Cálculos Nos Cabos de Linha de Transmissão
Cálculos Nos Cabos de Linha de Transmissão
Cálculos Nos Cabos de Linha de Transmissão
PROPÓSITO
Apresentar as premissas e considerações necessárias para calcular o campo elétrico e o
campo magnético em uma linha de transmissão, entender como se estabelecem os efeitos
corona e Joule e assim estimar a temperatura superficial e perdas devido a esses efeitos.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos papel, caneta e uma calculadora ou
use a calculadora de seu smartphone/computador.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
Analisar os cálculos da temperatura superficial em cabos e das perdas devido aos efeitos Joule
e corona
O especialista fala sobre a visão geral sobre os cálculos nos cabos de linhas de transmissão e
uma breve revisão acerca da análise de circuitos, trazendo a visão geral sobre o que deve ser
considerado acerca do campo elétrico e do campo magnético nestes tipos de cabos e sobre
circuitos monofásicos e circuitos trifásicos.
MÓDULO 1
INTRODUÇÃO
Para compreender como o campo elétrico e o campo magnético se estabelecem nos cabos
condutores das linhas de transmissão, é necessário considerar alguns conhecimentos técnicos
prévios, como as principais premissas utilizadas nas análises de circuitos monofásicos e de
circuitos trifásicos, além dos conhecimentos de eletromagnetismo.
RELEMBRANDO
É importante relembrar que o tipo do modelo a ser usado dependerá, logicamente, do tipo de
estudo e/ou projeto conduzido e que existem de fato diferenças importantes, referentes às
linhas de corrente alternada, que devem ser consideradas perante a escolha da transmissão
em corrente contínua (CC), por exemplo.
Especificamente com relação ao cálculo, Monticelli e Garcia (2003) ressaltam que a indutância
depende do comprimento da linha, o que inclusive explica o porquê de, em distâncias acima de
1.000 km, as linhas de transmissão em corrente contínua poderem ser melhores opções,
embora este comprimento deva ser analisado sob a ótica de uma série de fatores e
parâmetros, dependendo também de outras características mais específicas do projeto.
O fluxo concatenado, a partir da Lei de Faraday, pode ser utilizado para expressar a
indutância, tal que a seguinte relação é válida:
dφ c φc
L = di = i
(1)
Além disso, a indutância pode ser expressa diretamente a partir da tensão induzida:
di
e=L
dt
(2)
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
→ → →
→
∮ γH. d l = ∫ s j . d s
(3)
ix
H=
2πR 2
(4)
(5)
[H/m](6)
E a externa:
μ0
∞
Le = lnx| R
2π
[H/m](7)
Por outro lado, considerando-se para análise e modelagem os casos de raio reduzido para o
condutor, tem-se a seguinte relação válida para a indutância, tomando a relação de R’= Re − 1 / 4
:
μ0 d
L= ln
2π R'
[H/m](8)
Dessa forma, é possível contextualizar melhor e definir, a este ponto, a indutância para a linha
bifilar, tal como mostra a equação a seguir:
μ0 D
L= ln
π R'
[H/m](9)
Analisando-se, então, a indutância em uma linha trifásica, tem-se que as relações entre os
fluxos concatenados com as correntes nas fases, i1, i2 e i3, poderão ser estabelecidas na
forma matricial:
[ ] [ ][ ]
φc L 11 L 12 L 13 i1
1
φc = L 21 L 22 L 23 i2
2
φc L 31 L 32 L 33 i3
3
(10)
φc =
1
μ0
2π [ i 1ln
1
'
R1
+ i 1ln
1
d 12
+ i 1ln
1
d 13 ]
(11.a)
φc =
2
μ0
2π [ i 1ln
1
d 12
+ i 1ln
1
'
R2
+ i 1ln
1
d 23 ]
(11.b)
φc =
3
μ0
2π [ i 1ln
1
d 13
+ i 1ln
1
d 23
+ i 1ln
1
R3
'
]
(11.c)
Definindo-se a matriz indutância da linha e considerando o somatório das correntes nulo, tem-
se:
[ ]
d 13 d 13
[]
ln ln d 0
[]
R 1' 12
φc i1
1
μ0 d 23 d 23
φc = ln ln ' 0 i2
2
2π d 12 R2
φc i3
3 d 13 d 33
0 ln d ln '
23 R3
(12)
[ ]
d 13
[]
ln 0 0
[]
R 1'
φc i1
1
μ0 d 23
φc = 0 ln 0 i2
2
2π R 2'
φc i3
3 d 33
0 0 ln
R 3'
(13)
