Sebenta Química Geral
Sebenta Química Geral
Sebenta Química Geral
QUIMICA GERAL
Teoria
VOLUME I
Captulos 1-5A
Captulo
1-
Captulo
1. ONDAS E PARTCULAS. ELECTRES
l.l
Objectivos
3
J J
1.2 Introduo
1.2.
Fenmenos Corpuscrares
9
9
11
t2
12 13
1.4.1. Natueza Corpuscular rras Partculas Mcrospicas. Electro 1.4.2 Natureza Ondratria de Partculas Microscpicas. Difraco de Electres 1.4.3 Princpio da Incerteza de Heiseerg 1.4.4. Equao de Schnidinger
l4
15
1.6. Problemas
1.6. 1.
2t
hoblemas Resoldos
2l
22
23
1.7. Apndices
24
1.7.2 L.7.1
Apendice 1A. 1: Interferncia Luminosa e Difraco Apendice 1A.2: Emisso do corpo negro
24
25 26
Energia
1.7.3 - Apendice
27 27 32
elfficas
Experincia de Ruerford
Modelo de Rutherford
1.7.4 - Apendice 14.4: Modelo de Bohr
JJ
35
1.1
Qumica
simplesmente rmra
partcula mas tambm uma onda. O segundo objectivo mostrar que desta ultina caractersticr
apresentado no Captulo
deste
1.
Relacionar entre
si as grandezas firndamentais
comprimento de onda, frequncia, velocidade de propagao, perodo, nmero de onda. (Pg. 1.6)
2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.
1.ll)
carcter corpuscular
radiao
I.LI a 1rl})
corpusculo).
e no Momento de Partcas.(Pry.1.15 a
l.16)
Identificar a Equao de Schrdinger com a Equao Geral das ondas, tida em conta a relao de
de Broglie. (P5.
I.l7)
Compreender que o modelo qntico do tomo uma consequncia das propriedades ondulatrias
do electro-
t.2
Captulo
.2 lntroduo
O objectivo da disciplna de Qumica proporcionar ao aluno a capacidade de racionalizar e
O objectivo
deste captulo
tambem uma onda quando em movimento. Desta dualidade partculaonda resultam propriedades
rinicas sem analogia macroscpica. Comecemos entiio por rwer sucintamente os conceitos de
corpsco e de onda (1.2..1 e 1.2.2, respectivamente).
;dp =-
dt
(1.1)
que, paa massts invariveis no tempo toma a forma familiar ao aluno (Eq. 1.2), onde representa a acelerao da partca.
(1.2\
isto ,
foras, .F 1.2.2
q*
Ep ageestr
submetida
1.
enmenos Ondulatrios
Os fenmenos ondulatrios descrevem, no movimentos materiais mas, deforma@s ou
Gm urn compotamento ondulatrio. Um deles o da ondao superficie de um lqdo provoeda pela qued4 normal superficie, de um objecto. A Fig.
I.l
esquunatiza
-dEP
&
r.3
Qumica
mostrar que a onda constitui uma perturbao que se propaga ao longo da superficie sem que haja
deslocao do nreio.
apenas
Fig.
provocada pela queda de uma pedro numa superficie de gua contida num tanque. A bia B fica animada de um mwimento
lido
epouo
-m
vertical, perpendicalar
velocidade com qne
v,
chamada
Fig. 1.2 -
Neste caso a deformao paralela direco de propaga@o e, por isso, se chama onda tongitudinal.
r,
com velocidade v,
representvel por ma funo de uma s vaNel, f(x-vt) ottf(x+vt), consoante se popaga da esquerda para a direita ou da direita para a esquda (ver Fig. 1.3):
u-,t1
esquemtica de uma onda progressiva nio peridica a
propagar-se
,t:' Q<)-c,t
't
&
Fig.
1.3 -
Representao
rlt tx-vtS
Fig. 1.2).
da deformao
ser
dx,t), a qual
e tempo
1.4
Captulo
I-
corinadas de modo
s mun dado ponto
qT f,x,t)=g(rtv/),
do espao,
onde
q(xl,tI),
q(xl,tt) = q(xz,tZ)
Como para uma onda a propagar-se da esquerda para a direita , x2 =
X2
tt
+v(t
- t) , teremos
sempe
-Vtz = Xr -V/r
(r.4)
ou seJa
frx, -vtr)
(1.5)
e, para uma onda a propagar-se da direita paa a esquerda teremos, por semelhana
(1.)
g(xXvt\,
t.vt. ondel
B so consantes.
(1.7)
Um tipo de onda progressi'ra mto simples o das ondas harmnicas periodicas traduzidas
matemcamente por nma firno simples (Fq. 1.7)
e
dx,fl= a.t"nB(xtvt)
Esta firno es representada na Fig. 1.4 para o instante niral,
t:0.
Fig. 1.4 -
Representao
de um
1rtx,)
A
funo do espao para o instante inicial; equivale a uma fotograJa tirada no instante t:0.
em
/:0
para a qual:
dx,0) = 4.s.n(6t,
Dssignndo por
funo
,1-
(1.8)
multiplos de
12:
31"
nlt 2
a*L=nn>B=2n
2)u
1.7
(l.e)
A expresso
toma ento,
a forma:
flx,t|=4t"n76!vt)
O inverso do comprimento de onda
.2x
(1.10)
Analisemos agora
espao (x:4
o mesmo
fixo do
por exemplo) - ver Fig. 1.5. Nestas condies a Equao 1.7 simptifica-se para
1. 11.
1.5
Qumica
d0't1=t""o{o'
Fig. 1.5 - Representao de um fenmeno ondulatrio sinusoidal em funo do tempo num ponto fixo do
(1. l 1)
<!tx,t,
pontox:O.
-^
O tempo mnimo entre doi pontoc eqvalentes da funo - ou sej4 a rao de um ciclo, Z
- chamado perodo e, tal como em 1.9, temos: (1.12)
O inverso do perodq v =I/T =v I , chamado frequncia do fenmeno e repesenta o nmero de ciclos cumpridos por unidade de tempo. Duas ourras grandezas que s podern usar
alternativamente so o vector de ond4 K =2zr
o =Zmt =
2rcvh".
A fino
frx,t) = Asen(Kxtat)
|',f
::
i, "
en$nnto
(1.13)
mfiulo,
medida
A amplitude, A,
electromagnticas,
).
A Tabela
rela@
Comprimeno
, Comp. de Onda
l["
de Radianos
Ciclo
Unidade de empo
(1s)
Perodo
2n
v=r|2n,
Frequencia
1s
v, Velocidade
V, Nmero de
onda
Ilv
lm
l.2.2.2Interferncia A interferncia
um fenmeno tipicamente ondulatorio: a interferncia de duas ondas que se
propagam na mesma reglo do epao origem a uma outra onda cujo valor em cada ponto igual
soma algebrica dos valores das ondas que interferem.
1.6
Captulo
Para percebermos melhor as implicaes deste facto vejamos o que se passa com duas ondas que se propagam com a mesma velocidade, e com o mesmo comprimento de onda. Duas situa@s
extrerns podem ocoer: as ondas esto em fase, isto , todos os nodos so coincidentes e os ventres
tm o mesmo sinal num mesmo ponto (Fig l.6a), ou estiio em oposio de fase, com todos os nodos coincidentes nras os ventres com sinais contnirios (Fig. 1.6;b). No primeiro caso
reforo do
Representao
esquemtica da interferncia de
duas ondas de igual comprimento
velocidade
fase e
total
intererncia destrativa
ffiff
com a mesma velocidade mas em sentidos
de
opostos2 di origem a uma onda estacionria - onda em que, ao longo do tem1n, os nodos e os ventres
pof:
+ot):
82,
==';,Yr,,,*
'*'
(o t)') =
(1.14)
t que o
3
se passa,
r.7
Qumica
O aspecto
separadas, isto ,
Y(a)
Y(a)
Fisicamente, a situao da Fig. 1.7 acontece quando o fenmeno ondulatrio tem de obedecer
a condi@s fronteiras corno, por exemplo, um som confinado a runa regio do espao entre duas
paredes, em que a reflexo na parede firnciona como a onda a deslocar-se em sentido oposto ao da
a da corda a oscilar
presa nas duas extremidades como acontece no vulgar jogo do "salto corda" (Fig. l.g).
corda o facto de
extremidades
as
da
a
corda
estarem
serem obrigadas
rtxas,
tem ainda uma outra consequncia impoante e esquematizada na Fig. 1.9 para o jogo do salto corda: as fines de onda que podem descever o fenmeno no
@em
comprimentos de onda dependem das condi@s fisicas imposas (neste caso, a distncia entre os
pontos fixos) e
diferem rrmas rles outras atravs de um nmero inteiro (ueste caso, as solucs
oossveis so todas caracterizads por comprimentos de onda da forma L=2Lln@m n=1, 2, 3,...). As solues so, portnto discretas e no contnuas e caacteizadas pela nica coisa que as distingue
rtmas das outras - o nmero inteiro n, chamado nnero quntco.
Fig. 1.9 - A corda da Fig. 1.8, obrigada a ter dois nodos nas
exremidades,
duas extremidades: a) Repetio da
situao da Fig. 1.8 (nodos s nas extremidades); b) um nodo entre as extremidades; c) dois nodos entre
extremidades.
1.2.2.4 Equai[o de Onda se derivarmos agora a firno 1.14 em ordem coordenada de espao, :r, obtemos:
4*!=
Se
ryx
a$)
(1. 15)
frt) =
(1.16)
= -K2vr(x)xdt) = -K2Y(x,t)
1.8
Caphrlo
1-
V(r,f)
(r.17)
Qualquer delas conhecida por equao de onda sendo a segunda a equao de onda
os
e ondulatrios,
a radiao electromagntica. Um
Fig.I.10-Aradiao
electromagntica: propagao ', de um cempo elctrico, e de
um campo magntico,
propagao
nm ftequncia
v e um comprimento de onda
X".
Como vimos, o
perodo o intenralo de tempo necessio para que o campo elctrico (e magntico) realize uma
vibrao completa e a frequncia,s o nmero de vibraes completas na unidade de tempo, ou seja:
=llT
(1.18)
da
=c
(1.1e)
sendo c a velocidade de propagao da radiao (luz). A velocidade da luz no vcuo tem o valor de c
rv3x108ms-r mas, num meio tansparetrte menor do que no vcuo, e a reduo da velocidade
A densidade de intensidade
f.f.
Notar que est igualdadg que pode ser deuida da Tabela 1.1, no mais do que a rela$o, mto
Qumica
dada pelo ndice de refraco desse meio (igual razo das velocidades da luz no vazio e no meio em
causa).
normais). Pode, por isso considerar-se a velocidade da luz no ar aproximadamente igual do vcuo
excepto para trabalhos de alta preciso.
tal que:
(1.20)
E=hv
onde /r a conante de Planck.
A Figura
1.ll
Fig. 1.11 -
Espectro
da
..8*
Rad ao El e ctromagn ti c a
lm
,(n
({L
C.'ry'@e6da(m)
?U)
_
EU'
Dado que toda a radiao electromagntica se desloca no vcuo com a mesna velocidade (a velocidade da
de
onda, e vice-versa:
familiar
"-a
peqlFna do epectro electromagnco. Contudo, a radiao electromagntica tem mtas pncas em todas as gamas de frequncia. Em particrar, os raios
utiliza@
e
so usados em tcricas de
di&a@o mto eis pra o estudo de esrunras de moleculas permitindo medir ngulos de ligao
dis'tncias ente os nricleos dos tomos constituintes da molecula (comprimentos de ligao) bem como
crisralografia de raios-X esta tecnica desempenha um papel importante paa o conhecimento das estru$ras dos cristais.
intafertcrc luminosa
e da
rrco. No Apndice
nafireza
lA.f
ondulatria.
No entanto, no
onhecido efeito
fotoeaico,
j o comportamento da radiao
1.10
Captulo I
Verifica-se que:
-A
ro da
intensidade do feixe.
- O nmero de electres ejecrdos proporcional intensidad da excitao. - A emisso imediata aps a incidncia da radiao mesmo para baixas intensidades
luminosas.
W' qw tem
""
Classicamente,
=:^'
= E,
-W
radiao incidente depende da sua intensidade
a energia da
ea
energia
deveria ser sowida aontinuamente pela placa melica Essa energia seria tambm repartida pelos
diferentes tomos e so ao fim de algum tempo (dias, anos) algun electro teria energia suficiente para
escapr e iniciar-se-ia uma corrente estacioruria.
O fato de a corrente ser imediata entra em conflito com esta viso clissica.
Einstin admitiu entio que a energia do feixe luminoso incidente esti concentrada em qunta
@acotes) de energia ftv e que cada quantum absorvido por um dado electro. O fotoelectro ejecudo
1rcssui,
Ec=hv-W
g:fico
da Figura f .13.
(t.23)
Abaixo de una frequncia crtica v6 ro M fotoemisso porque a energia lrv insrciente para'Vencer" o potencial de extraoo /. Temos enio:
fuo=Il
(1.24)
tA esta Energia
1.1I
Qunica
Por outro lado, a intensidade luminosa se uma medida do nmero de quanta transportado
pela radiao, pelo que quanto maior elia for maior se o nmero de fotes emitidos.
r? st o{,
=
a ' o
ut
F E o
o o
da
interpretao do efeito
fotoelffico
sugere que a
hv.
Tambm noutros fenmenoq como a emisso do corpo negro (ver detalhes no Apndice lA.2) a
descrio corpuscular da radiao electromagntica a nica compavel com os resultndos obtidos.
Parece, assim, que os dois aspectos, corpuscular e ondulatrio estiio intimamente associados e que a descrio mais correcta da radiao dualsca.
Se a radiao
- entilo deve ser possvel relacionar maternacamente as duas grandezas associadas a nm e a outo respectivamente, o comprimento de ond4 1", e o momentop. Recorrendo relao entre energia e freqncia e entre energia e nuss4 reqpectivamente:
E=hv e
hv =mez
E=mc2
(1.25)
(1.26)
(r.27')
.4..
woludo do corhecimento do tomo, r'm4 rlas histrias mais fascinantes da cincia e que, ao que hrdo indica ainda no chegou ao fim. IIi uma extensa
bibografia sobre essa histria e no Apndice 1A.3 podn o leitor encortar um breve relato de parte
dessa
descobera
do electro e
sua
t.t2
Captulo
caaC;erlzao
para tod a realidade fisica. Especificamente, props que s entidades at a identificas como
partcas estaria associado um comprimento de onda que, matematicamente, seria traduzido por uma
relao semelhante encontrada para a radiao electrornagntia @q.1.27), ns rvt qual
onde v a velocidade da partcula, em vez de
nx,
mc.
^h
(1.28)
.h )-
h p ttv
h ,,!2m8"
(r.2e)
Se a hptese de de
j vimos no princpio do
comportamento ondatrio so a di&aco e a interferncia. Bastaria entilo widenciar esse tipo de comportamento por pate de urn feixe de electres paa que se confinnasse a hiptese.
Dasson e Germer, por urn lado, e G. P. Thomsons por outro, usando tcnicas diferentes,
(radiao
1.13
Qumica
o rnomento ds
M.&"> hh
onde
4n2
d patca na dircco do eixo dos >or e
(1.30)
r a incerteza na posio
&x a ncr;rleza na
(1.31)
^f,
4x ^E.N>L
(1.32)
A obteno dests desigualdades @e ser feita por mtas vias mas qualquer delas fica fora
do mbito desta cadeira Aprcsentamos, no ntanto, um agumento (apenas nos seus aspectos qualitativos) que decorre directamente do comportamento dualstico da matria e que justifica o
princpio da incerteza com o enunciado 1.30.
Se uma patca exibe aompotamento ondulatrio dsvemos associar-lhe uma funo de onda. Suponhamos que lhe associamos a firno de onda (f .f0):
V(x,t\
anoT@xnt\
constante
(2n)
t.t4
Captuto
Ento, o comprimento de onda caracterstico da partcula seria l" e, poranto, pela relao de
p,serjt
Ora uma onda capaz de representar nma partcul deve estar confinada a runa regio finita
do espao (onde a partcula se encontra). Para isso, necessrio somar vfuias funes com a forma da
(1.10) mes cujos comprimentos de onda sejam ligeiramente diferentes. Assrm, se num dado ponto do
espao as ondas esto em fase (e por isso vo interferk constnivamente), nos estantes pontos do espao Gm necessariamente de estar desfasadas e, por isso, interferir destrutivamente (pelo menos
parcialmente). O resultado da soma de um nmero finito e pequeno de firnes nesas condies esti
(funes
fosse diferente
&
na) teramos de somar um nmero infinito de ondas todas diferentes em termos de comprimento de
onda; a iacertsza no comprimento de onda e portanto, no momento da partcula, seria entiio infinita. Isto , em qualquer dos casos, o produto das duas quantidades
delas zero a outra necessarianente infinita.
M e Lpxnunca
qrle temos de
0 e LP x
=0
Felizmente, embora o produto das ras incertezas nunca seja zeo, dada a lrequenez da
constante de Planclq ele mto pequeno pelo que, paa o mundo macrospico, este princpio no tem consequncias.
l. 15
Qumica
tratamento matemco
ondulatrio.
mesmo que se
a um fenmeno
Deveremos, por isso, poder descrever a partcula atravs de uma funo de onda V(x), V(ay) oa y(x,y,z), consoante a dimensionalidade do problema em qusA e essa funo deve obedecer a urut
equao do po da Eq. 1.17 que voltamos a escever para o caso unidimensional:
d2v(')
-1 dx"
=-K2ry(x)
seu carcter corpuscular, ou
seja o seu momento. Mas o momento de uma partcula depende do conjunto de foras a que es
AuaodedeBroglie)
Por outro lado, sabemos que a energa totsl, E, de um sistema a soma da energia potencial,
(1.33) (1.34)
+ rw'=2(E-Er)
Podemos, ento, escrever:
K2 =
= 9#r(E
Se
T= Tr,
4r,
.,v,
=
(1.3s)
sstituirrnos
o valor de
em(l.17) obtemos:
(1.36)
dtttr(*) _ - 8r2m ,
g rearranjando,
obtm-se fi nnlmente:
F=-f(E-E,)v(x)
(t.37\
e a ferramenta
comportnento dualstico: contm nela toda a informao pica de um sistema mecnico (massa
energia potencial) e para alm disso aplicvel a nm comportamnto ondratrio.
t.t6
Captulo
1-
Como em qualquer equao, resolv-la significa encontrar as incgnitas que nela figuram.
Neste caso as incgnitas so ry(r/ e,E: uma firno e um valor numrico fatalmente indisscciveis; eles
so toda a informao que podemos ter
j (ver legenda
a El;
i/&v
sendo
Na
Born sugeriu, entilo, que a funo de onda associada a um feixe de partcas quaisquer teria
o mesmo significado. lsto e, y(x), directamente, no teria significado fisico; mas o seu quadrado seria proporcional densidade de partcras no ponto
x10.
Mas o que acontece se V6) repesentar apenas uma patcula? A expresso "densidade de partculas" deixa de fazer sentido e ten de ser sstituda pela de denddade de probabilidade de encontr a
partcula no ponto r.1l Por outro lado, como se trata de uma densidade, para obter a probabilidade total de encontrar
a partcula numa dada regio do espao Lr, te de se mrtiplicar pela extenso do espao, se a
densidade de probilidade for constante nessa regio do espao
essa:
12.
t{bitulme[te a situao no
ry(r/ ot ty(x,y) ott ry(x,y,z)) variam de ponto para ponto, pelo que o valor do "quadrado' da
funo de onda num dado ponto tem de ser multiplicado po uma extenso infinitesimal do espao
centrada no ponto em que a firno definida:
V()c)yt*(x)tu V(x,y),V*(x,y)tudy
V( x, y,
z
(1.38)
)V * ( x, y, z )&dydz
ro Como y(x)
no precisa de ter sienificado fisico directo, pode ser urna quantidade irr,agiuria; por
isso, s ry(r) no for real no sen o seu quadrado que sen proporcional densidade de probilidade
de encontrar partculas no ponto.r mas sim
It
V6) V*6)
&
V6).
Obnriamente, que paa problemas a duas dimenses teramos para funo de ond, soluo da Eq.
se
volume se o corpo for homogneo (densidade constnte em todo o espao em que existe).
L.t7
Qumica
finita
(1.3e)
)dxdYdz
espao
( x, Y,z
Daq pode ainda inferir-se que se os integrais (1.39) forem estendidos a todo o
tem de ser unitrio:
representaro a probabilidade de encontrar a partcula no universo (algures) e, por isso, o seu valor
ffv(x)v*
(x)tu =r
Y
l:t,', Jl;Jl; v
multiplicativa de ry.
)v
* ( x,
Y )d'dY
=r
z)
(1.40)
( x' Y' z )w
* ( x' Y'
dxdYdz =
Infmita
(electro,
Fig. I.16 - Fosso de Potencial de Paredes infinitas onde E, - @ para x4ou xe Er=0para
0<x1a.
Hi um certo nmero de imposies fisicas do mesmo tipo da do exemplo do jogo do salto corda a que tm de obedecer as solues da Eq. 1.37. Dada a analogia entre s duas situaes
tentemos, sem resolver a equao, verificar se as ondas representadas na Fig. 1.9 podem ser soluo
do problema:
V(r) = A*n(Kx\
(1.41)
t'
Se o aluno no tem ainda a noo de integral, pode encar-lo como um somatrio de quantidades
infinitesimais.
l.18
Captulo
1-
t:a
s vlida quando:
Asen(Ka)=Q 43 Ka=nn
onde n um inteiro. A firno 1.41 torna-se, ento:
K=nr
a
(r.42\
V(x)= AsenllL*1 a
Admitindo esta soluo podemos detenninar
vezs afuno ty(x) em ordem a x e comparando o resultado com a Eq. 1'37:
(1.43)
os valores possveis da energia derivando duas
(L.M)
(1.4s)
- h2 / 8n2 * )
v:l/a:
Asen(
,n *)
a
(1.46)
Ep
(1.47)
O ndice
de energia possveis
paa o sistema s dependem de n. Dame$na maneir4 as diferentes fimes de onda s diferem umas
das outras atravs do nmero n, nmeto quntico
(Vn(x), En),
que so soluioes da
Equao de Schrdinger paa um problema concreto: o de uma partcula de massa rz nuln fosso de potencial de Paredes infinifas. Contudo, as funes de onda so so conhecidas a menos de uma constante mulpcativa,,4;
para a calcular, como vimos na seo anterior, temos de recorer condio de normalizao
1a:
!il*,r*t1'
=l'elz
[i,"n2T* ='
15
(1.48)
1o
Neste caso o integral no tem de se estender de -co a +o uma vez que a funo s es definida entre
0 e a. por outro lado como a funo real, a densidade de probilidade dda pelo seu quadrado
urnavez que a funo e o seu conjugado coincidem-
tt O aluno
que
1.19
Qumica
Vf
i=l + l.al=
z
a
(1.4e)
(1.50)
ryr(x)
Er)
bem como a
A funo de onda tem um nmero de nodos dado por (n - r), no contando com as
paredes.
trs primeiras
das
energias
r:.-tA-l"*'V\A^l
"'''fr;,{.o*'h.,/\l
funo densidade
"estados" anteriores.
de
e'o'i^.lr*,.Lr\
0 r---- @ d .r'----j>
(e)
a
nico nmero quntico. Os espectros de absoro de luz visvel dos polienos (um dos trabalhos
laboratoriais) so uma boa ilustrao da validade deste tratamento
resoluo deste problema relativamente simples re-nos enio perspwtivas pa12 a 'tma descrio consistente do electro (ou
ncleo urm tmpo mto curto) nem a aitraiedade do modelo de Bohr ou de Bohr-Sommerfeld (posulados impostos ad-hoc). Compreendemos agora as razes das fragilidades destes modelos onde o electro era tratado exclusivamente com base na mecnica corpuscular. A *sada' bvia para esta
situao se enIo o tratamento do
e usando,
. Ela e a
lu Trata-se de qma atitude perfeitamente abitria mas sem conseqyencias fisicas, 'm vez que a
soluo negativa teria exactamente o mesrno significado fisico.
r.20
Captulo
1-
Equao de Schr(dinger que, apes da sua designao rebartativa, esperamos ter acabado de
desmistificar.
.6. Problemas
.6.. Problemas Resolvidos
I -
s-l e um electro
p-a
alros, calcule
estabelece
podemos conhecer a posio e a incerteza com que podemos conhecer o momento de uma partcula,
Lx'Lo-u
4tr=h 2
Como as incertezas no momento so iguais, as incertezas na posio tambm o sero; temos, assim, para a partcula de 2x10-3 kg e para o electro:
6.625x10-34Js
2xto-5
Kg
2x3,l4l59xro-5 Kg.m.s -1
=5,272x1O-30 m
Com esta inceteza na posio poderamos dizer que conhecamos a posi@o exacta de ambas
o momento
x
10-3 kg
significaria coisas mto diferentes para cada uma das partculas: para a partcula de 2
teramos:
Lv = M-
m-
to-5
2xl}'rkg
Lv =
Logo, para a partcula de 2x10-3 kg o princpio daincertezacom as condies do enunciado no tem consequncias prticas
face dos valores absolutos envoldos - enquanto que no caso do electro para tennos una incerteza
desprevel na posio vemos de lhe impor uma incerteza na velocidade mto zuperior velocidade
que o enunciado lhe nha imposto!
2 -Um neutro trmico tem rm energia cintica de3l2kT onde T a temperatura ambiente absoluta
e
k a constante
de Boltzman.
L.2t
Qumica
a) Considerando o neutro liwe de qualquer interaco, a sua energia total ser dada pela ma energia
cinca; sen, por isso: Eneutro
=10,
1,5
l,3gtx to-231
.K-l
x29gK =
6,rl xto-2t J -
6,17 xlo-211,602 x
l0-1e
ev = 3g5xt0-2 eV
6,625x10-34
m=1,454
se desloca a
uma velocidade de 3600 km h-1. Se esta velocidade for determinada com runa preciso de qual ovalor de x?
l0 cm
s-1,
b) Inopormno runa vez que no existe nenhuma rede de diftaco capaz de pr em evidncia o
comportamento ondulatrio deste corpo (a rede teria de ser constituda por,p_artarlas com dimenses
da ordem de grandeza do comprimento de onda que lhe estr associado, mto menores do que os
ncleos de qualquer dos elementos existentes na natueza).
2 -lJmelectro
b)
En
=6,oi'xto-18-r =37,6ev
Tono =
xll-16 J = 6,2AkeV
c) myoo =
F. "J4e
= l,1o x to-32 kg
r.22
Captulo
1-
1.6.3. Constantes
6-62618x10
-?L
-'
Js
22,997925x108
*.-1
t,eoztsxto-l9 C s,tolslxto-31 kg
t,6l+82xt027 kg
(m )
t5l+82xta27 kg
52,917 pm
ita
de Bohr
6,o22o5xlo23
-oil
(F:N4xe )
9,648x104 C mol-l
t,ggtxro-23 JK-1
8,31441JK
-r -l -mol ^
8,20575x10-2 o*3ut o
rl*of
1'
r.23
Qumica
1.7. Apndices
Consideremos
1A.l.l:
Fig. lA.1.I -
Representao
esquematica da impossibilidade
de isolar um raio de umfeixe de radiao: o diafragma D vai diminuindo de a) at c); quando atinge dimenses lineares da mesma ordem de grandeza do comprimento de onda da
@e
ser
simples. Se
da radiao usad4 ento ocorre um xespalhamento" luninoso e este fenmeno constiari uma
evidncia da DIFRACO da hu..
intensictade
Representao
Fenmeno da
)
A
as dimenses
das fendas e a distncia entre els da ordem de grandezado comprimento de onda da radiao usada)
aparecimento de um perfil de
Representao
da difraco e
da
1.24
Captulo
1-
Cada fenda pode ser olhada como rrn nova fonte luminosa quando a dimenso do orificio e
a distncia d forem da ordem de grandeza de . Delas partem duas ondas semicircaesr7. Sendo o
comprimento de onda 1,, pode desenhar-se uma serie de semicrulos de raios ?', 2?", 3?v, etc.,
representando os nrximos de amplitude luminosa ds novas ondas-
Se
eda
separao ene fendas, os dois raios difractados devem esta em fase para terem uma
d sena x n\"
em que n
(14.1.r)
inteiro.
como absorvedores ou emissores de radiao so muito diversas. Uma janela de vidro normal no absorve muita radiao visvel (Vis.) mas absorve a maior parte da radiao ultra-oleta (U.V.). Uma folha fiaa de metal absorve a maior pate da radiao Vis. e U.V. mas razoavefunente transparente
aos raios-X.
Concepfiralmente, podemos considerar urn corpo que absorva totalnente a radiao e esse
ser um corpo negro ideal.
um,a
A melhor aproximao laboratorial paa um corpo negrc ideal ser, no uma zubstnciL mas cavidade construda com paredes de materiat isolante nurna das quais se re um orificio. Se a
cadade for aquecida, a radiao que sai do orificio um bom exemplo de radiao em equilbrio com
a cavidade aquecida.
A Fig.
1A.2.1 apresnta
a distribo
espec'tral da radiao de
temperatus diferentes. A temperafirras mais nftas a posio do numo deslocada para menores
comprimentos de onda (maiores frequncias) e apaece uma maior fraco de radiao emitida na
regio de menores comprimentos de onda.
A
constie:
correspondente
emisso nrxima,
h*o*.
volume obedece a:
= Const.
(14.2.1)
e ainda que a energia total somada paa todos os comprimentos de onda de emisso e por unidade de
(r/..2.2)
lt De facto
t.25
Qumica
em qrrc a vmzconstante que depende da sstncia de que feito o copo negro.
G. EJ r tt t! E
Fig. 14.2.1 -
?t
ll,
corpo negro a
temperaturas diferente
s.
quatro
o t6 p
6 ol
o.5
l-o
1.5
(k a Constante
de
Boltznan
e Z a temperatura soluta) para cada modo de oscilao numa cavidads. O nmero de modos de
oscilao entre
drr
e eno:
=ry!
v#L
1"
(1l^.2.3)
rr xd). =
(r4.2.4)
(1A.2.5)
tende para O se infinita, o que implicaria
ua
rrm valor
zliT
),0
infinito
surdo.
Energia
Nmero
0
flg
I
fl1
2e
12
3s
fI3
fti =ft."*-*)
o nmero total de potadoes N ser:
(tl-2.6)
* =En, =
i
no
+ no eW{-
rlr)
+ n o e*p
ff1
+... = (I4.2.7)
=fr'
e a energia mdia sen:
1.26
Captuto
(14'2.8)
(r-;5 t E=
e usando
fl"
.. (comr=exn(-*))
s-1-1
(1A.2.9)
(14.2.10)
equao em que e uma constante e, portanto, conduz a uma aproximao semelhante de RayleighJeans se:
s = lry--71c
VenL enio:
)"
u=ry.-+t" A )-1
exo ' '.LkT'
que conduz a valores compaveis com a distribo observada experimentalmente.
(14.2.11)
dU "='
'-l=4,%5k
hv
e o hiato de energia qtre separa os vrios grupos de osciladores. Classicamente, este hiato
seriazeroparadarorigemarunadistriboconnua.Ovalorctssicodeeo0atingidopara
grandes comprimentos de onda.
A energia trocada em
foi
apresentada
Os
resultados obtidos por este cientistia podem sintetizar-se nas seguintes leis:
r.27
Qumica
estiio
Faradayl8.
Embora Faraday no pudesse tia todas as concluses devidas ao seu trabalho, sentiaj que
das
experincias de Faraday foram reconhecidas em 1874 por Stoney que primeiro sugeriu o nome de
lA.3.l:
Fig. tA.3.l
Crookes.
Tubo
de
Essencialmente, ele consiste de uma ampola de vidro comprida @m um electrodo circulr selado em cada extremidade. O tubo lateral permite, com o auxlio de um sistema de bombas de vcuo, assegunr o enchimento e o controle da presso de um dado gris no interior da ampola.
Quando se aplica rrme tenso elevad entre os electrodos, ocore nma serie de fenmenos
intressants cujos efeitos vis,uais variam medida que se reduz a presso do gs. Para valores de presso cerca de 100 vezes inferior presso amosfrica normal, o gs apresenta nmn colorao caracterstica do gs presente na e>rperincia
t*
le
Se-se hoje que esta quantidade correonde carga do nmero de Avogadro de electres.
Bse tipo de estudos esteve por isso dependente do avano tecnolgico noutros domnios,
1.28
Capulo
I-
Reduzindo sucessivamente a presso observa-se que esta colorao vai rariando chegando mesmo a
desaparecer quando se atingem valores tiio baixos como 0,1 Pa4. Este facto
por J. J. Thomson que verificou ainda o aparecimento de uma fluorescncia acentuada na pate da
ampola por detrs do nodo (polo positivo). Uma experincia bem conhecida pam mostra a formao
desta fluorescncia a que pode ser realizada num dispovo como o que est esquematizado na Fig.
rp..3.2.
eryerimental
mostra
raios canais.
para
de
a existncia
Para expcar as variaes obsewadas no ftbo de descarga torna-se necesrio admiti que as
"patculas" neutras do
grs se dissociam
Nestas condies, e sob a influncia do campo elctrico criado entre os elec'trodoq as cargas posivas
movem-se no sentido do crtodo (polo negativo), enqunto que as negativas so conduzidas paa o nodo o que torna o gis condutor.
s,ua velocidade
aurrentando. Pode pom, acontecer qu, ao longo da sua trajectria, elas colidam com outas "patculas" do gs, o que ali's, deve ser tanto mais provvel quanto maior for a presso no interior da
ampola.
O aparecimento da oolorao do
grs
@e
@em levar
emisso de
luz orja cor firno do gs existente no tubo. Quando a presso na ampola for reduzida at valores mto baixos (0,1Pa), o nmero de
"pa.rtculas gsosas" pode entilo ser suficientemente pequeno para que as colises se tornem mto pouco provveis. Os ies positivos ao atingirem o crtodo tero neste caso runa energia mto mais
elevada pois no foram sujeitos, durante a sua tajectri4 a pooessos de perda de energia. E por isso
de admitir que, em consequncia deste bombardeamento do ctodo, este poss:l emitir partculas justificar, deste nodo, o aparecimento
da fluoresoncia do
Foi de resto este tipo de raciocnio que lwou descoberta dos chamados raios catdicos.
Estes so pois formados por partorlas emitidas pelo ctodo que movendo-se, ao longo do hrbo, com trajectrias rectilneag iriam chocar oom o vidro provocando-lhe a luminescncia observada. No caso do dispositivo da Fig. 1A.3.2 o aparecimento da "sombra' com a forma do nodo expca+e pelo ftcto
t0
103 Pa.
1.29
Qumica
dos raios catdicos, ao incidirem no nodo, serem sorvidos por ele e no incidirem por isso no vidro.
foi
observado
o efeito da aplicao de
campos elctricos e
magnticos sobre os raios catdicos (na Fig. 14.3.3 est esquematizado um dispositivo experimental
para o estudo da inluncia de um campo elctrico).
experimental raios
q/*".
determinado
para
observao de desvios de
catdicos e da razo
Foi assim possvel consata qre os raios catdicos eram desviados paa o lado do polo
positivo. Este resultado e os tidos nas experincias nterioes permitiu a J. J. Thomson22 concluir
gre os raios catdicos so constitudos po ciugas elctricas negativas, isto , por elzres. Por ouo
lado o estudo do dewio provocado po campos magnricos lwou Thomson a consttar que os electres
finham mssaa e a enfileirareq por isso, na categoria das partculas. Conigndo os desvios pela
aplicao simultnea de campos electricos e magnticos, este investigador conseguiu ainda determinar
a rela@o entre a catgo q e a mass rn dos electes, verificando que esta relao era sempre a me$na
grs
$r
Em 1911, R.
procedeu
quihcia
da gota de te&,
demonstrou de forma definiva a naturza descontnua da electricidade. No seu trabalho, este cientista
As gotas de leo introduzidas pelo orificio zuperior caem, por ao da gravidade, com um
movimento uniformemente acelerado mes, sendo electrizadas pela radiao travioleta so atradas
2t
rwber
a E{a
1.30
Captulo
1-
para a placa com carga positiva E possvel encona um carpo elctrico tal que faa parar as gotas
de leo e elas aparecem como pontos brilhntes. Nesse momento possvel calcular, sendo conhecida a sua mass4 a
obter o equilibrio.
Mllikan verificou
que todos os
valores obtidos eram multiplos de um valor unirio igual a 1r6x10-1e C que deveia por isso, ser a carga do elccto.
eurverizsdf8
s, i';ii:"
Millikan:
esquemtica.
Raios
oileren-a oe
to'l"'
Sendo conhecida a reliao cargalmassa paa o electro pde clcula-se esa ultima tendo
sido verificado que ela era l/1835 da nussa do tomo de hidrogenio.
Uma vez demonstrado que o elecro um constituinte fundamental da matria e dada a sua reduzidssima nNs4 imediatamente se pode concluir que a maior parte da massa dwe oorresponder a
outra ou outras partculas com cga de sinl contrrio de forma a explicar a neutralidade electricaDe resto j em 1886 Eugen Goldstein finhe astads que por tns do ctodo das ampolas de descarga tambm se observa uma crta luminescncia e que ela aumentava consideravelmente quando utilizavam ctodos perfurados. Tratana-se de raios positivos, tambm chamados raios canais.
se
variava de
grs
que as utss:s desas partcas eram praticamente iguais as mass:ts dos tomos que lhes da\ram
origem e que potanto a concluso a tirar que eles no so mris fl6 que os prprios tomos
desprovidos de um ou mais electres. Neste ponto das investigaes surgiu enlo em 1909 o modelo atmico de Thomson.
ti
he como
e unidades
baseado ns suas e>rperincias com electres, J. J. Thomson zugeriu que os tomos fossem esferas oom
dimetros da ordem de
l0{
cm. A massa e a
cxtga,
distribudas homogeneanente (ver Fig. 143.5). Embora exftmamere simples, este modelo poszua um
rto
permitem explicar, embora de modo qualitativo, alguns restados experimenais. Assin, por
l.3l
Qumica
exemplo, a perda do electro conduzia fonnao de ies positivos. relavamente fc, dad
por "Bolo
de de
f+tt -+-+-+
o
Experincia de Rutherford
As experincias realizadas por Rutherford, Geiger e Maesden (1906-1013) vieram mostra que
no poszuia
homogeneidade que
Uma crpsula de chumbo (P) contendo uma sstiincia radioactiva funcionava como fonte de
um feixe paralelo de partculas cl. Este feixe incidia perpendiculannente numa folha metlica mto
fina (M) e era detectado num detector (D). Dada a energia elwada das patculas us:das na
experincia e a pequena espessura da folha metlic4 seria de prever que a maior pae das partculas
conseguisse atavessar
Thomson" os tomos do metal sriam homogneos e assim seria de preve que embora as partculas c, sofressem desvios aonsoante o nmero de cargas positivas e de electres que encontassem, esses
desvios deveriam se pequenos. Qualitavamente seia d prwer que o feixe de partcas cq depois de atravessar a placa metiilica" fosse limitado pelas linhas a tracejado indicadas na figura 1A.3.6.
desnios apreciveis. Inclusivamente, algumas eram desviadas de ngulos superiores voltavam para trs, tal como indicado na Fig. 14.3.6.
9Oo,
isto
dos
tomoq de zonas com elerrada densidede de carga positiv4 a que cbamou o ncleo. Nesse ncleo
estava concentrada a quase totalidade da massa do tomo. Em torno do ncleo mover-se-iam electreq em nmero tal que no seu conjunto o tomo fosse elwtricamente neutro
t.32
Captuto
1-
Modelo de Rutherford Para garantir que os electres no cassem no ncleo, Rulrerford admiu ainda que eles
estavam animados de movimentos circulares uniformes em torno do ncleo. Isto significava que a fora electrostrtica com que o electro era atrado pam o ncleo era do tipo de uma fora centrpeta. Assim, num tomo hidrogenide, isto , hidrognio, ies
Li#, He* etc, acargrdo ncleo, Ze, oraio da v, a sua massL me, e a
siJa @tga" e,
r,
a velocidade do electro,
r:r
lh'l=
(14.3.1)
das partculas cr. Uma anitise detalhada destas e4erincias permitiu inclusivamente deterninar a
do
Contudo, uma anlise mais plsfunda do modelo atmico de Rutherford t*s16 rrm certo
c:ro de um tomo hidrogenide que, de acordo com o modelo de Rutherford seria formado por nm ncleo central, de carga Ze (Z=l paa o
nmero de dificuldades. Consideremos, para simplificar, o
hidrognio, Z=2 para o ho monoionizado, Z=3 nta o ltio duplamente ionizado, etc.) e por um
nico electro exterior (Fig. 1A.3.7).
dadzpfa
-leZe
4neo r
(r4.3.2)
por se tatff da energia potencial ds lrma rga -e (o electro) no cnmln elctrico criado po nma
catga +Ze (ncleo) distncia
2a Dada a grande diferena de massas ene o ncleo e o electro - o ncleo mais lwe de todos,
constitudo por nm s proio, tem uma mssa cerca de 1800 vezes zuperior do electro - vamos neste
texo
torno dele.
