Compensacao Ambiental Retrato Cenario Brasileiro
Compensacao Ambiental Retrato Cenario Brasileiro
Compensacao Ambiental Retrato Cenario Brasileiro
Ambiental
um retrato sobre o cenário brasileiro
Copyright © 2015 - The Nature Conservancy
Todos os direitos desta publicação são reservados à The Nature Conservancy.
TNC - Brasil
Texto
Karen Oliveira, Gustavo Pinheiro e Ana Cristina Barros
Diagramação
Giuliano Moretti e Liana Zumbach - Preserva Ambiental Consultoria (preservaambiental.com)
Revisão Técnica
Karen Oliveira
Revisão de Texto
Christina Fuscaldo e Ceci Alves
Esta publicação está baseada nos seguintes estudos realizados pela TNC:
O Estado da Arte da Compensação Ambiental nos Estados Brasileiros
Ojidos Consultoria Ambiental
Coordenação: Flávio Ojidos
I. Contexto 7
Ficha catalográfica
II. Cenário da Compensação Ambiental
no Brasil (Esfera Federal) 9
Compensação Ambiental. Um retrato sobre o cenário brasileiro/ Oliveira, K.P.; Pinhei-
ro, G.T.; Barros, A.C. Brasília. The Nature Conservancy - TNC. Brasil, 2015
37p. 1ª edição
III. Cenário da Compensação Ambiental
no Brasil (Esfera Estadual) 24
1.Compensação Ambiental 2.Unidades de Conservação 3.Hirarquia de Mitigação
4.Compensações Financeiras. 5.Licenciamento Ambiental.
ISBN 978-85-60797-23-3
Comentários finais
35
FIGURAS
Gráfico 8 - Percentual dos recursos de compensação ambiental destinados por bioma para as
unidades de conservação estaduais
Figura 1 – Etapas da Hierarquia de Mitigação Gráfico 9 - Percentual dos recursos de compensação ambiental destinados por bioma para as
unidades de conservação municipais
Figura 2 – Fluxograma do Processo de Compensação Ambiental Federal
Gráfico 10 - Distribuição dos recursos de compensação ambiental destinados por finalidade de
uso
Gráfico 5 - Percentual dos recursos destinados pela compensação ambiental por região de loca-
QUADROS
lização das UC Quadro 1 – Principais diferenças entre compensações financeiras e ambientais
Gráfico 6 - Distribuição dos resursos destinados pela compensação ambiental por bioma Quadro 2 - Evolução do Marco Legal da Compensação Ambiental no Brasil
Gráfico 7 - Percentual dos recursos de compensação ambiental destinados por bioma para as Quadro 3 – Recursos de Compensação Ambiental Estadual Destinados e Executados, até 2013
unidades de conservação federais
IAP – Instituto Ambiental do Paraná
SIGLAS
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
CA – Compensação Ambiental
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítica
CCA - Câmara de Compensação Ambiental
ICMBio - Instituto Chico Mendes para a Conservação da Biodiversidade
CCAF - Comitê de Compensação Ambiental Federal
IDEFLOR – Bio - Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará
CCOMP - Coordenação de Compensação Ambiental/ IBAMA
IMASUL – Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul
CECA – Câmara Estadual de Compensação Ambiental/ Rio Grande do Sul
LT – Linhas de Transmissão
CNUC - Cadastro Nacional de Unidades de Conservação
MMA – Ministério do Meio Ambiente
COCAM - Coordenação de Compensação Ambiental/ ICMBio
NATURANTINS - Instituto Natureza do Tocantins
CPB/ COPAM – Câmara de Proteção a Biodiversidade/ Conselho Estadual de Política Ambiental/
Minas Gerais OEMA – Orgão Estadual de Meio Ambiente
DILIC – Diretoria de Licenciamento/ IBAMA RIMA – Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente
EIA – Estudo de Impacto Ambiental SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
FATMA – Fundação do Meio Ambiente/ Santa Catarina SIAFI - Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal
FEMAM – Fundo Estadual de Meio Ambiente/ Mato Grosso SISLIC - Sistema Informatizado de Licenciamento Federal
FMA - Fundo da Mata Atlântica/ Rio de Janeiro TNC - The Nature Conservancy
GS – Geração por energia Solar UTE – Usinas Térmicas (carvão, óleo, gás ou biomassa)
A The Nature Conservancy
APRESENTAÇÃO Atuando no Brasil há 25 anos, a TNC possui diversos projetos nos biomas Amazônia, Caatin-
ga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal. Sua proposta de trabalho está em conciliar a conservação
dos ecossistemas naturais com o desenvolvimento econômico e social, respeitando a tradição das
Atualmente, no Brasil, a implementação e manutenção de Unidades de Conservação passa comunidades locais, de forma não confrontacional e em parceria com diversos atores dos setores
pela execução adequada de recursos oriundos da Compensação Ambiental. Significativos avan- público, privado e sociedade civil. As áreas temáticas em que a TNC foca seus trabalhos no Bra-
ços vem sendo observados na gestão e aplicação deste mecanismo sem ainda refletir, contudo, o sil são Agricultura Sustentável, Povos e Terras Indígenas, Florestas e Clima, Segurança Hídrica, e
amplo potencial existente para assegurar melhores resultados de Conservação. Infraestrutura Inteligente.
Para tanto, a TNC se utiliza de uma abordagem científica já testada e aplicada, denominada
“Hierarquia de Mitigação”. O intuito é atuar em cada fase de desenvolvimento do projeto, evitan-
do, minimizando e compensando os impactos identificados, contribuindo com a tomada de deci-
são sobre os melhores locais para o desenvolvimento dos projetos, os meios mais adequados ao
contexto local e as formas de fomentar investimentos e ações compensatórias para a sociedade
e o meio ambiente.
Compensação Ambiental | I. Contexto 7
I. Contexto Evitar
Na primeira etapa, entende-se que deve haver uma prévia e incisiva incursão no planejamen-
to da infraestrutura sob um olhar preventivo. Desde a etapa de planejamento, busca-se revisar
criticamente o desenho da infraestrutura e seus elementos, para que os impactos evitáveis sejam
eliminados já em sua concepção. Através de uma avaliação ecorregional de impactos cumulativos
da carteira de projetos é possível antecipar danos e recomendar ações efetivas para manter a sus-
O Brasil vem, cada vez mais, enfrentando o desafio de conciliar desenvol-
tentabilidade dos ecossistemas. A adoção de investimentos antecipados, já nesta etapa, promove
vimento econômico e uso sustentável de seus recursos naturais. Projetos de
uma melhor gestão territorial e contribui para ampliar a capacidade de governança local.
infraestrutura inevitavelmente geram impactos socioambientais, que podem
ser positivos ou negativos. Um dos grandes desafios na sua implementação
está em reconhecê-los ainda na fase de planejamento do projeto, com o prin- Mitigar
cipal objetivo de evita-los.
