Resumo Anato 2 - Cabeça e Pescoço
Resumo Anato 2 - Cabeça e Pescoço
Resumo Anato 2 - Cabeça e Pescoço
Introdução
A região da cabeça e do pescoço é uma área muito complexa, começando pela cabeça,
uma das formas de entender ela, é pensar como se fosse um conjunto de caixas
interligadas em que estruturas podem sair e entrar ou estar em cada uma delas, como se
pode observar na figura abaixo.
Em laranja temos a cavidade craniana que abriga por exemplo o encéfalo e sua
meninges, as orelhas que estão em verde possuem uma conexão como mostra na
imagem, desde sua parte mais interna que entra na cavidade craniana até a porção mais
externa delas, as órbitas em amarelo possuem a tendência de um formato de cone e
são elas que abrigam os olhos, a parede desse cone é formada por ossos, já a parte da
base pode ser aberta ou fechada pelas pálpebras.
“As cavidades nasais são as partes superiores do trato respiratório e situam-se entre as órbitas.
Elas têm paredes, assoalho e teto, que são constituídos basicamente de ossos e cartilagens. As
aberturas anteriores das cavidades nasais são as narinas e as aberturas posteriores são os
cóanos (aberturas nasais posteriores). Em continuidade às cavidades nasais encontram-se
extensões cheias de ar (seios paranasais), que se projetam lateral, superior e posteriormente aos
ossos circunvizinhos. Os maiores deles, os seios maxilares, são inferiores às órbitas.” - Gray's.
Na imagem, as cavidades nasais estão em azul, e logo abaixo delas em roxo está a
cavidade oral, cujo teto é formado pelo palato duro e palato mole e sua abertura anterior
é a rima da boca (boca) e a abertura posterior o istmo das fauces. Diferente das
cavidades nasais esta não fica sempre aberta.
“A face é a superfície anterior da cabeça, da fronte ao queixo e de uma orelha à outra. A face
determina nossa identidade como ser humano; assim, suas malformações, cicatrizes ou outras
alterações causadas por doença ou traumatismo têm consequências marcantes que ultrapassam
os efeitos físicos.” Moore
“O couro cabeludo é formado por pele (normalmente com pelos) e tecido subcutâneo, que
cobrem o neurocrânio desde as linhas nucais superiores no occipital até as margens
supraorbitais do frontal, Lateralmente, o couro cabeludo estende-se sobre a fáscia temporal até
os arcos zigomáticos.” Moore
Normalmente estes acabam sendo os primeiros assuntos a serem dados em aula, poucos
cobrados em prova, mas que é sempre bom saber. Para começar é comum perguntar
quais são os limites da face? (Já descrito acima em negrito) e quais as camadas do
couro cabeludo? Essas partes o Moore fala bem, recomendo olhar, mas continuando, as
camadas são cinco: (1) pele, (2) tecido conectivo denso, (3) aponeurose epicrânica,
(4) tecido conectivo frouxo e (5) pericrânio.
Nervo Trigêmeo
“O nervo trigêmeo (NC V) é o principal responsável pela inervação cutânea (sensitiva) da face e
da parte anterossuperior do couro cabeludo; e o nervo facial (NC VII) é o responsável pela
inervação motora dos músculos faciais” - Moore
Para começar vamos falar do nervo trigêmeo. Possui duas origens, uma aparente
encefálica e uma aparente craniana, sendo o sulco medial do pedúnculo cerebral a
primeira e a fissura orbital superior a segunda. Possui duas raízes, uma sensitiva e uma
motora, onde a raiz sensitiva vai se direcionar para o gânglio trigeminal enquanto a raiz
motora vai contornar esse gânglio.
Este gânglio por sua vez vai apresentar três divisões que são: (1) o nervo oftálmico que
será chamado de NC V1, (2) o nervo maxilar que é NC V2 e o (3) componente sensitivo
do nervo mandibular, NC V3.
“Esses nervos são nomeados de acordo com as principais áreas onde terminam: olho, maxila e
mandíbula, respectivamente. As duas primeiras divisões (nervos oftálmico e maxilar) são apenas
sensitivas. O nervo mandibular é principalmente sensitivo, mas também recebe as fibras
motoras (axônios) da raiz motora do NC V, que supre principalmente os músculos da
mastigação.” - Moore
1- O nervo oftálmico, a divisão superior do nervo trigêmeo, é a menor das três divisões
do NC V. Origina-se do gânglio trigeminal como um nervo completamente sensitivo. Ao
entrar na órbita através da fissura orbital superior, o NC V1 trifurca-se em nervos frontal,
nasociliar e lacrimal. Com exceção do nervo nasal externo, os ramos cutâneos do
oftálmico chegam à pele através da abertura da órbita.