1.33
Qumica
Lc =-|fl"Y'
l"
(14.3.3)
pe
esever-
lleZe
L^r
2 +7ro
(14.3.4)
I1 =
Zez
(14.3.s)
ov 2n
1A.3. 1 pode escrever-se:
2nr
(14.3.6)
sendovavelocidadelinear,roraiodaraSwl,naeoavelocidadeangular.Seatenderrnosrelao
v'
e
(14.3.7)
portanto:
V=
(14.3.8)
electro
vai emitir
radiao
electromagnca com uma frequncia que precisamente igual do seu movimento e portanto dada
Mas se o electro radia energia" a sua energia total deve diminr. De acordo com a
expresso 14.3.5, e uma vez que
deve
diminuir. V-se assim que como consequncia da emisso de radiao electromagntica o electro
descreve uma
rtita em espiral, acando por cair no ncleo. E possvel demonshar que urn electo
que estivesse num dado instante distncia de 103 cm do ncleo cairia nesse ncleo ao fim de um
o modelo
tmico de Rutherford
Mas no esta a nica dificrdade levantada pelo modelo de Rutherford: se ao perder energia
do
movimento aumentar continuamente, de acordo com a expresso 14.3.8. Como por outro lado a
frequncia do movimento deveria ser igual frequncia da radiao electrornagntica emitida seria de prever que o espectro da radiao emitida por ilm tomo hidrogenide fosse nm espectro contnuo, isto
, com radiao electromagntie com todos os valores de equncia entre um valor mnimo e um
r.34
Captulo
1-
valor rniximo. Acontece porm, que esta concluso terica no esti de acordo com mtos resultados
experimentais nomeadamente com os espectros atmicos como veremos no A@ndice 1A.4
1.7.4 - Apndice
partculas microscpicas) vai ter consequncias dranuticas na descrio do tomo: modelos como o de
Ruerford, completamente
conceitos ligados a esse modelo de tomo, impede o crlculo de valores nomeadamente das ordens de
grandeza em jogo: dimenses atmicas, energias cinticas dos electres, etc.
Por isso nos parece til apresentar aq um modelo semiclssico do tomo - o de Bohr - que
embora utilize a mecnica de Newton paa tatar o electro de urn tomo hidrogenide, lhes impe,
embora
sugeridas pela observao emprica do comportamento dos tomos nomeadamente pela forma como
absorvem e emitem a radiaSo electromagntica: os espectros atmicos.
Se
bem que a olho nu se poss:r observar que a luz emitida por tuna lmpada de filanento de
tungstnio diferente da emitida po uma lmpada de vapor de mercrio ou de dio, no assim tiio
numa placa fotogfica ou num outro tipo de detector de radiao. Verifica-se, deste modo, que o filamento de tungstnio incandescente emite um espectro connuo (verFig. 1A.4.1) que
se
alonga por
de
luminosa se concentra em duas riscas muito prximas, 5896 e 5390 b designadas por riscas D do
sdio. O espectro da lmpada de vapor de mercrio sensivehnente mais complexo, rnas tambm aq
se
1.35
Qumica
a s o
F
e.o
3.o
.E
z.o
1000
250
o tt g
! .; g
o
,
a pincipal fonte
de
informaes sobre a estrutura do tomo- No ntanto, j o estrdo do eqpectro contnuo emitido por um corpo incandescente (Apendice lA.2) nha conduzido a uma viso copuscul da radiao e noo
de quantificao da energia dos osciladores dentro de nm solido.
Esta srie designada por srie de Lyman assim chamada em homenagem ao cientista
qlr
descobriu. Balmer verificou, po sua vez, qtre os nmeros de onda destas riscas eram exactamente
repesentados pela
frma
t=|=no-\>
tendo a constante R (constante de Rydberd o valor de 1.09677576x107 m-r
(14.4.r)
r.36
Captuto
1-
80000
1200 1215,56
!
1
o'
do tomo
de
(t 6'
90000
100
c
0
tt
o
o
ro25,83
10(}(}(}0
o ! o
o
E
z
11()000
elffica,
Genericamente,
a totalidade do eqpectro de
emisso do tomo
de hidrognio pode
ser
v=nr1-11
ni
ni
(14.4.2)
(n7l
n72
para a serie de
Balmer, etc...). Por outro lado, z1 pode tomar qualquer valor inteiro igual ou superior nz - ver Tab.
lA.4.l.
Tabela 14.1 - As sries de riscas do espectro de emisso do tomo de hidnognio. Srie
Gama de Comprimentos de onda
Frmula
Lyman
Balmer
i=R(;_#>
a=3o4,5r--.
Paschen
Infravermelho
v=^ri-*,r
a. v=n1l- n' 4"
y
n=4,5o6,.-.
Brackett
Infravermelho
Ptund
Infravermelho
v=n(l-I" ) 5- n-
r4,'7,8,...
A lei expressa
pela Eq. 1A.4.1 pode ser escrita sob a forma de 'rma diferena entre dois
1.37
Qumica
r@)=
Para cada serie temos assin:
n'
(14.4.2)
=Tz-Tt
nmeros de onda
(14.4.3)
Estes tennos podem ser representados como barras horizontais num diagrama em que os
a 2" eI) representa a energia equivalente ao nmero de onda (E = hca, onde os smbolos tm os
tomo de hidrognio;
escala (em
o
a
E
bc-E
o F =Eas a:o 6t
!3 !:
.!:
"2
E E 6
q
!
o
t o o
onda,
.ngstrom.
es,tudo
@ia
alguns valores discretos (correspondentes aos valores de energia das barras horizontais da
Fig. lA.a.a), a que s passa a chamar Esados de Energia Permidos ao electro. Isto
que a energia dos electres no tomo estaria quantificada.
Ao modificar a sua energi4 transitando de um Estado de Energia para outro, o electro emite
ou sorve nm foto cuja energia associada (=lv) seria exactamente igual diferena de
Energias entre os dois estados: emiia rrm foto quando transitasse paa um estado de menor
energia e sorveria se transitasse paa
rm
de maior energia.
Em 1913, Niels Bobr props, entiio, paa o tomo de hidrognio ou paa uma especie
hidrogenide27, um modelo em que tratva o electro c,omo 'm partcula clssic4 e o tomo como
1.38
Captulo
idntico a um sistema solar em que o ncleo seria o Sol e o electro um Planeta desrwendo uma
1'Posrlado - Os electres so se @em deslocar em rbitas pant as quais o mdo do momento angular 7 o um multiplo de . Isto , so possveis as itas em que: l:l
h
l(l=m.v,r^=n*=rh
electrlio
e
(com z
=\2,3,..\
(144.4)
sendo n um nmero quntico, pois condiciona as rtitas possveis para o electro, rz" a massa do
v,
a velocidade do
elecffio na ita
de raio
r,
2" Postulado - Ao deslocarem-se nas bitas lnssveis, os electres, embora enimedos de movimento acelerado
essas
ESTACIONRfAS
3" Postulado - Quando o elecffio passa de uma rbita estacionria pam outra rbita esAcionria o
tomo radia ou sorve uma quantidade de energia igual diferena entre a energia que o electro possui na rbita inicial e a energia que o electro possui na ita final. A emisso ou soro de energia feita descontinuamente, energia ll por:
E=hv
sendo a constante de Planck e
(r4.4.5)
se
bita inicial e E;a energia do electro na ita finel, a frequncia do foio emitido ou sorvido se:
lt, - r,l
o
(14.4.6)
Deve nota-se que, ao propor este postulado, Bohr no fez mais do que introduzir na teoria
atmica
a emisso de radiao
pelos corpos
incandescentes.
da
valor do nmero
Qumica
rn
I eZe
o r;
) _
vl
ttt"_
+n
to
(1A'.4.7)
evn;
ambas temos de
1o
'n =-.-2eoh
etz
n
(14.4.8)
(14.4.e)
raio da primeira ita de Bohr por ser
factores que afectam o valor do raio de uma ita, no modelo de Bohr, so o nmero atmico, Z, qae
vai depender da velocidade do electro ur,a vez que supomos o ncleo em repouso) e a energia
potenoal Ep ( que s depende da distncia do electro ao ncleo); podemos por isso calqdar a energia
tolal, E, de um electro em movimento circula uniforme numa ita de raio rr:
(r4.4.10)
A ltima
igualdade
coincide com o 2o membro da Eq. IA.4.7 quando se multiplicam ambos os membros por
Substituindo o valor de
rr/2.
r'
obtm-se:
n Ln
(r4.4.11)
Podemos, assim, repesentar as energias permitidas aos electrbs num diagrama (Fig. 14.4.6):
- o ncleo
constitudo po lm s proto, tem uma mass cerca de 1800 vezes zuperior do electro - vamos neste texto fazer a aproximao de considerar o ncleo em repouso e o electro em movimento circular em torno dele.
1.40
Captulo I
(rvl
o
-----:
olo.v
L E3'-13,6/9 sv
semelhana
*
de
E2--13,6/4v
-_
-
enfue
r=-13,6
!v
-t5 \_urtsroeremos, C;onsideremos, enio, dois veis car:rterizados por dois nmeros quncos nt a nzl suponhamos ainda que E_ > E_ I de aentrln com o +e^;^fr ^ terceiro poshrlado acordo ; de Bohr, quando o erec,tro passa do nvel z1 paxa o nvel n2emite um foto de frequncia v rtarta ps1.
E^'En
,=E^-8, -m"eoz' ( I
I h *r- lE-E)
)
(tA.4.t2)
ora a
(1A.4.13)
tomos
como
j vimos:
t=P2'(1- t\
fr.4
Eelch3
("i ,i )
(1a.4.t4)
_-
(14.4.15)
sstituindo na expesso anterior o valor das oonstantes obteve-se pa,u a consante de Rydberg o valor R=r.og737 xraT ms-t . A concordiincia eile este varor e o obtido (pag' 1'35) novel e demonsha a validade dos poshrlados introd'zidos por ;l**** um dos prtemas que surgiu foi o de ese modelo conseguir explicar apenas o espectro do :tomo de hidrognio m4s frlher para tomos mais complexos mesmo p:tra os mais "semelhantes,, ao de hidrognio, como o caso
dos alcalinosPodemos resumir essa falha dizendo que no eqrectro aparecia urna diversidade de riscas do que as previstas pelo modelo
mto maior
1.41
Qumica
um modelo de tomo conceptualmente igual ao de Bohr rtrs mais imaginativo - o chamado MODELO DE BOTIR.SOMMERFELD
tambem its elpticas e, em vez de as rbitas serem todas complanares, podero ter vrias
orientaes; no entanto, quer a forma das elipses que a orientao delas reliavamente a rrm dado eixo no espao estariem tambm quantificadas. Ests trovas quantificaes exigem a introduo de mais dois nmeros qunticos, I e m, pzra
alm do
qae
conhecamos'.
n,
elipse, /, chamado nmero quntico azimutal, quantifica o eixo menor (da relao entre eles depende,
por isso, a forma da trajectria) e ltt, chamado nmero quntico mag;ntico, quantifica a projeco do
momento angular sobre o eixo dos
Com este modelo, cjo tratamento rigoroso pode ser visto em qualquer wo de Fsica
Atmica,
j possvel
t.42
Captuto2
I Soluo
da equao de Schrtlinger
4 6
2.3.2 Funes prprias. Representaes gr:ficas das orbitais 2.3.3 Spin 2.4 tomos Polielectrnicos
2.4.
n
t2
I Prenchimento electrnico
l4
t6
19.
19
20
2l
2.1
Qumica Geral
2. Obiectivos
o o r
&
de
oital.
-azimuta|
l.
ml.
- magntico,
o o o
&
Enunciar e aplicar:
- a rgzr de \ryiswesser da ordenao dos subnvis por ordem crescente de energias. - o princpio de constnr@ de'Auftau". - o princpio de excluso de Pauli. - a l" regra de Hund
r o
Escrwer configuraes electnicas de elementos dado o seu nmero atmioo. Indicar paa uma dada configurao electrnica os nmeros quntioos dos electres.
2.2
2.2lntroduo
Como se viu no captulo
inoduzem poshrlados ad-hoc para explicar as propriedades atmicas, nomeadanente as energias das
angulares
limitando deste modo o nmero de rbitas possveis para o elecffio. A fraqueza destes modelos reside
nos prprios postulados que no tm qualquer suporte terico como repetidamente foi afirmado pelo
prprio Bohr.
a quantificao orbital
conseguir interpretar propriedades mais "finas" dos espectros atomicos conduziu ao aparecimento de run novo modelo (modelo quntico), assente na equao de Schrdinger.
permite obter a energia do lecffio nnm dado estado, e interpretar grande nmero de propriedades
atmicas no previstas pelos modelos clissicosl.
onde se enconfia concentrada grande parte da mssa e a carga positiva. O seu nome advm do tomo de hidrognio que o tomo hidrogenide mais simples (e o nico neuto...) constitudo apenas por um proto no ncleo
lm
potencial
V(x,y,z) = 4rrso
Ze2
Ze2 4neg
(2.1)
onde x, y, z so as coordenadas cartesianas do elecfo de carga (-e) relativas ao ncleo de carga (Zn)
fixado na origem, sendo r a distncia do elecffio ao ncleo. A eqrryo dc Selriidingtr que descreve o
comportamento estacionrio do electro no tomo tem a forma
Ery(x,y.z)
Q.2)
h/ 2n,
p amassareduzida do sistema2
= _fllo
M mn+M
Q.3)
disciplina de Qumica Geral tem como objectivo prioritrrio racionalizar as propriedades fisiconumicas de interesse geral em Engenharia - tais como mudanas de estado, miscibilidades,
reaces qumi65 etc. - que se explicam pelas distrrbuies electrnicas nos tomos e molculas. As propriedades dos ncleos, nomeadarnente as foras nucleares no so relevantes neste contexto. E por
esta razo que consideraremos o ncleo como urur "caixa preta" de massa
2
tA
cugaez.
Note-se que como a massa do nleo M muito maior do que a massa do electro,
m.
(4
2000 x
Qumica Geral
e E a energia total do tomo n'rm dado estado cracterizado pela fimo de onda
Y (x, y, z). A
energia
termos da equao 2.2.3 Vulgarmente esta equao escreve-se numa forma mais compacta
Hr+t
= E\t
Q.4)
,=-+l#.#.#]+vl,v.,)
A informao espacial que
funo de onda
Q.s)
V(ly,z)
Logo, por "nalogia com o modelo de Bohr, onde a trajectria tinha o nome de rbita a soluo da
equao de Schrdinger para urn electro de um tomo,
a equao global em trs equaes diferenciais independentes nas variveis lq separao pode obter-se num
y e z . No
ntanto" a
simefia esferica" traduzida pela sua dependncia numa nica coordenada, r, que mede a distncia do electro ao cento das coordenadas onde es localizado o ncleo. Na figura 2.1 mostra-se a
equivalncia ente os sistemas de coordenadas caresianas e esfricas para um ponto p de coordenadas
cartesianas ( x,
5 zle
0,
).
' - +li
=
:,(,'
*gt). r#*#o. *
*(,.n
Captulo2
que embora complexa apresenta a vantagem de ser decomponvel em trs novas equaes cada uma
dependente apenas de uma coordenada (como curiosidade apresenta-se em Apendice o modo como esta sparao pode ser feita e a soluo de uma das equaes).
introduo de constantes que s podem tomar valores discretos e que conduzem quantificao da funo de onda. Como consequncia da orbital depender de rs variveis independentes, urna para
cada coordenada espacial, aparecem 3 nmeros qunticos, em harmonia com o que se encontou ao
resolver o problema do electro liwe num fosso de potencial a uma dimenso (ver Capnrlo 1), onde
apenas surglu um nmero qunco.
A funo de onda decom@-se num produto de trs funes dependendo, cada uma delas, de
uma coordenada espacial r, 0 ou
apenas
{:
(e)o,,,
vn,2,m10,e,q)=
Rnt?bt*,
(e)
n, azimutal,
e.7)
/,
e nmero
qntico magntico
n=
ml,
....
1,2,3,4,
O,
l,
m{:A
(. , -
(.
cada funo de onda (orbital) esu pois associado um conjunto de trs nmeros qunticos,
n,
/,
ry.
tipo p
(/=l),
de n
que
tmbem vulgar rlizer-se que so degeneradas. Dentro de uma camada (nvel) as orbitais com o
mesmo valor
2.I o nmero
(..
um
dado
n orbitais distintas
dependendo o seu
&
/
.,
.,0,
(2.8)
qntico principl, n.
4 Esta nomenclatura
disciplina
das orbitais tem razes histricas cuja explicao ficaria fora do mbito desta
2.5
Qumica Geral
)
0 0
2s
I
{
nu
Tipo de orbital
Nmero de orbitais paracada
0 0
I
-1,0, I
0
0
3s
I
-1,0,1
-2,-1,0,1,2
3d
5
ls
2p
J
3p
J
I
I
2.3.2 Funes propias. Representaes grficas das orbitais As solues da equao de Schrtidinger Q-7),Y (r, 0, q), tm uma componente radial, Rn,4(r),
e as
expresses da funo de onda para as diferentes oitais com nmero quntico principal, n, at 2 em
52.9
Nmeros qunticos
Yroo =
t3/2
uf-2, t as)
Yroo =
#()"(,-i)*,(zrrza.)
(i)*0,,-,,,,o6)
cos o
v uo
#(*)"'
yzor
#(*)"' (i)^-
zr / 2as)sen
ap(
t.itp )
de
No se pode, a partir do modelo quntico do tomo, afirmar que o electro se encontra nun
2_6
Captulo2
dado instante a determinada distncia do ncleo mas unicamente que existe uma dada probabilidade
de o encontrar num elemento de volume infinitamente pequeno em torno dessa distncia.
indendente de 0 e de $), ao passo que todas as outras orbitais dependem da coordenada radial e de
pelo menos uma coordenada angular. As orbitais s tm simetria esfrica, pois a funo de onda, para um dado r, tem sempre o mesmo valor independentemente dos valores de 0 e
{.
Nestas condi@s
v (r)
(r,e,9).
OaOa qrrc
&fini um elemento
de volume dV
= 4w2 dr
como se pode observar na figwa 2.3 o volume de uma camada esferica de espessura dr situada distncia r do centro.
dY=
4n12dt
2.7
Qumica Geral
V*tly(t)
e 4nr2y*)y(r) em funo
de
pa.ra viirias
a 4wzdrplo
r do ncleo
4w2,,y*("Iy(")
a probabilidade de encontrar o
Com o aumento do nmero qnco principal n a orbital estende-se para maiores valores de r, indicando que as orbitais mais externas tm maiores valores do nmero ntico principal em
paralelo com o previsto pelo modelo de Bohr.
r=l
n-1. Genericamente pam uma orbital (n, I ) o nmero de superficies nodais dado por n-( /+1).
--{
11 F-
rl
F--
Paraasorbitaiscomvaloresde
gnfica bidimensional pois as
/ superioresa0(p,4f,...)
nopossvelumarepresentao
escrita da frrno de onda como um prorto de trs funes, cada uma delas dependente apenas de uma omrdenada esfrica, permite estudar separadamente no plano a dependncia em cada uma das
componentes da funo de onda
q.
Fig 25 -
Representao grJca da
de
I'
2.8
componente radial das orbitais 3p e 3d que se apresenta na figura 2.5 em tudo idntica
representao das orbitais s, diferindo apens no nmero de nodos que varia com
distncia ao ncleo do mximo mais distante do ncleo (frg- 2.a e 2.5) costuma
identificar-se com o raio da orbital. Os valores assim obtidos dependem, alm de (para um mesmo n , quanto maior
tarnbem de
for
dos raios das rbitas de Bohr, coincidindo com estes para o valor maximo
!:r).
A componente angular
das frmes de onda com n'mero quntico principal ate 2 :
orbital ls
2s
Gmn(s,q\
IJ;
rl+Jn
2p,
2P*
ZPv
rl+JN*'(s)
rf+Jzns"n(e)"
rf +Jz"
(O)
'""(e)"*(O)
E a parte angular da funo de onda que condiciona a forma espacial das orbitais. Nas figuras
2.6 aZ.E
respectivamente. As
orbitais s tm superficies esftricas, pois no dependem das coordenadas angulares, 0 e $, enquanto que
as orbitais p e d devido dependncia angular tm diferentes formas, que dependem do valor
de m4s.
As trs orbitais p so alongadas segundo os trs eixos cartesiaros enquanto que as 5 orbitais d tm
formas mais complexas.
de Schr:dinger; diz-se por isso que so hbridas. Deste modo, no se pode atribuir com rigor
+l
ou
-l
2.9
Qumica Geral
ta)
Fig
2.6 - Representao esquemca
,.,,
.....'
das
o2(e)cl(o)
superfcies
das orbitais
com
s, 1v
conjugada
dependncia radial.
' ls
(bl
L
29t
das
superficies
das
e2(e)o2(+)
orbitais p.
ffi, ,.,'\@
i
ffit/'
I
*:i:X
Fig-
G4*,q)
valores de 0 e de S . Na Fig. 2.6 indicam-se as superficies nodais (coroas esfricas) paa as oitais
ottitais p
e d bem
que
=,fi@+ft,
2.t0
(2.10)
Captulo2
quantificar o momento angular orbital. Quando o tomo colocado num campo magntico aplicado
segundo o eixo
de acordo com
bs
l,1=
msn
(2.11)
sendo
mg
e da a designao de nmero
qntico magntico.
@e
prprios 2.4 multiplicando ambos os membros desta equao pela funo de onda conjugada, ry*, e integrando para todo o espao, obtm-se6
'
A
-l** [v*vav
u'a'
(2.t2)
unicamente dependente
do
nmero qntico
E-
2tt2 Fe4
4nso2 h2 n2
4 * t'
o2
Q.t3)
sendo esta expresso igual obtida na teoria de Bohr, o quejustifica a boa concord:incia da teoria na
2.3.3 Spin
As riscas dos espectros dos tomos alcalinos desdobram-se em corfuntos de duas rircas muito prximas (dobletes), obsenveis em espectos de atta resoluo. Por exemplo a risca D do sodio
constituda por ras riscas Dr e Dz diferindo apenas de l7 .2 cmr
(-
2. 15 x 10-3
eV). O aparecimento
fun$o
2.l2tsmvalot
2.tt
Qumica Geral
dsstes dobletes no
no
eixo que passa pelo seu centro. Esta interpretao puramente clssica no prwista pela eao de
Schr<idinger, dita clssica, por no incluir os efeitos relativistas. Estes fazem aparecer uma noya
ao
S=
$[+fn
(2.14)
sendo a sua projeco segundo a direco de um campo magntico aplicado, tambm quantifrcada
lSi=.,a
com o nmero qnco magnco de sprrU ms, atontr os valores
(2.
ls)
ms =
Xl/2,
o que impossibilita a obeno da soluo analtica da equao de Schrddinger. Para ultrapassa este
problema faz-se a aproximao de considerar os electres independentes, movendo-se num potencial de simetria esfrica resultante do efeito atractivo do ncleo e repulsivo dos outros electres. Nestas
condies o comportamento de cada electro descrito por una equao semelhanle obtida para os
tomos hidrogenides e a firno de onda do tomo um produto das firnes de onda para os diferentes electres. Este mtodo foi desenvolvido por Hartree e colaboradores, tendo sofrido grandes aperfeioamentos em grande parte tomados possveis pelo avano dos meios de crlculo.
O clculo do potencial baseado num mtodo autoconsistente em que a pafifu de um potencial inicial se calculam as orbitais e a distribo de carga que pennite calcular um novo
potencial, que rega geral difere do inicial. O processo enio repetido com o potencial inicial igual
ao calculado, e assim sucessivamente at se obter concordincia entre o potencial inicial e o calculado
2.12
Captuto2
atravs da distribuio de carga. Este potencial embora de simetria edrica no tem a dependncia
em r
degenerescncia da energia obeewada para tomos hidrogenides (no qual todas as orbitais de igual
n tm a mesrna energia): passa a ter para um dado n valores diferentes conforme o valor do nmero
qntico azimutal
1,.
Na figura 2.9 representa-se a densidade de probabilidade de distribo radial, paa o io Na*, obtida por este mtodo.
+w2n(rf
Fig. 2.9 - Representao grJca da densidade de dstribuio I 7 radial, +',v2n(rf do io N Nat, obtida pelo mtodo R rf de
Hartree.
Camadas
intornas
3s
3P
qntico principal I
orbitais 3s so mais penetrantes do que as orbitais 3p, pois um electro numa orbital 3s tem maior
probabilidade de
protes do ncleo
se encontrar
?.
junto do ncleo sofrendo por isso uma atraco maior por parte dos
Z.
tomos hidrogenides (orbitais com o mesmo valor de n tm a mesma energia) explicada por o potencial depender &ar1ga nuclear e das repulses interelectrnicas.
Qumica Geral
em
E de notar, por fin" que a energia depende, ainda que muito ligeiramente, do nmero quntico magntico, mt e rEgretico de spl! us dedo interaco entre o momento angular oital e de
spin e a efeitos relativistas.
A energia total de um tomo , na aproximao de Hartree, igual soma das energias dos
electres constituintes do tomo. As energias das orbitais podem prever-se pela regra emprica de wiswesser: As orbitais de menor energia so aquelas que tm menor valor da soma dos nmeros
qunticos n
usando esta regm a ordenao das oitais por ordem crescente de energias
l)
Esta regra, embora seja obedecida para tomos leves (baixos nmeros atmicos) no pennite
prever com rigor a ordenao da energia das orbitais cbida experimentalnente para alguns dos
tomos pesados.
2.14
Captulo2
n+l-8
Fig. 2.11
Esquerna diagonal
da regra
da
n+l=7
n+l=4
n+l=3 n+l=2
mximo de electres que uma orbital pode conter. A resposta a esta questo dada pelo princpio de excluso de Paa: Num tomo polietectrnico no podem existir dois elecres cariacterizados
pelos mesmos
qutrr nmeros qunticos. Sendo uma orbital definida pelos nmeros qnticos n,
e ml , os dois electres
rz"
ms=ll/2, o nmero
mximo de electres por orbital pois de dois. Ainda de acordo com Pauli os dois electres so indiscernveis no sendo em que no possvel distinguir os electres, com a atribuio de um conjunto de quatro nrneros nticos. Isto eqvale a dizer que no faz sentido individualizar os
electres de um tomo.
se
distribuem
pelas orbitais. No estado fundamenlal ou de energia mnima, os electres ocupam as orbitais de menor energl4 obtendo-se a configurao electrnica deste estado pela aplicao do princpio de "construo" ou de Auftau. De acordo com este princpio o preenchimento faz-se segundo as regras:
l) Arranjo
2) Preenchimento electrnico das orbitais uma a uma pela ordem crescente de energias
encontrada em
l),
distribudos2.15
Qumica Geral
eI
).
I'Reea
de Hund
De acordo com esta eglzt a distribuio dos electres pela subcamada (subnvel) p faz-se do
seguinte
mdo:
electro
2 electres
l-frl
3 electres
4 electres
5 electres
e no sendo
contnirio
ms=-l/2
(ou rz"
=+l/2
se
dirigidas no mesmo sendo diz-se que tm spins paralelos, enquanto que no caso de as setas estarem dirigidas em sendos contrrios diz que os spins so antiparalelos. As outras ras regras de Hund
tm particular interesse no estudo dos espectros atmicos e permitem detenninar o momento anga
orbital total,
angular
i,
oitl
spin S
2t6
Captulo2
electrnica lsr, ocupa.ndo o nico electro a orbital, ls, de mais baixa energia, sendo o valor
+112 ou-112.
&
mt
O hlio (He), de nmero atmico 2, tem a configurao ls2, ocupando os dois electres a
mesma
oital, pelo
spins
anparalelos. Com este elemento preenche-se a orbital ls que constitui a primeira camada ou nvel (
O ltio( Li) tem nmero atmico 3 pelo que o terceiro electro ter de, forosamente, oculxl
urna nova obital. A
oital
orbital ls
2 e sub-camada ou sub-nivel 2s), pelo que a configurao electrnica ser ls2 2s1.
se encontrava.
No boro @) comea o preenchimento das orbitais da subcarnada (sub-nvel) 2p. O electro vai para uma das 3 orbitais 2p (2Px,2Po,2Pr), com ms =
Para obter a configurao electrnica do elemento seguinte, carbono (C), temos de recorrer de Hund- Na verdade este electro poderia em princpio
I'regra
das
Hun{ uma
das orbitais ainda vazias, mantendo o spln paralelo com o do electro anterior. Uma
e4plicao clssica, para este modo de preenchimento, reside na menor repulso electrostiitica para esta configurao pois os electres ocupam regles do espao mais afastadas (as orbitais 2p so
dirigidas segundo os trs eixos das coordenadas, x,y,z). O facto de os electres manterem spins
paralelos tem
a ver com a
&
electres que metade do nmero rnrximo de 6 electres que pode conter) tendo todos os elecfies o
mesmo valor
de nr". Nos trs elementos seguintes (oxignio (O), flor (F) e neon (Ne))
da-se,
indistintamente, o acoplamento dos electres nas diferentes orbitais 2p de modo a completar a sub
camada. Com o neon (Ne) fica preenchida a subcamada 2p e tambm a camada 2 que constituda
apenas pelas
oitais
2s e 2p.
2,17
Qumica Geral As configuraes electrnicas e nmeros qnticos dos electres dos tomos com nmero
atmico
& I a lo
qqnco
magntico de spin rz" so representados pela seta com sentido positivo ou negativo.
I a 10.
L: ntl:00-l0l
H- lsl
He
ls 0
2s 0
2p
1
E
N
tu
zpt
n t-l-n
[]
ls2
rT-n
Li
ls2 2sl
E f-l-n
Be
ls2 2s2
ls2
2s2
1s2 Zs2
Zf
ls2
2s2 2p3
oF-
ls2
2J
2p4
ls2
zJ zps
zp6
Ne- ls2 zJ
N tu m N au N N N N AJ N EU m N
[T-n
n-n-t
n-lrTl
t-+_I-Tl-r-l
MTl-r]
nqNrft
Fiif]_rtl
Com o elemento seguinte, o sodio (Na) de nmero atmico 11, inicia-se o preenchimento da 3' camada (n=3), em moldes idnticos aos descritos Wa a 2" camad4 termirumdo a amada com o
argon (Ar) de nmero atmio 18. O potissio (K) ds nmero atmico 19 inicia o preenchimento da quarta camada sendo a sua configurao electrnica asl em que representa (ou
um cor [Ar] [Ar] cerne) de electrs com a configurao do Argon (ts2 z* 2p6 3s2 3pu). O preenchimento dos elementos seguintes pode fazer-se de acordo com as egras enunciadas, aparecendo diversas
2.tE
CaptuIo2
"anomalias" no preenchimento dos elementos de transio e transio internae. Estas "anomalias" foram detectadas pela aniilise dos espectros atmicos, no sendo possvel arranjar regras empricas
capazes de descrever completamente o preenchimento electrnico observado experimentalmente.
2.5 Problemas
2.5.1 - Problemas Resolvidos
l-
Os electres num tomo disfribuem-se por oitais as quais se agrupam em camadas(nveis) e sub'
b) Quais as s-carnadas?
c) Qual o nmero miximo de electres desta camada.
tm nmero quntico principal n=3, pelo que os valores do nmero quntico azimulal,
so 0,
l, I
3s (n=3,
4:0), 3p (n=3,
!,:l)
e 3d (n=3,
l:2).
O nmero de
&*t.
p3 (my:-1,0,1)
e de
l8 electres na camada
3.
2-
Al
No estado fundamental o tomo tem a energia mnima dada pela soma da energia de cada
um dos seus electres, pelo gue estes devem ocupar as orbitais de menor energia, A ordenao das
orbitais pela ordem crescente de energias dada pela regra de Wiswesser,
2.19
Qumica Geral
ls
2s 2p 3s 3p
3d...
Atendendo a que existem 3 orbitais p degeneradas e somente uma orbital s, e ainda que o nmero
It
n=3 ; l=0
; ml=O mr:1/2;
n=3 ; l=0
ml,=O m"=-l/2
ocupando pois a orbital 3s e mantendo os spins antiparalelos. O electro 3p tem como nmeros
qnticos,
n=3 ;
l=l ; ml = -l
ou 0 ou
+l 'n"=+l/z
ou m"=-ll2
&
- D exemplos:
a) De oitais atmicas
&
simetria edrica.
b) De subnveis
c) De orbitais que no aprsentem no&s. d) De duas orbitais de um mesmo tomo com raios muito semelhantes.
e) De orbitais &generadas no tomo de hidrognio que o no sejam num tomo poelectrnico.
2.20
Captulo2
2.6 Apndice
n2
2* 12 r['
.t
. (,ra,v('.e.)*
(24.1)
que embora complexa apresenta a vantagem de ser decomponvel em trs novas equaes cada uma
dependente apens de uma coordenada. Factorizando a funo de onda,
v(',o,S)=
n('F(eF(O)
QA.2)
t a2a o dq2
_4e*
(2A 3)
As derivadas parciais passafirm a derivadas totais por as frrnes dependerem apenas de uma nica wrivel. O primeiro membro desta equa$o apenas depende da coordenada segundo membro depende de enquanto que o
r e 0. Os dois membros
a uma constant
por -^7.
t a2o
(2^.4.)
a2
+*(r#) #6*[*"0#)-#r,'
equao pode ainda escrever-se
-v (t=
(24.s)
A segunda
v (,)t = -
#,
osen(e)
["#)
(2^.6')
2.21
Qumica Geral
de r e o direito
l(4+I),
de 0, os dois
pr
independente de
r e de
(2^.7)
I d( odR\ 2u t'
= tQ
+t)n
(24.8)
lf
sen(.70)
(24.e)
em qne
ry
w podetomar
os
valores
m2=0,
*l F0
e {:Zn tenha
o
(a funo de onda no pode ter valores diferentes no mesmo ponto) e aparece de uma fonna natural. Note-se que tambm a firno
(2410)
lfcos(m7$)
21,
a-r()em que
eimta
(24 l l)
"itno
2.22
cos(m
aQ)
sen(m
a{)
(24-12\
Captulo2
soluo das equaes 2.7 e 24.8 mais complexa, fazendo intervir, tambm de um
modonatural,osoutrosdoisnmerosqnticos
ne
.
/.Afuno @n,*r()
depenae
&.('
ede
ffi1
en\r,aro
We Rn,(.(r)
depende de n e de
2.23
3 - PROPRIEDADES PERIODICAS
3.1frjectivos
3.2 Introduo
3.3
Tela Peridica
e Configurao Electrnica
Aplica$o
ao Atomo de
Hiognio
5 7
t2
T4
3.4.4 Energias de lonizao de Ordem Superior 3.5. Ainidade Electrnica ou Electroafinidade, Ea 3.5.1. Definio
3.5,2. Factores Condicionantes da Electroafinidade
15
1.5
l5
16
l8
Ligago Quimica
20
3.
7 Electronegatidade e
3.8. Prlemas
3.8.
2l
2t
23
l.
Problemas Resolvidos
3.1
Qumica Geral
3. Objectivos
Apos o estudo do captulo o aluno dwe saber:
l. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.
Relacionar a configurao electrnica com a forma da Tabela Peridica: constituio dos blocos s, p, d e fda Tabela Peridica.
Definir
Calcular o Nmero Atmico Efectivo sobre um qualquer electro do tomo, isto , ser aplicar
as regas de Slater,
Explicar
sub
ais
10. Explicar
13. Definir Electroafinidade (ou Afinidade Electnica) e ais os factores de que depende.
15. Retirar as primeiras corelaes entre propriedades peridicas e ligao qumica: a)Explicar a inrcia qulmica dos gases raros.
b)Prwer para a ligao entre elementos do canto inferior esquerdo da T.P. (metilica), electres
fracamente ligados aos ncleos (deslocalizados; ver Cap.4).
c) Pre/er pa a ligao entre elementos do canto superior direito da T.P. (colalente), eloctres
fortemente ligados a ambos os ncleos.
d) Prever
Wa a ligao entre
3.2
3.2 lntroduo
A ligao quimica
resrta da
cedncia
e c;lptura de elctres
so
designadas, respectivamente, energia de ioni.uo e afini.dade electrnica (ou electroafinidade) e so o objecto de estudo deste captro. Para alm disso, os conceitos de nmero tmico efedivo e
&
raio
18
I
2
T
Li
Na
2
Be
13 l4 15 16 t7 B c N o F
3
Sc
He
Ne
3
4
Mg
Ca Sr
Ba
89101112
Fe
AI
Si Ge Sn
S Se
cl
Br I AI
A Kr
Xe Rn
K
Rb
Cs
Ti Zr
Cr Mn
Tc
Rc
Co
Ni
Pd
Cu
Zn
Cd
Ga
As
Sb
5 6
7
Y
L,a
Nb Mo Ta
Ru Ds
Rh
Ag
In
TI
Te
Po
IIf
Ir
Au Hg
Pb
Bi
Fr
Ra
Pr
Pa
Nd U
Pm Sm
Eu
Gd
Tb
BK
Dy
Ho Es
Er
Fm
Tm
Yb
Lu
Th
Fig.
Np
Pu
Am Cm
cf
Md No
Lr
j.I
Atmico
Pero
Esados de Oxidao
30
Temp. de Ebulio (I Temp. de Frrso (IC)
I[assa Vohftmica
.t180
92.73
t.11
Zn
[Arllo'4
Zfurc
a3000 K
(/cm)
J--t
Qumica Geral
A Fig 3.2 nma representao esquemtica da Tabela na qual se destacam quato blocos:
s,
P,def
f
Fig. 3.2 - Os Blocos da Tabela Peridica
Os elementos situados nos blocos s e p ( Q + 6) colunas correspondentes ao preenchimento das orbitais ns e
n respectivamente)
blocos
ao prenchimento das orbitais nd e nf, respectivanente) denominam-*, elsnentos ile transio e elemenos de barrsio inerna,
correspondentes
respectivamente.
representao.
apresenta-se
de
O conjunto dos blocos s, p e d constitudo por sete linlns (Pertodos) e dezoito colunas
(Grupos ou FomIios) numeradas de
I a 18 . z:42.
: De te rmi ne mo s a
gurao
le ctrni ca
)-
n:5. Logo o
elemento pertence ao Grupo 6 (subgrupo WB, nas tabelas antigas) do 5o Perodo da Tabela
Peridica.
Nas tabelas angas (mas ainda comercializadas - ver Apndice) as dezoito colunas estiio agrupadas
3.4
(isto , livre de interact'oes) e fundamental (electres ocupando as oitais de menor energla), designase
x@1-34x*
1s1+t"-
zujeito aco do tomo, numa oital. A energia de ionizao , portanto, uma medida da energia da
oital de onde
29 i- e-,
Ei
-E(2p).
Elclrlo
ljurr
:t
Fig. 3.3 - Diagrama de Orbitais Atmicas do atomo de hidrogenio,
mostrando a energia de ionzao do electro Is. Note-se que a condio n =@ corresponde ao incio do quase-contnuo de nveis de energia.
,-l
I
EttY
-to
**,-,*o
13.53
,fl
-2(
electro
ls
do
& Ei = 13,53 eV (l
eV/tomo =
kJmoll;. A energia
E,=
;nmZ:l,e:l,x1O-19
e'
4neo
2oo
-'-;n-
Z2
(3.1)
", +=
oo =
4= ftm"e-
52,9 Pm
De acordo com a definio anterior E- a diferena de energias entre os nveis n=o (electro
e n=1, ou seja:
3.5
Qumica Geral
E,
\o -t )
E, =exLo,
igual a 5252W mol-r, tambm semelhante ao valor experimental (5250 kJ mol-t). Note o aumento de
um factor prximo de 4, resultante da proporcionalidade entre a eneryia de ionizao e o quadrado do nmero atnncn.,Z.
al
o primeiro termo traduz a interaco dos dois electres com o ncleo, o segundo resulta da repulso entre os dois electres e o terciro represnta a energia cinca dos dois electres:
E,=-*\+.*.'#)
A dificuldade esl em determinar
os valores mdios de R e
(3.2)
r.rz, embora seja possvel faz-
&
lo recorrendo a mtodos aproximados, relativamente simples (ver artigo 'Search for Simplicity" de
V.F. Weisskopf plicado no Am.J.Phys.de 1985, pag. 304).
@e
moll)
e do He
(2372k1molr;.
(maior R) mas tambm do aumento das repulses interelectrnicas: a repulso dos dois electres
interiores
ls
facto, o electro 2s do
ls blindassem (neutralizassem)
1.7
Uma forma simplificada de anrlise das propriedades dos tomos polielectrnicos decorre
des'ta ideia: modelizar um tomo polielectrnico como nm tomo monoelectrnico (hidrogenide) no
rndo do nmero
ls neutraliza aav'acrio
de 0.85 protes.
Desta
substituindo
fonna a anrlise reduzir-se-ia quela foi utilizada para os o nmero atmico, Z, plo nmero atmico efecfva, 24,'.
3.6
=oo* o"
(3.3a)
k="n
I
4ne
e2
o 2oo
Zir
n2
(3.3b)
Esta aproximao , como veremoq grosseira, pelo que polielectnicos aqui apresentado set qualitativo
E,o4 n'
Deste modo, os factores condicionantes da energia de ionizao reduzem-se a dois -
Z"re
n.
Matematicamente,
nmero de protes
electres:
&
Z"f=Z-S
O coeficiente
de blindagem calculvel a
prtir
4s 4p
5o
4d
6o 7o
8o
4f
5s 5p
3d
etc...