Na etapa de execução do projeto, é necessária a aplicação de um conjunto de práticas
A abordagem conhecida como Hierarquia de Mitigação se propõe a mi- sistemáticas que garantam a minimização dos impactos durante a implementação dos empre-
nimizar os impactos negativos e maximizar os benefícios gerados por novos endimentos. Condicionantes claras no processo de licenciamento ambiental acompanhadas do
projetos de infraestrutura. A metodologia pode ser sintetizada por três etapas monitoramento de seu atendimento, somadas ao incentivo da adoção de padrões relativos às me-
de intervenção: evitar, mitigar e compensar os impactos. Cada uma destas lhores práticas socioambientais, voltados aos construtores e investidores contribuem para o aten-
etapas consiste numa série de medidas para atingir metas de atenuação das dimento das necessidades e oportunidades de conservação e desenvolvimento socioeconômico.
externalidades negativas (Figura 1).
E V I T A R M I N I M I Z A R C O M P E N S A R
Durante o planejamento do Durante esta etapa medidas são Etapa destinada à compensa-
projeto são estabelecidos um adotadas para a redução da du- ção de quaisquer impactos resi-
conjunto de medidas para evi- ração, intensidade ou extensão duais e significativos, objetivan-
tar a criação de impactos so- dos impactos socioambientais do zerar a perda socioambiental
cioambientais. que não puderam ser completa- líquida.
mente evitados.
Esta etapa compreende as compensações financeiras e ambientais que buscam • Receita paga pelo empreendedor pelo uso • Conservação da biodiversidade em Uni-
contrabalançar os impactos ambientais adversos de projetos de infraestrutura. Com- de recursos naturais pertencentes à União. dade de Conservação afetada por em-
preendem fontes significativas de apoio financeiro, podendo contribuir fortemente preendimento econômico.
OBJETIVO • Medidas mitigadoras resultantes de condi-
para o desenvolvimento sustentável do território em que o empreendimento está
inserido e para resultados de conservação. cionantes estabelecidas pelo processo de • Busca avançar na implementação das
licenciamento ambiental. Unidades de Conservação.
II. Cenário da 2 0 0 0
A Lei Federal 9.985/ 2000 que cria o Sistema Nacional de Unidades de Conservação
(SNUC) regulamenta em seu artigo 36 a cobrança de compensação ambiental.
Compensação
O Decreto Federal 4.340/2002 instituiu a criação da Câmara de Compensação Ambien-
2 0 0 2 tal e definiu a ordem de prioridade na aplicação dos recursos de CA.
Cenário Federal
Ambiental no Brasil
O Decreto Federal 5.566/2005 deu ao Órgão Ambiental Licenciador a atribuição de fixar
2 0 0 5 o valor da compensação ambiental e estabelecer o grau de impacto com base nos es-
tudos de Impacto Ambiental (EIA).
Esfera Federal 2 0 0 6
A Resolução CONAMA 371/ 2006 estabeleceu as diretrizes para o cálculo, cobrança,
aplicação , aprovação e controle dos gastos de recursos advindos da compensação
ambiental.
A CA tem gerado controvérsias e questionamentos judiciais, inclusive A Instrução Normativa ICMBio Nº 20/ 2011 regula os procedimentos administrativos
tendo a sua constitucionalidade questionada e endossada pelo Supremo para a celebração de termos de compromisso em cumprimento às obrigações de com-
Tribunal Federal. Do marco legal vigente, além da própria Lei do SNUC, me- 2 0 1 1
pensação ambiental dirigidas a unidades de conservação federais, nos termos estabe-
recem especial atenção na esfera federal o Decreto 4.340/2002, que define lecidos pelo SNUC.
as prioridades para aplicação dos recursos da compensação ambiental, e o
Decreto 6.848/2009, que estabeleceu o método para o cálculo da Compen-
sação Ambiental e o teto máximo de 0,5% do valor do empreendimento. O O Acórdão TCU 1853/ 2013 determinou ao ICMBio que não autorizasse os empreen-
Quadro 2 apresenta, em resumo, a evolução do marco legal da compensa- 2 0 1 3 dimentos a pagarem a CA mediante depósito em contas escriturais abertas na Caixa
ção ambiental no país. Econômica Federal, devendo a execução ser realizada diretamente pelo empreendedor.
II.1 - A Compensação Ambiental Federal e o Mecanismo de Com estas informações a equipe de apoio ao CCAF elabora uma Nota Técnica para subsidiar
Destinação a tomada de decisão, compreendendo, principalmente, as seguintes informações:
Órgão
Gestor da UC
fim
Compensação Ambiental | II. Cenário da Compensação Ambiental no Brasil (Esfera Federal) 12
De acordo com o Decreto 6.848/09, o Grau de Impacto é dado pela seguinte fórmula: O IUC varia de 0 a 0,15%, avaliando a influência do empreendimento sobre as unidades de con-
servação ou suas zonas de amortecimento, sendo que os valores podem ser considerados cumu-
GI = ISB + CAP + IUC, onde: lativamente até o valor máximo de 0,15%. Este IUC será diferente de 0 quando for constatada a
incidência de impactos em unidades de conservação ou suas zonas de amortecimento, de acordo
ISB = Impacto sobre a Biodiversidade; com os valores abaixo:
CAP = Comprometimento de Área Prioritária; e
IUC = Influência em Unidades de Conservação. • G1: parque (nacional, estadual e municipal), reserva biológica, estação ecológica, refúgio de
vida silvestre e monumento natural = 0,15%;
• G2: florestas (nacionais e estaduais) e reserva de fauna = 0,10%;
Impacto sobre a Biodiversidade (ISB):
• G3: reserva extrativista e reserva de desenvolvimento sustentável = 0,10%;
ISB = IM x IB x ( IA + IT ) / 140, onde: • G4: área de proteção ambiental, área de relevante interesse ecológico e reservas particulares
do patrimônio natural = 0,10%; e
IM = Índice Magnitude;
IB = Índice Biodiversidade; • G5: zonas de amortecimento de unidades de conservação = 0,05%.
IA = Índice Abrangência; e Índices:
IT = Índice Temporalidade.
Índice Magnitude (IM):
O ISB terá seu valor variando entre 0 e 0,25%. Tem como objetivo contabilizar os impactos do
empreendimento diretamente sobre a biodiversidade na sua área de influência direta e indireta. O IM varia de 0 a 3, avaliando a existência e a relevância dos impactos ambientais concomitante-
mente significativos negativos sobre os diversos aspectos ambientais associados ao empreendi-
mento, analisados de forma integrada.