Para o cálculo do fluxo concatenado em um dado condutor a na fase 1, por exemplo, para um
arranjo de dois condutores por fase, tem-se:
φ ca =
[
μ0 i1
2π 2
ln
d aP
R'
+
i1
2
ln
d bP
d
+
i2
2
ln
d cP
D
+
i2
2
ln
dd
D+d
+
i3
2
ln
d eP
2D
+
i3
2
ln
d fP
2D + d ]
(14)
Tomando-se, de forma a simplificar a análise, que o ponto P está no infinito e que o somatório
das três correntes é zero, tem-se:
[
μ0 i1 1 i1 1 i2 1 i2
φ ca = 2π 2 ln R' + 2 ln d + 2 ln D + 2 ln D + d + 2 ln 2D + 2 ln 2D + d
1 i3 1 i3 1
]
(15)
μ0 i1
[ 1 i1
φ ca = φ cb = 2π 2 ln R' + 2 ln d + i 2ln D + i 3ln 2D
1 1 1
]
(16)
[
μ0 i1 1 i2 1 1 1
φ cc = φ cd = 2π 2 ln R' + 2 ln d + i 1ln D + i 3ln D
]
φ ce = φ cf =
[
μ0 i3 1 i3
ln + ln + i 2ln + i 1ln
2π 2 R' 2 d D
1
2D
1 1
]
(17)
(18)
Tomando como exemplo as linhas de transmissão CA de Itaipu, é possível traçar alguns passos
básicos para o cálculo da indutância por unidade de comprimento do circuito trifásico. Assim,
inicia-se buscando qual o tipo de condutor e seu o valor da distância geométrica própria (Ds),
que levará em conta se são usados diversos fios encordoados, por exemplo. Em seguida,
deve-se verificar o tipo de agrupamento por fase e transformar o circuito, no caso a linha, em
3
um circuito equilátero equivalente, de forma que o espaçamento equivalente é dado por √2D,
fazendo D >> d. Por último, o cálculo da indutância por fase e por unidade de comprimento é
possível (MONTICELLI; GARCIA, 2003).
→ →
∮ SD. dS = ∫ VρdV = q
(19)
→ →
Sendo D o vetor do campo elétrico na superfície, o vetor dS normal a este campo, ρ a
densidade volumétrica ou superficial de carga, dV o elemento diferencial do volume e q a carga
total internamente em S. Considerando inicialmente a distribuição de carga em um condutor,
define-se o seguinte campo elétrico, com ε 0 sendo a constante do meio e r a distância:
λ
E = 2πε r
0
(20)
λ
C= V
(21)
Sendo que λ é a densidade linear de carga e V o potencial do condutor, que é dado conforme a
seguinte equação:
→ → λ ∞
V = ∫∞
P
Ed l = ln
2πε 0 R
(22)
V p − V p1 =
2
λ
2πε 0 (ln
r 1p 2
r 1p 1
− ln
r 2p 2
r 2p 1 )
(22)
A distância entre o eixo do condutor 1 e o ponto 1, por exemplo, é dada por r1p1 e assim por
VP =
λ
2πε 0 ( ln
( D − R2 ) r2
R 2r 1 )
(23)
[][ ][ ]
λ1 C 11 C 12 C 13 V1
λ 2 = C 21 C 22 C 23 V2
λ3 C 31 C 32 C 33 V3
(24)
É importante destacar que, da mesma forma que ocorre com a indutância nos
condutores no arranjo trifásico, existem simplificações válidas para o caso de um
arranjo equilátero. Assim, considerando, por exemplo, que a soma das densidades de carga
em cada uma das fases é nula:
[ ]
d 13 d 13
[] []
ln R ln d 0
V1 1 12 λ1
1 d 23 d 23
V2 = ln ln 0 λ2
2πε 0 d 12 R2
V3 d 13 d 13
λ3
0 ln ln
d 23 R3
(25)
Atenção!Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
E, por último nesta parte, considerando então o arranjo equilátero onde D representa a
distância entre condutores:
[ ][ ]
D
[]
ln R 0 0
V1 λ1
D
V2 = 1 0 ln R 0 λ2
2πε 0
V3 D λ3
0 0 ln R
(26)
Neste exemplo, vamos entender quais são as principais influências da terra no cálculo da
capacitância. Para isso, é possível utilizar o método das imagens, que lida com as condições
de contorno dadas pelas cargas que são induzidas na superfície da terra, comparando-as de
forma que é estabelecido que elas são as mesmas de um par de condutores fictícios
atribuídos, em posição simétrica à superfície (MONTICELLI; GARCIA, 2003). Assim,
considerando que os raios dos condutores são desprezíveis, ou seja, R ‹‹ D e ignorando-se a
presença da terra (o que implica que a distância (H) a terra é muito maior que a distância entre
condutor), ou seja, H ›› D em Faradays por metro:
πε 0
C= 2HD
ln
√R1R2 ( 4H ² + D ² )
Iniciamos, então, pela análise qualitativa e uma possível análise quantitativa, para
entendimento de perdas, que será realizada no fim do Módulo 3.