2 Na teratura
se trdte
&
3
um evidente ahtso de linguageq a gran&za que deve ter este nome o pruto eZ
Esta simplicidade vai ter um preo: como so bstante grosseiras vamos ter de ", "adicionar" aos
factores condicionantes da Energia de Ionizao mais dois - a penetrabilidade e o grau de ocupao ou 2) da obital donde sai o electro.
(l
3.7
L'
lt'
4i
Qumica Geral
1)
Zero por cada elcdro em grapos de Sler &eriores ao grupo do electro a que se refere
o clculo. Por exemplo, electres nas
il)
0.35
se refere a
iii)
,Se
for um electro s ou p:
cr{o nrmem ountico nrincinal seja uma unidade inferior do electro a que se refere o
clculo e 1.0 por cada um dos restantes electres interioes.
Exemplo:
coeficiente
de
blindagem
de um
electo
4s, no tomo
de
ls,
2s e 2p-
-i"l
|
za= 27
(I x 0.35
: 3.9
fz
1,0 por cada electro em
, r!
grupos de Slater interiores (note-se tambem que a orital 4s pertence a um grupo de Slater
Zr=
27
(6x 0.35 +
I8x 1.0)
6.9
p, por um lado, e
elecres d e f, por outro, resulta dos diferentes gurus de penetrabilidade destas orhitais (Fig 3.a).
electres s e p, sendo mais "penetrantes' do que os electres d ou
L
N
0<
Fig. j.4 - As
orbitais 3s so mais
penetrantes do que as 3p e estas mais do que as 3d. Notem-se os mximos relativos de probabilidade , em regies interiores.
r/ao
3.8
Captuto 3 - Propriedades Peridicas Nas tabelas 3.1 e 3.2 so apresentados os valores do nmero atmico efectivo relativo ao electro mais exlerior dos elementos dos blocos s e p e do bloco d da Tabela Feriodica calculados com
as regras de Slater.
Tabela 3.1 tH
1.00
24,
rp
dos elementos
"Ee
1.70
"Li
1.30
II
"Be
1.95
"B
2.60
!J
OC
,N
3.90
"o
4.55
tos
'F
5.20
'\e
5.85
3.25
Na
'"Mg
2.85
A]
tnsi
4.15
a?
4.E0
cr
6.10
'oAr
6.75
2-20
3.50
JI
5.45
'(
2.20
,,C
2.85
Ga 5.00
"G
5.65
As 6.30
!l
"'S
6.95
""Br
7.60
"(r
8.25
"Rb
2.20
""Sr
2.85
BIoco
"n
5.00
o'
oSn
5.65
sb
.,T
6.95
"I
7.60
5
1tu
8.25 ffiRn 8.25
6.30
oCs
2.20
*Ba
2.85
"'Pb
5.6s
-Bi
6.30
*Po
6.95
At
5.00
7.60
o'Fr
2.20
-Ra
2.85
Tabela 3.2
Nmeros Atmicos Efectivos, Zup dos electres zs dos elementos de transio @loco
""T
3.15
,"v
3.30
n"c r
3.45
'"IVrn 3.60
?6Fe
t'co
3.90
'oNi
4.05
"cu
4.2Q
11
"uZn
4.35
3.75
nZr
3.15
ttNb
3.30
t'Mo
*Tc
3.60 t"Re 3.60
*Ru
3.75
""Rh
3.90
Td
4.05
'oPt
Ag
4.20
*cd
4.35
"tLa
3.00
''Fl
3.15
,"7
3.30
,v
3.45
'oos
3.75
"lr
3.90
"Au
4.20
"Tg
4.35
3.45
4.05
l) 2)
3.9
Qmica Geral
3.4.2.2. Nmero Quntico Principal
3.3a), a sua influncia tida em conta atraves destes dois factores (2,7 e n). no sendo por isso
necessrio conside-la explicitamente. No entanto, sendo frequente na literatura a discusso
&
Ei em
termos de raio da orbital e de raio atmico e sendo estes conceitos por si sos importantes, abriremos
e discuti-los.
(Fig 3.s)
Na figura 3.6, verifica-se que o raio atmico aumenta com o nmero qunco principal. E diminui com o nmero atmico efectivo, de acordo com a equao 3.3a:
r- o2
Ze
(3.4)
Fig. 3.6 - Raio atomico em funo do ntmero atmico. Na parte inferior da rtgura representa-se a funo nzTZei mostrando a boa capacidade previsiva
destafuno.
20o
roo
3.
l0
O efeito do nmero atmico efectivo claramente observvel nos rcrbs nicos dos ies da
tabela 3.3. Todos estes tm a mesma configurao electrnica (ls2 2s2 2pu) e, portanto, o mesmo
coeficiente de blindagem para os electres mais exteriores. O aumento do nmero atmico, Z, tradrnse num aumento &,
z"rsobre
Tabela 3.3
isoelectnnica 1ts2
zf
Zp6;.
Io
N3-
o-
,_
F
1.36
Na'
0.95
6.85
'I Mg-'
r(;
t.7l
285
.40
3.85
0.66
7,85
zd
O
4.85
energia
de
ionizao:
(3.s)
f de um mesmo nvel, as quais no so tidas em conta pelas Assim, em igualrtade & Zu1 e n, a energSz de ionizao de um electro s maior do
Ze e do
(berlio-boro) e Mg-Al (magnsio-alumnio) so disso um exemplo. Note-se, porm, que nos restantes
perodos o efeito perde importancia em consequncia do aumento da extenso das orbitais o que tonul
a densidade electrnica mto baixa em todos os pontos, diminuindo a imponcia das reprlses
inter-eleclrnicas e da penetrabilidade de todas as oitais. 3.4.2.3.2, Grau de Ocapaa da Orbial O quarto factor importante, que no tido em cont no atamento simplificado com que so tatadas as repulses interelectrnicas, a da existncia ou no de um segundo elec'tro na orbital ocupada pelo electro a retirar. Electres partilhando a mesma orbital repelem-se fortemente em
consequncia da sua maior proximidade (em media). Consequentemente, a sua energia de ionizao
menor do que a de electres isolados em condies de igualdade dos restantes factores. Por exemplo,
3.ll
Qumica Geral
ionizao dos pares N-O (azoto-ognio) ou P-S (fdoro-enxofre). Note-se, porm, que nos restantes perodos o efeito perde importncia em consequncia do aumento do volume orbital e da decorrente
gnu
de
bixo
Fig. 3.7 - Energia de lonizao em funo do nmero atmico Z. Na parte inferior da Jgura representase a funo 242/n2 mostrando-se a sua boa capacidade parq prever
tendncias de variao.
tn
tooo
3Li: ls2 Considere-se, por exemplo, o 2o perodo da Tabela Peridica que se inicia com o ltio,
2s1, e termina com o ne<rn,
ro.Ie:
Energia de lonizao, depende do nmero atmic.o efectivo sobre o electro 2s, Z4=3-2x0.85=1.3, de
2s21,
o nmero amico
Li para o Be.
No elemento seguinte, o boro, B (1s2 2s2 2pt), u energia de ionizao refere-se ao electro 2p. O nmero atmico efectivo sobre este electro :2"1=5-(2x0.35+2x0.85)=2.6, maior em 0.65 do que
no elemento anterior e n mantem-se constant, igual a 2. De acordo com estes dois factores, a energia de ionizao do B seria maior do que a do Be. Experimenalmente, verifi.ca-se o contrrio (F193.7), isto deve-se menor penetrabilidade das orbitais p relativamente s otbitais s. Os dois electres ls so mais eficientes a repelir o electro 2p do que a repelir o electro 2s. Este efeito no contilizado
pelas regras de Slater.
1s2
z* zfl
2"7
e azoto 1?N:
tf
zs2
zf'1, a energia de
&
2e 2p\,
observa-se uma
3.t2
1,sula.da repglso
o!
no_-qU.grp_"gll-.9$ff:
3l
4o electro 2p
patilha uma deerminada regio do espao (orbital 2p) com outro electro sendo assim zujeitg a *ulol99 re,1rylqs (maior energia).
Entre
energra
em
concordiincia com o aumento de 2"7 Note que no h tlrlda de nrigico na "configurao de gs raro".
enelS-1 de ionizao do Ne a maior do perodo simplesmente porque 2"7 mixmo para este
elemento.
perodos (Fig 3.7), embora os efeitos de penetrao e de repulso entre electres da mesrna orbital vo
(maior distncia interelectrnica). No 4o perodo da T.P. surgem os elementos de transio (KL 3s2 lp6
:d
+s). Ao longo do
bloco d da Tabela o nmero atmico efectivo sobre o electro 4s aumenta de 0.15, de um dado
elemento para o elemento seguinte:
para a
electro 4s).
Consequentemente, a energia de ionizao aumenta em geral, mas mais lentamente do que ao longo
O aumento da energia de ionizao, de cima pa.ra baixo, nos grupos da T.P. resulta do aumento do nmero quntico principat, q o qual se sobrepe em geral ao aumento de 26 nos
primeiros perodos, e o nico factor varivel a partir do 4. perodo (constncia
ru).
&
ZE,
3o
elevado 1.5). Em
(Tabela 3.1), devido ao aumento de Z"lao longo dos 10 elementos do bloco d (10x0.15 consequnci4 as energias de ion2ao dos elementos do bloco p do semelhantes as do 3o
casos, rn aumento da energia de ionizao, do 3o paa o 4" perodo, no sentido contrrio tendncia
Entre os 5o
preenchimento clas orbitais 4f e & efeitos relativistas na energia dos electres 6p.
3. 13
Qumica Geral
'H
1313
Ee
2372
'Li
519
"Be
900
ts
801
IJ
"c
1086
,N
1402
"o
1314 ros 1000 ""Se
,T'
'{ e
2087
16t1
ttNa
498
,,Mg
736 'uCa
590
AI
57E
"si
786
a?
,rcl
1251
toAr
tot2
s As
947
5l
t520 "uKr
1351
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762
'Tr
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tos r
54E
Bloco
579
941 ""Te
869
*n
558
*Sn
7W
N2
*Cg
377
Sb
"I
1008
*Xe
834
tt70
*Rn
to37
*Ba
502
o'Tl
589
*Pb
715
*Bi
703
*Po
812
*At
930
ortrr
-R
pr
Energia de
l"
Ioni.zno. De
facto, o mono-catio de um tomo pode perdsr tambem um electro, formando o di-catio e este, por
sua vez, perder outro electro, e assim sucessivamente.
so
designadas
pt
Energia de 2'Ioni.zto
@il , Enqgin
x*
*4-------+X2+
+le'
x2+ +fi------->x3+ +leComo intuitivo, as energias de ionizao de ordem zuperior dependem dos mesmos factores
condicionam a energia de l" ionizao. Convnr, no entanto, notar os segrrintes aspectos. As energias de ionizao de ordem superior de um dado tomo so sempre maiores do que as
a ener$a
o lo dos dois
electres 4s do
clcio, Ca (energra de l" ionizao), igual a 590 kJ/mol, enquanto a energia necessiiria para remove
o 2o electro 4s (eneryia de 2'ionizao) vale 1144 kJlmol. Note que o nmero qunoo principal o mesnro e a orbital a mesma, variando apenas o nmero atmico efectivo: Z"{as,
d):
2,"{4s, Ca) +
0.35.
&
4905 kJ/mol,
&z
vezes superior ao da
l" ionizao, o que explicvel pelo facto de o electro ionizado ser neste cso um electro
3p interior (menor n e maior Z,ef) . Esta obcervao e interpretao implica qte apmas os eleces de
3.t4
X +le- __>X-
+ E"
(3.6)
A electroafinidade mede, portanto, a diferena entre a energia do electro em repouso e livre de interaces (E = 0) e a energia desse electro na orbital no ocupada ou semiocupada de menor
A electroafinidade , assim, positiva quando o electro capturado globalmente atrado pelo tomo (dimin a sua energia), e negatila no caso contrrio (Frg 3.8). Coincide, por isso
energia do tomo. com a primeira energia de ionizao do io mononega.tivo, tambm chamada energia de ionizao de ordem 0 do elemento. Para um elemento X temos entiio:
E"(X)=n)(x')=44;1.)
b)
_______:8,_f___
Fig. 3.8 - Diagrarna de energias das orbitais atmicas lustrando duas situaes possveis: a) E^rQ, o electro capturado e etabilizado e bt E-<0, a energia do electro "na orbital
desocupada de menor energia do tomo maior do que a sua energia livre de interaces.
+t_
___++_
A electroafinidade depende exactmente dos mesmos factores que condicionam a energia de ionizao: Z"y, n,tipo e grau de ocupao da orbital. No entanto, qualquer destes factores refere-se, agor4 no a um determinado electro do tomo (o electro a remover), mas sim ao electro a capturar, o qual in ocupar a oitat vazia (ou semipreenchida) de meno energia do tomo. por
exemplo, a energia de lu ionizao do Neon
(t\e:
r*
Wa
aobital
Na Tab 3.5 so dados os valores da electroafinidade para alguns elementos dos blocos s e p
da Tabela Peridica.
3. 15
Qumica Geral
Tabela 3.5 - Valores aproximados das Primeiras Electroafinidades (IiJ/mol) de alguns elementos dos blocos s e p da Tabela Peridica
I
E
73
J
,HC -48
"Li
60
'Be
-48
B
23
'c
t22 ttsi
134
'o
-7
T
322
tt
r{e
-116
l4l
'"s
200
ttNa
53
t'Mg
-39
-^l
44
JI
t?
72
cr
349
t"Ar
-97
ttK
48
tt
""C
-29
Ga
36
",G
116
"As
77
'"Se
195
t"Br
324
'oKr
-97
Rb
47
toSr
-29
Bloco
t'rn
34
t
*Sn
d
TI
30
"sb
10r
",7e
190
"r
295
t"Xe
-77
l2t
*Pb
35
oCs
*Ba
-Bi t0l
*Po
186
At
270
*Rn
<0
o'Fr
Ra
Note em primeiro lugar que os valores das electoafinidades so em m&rlo substancialmente inferiores aos das energias de ionizao. A razo reside ohiamente nas replses interelectrnicas: no
processo de ionizao, as repulses diminuem (o tomo fica com menos processo de captura de um electro, aumentam (mais
electro).
Note tambm que o efeito das repulses interelectrnicas especialmente importante nos
tomos de menor volume do 2" perodo da Tabel4 os quais apresentam electroafinida&s inferiores s
dos elementos do 3o perodo do mesmo
exemplo, do grupo
(alcalinos) paa o
grup 2 (alcalino+errosos)
no grupo 2 o electro capturado para uma oital p, menos penetrante do que a orbital s (a energia
de ionizao diminui do
orbitalj semi-preenchida (no caso da energia de ionizao, o efeito do grau de ocupao da orbital
fazia-ss sentir
A diferena mais notivel (rcoe com os gases nros, os quais tm energias de ionizao elevadas mas electoafinidades mto baixas (negativas). A rrimino brusca da energia de
ionizao, decorrente da mudana de perodo (do gnrpo 18, dos gases raos, para os elementos do
3. 16
grupo
l,
18.
Tomando como exemplo novamente o Neon, justifica-se a grande energia de ionizao pelo elwado nnrero atmico efectivo sobre o electro 2p,2"7:l0-(7x0,35 + 2x0,85)=5,85, e pequeno n (=2) donde
resulta (2"/n)' = 8,55. Abaixa electroafinidade do Neon resulta do baixo nmero atmico efectivo
sobre
o electro 3s a capturar,
Z"y
Fig. j.9 -
ElectroaJnidade
ilnacBoATrGo, z
conhecid4 mas mtas vezes no compreendida "estabilidade das camadas com oito
electresn resulta da oconncia simultnea destas duas oondies: elevada energia de ionizao e
baixa electroafinida&, isto , o tomo no cede nem recebe electres com facilida&, no
combinando, portanto, com outros elementosa. De facto, os elementos
geralmente, na natureza sob a forma de gases monoatmicos.
se
do grupo 18 ocorrenr,
em
e
&
&
2" para o 3o
Wa a generalidade
elementos do 2o perodo so devidas as pequenas dimenses dos tomos deste perodo; a contribuio,
atns referida, dos termos repulsivos na variao de energia no processo de adio de um electro
extremamente importante num tomo de pequenas dimenses.
o Em todo o rigor o
ligo vai ser mto baixa pelo que a estabilidade dos compostos
3.17
Qumica Geral
3.6 Electronegatividade
A
propriedade periodica de maior importncia na previso do comportamento dos tomos
designada
pr
eledronegativi.dade
habitualmente
geg
L.
Pauling (ver captulo a) e pode definir-se como a tendncia de um omo numa molcul,o, para
rair a si os pares
de elec.tres partilhados.
Ao contririo
um
ser
medido
experimentalmente. Alm disso, sendo definida a patir do comportamento do tomo quando gado a
outro, no uma propriedade estritamente atmica. Como consequncia desta indefinio, existem
vrias escalas de electronegatividades das quais referiremos duas.
A primeira,
,,*g/9#&
Na equao
3.7
(3.7)
&
ionizao e a primeira
A equao 3.7
as
tendncias de um tomo para conserva o seu electro (U';; e cafurar um electro de outro tomo
(E),
ou seja, atrair a si o par partilhado. Desta definio deriva uma implicao importante: sendo as energias de ionizao em geral
muitos maiores em mdulo do que as electroafinidades (comparar os valores das Tabelas 3.4 e 3.5), a electroneeatidade maioritiriamente condicionada rela enersia de ionizaco.
na
conelao que deve exisr entre esta propriedade e o canicter inico da ligao. Esta escala seni definida rigorosamente no captulo 4, aps a introduo do conceito de carcter inico da gao qumica. As electronegatidades constantes das Tabelas Periodicas acessveis no mercado so as de Pauling. Nas figura 3.10 e
3.ll
da esquerda paa a direita ao longo do perodo (devidas ao tipo e gmu de preenchimento da orbital), de$asadas de um elemento, consequentemente,
o efeito
cancelado
e,
a electronegatividade
3. 18
Figura
3.10
o
4.5
4 J.l
2000
'tt
E3
6
rsoo
ot
2.5
i- tr
hF
Representam-se ainda as
I
H
el
r.s
o.s
0
,:i soo d F
rooo
'i
0
evidenciar melhor
correlao entre elas.
verificadas com a eneryia de ionizao: valores semelhantes, ou mesmo inverso da tendncia de variaio, do 3o para 4o perodo (consequncia do aumento
&
orbitais 3d) e do 5o
pra o 6o perodo
oitais 4/ e efeitos
relatistas nas energias dos electres 6p). Sendo a electronegavidade maioritariamente condicionada
Figura
3.1I
c)
3'5
^F3
9
a) )
-+-15
Electronegatividade
2.5
art , 3
tr
1.5
3.19
Qumica Geral
condiciona, em larga medida, o modo como estes se associam entre si, ou seja, o tipo da ligao
qurmica (cov alente, nica oa metlica).
Na Fig 3.12, os n+metais situam-se no canto zuperior direito da Tabeta Peridica- i.e., so
elementos com elevadas electronegatividades (excepo os gases raros para esta ultima grandeza). Estes
por um conjunto de
electronegatidades so intermdias (entre 1,8 e 2,2) e finalmente os metais so caracterizados por electronegatidades baixas, em geral inferiores a 1,8.
No-Metais
Metais
Fig 3.12 - Representao esquemtica da Tabela Periodica mostrando a correlao entre
E.
IA
Wa
valncia de um outro tomo (por ter uma electroafinidade elwada) e conservar os seus (por ter uma energia de ionizao elevada). Se esse outro tomo for tambm de um no-metal, nenhum dos dois
ceder os seus electres de valncia com facilidade, mas
obviamente a
prtilha
dos respectivos electres (aos pares), e estes asseguraro a ligao entre os dois
tomos. Este tipo de ligao, por partilha de oares de electres. omo se sabe designado por ligao
por outro lado, tivermos em presena um no-metal e um metal, este ltimo ceden com
maior facilidade (menor energia de ionizao) um ou mais electres (de bom grado recebidos pelo no-metal) e no
te
electres do tomo do metal (o Wal fican com czrga electnca positiva, designando-se
pr co)
para o no-metal, que fican com carga negativa (anio). Cargas elctricas de sinal contrrio atraiems, e este
tipo de ligo electrostica designado por ligao nica, A ligaco entre um metal e um
3.20
&
tomos
um conjunto de caties imerso num mar de electres que rssegum a coeso entre eles. Est tipo de ligao desigrrado
pr
ligao metca.
Consideremos agora dois ou mais tomos de um metalide. Q,tre tipo de ligao teremos entre
eles? Covalente ou meilica? E
&is
Procuraremos esclarecer eslas questes e outras nos captulos seguintes, onde mostraremos que
a ligao entre tomos tem em geral contribuies, designveis como covalente, inica e metlica, cujo peso relativo &pende das electronegatividades dos tomos envolvidos. De facto, hir utna nica ligao qumica, com potenciais contribuies dos trs tipos.
3.8. Problemas
3.8.. Problemas Resolvidos
I - Porque que o zinco Zn(30) tem um volume atmico menor do que o do cilcio
Resoluco:
Ca(20X
O volume atmico depende do raio atmico e este depende do nmero quntico principal, z,
ca zn
=20 =30
ts22s22p63r23p64r2
ls22s22p63r23p64r23dl0
l0
zubnvel 3d, que constitui um subnrvel interno. Em qualquer dos casos, os electres mais exteriores
so electes 4s, ou seja,
n = 4 ern anbos
os cas(N.
Calculemos agora o nmero atmico efectivo destes electres. Este dado por:
zeJ.: z _ s
em que o valor do coeficiente de blindagem,
regras devemos
estas
didir
3d
4s
3.21
Qumica Geral
Para um electro 4s do cilcio tm de se ter em cont as seguintes contribui@s para o efeito de blindagem: 0.35 para o outro electro 4s; 0.85 para cada um dos 8 electres com nmero quntico
principal,
Za$tZn
30 - (1x0.35
a seguinte:
segunda ionizao
do Ti
necesrio saber quais os electres que tm menor energia de ionizao e paa isso preciso
determinar anzo (Zaln)2 pa,a os mais energcos (3d e 4s).
Z"rQ4Tl)=2t
"s
- (1x0.35 +
1
.
lSxl) = 3.6
4t
| 5/
412
=9.6,
razo (Z"y /n)z , portanto, maior para um electro 3d do que para um electo 4s do
libertado o electro 4s e a configura$o electrnica do io Ti+ ser:
Titnio; na P ionizao
lsz
2s2 2 p6 3rz
p6 4tr 3d2
seguido para o primeiro; como o electro que saiu de um grupo de Slater exterior ao 3d" o nmero atmico efectivo sobre o electro 3d no se altera; vir enio para o electro 4s do io Ti*:
l0xl)
: 3.59
I n)2 = (3
elecffio 3d;
Fe
Z: 26
1s22s22p63t23p6 4t23d6
3*
3s2
sp6
+rl3d6
relativamente ao electro 3d pelo que s temos de recalcular (Z"1ln)z para o electro 4s:
Z"y
+ lOx 1) = 4.10
(Z a I n)2=(4.10/4;2=
95
trz zrz z p6
Conclaso importone: Apesar
sr2
p6 3d6
setem
iles orbiais 3d
Para saber qual o io de maior raio, se o Ti2* ou o Fe2*, basa ver qual o nmero atmico efectivo relativo aos electres mais exteriores pois em ambos os casos so caracterizados pelo mesmo nmero quntico principal (n=3). Como o raio de uma orbital dimin ligeiramente com o aumento do
valor de
(verFig.3.4),
pra
&Fe2)
14.75
O maior io
sen
fim do perodo
e baixas electroafinidades (o
superior com baixo Zsye gran& r). Consequentemente, os processos de captura, doao ou partilha de electres no so energeticamente favoveis, i.e., aqueles elementos no formam ligaes qmicas
estiiveis.
nos
Resoosta: Ao longo do perodo, como o nmero quntico que caacteriza o electro mais externo
constante o nico hctor que condiciona a variao da Energia de lonizao ( parte factores como o
grau de ocupao da oital e penetrabilidade) o Z"y. Ora, ao longo dos elementos representavos, aumenta de 0.65
Z"r.
(=l{.35)
3.23
I - Considere os seguintes
(i) o, F, Ne
(iii)
Se,
S,0
a) Ordene cada grupo por ordem crescnte de raio. Justifique com base na estrutua electrnica de
cada especie.
b) Calcule o nmero atmico efecvo relativo a cadaum dos electres que so remodos das especies
neutras pa.ra formar os ies de (iD.
c) Com base nos resultados anteriores coloque por ordem crescente as vrias energias de ionizao
postas em jogo na formao dos mesmos ies.
d) Como ordenar
as
Resposa:
a)
b)
2"7(2s,Be+) = 2,30
Z"J(2s,8*) =
2.95 2"1(2s,B1=
3.:O
c)
d)
2 - E4plique o facto de o tomo de azoto (Z=7) ter uma electroafinidade menor do que a dos tomos de
especies C-,
pra o N-
&
O ia o grau de ocupao
o mesmo e o Zerpassa a ser o nico factor importante runa vez que o nmero quntico principal o
mesmo em todos os crsos.
3.24
3o
Perodo e faa a
sua Energia de lu
Mg
7.6
.
AI
6.0 o.46
Si 8.2 1.24
P 10.5
cl
13.0
3-61
A
15.8
t, (eD
%
5.1
10.4
(evl
0.55
-2.4
0.77
2.08
-0.36
Reslnsta:
Sc*:
4s1
Sc2*:
Sc*: [Ar]
3.25
IV.i
ttolce
rv - Lr(;A<l ourr,ltcA
4.1- OB.IECTIV()S
..............
1
4.2- TNTRODUAo 4.2.1- Conceito de ligao qumica 4.2.2- Um Ou Mais Tipos dc Ligao Qumica? 4.2.3- A Ligao Qumica e a Equao de Schrodinger: Um Problema Equacionvel Mas cle Soluo Difcil 4.3- TEORIA DAS ORBTTATS MOLECULARES (T.O.M.) 4.3.1- Mtodo da Combinao Linear dc Orbitais Atrmicas (C.L.O.A) 4.3.2- Aplicao ao io I1 , 4.3.2.1- Critrios de Simplificao ............... ...................... 4.3.2.2- Determinao da Contribuio de Cada Orbital Atmica 4.3.2.3- Rcprcsentao das Orbitais Molcculares 4.3.2.4 - Avaliao Qualitativa das Energias das Orbitais Moleculares. Conceito de
)
4
^
6
1
1 10
t2
14
T6 18
Ligante e Antiligante 4.3.2.5 - Clculo da Energia das Orbitais Moleculares 4.3.2.6- Nomenclatura das Orbitais Moleculares ...--.......... 4.3.3- Aplicao a Molculas Diatmicas Homonucleares Peridica
20
22
4.3.3.I.L Molcula de f{ ,
4.3.3.1-2- "Molcula" de H er, 4.3.3.2- Molculas Diatmicas Homonucleares do Segundo Perodo da Tabela
z2
LJ
25 25
Peridica Molcula de Flor, F2 ................ Molcula de 02 Molcula de N2 .......... Molcula de C2. O abandono de algumas simplificaes ......................... 4.3.4- Aplicao a Molculas Diatmicas Heteronucleares ...................... 4.3.4.I- Exemplo da molcula de HF. Conccito de Orbital no ligante 4.3.4.2 - Consequncias da assimetria da nuvem clectrnica 4.3.4.2.1, - Momento Dipolar 4.3.4.2.2 - Percentagem de Carcter Inico da Ligao 4.3.4.2.3 - Electronegatividade 4.3.4.2.4 - Relao Entre Electronegatividade e Carcter lnico j '4 ' .4.3.4.2.5 - Relao Fntre Electronegatividade e Energia de Ligao
4.3.3.2.L4.3.3.2.24.3.3.2.34.3.3.2.4-
27
2S
29 32
-)+
35
35 36
-)t
38
POLIATOMICAS
...........
39 41
47
1a +)
4.4.2.1- Conceito de Orbital Atmica Hbrida 4.4.2-1.I - Representao das orbitais hbridas. Orbitais hbridas notveis: sp,
sP2, sP3 4.4.2.1.2 - Energtica das Orbitais Hbridas Notveis 4.4.3 - Molculas Poliatmicas Formadas por Um Elemento do 2a Perodo e o Hidrog-
11 47
.52
53
4.4.3.I - Oxignio
4.4.3.2 4.4.3.3 4.4.3.4 4.4.3.5 4.4.3.6 4.4.3.7
53
_.-5
- Azoto
- Carbono - Boro
,56
58
- Berlio
59
- Vantagens e Desvantagens da hibridao para os tomos do 2q Perodo ....... 60 - Melhorando a descrio das molculas j estudadas .................. 62
de de de de de de de
4.4.4-outrasmolculasenvolvendotomosdo2qPerodo..................
4.4.4.1- Molcula 4.4.4-2 - Molcula 4.4.4.3 - Molcula 4.4.4.4 - Molcula 4.4.4.5 - Molcula 4.4.4.6 - Molcula 4.4.4.1- Molcula Etano. CZHO .......... Eteno ou Etileno, CZH+..........
63 64 65 67 68 68
69
l{)
IV.ii
10
1T
72
t-t 14
15 76 78
fe
84 84
86
88 88
9t
93 93
IV.1
w - LrcAO QUMrCA
4.1 - oBJECTTVOS Aps o estudo deste Captulo, o aluno deve ser capaz..de:
i)
diagrama de energias clas orbitais moleculares de uma molcula diatmica, conhecidos os tomos envolvidos, recorrendo quer tabela peridica (e aos dados a contidos relevantes para esse fim: Energia de Ionizao e Elcctronegatividade) quer aos conhecimentos
Representar
ii) Extrar de um diagrama de orbitais moleculares de uma molcula diatmica toda a informao
possvel: Energia de Ionizao da molcula comparada com a dos respectivos tomos, Propriedadcs
iii) Fazer modificaes num diagrama de orbitais moleculares de modo a torn-lo coerente com a
informao experimental disponvel sobre a molcula a que respeita.
iv) Definir electronegatividade e correlacion-la com as propriedades peridicas dos tomos isolados.
v) Correlacionar electronegatividade dos elementos com a energia das ligaes que estabelecem.
vi) Correlacionar electronegatividade dos elementos com o grau de deslocalizao das ligaes que
estabelecem.
vii) Fazer estimativas de momentos dipolares de molculas diatmicas de ordem de ligao unitria
usando a tabela peridica.
halogneos, apresentando apenas ligaes o, pelo mtodo do enlace de valncia. A descrio deve
incluir: a) configuraes electrnicas dos tomos envolvidos "preparados para a ligao"; b) tipo de ligao entre os tomos e especificao das orbitais moleculares envolvidas; c) ngulos entre
ligaes; d) pares isolados.
ix) Descrever molculas poliatmicas contendo os mesmos elementos das anteriores mas apresentando
o e rL A descrio deve incluir todos os aspectos anteriores e ainda a do deslocalizado fl, se for caso disso.
liga<tes
sistema
rv.2
4.2- TNTRODUO
"O probema da ligao qumica no , no fundo, diferente
qumicos so, na realidade, sistemas formados pr um grgndg nmero de ncleos atmicos rodeados pr electres." F. Seel (L962).
compostos
IV.l):
(*
E:
Potencia
Fig.
de
de reter, desde j, duas expresses muito usadas no estudo da ligao qumica e que esto denidas na figura IV.L:
-pgggglqde lieaco: diferena entre a energia do conjunto de espcies no estado de menor energia potencial (isto , quando esto "ligadas") e o mesmo conjunto a uma distncia infinita (no ligadas).
IV.3
L I_ -
_-
r(r)
r
(rv .r)
Isto significa que quando a Energia Potencial apresenta um mnimo, F nulo, ou seja, h foras
de sinal contrrio (atractivas e repulsivas) que se anulam - que se equilibram - quando as espcies se encontram a uma distncia igual ao comprimento da ligao. Por isso se chama tambm a esta distncia
DISTNCIA DE EQUILNRIO.I
Por outro lado, atendendo conveno termodinmica, uma energia potencial decrescente com a distncia significa a existncia de uma fora resultante repulsiva enquanto que uma energia potencial crescente com a distncia significa a existncia de uma fora resultante atractiva (Fig IV.2).
Energia Fotencial
- - -
Fora
Fig. M2 - Evoluo da fora de interacdo e respectiva energia potencial em fwto da distnaa entre as duas espcies.
O estudo de qualquer ligao tem como primeiro objectivo perceber as razes da existncia das foras atractivas e repulsivas entre espcies, de modo a racionalizar o maior nmero possvel de parmetros tpicos da ligao: energia de ligao, comprimento da ligao, posio no espao relativamente a outras ligaes, polaridade, etc.
lDistncia internuclear de equilbrio se cada uma das espcies for mononuclear (tomos, ies), distncia intermolecular de equilbrio se se tratar de molculas,...
IV.4
Neste captulo abordaremos apenas as ligaes entre tomos e comearemos por um nmero reduzido - dois - aumentando esse nmero gradualmente-
de Ligao Qumica?
A ligao entre tomos frequentemente compartimentada em trs tipos de ligao: a COVALENTE - na qual a coeso entre os tomos assegurada pela partilha de pares de electres -, a INICA - resultante da atraco electrosttica entre ies com carga de sinal oposto - e a METALICA
-caracterizada pelo elevado nmero de ligaes que cada tomo estabelece.
As ligaes covalente, inica ou metlica so modelos da ligao qumica que se complementam;
isto , cada um deles permite compreender a formao e as propriedades de uma dada classe de
substncias. Estesmodelos, talcomo soconhecidos dosalunos, somodelos simplesque serevelamadequados
ao estudo de muitas propriedades qumicas da matria. Eles so, no entanto, insuficientes quando ir um pouco mais longe. Por exemplo, as substncias semicondutoras no podem ser encaixadas em nenhum dos tipos de ligao anteriores, apresentando caractersticas dos compostos
pretendemos
covalentes e metlicos simultneamente. Do mesmo modo, praticamente todas as ligaes ditas "cova-
lentes" entre tomos diferentes tm uma certa "percentagem de carcter inico" e, inversamente,
necessrio evocar algum "carcter covalente" se quisermos explicar as estruturas das substncias inicas e metlicas. Estas dificuldades resultam da compartimentao artificial da ligao qumica nos trs tipos
referidos.
O objectivo deste captulo apresentar uma perspectiva unificada e, portanto, mais realista da
ligao qumica. Nesta perspectiva, utilizaremos um nico conjunto de idias-base, surgindo os modelos covalente, inico e metlico como simplificaes (vrlidas em determinadas condies) deste conjunto
de idias. No entanto, de modo a mnter o nosso tratamento to simples quanto possvel, continuaremos a utilizar a linguagem e muitos dos conceitos adjacentes ao modelo tripartido da ligao qumica.
423- L Ligao Qumica e a Equao de Schrdingen Um Problema Equacionvel Mas de Soluao Difcil
"O problema da ligao qumica no , no fundo, diferente do problema da estrutura do tomo",
isto , a Determinao das Funes de Onda e das Energias de Electres sujeitos aco de vrios ncleos atmicos (em molculas ou cristais) no diferente da determinao das fun@es de onda e
energias de electres sujeitos aco de um s ncleo (em tomos). Para efectuar esta determinao apenas necessirio, em nrincpio, defnir e resolver a equao de Schrodinger adequada ao "sistema polinuclear" em questo, em total paralelismo com os sistemas
mononucleares (tomos isolados). Consideremos, como exemplo, a molcula de hidrognio, H2: os estados permitidos para os electres
I e2, na vizinhana
IV.5
<-
Repulso
<r+
Atraco
de dois ncleos,
I I
f(
2
-+-+-
2 \rl / 2
2 \lrl / 2
yr' azr'))'
2 \lI
l!r
+_(E_8.)V=0 h'
onde:
L o:-
Bnz m
(tv .2)
e2 e2 e2
Re
I (
e2
ez
p2\
=r
'
(rv .3)
puLsd"o
x,,!
x a,
a,
zr-
IV.6
As dificuldades prticas na resoluo da Eq IV.2 resultam essencialmente, tal como no caso dos tomos polielectrnicos, da complexidade da expresso matemtica da Energia Potencial, Ep, que descreve o sistema. Aqui a dificuldade ainda acrescida pelo facto de termos as posies dos ncleos
comovariveis
e
no podermos, por isso, separar sequer as funes de onda que descrevem o movimento
dos ncleos das que descrevem o momento dos electres. Esta primeira dificuldade , no entanto, ultrapassvel atravs da Aproximao de Born-Oppenheimer que consiste em considerar que os ncleos esto em repouso2. Os pontos A e B so, ento, xos um relativamente ao outro pelo que a Eq IV.2
depender apenas das coordenadas dos electres. Camos, ento, no problema do tomo polielectrnico em que a grande diiculdade separar as coordenadas dos vrios electres - aparecem sempre termos cruzados (co o ezlt1,y, por exemplo) na expresso da energia potencial - de modo a podermos escrever uma equao prra cada electro (o que equivalente a "engavetar" os electres em orbitais).
Essa separao , no entanto, possvel se fizermos aproximaes tal como
^o
j aconteceu para os
tomos polielectrnicos.
Y,,
energia que lhes est associada, Ei, e a distribuio espacial da nuvem electrnica relativamente ao eixo
internuclear.
Y,,
quadrado do seu valor num dado ponto de coordenadas x,y,z, representa a densidade electrnica nesse Tal como no tomo polielectrnico, estas orbitais so monoelectrnicas pelo que no tm em conta as repulses adicionais provocadas pela existncia de dois electres na mesma orbital. A energia total da
molcula ser, por isso, um somatrio das energias que cada electro teria se estivesse sozinho na orbitat
H vrios mtodos aproximados para o cilculo do conjunto das orbitais moleculares de uma
molcula. No mtodo da Combinao Linear de Orbitais Atmicas (C.L.O.A), de fcil utilizao numabase qualitativa, a estrutura electrnica dos tomos ligados (molcula) obtida partindo dos seguintes pressupostos:
i)
de
2Esta aproximao baseada na grande diferena de massas entre o ncleo e o electro que leva a que os movimentos nucleares sejam muito [entos quando comparados com os dos electres.
v.7
p,,
de todos
Yr:cr;Vr*
(fV'4)
iii) Os electres distribuem-se pelas orbitais moleculares de acordo com os princpios da Energia
Mnima e de Excluso de Pauli.
432- Aplicao ao io H)
Consideremos os dois ncleos, A e B, dos tomos de hidrognio sobre o eixo dos XX, distncia internuclear de equilbrio. As orbitais moleculares Y, so, na aproximao da C'L'O'A', combinaes lineares das orbitais ls,?-s,2p,3s, etc... de ambos os tomos de hidrognio:
V.,
(lV '5)
A Eq IV.5 demasiado complicada para nos ser til mas pode ser simplificada com base em
dois critrios:
Y,
y,
no "mistua" com a orbital ele teria em orbitais atmicas muito diferentes. Por exemplo, a orbital 1s coeficientes das orbitais 2s devido diferena de energia entre elas. Se numa dada orbital molecular os
1s so signiicativos, ento os das 2s so despreveis e vice-versa.
io
do Aplicando o critrio da semelhana de energias, podemos concluir que duas das orbitais H) so combinaes das duas orbitais ls dos dois tomos de hidrognio.
(lV '6)
j:r,z
IV.8
ii - Critrio da Coalescncia ,
atmicas se a sua coalescncia for no nula. Por outras palawas, a "misturan de orbitais atmicas exige uma interferncia no nula (construtiva ou destrutiva) das respectivas funes de onda.
Nas Figs IV.4 e IV.5 so apresentados alguns exemplos de combinaes (coalescncias possveis e impossveis, respectivamente.
,Y+
.K+
u
8- Pt
tais atmicas: s h
construtivas.
interfencias
+) \+\
\-/
*A..-/
IV.9
+ +
a*\
x
\
Pr-s
M5 - Coalescncias impossveis de orbitais atmcas : a interferncia constnttiva da zona tracejada anulada pela interferncia destrutiva da zona ponteada.
Fig.
W
Pz- Px
Retomando o exemplo do io de
H),
Yi
0=3,4,..,10) -
resultante da combinao das quatro orbitais atmicas (2s, 2px, 2W, Zpr) de um dos tomos de
hidrognio mais quatro idnticas do outro tomo - pode ser simpliFrcado e desdobrado em trs subgrupos, utilizando o critrio da coalescncia (Eqs IV.7, IV.8 e IV.9).
V; :
czp*(n).1lU2p*(B)
(lV '7)
j :3,4,5
e 6.
IV.10
(rv .8)
(rv .e)
j:9
e 10'
polielectrnicos, esta degenerescncia , como se sabe, levantada aumentando a diferena de energia entre as orbitais 2s e2p com o aumento do nmero atmico. , portanto, de esperar que, a partir de um determinado valor do nmero atmico, se possa desprezar a "mistura" 2s-2p, de acordo com o
(rv .ro)
i=3e4
Y
(lV 'lI)
Com esta simplificao, obtem-se a representao mais elementar das orbitais moleculares numa molcula diatmica homonuclear, ou seja, cada orbital molecular obtida combinando duas orbitais atmicas apenas.