Comprometimento de Área Prioritária (CAP):
ATRIBUTOS PARA
Índice Biodiversidade (IB): EMPREENDIMENTOS ATRIBUTOS PARA
ATRIBUTOS PARA
MARÍTIMOS OU EMPREENDIMENTOS
EMPREENDIMENTOS
O IB varia de 0 a 3, avaliando o estado da biodiversidade previamente à implantação do empre- LOCALIZADOS MARÍTIMOS
VALOR TERRESTRES,
endimento. CONCOMITANTEMENTE (PROFUNDIDADE EM
FLUVIAIS E
NAS FAIXAS TERRESTRE RELAÇÃO À LÂMINA
LACUSTRES
E MARÍTIMA DA ZONA D’ÁGUA)
VALOR ATRIBUTO COSTEIRA
0 Biodiversidade se encontra muito comprometida impactos limitados à área impactos limitados a um profundidade maior ou
1
de uma microbacia raio de 5km igual a 200 metros
1 Biodiversidade se encontra medianamente comprometida
impactos que
ultrapassem a área de profundidade igual ou
impactos limitados a um
3 uma bacia de 3a ordem e inferior a 100 e superior a
raio de 50km
limitados à área de uma 50 metros
bacia de 1a ordem
impactos que
impactos que ultrapassem profundidade inferior ou
4 ultrapassem a área de
o raio de 50km igual a 50 metros
uma bacia de 1a ordem
Compensação Ambiental | II. Cenário da Compensação Ambiental no Brasil (Esfera Federal) 14
2 curta: superior a 5 e até 15 anos após a instalação do empreendimento; 1º. Regularização fundiária e demarcação das terras;
3 média: superior a 15 e até 30 anos após a instalação do empreendimento; 2º. Elaboração, revisão ou implantação de plano de manejo;
3º. Aquisição de bens e serviços necessários à implantação, gestão, monitoramento e proteção
4 longa: superior a 30 anos após a instalação do empreendimento.
da unidade, compreendendo sua área de amortecimento;
4º. Desenvolvimento de estudos necessários à criação de nova unidade de conservação; e
Índice Comprometimento de Áreas Prioritárias (ICAP): 5º. Desenvolvimento de pesquisas necessárias para o manejo da unidade de conservação e sua
área de amortecimento.
O ICAP varia de 0 a 3, avaliando o comprometimento sobre a integridade de fração significativa
da área prioritária impactada pela implantação do empreendimento, conforme mapeamento ofi-
cial de áreas prioritárias. Estes recursos estão divididos entre duas etapas distintas do processo de aplicação, podendo
ser classificados como destinados ou recebidos. A análise destas etapas permite extrair infor-
mações que demonstram o perfil e tendências no uso da compensação ambiental.
VALOR ATRIBUTO
inexistência de impactos sobre áreas prioritárias ou impactos em áreas 3 Esta seção está baseada no Estudo “Compensação Ambiental em Números” realizado a pedido
0 da TNC pelo Nucleo Maturi – Ecologia Social/ Nhamandu Serviços, disponível em: http://www.tnc.org.br/
prioritárias totalmente sobrepostas a unidades de conservação.
nossas-historias/publicacoes/index.htm
1 impactos que afetem áreas de importância biológica alta 4 A lei 9.985/2000 estabelece a prioridade de aplicação dos recursos da Compensação Ambiental para
as Unidades de Conservação de Proteção Integral. De acordo com o Decreto 4340/02, Unidades de Conser-
2 impactos que afetem áreas de importância biológica muito alta vação de Uso Sustentável, quando diretamente afetadas pelo empreendimento, poderão receber recursos
de compensação ambiental federal a serem aplicados nas seguintes finalidades: (i) elaboração do Plano de
impactos que afetem áreas de importância biológica extremamente alta ou Manejo ou nas atividades de proteção da unidade; (ii) realização das pesquisas necessárias para o manejo
3
classificadas como insuficientemente conhecidas da unidade, sendo vedada a aquisição de bens e equipamentos permanentes; (iii) implantação de programas
de educação ambiental; e (iv) financiamento de estudos de viabilidade econômica para uso sustentável dos
recursos naturais da unidade afetada.
Compensação Ambiental | II. Cenário da Compensação Ambiental no Brasil (Esfera Federal) 15
RECURSOS DESTINADOS
Já os empreendimentos, geradores da compensação ambiental, foram padronizados segun-
do os grupos definidos no Sistema Informatizado de Licenciamento Federal (SISLIC):
• Recursos destinados pelo Comitê de Compensação Ambiental Federal (CCAF). São portando
recursos previstos para aplicação nas UC federais, estaduais e municipais. • UHE - Usinas Hidrelétricas
• A fonte de informações para esta consulta foram as Atas do CCAF no período de setembro • PCH - Pequenas Centrais Hidrelétricas
de 2011 (Ata 01/2011) a dezembro de 2014 (Ata 34/2014).
• UTE - Usinas Térmicas, que podem ser a carvão, óleo, gás ou biomassa.
• UN - Geração por Energia Nuclear
5 No período analisado os recursos recebidos foram depositados em contas vinculadas na Caixa Eco-
nômica Federal.
6 Recursos destinados mas ainda em processo de deliberação final no âmbito da CCAF, aguardando
definição do órgão gestor (federal, estadual ou municipal). Neste caso é apresentado ao órgão gestor para
a tomada de decisão, um conjunto de UC passíveis de receber a destinação da compensação ambiental.
Compensação Ambiental | II. Cenário da Compensação Ambiental no Brasil (Esfera Federal) 16
(Tipo de
empreendimento)
Recursos destinados pelo CCAF, previstos Recursos Destinados Outros 655.905,68
para serem aplicados nas unidades de con- Período: 2011 a 2014
servação federais, estaduais e municipais. R$ 1.090.350.165,87
Rodovias e Pontes 15.483.891,66
Ferrovias 15.729.948,72
(Ano)
Mineração 63.755.724,11
2013 476.724.900,68
Dutos 31.140.245,80
2012 41.638.768,13
2011 4.026.100,60
LT- Linhas de Transmissão 61.156.761,96
(R$)
UHE - Usinas Hidrelétricas 306.223.550,82
539.082.812,29
Gráfico 1 – Recursos de compensação ambiental destinados por ano
Petróleo e Gás
Vários fatores podem ser considerados no incremento da destinação de recursos da compensa-
ção ambiental neste período. Se por um lado ocorreu um aumento na implantação de obras de
infraestrutura no país, principalmente na área de petróleo e gás (vide Gráfico 2), para alcançar o (R$)
patamar de recursos destinados, o mesmo foi seguido por uma maior emissão de licenças am-
bientais e no aprimoramento do processo de destinação dos recursos da CA. Vale, também, des-
tacar que a destinação de um único empreendimento pode provocar um significativo aumento na
totalização. Em 2014, por exemplo, somente a UHE de Belo Monte foi responsável pelo montante Gráfico 2 – Distribuição dos recursos de compensação ambiental
destinados por tipo de empreendimento
de mais de R$126 milhões em recursos de compensação ambiental destinados a UC federais e
estaduais.
Compensação Ambiental | II. Cenário da Compensação Ambiental no Brasil (Esfera Federal) 17
DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS DESTINADOS POR ENTE FEDERADO E TIPOLOGIA DE DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS DESTINADOS POR REGIÃO E BIOMA
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
Considerando que um dos critérios para a destinação dos recursos é a proximidade do empre-
(Ente Federado) endimento à UC direta ou indiretamente afetada, a distribuição dos recursos de compensação
ambiental concentram-se principalmente nas regiões onde vem ocorrendo grandes empreendi-
UC Municipal 7.102.159,01 mentos no país, ou seja, a região sudeste com 27% do total de recursos destinados, oriundos prin-
cipalmente de destinações resultantes de processos de licenciamento ambiental para empreendi-
mentos de petróleo e gás; e em segundo lugar, 21% na região norte, principalmente proveniente
dos investimentos relacionados a geração de energia hidrelétrica (Gráfico 5).