O nervo frontal, o maior ramo produzido pela trifurcação do NC V1, segue ao longo do
teto da órbita em direção a abertura da órbita, bifurcando-se aproximadamente no meio
do caminho para formar os nervos cutâneos supra orbital e supratroclear, distribuídos
para a fronte e o couro cabeludo.
2- Nervo Maxilar: a divisão intermediária do nervo trigêmeo, que deixa o crânio pelo
forame redondo, entra na fossa pterigopalatina (se comunicando com o gânglio
pterigopalatino) e segue anteriormente atravessando a fissura orbital inferior e seguindo
pelo assoalho da órbita, como nervo infraorbital, que emerge superficialmente pelo
forame de mesmo nome. Antes disso, ainda na fossa pterigopalatina, origina o nervo
zigomático. O nervo zigomático segue até a parede lateral da órbita se dividindo em
nervos zigomaticotemporal, que emite fibras secretomotoras para o nervo lacrimal (via
ramo comunicante) e zigomaticofacial. Ambos são cutâneos, sendo que o
zigomaticotemporal se distribui para a região temporal, enquanto o zigomaticofacial segue
para a proeminência da bochecha.
Elas primeiramente vão até o gânglio ótico, que associado ao nervo mandibular, “envia”
essas fibras para o nervo auriculotemporal. Então apesar delas chegarem na parótida
pelo auriculotemporal, sua origem é o glossofaríngeo. Elas estão somente pegando
uma carona!
Gânglio ótico.
O nervo facial tem uma raiz motora que supre os músculos da expressão facial e uma
raiz sensitiva/parassimpática que corresponde ao nervo intermédio. Esse nervo
emerge do forame estilomastóideo, dando origem ao nervo auricular posterior e segue
anteriormente, sendo englobado pela glândula parótida, na qual forma o plexo
intraparotídeo. Esse plexo dá origem aos 5 ramos terminais do nervo facial:
Paralisia de Bell
Inervação da língua
Para sensibilidade especial (paladar), essa parte da língua, com exceção das papilas
circunvaladas, é suprida pelo nervo corda do tímpano, um ramo do NC VII (Facial). O
nervo corda do tímpano une-se ao nervo lingual na fossa infratemporal e segue
anteriormente em sua bainha.
A tela subcutânea cervical é uma camada de tecido conjuntivo adiposo situada entre a
derme da pele e a lâmina superficial da fáscia cervical. Em geral, a tela subcutânea
cervical é mais fina do que em outras regiões, sobretudo na parte anterior. Contém nervos
cutâneos, vasos sanguíneos e linfáticos, linfonodos superficiais e quantidades variáveis
de gordura. A parte anterolateral contém o músculo platisma.
TELA SUBCUTÂNEA
Logo após a derme da pele temos a tela subcutânea do pescoço, estrutura que está
associada ao músculo platisma em sua face anterolateral. Também não apresenta
uniformidade em sua espessura, sendo mais fina em determinadas regiões,
principalmente em sua parte mais anterior.
MÚSCULO PLATISMA
Apesar de se estenderem por toda a face anterolateral do pescoço, as fibras dos dois
músculos divergem na região mediana, deixando uma abertura que antecede a glândula
tireóide, a traquéia e a laringe.
Origem: Fáscia muscular que cobre as partes superiores dos músculos deltoide e peitoral
maior.
Inervação: Ramo cervical do NC VII. Lembrando que esse ramo tem origem no plexo
intraparotídeo.
FÁSCIA CERVICAL
2) Formam planos de clivagem naturais através dos quais os tecidos podem ser
separados durante a cirurgia, e limitam a disseminação de abscessos resultantes de
infecções.
1) Manúbrio do esterno.
2) Clavícula.
3) Acrômio.
4) Espinha da escápula.
LÂMINA PRÉ-TRAQUEAL
Limitada a face anterior do pescoço. Exatamente na região onde o platisma não cobre. Se
estende do hioide até o tórax, onde se funde ao pericárdio fibroso que reveste o coração.
É constituída por duas partes: uma porção muscular e outra visceral. A porção
muscular envolve os músculos infra-hióideos, enquanto a porção visceral envolve as
vísceras cervicais: traquéia, esôfago e glândula tireoide. Essa porção é contínua
superiormente com a fáscia bucofaríngea da faringe.
Superiormente ao hióide a lâmina pré-traqueal forma uma polia, através da qual o tendão
intermédio do músculo digástrico desliza.
TRÍGONOS DO PESCOÇO
O Trígono posterior( Região Cervical Lateral) é uma importante região anatômica cujos
limites são estabelecidos a seguir:
➢ Anteriormente: Borda posterior do músculo esternocleidomastóideo (ECM).