Uma medida da contribo de cada orbital atmica, Y r, o valor do coeFrciente c,. r. Dado que
Vi
Y2du
Y
a
probabilidade de encontrar o electro em todo o espao. Esta probabilidade tem, por isso, de ser unitria; logo:
f v'a,:
(rv .12)
IV.11
f *'^d"u: r
\:
f 'v"o' =
(rv .r3)
aP
a* calPs
V
na Eq IV.12 por IV.14, obtem-se:
(rv.r4)
Substituindo
*^
r'^du*
rt,
f
f
v'ra,*zc
nr,
f , ^'t1t rd.u = |
(1r.1s)
^9
c'A* c'B* 2c
tarJ
,t, ^r1t
,du:
I
adu, muito menor do que
O integral de sobreposio, S = { V
aproximao S =0J
a unidade, legitimando a
c2^*
'r:
(rv .r6)
A e B so iguais, a Eq IV.16 tem duas soluoes
distinta:
3Em todo o riqor. se S:0 no h ligao: se o integral de sobreposio for nu.lo tamtm o integral de ressonncia - oue dfiniremos mais adiante e que nos vai dar uma medida da energra 9e hgaao - sera nulo' para a molcua de hidroenio, por exemplo, s no se desprezar o valor de S os coeticientes cA e cB passam i", = 1,11 e cS : 0J i", de c4 : cg :0,7I. O eiro relativamente grande, neste caso, porque a " "4 h sobrep'oio grande mas "^' muitas molculas em que ser, de tacto, pequeno' 4As soluescr = -
s solues
1e 2
tv.t2
Soluo
1: V-
(rv .17)
2: V-
(rv .r8)
Combinmos duas orbitais atmicas, resultaram duas orbitais moleculares, de acordo com a regra: nDa combinao de n orbitais atmicas resultam n orbitais moleculares.".
A orbital V- uma
interferem
V-
g1 e gs
(interferncia
Naorbitalr-,aprobabilidadedeencontraroelectro,Y]du,mximanaregiointernuclear
(Fig IV.6.a2). Pelo contrrio, esta probabilidade, na orbital V -, mixima fora da regio internuclear
(Fig IV.6.a2)
IV.13
b1
Fig. M.6 - Representado das Orbitais Ya e V- : a - Funes de onda, segmdo uma direco doespao, dos ritomosAe B isolados; aL- Funo deondamolecular (damolculaAB) obtida por soma das du.as funes de onda atmicas; a2 - Quadrado da funo de onda molecular Y+; D - Funo de onda do tomo A e simtrico dafuntio de onda do tomo B; b1 - Funo de onda molecular (da molculaAB) obtida por dierena das duas funes de onda atmicas; b2 - Quadrado dafuno de onda molecularY-.
IV.14
\-.
e
432.4 - Avaliao Quatitativa das Energias das Orbitais Molecularcs. Conceito de Ligante ligante
Anti'
atraco simultnea de ambos os ncleos. A sua energia portanto menor do que na orbital 1-s, no tomo isolado. Pelo contrrio, na orbital V -, o electro "afastado" da regio internuclear, sendo,
assim, menos atrado pelos ncleos. Consequentemente, a energia de V - maior do que a da orbital
1s.
A
Fig.
M.8 - ConseEtncias de o Electriio Estar ou No na Regiiio Intemuclear (InteryretaAo Electrosttica): a) A existncia do electro na zona ente os nitcleos (regio intemuclear) leva
oo aparecinento de duas foras de sentidos opostos a actLtar sobre os ncleos que oslevam a evoluir espontaneamente no sentido de se aproimarem; b) A existncia do electriio numa zona eJcteior regiao intemuclear leva ao aparecimento de duas foras a acfiiarem sobre os ncleos, com o mesmo sentido; como o electro est mais longe do ncleo A do Ete do ncleo B a fora exercida sobre A menor do que a exercida sobre B e por isso os ncleos vo evoluir espontanearnente no sentido de se afastarem.
ry.15
V.
numa perspectiva
electrosttica (e, portanto, sobressimplificada). Em a), a distncia entre os tomos A e B grande e, portanto, as interaces mtuas so fracas. Em IV.9.b) aproximam-se os tomos e estas interaces
A)
dominantes, isto
, lE
ro,,
l,lE r,"r.j.
continuando
electro-electro aumentam rapidamente, igualando as atractivas a uma dada distncia - a distncia internuclear de equilbrio, r.r.
f a\ t-
\l;
\--=\
/+
\i
-?
-'r'
,._!
Fig. M.9 - Descrio Electrostttica da Formaiio de Y .: a.- Interaco nula; b.- A interaco
depende da catga rutclear efecva; c.- dist.ncio intemuclear de equilbrio a energia mnima e o somatio das foras nulo.
as energias das
IV.16
Y. e Y-
(E
eE
-)
V-
A ttulo de ilustrao vmos efectuar a determinao das energias, no caso simples das orbitais e Y - dadas pelas equaes IV.1"7 e IV.18.
HV:
onde
1
EV
representa o operador hamiltoniano.
(rv .re)
rv.l7
Se
HV,: t*V*
H'V - =
F-VV-
Para determinarmos
esquerda e integramos a
todo o volume:
rf- HY V-
,d.u = E -
Yidu
(lV .22)
(tv.23)
por um integral do tipo do da F,qlY 23, designado Integral
, -:
rf * v",]"[,va* v ; I tt IL#,v,
)a,
::U
Mas:
I
v^Hv^du- l*,H1t,du-
*^Ht4t"d.u-
f r,urp^au)
(rv .24)
)v^Hliu,qdu=E^
e
J,tHrlt,d.u=E,
IV.18
Como as orbitais
e.r
eU
a so iguais, .8,
t = r, ( ',"- energia da
1t
nH
rlt rclu
: V nH p nau : 95
*:
E r..+3
Identicamente, concluiramos:
(rv .25)
(rv .26)
E-:Er"-13
As Eqs [Y.25 e IV.26 do-nos as energias das orbitais moleculares em funo das energias das orbitais atmicas e de um parmetro F que ajustado aos dados experimentais.
V- maior
(Fig IV.11).
{----
vt
\ \
lpl
tpt
Fig.
'l\
I
:!\"
+'-,
\
I I
I I
I
I I
M. I I - a) Diagrama representando
as energias das
orbitais Y
te
-,
distncia internuclear
de equilbio,
V-
432.6- Nomenclatura das Orbitais Moleculares Tal como as orbitais atmicas por o(sigma), n (pi), (delta), etc....
se desigram por s, p, d, ..., as orbitais moleculares designam-se
5p designado integral de ressonncia e uma medida da sobreposio (coalescncia) das orbitais. Assim, se recordarmos as situaes representadas na Fig IV.5, corresponder-lhes- um valor de Bpraticamente nulo enquanto que s representadas na Fig IV.4 corresponder um valor de p finito.
TV.19
Quando uma orbital molecular se pode considerar resultante da combinao de apenas duas
orbitais atmicas, uma de cada tomo, usual representar, em ndice, essas orbitais atmicas. Por exemplo, o (combinao de duas orbitais ls), o , o,(duas orbitais 2p*), 6 t,_ z p *(uma orbital ls com
1
uma 2p;,), nr,," (duas orbitais Zpy), etc. As orbitais antiligantes so diferenciadas das ligantes acres-
"
(Fig IV.13).
o.o
1s 1s
Fig. M.12 - Orbitais Moleculares o
t
"
6'r
".
Oa O Oa O
P+
p
P-
o.,i D
maiorpata
as
OiO
t-
t c_)
par de tomos
Fig. M.13 - Oitais n. A sobreposio de oitais quando se aproimam lateralmente (como neste caso) menor do Ete no caso da aproximao frontal (orbitais o); Iogo, para um dado
[3
oitais
IV.2O
A estrutura electrnica do io
Hl
foi dito,
ol".
3- Generalizao das solues obtidas a tomos com mais do que um electro (tomos polielectrnicos), utilizando regras e postulados para ordenar em energias e depois preencher as orbitais
atmicas. Para as molculas diatmicas homonucleares fizmos j:
1-
U)).
Segue-se, agora, a generalizao dos resultados a molculas diatmicas com mais do que um
electro.
tv.2t
trtffi
t t
frzpy,'
,2p
". 4jP---"
2s
Fig. M.14 - Diagramo de Orbais Moleuilares, para uma Molcula Diatmica Homonuclear Admitindo a Simplificao Mxilna no mtodo CLOA da TOM.
homonuclear (dadas pelas Eqs IV.6 e IV.8 a IV.11) segundo a qual cada orbital uma combinao linear de duas orbitais atmicas, uma de cada tomo. Embora esta representao seja vlida apenas quando
tv.22
"mistura s-p"
se
p so suficientemente
exigirem.
, h dois electres
qualitativamente idnticas s do io H
De acordo com os princpios da Energia Mnima e de Excluso de Pauli, ambos os electres ocuparo a orbitalo 1" matendo os seus spins anti-paralelos (Fig IV.t5).
i.
A configurao electrnica da molcula , portanto, o?". A ORDEM DE LIGAO, define-se como a semi-diferena entre o nmero de electres em orbitais ligantes, N, e o nmero de electres em orbitais anti-ligantes, N*. A ordem de ligago na molcula de H, igual a um, o que equivale adizer que a ligao simples.
E;(Hl
E; (H)
1s
-Ei(H2)
M.15 - Diagrarna das Oitais Moleculares de Menor Eneryia da Molcula de H r. Configuraiio electrnica: al Ordem de ligao : 1. ";
Fig.
De um diagrama como o representado na Fig IV.15, ainda que com carcter meramente qualitativo, para alm da informao sobre a ordem de ligao podemos ainda extrair outras
informaes importantes sobre a molcula:
tv.23
i) Propriedades magnticas da molcula: tal como nos tomos, se houver electres desemparelhados (sozinhos numa orbital) a molcula ter propriedades paramagnticas.
ii) Energia de ionizao da molcula: permite compar-la com a energia de ionizao dos
tomos que a compem, desde que o grau de ocupao das orbitais de onde saem os electres seja
o mesmo.
Podemos ento concluir ainda que a molcula de H
sua energia de ionizao superior dos tomos de hidrognio (vide Fig IV.15).
433.12- "Molcula" le H e,
O Hlio 1fs2) e o segundo (e ltimo) elemento do primeiro perodo da tabela peridica. Consideremos a molcula diatmica de He2. Os quatro electres a distribuir ocuparo as duas
orbitais de menor energia s e ;s e a ordem de ligao
,
,'
/ Yrl-.
\-/
ots
tt
E
1s
1s
He
He
He.
Fig.
de
Her:6'r,'r,'.
Ordern de ligaao
(2-2)12 :
sabido que o Hlio um gs monoatmico nas condies PTN (no formando molculas diatmicas). Arazo para este comportamento ressalta imediatamente da Fig IV.16. De facto, na formao da molcula a partir dos tomos isolados, a energia de dois dos electres diminuiria de,
se no existissem repulses mtuas e a energia de cada um dos restantes dois electres aumentaria tambm de p7. A molcula seria isoenergtica com os respectivos tomos isolados.
[3
As repulses interelectrnicas no so, no entanto, nulas, sendo maiores para os electres ligantes
[3 :
seriade 3 /( I - S)
\v.24
que se encontram a menor distncia mtua por estarem confinados regio internuclear. A
molcula de H
de He separados, no sendo,
Her.
oi" fica apenas semi-preenchida (vide Fig IV.17). consequentemente, menor do que a dos tomos isolados.
a distribuir), a orbital
energia do io
E
1s
He
Her*
Het
de ligaao
(2-I)/2 :0,5;
Na Tabela IV.1 mostra-se a correlao entre a ordem de ligao e a Energia de Ligao das
molculas do primeiro perodo. Como seria de esperar, a energia de ligao aumenta com a ordem de ligaoE.
Molcula io)
Ordem de Lisao
1.t2
1
{z+
H2 H.ez+
6I
103
U2
0
60
He
Tabela
Tabela Peridica
de
8 de nota., no entanto, euo Energia de Ligao no depende s da Ordem de ligao mas tambm
13
; o valor deste pode variar muito de molcula para molcula, como veremos adiant.
tv.25
oi, devida
:
A conhgurao electrnica
o ?, o
,'
o 3., o
),'
o'r
"
n) r .'
o ) r o,
o
"ntr,
IV.:2
-Er(Fz
-Er(F)
/ rl\
z-.
O.
,,,
'
D-oz"--"'
Fg. M.18 - Diagrama de Orbitais Moleculares do F2. Ordem de Ligao Diamagtica; E ,(F ,) < E ,(F ) (vide Tabela IV.2)
(10-8)12
1;
rv.27
43322- Molcula
2 o;s
^. ^,
de
02
2s
""
n'
-Elo2\
-Er(O
1s
o
Fig.
o2
M.l9 - Diagrama
(10-6)/2
de orbitais moleculares da molaila de O2. Ordem de ligaao 2 (Ligao dupla); paramagntca; E ,(Or) < E ,(O) (Vide Tabela M.2)
tY.?
43323- Molcula
o t ? t
de N2
KK
oi,
\/
O\
)o
rr.
-^9, (N)
-.E'r(Nr)
,'---r.
''
,,.--.\ * / , t\Ois
\--l
i | /---'
t'
"'
%---'i
ls
N
Fig. M.20 - Diagrama de orbitais moleculares da molcula de N2. ordem de ltga,o (10-4)12 : 3 (Ligaqotripla); diamagnticai E,(N ) > ,(N) (WdeTabelaIV.2)
tv.29
O r
0\
2s
ls
c
u2
Fig.M.21-DiagramadeorbitaismolecularesdamotculadeC2.Ordemdelgao: (8-4)12
(o para-
IV.30
Experimentalmente, verifica-se que a molcula diamagntica - em contradio com a previso derivada do diagrama da Fig IV.21. Isto significa que a simplificao mixima do mtodo CLOA nos conduziu a um diagrama que no vlido neste caso.
Faamos ento, novamente, o percurso contrrio ao seguido desde a Eq IV.4 Eq tV.11: a
ltima simplificao feita foi precisamente a separao das orbitais s e p admitindo que a sua diferena de energias era suficiente para justificar a aplicao do Critrio da Semelhana de Energias. Nenhuma demonstrao, no enta[to, foi feita sobre a validade desta suposio.
Espervamos ns que a sua eficcia previsiva de propriedades viesse a constituir suporte suficiente para ela.
d";'"o-pli""o" iniciat
e 2po
participam simultaneamente na construo de uma mesma orbital molecular (que h "mistura s-p").
Obtm-se, assim, quatro orbitais moleculares de forma genrica (vide Eq IV.7):
i:
s,
Qualitativamente, a nica consequncia que esta alterao de atitude tem para o diagrama de orbitais moleculares situa-se na zona de energias entre E'25 e E2p @ig 1Y.22'):
IV.31
-Ei(C)
-E;(C2l
!2rr,,
t ols
o,ts
1l c
1r
c2
Fig, M.22 - Diagrama de orbitais moleculares tendo ern conta a "mistura s-p". A existncia de duas orbitaismoleculares namesmazona do espao (regio intemuclear) tomauma delas mais"insttvel" doque oesperado; da quepossaultrapassar (emenerga) as orbitaisnligantes. Para no tomar muito pesada a simbologia das ofuitais moleculares resultantes de mas do
que duas orbitais atmicas deixamos de incar em ndice a sua origem e passamos a atribuir-lhes um nrnero de ordem (crescente com a ene@a). Este diagramapermite prever correctamente o diamagnetisrno da molcula de CV
tv.32
olo,2 o3o)'(n3,,n3,")
As previses sobre a ordem de ligao e sobre a energia de ionizao no se alteram mas a molcula agora diamagntica, de acordo com os restados experimentais.
interessante veri{car que as previses feitas para as molculas deF2, 02 e N2 seriam exactamente as mesms se tivssemos uilizado o diagrama da Fig Y.22; assim, o bom acordo obtido entre essas concluses e os resultados experimentais no pode ser tomado como prova de
que a mistura s-p pode ser desprezada nessas molculas; significa apenas que a informao que
podemos obter sobre a molcula no afectada por esse fact& e podemos, por isso, usar o modelo na sua simplicidade mxima.
Para terminar
resta-nos apresentar os resultados experimentais mais sigrrificativos sobre estas molculas e que
(xz\
F2
(KImol-t)
1 510
Ei(xz)
(Klmol-r)
1 681
E(x)"
Ord.
En. Liga-
Lis.
1
ao _ Klmol-r)
1s455
493,59
O2 N2
C2
Ltil
1 503
,|
t3t4
L 402
1
Paramaptica
Diamagntica Diamagntica
2
3
94L,69
086
t,24
Tabela M.2 - Enerya de ionizatio de molculas diatmicas do segtndo perodo, comparadas com as dos respectivos rtomos, Propriedades Magnticas e Energia de Liga,o.
E4 e Eg
tais que
ER < EB.
%, de notar que esta afirmao no seria vlida para um fsico que necessitasse de conhecer com rigor a estrutura electrnica dessas molculas. No mbito deste curso, interessa-nos apenas a parte da estrutura electrnica que mais directamente influencia o comportamento das molculas umas relativamente s outras, ou seja, a "arrumao" dos electres mais energticos.
IV.33
Ercet
8.
Tal como para as molculas homonucleares h duas combinaes linssves, distintas, de rp,
; s
ePa
que neste caso os coeficientes no so iguais (a participao de uma e outra orbital atmica vo ser
Y*=0V,a*bVa
o>b V_:bea-opr
se
E^<Eu
Isto significa que nm electro na orbital molecular ligante ter um "comport"-ento" semelhante ao que teria no tomo de A (tanto mais semelhante quanto maior for a diferena entre o e b; por sua vez a diferena entre a eb tanto maior quanto maior for a diferena entre E6 e Ep) enquanto que na orbital anti-ligante ter um comportamento semelhante ao que teria no tomo de B. Por outras palawas, a orbital ligante ter um contorno de isoprobabilidade semelhante ao da orbital g, (Fig IV.2a) - o electro nessa orbital ser mais "vizinho" do ncleo A do que do ncleo de B.
v.34
a) Orbitais o
b) Orbitais z
A. o*=Y-
o o
n*=v-
=V+
O O
B.
ls do hidrognio
a
.A
n =V+
Fig. M.24 - Supeficies de isoprobabilidade de orbitais moleculares o e n, ligantes e anti-ligantes, numa molcula diatmica heteronuclear em que A e B so os mesmos do diagrama representado na Fig 1V.23.
43.4.1- Exemplo da molcula de HF. Conceito de Orbital no ligante Considere-se, somo exemplo de molcula heteronuclear, a molcula de cido fluordrico, HF.
As energias de ionizao do hidrognio e do flor so, respectivamente, 313 e 402 Kcal mol-1.
Consequentemente, a energia da orbital excede a energia da orbital 2p do
Assumindo, arbitrariamente, o tomo de hidrognio sobre o eixo dos XX, as orbitais ls, 2s, 2pt e 2p2 do tomo de flor praticanente no so alteradas. Na molcula de HF existiro assim orbitais idnticas s do flor. Estas orbitais so desigrradas ORBITAIS NO LIGANTES, oo1 our2s
IV.35
0 13,6
eV
,, 2o*
1s
-'
,o
r r.F \i-7
ao
nl
HF
Em consequncia da assimetria da orbital ligante o (ver Fig IV.24), o tomo de flor adquire uma carga negativa parcial,
- e, o hidrognio a cirga
elctrico.
IV.36
Um dipolo elctrico caracterizado pelo momento dipolar, definido como um vector, dirigido da carga negativa para a carga positiva, cujo mdulo igual ao produto da carga, q pela
distncia entre os baricentros das cargas, cl (igual distncia internuclear no caso das molculas diatmicas).
o
qi
, caso
o
se o tomo
Fig.
M.26-Dipotoelcnico;
I I:
q x .l
:+q
I ,6 x I O-reC
o par partilhado. Este caso corresponderia ao limite da ligao inica e a energia da orbital molecular ligante seria igual energia da orbital V, .
O momento dipolar mximo, tambm desigrrado por momento dipolar inico,
[,,
dado
16-10m) - ordemdegrandeza
+q
e-q
A "contribuio inica" pode ser estimada a partir do momento dipolar experimental da molcula, p, e do momento dipolar que ela teria se fosse inica pura, p. . A fraco de carcter inico, r, de um ligaao dada pela rao entre aqueles momentos dipolares:
q
e
e o/oc,i.,:rxloo
(rv .28)
rv.37
Se a
Q ou seja, o
momento dipolar
nulo (ligao
apolar), e por isso a percentagem de carcter inico nula - temos uma ligao covalente pura.
Nolimiteinico,q:e,logoomomentodipolardaligaaooinicoeapercentagemdecarcter
inico 100 - teramos uma ligao inica pura.
3.4 2
3 - Electronegatividade
Uma outra consequncia da assimetria da nuvem electrnica o aparecimento do conceito
por L. Pauling e pode definir-se como "a tendncia de um tomo numa molcula, para atrair a si
os electres".
Ao contrrio das outras propriedades at agora estudadas e relacionadas com esta - a energia de ionizao e a energia de afinidade electrnica, quantitativamente bem definidas - a electronegatividade aprece como um conceito qualitativo que no se pode por isso medir; mas se no se pode de qualquer modo quantificar, o conceito no ter grande utilidade prtica. Assim, o passo seguinte foi a tentativa de o traduzir por um nmero. Uma das primeiras tentativas foi feita precisamente por L. Pauling e baseia-se na correlao que deve existir entre esta propriedade e o carcter inico da ligao: se na iigao entre dois tomos A e B no houvesse carcter inico (se fosse covalente pura), ento a energia de ligao
Ea4
derul.a
Ee-A e En-A.
inica, a ligaao
Ea4
L:
deve ser uma medida da contribuio inica para a energia de ligao Ee-S. Est4 por sua vez,
ser proporcional diferena de electronegatividades entre A e B,
|
^-r-
mdia entre
^-^
"_"
(rv .2e)
* - * tl. Para
^
ter um conjunto
coerente de valores verificou-se, empricamente, que a mdia tinha de ser geomtrica (e no aritmtica) e que a 1az quadrada de A que directamente proporcional diferena de electronegatividades:
l* ^- x"lo E t-s-
,l E
^-
^x
E s-r))
(rv.3o)
fora-
feitas sendo
uma das mais populares a de Mulliken que deFrniu a electronegatividade de um tomo como sendo
IV.38
E,(tl)* ,r (
"(A)
(rv .3r)
onde,eEoso,respectivamente,aprimeiraenergiadeionizaoeaprimeiraenergiadeafinidade electrnica (entendida como a energia de ionizao de ordem zero) do tomo A. A Eq IV.31 traduz o conceito intuitivo de electronegatividade como parmetro que mede simultaneamente as
tendncias de um tomo para conservar
(,)
e capturar electres
(f"
).
As duas escalas atrs descritas enfermam de um mesmo defeito: da definio de electronegatividade resulta que ela no uma propriedade de um tomo isolado mas sim de um tomo ligado; ora, como veremos, o tomo no utiliza sempre as mesmas orbitais para se ligar aos vizinhos (o grau de mistura s-p depende da energia das orbtais do tomo vizinho); far por isso sentido falar nas electronegatividades de um dado elemento enquanto que qualquer destas escalas produz
um nico valor para cada elemento.
orbitais mas ficaria fora do mbito deste curso a sua abordagem. As electronegatidades constantes das Tabelas Peridicas acessveis no mercado so as de
Pauling.
Canicter lnico
fenmeno, natural que, independentemente daescala de electronegatividades usada, seja sempre possvel estabelecer uma correlao entre as duas. As correlaes at agora estabelecidas tm-no
sido numa base emprica; duas das mais populares so as de Hannay & Smith:
/oc.i.:
e a de
1lt"-
L. Pauling:
^l*
3,51x
,-, ^l'
4 ))
(tv .s2)
(rv .3s)
IV.39
:l gl
-l -tT
cl
1l
I L
(-
(.rr-xr) (-)
(x ,- x )/f( -, * (xr-x)/f(-r*_,
-t
2) ^)/ ^)/21
Fig. M.27 - a) Fraco de carcter inico em funo da diftrena de electronegavdades -funo M.33. b) Fraco de carcter segundo Pauling: () - valores ryerimentais;
(*t-xnlt7x,t+x)/2f r: ( I - exp(-[(x, - x
experimentais.
electronegatividades normalizada
);
^)/(x
note-se Erc a cwva a cheio que traduz a conelao ( 1+ x /2f2 / 4)) ) est muito mais prima dos pontos
tabela de correlao entre as diferenas de electronegatividade e a percentagen de carcter inico contidas em algumas tabelas peridicas baseiem-se normatnente na Eq IV.33. Os valores de Vo c.i. a contidos podem, por isso, estar longe de traduzir a Vo c-i. experimental mas para rma mesma famflia de compostos d-nos, pelo menos, valores relativos correctos.
43.42.5 - Relao Entrc Electronegatividade e Energia de Ligaao Pelo que foi dito nas seces anteriores poder-se-ia ficar com a idia de que a electronegatividade de um elemento s seria importante se ele se ligasse a outro elemento diferente dele.
Isto no corresponde de todo verdade: quando se liga a um tomo igual, a electronegatividade do elemento vai determinar o "grau de atraco" que cada um dos tomos vai exercer sobre os seus electres e os do vizinho: quanto maior a electronegatividade do elemento maior vai ser essa atraco, ou, em termos mais exactos, maior o integral de sobreposio, B, e, portanto,
pra uma mesma ordem de ligao, maior a energia de ligao (Fig IV.28).
IV.zl0
v/\ /\ \/
v-
-v"-Jl
\
tr-*'I
Y+
t{^.
\1
\___,,
V+
t_J
V+
-tr(A.A)
(c,c)
Fig. M.28 - Influncia da electronegatividade sobre o integral de sobreposiiio, ou seja, sobre a energia das oitais moleculares de uma molcula diatmica homonuclear.
Por outro lado, quanto maior for a diferena de electronegatividades, maior a diferena de energias entre as orbitais a combinar e, pelo critrio de semelhana de energias, maior a diferena entre os coeficientes
IV.41
ry_
1l 1\
o |
ir
\,,
Y_
I
I
q,
t rl \l \1
\1
t-l
Y+
ol
I
I
{ol
Y+
Y+
xe-xe
xpxc
xa-
xo
i#;iiii';:;^y;:;:;::::::::esatividadesnaeneryiadasorbitaismotecutares
X
4.4
J ;-
'->-,'
. MOLCULAS POLNTMICAS
A TOM/CLOA aplicada a um conjunto de tomos superior a 2 conduz-nos a uma complicao ainda maior do que no caso em que tamos apenas dois tomos pois cada orbital molecular resultar
da soma de todas as orbitais atmicas de cada um dos tomos; logo, mesmo com os critrios simplificadores da semelhana de energia e da coalescncia mxima, para cada orbital molecular vo contribuir tantas orbitais atmicas quantos os tomos que formam a molcula.
Felizmente, tambm neste caso possvel fazer simplificaes: vimos j que quando dois tomos se ligam a regio internuclear v a sua densidade electrnica reforada enquanto a regio fora dos ncleos v essa densidade enfraquecida e que isto tanto mais acentuado quanto maior for a electronegatidade dos tomos envolvidos e maior for a coalescncia das orbitais envolvidas.
[v.42
3a
por isso repulses internucleares e interelectrnicas muito fortes) para que haja uma sobreposio no nula das suas orbitais de valncia com as orbitais dos outros dois tomos usadas na criao da orbital molecular j formada (Fig IV.30)
Fig. M.30 - Representao esquemtica da "dificuldade" de um tomo (C) sobrepor a sua orbital atmica a uma orbital molecular jformada entre duas orbitais atmicas de A e B.
Isto permite ento introduzir uma outra simplificao denominada das Ligaes Localizadas que consiste em dizer que para cada orbital molecular duma molcula poliatmica s contribuem orbitais atmicas de dois tomos; ou seja com esta aproximao vamos combinar sempre os tomos dois a dois. Esta aproximao, pelo que j foi dito atrs e representado de forma ultra-esquemtica na Fig
IV.30, tanto mais grosseira quanto menor for a coalescncia das orbitais envoldas ou seja, quanto menos frontal for a coalescncia (como acontece nas orbitais em que ela lateral) e quanto menor for a electronegatividade dos tomos envolvidos. 4.42 - Outras Simplificaes. Enlace
de valncia
No mbito deste curso, nunca demais repeti-lo, o grande objectivo racionalizar algumas propriedades macroscpicas da matria atravs da sua constito microscpica. Por razes que compreenderemos adiante, dada a composio qualitativa de um composto interessa-nos, pra cumprir esse objectivo,
- saber pever qual a "capacidade de ligao" de um dado tomo, isto , o nmero de ligaes que cada tomo pode estabelecer. Este conceito com a aproximao das ligaes localizadas).
molculas diatmicas; s que agora podem estabelecer-se com diferentes tomos (de acordo
em face da capacidade de ligao dos vrios tomos envoldos no composto saber prever a proporo em que se ligam (estequeometria do composto) e, no caso da formao de molculas,
saber prever a sua atomicidadelo.
Ifum muitos casos a resposta a estas duas questes est longe de ser nica como teremos oportunidade de observar.
rv.43
Disposio espacial de cada tomo relativamente aos outros (geometria molecular, estrutura cristalina,...)
Cumprir estes objectivos com o formalismo da TOM/CLOA - mesmo com as simplificaes j introduzidas para as molculas diatmicas - tornar-se-ia muito pesado pelo que vamos levar essa
simplificaao mais longel/. Para isso analisemos algumas das concluses qualitativs que podemos tirar da aplicao da Teoria das orbitais moleculares, calculadas pelo mtodo da Combinao Linear das Orbitais Atmicas,
descrio da ligao entre dois tomos:
i) Os electres das camadas mais internas vo ocupar orbitais moleculares cuja energia
praticamente
igual das orbitais atrnicas que lhes deram origem; para alm disso, o nmero de electres internos ligantes sempre igual ao nmero de electres internos anti-ligantes pelo que a sua contribuio para a ordem de ligao nula.
ii) A ordem de ligao (ou multiplicidade da ligao) , por isso, sempre determinada pelos electres de valncia e, nos casos em que o resultado obtido independente da existncia ou no de
mistura s-p, igual ao nmero de electres desemparelhados em cada um dos tomos (L no
tomos como a coalescncia (enlace) de duas orbitais atmicas semipreenchidas (uma de cada tomo) da amada de valncia (ou, alternativamente, como a coalescncia de uma orbital atmica de valncia
totalmente preenchida com uma totalmente vaga tomando, neste caso, a desigrrao de Ligaao Dativa).
em mente que as simplificaes tm sempre como preo uma diminuio do rigor 12No confundir esta designao com a de Teoria do Enlace de Valncia que, embora tenha um ponto de partida semelhante faz em sguida um tratamento quantitativo com a ferramnta da Mecnica Quntica (ver Apndice IV.l)
llTendo, no entanto,
v.44
Note-se que, nesta abordagem, a atitude de partida para tratar o problema da ligao qumica
TOM/CLOA
Combinam-se todas as orbitais atmicas de um e de outro tomo, independentemente do nmero de electres que contenham (0,1-,2). Todas as orbitais atmicas de um tomo se combinam, em -princpio, com todas as orbitais atmicas do outro para formar cada uma das orbitais moleculares. A combiao das orbitais duas a duas surge como resultado de simplihcaes extremas.
ENLACE DE VALNCIA
Combinam-se apenas as orbitais da camada de valncia contendo 1 electro, uma de cada tomo.
Todos os electres da molcula esto em orbitais moleculares (mesmo quando elas tm caractersticas muito semelhantes s que tinham nos tomos isolados so chamadas orbitais moleculares embora no ligantes).
S h electres lieantes e atmicos oue poderemos desgnar de no ligant3 para aproximar as duas linguagens).
Para clarificar melhor as diferenas entre as duas abordagens analisemos os resultados obtidos para as molculas diatmicas do 20 perodo descritas por uma e outra, em termos de contornos de isoprobabilidade, na Fig IV.31:
IV.45
T.O.M.
E.V.
c
2
c(
7
ll
)'c
Fig. M.31 - Representoo esErcmtica dos contomos de isoprobabilidade dos electres mais erctemos das molculas de F2 02 N2 e C2usando a TOMICLOA e o Enlace de Valncia.
w.6
i) Nas molculas de F2eO2, que possuem electres antiligantes quando descritas pela TOM/CLOA,
passam a haver apenas electres ligantes (com menor energia do que possuam nos tomos
isolados) e electres atmicos (com a mesma energia que tinham nos tomos isolados); logo a
descrio pelo Enlace de Valncia levar-nos-ia concluso de que a energia de ionizao destas
duas molculas seria igual dos respectivos tomos, o que j sabemos no ser confirmado pela
experincia.
iv) Na molcula de C2 os quatro electres ligantes, que eram tipo n na descrio da TOM/CLOA,
so dois o e dois n na descrio do enlace de valncia. Esta diferena resulta, e55sasialmsnfs,
de, neste ltimo caso, os electres ocuprem orbitais resultantes da coalescncia de orbitais p puras enquanto que na TOM/CLOA ocupam orbitais resultantes da combinao simultnea de
de
estabelecer comparaes entre as energias de ionizao das molculas e prever s suas propriedades magnticas; estas limitaes no so, no entanto, de monta pois, embora as interaces entre molculas dependam da energia de ionizao, esse factor apenas um ente muitos/3; por outro lado, e no que
diz respeito s propriedades magnticas, os casos como o da molcula de oxignio so rarssimos. Estas duas limitaes no so, por isso um impedimento srio aplicao do mtodo do Enlace de Valncia
ao estudo das molculas poliatmicas quando o objectivo desse estudo o que nos propusmos no incio
desta seco.
A diferena encontrada no caso iv) , no entanto, bastante mais sria pois implica uma diferena na prpria natueza dos electres que asseguram a ligao; ela resulta do facto de se ter tido em conta
a mistura s-p na descrio da
TOM/CLOAI4.
Isto , quando a TOM/CLOA aplicada na sua forma mais simplificada, incluiado a separao s-p, d resultados que podemos considerar semelhantes aos que resultam da aplicao do Enlace da Valncia (com as limitaes j apontadas). As grandes e inultrapassveis diferenas acontecem quando
a mistura s-p tem de ser invocada pra que a descrio da molcula "colen com os resultados experimentais. Este facto perfeitamente compreensvel se nos lembrarmos que o Enlace de Valncia ao
impor-nos coalescncias de orbitais atmicas duas a duas (uma de cada tomo) nos impede de descrever essas situaes onde a TOM precisa de invocar a mistura s-p.
/4co*o exerccio, deixa-se ao aluno a verihcao de que na ausncia da mistura s-p as duas descries so bastante prximas: em ambas a ligao assegurada por dois electres oe dois electres ru
tv.47
H, no entanto, uma maneira elegante de introduzir no mtodo do Enlace de Valncia a mistura s-p recorrendo a um conceito h muito usado em eumica - o de orbital atmica hbrida.
V, :c r, { A)rp^"( A) * c z. 1(A)qr^o( A) *
cr,
;(B)V^"( B) *
c z.
i(B)U^r(B)
B
) Em cada um dos tomos h uma combinao prvia das orbitais (s e p, neste exemplo) nas propores determinadas pelos quadrados dos coeficientes multiplicativosl5. O resultado desta operao uma nova orbital atmica que no s nem p e por isso a apelidamos de
hbrida. ) Com estas duas orbitais atmicas (uma de cada tomo) podemos agora formar duas orbitais moleculares, uma ligante e outra antiligante; a orbital yj uma delas.
20
problema pode, fmaLneBte, ser tratado como se a combinao se fizesse entre UMA orbital de um tomo com UMA orbital de outro tomo; desta maneira atingimos uma das condies sine qua non exigidas pelo mtodo do enlace de valncia e podemos assim us-lo nas molculas poliatmicas envolvendo tomos que misturam as suas orbitais s e p.
No entanto, para que este conceito de orbital atmica hbrida nos possa ser til h desde j
dois aspectos prticos que devemos abordar:
Quais os contornos de isoprobabilidade destas novas entidades (o que eqvalente perguntar: como se distribui a densidade electrnica nestas orbitais hbridas)?
- Qual o custo energtico da hibridao, isto , qual a diferena de energia entre um tono cujos electres esto em orbitais atmicas purasl" o -"s*o tomo com os seus electres em orbitais hbridas.
4.42.1.1- Representao das orbitais hbridas. Orbitais hbridas notveis: sp, sp2, sp3
Uma orbital hbrida , ento, do ponto de vista matemtico, uma funo de onda que resulta da combinao linear de duas orbitais atmicas. Neste aspecto pareceria que seria idntica a uma
orbital molecular; h, no entanto, uma grande diferena: enquanto as orbitais atmicas que
r,p
IEm todo o rigor, as orbitais px, pv e pz j so orbitais hbridas mas do ponto de vista do nmero quntico m r , enquanto que as orbitais hbridas de que estamos agora a tratar o so do ponto de vista do
nmero quntico
l.
IV.48
contribuem para a formao de uma orbital molecular pertencem a tomos diferentes, tendo, por isso, centros geomtricos diferentes, as orbitais atmicas que contribuem para a formao de uma orbital hbrida pertencem ao mesmo tomo, tm o mesmo centro geomtrico (Fig IV. 32)
Fig 1V.32 - Representaao dos contomos de igual valorpara duas orbitais atmicas (uma s e outra p) pertencentes a um mesmo tomo. A tracejado est representada a regio do espao onde da combinao linear vai resultar um reforo (as duas oitais tm o mesmo sinal adicionam-se) e a ponteado a regiiio onde da combinao linear vai resultar um
enfra quecimento ( as duas ofuitais tm sinas diferentes' subtraem-s e ).
'
O resultado da combinao linear vai depender do valor relativo dos dois coeficientes
multiplicativos. Para alm disso, a hibridao consiste apenas numa espcie de redistribuio da densidade electrnica em torno do ncleo (como se o tomo ainda isolado j "adivinhasse" que se a ligar e preprasse previamente a sua nuvem electrnica de acordo com o estado final - ligado que vai atingir), no podendo por isso implicar modifica$o do nmero de orbitais. Logo se combinarmos uma orbital p com uma orbital s vo necessariamente resultar duas orbitais hbridas:
Q
Q
r(A)
= c r. zsV25
(A)" c t,zpr1zp(A)
* cz.zpq zp(A)
r(a)
= cz.z,p 2s(A)
17O "peso" da orbital 2s, no tomo tem de ser o mesmo no tomo hibridado ou no; logo se a funo de
ondag2"normalizada,lo'V3"au= le,porisso,/-{(c,.r"Vr"(A))'*(cz.z"1uz"(A))2}du=t'
rv.49
sep
g.
As suas expresses analticas bem como as superfcies de igual valor so representados na fgura
seguinte:
i/
\
'(1):
,lz
r(A):
hLv.,(
A)
- v,o(A)j
FigIV.33-Asduasorbitaishbridas spcom l.r.r.l =lcz.z"l= l.'. zol=lcr.zolsendoa orbital p envolvida uma Etalquer (n y ou z). O ngulo fonnado pelas duas orbitais sp de
180o, ou
Podemos agora pensr numa combinao linear de orbitais de um mesmo tomo envolvendo mais do que uma orbital de cada tipo: por exemplo, a combina$o de todas as orbitais que tm valores no nulos
n'm
UMA
orbital
orbitais sp podemos
A)
"(
r( A) = c z, zsg zs( A) *
=(
c z. c 3,
2p
x(,4 ) V, o,( A)
c z. z p,Q z p
A)
"(
A) = c o, zs V 2, ( A) *
2p
* *( A)V r, *( A) cs, z o rQ z p
A)
"(
O nmero de combinaes que se pode imaginar infinito tendo sempre como condio
que:
3
t-
Lr?.2":
I
33
i- I
Ic?.rr,=I
i-
\c?.ror=l l
IV.50
De entre todas h algumas que produzem trs orbitais equivalentes entre si, precisamente
aquelas em que a contribuio para cada uma delas seja
ll3
em que as orbitais s e p existem no plano) e que designaremos de sp2. Aquela condio satisfeita
SE:
c? .
e
r':
c3. z,
: c2". z,
3
2
? 2 Z _^2 -^2 ci.zn,* i.zov: c).zp** ).zpv: c.zp*+ o que acontece na combinao seguinte:
ca.zpy
:?
le,(,1)
Js
tPz'*Vtr
"zp**o'11)zpy
I a:e,(A): --- lPz' - l rr,*,1 l.> r.r, o" rf 69 11 :o,(,1): I Vr" ,R! ro.- fiv ro" Js
\2.-.-.
(o.
csl
I
.. -r-{
l't'\
ll
I I
t/
,t,
t
T
4\
r""
'.i1_
Fig. M.34 - Representaiio esquemtica de trs orbitais hbidas eEtivalentes - sp 2 - no plano ry. As representaes para as oais spz que se podem formar nos planos P e yz seriam semelhantes a esta.
IV.51
estas ltimas ocupam as trs direces do espao, as quatro orbitais hbridas resultantes tero tambm uma geometria tridimensional; para que sejam equivalentes, tal como nos casos anteriores,
a proporo entre a
s
contribuio
ter de ser 1/4 e ap3l4, designando-se, neste caso, as orbitais hbridas por sp3. Um conjunto de
lo.(
^, huz"
=
*
t
,o"
Qt,rr(A)
t 29
zs
3o.('4):
3o.(
II l
1)
Fig. M.35 - Representaiio esEtemtica de um conjunto de orbitais spj. Repare-se que tm o seu exo de simea cilndrica ngida do centro para os vrtices altemados de um cubo; definem, assim, umtetraedro e, porisso se diz que estas orbitais tmuma simetratetradica.; o ngulo fotmado entre os eixos de cada duas orbitais ento de 10927'.18
rv.52
2p
E(so. E(sn.