UC Estadual 195.140.418,14
888.107.588,72
UC Federal Norte
21%
A critério do órgão
gestor 28%
(R$)
Nordeste
100% 7%
90% Municipal
80% Estadual
70% Federal
60%
50%
40% Sul
30% 7%
20%
Centro-oeste
10% 10%
0%
Proteção Uso sustentável Em definição
integral (R$) (R$) (R$)
Municipal 4.947.293,99 2.054.865,02 100.000,00
Estadual 127.606.530,56 9.623.622,50 57.910.265,08
Sudeste
27%
Federal 859.666.969,31 19.795.354,25 8.645.265,16
Em relação a distribuição nos biomas, observa-se uma predominância no Bioma Amazônico, com 32% dos recursos destinados (Gráfico 6). Sendo que no Bioma Mata Atlântica a predominância dos recursos
destinados está direcionado a UC estaduais e municipais (Gráficos 7, 8 e 9).
(Bioma)
A critério do órgão
274.470.692,65
gestor
Marinho-Costeiro 40.891.227,56
Pampa 22.076.970,98
Caatinga 14.064.782,42
Marinho 37.504.104,64
Cerrado 121.602.541,71
Amazônia 347.166.509,53
(R$)
Gráfico 6 – Distribuição dos recursos destinados pela compensação ambiental por bioma
Compensação Ambiental | II. Cenário da Compensação Ambiental no Brasil (Esfera Federal) 19
UC Federal
Mata Atlântica
A critério do
16%
órgão gestor
26%
UC Estadual
Marinho-Costeiro
A critério do
3%
órgão gestor
21%
Pampa
3% Mata Atlântica
Marinho-Costeiro
Caatinga 5% 42%
Amazônia
2%
33%
Marinho Caatinga
4% <1% UC Municipal
Cerrado
13% Pampa Amazônia
<1% 15%
Cerrado
8%
Gráfico 7 – Percentual dos recursos de compensação ambiental destinados Marinho
Caatinga
<1%
por bioma para as unidades de conservação federais <1%
Cerrado
4% Marinho
<1%
Amazônia Pampa
28% Mata Atlântica 3%
63%
Marinho-Costeiro
Gráfico 8 – Percentual dos recursos de compensação ambiental destinados 5%
por bioma para as unidades de conservação estaduais
A critério do
órgão gestor
6%
DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS DESTINADOS POR FINALIDADE DE USO DOS RECURSOS DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL EM EXECUÇÃO
Seguindo a ordem de prioridades estabelecida no Decreto 4.340/2002, 43% dos recursos de com- Após a destinação dos recursos de compensação ambiental pelo CCAF, para seu recebimento
pensação ambiental federal foram destinados a regularização fundiária. O Gráfico 10 apresenta a se faz necessário estabelecer termo de compromisso entre o empreendedor e o órgão gestor
distribuição desses recursos por finalidade de uso. da unidade de conservação. No caso das Unidades de Conservação federais o órgão gestor é o
ICMBio tendo recebido, até o momento, R$217.908.864,527. Deste total, R$ 75.212.975,31 estão
em processo de execução (Gráfico 11), tendo alcançado seu melhor desempenho em 2013, com
29% dos gastos realizados (Gráfico 12).
(Finalidade de Uso)
Pesquisa 3.665.000,00
Recursos Recebidos
Recursos de compensação ambiental federal
Período: 2009 a 2014
recebidos (executados ou a executar)
R$ 217. 908.864,52
Estudos de criação 10.940.000,00
(R$) 217.908.864,52
Plano de Manejo 28.390.550,98
Implementação 120.041.394,48
75.212.975,31
A critério do Orgão Gestor 461.374.988,97
(2009 a 2014)
(R$)
Gráfico 10 – Distribuição dos recursos de compensação ambiental destinados Gráfico 11 – Recursos de compensação ambiental recebidos e executados
por finalidade de uso
(Ano)
2014 16.001.699,00 (Finalidade de Uso)
(R$) (R$)
Gráfico 12 – Distribuição dos recursos de compensação ambiental Gráfico 13 – Recursos de compensação ambiental recebidos distribuídos por
executados por ano finalidade de uso
Compensação Ambiental | II. Cenário da Compensação Ambiental no Brasil (Esfera Federal) 22
(R$)
120.000.000,00
Total Recebido (Finalidade de Uso)
100.000.000,00
60.000.000,00
Plano de Manejo 1.030.170,73
40.000.000,00
0,00
Regularização Fundiária 25.741.558,75
(R$)
(Finalidade de Uso)
Gráfico 14 – Comparação entre os recursos de compensação ambiental Gráfico 15 – Recursos de compensação ambiental executados distribuídos
8
recebidos e executados por finalidade de uso por finalidade de uso
8 A referência a “Outros” no Gráfico 14 trata-se de recursos recebidos para atender a RPPNs, estudos
de criação de UC ou ainda, que estão em fase de definição sobre a UC a ser beneficiada.
Compensação Ambiental | II. Cenário da Compensação Ambiental no Brasil (Esfera Federal) 23
Observações Adicionais Por outro lado, ao priorizar a aplicação da compensação ambiental em uma finalidade tão
complexa e lenta, outras demandas urgentes para a efetiva implementação das UC ficam aguar-
dando outras oportunidades de apoio, enquanto o recurso de CA se avoluma.
O volume de recursos da compensação ambiental federal, identificados neste levantamen-
to, confirma o grande potencial que este mecanismo financeiro representa no fortalecimento do
SNUC e efetiva implementação das Unidades de Conservação. Entretando, também evidencia a Vale também destacar que para o alcance de melhores resultados com o uso da compensa-
necessidade de garantir um fluxo adequado e regular desses recursos financeiros e melhorar a ção ambiental é necessário um planejamento integrado, identificando prioridades e mecanismos
sua aplicação para permitir uma maior agilidade na sua execução. para sua sustentabilidade. Em nada adianta, por exemplo, construir com recursos de compensa-
ção ambiental a infraestrutura de visitação de uma UC e depois não haver recursos disponíveis
para seu funcionamento e manutenção. Um planejamento de prioridades, incluindo possíveis
Ainda que aprimoramentos venham sendo implementados dentro do período de tempo ana- fontes de recursos, orçamentário e extraorçamentário, permite estabelecer uma melhor comple-
lisado por este Estudo, os motivos que dificultam a execução são vários e começam pela necessi- mentariedade de ações na implementação e manutenção das Unidades.
dade de sistematizar e regulamentar procedimentos técnicos, administrativos e operacionais com
o objetivo de dar maior agilidade aos processos. A insuficiência de pessoal técnico para a análise
dos processos e emissão dos pareceres é, também, mais um gargalo identificado. Este cenário destaca a insuficiência do planejamento na efetivação das UC. Para melhores
resultados, é necessário que a ação de planejar contribua para a integração da gestão, coorde-
nando um olhar territorial e a identificação das reais prioridades para o bom funcionamento da
Mas existem outros pontos que vão além das questões administrativas da gestão. A própria Unidade. Além disto, é fundamental o bom fluxo de informações entre as áreas do órgão gestor
priorização de finalidade de uso estabelecida no Decreto 4.340/2002 contribui para tornar a exe- das UC e que as demandas de priorização estejam refletidas nas decisões de destinação e exe-
cução dos recursos da compensação ambiental lenta. A regularização fundiária9, prioritariamente, cução da CA.