Dessa forma, considere então uma linha de transmissão ideal, formada por dois condutores
metálicos retilíneos completamente isolados, suficientemente distantes do solo e/ou de
estruturas adjacentes.
Assim, sendo uma linha ideal, a resistência elétrica desses condutores será considerada nula,
o dielétrico formado é perfeito e não existirão perdas a serem computadas.
CAPACIDADE
C é definida em F/km
INDUTÂNCIA
L é definida em H/km
Fonte: EnsineMe
Figura 7 - Circuito equivalente de uma linha bifilar
No momento de em que a chave se fecha (t = 0), tem-se que a tensão V é igual a v1.
Além disso, perceba que, no primeiro trecho, a tensão V só será vista na reatância capacitiva,
após um dado período Δt e a corrente na reatância indutiva não atingirá de forma instantânea o
valor de Io (corrente de carga na linha). Já no 2° trecho do circuito equivalente, percebe-se que
a tensão V só estará na reatância capacitiva após um período de 2Δt e tem-se o momento em
que a corrente é igual à corrente de carga na linha. Adicionalmente, tem-se que, após um dado
tempo, (finito) a tensão chegará ao receptor, o que implica que decorreu de fato um tempo
entre o momento no qual aplicou-se a tensão V na fonte do sistema e com relação ao instante
no qual essa tensão pode ser “sentida” e medida no receptor (FUCHS, 1977).
Assim, a velocidade dessa propagação no sistema (v) é dada em função do comprimento (Δx)
e do tempo (Δt), tal que:
Δx
v = Δt
(27)
q = Δx. C. V
(28)
(29)
V 1
I0
= Cv
(30)
dI 0 I0
FEM = − ΔxL dt = − Δt ΔxL
(31)
(32)
Adicionalmente, sabe-se que essa FEM deverá ser neutralizada pela própria fonte de
tensão (V) utilizada para a energização da linha, para que se tenha de fato a circulação
da corrente I0 através do condutor do cabo, basicamente. Assim, tem-se que:
V = I 0Lv
[V](33)
Ou ainda:
V
Z 0 = I = Lv
0
[Ω](34)
A partir dessas relações, define-se novamente a velocidade com a qual tanto o campo elétrico
quanto o magnético se propagam na linha de transmissão, como mostra a equação seguinte,
similarmente ao que foi feito na Equação 27:
1
v=
√LC
(35)
[H/km](36)
[F/km](37)
Além disso, na prática, para linhas reais nas quais o fluxo interno dos condutores também não
é desprezível, essa velocidade será um pouco menor, sendo importante lembrar que, nesse
caso, considera-se perdas reais (FUCHS, 1977). Tais perdas elétricas na linha também
reduzem a velocidade de propagação e podem ser representadas por elementos como
resistores, capacitores e indutores, o que ficará mais claro no Módulo 3.
D
Z 0 = 60ln r
(38)
Note, por meio da análise da Equação 38, que a impedância natural não depende do
comprimento da linha e de outras características físicas como o meio no qual se encontra,
a distância entre condutores e seus raios. Perceba, então, que a impedância natural da linha
é constante e, assim, considerada uma grandeza característica da linha. Mais ainda,
percebe-se que a corrente será constante, pois a seguinte relação obtida reescrevendo-se as
equações de tensão, corrente e impedância natural é válida:
V
I0 = Z
0
(39)
Ou seja, a corrente de carga em uma dada linha já energizada, sujeita à excitação por
uma fonte de tensão constante, também não dependerá de seu comprimento. Embora
isso possa soar estranho, à primeira vista, ao analisarmos percebemos que não era possível
ser diferente, visto que ao fluir, essa corrente não terá "percepção" nem do quanto a linha é
grande (ou pequena) e/ou em que ponto se finda.
RELAÇÕES DE ENERGIA
Com relação à energia, sabe-se basicamente que a cada intervalo de tempo, necessário para
energizar um dado comprimento da linha, a fonte fornecerá a essa a mesma quantidade de
energia (dada por VI0Δt). Essa energia, numa linha ideal, logicamente não será dissipada.