) )
E (sp)
Hibridao
sPs
sPe
sp
A energia de uma dada orbital pura contribui para a energia da orbital hbrida exactamente na mesma proporo em que essa orbital contribui pra a formao da hbrida; assim:
t_
3_
orbital p.
IV.53
O "susto" da hibridao , assim, funo da estrutura electrnica do tomo que se hibrida (quanto maior for o nmero de electres p menor ser a diferena entre a energia do tomo hibridado e no hibrid
udol\
A estrutura electrnica do tomo de hidrognio 1s1 pelo que, de acordo com os critrios do
enlace de valncia, tem capacidade para formar uma ligao covalente normal - atravs da coalescncia
da sua orbital 1s com uma orbital semipreenchida de um outro tomo. Assim, uma molcula que seja constituda por um s tomo de um dado elemento e por hidrognio, conter um nmero de tomos de hidrognio igual capacidade de ligao covalente normal desse elemento.
4.43.1- Oxignio
ls2
zsz 2p'
2p'
2pt
Ou seja, tem na camada de valncia seis electres para distribuir por quatro orbitais. Vai, por isso, ter sempre duas orbitais com electres desemparelhados e duas completamente preenchidas.
Podemos desde logo dizer que o tomo de oxignio tem capacidade para formar dgalgaaes
A questo que se pe agora a de saber se o ognio usa na formao dessas ligaes orbitais p puras ou hbridas. Recordemos que o estudo das molculas diatmicas no ajuda, neste caso, a fazer uma preso neste domnio uma vez que as propriedades estudadas pra a molcula de 02 no
se alteravam quer se considerasse a mistura s-p ou no.
Vamos ento, mais uma vez recorrer ao resultado experimental para justificar a opo afazer:
a hibridao ou no do tomo de oxignio ao ligar-se ao hidrognio vai ter implicaes na geometria
da molcula; o critrio da coalescncia mxima obriga a que o tomo de hidrognio se aproxime segundo o eixo de simetria cilndrica da orbital do oxignio envolvida na ligao ( ver Fig IV.37).
l9Deixa-se ao aluno, como exerccio, o clculo, em termos de A = E zppaa todos os elementos do 2e perodo.
er. do custo
da hibridao
IV.54
- Representao esquemtca da disposido geomtrica das orbitais do oxigttio envohidas na ligao e da orbital ls do hidrognio.
Fig. M.37
A geometria molecular
a nenhuma
das geometrias notveis at agora estudadas (fr)o entre os eixos das orbitais p, 180' entre os eixos das orbitais sp, 120o entre os eixos das orbitais sp2 e l0f 27 entre os eixos das orbitais sp3) est nitidamente
Vejamos como poderamos, ento, descrever completamente a molcula: a estrutura electrnica de todos os tomos envolvidos, estando o de O hibridado em sp3 :
,, n
to
,H
1s2
2s
p3
2t p3
Note-se que a capacidade de ligao do tomo de oxignio no se altera pelo facto de estar hibridado (continua a ser de dois) mas os electres das ligaes o formadas ficam mais afastados (a
emvezde 90") o que energeticamente favorvel. Por outro lado, relativamente a uma orbital p ou s, uma orbital hbrida permite uma melhor coalescncia uma vez que acumula no maior lobo
lp"n'
N.55
>10go2g'
104030'
Fig. M38 - Representao esquemtica da molcula de gta por coalescncia fus orbitais ls do hidrognio com os spj do oignio.
Aos pares de electres do oxignio que no participam na liga$o - no ligantes - por ocuparem
4.432 - Azoto
De acordo com as consideraes j feitas paa o oxignio, o azoto vai ter capacidade para formar trs ligaes covalentes normais e uma dativa (sendo ele o dador). Logo, com o hidrognio
forma a molcula de NH3 - o AMONIAO.
caso anterior: experimentalmente, veriica-se que o ngulo formado entre duas ligaes N-H de 107. Este valor mais prdmo de l@2T do que de qualquer dos outros valores "notveis" pelo que vamos admitir tambm uma hibridao sp3 paa o tomo central:
IV.56
,H
,H
tH
OO
s2
HH2sp3
1or3o'/1r..or'r'
"1 F\ EJ.
Fig. 1V.39 - Representao esquemdtica da molcula de amonaco, NH j.
4.433 - Carbono
O carbono tem a seguinte estrutura electrnica:
zp'
zpo
Com esta estrutura tem capacidade para formar duas ligaes. Assim, com o hidrognio formaria a molcula de CH2 com um ngulo entre ligaes de 90o.
No entanto, a molcula mais estvel que se conhece, formada por hidrognio por um tomo de carbono, a de MEIANO cuja frmula CH4, e em que os ngulos entre ligaes C-H so de
109'27',-
Como explicar, ento, que o carbono tenha capacidade para formar quatro ligaoes? Basta observar que ele tem quatro electres na camada de valncia e que essa camada (a camada L, de
n:2)
tem ao todo quatro orbitais; se houver uma redistribuio dos electres por todas as orbitais da camada, ficar com um electro em cada orbital e, portanto, com capacidade para formar quatro
ligaes. Com as orbitais "notveis" que j conhecemos haveria quatro maneiras de fazer esse rearranjo:
IV.57
2sr 2p'
Zpt zp'
109?7'. Podemos, ento, escrever a estrutura electrnica dos tomos intervenientes e representar a
,H
u
t-';l
I s2
,H
tH
b! HHn
,H
o tem de se ligar com quatro tomos todos iguais noazsentido que use orbitais diferentes para se ligar a cada um deles...
20Co
IV.58
109028'
zpo zpo
nas
A semelhana do que vimos para o carbono deveria formar a molcula BH; no entanto,
espcies mais estveis que o boro forma com tomos com capacidade de formar uma ligao normal,
como os halogneos (que representaremos aqui por X), o boro apaece rodeado por trs tomos2/ o que s possvel se o tomo usar orbitais hbridas paa se combinar. Mas como s poss trs
electres na ltima camada, o nimero mximo de ligaes covalentes normais que pode fazer de
trs. Se formar s ligaes normais necessita apenas de trs orbitais equivalentes; as orbitais sp2 satisfazem esse requisito e garantem, ao mesmo tempo, o mximo afastamento entre os electres
ligantes.
2po
Repare-se que, para alm das trs ligaes normais, o boro fica ainda com capacidade para formar uma ligao dativa - em que actuar como receptor ou aceitador - atravs da sua orbital 2po. Essa ligao dativa pode ser de dois tipos: ou se realiza com uma segunda orbital de um tomo
ligado ao boro e ento ter de se fazer por coalescncia lateral - ser tipo
- ou realiza-se por
A espcie BHj no existe isolada mas sob a forma de "dmeros", o diborano; o estudo desse tipo de compostos est fora d mbito deste curso. No entanto, compostos como o BF3 existem e so estveis.
2l
IV.59
coalescncia frontal com um quarto tomo e ento o boro ver-se- rodeado de quatro vizinhanas
electrnicas - os trs tomos de X mais o tomo que "traz" a orbital com dois electres. A maneira mais eficaz que o tomo tem para afastar essas quatro zinhanas o mais possvel - e assim diminuir
as repulses - usar, nas ligaes, orbitais sp3.
F.\
(spg)b
<>
:
Ligaao Dativa
N (spg)
/H \'.
,/
4.43.5 - Berlio
ls2
zpo
Tal como nos casos anteriores o berlio, que atravs das suas orbitais puras no deveria ter
capacidadede ligaocovalente, porrearranjodos seus electrespode formar duas ligaes, formando
assim com o hidrognio a molcula de BeH2 -
HIDRETO DE BERUO.
Teria quatro possibilidades de rearr^njar os seus dois electres de valncia de modo a colocar
um em cada orbital mas aquele que lhe garante um maior afastamento entre os electres o que os coloca em orbitais sp (ficam a 180'um relativamente ao outro). Teremos assi-, como descrio da
,H
uBe
s2
2po 2po
,H
A geometria molecular resultante desta descrio seria linear (ngulos entre ligaes de 180')
o que confirmado experimentalmente.
IV.60
Fig. M.42 - Representao esquemca do molcula de hidreto de berlio. A ponteado esto representadas as orbitais 2p vagas.
i) Para os tomos da
2a
Zsobte o F e o Li no temos ainda evidncia sobre a existncia de hibridaao ou no pois devido sua capacidade de ligao unitiria formam com o hidrognio molculas diatmicas com O.L.:1 qu9 pogem ser delcritas pela TM e, tal como no caso das molculs deF2, 02 e N2 a informao que se retira do diagrama de orbitais moleculares a mesma quer se admita a existncia de hibridao ou no. Vamos ver, no s-ntanto, aquando do estudo das interaces ntre molculas que h evidncia para a hibridaao do tomo de flor na molcula de HF.
IV.61
.9
7iz 7:z
LiBeBCN
it
Fig. M.43 - Capacidade de ligaiio dos tomos do 2a perodo.
iii)
Para todos eles a orbital hbrida, ao possr dois lobos assimtricos assegura uma melhor coalescncia da orbital, atravs do maior lobo, do que qualquer orbital pura.
rv.62
Percentagem de carcter s
Fig. M.44 - Integral de sobreposido das orbitais em fundo do carcter p que possuern. Sobre o eixo das abcissas esto assinaladas as hibidaes notveis.
iv) A hibridao dos tomos (que tem sempre vantagem do ponto de vista da preparao do
tomo para se ligar) tem, no entanto, uma desvantagem para todos eles:
a
configurao hbrida
Non.
O facto de os tomos do 2a perodo se hibridarem em todas as molculas j aq estudadas indicativo de que o balano das vantagens e desvantagens , neste caso, favorvel s vantagens: a
energia gasta na hibridao inferior ao abaixamento de energia provocado pelo aumento do nmero de liga@es formado e/ou pela diminui@o das repulses entre os electres de valncia.
do 2a perodo no coincide completamente, pelo menos para algumas delas, do ponto de sta
geomtrico, com o resultado experimental.
Para a molcula de gua, por exemplo, o ngulo entre ligaes de L0430' e no de 10927'
como resultaria da descrio por ns feita; na molcula de amonaco G.mf) o ngulo entre ligaes de 107.
IV.63
, no entanto, possvel, sem abrir mo do uso exclusivo das hibridaes notveis, racionalizar tambm esta discrepncia com um argumento de natureza electrosttica muito simples:
Os electres ligantes vo existir em orbitais moleculares que se estendem a, pelo menos, dois ncleos enquanto que os electres no ligantes se encontram em orbitais essencialmente atmicas (no caso das molculas aqui referidas em orbitais sp3). Em consequncia disto, as orbitais ligantes
so mais extensas do que as orbitais no ligantes. Como o nmero de electres em cada uma delas o mesmo, a densidade electrnica das orbitais ligantesvai ser menor do que a das orbitais no ligantes;
ligante e outro no hg.ante e esta. por sua vez vai ser menor do que a repulso entre dois pares no
ligantes.
Assim, na molcula de gua o ngulo entre as orbitais sp3 no ligantes (pares isolados) deve ser superior a 109"27' o que obriga o ngulo entre as ligaes a ser inferior a IO9o2'l'. Na molcula de NH3 s existe um par isolado em vez dos dois da molcula de gua, da que a repulso exercida sobre os pares ligantes seja menor e os ngulos de ligao no fechem tanto.
Vamos admitir que os tomos do 20 perodo tm sempre o mesmo comportamento verificado paraas rrolculasanteriormente estudadas.Ao passarmosa outras molculas,que notenhamalimitao
de possuir apenas um tomo do 2o perodo, a grande alterao a de que nem todas as capacidades de
podem estabelecer entre si ligaes mltiplas. Segundo a descrio do Enlace de Valncia que temos a usar, a2? elou3a ligao s podem ser formada por coalescncia lateral, logo os tomos envoldos tm de ter orbitais p disponveis com a orientao conveniente pu.u qu" essa coalescncia se faa o melhor possvel.
vindo Nos exemplos seguintes vamos incluir quase invariavelmente o tomo de carbono; isso acontece dedo grande capacidade de ligao desse tomo (4) o que permite um nmero de combinaes enorme envolvendo apenas este tomo
e
23Bsteargumento tem uma natureza apenas qualitativa daque sirva para estabelecer comparaes mas no para calcular valores exactos de ngulo's. 24, deurdo a esta.grar,rde ggp.acidade de ligao que o carbono constitui o componente principal de um qangq nmero de molculas disiintas - vrios-milhs - que constituem um ramo da quniica: a Qui-ica Orgnica.
IV.64
4.4.4.1- Molcuta de Etano, CZHOX Como os hidrognios s podem formar ligaes simples, eles tm de ter uma posio perifrica
na molcula. Assim, os tomos de C tm de estar ligados entre si; como para alm disso cada um deles tem de estar ligado a trs tomos de H, a ligao entre os tomos de C tem, neste caso, de ser
simples para no se ultrapassar a capacidade de ligao de cada carbono. O tomo de carbono fica assim rodeado de quatro tomos distintos (trs H's e um C), ou seja, fica rodeado de quatro orbitais moleculares o. Assim, para as afastar o mais possvel umas das outras
,H ,H ,H
uc
ucu
I s2 I s2
tH ,H ,H
25Esta molcula, tal como a de metano pertence a um grupo de compostos orgnicos chamado genericamente de HIDROCARBONETOS por terem apenas tidrirgenio e caibono na"sua constito. Qgando existem apenas ligaes simples entr os tomos de carbono, omo acontece na molcula de etano, a frmula geral desses compostos. CnHlZn+2) e constituem a famia dos ALCANOS. Cada elemento da famflia tem depois o seu nome prprio mrs semirre com o sufixo -ano. Arazdo nome deriva do nmero de tomos de carbono na molcula excepto para os quatro primeiros membros da famlia que tm os nomes de: metano, etano, propano e butano; a partir do quinto, inclusive, j seguem a regra: pentano, hexano,... . Para
alcanos com mais de trs carbonos pode ainda acontecer que um dado carbono se ligue a mais de dois carbonos e formam-se ento molculas ramiicadas. Para lhes atribuir nome, tomamos para base o "ramo" - cadeia mais comprido (que servir paa a atribui$o do nome principal), numerams s tomos de carbono a partir de um extremidade e os rmos mais curtos tomaro o nome consoante o nmero de carbonos que possuam (mqs terminao em vez- de ser -ano,- ser -il) e esse nome ser precedido de um nmero que identiica a -a posio desse ramo na cadeia principal.
IV.65
K I p w
''\'.*-
H
1090
2g'
"H
H
etano, C2H6 previsofeitapelomtodo do enlace de valncia e resultados expeimentais para o comprimento das ligaes e 'ngulos entre elas.
A melhor maneira de afastar ao mximo estes trs vizinhos usar, para se gar a eles, orbitais sp2; recordemos que com esta hibridago o tomo de arbono hca ainda com uma orbital 2p semipreenchida perpendicular ao plano das orbitais sp2. Ao ligarem-se por coalescncia frontal
(ligao
o)
os dois tomos de carbono, estas duas orbitais 2p, uma de cada C, icam paralelas entre
si e, por isso, em condies de coalescerem lateralmente formando uma ligao n . Deste modo perfazem-se as quatro ligaes que cada um dos carbonos tem capacidade para fazer. Como a coalescncia lateral mixima quando as duas orbitais tipo p envolvidas so paralelas, isso obriga a que as orbitais sp2 de ambos os tomos estejam no mesmo plano. Assim, a molcula de C2H'4, ao
rv.6
,H
,H
uc
uco
s2 s2
,H
bI
,H
o"
117'
H
H H
12103o',
117'
H
c
H
120.
H
Fig. M.4 - Representao esEtemtica da molcula de eteno, CZH+ a) Preso feita pelo mtodo do enlace de valncia; b) Resultados expeimentais paru o comprimento das ligaes e ngulos entre elas. Os ngulos H e H so infeiores a 120" porque na regio entre os ncleos de carbono h maior densdade electrnica (h quatro electres, dois oe dois n) do que nas ligaes o C-H onde acistem apenas dois electres; a repulsdo acercida pelos quatro electres que ligarn os dois tomos de C sobre os electres das ligaoes C-H , assim, meior do que a repulso entre duas ligaes C-H.
rv.67
carbono.
que cada tomo de carbono vai ficar rodeado por dois tomos distintos: um de hidrognio e um de
Nesta molcula, o nmero de hidrognios por tomo de carbono apenas de um; isto significa
A melhor maneira de afastar ao mximo estes dois vizinhos usar, para se ligar aeles, orbitais sp; recordemos que com esta hibridao o tomo de carbono fica ainda com duas orbitais 2p semipreenchidas perpendiculares ao eixo das orbitais sp. Ao ligarem-se por coalescncia frontal (ligao o) os dois tomos de carbono, estas quatro orbitais 2p, duas de cada C, ficam paralelas entre si e,
perfazem-se as quatro ligaes que cada um dos carbonos tem capacidade para fazer.
por isso, em condies de coalescerem lateralmente formando duas ligaes n . Deste modo
,H
uc
uco
s2
i st
,H
HffiHH
HT-c=
\-/
goo
1,21
ol;lnr
Fig. 1V.47 - Representao esquemtica da molanla de etino, C2H2: previso feta pelo mtodo do enlace de valncia e varores upeimentais paflr o compimnt as gao c-c.
IV.68
Esta molcula est para o amonaco, NH3, como a molcula de etano, CZH6, est para o metano, CH4; em ambos os casos se "passa" da molcula mais pequen a para a maior substituindo um H por um grupo CH3 chamado gupo_mlilo; o nmero de vizinhanas electrnicas do azoto no se modifica, portanto, relativamente
quatr&);
Quanto ao tomo de C est nesta molcula exactamente na mesma situao em que estava na molcula de etano pelo que dever tambm a1resentar uma hibridao sp3.
"'\ _.o
H
\\-'
Relativamenteanterior,estamolculatemmenosumHarodearoCemenosumHarodear o azoto. Sendo assim, cada um deles vai ter apenas trs vizinhanas electrnicas pelo que devem
2Estamolcula pertence aumafamfliade compostos orgnicos chamadadeAMINAS que se caracteriza pela existncia de um-ou mais grupos N-R2 (repre-sentando R um H ou uma cadeia de hdrocarboneto) a substituir tomos de hidrognio em molculas de hidrocarbonetos. O nome de uma molcula de amina constitudo por uma razgual do nome do hidrocarboneto de onde deriva seguida da terminao -amina, diamina,.. consoante o nmero de grupos N-H2 que possua. Se o N est ligado a grupos hidrocarbonetos em vezde hidrognios ento o nome da molcula vm precedido do nome desses grupos com a indicao de que se encontram ligados ao N; exemplo: a molcula CH3CH3N(CHS)Z tem o nome de N,N-dimetilamina.
7/O nmerode zinhanas electrnicas do azoto no coincide com o nmero de tomos vizinhos porque que @ntar com o par isolado que tem sempre de existir no azoto (recordar o que foi dito a este respeito h a propsito da descrio da molcula de amonaco). 28Esta molcula pertence famflia das iminas que caracterizada pela existncia da ligao dupla C : N;
normalmenteseoNestligadoaumH,comoocasonoexemploescolhido,ocompostoinstvelepolimeriza (reage com outras molculas iguais para formar molculas mais longas).
IV.9
apresentar ambos hibridao sp2; em consequncia disto fica em ambos os tomos uma orbital 2p semipreenchida que vai permitir a formao de uma segunda ligao (tipo n ) entre os tomos de azoto e de carbono.
:d:
-.--T--.-Fig.
*\
c
o
-N
\,
M39
Esta molcula est para a de gua, OH2, como a molcula de metilamina, CH3NH2, est para ade amonaco, NH3; em ambos oscasosse "passa" damolcula maispequena para a maior substituindo um H por um gupo CH3 chamado gupa-Eetila; o nmero de vizinhanas electrnicas do oxignio
no se modifica, portanto, relativamente situao que tnhamos na gua (continua a ser de quatro3$; a melhor maneira de as afastar atravs de um hibridao sp3 do tomo de oxignio.
Quanto ao tomo de C est nesta molcula exactamente na mesma situao em que estava na molcula de etano e na de metilamina pelo que dever tambm apresentar uma hibridao sp3.
SF;sta molcula pertence a uma famlia de compostos orgnicos chamada de LCOOIS que se caracter!'a pela estncia de um ou mais grupos O-H a substituii tomos de hidrognio em molculas de hidrocarbonetos. O nome de uma molcla de lcool constitudo por uma raz igual do nome do hidrocarboneto de onde deriva seguida da terminao -ol, diol,.. consonte o nmeroe grupos O-H que
possua.
30O ttme.o de vizinhanas electrnicas do oxignio no coincide com o nmero de tomos zinhos porque h que contar com os dois pares isolados que tm sempre de existir no oxignio (recordar o que foi dito a este respeito a propsito da ilescri@o da mlcula de gua).
IV.70
de metanol,
CHjOH.
Relativamenteanterior,estamolculatemmenosumHarodearoCemenosumHarodear o ognio. Sendo assim, cada um deles vai ter apenas trs vizinhanas electrnicas pelo que devem apresentar ambos hibridao sp2; em consequncia disto fica em ambos os tomos uma orbital 2p semipreenchida que vai permitir a formao de uma segunda ligao (tipo n ) entre os tomos de
oxignio e de carbono.
o
Fig. M.51- Representao esquemtica da molcula de CH2IO.
-o
o b
i) As orbitais de valncia so bastante mais extensas uma vez que so caracterizadas por um nmero quntico principal, n, igual a trs e, como se sabe do estudo das propriedades peridicas, o raio de uma orbital , grosso modo, proporcional a n2. Daq resulta que a densidade electrnica destas orbitais muito menor do que era nas orbitais de valncia dos elementos do 20 perodo
e, consequentemente, as repulses entre elas tambm o ser.
rv.77
Assim nas molculas onde a nica vantagem da hibridao do tomo central seria a diminuio
das repulses entre orbitais (como era o caso nas molculas de gua e de amonaco) ela no se
ii) A outra grande diferena reside na capacidade de ligaao dos tomos. Com efeito, poderamos ser levados a pensar que os elementos de uma mesma famflia deveriam ter todos a mesma
capacidade de ligao uma vez que tm a mesma estrutura electrnica.
rearranjar os seus electres de modo, a s terem um electro por orbital em toda a camada de valncia, fazendo intervir as orbitais d. A participao das orbitais d na ligao exprime-se uo mbito do formalismo at agora usado atravs de novas orbitais hbridas notveis (dado que a geometria das hibridaes notveis sempre mais fcil de descrever).
mais marcante o de que duas combinaes contendo a mesma Vo de contribuio d - ambas so dsp3 - no so eqvalentes entre si. Isto resulta do facto de as orbitais d (ao contrrio das p que so todas equivalentes do ponto de vista geomtrico) no serem geometricamente equivalentes - a d,z tem contornos de isoprobabilidade completamente diferentes das restantes orbitais d.
tv.72
Quadrangu lr
lena
Pirmide Quadangula
dsp3
dsp
2
Eipirmicle Trigonel
dsp
3
octadrica
d sp 23
Bpirmide Pentagonal
dsp 33
das hibidaes notveis mais comuns envolvendo orbitais d; as linhas a cheio representam os exos de simetria cilndica das orbitais hbidas do tomo central e as linhas a trao intenompido so apenas linhas geomtricas Ete ajudam a definir o tipo de geometria resultante.
4.452 - Capacidade de ligao dos elementos do 3a perodo A medida da capacidade de ligaao de um elemento o nmero de orbitais semipreenchidas
que o elemento tem na camada de valncia; assim na ausncia de hibridago, a capacidade dos
elementos do
semelhantes. Usando orbitais hbridas, vimos que os elementos da
La
2P
usar todos os seus electres na ligao; com os do 30 perodo vai acontecer exactzmente a mesma coisa. A partir do fsforo (P) , inclusive, comeam as diferenas: assim o fsforo (P) participa em
molculas onde forma trs ligaes ( semelhana do azoto) mas tambm noutras onde forma cinco;
o enxofre (S) pode formar duas ligaes (como o oxignio) mas tambm quatro ou seis3/; o cloro pode formar uma s ligao (como o flor) mas tarnbm trs, cinco ou sete; e finalmente, o caso mais notvel do gs raro (o Non nunca poderia ter orbitais semipreenchidas pois tinha oito electres a
, 3l4capacjdade de ligao covalente normal varia por saltos de dois porque por cada par isolado desfeito ganha duas orbitais semipieenchidas.
rv.73
distribuir por quatro orbitais; s podia, por isso, formar ligaoes dativas em que fosse o dador): o Argon pode formar qualquer nmero par de ligaes - dois, quatro, seis ou oito - embora cada uma
das ligaes deva ser muito fraca devido grande energia de ionizao e baixa electroafinidade do tomo.
as
hbridas envolvendo s orbitais s e p: enquanto as orbitais spx tm dois lobos (dos quais um permite uma boa coalescncia), as hbridas envolvendo orbitais d tm quatro lobos pelo que cada um deles
no permite uma coalescncia to perfeita. Por outro lado, se um dado tomo central estabelece
muitas ligaes, os vizinhos mais prximos (especialmente se so volumosos), f,rcam a distncias muito curtas uns dos outros e as repulses mtuas que da advm podem suplantar a diminuio de energia conseguida com o estabelecimento de um maior nmero de ligaes.
Quanto energtica da hibridao, como as orbitais d tm maior energia do que as s e as p de um mesmo perodo, as orbitais hbridas em que participam vo reflectir isso e, logo, o "preo" da hbridaao ainda mais elevado do que era no caso das hbridas sgry.
Estes trs factores explicam que nem sempre os tomos do 3a perodo se apresentem com a
sua capacidade mxima de ligao; tm, por isso, do ponto de vista do seu comportamento quanto
Anzo para
,H
tus
,H
INe]
3s2
3p'
rv.74
Orbital
ls
Orbital3p
conpletamente preenchida Orbtal s
Y
s
Fig.
F'iH
M.Sj
4.45.4 - Molcula de PH3 Tal como no caso anterior, tambm no necessrio invocar hibridao para explicar nem a estequeometria da molcula nem os ngulos entre ligaes (os ngulos entre ligaes aPH so de
9330'):
IV.75
tH
,US
Fll
[,Ve] rs
,H
tH
b_rHH
o6
93"
'us: ls2 2s2 2p" 3sp"dl 3sp.dj 3sp.d] 3sp.d) 3sp.di 3sp.di
v.76
dos exemplos j estudados, euanto aos tomos de flor, embora no tenhamos ainda, atravs hiptese mais plausvel' dado o evidncia experimental de que se hibridem, podemos admitir como orbitais deste tomo' clos restantes elementos do perodo e o pequeno volume das
comportamento
entre os diversos pares de que o custo da hibridao compensado pela diminuio das repulses hibrida; como o nmero valncia (tigantes e no ligantes), ou seja, vamos admitir que tambm ele se - a melhor hibridao ser' de pares que o vai rodear de quatro - trs no ligantes e um ligante
ento, a sp3:
Fig.
de ligao dos tomos envolvidos' dois Nesta molcula, para satisfazer todas as capacidades simples - uma com o tomo de hidrognio e dos tomos de oxignio vo estabelecer duas ligaes de estabelecer uma ligao dupla (uma outra com o tomo central de enxofre - e outros dois tm ligao e outra rr) com o tomo de enxofre'
de apenas tem, assim, de estabelecer seis ligaes mas fica rodeado no precisa de ter orbitais p liwes para quatro vizinhos. como se trata de um tomo do 3q perodo (as que as d para o fazer; assim' usa orbitais 3sp3 assegurar a formao das ligaes n pois pode usar vizinhanas electrnicas) para formar as ligaes mais eficazmente permitem a separo de quatro uma orbital p do oxignio formar quatro tomos de oxignio e usa uma orbital d para com
com os
rv.77
da
'Ho
uoo
uo
o
K K KL
|"olI
FI
2s p3
-o
J
2s p3 zs p3
2s p3
t"s
"O.
K
K
ffi
2 zsPz
uoo
'Hn
2t p3
-o
zsPs
lljEd
F;l b4
z,p3
t-l
IV.78
'o\
o/t\o
Vimos atrs, aquando da introduo da aproximao das ligaes localizadas, que essa aproximao tanto mais grosseira quanto menor for a coalescncia das orbitais envolvidas; uma das situaes em que isso acontece na coalescncia lateral, como acontece nas orbitais n
Assim, se trs ou mais tomos vizinhos possurem orbitais p paralelas (logo, em condies de
coalescerem lateralmente) estamos exactamente numa das situaes em que essa aproximao falha.
ligados entre si; cada tomo de carbono liga-se ainda a um tomo de hidrognio.
Cada tomo de carbono vai, portanto ligar-se a trs tomos distintos hibridao sp2:
o que implica
uma
rv.79
c(se,)
CEC:CCH:
Angtlos
de lgaao
T20".
entre si, ficam, portanto, em condies de coalescerem lateralmente, formando orbitais moleculares
L
A descrio dessa coalescncia, no mbito da aproximao das ligaes localizadas (coalescncia das orbitais duas a duas) causa-nos logo um forte embarao pois deparam-se-nos vrias
hipteses possveis p:ra a frmula da molcula (Fig IV.59).
IV.8O
o)
// // /z \ \ b) ( ,,' /)
I-=\
\r/
OO
orbitais 2p2 satisfazem os critrios de coalescncia
Fig. 1V.59 - Representao esquemtica da molcula de benzeno no mbito do mtodo do Enlace de Valncia. As duas pimeiras frmulas sao chamadas frmulas de Kelail e as trs ltimas de Dewar.
Cada uma das frmulas, designadas de Ressonncia, no traduz satisfatoriamente o comportamento dos electres r. De facto, as seis ligaes carbono-carbono so equivalentes o que
incompatvel com cada uma das frmulas de ressonncia isoladamente.
No entanto,
as seis
2p, resultam
V: I r,I
rv.60).
czp,(c,)Vzp"(ci)
As orbitais so, portanto, deslocalizadas (Fig
IV.f1
b)
O
.
a P
c)
,,_C; r6
:
Qr
D =H
Fig. M.60 - Orbtais nnleailares n do benzeno, CAHO a) Orhitais ligantes (preenchidas); b) Orbitais antiligantes (tazias); c) Diagrama de energias das orbitais ntoleailares. A ordent de ligado p total (60)12:3, ou scja, 316:0,5 por lgao C-C.
;:@,,
-@-
IV 82
A orbital de menor cnergia, V ,, corresponde a uma interferncia construtiva das orbitais 2p,
cm todas as rcgi<ics intcrnuclearcs carbono-carbono. Em analogia com a combinao cle <Juas orbitais,
ter-sc-:
r,:Vr:
r \'
1 () i=
L
V z, ,t.c ,)
inferior
da corrcspon<Jente ligao
na resoluo do problcma do electro na caix cle potencial (Cap. I), a cnergia do clecrro invcr-
samento proporcional eKenso da caixa; logo numa orbital que se estende a seis tomos deve ter mcnor energia (confcrindo maior estabilidade ao rcspectivo sistema molecular)32 clo que numa orbital que se estenda a dois tomos.
is orbitais 2pr:
,r.
: v,:
+I
C- I )',t,r,.,,,,r
localizadaJj
da TOM; a mesma
no contexto
situao no mtodo do Enlace de Valncia obriga a descrever a molcula como uma sobreposio cle frmulas de ressonncia, isto , a estrutura clectrnica intermdia das estruturas correspondentes
a cada frmula de ressonncia e mais estvel do que qualquer delas.
Sendo o momento dipolar uma grandeza vectorial, na linha da aproximao das ligaes localizadas, podemos associar um momento dipolar a cada par de dois tomos (a cada ligao) e fazer clcpois a composio vectorial. Esta operao de extrema simplicidade para algumas molculas pequenas com geometrias bem caracterizadas e contendo apenas ligaes simples, bastando para uma estimativa bastante razovel clo
32A esta estabilizao adicional decorrente da cleslocalizao, chama-se, no contexto da Teoria do Enlace de Valncia, energia de ressonncia. 33O probema da partcula na caixa mostrou ainda que a energia da partcula tanto maior quanto maior for o nmero de nodos da funo de onda que a represente. Comleis fomos ligados de modo formar um ciclo, devido simetria do conjunto, o nmero cle nodos da funo de onda tem de ser sempre par - zero, dois,,quatro ou seis. A estes.valores possieis para o nmero. de nodos correspo.ndem.or]tros tanios r,alores possveis para as energias das orbitais. E por isso que, embora se formem seis orbitais distintas, cias se distrihuem por apcnas quatro valores de energia. como.exerccio, que verifique . . ainda que faa a estimativa do momnto
a apolaridacle de molculas como o BeH2, o BF3, o CH4 e <Jipolar de molculas semelhantes do metano as cm quc um ou mais tomos de hidrognio foram substitudos por halogneos.
gsugete-se,
IV.83
Complica-se, no cntanto, quand<l as molculas contm um nmero muito elevado de tomos e/ou
i) Existcm
na molcula pares isolad<ls cm orbitais hbridas; devido clesigualclade dos dois lobos clas orbitais hbridas, o centro clc "gravicladc" da carga negativa no ct>incide com o nrcico do
t6mo como acontece quan{o o electro est numa orbital s ou p. H, assim, uma contribuio destes pares isolados para o momcnto dipolar mas essa contribuio vai depender da naturcza exacta da orbital em que se encontra o par isoladtl (a contribuio diferontc consoante o par "" sp3, sp2, sp ou spx poclend<l o x ter valores no inteiros) e <la extenso dessa orbital
(con<licionacla pela electronegatividade do tomo) pelo que ditcil em cada caso cxprimir
ii) Existem ligaes duplas. Com efeito, quando fazemos a estimativa do momento dipolar de uma
molcula diatmica heteronuclear atravs da percentagem de carcter inico e cla distncia internuclear, usamos para a estimal.iva daVo de carcter i(lnico a diferena de electronegatividades. Ora a electronegativiclade est relacionada com a primeira energia de ionizao e a primeira electroafinidade; quando
a
electro (o que envolve a 2a energia de ionizao) e, tambm em parte, a receber um segundo electro (o que envolvc a 2n electroafinidade); a percentagem de carcter inico desta segunda ligao no poder, por isso, ser estimada com a mesma 7a d carcter inico usada para a ligao simples. Assim, a nica cetez.aque podemos ter a de que a uma ligao dupla' apesar
de mais curta, est sempre associado um maior momento dipolar do que a uma ligao simples cntre os mesmos dois tomos porque envolve uma carga mais elevada.
iii) Existem tigaes dativas. Neste caso, mesmo que os dois tomos envolvidos tivessem
a mesma
electronegatividade, a ligao seria polar: o tomo dador (o que contribui com dois clectres para a ligao) fica com deficincia de um electro, ou seja, com uma carga positiva enquanto o aceitador (aquele que contribui apenas com a orbital vaz.ia) fica com uma carga negatir''a. euando estimamos o momento dipolar de uma tal ligao femos, por isso, de adicionar vectorialmente o momento dipolar aqui descrito
11
, sendo cl
geralmente, o clemento mais electroriegativo.pois ao iongo do pcrodo q,unto maioi o nmero de clectrcse valncia. Assim o primeiro a elect.negatir; ti;rt;.io. ;;;;; -rp.tuiquii"i"ro tem.d.p." o sentido do aceitador para o dador enquanto que o segundo , geralmente, o dadr (mais electronegaiivo) para o aceitador.
IV.84
Dado que as condies atrs enunciadas existem nas molculas dos compostos mais comuns, (por vezes at cumulativamente) para que o aluno adquira alguma sensibilidade importncia relativa de
cada um dos factores em jogo, apresentam-se de seguida os momentos dipolares de algumas dessas molculas, sugerindo-se ao leitor que compare esses valores com as estimativas que se julgar capaz de fazer. COMPOSTO
Metano (CHa) Etano (C2t16)
tt/ D
0 0 .69 ,68 ,66 ,30
.31
COMPOSTO
Propano (C[I3CH2CH3) Rutano (CH3CII2CH2CII3) Etanal (CH3CHO) Propanal (CI
n/D
0,084
< 0.05
2.69
ttanol (C2II.5OH)
I
-Propanol (CH3CH2CH2OH)
IlCtI2Ct{O)
)<)
r.14
t.75
1,85 1.94
))
t7
uoro-propano (CHTCHZCHZF)
2.05
4.5 - CRISTAIS COVALENTES At aqui construmos pequenos agregados de tomos - as molculas. No entanto, com o mesmo tipo de ligao, se usarmos tomos com grande capacidade de ligao, como o carbono ou outro elemento da mesma famlia, podemos construir agregados tridimensionais com um nmero to grande de tomos que
o conjunto tenha dimenses macroscpicas.
4.5.1 - Diamante
Suponhamos o tomo de carbono hibridado em sp3 ligado a 4 tomos de carbono tambm hibridados em sp3; cada um destes, por sua vez tambm ligados a mais 3 tomos de carbono tambm
hibridados em sp3 e assim sucessivamente. O nmero de carbonos envolvido pode ser to grande quanto
se
quiser e teremos, desta maneira, um edifcio macroscpico formado s custa de ligaoes covalentes.
Se para alm disso esse edifcio estiver organizado sempre da mesma maneira o agegado ser cristalino
e
toma o nome de diamante (ver Fig. IV.61). O mesmo se poder passar com outros elementos da mesma
IV.85
Fig. M.61 -
Quanto estrutura electrnica, podemos preva tomando como base de trabalho a unidade CC4
ou SiSi4 ou GeGe4: o que difere de caso para caso a electronegatividade e portanto o mostra na fig IV.62:
como
se
IV.86
a)
s9.
4gGG.G 6
tPg
E
'4laGlrxG
99.
cca
i
sisi4
GeGeo
C(sna)
\
b) do cristal de dgnnte; unidade repetitiva electonca da Fg 1V.62 - a)Estnttura
o ntestno para
os
qs2'Grafrte
u"*.ll":ffi ffi1::Hll1ffi
de romos ,oao.
duas a duas) " no,
;;;;;;"'"'"i:i;'':;:::i--;
estendido
l.
"m"to
o-oJr"* "O"rr""*L"U"
lV.87
o)
b)
:1,5n j
2pz
,
orbitais o (O electres)
ganda vazia
n orbitais ,r (n electres)
As orbitais 7t e ,r' ormam uma banda de energ ia Banda semipreenchida
so '2
n tomos G(sp )
2
IV.88
4.6.
PROBLEMAS
t. Discuta
b) He2 no mais baixo estado excitado. RESOLUO: a) hipottica molcula deHe2corresponderia o seguinte diagrama de orbitais moleculares:
s:
He
A ordem de ligao
1s
..
ilT:__,,'
H.
ll2 (2-2):0
b) A excitao de He2 ao primeiro estado excitado correspondente promoo de um electro nvel de energia seguinte, ou seja, or" Portanto a configurao electrnica da espcie antiligante oi "ao resultante a seguinte:
" o'i,
a rl
ol,
)
ll2 (3-l) :
1 o que
indica
a possibilidade
da existncia da
espcie He2 excitada embora com uma ligao relativamente fraca devido baixa electronegatividade
2.Descreva o diagramadeorbitais moleculares daespcie LiFe comente-o emfuno da diferena de electronegatividade dos dois elementos.
a) Preveja o valor do momento dipolar associado ligao LiF, sabendo que a distncia internuclear , L.g6 A, x(Li):1,0 e x(F) :d0
RESOLUo:
IV.89
*G
-8. I
(F)
______v"
4
_n_
'r--/
2s
--@
---tl
\--l
"'
-(',
,"
Li
LiF
Dedo grande diferena de energia entre estas duas orbitais atmicas, a orbital molecular ligante 4 tem uma grande contribuio da orbital 2p do flor e a antiligante o resulta essencialmente i da orbital 2s do ltio. Isto significa que o par de electres ligantes est muito mais atrado pelo tomo
de flor o que confere um carcter essencialmente inico ligao.
flor.
a) De acordo com a relao emprica de Hannay e Smith, a percentagem de carcter inico da ligao Li-F obtm-se a partir de:
IV.gO
r xI\OVT
16 x (4.0-1.0)
3.5 x (4.0-l.O;2
r:
0.795
Note que tambm pode utilizar o quadro da tabela peridica que relaciona a diferena de electronegatidade com a percentagem de carcter inico com base noutra expresso emprica que no
conduz necessariamente aos mesmos valores. O momento dipolar inico calcula-se atravs da expresso;
:3.14x lO-'nCrrt
a cargado electro. O momento dipolar da ligao, p, relaciona-se com a percentagem de carcter inico, 4 e o momento dipolar inico trinico atravs de:
onde
:7.5D
3. Descreva a estrutura molecular da amida HCONH2 indicando tipos de ligao, hibridaes, ngulos de ligao e pares electrnicos isolados. Resposta:
Num primeiro passo devemos, atendendo capacidade de ligao dos tomos envolvidos, deduzir o
esqueleto da molcula que ser, neste caso:
\/H
*/ -*\,
As coniguraes electrnicas dos tomos "preparados" para
de vizinhanas electrnicas de cada tomo, tm, ento de ser:
se ligarem, atendendo ao nmero
IV.91
H-C-N
12fio e
C-N-H
1D9o2l'.
azoto qumicamente um no metal enquanto que o bismuto um metal. D uma explicao para este
facto.
2. Discuta a possibilidade de existncia das molculas Resp.:
deLi2,Be2e 82.