é sempre á primeira finalidade de uso para a qual o recurso de CA é destinado. Caso o processo
de regularização fundiária da Unidade de Conservação não esteja concluído e haja o interesse em
aplicar em outra finalidade, se faz necessário que o órgão gestor submeta à apreciação do CCAF a
solicitação para a aplicação nas prioridades seguintes, permitindo que o recurso seja redestinado.
Ocorre que o processo de regularização é lento e complexo. Envolve, entre outras atividades,
a demarcação e levantamento fundiário da área, vistorias em campo, avaliação e aquisição das
terras, podendo levar vários anos para sua conclusão. Dentro das UC, hoje existem proprietá-
rios privados com documentação legalizada de suas terras e pessoas ou comunidades que têm
a posse, mas não possuem títulos de propriedade. Segundo o ICMBio, além do pagamento das
indenizações propriamente dito, a desapropriação dos imóveis enfrenta problemas estruturais
que vão desde áreas ainda não georeferenciadas, passando pela caducidade dos decretos expro-
priatórios, a precariedade do Sistema de Registros Imobiliários e a própria burocracia vigente nos
Estados e na Secretaria de Patrimônio da União. Considerando que os maiores percentuais de
recursos da CA, destinados e em execução, estão vinculados a esta finalidade, a multiplicidade de
fatores apresentados demonstra a dificuldade na sua execução.
Compensação questionário contendo vinte e duas questões principais e outras complementares. As perguntas
Cenário Estadual
foram divididas em três categorias principais: (i) estrutura e funcionamento, (ii) destinação dos
recursos, e (iii) execução.
Ambiental no Brasil Foi observada uma baixa sistematização e organização dos dados dificultando sua padroniza-
ção. Em muitos casos não há um registro histórico do processo de destinação ou monitoramento
da execução e foram encontradas várias situações que apresentavam confusões conceituais entre
• Os mecanismos para a gestão da CA; • Forma de execução: Os recursos da compensação ambiental são executados pelo empre-
endedor.
• A relação da CCA estadual com as demais esferas municipal e fede-
ral; • Prestação de contas: Não foram identificados procedimentos regulares e sistematizados
para controle dos processos de compensação ambiental.
• Os procedimentos adotados para uma maior fluidez do processo de
destinação e aplicação; • Valores destinados: R$ 395.745,36 (de 2011 a 2012).
• Os valores arrecadados nos processos de licenciamento, incluindo os • Valores executados: Não informados.
valores de referência, a natureza da receita e a forma de execução, e
10 Esta seção está baseada no Estudo “O Estado da Arte da Compensação Ambiental nos Estados Bra-
• Os valores executados e/ou empenhados em projetos nas UC. sileiros” realizado a pedido da TNC por Ojidos Consultoria Ambiental, disponível em http://www.tnc.org.br/
nossas-historias/publicacoes/index.htm.
Compensação Ambiental | III. Cenário da Compensação Ambiental no Brasil (Esfera Estadual) 25
ALAGOAS repasse do recurso é feito através de Termo de Cooperação Técnica e a liberação é feita de
acordo com cronograma de execução, em parcelas, sendo que a parcela seguinte só é libe-
rada após prestação de contas da anterior.
• Valores de referência: Segue a legislação federal, ou seja, mínimo de zero e máximo de
0,5%. • Valores destinados: R$ 3.740.953,00.
• Natureza da receita: O recurso de compensação ambiental é considerado orçamentário. • Valores executados: R$ 249.480,9213.
dor. Há a possibilidade de depósito em conta específica para execução pelo Estado ou gestão • Prestação de contas: As prestações de contas são avaliadas no âmbito do órgão ambiental
do recurso por terceiros, mas estas duas modalidades ainda necessitam de normatização. distrital. Está disponibilizada na internet a prestação de contas dos recursos destinados e
aplicados a título de CA.
• Prestação de contas: As prestações de contas são acompanhadas pela Coordenadoria de
Gestão de Fundos – COGEF, administrativamente, e pela Diretoria de Unidade de Conserva- • Valores de destinação: R$ 38.328.882,47 (de 2010 a 2013).
ção – DIRUC, que realiza o acompanhamento técnico.
• Valores de execução: R$ 10.014.558,85 (de 2010 a 2013).
• Valores de destinação: R$ 17.152.840,53 (até 2013).
• Valores de execução: R$ 641.490,00 (até 2013).
ESPÍRITO SANTO
CEARÁ • Valor de referência: mínimo não informado e máximo de 0,5% (Resolução CONSEMA n.º
002/2010).
• Valor de referência: 0,5% do custo total previsto para a implantação do empreendimento • Natureza da receita: O recurso de compensação ambiental é considerado orçamentário.
(Resolução COEMA n.º 09/2003).
• Forma de execução: Os recursos da compensação ambiental são depositados em conta
15
• Natureza da receita: O recurso de compensação ambiental é considerado orçamentário . específica para execução pelo Estado.
• Forma de execução: Não foi identificado se a compensação ambiental é executada pelo • Prestação de contas: As prestações de contas são avaliadas pelas Comissões de Acompa-
Estado, pelo empreendedor ou por terceiros. nhamento e cópias dos relatórios são enviadas ao Ministério Público Estadual.
• Prestação de contas: Não foi identificada a existência de procedimentos regulares e siste- • Valores destinados: R$ 56.587.503,54 (de 2004 a 2011).
matizados para o controle dos processos de compensação ambiental.
• Valores executados: Não informado.
• Valores destinados: Não informado.
• Valores executados: Não informado.
GOIÁS
• Valor de referência: mínimo de 1% e máximo não informado (Lei Estadual n.º 14.241/2002).
DISTRITO FEDERAL • Natureza da receita: O recurso de compensação ambiental é considerado orçamentário16.
• Forma de execução: Os recursos da compensação ambiental são depositados em conta
• Valor de referência: Não estabelece valor de referência mínimo ou máximo (IN n.º 76/2010
específica para execução pelo Estado.
e IN n.º 001/2013).
• Prestação de contas: O acompanhamento é realizado pela Superintendência de Unidades
• Natureza da receita: O recurso de compensação ambiental é considerado extraorçamen-
de Conservação e a prestação de contas ocorre anualmente no Conselho Estadual de Meio
tário.
Ambiente (CEMA). Após aprovação, a prestação é publicada no sítio da SEMARH.
• Forma de execução: Os recursos da compensação ambiental são executados pelo empre-
• Valores destinados: R$ 55.432.517,71 (de 2011 a 2012).
endedor.
• Valores executados: 1.747.598,35 (de 2011 a 2012).
MARANHÃO • Forma de execução: A execução dos recursos de compensação ambiental pode ser feita
pelo empreendedor ou depositada em conta específica para execução pelo Estado (maioria
dos casos).
• Valores de referência: Segue a legislação federal, ou seja, mínimo de zero e máximo de
0,5%. • Prestação de contas: O Setor Financeiro do IMASUL analisa as prestações de contas.
• Natureza da receita: O recurso de compensação ambiental é considerado orçamentário. • Valores de destinação: Não informados.
• Forma de execução: Os recursos da compensação ambiental são depositados em conta • Valores de execução: Não informados.
específica para execução pelo Estado.
• Prestação de contas: Não foi identificada a existência de procedimentos regulares e siste- MINAS GERAIS
matizados para o controle dos processos de compensação ambiental.