➢ Posteriormente: Margem anterior do músculo trapézio.
➢ Inferiormente: Terço médio da clavícula, entre o trapézio e o ECM.
Ademais, esse trígono apresenta um ápice no encontro do ECM e trapézio, bem como
um teto formado pela lâmina superficial da fáscia cervical, platisma e tela
subcutânea, de interno para externo. O assoalho, por sua vez, é formado pelo
seguintes músculos: esplênio da cabeça, levantador da escápula, escaleno médio,
escaleno posterior e a primeira digitação do músculo serrátil anterior.
❖ Trígono occipital: Cruzado pelo nervo acessório (NC XI) e em seu ápice a artéria
occipital emerge, cuja a mesma dará o nome a esta região.
❖ Trígono omoclavicular: Cruzado pela Veia Jugular Externa (VJE). Nesse trígono
se localiza a terceira parte da artéria subclávia. Os dois vasos citados são
separados pela lâmina superficial da fáscia cervical.
Vascularização
Além disso, essa região apresenta a artéria occipital, um ramo posterior da carótida
externa que irriga a metade posterior do couro cabeludo.
Vale ressaltar que a terceira parte da artéria subclávia é a mais superficial e palpável,
passando sobre a I costela, onde pode ser comprimida. Também está localizada
posterossuperior a veia subclávia.
A drenagem é pautada na Veia Jugular Externa (VJE) formada pela união da divisão
posterior da V retromandibular com a V. auricular posterior próximo ao ângulo da
mandíbula. Essa veia cruza o ECM profundamente ao platisma, perfura a lâmina
superficial e desemboca na veia subclávia.
A veia subclávia está localizada anteriormente ao músculo escaleno anterior e nervo
frênico, unindo-se a VJI e formando a veia braquiocefálica.
Inervação
Nervo acessório: O nervo acessório possui duas porções, uma craniana e uma
espinhal. As raízes espinhais emergem da face lateral da medula espinhal em um nível
entre C3 e C7, com suas células de origem na substância cinzenta da medula. Estas
raízes vão acabar se juntando formando um tronco comum que ascende no canal
vertebral, frequentemente se comunicando com o primeiro nervo cervical e passando
através do forame magno.
Abaixo do forame jugular, a porção craniana ou bulbar, ou ramo interno, junta-se ao
vago imediatamente abaixo do gânglio inferior do vago (quando o vago sai do crânio ele
apresenta dois gânglios). Ela contém fibras motoras para os músculos esqueléticos e é
melhor considerada como uma parte do vago. Através dos ramos faríngeos e laríngeo
recorrente do vago, ela se distribui ao palato mole e para os músculos da faringe e
laringe.
Nervo occipital menor: Faz a volta em torno do nervo acessório e ascende ao longo da
borda posterior do ECM, corre atrás da orelha e inerva a pele da face lateral da cabeça e
da superfície craniana da orelha.
Nervo auricular magno: Ascende obliquamente através do ECM até a glândula parótida,
onde se divide para inervar a pele sobre a glândula e sobre o processo mastóide,
juntamente com as duas superfícies da orelha. Conjuntamente com o nervo
auriculotemporal é responsável também pela inervação da cápsula da glândula parótida.
Alça cervical (C1, C2, C3): Está localizada superficialmente à bainha carótica ou no
interior desta. Apresenta uma raiz superior, que apresenta conexão com o nervo
hipoglosso, porém sendo formada por ramos de C1 e C2 e uma raiz inferior formada por
ramos de C2 e C3 que passam frequentemente lateral a VJI. A alça é responsável pela
inervação da maioria dos músculos infra-hióideos: esternotireóideo, esterno-hióideo
e omo-hióideo.
Já o músculo tireo-hióideo é inervado por ramos diretos de C1, que também inervam o
músculo gênio-hióideo, após conexão com o nervo hipoglosso. Esses ramos formam o
nervo para o músculo tireo-hióideo.
Na imagem acima é possível observar a alça cervical e os ramos cutâneos do plexo
cervical.
Nervo frênico (C3, C4, C5): Formado predominantemente por C4, mas com
contribuições de C3 e C5, origina-se na parte superior da margem lateral do músculo
escaleno anterior, ao nível da margem superior da cartilagem tireóidea.
Segue trajeto oblíquo ao escaleno anterior, sendo cruzado pela artéria cervical transversa
e supraescapular. Assim como acontece com o nervo vago, apresenta diferenças em
seu trajeto dependendo da lateralidade: No lado esquerdo segue anterior à primeira
parte da artéria subclávia, enquanto no lado direito segue anterior à segunda parte,
todavia, após isso ambos seguem posterior à veia subclávia, cruzando a artéria torácica
interna.