[W](40)
[W](41)
FUCHS, 1977
Para esclarecer tal fato, são realizadas algumas análises e obtém-se a seguinte expressão,
que nos revela que a quantidade de energia armazenada nos campos é a mesma:
(42)
Na prática, sabe-se ainda que esse processo de armazenamento durará de forma indefinida,
caso seja considerado, idealmente, que a linha possui comprimento infinito. Contudo,
estabelecendo-se então para entender a análise real que a linha possua um dado comprimento
l, em metros e que há um dissipador de energia no sistema, representado pelo resistor R2, de
forma que seu módulo seja igual ao da impedância natural, obtém-se com relação à corrente
elétrica:
V V
I0 = Z = R
0 2
(43)
Atenção!Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
[W](44)
Agora, vamos analisar algumas outras possíveis situações distintas e, para isso, considere
inicialmente que a linha possui resistência terminal maior do que Z0. Nesse caso, tem-se
uma situação de excesso de energia junto ao terminal da linha e observa-se que há um novo
estado de equilíbrio já que, logicamente, essa energia não é simplesmente destruída. Além
disso, perceba que uma redução da corrente na linha proporciona também redução no campo
armazenado e ele não é capaz de armazenar o excedente mencionado, cedendo ainda o que
possui, o que explica por que a energia possui como destino o campo elétrico.
Em outro caso ainda mais extremo, considerando que R2 tende a infinito, tem-se dois fatos
Caso, por outro lado, a resistência terminal seja menor que a impedância característica, é
estabelecido um novo estado de equilíbrio, que somente é atingido na prática caso a
deficiência de energia no terminal seja suprida pela própria linha, por meio da energia
armazenada no processo de energização da linha pela fonte. Devido ao aumento no valor à
corrente e considerando que agora quem cede energia é o campo elétrico, percebe-se
uma redução na tensão V2 (receptor).
Assim como analisamos anteriormente, caso tenha-se o extremo no qual R2 seja nulo ou
ONDAS VIAJANTES
Para entender como isso ocorre, retornaremos aos casos anteriores das diferentes
resistências terminais atribuídas.
Começando pelo caso no qual a linha tem que R2 é maior que a impedância natural, a onda de
tensão refletida possuirá o mesmo sinal da onda de tensão incidente e a tensão que resulta é
maior do que a da incidente. A onda que chega ao receptor é a incidente, enquanto a que sai
dele é a refletida. Por outro lado, caso a resistência terminal seja inferior à impedância natural,
a onda da tensão é refletida com sinal contrário ao da incidente, o que leva à tensão diminuir e,
com relação à corrente, sabe-se que ela se reflete com o mesmo sinal, aumentando no fim das
contas. Por último caso, se a resistência em questão tiver o mesmo valor da impedância
analisada, tanto as ondas refletidas de tensão quanto de corrente serão nulas e, assim, os
valores de tensão e de corrente mantêm-se (FUCHS, 1977).
Mais ainda, considerando que ondas refletidas possuem as mesmas propriedades das ondas
incidentes, a seguinte relação é válida:
Vd Vr
√
L
Id
= I = C
= Z0
r
(45)
Além disso, em qualquer ponto no qual a resistência terminal vista seja diferente da impedância
característica, é válido que:
V Vd + Vr
I
= I + I ≠ Z0
d r
(46)
Z2 − Z0
k rv =
Z2 + Z0
(47.1)
Z0 − Z2
k ri = Z + Z
2 0
(47.2)
V r = k rvV d
(48.1)
I r = k riI d
(48.2)
ATENÇÃO
É fundamental salientar que foi analisado o comportamento das ondas da tensão e corrente
durante a primeira circulação do transmissor ao receptor, incluindo o movimento e
comportamento das ondas de tensão e correntes que foram refletidas, em função das
condições existentes no receptor.
Lembrando-se que essas últimas as que partiram do receptor como ondas refletidas e seus
sinais e valores dependem do valor relativo da impedância da fonte (FUCHS, 1977., p. 67).