• Valores destinados: R$ 57.936.028,00 (em 2012). • Valores de referência: Segue a legislação federal, ou seja, mínimo de zero e máximo de
0,5%.
• Valores executados: R$ 11.570.660,03 (em 2012).
• Natureza da receita: O recurso de compensação ambiental é considerado orçamentário.
• Forma de execução: Os recursos de compensação ambiental são depositados em conta
MATO GROSSO específica para execução pelo Estado.
• Prestação de contas: É feita através da apresentação de relatório perante a CPB/COPAM
• Valor de referência: mínimo de 0,5% e máximo de 1,25% (Decreto estadual n.º 7.772/2006). que, após aprovado, dá-se início ao processo de contratação nos moldes exigidos pela le-
gislação;
• Natureza da receita: Extraorçamentária.
• Valores de destinação: R$ 178.669.567,7117.
• Forma de execução: Os recursos de Compensação Ambiental são executados pelo empre-
endedor. • Valores de execução: R$ 13.938.466,8118.
• Valores de referência: Não estabelece valor de referência mínimo ou máximo (Decreto n.º 17 Valores aprovados pela CPB/COPAM e destinados em benefício das Unidades de Conservação Es-
taduais, conforme atualização realizada no dia 10/03/2014, excluídos os valores destinados pelo Estado de
12.909/2009).
Minas Gerais às Unidades de Conservação Federais e Municipais e excluídos, ainda, as execuções já reali-
• Natureza da receita: O recurso de compensação ambiental é considerado orçamentário. zadas.
18 Valor de execução correspondente ao período compreendido entre janeiro a dezembro de 2013,
segundo consulta realizada junto ao SIAF.
Compensação Ambiental | III. Cenário da Compensação Ambiental no Brasil (Esfera Estadual) 28
ser feita pelo empreendedor. Segundo o decreto 2.033/2009, será criado, através de lei espe-
cífica, o Fundo de Compensação Ambiental - FCA, quando haverá a possibilidade de execu- matizados para o controle dos processos de compensação ambiental.
ção, também, por terceiros19. • Valores destinados: R$ 50.516.070,01 (em 2012).
• Prestação de contas: A IN/2013, no seu artigo 1º, regulamenta os procedimentos adminis- • Valores executados: Não informados.
trativos para a cobrança, a aplicação e a gestão dos recursos da compensação.
• Valores destinados: R$ 79.488.227,50.
• Valores executados: R$ 33.136.916,00. PERNAMBUCO
• Valores de referência: Não estabelece valor de referência mínimo ou máximo (Resolução
PARAÍBA CONSEMA n.º 04/2010).
• Natureza da receita: O recurso de compensação ambiental é considerado orçamentário.
• Valor de referência: mínimo de 0,5% e máximo não informado (Decreto estadual n.º • Formas de execução: Os recursos de compensação ambiental são depositados em conta
23.837/2002). específica para execução pelo Estado.
• Natureza da receita: O recurso de compensação ambiental é considerado orçamentário. • Prestação de contas: A prestação de contas é efetuada utilizando-se como orientação o
• Forma de execução: Os recursos da compensação ambiental poderão ser executados pelo art. 28, da Instrução Normativa STN 1, de 15/01/1997.
empreendedor ou pelo Estado. • Valores destinados: R$ 180.495.583,56 (de 2004 a 2013).
• Prestação de contas: Não há procedimento estabelecido. • Valores executados: R$ 55.012.169,03 (de 2004 a 2013).
• Valores destinados: R$ 825.881,01 (refere-se a: 2004, 2005, 2007, 2008 e 2012).
• Valores executados: Não informados.
PIAUÍ
PARANÁ • Valores de referência: Não foi identificado a existência de valores de referência, mínimo ou
máximo.
• Valor de referência: mínimo de 0,1% e máximo de 0,5% (Resolução Conjunta SEMA/IAP • Natureza da receita: O recurso de compensação ambiental é considerado orçamentário.
n.º 001/2010).
• Forma de execução: Não foi identificado se os recursos de compensação ambiental são
• Natureza da receita: O recurso de compensação ambiental é considerado orçamentário. executados pelo Estado, pelo empreendedor ou por terceiros.
• Forma de execução: Os recursos de compensação ambiental são depositados em conta • Prestação de contas: Não foi identificado a existência de procedimentos regulares e siste-
específica para execução pelo Estado. matizados para o controle dos processos de compensação ambiental.
• Prestação de contas: Não foi identificado a existência de procedimentos regulares e siste- • Valores destinados: Não informados.
• Valores executados: Não informados.
19 De acordo com Lei Estadual 8096/2015 que promove a reforma administrativa no Estado do Para, a
partir de 2015 a Compensação Ambiental passa a ser 100% gerida pelo IDEFLOR-Bio.
Compensação Ambiental | III. Cenário da Compensação Ambiental no Brasil (Esfera Estadual) 29
• Prestação de contas: O acompanhamento das prestações de contas é efetuado pela Dire- CEARÁ - - - -
toria de Planejamento do NATURANTINS. DISTRITO FEDERAL 38.328.882,47 10.014.558,85 26,13 28.314.323,62
• Valores destinados: R$ 3.649.772,04 (de 2009 a 2010). ESPÍRITO SANTO 56.587.503,54 - - 56.587.503,54
GOIÁS 55.432.517,71 1.747.598,35 3,15 53.684.919,36
• Valores executados: R$ 1.342.441,80 (de 2009 a 2010).
MARANHÃO 57.936.028,00 11.570.660,03 19,97 46.365.367,97
MATO GROSSO - - - -
MATO GROSSO DO SUL - - - -
MINAS GERAIS (***) 178.669.567,71 13.938.466,81 7,80 164.731.100,90
PARÁ 79.488.227,50 33.136.916,00 41,69 46.351.311,50
PARAÍBA 825.881,01 - - 825.881,01
PARANÁ 50.516.070,01 - - 50.516.070,01
PERNAMBUCO 180.495.583,56 55.012.169,03 30,48 125.483.414,53
PIAUÍ - - - -
RIO DE JANEIRO 341.421.597,00 58.719.810,07 17,20 282.701.786,93
RIO GRANDE DO NORTE - - - -
* No caso de alguns estados, há a possibilidade de haver execução, porém não foi RIO GRANDE DO SUL 55.000.000,00 12.000.000,00 21,82 43.000.000,00
informada. RONDÔNIA 15.773.853,34 - - 15.773.853,34
RORAIMA - - - -
** O valor executado é superior ao arrecadado em virtude de investimentos do valor
SANTA CATARINA - - - -
principal.
SÃO PAULO (*) 341.480.692,00 - - 341.480.692,00
*** Vide observações sobre valores destinados e executados no Quadro Resumo de SERGIPE - - - -
Minas Gerais acima. TOCANTINS 3.649.772,04 1.342.441,80 36,78 2.307.330,24
TOTAL 1.499.639.078,88 221.217.830,30 14,75 1.278.421.248,58
III.2 – Comentários Adicionais ao Estudo Estado da Arte da Vale destacar a necessidade de que os Estados tenham critérios objetivos para o estabele-
cimento das estruturas de governança da CA, detalhando informações sobre o regimento interno
Compensação Ambiental nos Estados Brasileiros21 e funcionamento.
