também chamado de
traqueobronquite infecciosa canina é uma das doenças mais comuns em cães que
afeta o trato respiratório superior (FORD,2006; ELLIS et al, 2011). Ele é composto
por vários agentes que podem atuar isoladamente ou em conjunto, que são o
adenovírus canino tipo 2, vírus da influenza canina, vírus da parainfluenza canina,
herpsvírus canino tipo 1, coronavírus canino e as bactérias Bordetella bronchiseptica,
Streptococcus equizooepidemicus e Mycoplasmacynos (Bauman, 1999;
Buonavoglia& Martella, 2007; Nelson e Couto, 2015).
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que em outros países, podem ser identificadas outras vacinas adicionais consideradas
como essenciais (DAY et al 2016).
Para cães, as vacinas essenciais são contra o parvovírus canino tipo 2, vírus
da cinomose canina, adenovírus tipo 1 e 2 e o vírus da raiva. As vacinas não
essenciais são contra o vírus da parainfluenza, Bordetella bronchiseptica, Borrelia
burgdorferi, Leptospira interrogans(com os sorogrupos Cranicola e
icterohaemorragiae) e vírus da gripe canina que é licenciada apenas nos Estados
Unidos. Já as vacinas não recomendadas são contra o coronavírus canino e a giárdia.
As vacinas caninas e suas respectivas recomendações são dadas na Tabela 1.
De acordo com o Grupo de Diretrizes de Vacinação (VGG), algumas
considerações sobre vacinas caninas foram feitas. A respeito da vacina da
parainfluenza (CPiV), possui como via de administração tanto a parenteral quando
intranasal, porém, é preferido o produto intranasal pois o local de infecção primário é
o trato respiratório superior (DAY et al 2016). Em relação a vacina contra Bordetella
bronchiseptica, vale ressaltar que está disponível como produto único ou em
combinação com CPiV ou com CPiV e CAV2. Vacinas intranasais como neste caso,
não deve ser administrada via parenteral devido o fato de isso poder desencadear
reações adversas incluindo óbito (DAY et al 2016). Estes produtos intranasais ou orais
são de escolha primária comparado aos parenterais inativados pois fornecem
proteção local, porem, há estudos questionam essa vantagem. A imunidade nas
superfícies de mucosas pode ser curta e incompleta, então, é provável que uma
combinação de vacinas em mucosa e parenteral forneça imunidade mais ampla e
duradoura (ELLIS, 2015). Esse procedimento é chamado de “primer” ou de “reforço
heterólogo” onde são usadas diferentes formas de um antígeno administrado por
diferentes vias.
Quando se trata da vacina contra Borrelia burgdorferi, é importante ressaltar
que geralmente só é recomendada para uso em cães que possuem alto risco
conhecido e detectado, onde a doença é endêmica ou que visitam ou vivem em locais
com alta exposição a carrapato. Esta vacina é disponível apenas na América do Norte,
Europa e Ásia. Para que esta vacina estivesse disponível na América Latina, seriam
necessárias pesquisas para verificar se o patógeno existe na região, se há carrapatos
vetores competentes (carrapato Ixodes spa.) e animais silvestres reservatórios, e se
cães e gatos seriam infectados e passariam a desenvolver sinais clínicos da doença
(DAY et al 2020).
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Já em relação a vacinação contra Leptospira, ela deve ter seu uso restrito a
áreas geográficas onde haja cães com risco de exposição ou estilo de vida que os
coloque em risco. Está disponível nos Estados Unidos com os sorogrupos pomona e
grippotyphosae na Europa com os sorogrupos grippotyphosa e australis. No passado,
foi comentado que vacinas com bactéria de Leptospira estavam relacionadas com
efeitos adversos alérgicos principalmente em cães de raça pequena, porém, a
Declaração de Consenso Europeia sobre a Leptospirose (SCHULLER et al 015) e um
estudo publicado, relatam não haver maiores riscos (MOORE et al 2005). A vacina
contra a gripe canina é licenciada apenas nos Estados Unidos e é indicada para cães
que frequentam canis, creches e exibições.
Sobre a vacinação contra coronavírus canino, é considerada não recomendada
por alguns motivos, incluindo o fato de que as infecções são geralmente subclávias e
causam sinais leves. Além disso, a prevalência confirmada dessa doença não justifica
o uso das vacinas atualmente disponíveis (DAY et al 2016), alem de não haver
evidencias de que as vacinas atualmente disponíveis protejam contra as variantes do
CCV ( Decaro et al. 2009).Em relação a vacinação contra giárdia, foi observado que
os cães vacinados com um produto comercial inativado não foram protegidos da
infecção, devido ao fato de não ter sido observado diferença nas taxas de cistos
parasitários u antígenos ou na ocorrência da diarreia entre cães vacinados e não
vacinados (Anderson et al. 2004, Lund et al. 2010). Além disso, o uso da vacina
comercial inativada como opção dose tratamento por giárdia não foi eficaz na
eliminação da produção de cistos (Anderson et al. 2004)
Tabela 1 – Vacinas caninas e recomendações
Parenteral Inativada
Borrelia burgdorferi Parenteral Bactéria integral Não essencial
inativada
Leptospira Parenteral Bactéria inativada Não essencial
interrogans
(Cranicola e
icteroharmorragiae)
Vírus da gripe canina Parenteral Inativada com Não essencial
(CIV; H3N8) adjuvante
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*Licenciada
apenas nos
Estados Unidos
Coronavirus canino Parenteral Inativada e Não recomendada
(CCV) contendo VVM
Giárdia Parenteral Inativada Não recomendada
Para gatos, as vacinas essenciais são contra o parvovírus felino (FPV), contra
herpesvírus felino tipo 1 (FHV-1), calicivirus felino (FCV) e raiva em áreas onde a
doença é endêmica (SCHERK et al 2013, DAY et al 2016) vacinas não essenciais são
contra leucemia viral felina (FeLV), vírus da imunodeficiência felina (FIV),
Chlamydiafelise, Bordetella bronchiseptica. A vacina não recomendada é contra
peritonite infecciosa do felino (PIF). As vacinas felinas suas respectivas
recomendações são dadas na Tabela 2.
De acordo com o Grupo de Diretrizes de Vacinação (VGG), algumas
considerações sobre felinas foram feitas. Em relação ao parvovírus felino (FPV), a
vacinação em gatas fêmeas deve ocorrer antes e não durante a gestação, porém,
caso seja muito importante a vacinação ainda prenha, devem ser utilizadas vacinas
inativadas e nunca contendo vírus vivo-modificado (VVM) (DAY et al 2016). Vacinas
contendo VVM também não devem ser aplicadas em animais FeLV e/ou FIV positivos.
O uso desta vacina não é recomendado em ambientes de abrigo (SCHULTZ, 2009).
Já em relação a vacina contra o herpesvírus felino-1, vale ressaltar que tanto
esta quanto a vacina contra o calicivírus felino (FCV) são invariavelmente combinadas
entre si, com produtos bivalentes ou em combinação com antígenos vacinais
adicionais (DAY et al 2016). Após a vacinação intranasal, podem ocorrer sinais leves
de doença respiratória superior, também como em casos de vazamento da vacina do
local da injeção parenteral contendo VVM, além de poliartrite transitória (DAY et al
2016). O uso desta vacina intranasal contra FCV/FHV-1 contendo VVM pode ser
preferível quando é necessário o rápido inicio da imunidade (48 horas) (DAY et al
2016). Conjuntivite leve transitória e rinite também foram associadas à infecção aguda
por FCV, mas ao contrário de patógenos como o herpesvírus felino, o envolvimento
respiratório superior não é a principal característica da infecção por FCV (Pedersen et
al 2000).
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Parenteral Inativada
Calicivírus felino Parenteral e VVM sem adjuvante Essencial
(FCV) intranasal
Inativada sem
Parenteral adjuvante
Inativada com
Parenteral adjuvante
Raiva Parenteral Vírus canarypox com Essencial, em áreas
vetor recombinante onde a doença é
sem adjuvante endêmica
Vírus da leucemia Parenteral Inativada com Não essencial
felina (FeLV) adjuvante
Parenteral Subunidade de
proteína
recombinante com
adjuvante
Injetável
Vírus canarypox com
vetor recombinante
Vírus da Parenteral Inativada com Não essencial
imunodeficiência adjuvante *Não disponível na
felina (FIV) América Latina
Chlamydia felis Parenteral Avirulenta viva sem Não essencial
adjuvante
ou depois do dia estipulado. Logo, esse animal não precisará ter seu protocolo vacinal
refeito
Vale ressaltar que um gato adulto que tenha recebido uma série completa de
vacinação contra FPV, FHV-1 e FCV quando filhote, incluindo o reforço aos 6 ou 12
meses, mas que não foi vacinado regularmente depois de adulto, necessita de apenas
uma única dose de vacina essencial contendo VVM para reforço da imunidade (DAY
et al 2016).
Tabela 5 – Protocolos vacinais para gatos
filhotes com vacinas essenciais internacionais contendo VVM ao longo dos primeiros
4 meses de idade para superar a interferência de anticorpos maternos (MDA).
Também é recomendado que um vacina essencial final contendo VVM seja
administrada entre 6 meses e 1 ano de idade para garantir que todos os filhotes
recebam no mínimo uma dose da vacina que confira imunidade na ausência de MDA
(DAY et al 2020).
No caso de cães adultos, há dois pontos importantes de destacar. Deveria ser
retirada do protocolo vacinal a vacina contra giárdia, que é administrada e vendida ao
cliente sem explicar que não há base científica suficiente para explicar seu uso. Além
disso, administra-se dois tipos de vacinas essenciais, a V8 e a V10. A diferença entre
elas é que a V10 possui duas cepas de leptospira a mais, que são as cepas
grippotyphosa e pomona, não circulantes no Brasil, sendo mais uma explicação
normalmente não mencionada ao cliente na rotina clínica do médico veterinário.
Em alguns países, estão disponíveis apenas produtos multicomponentes
contendo a mistura de vacinas essenciais e não essenciais, o que deveria ser mudado
pelos fabricantes separando essas duas classes de vacinas ou tornar disponível uma
faixa completa de vacinas com componentes reduzidos (DAY et al 2016). Devido a
esse excesso de vacinas, os animais podem apresentar efeitos colaterais como
alergias e tumores em gatos (MONTEIRO et al 2020). Além disso, em alguns países
as exigências adotadas por lei estão em desacordo com a licença de vacinas como é
o caso da vacina da raiva que possui uma DI de 3 anos em algumas localidades, mas
as exigências legais não foram atualizadas, mantendo-a com reforços anuais.
Em contrapartida, as bulas de produtos com DI de 3 anos para vacinas
essenciais internacionais de qualidade garantida contendo VVM, não são atualmente
aceitas pelos países da América Latina. De acordo com o VGG, uma solução para
isso seria incentivar as autoridades reguladoras nacionais e locais para que permitam
que os médicos veterinários utilizem estas vacinas de acordo com as diretrizes da
WSAVA como produtos com “uso fora da medicação da bula” com consentimento
informado pelo cliente (DAY et al 2020). Essa abordagem tem sido praticada com
sucesso em outros países que aguardam a aceitação das bulas das vacinas
internacionais de qualidade garantida pelas autoridades nacionais e locais.
Em relação aos gatos, também é recomendada a revacinação com vacinas
essenciais contendo VVM com intervalos de 3 anos ou mais. Para gatos de “risco mais
alto” o médico veterinário pode considerar a administração da vacina contra FPV não
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mais frequente do que a cada 3 anos, mas realizando as vacinas contra FPV e FHV-
1 anualmente (DAY et al 2016). Essas recomendações não se aplicam às vacinas
essenciais inativadas (exceto a antirrábica) nem às vacinas não essenciais, e
particularmente nem às vacinas contendo antígenos bacterianos. Portanto, os
produtos contendo Chlamydia e Bordetella, se seu uso for considerado necessário,
exigem reforços anuais em detrimento da limitada proteção proporcionada por esses
produtos (DAY et al 2016). Portanto, de acordo com essas diretrizes da WSAVA, um
gato adulto pode ainda receber uma vacinação anual; entretanto, os componentes
daquela vacinação podem diferir de ano para ano. Já em relação a vacina contra
FeLV, é importante que os médicos veterinários da América Latina estabeleçam a
prevalência da doença em sua região para que as decisões tomadas sobre tal vacina
sejam baseadas em evidências sobre seu uso ou não (DAY et al 2016). Este é o
modo como as vacinas não essenciais devem ser utilizadas.
Outro ponto importante que deveria ser analisado é o fato de que a vacinação
de cães e gatos não é restrita a clínica veterinária. Pet shops são autorizados a vacinar
filhotes antes da venda e os devidos tutores podem obter vacinas para administração
em seus próprios animais, utilizando protocolos vacinais deficientes e sem o devido
conhecimento e experiencia para tal ato (DAY et al 2020). Diante disso, apenas
clínicas veterinárias deveriam realizar a vacinação.
3.6 - Procedimento quando o protocolo de vacinação é desconhecido
Os casos onde o protocolo de vacinação é desconhecido normalmente se
encaixa em perfis como de um cão adulto ou filhote com mais de 16 semanas de idade
e adotado. Este animal requer uma única dose da vacina essencial contendo VVM
para que uma resposta imune protetora seja gerada (DAY et al 2016). Vale ressaltar
que as folhas de dados de várias vacinas estarão com indicação desaplicar duas
vacinações como se fosse para um filhote, porém, esta prática é contrária aos
princípios imunológicos fundamentais (DAY et al 2016). Esse protocolo não se aplica
as vacinas não essenciais, que realmente cães adultos necessitam de duas doses.
No caso de um gato adulto, ou filhote acima de 16 semanas de idade e adotado,
também requer apenas uma única dose de vacina essencial contra FPV contendo
VVM para que a respostas imune protetora para aquele vírus seja gerada (DAY et al
2016). Já a vacina contra FHV-1 e FCV, deve ser aplicada em duas doses com 2 a 4
semanas de intervalo para que seja estabelecida a imunidade adequada (DAY et al
2016).
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B.bronchiseptica+CPiV
(VVM) + CAV-2 (VVM)
intranasal
B.bronchiseptica(bactéria
avirulenta viva, oral)
Bordetella Uma dose no momento Duas doses com
bronchiseptica(bactéria ou da admissão de 6-8 intervalo de 2 semanas
extrato de antígeno somente semanas de idade e
para administração uma segunda dose 2
parenteral semanas depois
Raiva Uma única dose quando Uma única dose quando
o animal deixar o abrigo o animal deixar o abrigo
4. Considerações finais
O conceito de vacina é definido como um produto biológico utilizado com
objetivo de conceder imunidade ao animal contra determinada doença, usando um
antígeno derivado de um agente infeccioso. Diante deste trabalho, pôde-se observar
que o protocolo vacinal pragmático utilizado atualmente pela maioria dos médicos
veterinários não é adequado e não foi devidamente atualizado ao longo do tempo a
fim de adequa-lo a cada localidade e a cada animal de forma individual.
Diante disso, vale ressaltar que este princípio da individualidade deve ser
preservado e seguido ao adotarmos, preferencialmente, protocolos minimalistas e
assim, mais adequados comparados com estratégias vacinais únicas e gerais. Além
disso, vale ressaltar a importância do acompanhamento veterinário rotineiro e
frequente juntamente ao protocolo vacinal adequado para um estilo de vida saudável.
Por fim, nota-se que é de importância significativa para o controle de doenças
infecciosas, vacinar a maior parte da população possível ao invés de vacinar um
animal mais vezes que o necessário, visto que só traz malefícios ao organismo.
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5. Referências
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