Por fim, até mesmo para motivá-lo, ficou claro que esse estudo possui grande aplicação em
análises de surtos e da ocorrência de sobretensões em sistemas elétricos de potência, nos
quais para facilidade de raciocínio, é comum empregarmos uma fonte de tensão constante, por
exemplo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SUPONHA QUE A ENGENHEIRA ELETRICISTA RESPONSÁVEL PELO
PROJETO DE UM SISTEMA DE TRANSMISSÃO NECESSITA ESTIMAR
QUAL É A INDUTÂNCIA EM UM SISTEMA TRIFÁSICO, COM UM
CONDUTOR PARA CADA FASE DA LINHA DE TRANSMISSÃO. PARA ISSO,
SUGERE-SE:
A)
A)
[ ] [ ][ ]
φc L 11 L 12 L 13 i1
1
φc = L 21 L 22 L 23 i2
2
φc L 31 L 32 L 33 i3
3
A)
B)
B)
[ ] [ ][ ]
φc L 11 0 0 i1
1
φc = 0 L 22 0 i2
2
φc 0 0 L 33 i3
3
B)
C)
C)
φc =
1
μ0
2π [
i 1ln
1
R 1'
+ i ln
1 d
1
12
+ i ln
1 d
1
13 ]
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
C)
D)
D)
φ=
μ0
2π [ i 1ln
1
R 1'
+ i 1 ln
1
d 12
+ i 1 ln
1
d 13 ]
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
D)
E)
E)
1 1 1
φ = i 1ln + i ln
1 d + i ln
1 d
R 1' 12 13
E)
A)
A)
[][ ][ ]
λ1 C 11 0 0 v1
λ2 = 0 C 22 0 v2
λ3 0 0 C 33 v3
A)
B)
B)
πε 0
C=
2HD
ln
√R1R2 ( 4H ² + D ² )
B)
C)
C)
[][ ][ ]
λ1 C 11 C 12 C 13 v1
λ 2 = C 21 C 22 C 23 v2
λ3 C 31 C 32 C 33 v3
C)
D)
D)
1
C= 2HD
ln
√R1R2 ( 4H ² + D ² )
D)
E)
E)
πε 0
C= 2HD
ln
√R ² ( 4H ² + D ² )
E)
GABARITO
Neste caso, como não foi revelado qual a geometria é plausível utilizar como base a matriz
completa, que correlaciona os fluxos concatenados, as indutâncias e as correntes nos sistemas
trifásicos em todas as combinações.
Neste caso, como não foi revelado qual a geometria é plausível utilizar como base a matriz
completa, que correlaciona as densidades de carga, as capacitâncias e as tensões nos
sistemas trifásicos em todas as combinações.
MÓDULO 2
Vamos, então, iniciar nosso estudo analisando as questões acerca da resistência à corrente
alternada, ainda nesse tópico, para depois passarmos para os dois tópicos principais:
Principais pontos sobre o efeito corona.
Radiointerferência (RI).
Funcionando então em corrente alternada, sabe-se que em cada condutor vai existir, além da
queda de tensão de caráter ôhmico, uma tensão (ou força eletromotriz) induzida devido ao
fluxo magnético alternado (para mais detalhes ver as Equações 31 e 32).
CAMARGO, 2006
Com isso, percebe-se que a densidade da corrente é superior nos pontos periféricos e
este é o fenômeno caracterizado pelo efeito pelicular (ou efeito skin), que leva a efeitos
práticos negativos, como um aumento da resistência do condutor e diminuição de sua reatância
interna.
Surge, assim, a necessidade de se definir o quão é desigual essa distribuição das correntes e,
define-se, portanto, o parâmetro de profundidade de penetração, sendo:
Poderá ser necessário ainda, ao longo do projeto do sistema de transmissão, o cálculo exato
desse efeito pelicular.
SAIBA MAIS
É interessante que você saiba, a título de curiosidade, que isso envolve as funções de Bessel e
resoluções de equações diferenciais características do problema. Ademais, sabe-se que, para
determinação de fato da resistência à corrente alternada, deve-se ter em mente o material e
tipo de cabo utilizado, por exemplo.
Considerando um cabo de aço, tem-se como exemplo as seguintes curvas de relações entre a
resistência à corrente alternada e à corrente contínua, conforme apontado em ALCOA (1960),
mediante a razão com a frequência:
Fonte: Adaptado de Alcoa, 1960.
Figura 8 - Consideração da resistência à corrente elétrica
EFEITO CORONA
Além disso, sabe-se que a camada ionizada aumenta o diâmetro até um ponto no qual as
forças elétricas deixam de ser capazes de gerar mais ionização. Esse tipo de descarga
elétrica descrita, bem como os efeitos relacionados a ela, é definida como efeito corona.
Além disso, tem-se que esse fenômeno ocorre devido ao campo elétrico na superfície do
condutor ter superado a capacidade disruptiva do ar (CAMARGO, 2006).
E > E0
(50)
√( )
3 2
17,9P
E0 = 459 + T
. 30.10 3
(51)
Esses estudos foram conduzidos por Peek, na ocasião, que apresentou a seguinte relação
desse gradiente:
E CRV = 21,6 1 +
( 0,301
√r )
[kV/cm](52)
E CRV = 18,11 1 +
( 0,54187
√r )
[kV/cm](53)
Podendo ser utilizada para condutores múltiplos, com correção do diâmetro e considerações e
aproximações acerca do gradiente na superfície (FUCHS, 1977). Já o gradiente médio por
subcondutor, nesses casos mais complexos, em que req é o raio de um condutor cilíndrico
Q
E = 2π . ε . r
eq
[kV/cm](54)
Vamos relembrar, agora, o cálculo da capacitância na linha de transmissão e, com isso, obtém-
se a seguinte relação para o gradiente crítico, válida para a maior parte das análises:
E CRV = 18,1. m. δ 1 +
( 0,54187
√req . δ )
[kV/cm](55)
(56)
No cálculo da pressão, a temperatura deve ser utilizada em Kelvin e h é a altitude média local.
EXEMPLO
Exemplo prático: O fator de superfície geralmente flutua, para a maior parte dos casos, entre
0,6 e 0,8 e, além disso, ressalta-se que, na prática, um aumento na temperatura e na altitude
poderá refletir em grande parte dos casos na diminuição do gradiente crítico visual.
A seguir, você verá, com mais detalhes, o que ocorre em consequência da radiointerferência
em uma linha de transmissão.
RADIOINTERFERÊNCIA
Além disso, um dos principais fenômenos ou causa desse efeito é o próprio efeito
corona, ao produzir pulsos de corrente e de tensão nos condutores da linha, com espectro de
frequência na faixa de radiofrequência.
Outro exemplo de causa da radiofrequência é a presença de irregularidades na superfície
dos condutores e/ou partículas sólidas que se aderem aos cabos, capazes de provocar
pulsos de corrente, que leva à ocorrência de campos magnéticos. Esses campos, por sua
vez, interferem diretamente na qualidade da recepção de sinais de rádio e, dessa forma,
quando é feito o projeto de um sistema de transmissão essas questões devem ser
consideradas, além da medição constante de determinados trechos acerca de verificar se de
fato a linha funciona como projetado, com relação à radiofrequência (CAMARGO, 2006; LEÃO,
2008).
Para afetar essa relação de radiofrequência, sabe-se ainda que quaisquer alterações nos
seguintes parâmetros poderão levar a efeitos indesejados, como:
Mais ainda, deve-se ter em mente que ruídos, por exemplo, só serão vistos de fato após o
funcionamento da linha e, para quantificar o quão alto eles podem ser estabelecidos, tem-se a
seguinte equação:
Para padronização, estabelece-se o padrão ANSI ((American National Standard Institute)) ou
do CISPR ((Comité International Spécial des Perturbations Radioélectriques)) , que se
correlacionam da seguinte forma:
(58)
Além disso, considerando-se a relação entre o ruído de uma emissora (S) e o funcionamento
da linha (R), estabelece-se a seguinte relação sinal/ruído:
S
R
(dB) = S(dB) − R(dB)
(59)
Para se ter uma ideia melhor na prática dessa relação, considere a seguinte tabela acerca da
qualidade de percepção auditiva, em função de uma dada relação sinal/ruído:
Relação Classe da
Qualidade de percepção
sinal/ruído (dB) percepção
32 Inteiramente satisfatória A
A Eletrosul, por exemplo, utiliza o valor de 24 dB. Assim, devem ser salientados dois aspectos
principais quando tratamos do fenômeno de radiointerferência: o efeito corona, como já
mencionado, especialmente considerando a operação em tensão acima de 100 kV e
ocorrências como o centelhamento de cabos condutores, de isoladores e problemas
relacionados a acessórios. Esse último fator poderá frequentemente ser eliminado
dependendo do uso de algumas medidas próprias de correção. Além disso, o valor
estimado para o nível de radiointerferência será um fator fundamental e básico para a
realização do projeto de uma linha, como já ficou claro até aqui, sendo levado em consideração
fatores como a configuração das linhas, por exemplo. Lembrando-se que, por consequência,
esse nível influenciará, dadas as configurações, na largura da faixa de servidão, por
exemplo, além de vários outros parâmetros.
Por fim, para se ter uma noção técnica maior das orientações propriamente ditas, sugere-se o
conhecimento de NBR:
NBR 7875
que trata também da medição, mas mais especificamente acerca dos equipamentos e linhas de
alta tensão.
NBR 15121
de 2004, destinada aos isoladores de alta tensão, com ensaio deles acerca da
radiointerferência.
Dada então a importância dos níveis da radiointerferência, para se ter tais valores de forma
mais detalhada sugere-se considerar basicamente os seguintes aspectos:
Perfil lateral utilizado - O perfil dá uma ideia da atenuação transversal, que depende da
geometria utilizada na linha.