Resposta ao questionário enviado aos OEMAs Critérios estaduais específicos para a destinação de recursos
O questionário utilizado foi enviado a todas as áreas responsáveis pela destinação e execu- Constatou-se que 16 Estados e o Distrito Federal (59%) possuem critérios específicos para a
ção dos recursos de CA, nos 26 estados e também no Distrito Federal tendo retorno de 74%. Os destinação dos recursos de CA. Oito estados ainda se utilizam exclusivamente de critérios esta-
Estados do Amapá, Ceará, Mato Grosso, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima e Santa Catarina não belecidos pela legislação federal (30%) e três (11%) - Ceará, Piauí e Roraima - não responderam
retornaram com as respostas, representando 26% do total. Ainda assim, foi possível identificar ao questionário da pesquisa e/ou não disponibilizaram essas informações em seus portais ele-
parte das informações questionadas em outras fontes, tais como portais institucionais na Internet. trônicos.
Legislação estadual sobre a Compensação Ambiental Obrigatoriedade de indicação da Unidade de Conservação a ser be-
neficiada no Estudo de Impacto Ambiental e no Relatório de Impac-
Constatou-se que a grande maioria dos Estados e o Distrito Federal (82%) possuem legisla- tos no Meio Ambiente (EIA-RIMA)
ção estadual específica envolvendo o tema. Pouco mais de 11% se utilizam da legislação federal
como base para a Compensação Ambiental e 7% não informaram e/ou não foi possível encontrar
legislação específica por meio do levantamento realizado.
Com relação as fontes de informação utilizadas pelos órgãos ambientais estaduais para de-
finir qual Unidade de Conservação será beneficiada pelos recursos de Compensação Ambiental,
A existência de legislação estadual contribui para que sejam atendidas as peculiaridades verificou-se que 18% definiram como obrigatória a indicação da Unidade de Conservação no EIA
regionais, bem como colabora para a estruturação dos órgãos ambientais e o estabelecimento de -RIMA. A maioria, 52%, não apresenta a indicação e 30% não responderam ao questionamento. A
procedimentos. Por outro lado, seu estabelecimento não necessariamente soluciona problemas consulta ao EIA contribui com informações sobre a área de influência direta do empreendimento
identificados em comparação às normativas federais, tais como a natureza da receita ou o valor e as UCs direta e indiretamente afetadas.
de referência, repetindo em muitos casos as mesmas inconsistências e dificuldades no processo
de execução.
Utilização do Cadastro Nacional de Unidades de Conservação
Câmara de Compensação Ambiental (CCA) ou estrutura (CNUC) como fonte de informação para indicação da Unidade de
similar em funcionamento Conservação a ser beneficiada
Utilização dos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti- Destinação de recursos para Unidades de Conservação Federais
ca (IBGE) como fonte de informação para indicação da Unidade de
A destinação, também para UCs federais, é realizada por 56% dos Estados, 18% informaram
Conservação a ser beneficiada que não destinam e 26% não responderam a este item da pesquisa.
Dois Estados (7%) se utilizam dos dados do IBGE como subsídios de informação para a es- Destinação de recursos para Unidades de Conservação
colha da UC a ser beneficiada pelos recursos da CA: Amazonas e Minas Gerais. Grande parte não Municipais
se utiliza de tais dados (63%) e de oito Estados, isto é, cerca de 30%, não se obteve resposta para
este item. Esta consulta permite melhor caracterizar geograficamente os Estados, as fitofisiono-
mias, biomas e regiões hidrográficas. Quanto à destinação de recursos pelos Estados para as UCs municipais, a pesquisa verificou
que 48% dos Estados realizam a destinação, 26% informaram que não destinam e 26% não res-
ponderam ao critério.
Utilização dos dados do Sistema Estadual de Gestão de Unidades de
Conservação (SEUC) como fonte de informação para indicação da Destinação de recursos para Reservas Particulares do
Unidade de Conservação a ser beneficiada Patrimônio Natural (RPPN)
O SEUC é utilizado pelos OEMAs como fonte de informação para definir quais Unidades de Quanto à destinação de recursos de Compensação Ambiental pelos Estados para as RPPN,
Conservação serão beneficiados pelos recursos de Compensação Ambiental por 48% dos Estados 63%, dos Estados realizam a destinação, 7% informaram que não destinam e 30% não responde-
entrevistados, 22% não se utilizam dessas informações e 30% não responderam ao questiona- ram a este item na pesquisa.
mento. A exemplo do CNUC, também são consultadas informações a respeito da regularização
fundiária da UC, meio biótico e meio físico.
Execução dos recursos diretamente pelo empreendedor
Utilização de planejamento específico para a destinação de recursos
A pesquisa demonstrou que 41% das unidades federativas afirmam que a execução dos
às Unidades de Conservação recursos da CA é realizada diretamente pelo empreendedor. A mesma quantia afirma que a exe-
cução não é realizada pelo empreendedor e de pouco mais de 18% não se obteve a resposta.
Com relação à existência e utilização de planejamento específico para definir a destinação de Importante observar que a execução de forma direta ou indireta não é excludente, sendo que a
recursos de compensação às unidades de conservação, a pesquisa demonstrou que a maioria dos maioria dos Estados prevê em suas normativas ambas opções.
Estados, 48%, possuem um planejamento específico, 22% não possuem e 30% não forneceram as
informações.
Execução dos recursos pelo Estado
O planejamento permite identificar e sistematizar prioridades de investimentos nas UCs per-
mitindo um melhor direcionamento dos recursos para resultados que contribuam com processos Independentemente de serem recursos considerados orçamentários ou extraorçamentários
de gestão da Unidade e não apenas para o atendimento de demandas pontuais. em 70% dos casos a execução se dá pelo Estado, outros 11% informaram que a execução não é
realizada pelo Estado e 19% não disponibilizou a informação.
Compensação Ambiental | III. Cenário da Compensação Ambiental no Brasil (Esfera Estadual) 34
Execução dos recursos por terceiros com suas deliberações publicados nos Diários Oficiais em seus endereços eletrônicos. Na sua
grande maioria (85%) os Estados não disponibilizam estas informações na internet.
Quando analisado se o recurso é gerido por terceiros, a pesquisa demostrou que esta é a
opção de apenas 15% dos casos, sendo que 67% não aderiram a esta forma de gestão e 18% não Disponibilização na Internet de informações sobre o monitoramento
disponibilizaram a informação.
financeiro da execução dos recursos
Procedimento estabelecido para acompanhamento Quanto à possibilidade de acompanhar a execução dos recursos de Compensação Ambien-
da execução tal na internet, enquanto 11% dos Estados (Goiás, Maranhão e Rio de Janeiro) promovem essa
ferramenta 89% não disponibilizam essas informações.
Apenas 19% dos Estados entrevistados possuem procedimentos estabelecidos para o acom-
panhamento da execução dos recursos da CA. Para a grande maioria (59%), observou-se que Prestação de contas disponível na Internet
não existem procedimentos oficializados em vigor que permitam o monitoramento e avaliação da
aplicação dos recursos. Seis Estados (22%) não disponibilizaram a informação.