2eB2so
b) Discuta com base nos critrios de formao de orbitais moleculares a partir de orbitais atmicas
sequncia de energias que apresentou para as orbitais moleculares do N2 na alnea anterior.
o;
I,Lz
o2
t,2t
o;
1,30
o2rr,49
dist. internuclear ()
Discuta, com base na teoria das orbitais moleculares, as variaes observadas. Indique a ordem de ligao em cada um dos casos.
Resp.:
tv.92
especle
o;
2,5
o2
2
o;
1,5
o31,0
Ordem de ligao
5. Os
momentos dipolares
HBr e HI
so respectivamente:
Ir( D)
HF
HCI
1,90 1,80
do()
0,92
r,23 I,41
1,62
HBr
0,79 0,38
HI
Calcule aVo de carcter inico de ligao halogneo-hidrognio em cada uma destas molculas.
Compare com os valores obtidos teoricamente, com base nas electronegatividades dos tomos em
questo.
d:1.8
entre os tomos de carbono e oxignio como explica o baixo valor do momento dipolar,
p:
0.112 D,
9. Represente num diagrama de energias as orbitais moleculares do io cianeto (CN ) e diga qual
a ordem de ligao.
10. Estude a natureza das ligaes nas molculas H2S, PH3, SiH4 e P2. Especifique os ngulos
e tipos de hibridao.
IV.93
ll.
Diga que orbitais de carbono se utilizam no mtodo de enlace de valncia para formar
as
molculas da Tabela.
IH_C_H IF_C_F
CH3F CH2F2
CHF3
111
112
108 109
as ligaes so
12. Sugira, justificando, os tipos de ligao e hibridao que postularia para as molculas N(CH3)3
e
C2H2FCI
a de
menor polaridade.
CH2CHCHCHOH (C4H5OH).
as vrias ligaes carbono-carbono
e a ligao
HOOC - HC
CH. COOH
a) Escreva a estruturas destes compostos explicitanto os tipos de hibridaes, os ngulos de ligao e os pares electrnicos isolados.
15. Descreva pormenorizadamente a estrutura molecular do seguinte composto H3CCCCONH2. Especifique os ngulos de ligao, tipo de hibridaes, pares electrnicos isolados e tipos de ligao.
16. Quais os compostos que prev existirem correspondendo formula C3H12? Descreva as ligaces qumicas nestes compostos.
4.7. APNDICES
4.7.1 - Apendice I - Teoria do Entace de Valncia
IV.94
ondaVr,.,rVr,.a
Se os dois tomos estiverem suficientemente afastados, de modo a poderem ser considerados
isolados (sem interaces mtuas), a funo de onda para o sistema dos dois tomos :
V:prs.,{()tpr".s(z)
onde tomo.
Se os dois tomos se aproximarem um do outro para formar a molcula,
(|V.A.I)
os dois electres, um de cada
intuitivo que
se devem
seu
Com a funo de onda assim construda podemos j, usando a equao de Schrdinger, calcular
a energia do sistema em funo da distncia. Est fora do mbito deste curso entrar em pormenores sobre o clculo; analisemos apenas o resultado para avaliar as potencialidades deste mtodo:
A curva de energia apresenta um mnimo - o que indicia a existncia de ligao; a distncia a que esse mnimo acontece de 90 pm (difere, por isso, menos de ?-\Vo do comprimento medido experimentalmente para a ligao H-H, que , de74 pm). J com a energia de ligao (igual profundidade da curva no seu mnimo) o falhano bastante mais flagrante: Z4KJllmol contra os 485Kl/mol
experimentais.
Temos, por isso, de procurar melhorar
a
funo de onda
melhor idia de partilha dos electres fazendo com que o electro L possa estar ora no torno A ora no tomo B e com que o electro
2ff
A:
V:
tp s.
(v' r
A.2)
Com esta funo, consegue-se aproximar ainda mais os valores calculado e experimental para o comprimento da ligao e o valor da energia passa para 33Klllmofl que j da ordem de grandeza
da experimental.
Uma outra melhoria fcil de imaginar se nos lembrarmos da atitude tomada quando passmos do "tomo" hidrogenide pa o tomo polielectrnico: quando passa do tomo para a molcula cada
ffAo fazetmos isto no estamos seno a corrigir a nossa atitude anterior no que respeita "etiquetagem" dos electres: o princpio de incerteza impede-nos de distinguir o electro 1 e o electro 2 quando se encontram na mesma regib do eipao; uma maneiia, ainda que artifcial, de remover essa etiquetagem admitir que o I e o 7 podem trocar de posies.
lBste resultado no tem nada de surpreendente se nos lembrarmos da soluo encontrada para.a partcula na caixa. Com efeito, a passagem de IV.A.I paralY.A.2 corresponde a um aumento da extenso da ncaixa" disponvel para cada um dos electres (em ve1 de estarem confinados zinhana de um s n4cleo, tm agoradisponvel toda a regio vizinha dos dois ncleos); ora como vimos para a partcula na cair'a, a energia da partcula inversamente proporcional ao quadrado da extenso linear da caixa.
IV.95
um dos electres deixa de ser solitrio e vai, por isso, ser blindado da aco dos ncleos pelo vizinho. Podemos ento, na expresso da Energia Potencial substituir o nmero atmico pelo nmero atmico efectivo e assim calcular uma melhor funo p
15
pr ambos os tomos.
Finalmente, podemos ainda levar mais longe a descrio da partilha de electres: escrevendo a
equao IV.A.2 exprimimos essa partilha atravs da troca de electres (o electro 1do tomo A "salta"
paraotomoBeoelectro2dotomoB"salta"paraotomoA)masimpusmosqueessatrocafosse
simultnea; vamos agora imaginar as outras "trocas" possveis sem esta imposio de simultaneidade:
* V,'.,r(rrtP
Is, r(2)
* 9 tr. rrilP
s, B(2)
(v r . A.3)
@ftub
a -Ligao Qrmica
'
Anexo
Qrmica Orgnica
NOOES
ELEMENTARES
Qumico Orgnico
A Qumico Orgnico o qumico dos compostos de corbono. A denominqo de orgnico derivo do oniigo suposio de que este tipo de subsincios tem necessoriomente origem em orgonismos
vivos. Emboro octuolmente selo possvel, em princpio, sintetizor quolquer composo orgnico o portir de substncios inorgnicos, o nome montm-se. Encontror
responder o
quotro perguntos:
l)
A que closse de composto pertence? lsto , quol ou quois os seus grupos funcionois. Grupo ou
Exemplo
cido pentonico
2) 3) 4l
Quol o composto bose, esqueleto, que, por substituio de hidrognios por tomos ou grupos de tomos, deu origem oo composto finol? Quois os nomes sistemticos ou triviois oceites pelo comunidode qumico poro estes
compostos e grupos?
o 2-tert-buiil-4-metoxifenol
OH
cH,
c'
1..J".
OH
\.".
o
I
t"
r^.cH"
cH,
cFls
"
rodicol ert-buiilo
fenol
2 -le,rt
-butil - 4- metoxifenol
implico que se troio de um fenol, lcool, subsiitudo. A contogem dos posies de substituio foz-se o portir do posio em que o grupo OH, qrupo funcionol lcool, se insere no onel do benzeno que perdeu um hidrognio, fenilo. No posio 2,
relolivqmente oo grupo OH do fenol encontro-se o grupo butilo lercirio (em que o corbono se encontro ligodo o 3 ouiros corbonos, por isso chomodo erf) e no posio 4 o grupo meloxi que
O nome 2-tert-butil-4-metoxifenol
O 2-tert-bulil-4-
meloxifenol um onlioxidonte muito usodo no indstrio olimentor, onde conhecido por BHA, poro impedir
o oxidoo dos gorduros. o seu meconismo de oco consise no inierrupo do codeio de reoces do rodicol perxido X-O-O' com duplos ligoes
corbono-corbono, em porticulor os exislenles nos gorduros (vejo-se o que um rodicol no lexto em seguido). O rodicol reoge mois eficienlemenle com o 2-tert-butilo-4-metoxifenol do que com os duplos ligoes dos lpidos, proiegendo-os.
Como os orgonismos vivos ombm noo podem "ronor" possuem ontioxidones noturois
quimicomente semelhonles oo BHA e que ocluom do mesmo formo. Um dos ontioxidontes noiurois mois conhecidos o vilomino
E.
Como vemos pelo exemplo, o nomenclqluro de umo molculo relofivomente simples, como esto,
exige um elevodo nmero de conhecimentosl.
o oluno de Qumicq Gerql reconheo os principois grupos funcionqis e que seio copoz de identificor compostos muito simples de corbono e hidrognio contendo, hologneos,
Espero-se que
I A nomencloturo
o conluno de
Union of Pure ond Applied Chemistry. Porm, o moiorio dos qumicos e publicoes segue os regros do Chemicol Abstrocts, umo publicoo bi-semonol que referencio todos os livros, ortigos e polenies do reo do qumico e ofins, mos que difere do IUPAC no definlo do hierorquio dos grupos, hfenoo, eic.. Nole-se que o uso de nomes lriviois, oceiles pelo IUPAC, poro designor grupos muito correntes,
em misluro com dsignoes sistemticos iorno muilo complexo o nomencloluro de Qumico. Por
isso
no pense o oluno que estudou estos {olhos que voi possor o enender, por exemplo, os nomes
reborboiivos dos frmocos que vem cheios de cumorinos, pirrois, colinos ou ftolocioninos de que no foloremos oqui.
Hidrocorbonetos
de
frmulo gerol
C"Hrn +2r
tm ligoes triplos, olcinos. Quondo os lomos de corbono se dispem de modo o formor oneis insourodos em que
no
Quondo no romificodos so ditos lineores ou normois focto que por vezes indicodo odicionondo o prefixo n- oo nome. Assim, emboro, em princpio, quondo folomos no butono nos
refiromos oo hidrocqrbonelo lineor podemos goronlir que ossim denominondo-o n-butono.
metono -l I etono CH3CH3 I nomes iriviqis CH3CH,CH3 propono I er" ,ao sempre usodoss CH3(CH2)2CH3 bulono I
CH,
CH3(CH2)3CH3 penlono
I
I
I I
CH3(CH2)'6CH3 dodecono
Quondo romificodos o nomencloturo torno-se mois complexo. Aos diferentes composlos o que corresponde umo dodo frmulo bruto domos o nome de ismeros estruturois. Por exemplo o pentono, CuH,r, corresponde o 3 ismeros eslruturois de que se indicom os nomes triviois
2 A 3
necessoriomente ogrodveis.
Ningum diz triono emboro esie seio o nome sistemiico poro o propono.
CH;CHnCHICHz-CH.
r"' CH-CH-CHrCH.
isopenlo no
cH"
cHn-c-cH" "l
CH.
t'
n-penlono
neopenlono
Dqmos em seguidq olgumos dos regros pqro obter os nomes sistemticos dos hidrocorbonetos
romificodos. S referimos os cosos mois comuns:
o hidrocorboneto
cH.
CH5-CH-CH-CH3
considerodo um derivodo do penlono e no um derivodo do butono.
l"t'
cH"
ii)
Os corbonos dq codeio principol so numerodos de tol formo que o somo dos nmeros que
indicom os locois de romificoo sejo mnimq. As romificoes, grupos subsfituinles (entendo-se que subsiiluem o hidrognio que l poderio estor), so nomeqdos como
rodicois. Ex.:
s H'
123
lt CHaCI-l-Ct{-CH3
c3,
cH2
r.
no 5-4
cH"^cH.
CHrCH-CH-CFl. "
l'l
2,3-dimetilpenlono
Note-se
3,4-dimetilpentono
o nomencloturo dos rodicois. Metil- poro o rodicql meilo -CHr, elil poro o rodicol
ii
cH. cH.
t"--t"-t"'
CH.
t"l
2,2,3-lrimelilbuto no
u)
Quqndo h dois ou mqis subsiiiuintes diferentes devem ser indicodos em ordem ol{obtico (normo do Chemicql Absrocis mois frequentemene seguido) ou por ordem de
complexidode (IUPAC).
Ex. :
cH"
cH. cH"
C
t"
H
H-CH-C
H2-C
t'l
-C
-C
Hr-CH3
ortogrofio correcio seio metil-heptono (no cosume escrever metileptono, opesor de ser correcto) emboro se posso escrever metilociono ou melilpropono.
A gosolino usodo em moores de exploso umo misiuro de hidrocorbonetos lineores
rqmiicodos com um nmero mdio de corbonos prximo de
e
8 (oclono).
Porm
n-
rpido)
que conduz
o um boixo rendimento do
2,2,4-
rimeiilpentono (isooclono) orde mois lentomente, presumivelmente porque o otoque do oxignio oo esquelelo de corbonos. impedido pelo envolvimeno de grupos meilo. Ao
isooctono puro olribudo um ndice de ocionos de 100 e oo n-heptono, que explode de
formo inoceitvel poro um motor, um ndice 0. Um combustvel de 98 octonos equivole o umo misuro de98% de isooctono e
2Yo
de n-heplono.
Nos qlconos
.l09"
e o corbono est
sempre hibridodo em sp3 . Nos cosos de olconos cclicos soturodos, denominodos cicloolconos, os ngulos esto, por vezes, deformodos conduzindo
HF
.t^
H/"r
\./r-\H -c
\n
ciclopropono
H.."'
cH" cl
CHs-CH-CH-CH:
3-cloro-2metilbutono
t"t
HH
I - bromo- 2- meti lciclo- hexo no
hidrocorbonelo
O oniigo conceiio de que os tomos de corbono com ligoes duplos ou triplos no tm o suo copocidode de ligoo solurodo resuho do observoo de reoces de odio
corbonos. Por exemplo o eeno pode reogir com o hidrognio poro produzir etono.
eses
\,/\/ -/t:t\HHHH
-H
f H' +..zt-\.n
HH=
No se deve conundir este conceio de insoiuroo com o que oconlce com os rodicois
livres, com um eleciro desemporelhodo numo orbiol no ligonte, que no lm o suo mximo
Por
exemplo, o rodicql etilo pode reogir com oulros rodicois dondo origem o umo molculo no
-a=
/H
-
.. "- t
_)._(_ HH
"rt:\"
\*
Nos olcenos surgem duos novos questes: necessrio locolizqr o ou os ligoes duplos e tombm necessrio indicor o geometrio do molculo em torno deslos (isomerio cis/rons). Os
dois primeiros olcenos no conslituem problemo
CH;CH,
eteno ou
CH;CH:CH,
propeno ou propileno
etileno
A portir do terceiro composto do srie necessrio locolizor o tomo onde se situo o ligoo
duplo. fusim:
l-buteno
'll
I
zH
cH5-cH;c HncH-cH;c
"-u"u-|".
3-propil- -hepieno Denominom-se cls os composlos que opresentom os grupos substiuintes do mesmo lodo dq
duplo ligoo. Quondo os substiiuines se encontrom em lodos opostos relolivomente duplo ligoo so denominodos rons. Obseryem-se os exemplos:
t*^ n)t:("
^/"'
cr. n).:.(.,
.H
frons-2-buteno cis-2-buteno
irons-dicloroeteno ou frons-dicloroelileno
Nole-se que os ismeros cis e lrons so composlos diferentes. lsio , no interconvertem temperoturo ombiente pois, poro isso, o ligoo n terio que se romper. Pelo contrrio, no coso de
ligoes simples o rotoo livre. Observem-se os duos formos do n-butono.
* '/t-t\
H
' lt
CH.
H,7
-t
No se troq de dois composios. So duos conformoes possveis do n-buono, sendo que o segundo menos esivel devido moior repulso entre os grupos metilo, e porionio menos
provvel.
CH5-C--fl.
elno ou ocetileno
2-butino cH"
cH, t"l tt
ou orenos,
formom orbitois moleculores deslocolizodos estendidos o todo o onel ou oneis, isto , em que o
n-y't\y'n
I
lrl
".,-c-.-aZc-.-"
I
por
H
I
ex.
Fenilbenzeno (bifenilo)
benzeno
rodicol fenilo
metilbenzeno
OO
1,3-dimetilbenzeno rnelo-xileno
i-"" x*'
Quondo disubsiituidos o onel numerodo porlindo de um substituinte. Um mtodo olternotivo muito comum ufilizo os prefixos orfo- (o-), meio- (m-) e poro- (p-), conforme se indico em
seguido.
CH.
CH.
'
,2-dimetlbenzeno orfo-xileno
I ,4-dimetilbenzeno
poro-xileno
d
2- bromo-meti
cH.
Br
o
Br
4-bromo-meilbenzeno p- bromo- meiilbenzeno
t"
lbenzeno 3-bromo-metilbenzeno
o-bromo-metilbenzeno m-bromo-metilbenzeno
A denominoo triviol do metilbenzeno tolueno logo, os trs liimos composlos denominom-se: o-bromotolueno, m- bromoiolueno e p- bromoolueno
noftoleno (noftolino)
onlroceno
e oxignio
Compostos de corbono contendo oxignio so correntes em utilizoes induslriois, domsticos e no noturezo. Esto closse constitudo pelos lcoois, eres, cetonos, cidos cqrboxlicos e steres.
hoois
O srupo funcionol lcool o grupo hidroxilo -OH. Assim, o frmulo gerol dos lcoois R-OH onde R um rodicol orgnico. O oxignio hibrido em sp3 como no guo poro minimizor os repulses electnicos. A suo nomencloturq sistemiico simples, bostondo indicor otrovs do
sufixo o/ quol o corbono do hidrocorboneto porente o que se ligo o grupo funcionql. Quondo o
codeio insolurodo o duplo ligoo deve ser includo no hidrocorboneto principol. Se o grupo hidroxilo termino o codeio, o corbono odiocente ter o nmero 1, se est ligodo o um corbono no terminol o codeio ser numerodo de formq o que o cqrbono o que o grupo lcool se ligo ienho o volor menor. Veiom-se os exemplos seguintes:
OH
CH3-OH
CH"
CH3-CH10H
elonol
CH;CH-CH1CH.
2-butonol
CH;CH:C-CH;-OH
2-eiil-2-buten-l -ol
t'
CH"
melonol
Alguns lcoois so muio comuns quer no olimentoo, etonol, quer como combustveis, metonol,
e etonol, quer oindo como solventes, lcool isoproplico.
OH
I
cnrbt -cn.
2-proponol, propon-2-ol, ou lcool isoproplico
O elonol um dos componentes de olgumos dos bebidos intoxiconies mois bem sociolmenle. Acluo por oumenlo do tronsporte ociivo do io Cl- nos sinopses dos
oceites
clulos
cerebrois inibindo o seu normol funcionomento. Tem um efeilo depressivo emboro devido
inibio do funcionomento de olgumos zonos de conlrolo do cortex cerebrol d por vezes o iluso de octuor como eslimulonle. Tombm octuo como vosodiloiodor superficiol, donde
resulto umo sensoo de color e vermelhido do pele, efeilo usodo poro comboier o frio. A
sede subsequenle
consequncio do inibioo do
O metonol, presenle em concenlroes que oiingem lg/l em muitos dos bogoos bebidos
em Portugol, fortemente venenoso pois os seus metoboliios, cido frmico e formoldeido
(veio-se nos respectivos seces os frmulos destes composos), oocom ptico cousondo cegueiro irreversvel. A ingeslo de mois de 35 g letol.
OH
o relino e o neryo
CH5-C-CH1CH3
CH.
"l
I
devido
interoces de London) dissolve-se com moior focilidode em ecidos com moior contedo
oguordente
Alguns polilcoois, contendo vrios grupos OH por molculo, denominodos diois, triois, etc., so tombm muito comuns. Entre esles os mois conhecidos so o glicerol, constiluinte de diversos produlos formocuticos, e o etilenoglicol, usodo como qnlicongelonte em fludos de circuloo como por exemplo nos rodiodores dos ouiomveis.
o
c
I
oH
I
OH OH OH
CH2-CH-CH, ,2,3-proponotriol, ou glicerol
2v
H2
ttt
1,2-etonodiol, ou
etilenoglicol
O eiilenoglicol formo pontes de hidrognio com os molculos de guo destruindo o suo usuol esiruturo de cristolizoo. Desto formo couso umo forte depresso no ponto de
fuso do guo impedindo o formoo de crisiois de gelo.
O glicerol usodo em rebuodos lombm com o fim de evilor o suo cristolizoo, no posto de denies poro eviior o perdo de guo e subsequenie secogem e com idntico fim
em muitos cosmticos. Os vinhos generosos soo ricos em glicerol e o "lgrimo" de certos vinhos (pequenos lgrimos que escorrem nos poredes interiores do copo ops ogitoo)
resuho do viscosidode conferido por um olto teor desle soboroso trilcool. O vinho do
dos
certo vinho Auslroco por morteleiros ignorones em 1985. Estes, queriom odicionor glicerol poro fozer possor o seu produto por um vinho de quolidode, porm, mol informodos e ignoronles, odicionorom o que
iulgovom ser etilenoglicol, iguolmente gosioso mos perigoso poro o fgodo. Pior, ochondo que mois di menos di tudo io dor oo mesmo lrocorom-no por dietilenoglicol.
Morol: tivessem esses morteleiros esudodo Qumico Gerol no s esiovom ricos como
no iinhom ido poror priso!
Eteres
So compostos de frmulo gerol R-O-R' onde R e R' so dois rodicqis hidrocorboneto. Quondo R=R'dizem-se simtricos e uso-se o prefixo di poro o nomeor.
CH3
CHIO-CH2
dietilter
CH3
CH3
CHTO-CH3
melil eilier
1-Vo-cH3
\:/
metil fenil ter (onisole)
Aldedos
O qrupo funcionol oldedo o grupo -COH. fusim, o frmulo gerol dos oldedos R-COH onde R um rodicol orgnico. O corbono hibrido em sp2 e formo umo ligoo duplo com o oxignio. A suo nomencloturq sistemtico semelhonte dos lcoois bostondo indicor otrovs do sufixo o/
quol o corbono do codeio mois longo o que se ligo o grupo funcionol. Veiom-se os exemplos
segui ntes:
Hrc:o
metonol (formoldedo)
cl cH.
cH-/ \H
3-cloroproponol
2-meiilpropenol
Cetonos
O grupo funcionol dos cetonos o grupo corbonilo >C=O. As regros de nomencloturo repetem
os dos leres sendo ono o sufixo que identifico umo cetono. Umo segundo formo de identificor os
o
(cH3)'
c:o
il cH3 c cH2
cH:cH'
c-cH3
fenileionono metil fenil cetono
4-penten-2-ono
metil olil cetono
cidos Corboxlicos
Os cidos orgnicos so cidos corboxlicos de frmulo gerol R-COOH. Tm propriedodes cidos porque, quondo em guo, o qrupo corboxilo pode perder o seu proto Porque que o grupo -COOH pode dissocior-se em -COO- e Hn e o mesmo no se pqsso com os lcoois? As
reoces escrevem-se poro os dois cosos do formq seguinte:
R-C/
_-
*_!
1o.
R-C
+H@
o-H
\"
\o
+H@
o-H
\.
No coso do cido corboxlico o io corboxiloio tem o corgo negoivo estobilizodo por ressonncio, isto , esi deslocolizodo sobre os 3 lomos minimizqndo o repulso interelectrnico. No lcool iso no oconece, ficondo o electro em excesso openos sobre o
oxignio. Umo provo de que ossim , dodo pelo fenol, tombm denominodo cido fnico, que, sendo um lcool, iem propriedodes cidos. Tol como nos cidos corboxlicos, no fenol o corgo
negotivo fico tombm deslocolizodo, neste coso sobre o onel benznico.
oHoOo
I
o-:r-*"+H@
e
A nomencloluro sistemtico dos cidos corboxlicos semelhonte dos oldedos usondo o sufixo ico. Porm, mois do que em quolquer outro closse, pululom nomes triviois com origem nos suos propriedodes, odores, ou origem noturol, que so usodos quose sempre em derimento dos
nomes sisemlicos. Exemplos
c. c. c. c.
Os seres dos cidos cqrboxlicos tm frmulo gerol RCOOR' e os seus nomes terminom por oolo poro os nomes sisemlicos ou oto pqrq os no sistemticos. Exemplos:
/ cH-C
o
o
CH=CH CH,
C
'\-
O-CH, CH3
ll
O CH, CH3
oceioto de
etilo
3-bulenoolo de etilo
Aminos
Podem ser considerodos derivodqs do omnio por substiuio dos hidrognios por rodicois. Recorde-se que o ozoto est hibridodo em sp3 ficondo umo orbitol no ligonte com um por
electrnico no portilhodo. Ao por no portilhodo pode-se ligor um cotio" No coso do omonoco obm-se o io omnio, NHa* Do-se, em seguido olguns nomes poro ominos comuns.
CH3NH, CH3CH2NH'
(CH3CH2)2NH (CH3CH2)3N
De frmulo gerol
// R-C-
o
R'
\,/ N
\R',
so nomeodos de ocordo com o cido porente indicondo o locol o que os substiluintes se ligom.
// cH--c' "
formomido
\.2
N
H-c.
o //
\H
\,/ N
cH.
\ 'CH"
oceiomido
N,N-dimeilormomido
BIBLIOGRAFIA
que olgum oluno deseje domnqr o nomencloturo do qumico orgnico poro olm do que oqui se ensino. Neste texto no so opresenlodos os nomes triviqis (no sistemlicos) de
duvidoso
nomencloturo dos
oluno
interessodo recomendo-se, p. ex., o consulto de J.D. ROBERTS, M.C. CASERIO, "Modern Orgonic Chemislry" ed. W.A. Benlomin, lnc. A todos oqueles poro quem "o qumico umo festo" recomendo-se o leiiuro do livro P.W. ATKINS
"Molecules" Scientific Americqn Librory, NY, 1987 de onde forom odoptodos vrios dos comentrios opresentodos em coixos oo longo do exto.
5 - L|GAOES TNTERnOLECULARES
5.1frjectivos
5.2 Introduo 5.3 Tipos de Interacas
5.3.
7
7
5.4 Ligaes de van der Waals 5.4.1 Interaces de Keesom 5.4.2 Interaces de Debye 5.4.3 Interaces de London 5.4.4 Importncia Relava das Interaces de van Der Waals 5.5 Ligao De Hidrognio
5.5.1 Evidncia da sua estncia
7
10
il
t2
15
l5 t7
t9
&
hidrcgnio
2l
24
25 25
27
31
5.7 Problemas
5.7.
JJ
33
I Froblemas Resolvidos
36
37
37
40
5.1
Qumica Geral
5. Objectivos
Aps o estudo deste captulo, o aluno deve ser
apz
de:
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.
intensidade das
10. Dada uma molecul4 identificar todas as componenles das interacies que po&
as vizinhas.
ll.
12. Discutir
sobre a
5.2
5.2 lntroduo
No caphrlo anterior estudmos ligaioes covalentes entre tomos. Esta ligao (covalente)
que, conjuntament com a inica (Cap. 7) e metrlica (Cap. 6), so denominadas primirias, do
origem a energias da ligao da ordem de 200-800 kJ/mol. No entanto, s dois desses pos de ligao conduzem
ir'r..;i j,L"i-ii.!i
prte
ou a silica) conduz geralmente a agregados de dimenses microspicas: as molcahs. Parece entiio que
tdos
cotryrostos molcculares'S deveriam existir na natreza no estados gasoso. O mesmo se poderia dizer
dos gases nobres cujos tomos no tm grandepossibilidade de formar gaes covalentes2 e em que o pocesso de ganho ou perda de electres no favorvel.
Ora, o $re s passa bem diverso: no se conhece nenhuma substncia que seja gasosa em
toda a gama de presso e temperatura, sabendo-se ainda que possvel solidificar todas as substncias conhecidas (excepto o He), ainda que em intervalos
e tempemtura. Assim,
se
de eerar gue, entre entidades que no podem ligar-se entre si atravs de ligaes primirias,
exeam interac@s dependentes quer da temperatura quer da presso. Vamos,
pra
j, chamar-lhes
A intensidade
separao das
molculas sem ebra de liga@s pelo que as temperaturas de fuso e de ebutio devem depender da intensidade das ligaes intermolecares em jogo. Elas sero tnto mais elevadas quanto maiores
anlise dests valores mostra que os pontos de fuso das srstncias em que, na mudana de estado,
tu
quebra
&
ligaes prirnrias so da ordem dos 1000 oC, enquanto que nos compostos moleculares
A energia de ligao
pra
mol-l e as liga@s
Este po de interaces deve ser tambm o responvel pelo comportamento dos compostos
em todos os ctsos em que seja importante afastar e/ou aproximar moleculas umas drs outras
(dissoluo de compostos moleculares).
t
2
Ver Captulo 4.
5.3
Qumica Gerat
Tipo de
ligao
Na Cl
inica
metrlica
covalente
Cu
si
Ce Hc
l4l0
6
intermolecular intermolecular
HzO
moleorlares nns nos outros, por exemplo) ou mesmo entidades carregadas e molculas (dissoluo de um sal inico num lquido molecular, por exemplo). Estas interaces dependem da natureza das substncias como se infere, por exemplo, dos
valores do ponto de ebulio dos produtos indicados na tabela 5.2.
Tabela 5.2 - Correlao entre a natureza das molculas de um composo e pono de ebulio
Composto Benzeno
F'rmula
'ce IIe
Propano
Neon
cH3
cH' cI
Ne
12.0
-245.7
217.9
Naftaleno
Cro tla
Para melhor compreendermos a influncia de alguns parmetos moleculares na intensidade das foras moleculares analisemos os valores relativos dos pontos de ebulio de alguns grupos de
substncias- Nesse sentido indicamos na Tabela 5.3 as temperaturas de ebulio dos gases raros bem como os nmeros atmicos respectivos.
Tabela 5.3 - Corelao entre o tamanho da nuvem electrnica de um gs rarr e respectivo ponto
de ebulio.
He (oC)
Ne
Ar
Kr
Xe
2r0183654
-268.8 -245.7 -185.7 -153.1
-t07.g
Observamos, deste modo, que os pontos de fuso (e portanto, as foras intermolecares) aumentam com o nmero atmico pelo que de esperar que um dos pametros determinante da intnsidade destas foras seja o nmero de electres, os quais condicionam o volume atmico. A idntica concluso podemos chegar no caso de subetncias molecares como se depreende dos dados
da Tabela 5.4. Note que todas as especies apresentadas so apolares
(p:0).
5.4
Tabela 5.4 - Correlao entre o tamanho da nuvem electrnica da molecula de um composto molecular e respectivo ponto de ebulio.
lIz
Nmero de electres
Ponto de ebulio (C)
Nz
Oz
16
2t4
-252.6
-t95.7
-182.8
sensivelmente
o mesmo
mas tendo
Tabela 5.5 - Correlao entre o momento dipolar, p, da molecula de um composto molecular e respectivo pono de ebulio.
(CHr)sCH (CHs)zC=CEr
Nmero de
Isobutano Isobutileno
34
Trimetilamina (CHr)r N
34
electres
fC)
32
p / Debye
Ponto de ebulio
0
-10
0.049 -6
0.67
5
Verifica-se que
intermoleculares,
teve de admitir
comportamento dos gases reais em relao ao dos gases ideais. Por isso se chamam s interaces atractivas interaces de van der Waals. Evidentemente que entre as molculas devem existir tambm foras repulsivas pois, a no ser
ro', qual se
as foras
para representar
Qumica Geral
r+
6 o. 4
Fig. 5.1 - Cunta de Condon Morse mostrando a variao qualitativa das foras intermoleculares com a
d stnci
a i ntermo le cu lar, r.
Fig. 5.2
Eneqis.eputsiva
o o
o
ll
o
U
Energia total
Enorgia at.activ
grandezas das
foras repulsivas e atractivas. Sendo as foras repulsivas sempre da mesma na$eza, so as foras atractivas que vm a condicionar o valor de ro. No caso de dois tomos iguais que interactuam um
com o outro ras sem a capacidade de formarem entre si uma gao primrria (gases raros), define-s
, no entanto,
encontra no seu
estado atmico, pelo qtre o raio de van der Waals de um dado elemento detennindo medindo a
distncia mnima entre dois tomos desse elemento pertencentes a moleculas vizinhas. Deste modo, os raios de van der Waals so menos caractersticos do que qualquer dos raios at agora estudados pois dependem no so do tomo em si mas tambem do modo como se liga a outros tomos dentro da
molecula.
De qualquer modo, e dado que as foras de van der Waals so de intensidade inferior
foras atctivas responsiveis pelas liga@s primirias os raios de van der Waals so sempre maiores
do que os raios covalentes e do que os metlicos como se pode verificar pela tabela 5.6.
5,6
Tabela 5.6 - Valores de raios covalentes, meticos e de van der Vaals para trs elementos Eidrognio, lvnto e Oxignio. Tipo de raio
"coo.
H
0.30 0.70 0.92
1.0
1.5
o
0.6
()
"*"1()
rw ()
1.4
5.3.
veio a ser feita por Keesom (1912), Debye (1920) e London (1930)
de
trs tipos de foras de van der lVaals denominadas pelos nomes dos cientistas referidos.
se
chamou "ligao de hidrognio" que a maior parte dos autores prefere considerar parte das ligaes
de van der Waals, sendo, portanto, corrente a seguinte classificao das foras intermolecularesa:
ll- Interaces
il
de Keesom
Debrye
ll- mteracOes de
il
- InteracCes de London
ll
- Liges de hidrognio
momento dipolar
|i,
afecta as foras
Como se sabe um dipolo de momento p1 cria, sua volta, um cmpo elctrico E cujas linhas de
campo se representam esquematicamente na Fig. 5.3
De modo geral, o gue existe uma interao global que, por convenincia de estudo, se considera
Qumica Geral
Kil>
+
Este campo elctrico actuando junto de outro dipolo (2) tende a orientii-lo de modo a obter-se
atY
{f*
Y
uma interaco atractiva mais forte. Analisemos, para exemplificar, a interaco entre os dipolos (2) representados na Fig. 5.4.
(l)
ttFig. 5.4 - Binrio de foras que actua sobre o dipolo (2) na presena do dipolo (I).
(11
et
Entre estes dois dipolos assim orientados no existe qualquer fora atractiva, no entanto, existem
foras
f*
e i,
sendo
ao campo
elctricojunto carganegativa), que actuando no dipolo (2) o levam seguinte posio (Fig. 5.5)s:
(l) e (2) da
do
Para esta configuraoj existe uma componenle atractiva a que corresponde uma energia potencial de interaco nega.tiva.
Existem contudo orientaes pa.ra as quais a fora de interaco repulsiva correspondendolhe uma energia potencial de interaco posiva como se exemplifica na Fig. 5.6
5.8
Fig. 5.6 - O mesmo da Fg. 5.4 e 5.5 mostrando a componente repulsiva das .foras actuqntes para esta
orientao relativa
dipolos.
dos
Numa darta substncia polar temos em presena um nmero elevado de dipolos electricos sendo de admitir
igualmente provveis
a uma interaco
No
de
menor
probabilidade as que envolvem uma energia de interaco mais elevada de modo a que o sistema tenda para a eneryia mnima. No entanto as moleculas possuem outro tipo de eneryia, a energia cineca, de que a temperatura constitui uma medida (a energia de agitao trmica
mfiia por
molcula igual a
3kTl2, onde k a constante de Boltzman6 e T a temperatua absoluta em graus Kelvin). Assirn, guanto rr,aior for a temperatua maior
o nmero de molculas
capazes de se
"movimentar" com mior velocidacle no seio da substncia?. Aumenta ento a frequncia das colises
e, portanto, no lempo mdio entre colises (que consequentemente vai sendo cada vez menor)
diminui
Fa
Wa a energia de interao de
zr*?p| 3'6 kr
(5.1)
6 Esta constante no mais do que a constante R, constante dos g;ases perfeitos, dividida pela
consante de Avogadro, N6.
t A lei de distribuio de velocidade uma lei estatstica de vaxwell Boluman. t Esta expresso e as que so lhe seguem so so vlidas no sistema CGS (sistema de unidades onde
correco
as
unidades hsicas so o centmetro, o gftuna e o segundo). As razes pa:r esta opo bem como a
fazer
Frl tona
Apendice B.
5.9
Qumica Geral
Desta expresso se conclui que a energia de interaco de KEESOM depende dos momentos
dipolares, aumentando com estes, e da sexta potncia da distncia entre os centros dos dipolos. A
temperatua era
a esperada:
com
aumento da
e
(l),
de momento dipolar
pl,
Fig. 5.7 -
Representao
l{11
+l
E'1
em (2) por um
dpolo
{11
k
12l
permanente (I).
=xd O
momento dipolar induzido deve ser tanto maior quanto maior for a intensidade do campo electrico e
mais defonnrvel for a nuvem electrnica da molecula (2).
lti,
e o campo
ih =
A polarizabilidade
(5.2)
campo aplicado, deve pois traduzir a maior ou menor facilidade com que a nuvem electrnica de uma
e pohrizabitidade
&
maneira
diferente segun& as vrias direces do espao. No entanto, no mbito dese curso consideraremos
que as deformaes so isotrpicas pelo que u, se pode tonuf como escalar.
5.
l0
Tabela 5.7
raros
IIe
2
Ne
Ar
l8
1.63
Kr
36
Xe
54
4.01
Nrimero de elecres
cr,x102a (cm3)
l0
a392
0.203
2.46
No entanto, nem
ct
pois o modo como eles se dispem no arranjo molecular e o tipo de orbitais que "ocupam" deve inluenciar tambem a maior ou menor capacidade de deformao da nuvem electnica. Da interaco entre o dipolo permanente
interaco que depende da orientao do dipolo
possveis do dipolo
(l)
(l)
ED=
(5.3)
&
ozt
o,ilL|
(5.4)
As interacfoes eshrdadas at aqui exigem a presena de molecas polares. Contudo, como vimos, as molculas apolares
(:0)
g;ases raros
foi
dada por
r0 Na realidade,
apenas
contribuio devida ao movimento dos ncleos (polarizilidade atmica) cuja importncia bastante
menor.
tr
Ver apndice
Al.
5.1 r
Qumica Geral Por uma questiio de visualizao consideremos um tomo de um gas raro. A distribo
electrnica em torno do ncleo esfrica pelo que no tu momento dipolar. Contudo, fcil admitir
que em cada instante exista uma assimetria
&
dipolar instantneo, os movimentos electrnicos nos dois tomos deixam de ser independentes.
Observa-se ento uma sincronizao destes movimentos de modo
permitindo uma resultante atractiva entre eles. Daq resulta um abaixamento da energia potencial do
sistema e portnto uma ligao entre os dois tomos.
Com base nestas consiaeraiOes possvel deduzir para a energia de interaco entre
molculas
as
(l)
'L
onde
31112 -r7u6ieta2 ,,
(5 5)
I so as energias de ionizao
as
no lhe permite fazer intercompara@s da energia de ionizao; no entanto, paa as molculas mais
no
5.4.4 lmportncia Relativa das lnteraces de van Der Waals As interac@s de van der Waals, que dividimos em trs componentes distintas, corresponde
uma energia potencial Ep dada por:
', = -
*liff
* *,
*Zar .
i#",,*,f=
(5.6)
Estas interaces que originam energias negavas restam da existncia de foras atractivas
entre as molculas. Como vimos em 5.3 necessirio que existam foras repulsivas para gue
se
estabelea eqtbrio. As foras repsivas entre nuvens electnicas (foras reprlsivas de Born) do
EB
onde
=!r'
6.7)
n uma constante
5 e 12 (ver
t2
se pass:r com o
tomo de hidrognio.
5.t2
ordem da soma dos raios de van der Waals das molcas). Na verdade, ao passar da distncia
13 para 14 , a energia das interaces descresce de cerca de 5.6 vezes; ao passar de r:3 para 16 , a energia torna-se 64 vezes menor:
intermolecular
'[-r]
"Fl (,;ry
(p:2 D): no primeiro
crn3 e distncia intermolecar de 3
-56
"[
;FJ-[e]
-s-r6- 64 -tt) - r
assirn"
nem todas elas tm a mesrna importncia relativa. Tomemos dois casos distintos de molculas polares
crso as molculas so relativamente lrquenas, com polarizabilidade a=6x0-24
; no segundo
ct:15x10-24 cm3 e distncia intermolecular de 6 . Calcemos a energia de interao para os dois casos temperatura
&
das
Tabela 5.8 - Importncia relativa da intensidade das interaces de Keesom, Debye e London em molculas polares de diferentes tamanhos (potarizabitidades): a interaco de Debye sempre um fraco pequena do total; a interaco de Keesom st importante (mas da mesma ordem de grandeza da de London) no caso das molculas peqenas; a interaco de London sempre importante e cnesce muito rapidamente com o tamanho da molecula
1o
caso
2o caso
Caractersticasmoleculares p:2D,a=6x10-24cm3
Ir2D,
ct=l5x10-24 crn3
E6 Ep E1
3.557 x 6.584
lO-rs erg.
10-13
7.408 x
2.894 x
erg.
- as interaces de Keesom
ter, na generalidade dos casos, pouca importncia so mais importantes para molculas de momento dipolar
molculas
de
grandes
O que acima ficou dito pode provar-se tomando como exemplo o ponto de ebulio, T"U de algumas
substncias. Na verdade, o ponto de ebio deve estar relacionado com as interac@s moleculares
l3
Qumica Geral
dipolar varivel, verifica-se que o ponto de ebulio sgue a ordem esperada, aumentando com o
momento dipolar, pois aumentam as interaces de Keesom e Debye. Este facto demonstrado pelos
dados apresentados nas tabelas seguintes:
Tabela 5.9 - A temperatura de ebulio T"6aumenta com o momento dipolar, p, em molculas de pequenas dimenses Isto mostra que a contribuio das interaces de Keesom para a intensidade das interaces intermoleculares entre molculas pequenas aprecivel.
Isobuteno
Isobutileno
(CH3), C = CHz
8.36
Trimeilamina
(cH3b N
8.08 4.67 278
F'rmula
(cH3)3
cH
8.36 0 263
0.49
267
Tabela 5.10 - A temperatura de ebulio Tebaumenta com o momento dipolar, p, em molculas de pequenas dimenses Isto mostra que a contribuio das interaces de Keemm para a intensidade das interaces intermoleculares entre nolculas pequenas aprecivel. Propano
Dimetilter
cH3
xido de etileno
'rmula
cr,x 102acm3
CI
6.4 0
CH3
o
6.0
cH3
,,l\r,
5,2
1.90
rr(D)
1.30
T"o(K)
23r
248
284
Tabela 5.11 - A temperatura de ebulio T"r mantm-se praticamente constante com o aumento do momento dipolar, p, em molculas de grandes dimenses Isto mostra que a conribuio das interaces de Keesom para a intensidade das interaces intermoleculares entre molculas grandes desprezvel. Para
Meta
0rto
cr,xldacm3 F(D)
l9
0 446
19
l9
2.50 453
t.72
445
T"r0
5.14
pra
vrias molculas, da contribuio das diversas componentes de van der Waals e constantes da tabela
seguinte:
Tabela 5.12
- Vaor das vrias componentes de van der Waals para vrios compostos, de Momento Polarizabilidade Keesom Debye London Total
(c,x102acm3)
Composto
Dipolar(D)
Argon (Ar)
CO
0
1.63 1.99
0.000
0.000 0.002
o.t2
0.38 0.78
1.03 1.50
0.001I
0.006
HI
HBr
HCr
NH3
5.40 3.58
2.63 2.21
0.027
0.120 0.24 0.37 0.44
0.14
0.79 3.18 8.69
HzO
r.84
148
2.A3
2.09
6.21
5.52 5.05
7 07 11.30
Vimos atns que as interaces de van der Waals explicam as diferenas entre os pontos de firso de vrios compostos. Seria de esperar que eles fossem diferentes entre substncias exibindo foras de van der Waals de intensidades distintas, mas idnticas quando essas interaces fossem
iguais.
Ili,
ponu virios exemplos em que isto no se verifica. Analisemos o etso dos seguintes
pa.res
de compostos:
Tabela 5.r3 - Nestes dois compostos a temperatura de ebulio do primeiro deveria ser ligeiramente superior do segundo; verifica-se, pelo conrrio, que a temperatura de ebulio do segundo muito superior do primeiro
Momento dipotar
1.90
p@)
E,3C
/\ lcool
5.2
CH3
etflico
CZIISOH
5.2
t.70
5. 15
Qumica Geral
de
esperar que o primeiro tivesse maior ponto de ebulio. Verifica-se exactamente o contnirio.
Tabela 5.14 - Nestes dois compostos a temperatura de ebulio do primeiro deveria ser srperior do segundo uma vez que quer o se momento dipolar quer a sua polarizabilidade so maiores; verifica-se, pelo contrrio, que a temperatura de ebulio do segundo muito superior do
primeiro
Composto
Polarizabilidade, Momento
a,x102acm3
'luoreto de metilo, CErF
lcoot etlico, C2HsOH
5.2 5.2
dipolar p(D)
1.90
t.7a
79
Neste par ainda mais flagrante a discordncia entre os pontos de ebulio experimentais e a
maiores interaces de London e de Debye pelo que esperaramos que o CHsF tivesse um ponto de ebutio maior.
Tabela 5.15 - Ilois pares de compostos onde as temperaturas de ebulio relativas so o inverso do que seria de esperar pela comparao das interaces de van der \ileals
Ponto de ebulio
fc)
3
Ponto de ebulio
(.c)
Fluoreto de metilo CHIF cido Fluordrico IIF'
-79
50
t8
se
Tambm entre os dois pares de compostos da Tab. 5.15 esperaramos que as coisas
passassem
de modo diverso: no primeiro par de compostos o momento dipolar dwe ser muito
o CH3 -, e poranto, muito mais polarizvel; alm disso os momentos dipolares no devem ser mto diferentesl5. Seria de esperar que o CH:F tivesse maior ponto de ebio. Acontece exactamente o contrrio.
exemplos anteriores fazem prever que deva exisr entre as moleculas dos mos
compostos de cada par, um tipo d interaco zuplementar diferente das estudadas at que tipo de interaco se trata e quais os
aq. Mas de
reonveis pela
sua existncia?
Poden ficar como exerccio para o aluno. Poder ficar como exerccio para o aluno.
5.16
"normais" que os primeiros apresentam um hidrognio ligado a um tomo mto electronegativo - o oxignio, o azoto e o flor.
H propriedades cuja gnndeza depende do nmero de moleculas por unidade de volume. Por
g;as
contm proporcional ao nmero de moleculas contidas no recipiente. Ora medidas de presso realizadas com glses cujas moleculas continham
que deveriam conter atendendo massa da substncia que se enconava dentro do recipiente.
Verificou-se ainda que esse nmero de "molculas" aumntava com a temperatua.
Isto levou zuposio da existncia de associao ene molculas atravs de uma ligao
diferente das anteriormente estudadas e em que estaria envolvido o Hidrogro.
Para o caso de um cido Carboxlico6 a associao far-se-ia do seguinte modo:
Representao da associao
diFeiae
2
E
Co?ll
diga@cco
F--C
linlas
Latimer e Rodebush (dois investigadores que apresentaram a primeira teoria para explicar as
"anomalias" verificadas no comportamento da gua) charnaram a este novo tipo de ligao a "ligao
de hidrogenio", havendo, no entanto, quem lhe chame "ligao por ponte de hidrognio" pois o
hidrognio eslabelece como que uma pont entre ds moleculas.
das energias associadas s mesmas ligaes, permitiram tirar algumas concluses sobre a geometria
das mesmas. Consideremos a epresentao esquemtica:
tu
Chama-se Acido Carboxilico a todo o composto organico que contenha num dos extremos de nm
cadeia d hidrocarboneto
(R
o grupo -COOH.
5.17
Qumica Geral
Fig. 5.10 -
Representao esquemtica de uma ligao de hidrognio entre uma extremidade A-H de uma
A'
em que
so tomos
molecula ou um io negativo. Verifica-se que o ngo 0 muito prximo de 180" quando a energia de ligao grande. Quando o ngulo 0 for menor do que 140" (e isso pode acontecer por razes estereoqmicas) pracamente a intensidade das interaces entre as moleculas pode ser explicada
sem admitir
intera@s
de Keesom
molcula
Por outro lado, atendendo aos raios de van der Waals dos elementos constantes da
T.
5. 16,
seria de esperar que a distncia entre um tomo de hidrognio e, por exemplo, um tomo de oxignio
de outra moleeula nunca pudesse ser menor do que 2.4 .
Tabela 5.16 - Raios de van der Waals dos elementos intervenientes na ligao de hidrognio.
ENOF'
Raios de van der Waals rw
()
1.0
1.5
,4
1.3
Wa a
ligao
atendendo ao facto de o
teramos que
liga@s de hidrognio,
l')
Fig.
em
r.ao F
1.to
oo
2
5.
l8
2")
medidaqueadistnciaO--4diminui aumenta a distnciaO - H (verFig. 5.11) o que significa que a ligao de hidrognio enfraquece a ligao covalente O - H; os dois oxignios competen na atraco que exercem sobre o hidrognio, podendo mesmo ocorrer que este ultimo fique exactamente a meia distncia entre eles (a chamada ligao de hidrognio simtrica) que corresponde a um miiximo de interaco.
A--{
mas,
como bvio, ligaes simtricas so podem existir quando A e B forem elementos iguais.
hidrognio v:rmos comparar o que s passa no caso do FHF- com os valores mais corrents desta
energia (geralmente inferiores a 30 kJ
*ol-1;.
1t2e
Fig. 5.12 -Io HF2
.
1t2o
F
^
lt1;a1ro
perfeitamente simtrica
qual corresponde uma distncia nitidamente inferior prwista a partir dos raios de van der Waals. Por outro lado o valor da energia da ligao situa-se em 150 kJ mol-l, portanto muito superior s
energias habituais em interac@s secundrias. Podemos resumir tudo o que foi dito sobre a geometria da
A contribuio (em termos energticos) daliga$o de hidrognio para a energia total de ligao entre
rtuas moleculas tanto maior quanto maior simtaneamente:
- Angulo A-H-- B muito prximo de 1800. - Distncia A-- B muito menor do que r**(A)*r.o".(EtrwQlrrw(B)11
A-B
de uma orbital de
B com dois
5.5.3 Teoria da ligao de hidrognio Confirmada a estncia.ras hgaes de hidrognio h que arraqia um modelo teorico que
explique todos os factos e:iperimentais conhecidos acerca desta ligaes.
puramente
como segue:
'' t*
(X) - raio de van der Waals do elemento X, r"*.(X) - raio covalente do elemento X.
5.19
Qumica Geral
Fig. 5.13 -
lnteraco
explicar a ligao
hidrognio.
de
rp &
HH
e, na maior prte dos casos, se observa
De facto, vma vez que este tipo de ligao s se evidncia quando os dois tomos que rodeiam
igualmente a presena de um par isolado na direco da ligao, no custa admitir que haja uma forte interaco electrostiitica do tipo (-,
+)""'(-
esUi integrado ou mesmo uma carga inica negativa no ctso de B ser um io.
electrnica volta do ncleo do hidrognio extemamente pe{pena pelo que as foras repulsivas so tero intensidade importante quando a nuvem electrnica de B estiver muito prxima do ncleo de H
eportntooequilibriotsseratingidoquandooBeoHestiveremextraordinarimentepertoumdo
outro, o que permite uma energia de interaco dipolodipolo (ou dipolo-io) extremamente grande. Tambm a questlio da direccionalidade explicivel: para ngulos mto diferentes de 180" o
pam
iguais distncias entre B e H, as foras rulsivas sero mto mais importantes com esta geometria do
qu com a linear.
A-B
o@ \ v
ls
<
A@ CB
.t1 < d2
t-E-J
goomotia linoar
r8o.
distnciasentreBeH.
Portanto a igualdade entre as foras repulsivas e atractivas atingida para distncias
tt O equilbrio
atractivas.
5.20
atingido quando a intensidade das foras repulsivas igualar a intensidade das foras
No entanto, no c:rso das ligaes simtricas (ou muito perto desla situao) esta teoria
dificilmente se adapta. De facto estando o tomo de hidrognio a igual distncia de um e de outro
tomo, a orbital ls do hidrognio apresentara igual sobreposio com as orbitais mais externas de
ambos. Ser entiio mais correcto considear que a coalescncia das trs orbitais envoMdas na tigao
origem
a orbitais moleculares
deslocalizao contribua
(e portanto a
no entanto, diicil de admitir que esta grandemente Wa aligao quando ela for bastante assimtrica (A--I{ B)
desloalizadas.
sobrosi$o da nuvem electrnica do hidrognio com a orbital que contm o par isolado
do tomo B for pracamente nula) ou quando o ngulo ,qnA seafasta sensivelmente de l80o
(tambem por no permitir sobreposio eficaz). Nestas condies embora
Assim, para liges simtricas (mto energticas) a contribuio mais importante deve ser
a da deslocalizao; para ligaes assimtricas com grandes distncias entre
B (pouco energticas)
a contribo dsve ser essencialmente electrosutica. E de lembrar ainda qua a ligao de hidrognio apenas uma ligao suplementar e portanto coexisem com ela todas as componentes das interaces
de van der Waals que as molculas puderem ter entre si. Alm disto, quando falamos da teoria electrosttica e da deslocalizao electrnica estanos apenas a falar das componentes atractivas: mas evidente que, como em qualer outra interaco, ter de existir a componente repulsiva gue assegure
nuvens
emesmoSeCt).
Existncia
no
Ora estas condies podem verificar-se dentro duma mesma molcula e estabelecer-se assim
uma ligao de hidrognio entre dois grupos rma mesma molcula que por isso se designa por
ligao intramolecular.
5.2r
Qumica Geral
No entanto aqui, como obo, pode haver factores estereoqumicos que impeam a forma@o
de
liga@s fortes. E o caso do cido saliclico (existente, embra geralmente em pequenas propores,
na Aspirina):
o \H
P. F.
= 159'C
muitodefinidosnorestodaestrutua,onguloO-H'O"obrigadouaterovalorde145"oque
conduz a nma eneryia de
De qualquer modo, e embora na ligao com outas molculas o hidrognio possa conseguir geometrias mais favoveis, e por isso liga@s mais fortes, estas ligaes intramoleculares so
nencontro". bastante competitivas com as outas por causa da distncia e da probabilidade de
O seu efeito o de conferir a uma molecula maior individualidade uma vez que lhe rouba
possibilidades de se associar com outras suas zinhas por ligaes de hidrognio. O compoamentole
Reparemos que, no exemplo dado, a molcula fica ainda com possibilidade de formao de ligaes de hidrognio msmo depois de ter estabelecido a intramolecula. Mas diminui o nmero de possibilidades de ligaes de hidrognio entre molculas (intermoleculares) apresentando por isso
&
de formar ligao
de
qo-"
o/ \o \
H
P. F.
= 2O1.3'C
um ponto de
ebulio
superior.
re
Comportamento no que respeita s propriedades que dependem da intensidade das interaces entre
molculas. s.22
5.5.4.2 Ligaes de hidrognio intermoleculares As liga@s de hidrognio intermoleculares, so do ponto de sta deste curso :rs que mais nos
interessa considerar pors so elas que vo ser responveis pela associao de virias moleculas e tm,
por isso, um papel decisivo no que diz respeito as propriedades que dependem
associao: ponto de fuso, ponto de ebulio, scosidade, tenso superficial, sistema de cristalizao, densidade, etc.
a gue as ligaes de
hidrognio
5.5.4.2.1 Dmeros
Este tipo de agregados foi
cidos
5.5.4.2.2 Cadeias
Se
prder us-las com urna mesna molcula (como acontecia no crso dos cidos cartoxlicos) ento
poden dar origem a cadeias do po:
,/
".,
@m
t: ...o-H'
-.o-"-o...''t :l :H:H H:H:
...o... "H-.ozB:o...
I
-o-*.....otl
do
"'o-,-o-H....or.H.." :'"'-o-'
l:l:
5.23
Qumica Geral
..-H-o
Fig. 5.19 - Estrutura
cido oxlico. do
...o o-*'
'..H-o
o.....^-J \"-t/ // \
o'...."-ol
\rc-c/o-'"'
\....."-o
o-"--..{
\.-!
o...
\_!/ c-c
\o-"... (
o...
5 .5
Moleculas com vrias possibilidades de ligao de hidrognio, que no sejam todas no mesmo plano,
@rU
itospg S
oigaiD
tamos d hiogni.a
?
Fig.
gelo. 5.20
Estrutura do
'u 3=-p',, o
O
E de notar que os agregados em que existem ligaes de hidrognio so de um modo geral
muito abeos (o que origina baixas densidades nos compostos puros e fortes possibilidades de
exisrem tomos ou moleculas estranhas nos espaos vazios). Isto uma consequncia directa da direccionalidade das liga@s, por um lado, e do nmero restrito de liga@s deste tipo que cada
molecula pode fazer.
5.24
normal
(l
longo de todo o texto vimos j um grande nmero de exemplos que mostram como a intensidade das
interac@ entre as moleculas esti correlacionada quer com a temperatua de fuso quer com a
ebulio pelo que no se apresentam mais exemplos.
de
5.6.2 Miscibilidade
Diz-se que dois compostos moleculares so completamente miscveis ou solveis um no outro quando podem formar mishras, a nvel molecular, com qualquer composio. Vejamos quais os
factores
G,
que
mtiplie
G tem de
a temperatura absoluta, ?" Assim, para que uma transformao ocoa espontaneamene o
seja o G tem de ser negativo:
diminr ou
LG = M{ -7^^S < 0
(5.8)
Iogo,
da desordem).
A em grandes quantidades
nmero de maneiras de colocar um pequeno nmero de moleculas no seio de um grande nmero de molculas diferentes)2l. Mas vai diminuindo de valor medida que as quantidades de A e de B se vo
,r
*1'}
16 =
*31"t9
das interaces,
e S!
entrpico pode
ter
tt
5.25
Qumica Geral
factor S vem mtiplicado pela temperatura absoluta que tambm sempre positiva pelo que
parcela -f^^S negava
outro
e para
altas temperaturas
e pouco negativa
temperaturas.
Analisemos agora o factor LH. Para que a dissoluo ocorra so necessilrios trs passos
1)
retirar urna molcula de soluto do seio do soluto; 2) ctrar espao entre as molculas de solvente para
o segundo
passo,
balano entiio:
Para que a dissoluo ocorra , enio necessrio que 16* seja negativa
oq
sendo positiva,
ser, em mdulo, menor do que o mdulo da parcela 7',S. Se for negativo, a dissoluo oooe em toda
att
No
\-.
0
-^Hds(
B
de
xr e entre
mola
B*
xI e x2) em que
e
Da figura pode concluir-se que, para uma dada temperatura, quanto mais baixo for
{ai""
interaco soluto-soluto
interaco solvente-solvente ter de ser menos forte ou quando muito da mesrna ordem de gan&za da interaco solvente-soluto como se depreende da expresso (5.9). Aproposito deste assunto ouve-se ( e
s vezes
l-se...) com frequncia a assero de que "polar dissolve polar e apolar dissolve apolar". Ora
5.26
o que a
semelhantes e no necessariamente o tipo. Um dos exemplos que mais gritantemente ilustra esta
afirmao
o do
completamente miscveis e, no enlanto, o dioxano apolar e a gw fortemente polar. Todos os raciocnios que fizemos at agora pressupem os dois compostos no estado lquido.
Se estiverem no estado solido, como o modo como as moleculas se arrurulm umas relativamente s
a p.rcela
j est
longe de
ser
independente do sistema e o raciocnio baseado exclusivamente nas intensidades das interaces pode
ser mto falivel. Isto , dois compostos podem ser completamente miscveis no estado lquido e
completamente imiscveis no estado solido. Basta que apresentem estrutas cristalinas mto
diferentes: o solvente pode, por exemplo, ter buracos com 8 vizinhos e o soluto adaptar-se apenas a
sos com 6 vizinhos.
compostos22 o chamado diagrama de fases. Trata-se de um gnco a trs dimenses tendo como
eixos a composio, a temperatura e a presso. Apresent-se normalmente a duas dimenses paa utna
dada presso (por exemplo para a presso atmosfrica normal).
5.6.3 Tenso superficial As molculas que se enmntram no seio de uma fase homogeneL por exemplo lquida,
so
atradas para as moleculas vizinhas com foras que so frrno da distncia a que se encontram delas; no entanto, dedo ao facto de estarem rodeadas por uma edera de vizinhos, a resultante mdia dessas foras nula como se representa esquematicamente na Figura 5.22.
ooo
oco
-fora em direco
interior do lquido.
dois
hemisfrios de vizinhos completamente distintos. No caso "simples" de uma interface lquido puro
vapor, a resultante das interaces com a fase lquida mto zuperior resultante das intera@s com a fase vapor (as distncias aos vizinhos da fase vapor so muito superiores, logo as foras de
22
Tambm lu diagramas de fases para mais de dois componentes, obviamente mas a complexidade d
5.27
Qumica Geral
interaco, proporcionais a
faz, neste caso, com que as moleculas da superficie estejam submetidas a urna fora dirigida para o
interior do lquido e que ele tend4 por isso, a expor a menor zupercie possvel para um dado
volume. E esta propriedade que responvel pela forma esferica das gotas, pelo facto de o mais
pesado do que a
gn poder ficar superficie da iryn (um corpo para ir para o fundo de um liguido
*brecha" para entrar o que significa aumentar a superficie do lquido), etc.
tem de
rir
uma
Define-se entiio uma energia por unidade de superficie, chamada tenso superficial, como
sendo o trabalho necesrio para aumentar de uma unidade a superficie em cilrs:r.
em
trabalho posto
Trabalho =yd
Pam visualizar melhor esta queslo suponhamos o seguinte sistema:
(s.
l0)
Fig. 5.23 -
Filme de lquido
g,
;'
/'l
Jlme de lquido
sabo.
'dtl -
mvel c (que se admite deslizar sem atrito) de um comprimento dl, o trabalho realizado seni:
rrabatho = F.a- =
donde:
l"llril
y = y( Zadt )
l4l= rea)
Y=
t4
2a
(5 l1)
forg
(mnsideramos a espessura do
gancho
5.ll
derz-se que
as
dimenses da enso superficial so: [y]= MT2. Costuma ser expressa, no SI, em possamos
N m-r,
embora
apa.rece ainda
5.ll
unidade de rrea - pode tambm ser encarada como uma fora (paralela superficie) por unidade de permetro da superficie perpendicular fora. Logo, embora a tenso superficial seja deda a urn fora que actua sobre cada molcula perpendicularmente superficie, ela trarz-se no apa.recimento de t'ma fora paralela superficie roldana:
&
uma
5.28
Representao
-+
tenso zuperficial , por isso, r'me medida da intensidade das interaces intermoleculares. No
entnto, depende tambm da forma das moleculas e da natueza das ligaes. Ou seja, no
contas uma
fim
de
moleffla na superficie sente urna raco tanto maior para o interior do lquido quanto
maior for a diferena de interaces a que esta sujeita nas duas situaes. Ora a forma das moleculas condiciona a sua capacidade de adaptao supericie de modo a minimizar essa diferena. Para
percebermos isso, pensemos em dois exemplos mto simples:
gtande intensidade das foras intermoleculares. Mas essas ligaes tm uma distribuio esfrica em
torno da molecula. Enlo, o melhor que a molecula de gua consegue quando estr superficie Fica sempre pelo menos rma por satidazer que
satisfazer trs das ligaes por ponte de hidrognio ligando-se a outas moleculas da fase lqutda.
a que aponta
Wa
situao de estar superficie representan, por isso, Wa a molcula de gua uma perda considenvel de interaces relativamente situao que tinha no interior do lquido. No tu volta a dar-lhe!
Fig. 5.25 -
Representao
\"/
HH
Fase lquida
hidrogenio
isso
"amrrnar-se"t' lver Fig. 5.26) de modo a minimizar as perdas de ineraces: basta que aponte a
sua extremidade com maior capacidade para estabelecer interaces (a extremidade polar que
estabelecer interac@s de
@e
onde
Inndorl
pra
a fase lquida
t'
Esta amrmao
Qmica Geral
(gnrpo CH3 que praticamente s estabelece interacs de london) para a fase gasosa.
enriquecer assim em moleculas em conformao em "pelo de escova".
zuperficie
Fig. 5.26 -
/"'
CH,
lqda
A
I
Sendo assim, de esperar que, o lcool etlico oferea menor resistncia molculas para a superficie, ou seja, que apesente
Mais: numa famlia de molculas com estruturas semelbantes - nma extremidade polar capaz de
fonnar pontes de hidrognio2a e uma cadeia com grupos quase apolareszt
todos
adoar a mesma estratga e terem todos sensivelmente a mesrna perda de interacs. Devero entiio exibir valores de tenso superficial muito semelhantes apesar de apresentarem intensidades globais d
interaces intermoleculares mto diferentes (crescentes com o tmanho da cadeia). Deveni aoontece
o mesmo com outras famlias de compostos em que o gnrpo que aponte Wra a fase gasosa seja semelhante, por exemplo, no clso dos benzenob subsdmdos oom um grupo pola. A tabela 5.17
contm os valores de tenso supecial de alguns lquidos orgnicos onde se confirmam estes
raciocnios.
Tabela 5. 17 - Valores de tenso superficial para alguns compostos moleculares lquidos Para efeitos de comparao, apresentam-se tmbm os pontos de ebulio dos mesmos compostos uma propriedade que depende quase erclusivamente da intensidade das foras intemrolecularcs
Composto
y /10-3Nm-1( t20"C)
72.8 22.6 22.8
23.8 24.6 40.9
T"bfC
100
HrO
cH3oH n{zHsOH
n-CsETOH
65 78.s
97.4
n-CrHsOH
CeEsOH(fenol) CeHs{O2(nitrobenzeno) CeHsl{Hz(anilina)
r17.25
181.8
41.8
42.9
210.8
184
to
25
"gosta"
Srlo..
tem "fobia"
de perdas de interaces o que pode levar a que a composio superficial de uma mistura
substancialmente dtferente da composio volmica. Assim,
seja
submedas e, por isso, alterar dramaticamente o valor de y: um soluto que seja francamente solvatado
pelas moleculas de solvente existin preferencialmente no seio da soluo e aumenta a atraco das moleculas da superficie paa o seio da soluo, logo aumenta a tenso superficial; ao contrrio, um soluto $re tenha tendncia a escapar-se para as regies fronteiras do solvente, por so parcialmente
estabelecer interaces com ele (por exemplo, um soluto anfifilico em gua tende a deixar a cabea
hidroilica dentro de gua e a fazer sair dela a cauda hidrfoba), alojar-se- preferencialmente na
interface e, por isso, diminui a tenso superficial. Chama-se, neste caso, ao soluto um tensioactivo ou
surfactante.
Finalmente, e uma vez que a intensidade das interaces entre moleculas diminui com a temperatua, de salientar que a tenso superficial diminui tambm com a temperatura.
5.6.4 Viscosidade
A viscosidade uma das propriedades importntes dos materiais lqdos e gasosos. Mede a
resistncia do
fldo
flui
com dificuldade (como um leo, por exemplo), um fluido pouco viscoso o que
(como a gua, por exemplo ou, ainda menos viscosos, os gases).
fl
com facilidade
Fsica
viscosidade recolre ao
perfil
de
velocidades gerado no
fluido
Fig. 5.27 -
Representao
Para mwer a placa que esta no topo do lquido, de rea A, com um gradente de
velocidades (dv/dz), necessria uma fora
Essa
5.31
Qumica Geral
r-
n9
(s. 12)
\dz )
.='o[#)
unidades SI podem ser expressas em kg m-|
(s.13)
m-2
s. No
o uso do sistema
cgs
imperava.
Para se gerar um gradiente de velocidades como o da Figura 5.27, as moleculas tm de se deslocar urnas relativamente s outras. Isso obriga-as a atravessar "gargalos" como se representa na
Fig. 5.28:
Fig. 5.28 -
potencial que
atravessar
f (8" >
onde
Eo\ a, exp(-
Ealkr)
(5.14)
express:r em unidades de
T a temperaarra
abnoluta e
26
com mta frequncia a viscosidade cinenutica definida como o quociente entre a viscosidade absoluta
e a massr volmica do
fldo.
"
Se Eo
for expressa em unidades de energia por mole, em vez da constante de Boltzman dever
s.32
partir de um certo
difictando o momento. Isto , com o aumento da cadeia, E" aumenta mais rapidamente do que a
intensidade das foras intermolecdares. Por outro lado, para cadeias com
mesmo nmero de
se
tomos, a viscosidade ser menor para as moleculas mais e#ricas, com menor hiptese de
entrelaarem (ver os trs ultimos exemplos da tabela 5.18)
Tablela 5.18
q/toi
kg m-t s t
1.002
(20'c)
o.597
1.200
Azeite
n-Hexano
(Cdu)
5.7 Problemas
5.7. Problemas Resolvidos
I - Quais as interaces
ruESOLUO:
a) As molculas de Ar so
da nuvem
electrnica em torno do nucleo perfeitamente simtrica; no tm, por isso, momento dipotar
5.33
Qumica Geral
permanente.
apresentar
(F:+)
4o=c
--
Pc=o
direco e sentido contrrio pelo que a resultante nuta. A molcula , poranto apolar e, por isso, mais uma vez, s po& estabelecer com s suts vizinhas interaces de London.
significa que o momento dipolar resultante das trs ga@s C-H , em mdo, igual ao momento dipolar de uma ligao C-H, tem a direco da ligo C-Cl e dirigido do C para o plano que contm
os hidrognios.
A ligao C-Cl
cr
I
";l'\x
electronegativo.
+ Pc-n
lt'ct-c
a um tomo
muito
Por outro lado, embora a molecula possua hidrognios, eles no esio em condi@s de
Conclui-se, ento, que as interac@s entre estas moleculas so todas as de van der Waals:
Iondorq Keesom e Debye. d) Nesta molcula a geometria semelhante da anterior com a excepo do gmpo GH em
vez do tomo Cl. Embora a composio veclorial seja bastante mais anterior, pode conclui-se que a molcula deve ser polar:
dificil
&
o-"
I
5.34
Pp.i-
\-../po_x
Tz" \n
l'"-"
I 'o-"
as
interaces possveis entre molculas: lnndon, Debye" Keesom e Pontes de hidrogo; estas ltimas
/
H
t{
?o -,-"
\
H
c- 'o
"tl
,
H
0)
1
\ H
seguintes pares:
/i
c- 'o -I
nos
2 - Compare a intensidade das interaces presentes entre as molulas dos compostos puros
a) Argon e Azoto; b) Dixido de Carbono, CQ, e dixido de azoto, NOz; c) Clorometano, CHsCl,
metanol, CH3OH. RESOLUO:
interaces
dwerl
b) A
poszui
que o tomo de N, por ser o que tem a maior capacidade de ligao, central. Experimentalmente determinou-se que o ngulo molecula a seguinte:
OtlO
%,.
^#
!o@
g-R:g
--"-'{
SISTEMA a
DESLOCALIZADO
"'
@.,O,:o",
'-&"
SISTEMA rr
O.L.n='rL=t
Fo-gz *rQ-r
I
I
o7--'\
rnoz
35
Qumica Geral
as moleculas de NO:
podem entiio existir todas as interact'oes de van der Waals - London, Keesom e Debye -, sendo as de
London da mesma ordem de grandeza das que existem entre as molculas de COz (nmero de
electres muito semelhante em ambas). As interaces entre as molecas de NO, so mais fortes do que as interaces entre as molculas de COz.
c) Neste par de molculas ambas so polares embora a comparao dos momentos dipolares
no seja simples (ver problema 1). Nos dois compostos existem entiio todas as componentes de van
&r
Waals: as de London so mais fortes entre as de clorometano (26 electres) do que entre as de metanol (18 electres); as de Debye So sempr mto fracas pelo que no &vem ser responsveis por gandes diferenas ene elas; as de Keesonr, sendo dificeis de compara os momentos dipolares, so tambm
dificeis de comparar; admitindo que os momentos dipolares sejam semelhantes o balano das
interat'oes de van der aals favorvel ao clorometano. No entanto, entre as moleculas de metanol
h condies para o estabelecimento de pontes de hidrognio enguanto que entre as moleculas de
clorometano no exisem. Como estas comparaes so apenas alitativas, no @emos decidir se a
inensidade destas interaces por ponte de hidrognio ou no suficiente para compensar ou mesmo
2) Compare a intensidade das interacs presentes ente as moleculas dos compostos gua (HzO) e
cido sulfidrico (HzS).
3) Os cidos maleico e fumi,rico so dois imeros cujas fnnulas simplificadas so, respectivamente
(formas cis e trans):
HH
o-c /\ c :Q \..."_J
\/u-1,
HCH O:G
\.: t to'
/\ \
H
il
o
I
a) Discuta com detalhe a polaridade de cada uma das molculas a partir dos momentos dipolares das
ligaes que as constituem.
b) Compare a intensidade das interaces presentes nestes dois compostos. 4) Compare a imensidade das interaces presents nos compostos actona (CH3COCH3), p=2,69 D, e cido acetico (CH3COO[D, p=1,68 D. Compare cada uma destas intensidades com a das interaces
que as moleculas de um dos compostos podem estabelece com as do outro.
5.36
5) Compare a intensidade das interaces presentes nos compostos tolueno (C6FI5CH3), p:0,31 D,
clorobenzeno (ColIsCl), p=1,54 D e fenol (C6H5OH), p=1,45 D. Em qual dos compostos se maior a variao da intensidade com a temperatura.
6) Compre a
7) Coloque os compostos lcool etilico (CHgCIOH), eteno (Czllq), benzeno (C6II6) e cido benzico
(C6H5COOH) por ordem crescente da intensidade das interaces intermolecares.
8) Coloque os compostos benzeno (C6II6), l,3-dihidroxibenzeno ou resorcinol (OHC6II+OH) e 1,4dihidroxibenzeno ou hidroquinona (OHCH4OI[) por ordem crescente da intensidade das interaces
intermoleculres.
oo
Compare cada uma destas intensidades com a das interaces que as molculas de cada um dos
compostos podem estabelecr com as de gua.
x H
5.8 Apndices
5.8. Apndice 5A
- lnteraco
entre dipolos
5.8.1.1 Interaco io-dipolo permanente Como se sabe uma carga elctrica pontual cria no espao um campo elctrico ., cujas linhas
de campo se representam para uma carga pontual
Fig. 5.AI.I -
_-+_ @
\t /
/l\
-_-..,_
pig. 35, S da
5.37
Qumica Geral
Como se obaerva o campo electrico tem simetria radial e a intensidade em cada ponto do
espao depende, em dado meio, apenas da distncia
C.oulomb:
r,
desse ponto
carga
atendendo
lei
de
E=k
onde k uma constante caracterstica do meio.
Se
(s.Al.l)
,2
colocarmos um dipolo p=qxd (q=lq+l=lq]) neste campo elctrico fica sujeito a foras
fa-
qd
9+
A fora tolurl
7*-
**
(se d <
r a direco de
i** " *-
eignla:
=-qE- *qE*
t+-=rqqt r_ "---=.-_----; ( a dd 2""rgl
=-+-+ r- r+
r++
(5.41.2)
*,+t;;
(5.A1.3)
qql
l'- ,""*)
\'(
['* ."".J
"
a '
I J^ =_-
(5.A1.4)
rt
mede o trabalho necessirio para transpotar no
qqt
qql
r+2cos0 2cos0
(5.4r.6)
(s.41.5)
QlltcosJ n LP = ------;-
r-
o de uma
&
5.38
7 =fuEpcoso1cos|2
r*
sen\l
sene2)
(5.A1.7)
t,
YQ
(5.41.8)
*92
Fig. 5.A1.3
+et
separados da distncia r.
icdipolo induzido
Como se viu em
F-(
) r-
(5.Al.e)
Este campo electrico cria junto duma entidarle molecular um dipolo induzido relacionado com . por:
p; eue es
i =aE
0 (o dipolo sernpre induzido na direco de r) por:
(5.4r.10)
Pelo que a fora de interaco dadade acordo com A.3 e atendendo ao facto de 0 ser igual a
t-
zn?"
r"
(s.Al.ll)
E, =-q?: '14
8.1.4 Interaco dipolo pemanente.dipolo induzido
A interaco dipolo permanenedipolo induzido
di
(5.41.12)
,=-y","2e1 *t)
Sendo r o ngulodefinido nafigura seguinte:
(s.41.13)
5.39
Qumica Geral
-Q1
Fig. 5A1.4 Um dipolo
+e1
e o potencial de
interao
dado por:
t =-yb'o"'e, *t)
5.8.2 Apndice 5.42 - Unidades
(5.41.14)
Embora actualmente esteja generalizado o uso do sistema de unidades internacional (S.I.) o qual usado no curso complementar dos liceus, as expresses que aprecem neste texto esto escrius no sistemas de unidades c.g.s electrostiitico. Optou-se por esta soluo na medida em gue a maioria dos liwos de texto sobre este assunto
apesntam ainda as expresses escritas no sistema c.g.s electrostico que neste domnio se torna
dada a coincidncia de a
til
polarizilidade,
No entanto, e dada a maior familiarizao dos alunos com o sistema internacional, deixam-se
ai
Keeso, Debye
F,-=- r
(4reo)2 3k
T16
(5.42.1)
(s.42.2)
""
9 x lOe N m2 C-2.
_ --
.,2,2 rllt2
u,1o'2
(4*2mr;S-V-
(5.42.3)
seguintes dimenses:
5.40
Captulo 5A
Polmeros
5A
5A.1 Objectivos 5A.2 Introduo. O que so polmeros ? 5A.3 Reaces de Polimerizao 5A.3.1 Reaco de Adio 5A.3.2 Reaco de Policondensao
5
5
M*
l1
ll
t2
5A.5.3 Polmeros com Ligaes Cruzadas. Redes 5A.5.4 Estrutura e Organizao Molecular
l2
t4
de Transio Vtrea de Fuso
t4
l7
20
a Temperatura
2T
Propriedades Mecnicas
2t
24 24 26 26
28
5A.7 Bibliografia
30
54.1
Qumica Geral
54.1 Objectivos
No final deste captulo, o aluno deve ser capaz de:
1.
6. Distinguir um homopolmero de um copolmero. 7. Classificar ou dar exemplos de copolmeros de bloco, copolmeros alternados, copolmeros aleatrios
e copolmeros de erxerto.
8.
Descrever o significado de ligaes cruzadas, identificar os diferentes tipos de ligaes cruzadas e qual o efeito que elas tm sobre as propriedades dos polmeros.
vtea
e de temperatura de fuso.
11. Em casos simples ser capaz de estabelecer uma ordem relativa da temperatura de transio vtrea de
dois polmeros.
12. Comparar as propriedades de uma borracha e de uma fibra. 13. Identificar um polmero conjugado (em relao cadeia principal).
5A.2
Captulo 5A
Polmeros
molculas que so relativamente pequenas (com massas molares que no ultrapassam, habitualmente, valores da ordem de 500 g/mol). H contudo molculas que tm massas molares que podem atingir vrios milhes e que, por isso, se designam por macromolculas. A borracha natural um exemplo. Outros exemplos bem coecidos de macromolculas naturais so a celulose, as protenas e o ADN.
"partes").
que
efectivamente se repete! O polmero mais simples quimicamente o polietileno que, como o nome
indica, se obtm a partir do etileno ou eteno, CHu:CHz. Este polmero representa-se como -(CHr
CHz)"-, em que o ndice n indica a repetio desta unidade ao longo de uma molcula ou cadeia do
polmero. Note-se que as ligaes qumicas na cadeia de polmero so todas simples (do tipo o),
assumindo o carbono uma hibridao do tipo s,4. Repare-se ainda que a unidade repetitiva de facto
CHz, mas considera-se como sendo CH2CH2 para explicitar a origem do polmero. A Fig. 5A.1 ilustra a estrutura de uma cadeia de polietileno.
Fig. 5A.1
-(cH2-cH),-.
designada por
cauchu e usada pela civilizao Maia, a borracha natural foi introduzida na Europa por Cristvo
(",o
Qumica Geral
Fig. 54.3
d-j-i"t
O mesmo se passa com o ADN, em que coecemos as bases (unidades) que o formam, mas o
modo como elas se repetem ao longo das cadeias varia, originando assim um cdigo-cdigo gentico. Note-se que, apesar desta varincia, a ordem em que as virias unidades se arranjam ao longo da cadeia
no , obviamente, aleatria.
Acfualmente, o uso dos polmeros sintticos est largamente disseminado, como veremos ao
longo deste captulo. Combinando baixa densidade, facilidade de processamento, elevada resistncia
mecnica e, por vezes, tambm elevada estabilidade nas condies ambientais (em que metais so facilmente oxidados), no admira que os polmeros team vindo a substituir os materiais tradicionais
(metais, vidro, ...) em muitas aplicaes. Por outro lado, permitiram ainda o desenvolvimento de novos
por outro, estabelecer uma relao entre as propriedades que exibem (mecnicas, elctricas e pticas)
a sua constituio molecular. Procurar-se- tambm estabelecer um paralelismo com o comportamento de substncias constifudas por molculas "pequenas,,. Os polmeros podem ser classificados segundo vrrios critrios. Por exemplo:
1. 2. 3'
Composio qumica
4.
Utilizao
e
- Pldsticos,fibras,
vernizes), revestimentos.
seus
H essencialmente quatro motivos a considerar, e que desenvolveremos mais adiante: a intensidade das interaces intermoleculares,o emuranhamento das cadeiss,avelocidade de
movimentao molecalar e a disperso de massas moleculares.
Captulo 5A
Polmeros
cada cadeia. As interaces intermoleculares so do mesmo tipo das que se descreveram para
molculas mais pequenas (ver captulo 5) . Contudo, devido ao elevado tamanho das cadeias h um
efeito de amplificao destas interaces, como se mostra na tabela 5A.1, onde se omparam
as
temperaturas de fuso de alcanos lineares (possuindo apenas interaces de London). Este efeito de
Tabela 54.1
Efeito do peso molecular (MM) sobre a tempertura de fuso de alcanos lineares. Alcano
MM
metmo
n-decano n-icosano
Td"C)
CH+
l6
t42
283
422
-29.7
36.8
n-triacontano polietileno
6s.8
2830
um electro no emparelhado disponvel para formar uma nova ligao), um catio ou um anio,
podendo assim classificar-se nais especificamente o tipo de reaco em radicalar, catilnica
ol
do
de
polimerizao). Aps a terminao, a cadeia deixa de ser reactiva. Quando os monmeros de partida
possuem uma ligao dupla que, por converso nrma ligao simples, conduz a uma ligao sequencial dos monmeros, os polmeros obtidos designam-se por polmeros vinlicos. Na tabela 54.2 indicam-se alguns polmeros vinlicos preparados por este tipo de reaco.
54.5
Qumica Geral
Monmero
Etileno
-tcur-cn2)Policloreto de
Cu2:11,
Cloreto de vinilo
vinilo
cs
z-cx}
CH2:CHCI
Estireno
Isolamento de os e cabos,
Tubagens
Poliestireno
--{-
cH2-cH
C^HOJ
g^:CH
'l
Embalagens, Isolamento
coHs
Polimetacrilato de
(Perspex)
metilo
Metacrilato de metilo
l" -{-ct-tr-n*
cqcH3
cH"
l" cHe:tn
cq
cH3
CHo
Substituto do vidro,
Industria Automvel
Tomando por exemplo o caso do poliestireno, os passos envolvidos na sua preparao por via radicalar so os seguintes:
lo passo - Iniciao
Neste primeiro passo usa-se um iniciador, que origina radicais livres que vo activar um monmero. Os perxidos, ROOR, so os iniciadores mais usados, sendo muito comum o perxido de
benzolo. Este, por aquecimento, dissocia-se segundo a reaco:
Sp**,1O-*,$,1-c oo
radical
monmero,
passo - Propagao
O monmero activado (I) pode ento reagir com outros monmeros, resultando assim o crescimento de uma cadeia.
51'.6
Captulo 5A
Polmeros
3o passo
- Terminao
G;-"{-ttd
6-h-u{
$u-"tj-&{
Nos casos das polimerizaes aninicas e catinicas a sequncia idntica, diferindo no entanto no tipo de iniciador e no facto de os monmeros activos serem anies ou caties,
respectivamente.
Polimerizao de coordenao
Este
da
que,
estando presentes em quantidades muito reduzidas, aceleram a velocidade das reaces, sem serem consumidos no processo. No caso dos catalisadores usados nas reaces de polimerizao, eles podem
activa da cadeia em crescimento fica ligada (coordenada) ao metal, ou metais, que entram na
composio do catalisador, permitindo a adio de monmero com uma orientao controlada (e que
depende do catalisador especfico usado). Os polmeros obtidos so mais densos do que os obtidos pelo
mtodo genrico da polimerizao de adio anteriomente descrito e, como se referiu, com arranjo
regular dos substituintes ao longo da cadeia.
as propriedades dos
ramificado e de baixa densidade. Se a reaco de polimerizao for efectuada com catalisadores de Ziegler-Natta, obtm-se um polmero linear, dito de alta densidade, de elevado peso molecular (da
ordem de 200 000 a 500 000). Por uma terceira via de sntese, recorrendo ao uso de um tipo diferente de catalisadores (designados metalocenos) pode preparr-se um polietileno linear de peso molecular
ultra-elevado (da ordem de 3 a 6 milhes). O custo de produo aumenta na ordem referida, mas
as
5A.7
Qumica Geral
propriedades mecnicas so tambm significativamente melhoradas. Por razes que se abordaro mais
adiante, o polietileno de baixa densidade amorfo, e usado em filmes para empacotamento, em revestimentos, brinquedos, gaafas flexveis e utenslios domsticos. O polietileno linear de alta
densidade semicristalino e mais resistente traco. O polietileno de peso molecular ultra-elevado
pode ser usado para fabricar fibras, que so to resistentes que substituem o Kevlar no fabrico de vesturio prova de bala.
necessrio usar um iniciador (embora a reaco seja conduzida muitas vezes em meio bsico). A reactividade dos monmeros igual dos polmeros em "crescimento". Quando, durante a reaco de polimerizao, h eliminao de gua (ou de oufras molculas pequenas, como por exemplo o CO2),
Um exemplo mais adequado de uma reaco de condensao a reaco entre um cido carboxlico
um lcool, para originar um ster.
Para que uma reaco deste tipo possa conduzir a um polmero necessrio que ambos os monmeros sejam bifuncionais, ou seja, que team dois grupos funcionais. Neste caso se tivssemos
um dicido e um dilcool, poderia dar-se uma reaco de polimerizao. Esta reaco ilustrada a
seguir para o caso da formao de um polister, conhecido como Dracon, sendo este polmero usado no
*-8{-!-o, oo
I
+ Ho cH2 cH2 oH
-",o
ro-@i--"","n,o'.
loo
"oFig.SA.4
J-$
ooioo
Io
l.*o-t$8-o" -*,o
I
"","",o-8$l-o" I
I
Polmero
54.8
Captulo 5A
Polmeros
de uma
poliamida, que se designa vulgarmente por nylon. No esquema seguinte ilustra-se a sntese do nylon
tal como o polister, usado no vesturio e em cordoaria.
HO-
oo il C
ll
-(CHz)r -C-
OH
I
Fig. 5A.5 - Esquema de sntese do nylon 6,6, que, qumicamente, uma poliamida.
oo .il (cHz)+ { -
I
-ru - (cu,)"ll
*l
'
l-
Refira-se que a obteno de um polmero pode envolver sucessivamente os dois tipos de polimerizao acima mencionados (polimerizao por adio e polimerizao por passos). Por
exemplo, o monmero HOOC-CH:CH-COOH (cido maleico) pode ser polimerizado para dar um
polister de baixa massa molecular (por policondensao), podendo posteriormente efectuar-se uma
reaco de adio usando as ligaes duplas presentes nas cadeias.
Um outro tipo especfico de polimerizao o que envolve a ciso de aneis para formar um
polmero linear - polimerizao por abertura de anel. Este tipo de polimerizao no se engloba, genericamente, apenas numa das duas classes de reaces (de adio ou por passos) acima
mencionadas.
se
descreveu a polimerizao de coordenao (sendo por isso uma polimerizao de adio) ou pode prosseguir de um modo que se assemelha mais polimerizao de policondensao (um exemplo deste
tipo
massa molar,
varia de cadeia para cadeia. Consequentemente, tambm o peso molecular de uma amostra no uma
grandeza bem definida, ao contrrio do que se referiu acima para o pentano, uma vez que h cadeias
com vrios pesos moleculares. Fala-se ento em disribuio de pesos moleculsres, sendo que esta depende quer do tipo de reaco de polimerizao quer das prprias condies reaccionais. Isto significa que para um polmero teremos um grau de polimerizao mdio e um peso molecular mdio.
54.9
Qumica Geral
M*.
Mn -
todas as cadeias de polmero presentes numa amostra pelo nmero total de cadeias. De um modo
sistemtico, se Ng for o nmero de cadeias com peso molecular calculado com base na expresso, tt
M;
INiMi
"
-i
tYt
)Ni
i
emque
) ii
Nituti
: M (massatotal) e I
Ni:N
M, =LxiMi
Peso molecular mdio ponderal,
Mu)
-Este valor
a expresso
Mu'=|' XNiMi
com peso molecular M1, dada por
Pode exprimir-se, de modo equivalente, em termos da fraco em peso (ponderal) das cadeias
Mi, que designaremos por otr. A fraco em peso de cadeias com peso molecular
,, = JC[-!' )NrMi
i O peso molecular mdio ponderal ento M
* =\..rtiMi
ndice de poldisperso-Jmacomparao
polimerizao. Assim, define-se ndice
de
"no" IP=
ne
polidisperso,
My1
IP,
pela relao
/M11
Como a mdia numricavaloiza mais a contribuio das cadeias mais pequenas face mdia ponderal,
ou seja, na mdia numrica todas as cadeias contribuem igualmente, independentemente do seu peso molecular, de esperar que My1 molecular, ento Mes
e
. M*,
pelo
quelPl.
1. Teramos assim um
polmero monodisperso.
Pqo molecular
mdio numrico
wi#
Fig. 5A.6
polidisperso (IP).
dois tipos de pesos moleculares mdios mencionados no texto, Mn e My. Quanto mais larga for a distribuio, maior o ndice de
s4.10
Captulo 5A
Polmeros
composio qumica
exemplos
mencionados na tabela 54.2, desigaa-se por homopolmero. Quando h mais do que um monmero,
que se ligam, como grupos laterais, cadeia principal. Neste caso teremos um copolmero de enxerlo.
Homopolmero
Copolmeros
.
o-O.oa--O
,
alternados
.de bloco
aooc.oorcoo aa.Ooorooooo
esfurtsficos ou aleatrios
.de enxerto
de copolmero. Os
de dois ou mais monmeros. Na parte final deste captulo mencionaremos alguns exemplos que
ilustram esta versatilidade. Note-se que, em princpio, o mesmo efeito poderia ser obtido atravs da
mistura de diferentes polmeros. No entanto, surge muitas vezes nestes casos uma instabilidade a longo
prazo, dado que dois polmeros, se forem quimicamente diferentes, tero forte tendncia para
se
separarem. Ou seja, so imiscveis, como acontece por vezes com pares de lquidos. Da que se dois
5A.ll
Qumica Geral
consequentemente com as interaces entre molculas, como acontece para a generalidade dos compostos moleculares. Contudo, pra os polmeros, atendendo s grandes dimenses das cadeias,
estas interaces tornam-se muito mais intensas. As interaces intermoleculares presentes podem ser
sistematizadas, agrupando-as em interaces dipolares ou de van der Waals e interaces por ligaes
de hidrognio, como se considerou no captulo 5. Como veremos mais adiante, a presena de grupos
as
A figura
oAo
M2*
ovo
deixa de ser possvel que estas substncias entrem em ebulio porque, antes de se atingir a tempertura necessria, so destrudas as ligaes covalentes, havendo por isso degradao dos compostos. Nos polmeros situamo-nos habitualmente neste limite.
Num polmero, as cadeias interagem entre si atravs dos diferentes tipos de interaces
intermoleculares acima mencionados, mas tambm pelo facto de estarem emaranhadas ums nas outras. Quer as interaces quer estes emaranhados impedem ou limitam o escorregrmento das cadeias umas
sobre as outras e, portanto, aumentam a viscosidade. Alm disso, contribuem tambm para a
elasticidade dos polmeros, ou seja, para a tendncia de uma amostra regressar forma inicial quando
sujeita a uma tenso (i.e. quando esticada). Este ltimo o comportamento tpico das borrachas ou elastmeros, a que faremos uma "visita" mais detalhada no final deste captulo.
ligaes cruzadas entre as cadeias. Estas podem ser ligaes covalentes ou inicas, e podem ser formadas durante ou aps a reaco de polimerizao. Formam-se assim "novas molculas", de
dimenses ainda maiores, que se designam por redes polimricas.
forma tanto mais drstica quanto maior for a densidade de ligaes cruzadas. Em geral, com a formao de ligaes cruzadas diminui-se a solubilidade e aumenta-se a rigidez do polmero (podendo mesmo
ficar frgil; o vidro um exemplo de um material duro e frgil) e aumenta-se o valor da temperatura de
transio vtrea (que abordaremos mais adiante). Como veremos, a introduo de uma baixa densidade
Captulo 5A
Polmeros
reversibilidade das deformaes das amostras de polmeros, sem limitar demasiado o seu grau de
deformao mxima e a sua rigidez.
Muitas vezes as ligaes cruzadas so criadas num polmero aps a sua introduo num
molde, de modo a que o polmero pemanea com uma forma (geomtrica) definitiva. Se as ligaes
cruzadas forem do tipo covalente, mesmo por aquecimento (at ao
limite de degradao), no
possvel alterar a forma da amostra. Este tipo de polmero, que no funde, designa-se por lermo-
ser
polmero. Consiste na formao de ligaes cruzadas por adio de erxofre s ligaes duplas (como
ilustra na figura 5A.9). O resultado final a obteno de uma borracha que no flui ou escoa quando aquecida, e que, por outro lado, mais resistente quando esticada. Mais tarde,
companhia com o nome Goodyear, que actualmente uma das empresas lder do mercado de pneus.
I f"'
\'
/. \-J
|
|
s,tss.s
r.rrzrn--CHr-C =CH
f"'
l" l
ll
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"
- CHz-
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*i -
CH
- CFlr:uaru
*"r
,-^".*tr
i*
-cHS
lt
cH2-cqz-
*i -"t-cH2-'rna
S
54.13
Qumica Geral
Wrnn
CH.
'l-
CH/v\,at
12
I
so2+
Pb I
I
so:
Wrzrn
por
ies.
CHr- CH/^,art
l'
Estas interaces inicas so quebradas por aquecimnto, tornando por isso o polmero moldvel a atas temperaturas, ou seja, termoplstico. Se o polmero se comportar como uma borracha
designa-se pot elssmero termopltslico.
(ou cristalinos) ou slidos desorganizados (ou amorfos). Nos primeiros as molculas estaro ordenadas
enquanto que nos segundos s as molculas num curto raio estaro ordenadas mas no a longa
podem coexistir, o que acontece para a generalidade dos polmeros ditos cristulinos, mas que na
realidade so semicristalinos. Yejamos, seguidamente, como se caracteriza cada um dos dois tipos de arranjo das cadeias de polmero.
5A.5.4.1 Polmeros amorfos. Temperatura de transio vtrea Consideremos o polimetacrilato de metilo, PMMA (ver tabela 54.2). Se uma amostra deste
oC,
transparente. Por arrefecimento muito lento at temperatura ambiente, poderemos verificar que a viscosidade vai progressivamente aumentando e que abaixo de cerca de 105 oC, o lquido adquire o aspecto de um vidro: transparente mas duro! Se a temperatura fosse reduzida ainda mais, no identificaramos qualquer alterao da morfologia. Ao nvel molecular poderamos verif,rcar que
as
polmero amorfo e por isso transparente! Para se ter uma ideia do arranjo das cadeias num polmero
amorfo, comummente estabelecida a compaao com um prato de esparguete. O vidro, transparente, tambm um material amorfo. O arranjo dos tomos no ordenado como se ilustra na Fig. 54.11
Fig. 5A.11 - Modelo para o atanjo dos tomos no vidro (silicato). Note-se que o vidro se obtm habitualmente por arrefecimento rapdo a partir de areia fundida (constituda essencialmente por slica (SiO )) a que se adicionq carbonato de sdio
(Na2CO
-/o
j.
5A.14
Captulo 5A
Polmeros
Durante o arrefecimento do PMMA desde a temperatura mais elevada, que supusemos ser de 200 oC, as molculas de PMMA tm cada vez maior dificuldade em se movimentar, da o aumento de viscosidade do lquido. A temperatura de 105 oC marca, para o PMMA, a temperatura abaixo da qual consideramos que deixa de haver liberdade de movimento das cadeias. Especificando um pouco
melhor, abaixo desta temperatura qualquer movimento est limitado ao movimento de rotao
pequenos segmentos de cadeia (envolvendo tipicamente menos do que
de
l0
designa-se por empertura de transio vtrea, Zy (ou TQ.) atemperatura abaixo da qual o polmero
tem um comportamento tpico de um vidro. Esta temperatura pois muito relevante do ponto de vista
das aplicaes. Se a temperatura de transio vtrea do PMMA fosse inferior temperatura ambiente este seria inadequado para muitas das suas aplicaes, como por exemplo em substifuio do vidro, dado que se deformaria. Pretendendendo prever o valor relativo de Ty para dois polmeros, teremos que atender a que
Zy influenciada por muitos factores, sendo os mais relevantes a flexibilidade da cadeia principal e a
presena de grupos laterais (cadeia ramificada).
Efeito da flexibilidade da cudeia - Quanto mais flexvel for a cadeia mais baixo o valor de Zu. Tomemos dois exemplos: o polidimetilsiloxano (vulgarmente designado, em comum com outros
polissiloxanos, por silicone) e a "polifenilenossulfona". A presena dos tomos de oxignio na cadeia
cadeia.
" ti-"
cl-b
+Gi+
polifenilenossulfona
polidimetilsiloxano
Tv:-127 oC
No pois de estranhar que os silicones
rv > 500 oc
, de forma genrica
R
I
?,-o)I
Efeito dos grupos laterais - A presena de grupos laterais tem um grande efeito na mobilidade
das
cadeias e por isso em ?"y. O efeito das cadeias varia com o seu comprimento, volume e polaridade. Grupos laterais polares aumentam as interaces entre as cadeias reduzindo a sua mobilidade e, logo, Tvi
r
,\
ITHH
,' \r"
HH
"{,
-14 oc
k">"I k"r
Poli(cloreto de vinilo) T'= * 87oC
\,,'
Polipropleno
Poliacrlonitrilo
Tv:
Tu: +
103 0C
54.15
Qumica Geral
Grupos laterais volumosos limitam tambm a mobilidade das cadeias, aumentando por isso o valor de
Tv;
HH
HH
,,F
lrt">l .r 4 .(
\c
'
\ tc
,\"'
'w
\,",4,
\-/
Polipropileno
Poliestireno
Tv:
-14 oC
fu: * Ioooc
principais facilitando a sua mobilidade. Atinge-se no entanto um comprimento limite acima do qual h
Iy,
comeam a limitar a mobilidade. Esta variao ilustrada na figura 5A.12 para uma srie de polmeros
lpr,;,"".
K \.,4
/
CH^
k"'\" 1
"10
0
c H2cH3
l*,1"".
!"\".Y^
l1"rr;
.r.
TuPc)
-10
-zo
-30
-40
-50 -uoot
24681012
nmero de tomos de carbono na cadeia lateral
Ty,
Fig. 5A.I 2 - Efeito do comprimento da cadeia lateral sobre a temperatura de transio vtrea,
polmeros derivados do polietileno.
para
Obviamente, de esperar que a presena de cadeias laterais reduza a mobilidade das cadeias
face mobilidade da cadeia linear, no ramificada. Por isso, para o polietileno, 7y =
5A.16
Captulo 5A
Polmeros
- A facilidade
de manuseamento
processamento dos polmeros, associado sua flexibilidade, , como vimos, determinada pelo valor de
Zy. Particularmente no caso dos polmeros vinlicos, que quando se formam podem ser duros e frgeis (quebradios). Podem, no entanto, tornar-se mais flexveis por adio de plasitcanes cuio efeito o
de facilitar os movimentos moleculares, ou seja, reduzir a temperatura de transio vtrea. Idealmente,
estas substncias so lquidos pouco volteis, que vo funcionar como lubrificantes internos. Por
exemplo, sem plastificantes o policloreto de vinilo, PVC, um polmero rgido, sendo usado em
condutas de gua e de esgotos. Por adio de plastificantes, o PVC pode tornar-se suficientemente
flexvel para fabricar, por exemplo, brinquedos insuflveis para usar em piscinas.
Os plastificantes, misturados com o polmero, so habitualmente eliminados lentamente por
difuso e evaporao, o que coloca problemas em relao sua possvel toxicidade em algumas
aplicaes, como por exemplo em sacos para sangue ou em brinquedos para crianas (devido ao facto de estas colocarem frequentemente os brinquedos na boca). Os plastificantes tradicionalmente mais
usados so os ftalatos, como o dioctilftalato, DOP, que esto neste momento a ser retirados do mercado
fl Fr,cH3 HCH2CHCH2CH2CH2CH3
Fig. 5A.13 - Molcula de dioctlftalato, DOP,
muito usado.
um plastificante
Ao contrrio do comportamento acima descrito para o PMMA, que permanece num estado desordenado em toda a gama de temperaturas (em que estvel), foi possvel obter ristais (e
monocristais) de polietileno. Para os polmeros ditos cristalinos, exceptuando condies especiais de
cristalizao, apenas uma fraco da amostra se encontra na forma cristalinq havendo um meio amorfo que rodeia os domnios cristalinos de polmero, que se desigrram por cristalites. Estes polmeros so asssim mais correctamente designados por polmeros semicrisalinos. Ao contrrio do que acontece com os polmeros amorfos, estes polmeros fundem, ou melhor, fundem os seus domnios cristalinos,
sendo por isso possvel determinar a temperatura e o calor de fuso. Como as interaces entre cadeias
so mais fortes quando elas se encontram ordenadas num cristal do que quando se encontram num arranjo desordenado, a temperatura de fuso,
Zy
cristalinidade,
outros) mas tambm da velocidade de arrefecimento a partir do fundido. Se, por exemplo, uma amostra
de polietileno for rapidamente arrefecida desde 150 oC at -196 oC (mergulhando rapidamente a amostra em zvoto de lquido, cuja temperatura de ebulio precisamente -196 oC), as adeias no
tero tempo de se organizar e, por isso, ficaremos com um polmero (completamente) amorfo. Desde
fy,
Qumica Geral
congelados e por isso a amostra pemanece no estado amorfo. Se a temperatura ultrapassar Tu ento,
aumentar com o aumento de temperatura at que se atinja uma temperatura intermdia entre Ty e T7
houver, por exemplo, grupos laterais dispostos de forma desordenada, no possvel que esse polmero cristalize.
Configurao das cadeiss. Tacticidsde - Para que um polmero cristalize necessrio, como
se
referiu,
monosubstitudos ( -(-
CH2-CHR-)n-) podemos ter dois tipos principais de regularidade estrutural: uma relativa regularidade
com que cada monmero se repete ao longo da cadeia (regularidade de repetio) e outra relativa regularidade espacial (estreo-reguluridade). No caso da regularidade de repetio podemos ter por exemplo dois tipos de configuraes: cabea-cauda e cabea-cabea, como se ilustra na figura seguinte.
rv\.^^-
cH
r-
r" - "* RR
cabea-cauda
-^/v\^,
,@
cH
r-t
- H -cHr-a^nnt RR
cabea-cabea
Fig. 5.14 - Ilustrao de duas configuraes possveis, em relao regularidade de repetio, para um polmero vinlico monosubstitudo.
Em relao estreo-regularidade, podemos ter trs configuraes diferentes para a disposio dos
substituintes R em relao cadeia principal do polmero: isottictca - todos os substituintes do mesmo lado, sindiottctrca- substituintes alternadamente dispostos para um e para o outro lado da cadeia e
acica
estas
(-(-CH2-CH(OH)-)1,
isotctico
sindiotctico
atctico
5A.18
Captulo 5A
Polmeros
se
Direco de crescimento
ltl
de
polmero (crescimento de
um
Nos polmeros encontram-se vrios arranjos ou disposies destas lamelas. Um arranjo muito
comum
so as
do centro de uma esfera (centro de nucleao). Convm referir que as cadeias de polmero podem participar em mais do que uma lamela, podendo mesmo acontecer que os extrcmos das cadeias faam
parte de duas lamelas distintas estando o centro numa regio amorfa. Neste caso as lamelas vo servir
como pontos de "ancoramento" dessa cadeia.
Rtgio srtrra
Fig.
5A.
l8
Representao esquemtica
5A.19
Qumica Geral
que permite, facilmente, fazer a distino entre polmeros amorfos e polmeros cristalinos
ao comprimento de onda da radiao visvel (=400-700 nm), provocarem a disperso da radiao visvel, no deixando por isso que a totalidade da radiao visvel atravesse a amostra.
5^.5.4.2 Variao do volume especico com a temperatura Uma forma de comparar o comportamento dos polmeros amorfos com o dos cristalinos
seguir a variao do volume especfico (inverso da massa volmica, p) com a temperatura, por exemplo quando uma amostra de polmero arrefecida desde alta temperatura qual o polmero se comporta
como um lquido (fundido). Note-se que na realidade um fundido polimrico exibe propriedades
diferentes dos lquidos habituais (gua, etanol, ..) que resultam do elevado comprimento das cadeias,
e
que se traduzem numa maior viscosidade, da dependncia da viscosidade determinada em relao velocidade de escoamento e na existncia de alguma tendncia para os fundidos polimricos se oporem
a deformaes (comporamento elsico). Este comportamento elstico est associado ao facto de,
mesmo num fundido, as cadeias estarem emaranhadas. Como esta situo corresponde a uma situao estvel (de mnima energia livre), h uma resistncia para que as cadeias se libeem umas das outras, tendendo
a
temperatura, sendo um deles amorfo e outro cristalino, admitindo que ambos tm o mesmo Ty,
considerando que o arrefecimento muito lento. Na mesma figura encontra-se representada a variao
do volume especfico para um slido cristalino, como por exemplo, um metal ou um cristal molecular.
Fig. 5A.19 - Variao do volume especfico de um polmero amorfo, de um polmero semicristalino e de um cristal com a temperatura, obtida por arrefecimento
a
Tv
Note-se que para um polmero cristalino em vez de um valor de temperatura de fuso existe uma gma de temperaturas de fuso, que resulta do facto de haver uma distribuio quer das dimenses
das cadeias quer das dimenses das cristalites, em vez de serem todas iguais. Quanto menores forem as cadeias e as dimenses das ristalites, menor a temperatura de fuso. Note ainda que temperatura Iny
apenas a fraco amorfa do polmero cristalino responsvel pela ligeira alterao do declive. Tal como se mostra para o cristal, para a fraco cristalina do polmero no h tambm qualquer alterago
O polmero amorfo (bem como a fraco amorfa do polmero cristalino) no mostra uma
transio brusca lquido - slido por arrefecimento, havendo antes um aumento gradual de viscosidade,
5A.20
Captulo 5A
Polmeros
resultante do congelamento progressivo dos movimentos das cadeias, at que abaixo de Zy, quando obtemos um slido amorfo, se considera que os movimentos das cadeias efectivamente cessaram
(excepto para os movimentos rotacionais de pequenos segmentos, como se mencionou anteriormente). Se o processo de arrefecimento de um polmero cristalino a partir do seu fundido para uma
temperatura inferior a Ty for instntaneo, no haver cristalizao, obtendo-se um polmero amorfo meta-estvel. Passaramos assim directamente do fundido para um slido amorfo. Apesar de no corresponder situao de equilbrio, o polmero no cristaliza porque os movimentos das cadeias
encontram congelados.
se
numa amostra (provete) por aplicao de uma fora, seja de extenso ou alongamento, seja de
compresso. Obtm-se assim curvas de tenso (aplicada)-deformao (de alongamento ou
compresso), o(e).
uma deformao elastica (percurso A a B), em que o declive desta regio linear corresponde ao mdulo de elasticidade, E. Se a tenso for rernovida antes de se ultrapassar o ponto B, o provete
recuperq a suaforma inicial. Por remoo da tenso, na altura em que se atinge o ponto C, no h
uma recuperao total da dimenso inicial, permanecendo uma deformao (pldstica) do provete.
51^.21
Qumica Geral
remoo da tenso de solicitao da amostra, e h uma relao linear entre a tenso e a deformao, sendo a constante de proporcionalidade designada por mdulo de elssticidade Young, E:
lineur ou mdulo de
se
o = .Es No segundo
Fig. 5A.20. Um vidro apresenta uma deformao plstica praticamente nula at ruptura, por isso
diz que um material duro efrdgil. Pelo contrrio um metal exibe uma significativa deformao
plstica antes de sofrer ruptura. Um material duro se oferecer uma elevada resistncia deformao,
forte se admitir
alguma deformao
plstica antes de sofrer ruptura. Pelo contrrio diz-se mole se o valor do mdulo de elasticidade for
baixo. Alm disso, se sofre uma grande deformao antes de sofrer ruptura diz-se que
caso oposto, serfraco. A Fig. 5A.21 ilustra estes tipos de comportamento.
resistente e, no
mole e rqisente
Fig. 5A.2I
ldentificao de alguns
A deformao elstica
de ligao, como acontece com o vidro, sendo recuperada a forma inicial quase instantaneamente aps a remoo da tenso. No caso dos metais, os tomos comem por ser ligeiramente afastados das sua
posio de equilbrio, pelo que a energia de ligao se torna menor ( toma-se mais repulsiva). Quando
se
retira a tenso os tomos tendem a regressr sua posio de equilbrio, garantindo a reversibilidade
(elasticidade) da deformao. Se, contudo, a tenso for suficientementre elevada de modo que um plano
de tomos deslize e psse para uma outra posio de energia mnima, ento os tomos j no regressam sua posio inicial e permanece uma deformao irreversvel (este processo facilmente perceptvel
no contexto do modelo das esferas rgidas para descrever a ligao metlica que ser abordado no
prximo captulo).
O comportamento mecnico dos polmeros mais complexo do que o descrito acima. Essa
complexidade resulta da conjugao de vrios factores, nomeadamente da relao entre a temperatura
de ensaio face a Ty e
aT6
das caractersticas do
das cadeias, o seu grau de ramificao, a sua cristalinidade e a densidade de ligaes cruzadas, e ainda
da velocidade a que o provete deformado. Por isso ser feita uma abordagem muito simplificada
desse compoamento.
Uma amostra de polmero conjuga sempre uma componente de comportamento viscoso e uma
Captulo 5A
Polmeros
componente elstica e a resposta de um polmero acima de I'y aplicao de uma tenso exibir sempre
uma componente viscosa. Obviamente que em determinadas circunstncias uma destas componentes
pode ser desprezada.
um polmero amorfo muito acima de Ty, possuindo ambos baixo peso molecular e sem ligaes
cruzadas, comportam-se como fundidos, ou seja, sofrem rm escoamento viscoso, que corresponde a
uma deformao contnua enquanto estiverem sujeitos a uma tenso.
Os casos mais interessantes, do ponto de vista tecnolgico (quer para aplicaes quer para
processrmento industrial) so os que ocorem quer com os polmeros semicristalinos entre Ty e T7 quer
com os polmeros amorfos que contm um peso molecular muito elevado e/ou uma significativa
densidade de ligaes cruzadas e quando estes so testados a temperatas acima de Zy. As cristalites, para rm polmero semicristalino a uma temperatura entre Zy e
uma vez que funcionam como pontos de ancoramento de cadeias, impedindo o seu escoamento.
Fig. 5A.22
Dos comportamentos ilustrados na fig. 5A.22, o caso dos vidros e redes polimricas foi j referido. Os casos particulares dos elastmeros e fibras so abordados mais abaixo, explicitando
relao que existe entre as propriedades e a estrutura qumica. semicristalino esferultico merece
a
A curva correspondente ao polmero um pouco mais de ateno, j que as fibras so preparadas a partir
deste tipo de polmeros. Nesta curva, temos inicialmente uma zona de comportamento linear, em que a
e comprimentos de ligao e recuperada instantaneamente aps remoo da tenso. O ponto de cedncia corresponde ao incio da reorganizao (desemaranhamento e escorregamento) das cadeias na fraco amorfa. O pono de
deformao se deve deformao de ngulos
estrico maca a altura em que se d uma reduo da seco do provete, acompanhada da destruio
da estrutura esferultica. Inicia-se um regime em que ocorre uma reorganizao das cadeias da fraco
cristalina que tendem a fiar alinhadas (paralelas) com a direco de alongamento, cristalizando neste
estado orientado. Esta zona de estrico prolonga-se depois a toda a extenso do provete, at que ocorre
hnalmente
ruptura.
51^.23
Qumica Geral
maior quanto mais rpida for a deformao, diminuindo o grau de deformao mximo
ruptura.
do polmero seja inferior temperatura de trabalho, caso contrrio o grau de deformao elstica muito pequeno. Alm disso, para assegurar a reversibilidade da deformao (elasticidade),
necessrio
impedir que as cadeias deslizem umas sobre as outras (eliminando a componente de escoamento
viscoso), ou seja, necessrio que as cadeias estejam ancoradas.
existncia de cristalites e de
emaranhados de cadeias de polmero contribuem para o ancoramento das cadeias, sendo os primeiros
mais eficientes. Contudo, e tal como se referiu anteriormente a respeito da wlcanizao da borracha
natural, o mtodo mais eficiente de ancoramento das cadeias consiste na criao de ligaes cruzadas. Quando se aplica uma tenso, as cadeias sofrero uma reorientao, tendendo a ficar alinhadas segundo
a direco de aplicao da fora de traco. este processo de aliamento qu confere s borrachas o
elevado grau de deformao. Note-se que tambm a alterao dos ngulos de ligao confere alguma elasticidade (nico processo presente nos vidros), mas esta componente desprezvel no caso das
borrachas. O alongamento termina quando os segmentos entre ligaes cruzadas atingem o aliamento
mximo (cadeias esticadas), a menos que a tenso aplicada seja suficiente para deskuir as ligaes
cruzadas, introduzindo assim uma deformao permanente (plstica) e podendo mesmo conduzir fractura da amostra. Quando se retira a fora aplicada amostr4 ela regressa forma inicial (se o limite elstico no tiver sido ultrapassado), uma vez que nesse estado ela est na configurao de equilbrio.
regressam configurao mais desordenada (inicial), dado que esta evoluo corresponde a uma maximizao da entropia. O nmero, ou mais correctamente, a densidade de ligaes cruzadas determinam a rigidez da borracha e o grau de deformao mxima que ela pode sofrer sem que ocolra degradao ou ruptura da borracha. Assim, um aumento da densidade de ligaes cruzadas provoca um aumento da rigidez da
borracha
e uma
54.6.1.2 Fibras
direco de orientao.
do
genericamente se designa por exruso, a massa de fundido forada a passar atravs de um crivo 5A.24
Captulo 5A
Polmeros
muito fino, obtendo-se assim fios que so estabilizados efectuando um rpido arrefecimento. Noutros
casos a fiaco processa-se fazendo passar uma soluo muito concentrada do polmero atravs de um
crivo, saindo os fios para um reservatrio com um lquido ou lquidos em que o polmero no
efectuado a uma temperatura entre
se
dissolve, para estabilizar os fios. Estes so depois sujeitos a um processo de estiramento, que
Ty e T7
at um comprimento cerca de 4 vezes o comprimento inicial. Neste processo, as cristalites, que contm as cadeias "dobradas" sobre si prprias (ver Fig. 5A.17), so destrudas, de modo a que as cadeias so
(duras e fortes) do que o polmero de paida. Os domnios cristalinos so agora constitudos por cadeias alinhadas paralelamente umas outras (e no dobradas sobre si prprias). Este processo
Fig. 5A.22, zona que se situa logo aps o ponto de estrico da amostra semicristalina. A estabilidade das fibras assegurada pelas fortes interaces por ligaes de
corresponde, na
hidrognio entre cadeias vizinhas, que limitam ou impedem o deslizamento das cadeias umas sobre
as
outras. Este processo de estiramento responsvel pela enorme resistncia mecnica das fibras. A formao destes domnios cristalinos no nylon 6,6 ilustrado na figura 5A.23.
*JL-.--r.l---^
HH
I A
I A
-t^l\"^-' t
|
; qr.Ara'arz Fis.5A.23-Ligaesde I fi hirogenio entre adeias de ot nylon 6,6, que permitem I ,qr:
---r.(* I :
tf!,ilr";n"
uma tenso.
Alm dos nylons, acima mencionados, outros exemplos de polmeros comumente usados para
o fabrico de fibras so o polietileno linear de alta densidade e os polisters. Exemplos muito conhecidos
de outras fibras so o Nomex e o Kevlar
(*'ry'*-"ry"
Nomex
{-"4-""-".+"+
Kevlar
por exemplo, e ainda para reforo de materiais
e em cordoaria,
compsitos, com aplicaes em estruturas de avies, em pranchas de ski, etc. Alm disso, as fibras de
54.25
Qumica Geral
Polaoilonitrilo
ilflilillt|lr
f
nn*",^"*'
Aquecimmto a 700 oC
ll|il
quecimento a 400 - 600 oC
Aqrecimenlo a
600a1300oC
A explorao
investigao activa a nivel acadmico, dando tambm os primeiros passos a nvel industrial, face s
suas enormes potencialidades tecnolgicas.
generalidade dos polmeros que mencionmos at aqui, como por exemplo, polietileno,
polimetacrilato de metilo (PMMA), poliestireno (PS) e policloreto de vinilo (PVC), so bons isoladores elctricos e podem ser usados, por exemplo, no isolamento de cabos e fios metlicos. Contudo, alguns
polimeros que referiremos a seguir, podem exibir condutividade muito elevada, se forem dopados, ou
seja, se lhes forem adicionadas espcies que alterem o nmero de electres n das cadeias de polmero.
5A.26
Captulo 5A
Polmeros
O exemplo mais simples o poliacetileno. Na tabela 54.3 mostram-se as estruturas de alguns destes
polmeros e indicam-se valores de condutividade, temperatura ambiente, aps dopagem.
Tabela 54.3
trans-poliacetileno,
t\"
#]-
+a+
2.7x105
AsF5(orientado)
105
politiofeno, PT
ClO4-, BF4-
tc^+
l0s
AsF5 (orientado)
Estes polmeros, no estado puro, comportam-se como materiais semicondutores, com valores de condutividade relativamente baixos. Estes valores so tanto mais baixos quanto mais puros forem os
polmeros e so geralmente inferiores a 10-4 S/m. No entanto, se forem dopados, ou seja, se lhes forem
adicionadas espcies qumicas que removam electres (casos do iodo ou cloreto frrico) ou que adicionem electres (caso da dopagem com metais alcalinos) a sua condutividade aumenta vrias
ordens de grandeza. Um dos casos mais impressionantes o do poliacetileno. A condutividade elctrica
iodo, foi determinada uma condutividade mxima de 107 S/m, que comparvel condutividade
elctrica do cobre (=6x107 S/m).
fotogrficos possuem um camada de um polmero condutor que permite o "escoamento" das cargas
elctricas geradas nos processo de enrolamento do filme, de modo a evitar descargas elctricas que produziriam riscos nas fotografi as.
suas
dispositivos electrnicos, como por exemplo transistores, com base em polmeros, h actualmente um
de
desenvolvimento de transistores de polmero que, pelo seu baixo custo em relao a dispositivos
equivalentes feitos de silcio, possam ser usados em etiquetagem, quer de produtos de supermercado
quer de bagagens nos transportes areos.
Mais recentemente, no incio do anos noventa, foi demonstrado que alguns polmeros podem
54.27
Qumica Geral
emitir luz quando submetidos a um campo elctrico, ou seja, podem ser usados em dispositivos
emissores de luz (rulgo LEDs). O nmero de aplicaes enorme. Tambm aqui, vrias empresas de
desenvolvimento tecnolgico, testam estes materiais para os mais diversos tipos de aplicaes,
nomeadamente em iluminao, para "displays" de relgios e de telemveis e em crans de computador e de televiso. Foi recentemente demonstrado (ver www.cdtltd..com) o primeiro cran de televiso a cores com base em polmero. Conceptualmente, podem preparar-se crans planos flexveis (imagine a
ser usados para coordenar ies, permitindo que estes se movam sob aco de um campo elctrico. Estes
sistemas, polmero+sal inico, so designados por electrlitos polimricos. Por dissoluo de um sal
inico em gua, por exemplo NaCl, este dissocia-se nos seus ies, Na+ e Cl-, ficando estes ies
rodeados por molculas de gua (solvatados) de modo que os dipolos da molcula de gua estabilizam
a catga dos ies. Quando se aplica um cmpo elctrico, estes ies deslocam-se atravs do solvente.
Se o polmero tiver tomos de oxignio ou azoto, com pes de electres no partilhados, estes
podem coordenar os ies positivos (caties) de um sal, permitindo a sua dissociao e consequente dissoluo, por semelhana ao que ocorre nas solues aquosas. O polmero funciona assim como um
"solvente slido''. O poli(xido de etileno) ou POE, foi um dos primeiros polmeros usados para a
preparao destes elctrlitos. Sais de metais alcalinos e de metais de transio tm sido "dissolvidos" neste tipo de polmeros, originando sistemas condutores inicos. Sistemas com condutividades inicas elevadas (at valores da ordem de 10-4 a
Outros polmeros idnticos tm sido usados, entre eles o poli(xido de propileno), ou PPO, que tem, em relao ao POE, a vantagem de ser um polmero amorfo, no havendo assim a formao de agregados polmero+sal cristalinos, que fixam o sal, impedindo que os ies se movum quando se aplica rm campo elctrico.
H,m,*
r""t",'cr
cr
cL
cl
ol
Fig. 5A.24 - Unidade repetitiva do polixido de etileno e modelo proposto para o electrlito polimrico de POE+L|C|O4, evidenciando a coordenao dos caties Lit pelos lomos de oxignio do
POE.
Estes electrlitos polimricos tm vindo a ser investigados pra utilizao no fabrico de pilhas
e baterias de
base de
lquidos.
5A.28
Captulo 5A
Polmeros
ulh:r rle
lilirr**.
Fig. 5.25 -Esquema proposto parq uma pilha de ltio de rtfue fino usando um electrlito polimrico e em que o ctodo constitudo por um mqterial
compsito base de VaOts ou TiOz.
Resinas epxido
se prepram
A figura
*-*'*
"n,
/)"",
R
I
n/ \n
Fg. 5A.26 - Os dois componentes tpicos das "colas" de dois componentes : uma molcula de
51'29
Qumica Geral
o ruua-CH-CH2
\"tt
I
"\"-',.,',',
R
I
YI^FCH-CHa
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oHIon
rw^-CH-CHi
Fig. 54.27 - Formao de uma rede de resina epxido.
I -zN\ I bHr-Ct1*vv
Polmeros electroactivos - Designam-se genericamente por polmeros electroactivos os que exibem uma alterao de propriedades materiais ou fisicas (deformao fisica e variaes de propriedades
pticas ou magnticas, por exemplo) por aplicao de um estmulo elctrico (tenso, corrente). por exemplo, os polmeros que exibem uma reaco electromecnica, por exemplo, que modificam a sua
forma quando sujeitos a uma tenso (por exemplo, dobram-se ou variam de dimenso) esto a ser
investigados para o desenvolvimento de msculos artificiais, com potenciais aplicaes em robtica. Os polmeros so ainda usados sob a forma de membranas em processos de separao (por exemplo na dessalinizao da gua do mar), em tintas e em revestimentos variados. por exemplo,
o
de
54.7 Bibliografia
(l l), 1981.- Um volume inteiramente dedicado a polmeros: sntese e propriedades. 2) Ver a pgina da internet: http://www.psrc.usm.edu/, que oferece uma visita guiada ao mundo dos
1) J' Chem. Ed- 58
54.30