O uso de curvas de distribuição estatística - As curvas, por sua vez, permitirão a
implementação prática da correlação com ocorrências climáticas.
(60)
R0
d Diâmetro do condutor
Fonte: Elaboração própria, com base em dados de Camargo (2006), utilizadas pela
Eletrosul na linha de 230 kV entre Areia e Curitiba.
Lembre-se, então, que essa fórmula permite calcular o nível de rádio ruído, em decibéis, em
uma dada frequência de referência.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
GABARITO
2. O efeito corona pode ser desencadeado por uma série de fatores inclusive naturais.
Desta forma, sugere-se atenção a estes tipos de fatores ainda em projeto, por exemplo.
Sobre este efeito, é correto afirmar que:
De fato, assim como o efeito Joule o efeito corona levará, quando não previsto principalmente,
a perdas elétricas no sistema. Além disso, poderão ser ocasionados danos irreversíveis, por
exemplo.
MÓDULO 3
TEMPERATURA SUPERFICIAL
ATENÇÃO
MOREIRA, 2006, p. 47
Tais questões acerca dessas distâncias já foram amplamente discutidas no Tema 1 e, desta
forma, abordaremos alguns detalhes principais desse ponto com relação à temperatura. Sabe-
se ainda que, com a variação da temperatura do condutor, é evidente que devido às condições
impostas ao material (por conta da dilatação) têm-se também variações na altura com relação
ao solo. Para entender então possíveis relações de variação de temperatura, é fundamental
compreender que a capacidade térmica de transmissão está limitada, na prática, à
ocorrência de um dos dois fatores principais:
Para isto, na prática, estuda-se a ampacidade (de forma determinística ou estatística), faz-se o
monitoramento em tempo real e são realizadas predições de carregamento, em grande parte
dos casos.
LEMBRE-SE QUE É FUNDAMENTAL O
CONHECIMENTO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS PARA
TAIS IMPORTANTES CÁLCULOS MECÂNICOS
CITADOS, COMO EVIDENCIA A NBR 5422.
Recorre-se, então, a:
A temperatura superficial máxima em condutores usuais com alma e de alumínio (tipo CAA),
quando existem riscos térmicos já especificados, é estabelecida, em no máximo, 100°C por
segurança. Para novos condutores, por outro lado, que possuam limites de temperaturas
maiores que esses, a definição da temperatura máxima será dada pelos fabricantes geralmente
(MOREIRA, 2006).
PERDAS ELÉTRICAS DEVIDO AO EFEITO
JOULE
Para compreender as perdas elétricas devido ao efeito Joule, é possível analisar a linha de
transmissão com relação a sua capacidade. Assim, tem-se como possibilidade o cálculo da
potência característica e da potência natural ou SIL ((do inglês, Surge Impedance Loading
ou carregamento de impedância de surto).) .
POTÊNCIA CARACTERÍSTICA
No cálculo da potência característica (P0 ou Pc), devem ser consideradas a tensão nominal de
operação da linha (V) e a impedância característica (Z0), pois a potência é dada conforme a
relação a seguir:
V²
Pc = Z
0
(61)
Para o cálculo da impedância característica, como já vimos ao longo desse tema, existem
algumas considerações importantes necessárias. Além disso, ressalta-se que, para entender a
operação da linha de transmissão, é possível considerar matematicamente que ela é modelada
conforme um conjunto de equações gerais, baseando-se em teorias como o Modelo com
Parâmetros Distribuídos (ZANETA JÚNIOR, 2006).
característica por metro e que γ é a constante de propagação, neste caso, dada por um
número complexo em função da posição x ao longo da linha, a tensão nesta vale:
V= 2
1
[( √ ) ( √ ) ]
VC +
Z'
I e γx + V C −
Y' C
Z'
I
Y' C
e − γx
(62)
[( ) ( ) ]
Z' Z'
1
VC +
√ I
Y' C
VC −
√ I
Y' C
I= 2 Z'
e γx + Z'
e − γx
√ Y'
√ Y'
(63)
Para x tendendo a infinito, o segundo termo da tensão e da corrente podem ser desprezados.