Somente 11% dos Estados (Goiás, Maranhão e Rio de Janeiro) divulgam suas prestações de
contas sobre a compensação ambiental na internet. A grande maioria dos Estados entrevistados
Procedimento estabelecido para a prestação de contas (89%) não promovem esta iniciativa
Identificou-se que 70% dos Estados entrevistados possuem algum tipo de sistemática esta- Estados que ainda não apresentam uso para os recursos da
belecida para a prestação de contas. Apenas o Estado da Paraíba (4%) afirma que não existe pro-
cedimento. Para os quase 26% restantes, não se obteve um retorno à questão, embora se tenha
Compensação Ambiental
identificado que nos estados do Acre e de Alagoas a prestação de contas pode ocorrer simples-
mente por meio da apresentação de notas fiscais e comprovantes similares. Com exceção do estado do Piauí, do qual não se obteve informações sobre a compensação
ambiental impossibilitando qualquer análise, todos os demais Estados, incluindo o Distrito Fede-
ral, fazem uso desses recursos.
Organização de informações disponíveis em portais eletrônicos
(Internet) Estados que utilizam a Compensação Ambiental atrelada a outras
Parte da pesquisa realizada para obtenção das informações sobre a Compensação Ambien-
compensações financeiras para as finalidades previstas no SNUC
tal ocorreu através de pesquisas nos sites de cada OEMA. Durante este trabalho, foi verificado
que 59% dos Estados disponibilizam as informações em seus endereços eletrônicos. A exceção da CA, as demais formas de compensação identificadas se referem às condicio-
nantes do licenciamento ambiental - medidas mitigatórias estabelecidas em função dos impactos
identificados no EIA-RIMA como condição a ser cumprida pelos empreendedores para obtenção
Informações obtidas por meio de atas e Diários Oficiais das licenças ambientais. Há ainda casos de compensações decorrentes de Termos de Ajusta-
disponíveis em portais eletrônicos (Internet) mento de Conduta, ou mesmo multas ambientais, que podem ser revertidos em benefícios as UC.
Deste modo, observa-se que condicionantes dos processos de licenciamento ambiental também
contribuem na implementação das Unidades.
Apenas 15% dos Estados entrevistados disponibilizam atas das reuniões da CCA e extratos
Compensação Ambiental | Comentários finais 35
Comentários
Comentários
finais
A compensação ambiental pode funcionar como um importante instrumento na consolida-
setores da sociedade atuar preventivamente na proteção do meio ambiente, incumbindo ao Es-
tado a criação de instrumentos normativos e políticas preventivas; Edis Milaré23 defende que a
compensação ambiental federal está despida de qualquer caráter indenizatório e tributário. Com
isto, os recursos financeiros oriundos da CA, uma vez que qualificados como uma despesa a ser
expendida pelo empreendedor, não mais podem ser classificados como uma receita de um órgão
ção e implementação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, suprindo muitos dos de- público, sendo de natureza extraorçamentária.
safios de promover uma efetiva gestão das UC, em especial no que se refere a sua regularização
fundiária, planejamento, infraestrutura e pesquisa. Vale destacar que sua destinação está prevista Não há dúvidas que avanços significativos ocorreram na destinação dos recursos da com-
em lei não devendo representar uma redução no orçamento público destinado a essas áreas. pensação ambiental federal que em dezembro de 2014 já acumulavam quase R$ 1,1 bilhão. Po-
rém, a execução, mesmo apresentando avanços, ultrapassando a média de R$ 15 milhões/ano
No que concerne ao marco legal vigente, muitas inconsistências ainda são encontradas ne- executados nos últimos 4 anos, tendo seu melhor desempenho em 2013, com mais de R$ 21 mi-
cessitando de aprimoramentos que resultem em alteração de rotinas e simplificação de procedi- lhões executados, não acompanha esta tendência e demanda um amplo aprimoramento em seus
mentos que permitam maior agilidade na execução dos recursos. Ainda que o valor de referência mecanismos para se alcançar a celeridade e transparência necessárias na gestão e execução do
para cálculo da cobrança e sua natureza jurídica ser orçamentária ou extraorçamentária, sigam recurso.
sendo pontos de questionamento, o principal gargalo para dar escala no uso da compensação
ambiental segue sendo sua forma de execução. Comparando os mecanismos de execução federal e estadual, identificados neste trabalho,
discute-se que um modelo de execução reunindo um portfolio de opções, contemplando (i) a
Como demonstrado neste Estudo, em relação ao valor de referência, o Decreto federal de execução direta pelo empreendedor, com a contratação de terceiros; (ii) a execução através do
2009 definiu o máximo de 0,5% de cobrança com base no valor total do empreendimento para orgão ambiental responsável pela UC, ou mesmo (iii) a terceirização da execução através de um
os licenciamentos sob responsabilidade da União. Porém, a pesquisa realizada junto aos OEMAs fundo de compensação, resultasse numa dinâmica suficiente para a solução do problema. Toda-
evidenciou que a cobrança chega até 5%, caso do Rio Grande do Norte, não sendo empecilho via, ainda não há um consenso sobre ser este o melhor caminho a seguir.
para sua destinação.
Do Estudo da TNC, nas análises realizadas pelo grupo Milaré Advogados24, é proposta a
Quanto a natureza jurídica, objeto inclusive de discussão no Arcodão do TCU 1.853/ 2013 e execução pelo empreendedor através de entidades sem finalidades de lucro, previamente cre-
na ADI 3.378/DF, em recente estudo realizado pelo grupo Milaré Advogados, a pedido da TNC22, denciadas pela CCAF.
os diferentes entendimentos podem ser resumidos como (i) uma função reparatória, por ser uma
forma de indenização dos danos que serão ocasionados ao meio ambiente; (ii) um tributo, visto “A operacionalização da execução dos recursos financeiros oriundos da CA -
que o princípio do poluidor-pagador internaliza externalidades negativas da atividade desem- uma despesa do empreendedor – se dará por meio de entidade escolhida pelo
penhada pelo empreendedor e que a compensação ambiental se enquadraria de forma clara ao empreendedor dentre uma gama de entidades previamente selecionadas com o
conceito de tributo, conforme o Código Tributário Nacional (art.3º) e (iii) um mecanismo de com- crivo estatal, sob responsabilidade do empreendedor e simultaneamente sob o
partilhamento de despesas, tendo em vista que a Constituição da República introduziu no meio olhar estatal. A execução seguirá as disposições de um plano de trabalho...”
jurídico a responsabilidade compartilhada entre o Poder Público e os particulares quanto aos
custos advindos do uso de recursos naturais nas atividades produtivas.
Por fim, não há dúvida que a implantação de uma forma de execução eficiente é uma decisão
urgente mas que ainda emanará muitas discussões. Fundamental é que o modelo estabelecido
Deste modo, considerando o próprio entendimento do Supremo Tribunal Federal ao buscar assegure a transparência e controle social necessários, uma boa governança participativa e, prin-
esclarecer o instituto da compensação ambiental do SNUC no julgamento da ADI 3.378, reco- cipalmente, permita maior agilidade na transferência de recursos para as Unidades de Conserva-
nhecendo se tratar de uma forma de compartilhamento de despesas, sendo tarefa de todos os ção.
22 TNC. Aprimoramento do Marco Regulatório da Compensação Ambiental Federal. Milaré Advogados. 23 Ibid.
Relatório Interno. 2015. 24 Ibidem.
Realização: