Escritores Do Destino
Escritores Do Destino
Escritores Do Destino
-Por que eu, por que justo minha casa meu deus, ok ok só tenho que colocar ela no orfanato e
vou me livrar dela.
Depara-se com a garota tentando subir seu armário, rapidamente a tira de lá e ao ver mais de
perto vê que em sua roupa está escrito Talita, só deixa de lado e a coloca no sofá, faz um tipo
de gambiarra para a prendê-la, de maneira que não consiga escapar.
No dia seguinte ele a olha e a vê dormindo , tão quietinha e seus olhos que não havia brilho
nenhum surge uma pequena faísca, que logo ela se apaga . Lembra-se de que tem que ir
trabalhar.
No seu trabalho ele perde cada vez mais esperança na humanidade, todo dia no ônibus é
sempre a mesma coisa, uma garota de 16 anos sendo assediada por um velho de 48 anos, um
funkeiro com um celular no volume máximo escutando uma música e no trabalho não
melhora, toda hora seu chefe gritando no seu ouvido por algo que ele nem fez, o seu colega
tentando conversar com ele mesmo sabendo que eles não têm nada em comum, insiste,
persiste em tentar conversar. Resiste. Resignação. Sofrência. Rotina. Capitalismo.
Na hora do almoço chega em sua casa e... cadê o bebê, desesperse, procura em tudo que é
lugar ele a acha em cima do armário dormindo:
-De novo, parece que você gostou daí, vem cá-ele diz enquanto a pega- agora...
O neném começa a chorar e ele lembra de dar comida enquanto pensa “ai e agora eu esqueci
de comprar a mamadeira e só tenho 30 minutos e não posso deixar ela sozinha, pensasse antes
de ir trabalhar Erick. Já sei vou levar ela”. Ele a pega coloca na sua cesta enquanto ele pede um
uber. 1 minuto se passa e o uber chega:
-Ok senhor.
Vão à farmácia mais próxima, onde finalmente compra a mamadeira, quando o uber estava
prestes a sair ele o para e diz:
Erick pega um pacote de bolacha trakinas e deixa a bebê dormir em seu berço improvisado e
come a bolacha no caminho. Com o tempo os vizinhos de seu bairro começaram a notar a
existência da criança.
Uns meses se passaram e cada vez mais ele ficou mais caloroso e seus olhos que eram sem luz
e mortos do nada surgiu uma luz, até que um dia sua campainha toca ele abre e era uma
mulher morena de cabelos curtos e encaracolados seus olhos eram verdes bem clarinhos:
-Senhor, eu sou a mãe da garota, eu tive uns problemas em casa e tive que abandoná-la, mas
agora eu me separei do meu ex-marido e posso cuidar dela... senhor
-Tá bom.
Erick vai buscar a criança e a olha uma última vez, enquanto uma lágrima cai de seu olho, e a
entrega para sua mãe, aquele brilho que ele havia ganhado some de seus olhos em questão de
segundos e seu coração que havia virada caloroso volta a ser frio:
-Muito obrigada senhor até, fico agradecido por cuidar dela até.
-Não a de que.
Mais uns meses acabam se passando e a vida de Erick voltou a ser como era, fria e sem
sentido.
Um dia ele estava comendo um lanche no horário de almoço quando ele ouve um barulho
vindo lá fora, ele se assusta e quando olha pela sua janela vê aquela mesma moça, que era a
mãe da Talita, muito cansada indo bater na sua porta, antes dela bater ele abre a porta e ela
acaba se assusta:
-Com?
-Arg, ok entra.
-Eu acho que ela está com sono, mas nada funciona.
-Mágica ela fica quieta, uma dica ‘em primeiro caso veja a fralda caso não for de comida e caso
não for faça ela dormir’.
-Muito obrigado mesmo viu, sempre que eu precisar irei vir aqui para quando precisar de ajuda
-Ok
Eles começaram a se ver cada vez mais e isso acabou virando uma bola de neve fazendo com
que os dois acabassem se apaixonando e ficando juntos. No final Erick acaba tendo aquele
brilho de quando cuidava da Talita de volta, voltando a ser uma pessoa de coração mole
novamente.