Pela própria Lei de Ohm, adicionalmente, são possíveis simplificações e percebe-se que
a impedância característica se torna independente da posição avaliada na linha:
V
1
2 ( √ )
VC +
Z'
I
Y' C
e γx
Z'
I
= =
√ Y'
( ) √
Z'
VC + I
Y' C
1
2
e γx
√
Z'
Y'
(64)
Ou ainda:
√ √
Z' R' + jωL'
Z0 = Y'
= G' + jωC'
(65)
Caso a linha esteja carregada pela impedância de surto, tem-se o seguinte circuito equivalente
simples, como apresentado na Figura 8, no qual o lado esquerdo correspondente ao emissor e
o lado direito ao receptor:
√3 | VL | ² | VL | ²
SIL = √3V LI L = √3V L L
=
L
=
ZC
√ C
√ C
(66)
EXEMPLO
Há, no sistema elétrico brasileiro, tecnologias desenvolvidas para permitir o projeto de linhas de
transmissão com potência natural elevada ou, ainda, para permitir a recapacitação de linhas
que já estejam em operação. Nesse primeiro caso, visa-se essencialmente a realização de um
projeto mais econômico.
Assim, perceba que a capacidade máxima da linha de transmissão pode ser avaliada
pela potência natural e como evidenciado, esse critério vem servindo para o projeto de
novas linhas de transmissão, em busca de maior eficiência e economia no processo
além de monitoramento acerca de possíveis perdas.
Por outro lado, tem-se mais adiante por Ryan e Henline, uma maneira de se calcular essas
perdas de forma mais exata, próxima à região onde o corona ocorreu, no início:
(
P = 4fC V − V 0 )
(68)
Sob chuva, tem-se as condições estabelecidas por Gary e Cladé, como é visto na equação
adiante:
P = KP n
[W/m](70)
()
R ρ
log R log R
f c c
K = 50 nrβ ² R
log ρ
(71)
0,3
β=1+
√r
[cm](72)
Atenção!Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
{
18√r
ρ=
18√nr + 4
[cm](73)
R é dado por:
0,02412.10 − 6
R = R cantilog Cs
[cm](74)
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) O valor da tensão nominal deve ser estimado, para que analisar a oscilação desta.
B) O rompimento da isolação poderá ocorrer devido a situações como o aumento da altura dos
cabos na variação da temperatura.
C) Esta capacidade térmica se limita, na prática, por fatores como o recozimento em altas
temperaturas.
D) Devem ser considerados danos ao cabo como os causados devido ao efeito pelicular.
GABARITO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Existem aspectos fundamentais que garantem o funcionamento da linha e do sistema de
transmissão e, desta forma, do sistema elétrico também. Entre eles, é fundamental considerar
certos parâmetros diretamente relacionados aos condutores, como os estabelecimentos dos
campos elétricos e magnéticos, além de análises de efeitos aos quais as linhas estão
frequentemente sujeitas, como o efeito corona e o próprio efeito Joule, capazes de
proporcionar perdas elétricas significativas caso a linha não esteja projetada, operando e seu
funcionamento planejado de formas adequadas.
Desta forma, no primeiro módulo, foram vistas as principais estratégias para estimar duas
características importantes da linha: a indutância e a capacitância. Em seguida, viu-se acerca
dos cálculos dos campos elétrico e magnético, adicionalmente, em um processo de análise de
propagação de ondas e funcionamento do sistema, através da análise qualitativa. Já no
segundo módulo, têm-se os principais aspectos sobre o efeito corona e a radiointerferência nas
linhas de transmissão. Por último, no terceiro módulo, foram vistos parâmetros importantes
como a temperatura superficial e a relação de ampacidade e foi feita uma análise quantitativa
acerca das perdas elétricas devido ao efeito Joule e ao efeito corona.
REFERÊNCIAS
ALCOA. Rome Cable Division. Resistence and reactance of aluminium conductors. Aluminium
Company of America, 1960. Consultado em meio eletrônico em: 21 jan. 2021.
LEÃO, Ricardo Micheletto. Rádio interferência proveniente de linhas de alta tensão. Porto
Alegre: EDIPUCRS, 2008.
SARTORI, José Carlos. Linhas de Transmissão e Carta de Smith: Projeto Assistido por
Computador. 2. ed. São Carlos, SP: EESC/USP, 2004.
SCHURIG, O. R.; FRICK, C. U. Heating and current carrying capacity of bare conductor
for outdoor service. In: General Electric Review, v. 33, n. 3, p. 141–157, 1930. Consultado em
meio eletrônico em: 21 jan. 2021.
ZANETTA JR, Luiz Cera. Fundamentos de sistemas elétricos de potência. Editora Livraria
da Física, 2006.
EXPLORE+
Consulte a NBR 5422, pois ela traz as principais premissas para o projeto de linhas aéreas de
transmissão, incluindo especificações além de condutores e isoladores e estruturas
necessárias.
Para mais detalhes sobre a potência natural, leia o artigo Linhas de transmissão com potência
natural elevada, do CEPEL.
CONTEUDISTA
Sofia Maria Amorim Falco Rodrigues
CURRÍCULO LATTES