É responsável pela inervação motora do diafragma e sensitiva de sua parte central.
Inerva o pericárdio e a parte mediastinal da pleura parietal, assim como a parte central da
pleura parietal diafragmática.
1) Glândula submandibular.
2) Veia facial (superficial a glândula).
3) Artéria facial (profundamente a glândula).
4) Artéria submentual.
5) Linfonodos submandibulares.
6) Nervo hipoglosso.
7) Nervo milo-hióideo (ramo do nervo alveolar inferior).
Este trígono é o de maior importância clínica, seus limites são feitos pelo ventre
posterior do músculo digástrico, ventre superior do músculo omo-hióideo e
margem anterior do ECM. Seu assoalho consiste nos músculos constritores inferior
e médio da faringe, hioglosso e tireo-hióideo.
Conteúdo:
Região limitada pela borda anterior do ECM (limite posterior), ventre superior do
músculo omo-hióideo (limite superior) e linha mediana anterior do pescoço (limite
anterior).
Vascularização
A artéria carótida interna, logo no seu início, dilata-se formando o seio carotídeo, uma
região rica em barorreceptores especializados em medir os níveis de pressão arterial.
Medialmente a este seio, encontra-se o glomo carotíco, formado por quimiorreceptores
que monitoram o nível de oxigênio no sangue. Estas estruturas são inervadas pelo nervo
do seio carótico, formado principalmente pelo nervo glossofaríngeo, mas com
contribuições do nervo vago e tronco simpático.
7. Artéria temporal superficial: Menor ramo terminal da ACE, se origina entre a ATM
e a orelha, seguindo superiormente, entrando na fossa temporal e terminando no
couro cabeludo, onde se divide em ramos parietais e ramos frontais, que seguem
próximos aos ramos correspondentes do nervo auriculotemporal.
A drenagem dessa região é feita através da VJI. Origina-se no forame jugular como
continuação direta do seio sigmóideo. Apresenta uma dilatação logo em seu início,
denominada bulbo superior da VJI. Após deixar o crânio, segue em todo seu trajeto no
interior da bainha carótica, passando profundamente ao ECM. Posteriormente à
extremidade esternal da clavícula, une-se a veia subclávia e forma a veia braquiocefálica.
Na extremidade inferior essa veia dilata-se formando o bulbo inferior. A VJI recebe
tributações da veia facial, veias linguais, veias faríngeas e veias tireóideas superior e
inferior.
Nervo Glossofaríngeo
Após deixar o crânio através do forame jugular, o nervo glossofaríngeo passa, então,
entre a veia jugular interna e ACI. Desce anterior a este último vaso, profundo ao
processo estilóide e aos músculos estiloides.
Ramos: as fibras de alguns ramos do nervo hipoglosso são próprias do nervo (de
origem intracraniana) enquanto que outras fibras são simplesmente provenientes dos
nervos cervicais.
Se estende inferiormente até a abertura superior do tórax, cujos limites são: manúbrio
do esterno, primeiro par de costelas e cartilagens costais e corpo da primeira vértebra
torácica.
ARTÉRIA SUBCLÁVIA
Ramos da primeira parte: Artéria vertebral. Artéria torácica interna. Tronco tireocervical.
E quais ramos o tronco tireocervical origina? Primeiro temos os ramos laterais, que são
as artérias cervical transversa e supraescapular. Por último temos os ramos terminais,
representados pelas artérias tireóidea inferior e cervical ascendente.
VEIA SUBCLÁVIA
Uma relação interessante é que, no lado esquerdo, o ângulo venoso recebe também o
ducto torácico que traz linfa proveniente das vísceras abdominais e torácicas.
NERVO VAGO
O nervo vago, cuja origem aparente no crânio é o forame jugular, desce o pescoço no
interior da bainha carotídea, estando localizado entre a VJI e as artérias carótida interna e
carótida comum.
GLÂNDULA TIREÓIDE
Víscera endócrina. Consiste em dois lobos, direito e esquerdo, unidos por uma
região estreita denominada istmo. Durante as traqueostomias o istmo da glândula
tireoide é seccionado ou tracionado superiormente, permitindo acesso aos anéis
traqueais. Cada lobo apresenta um ápice, uma base e três superfícies: lateral,
medial e posterior.
Apresenta dois envoltórios: a cápsula fibrosa, mais interna e aderida ao parênquima
e a porção visceral da lâmina pré-traqueal da fáscia cervical, localizada mais
externamente. Além disso, a glândula tireoide apresenta formato de H ou U.
Drenagem: Veia tireóidea superior (VJI). Veia tireóidea média (VJI). Veia tireóidea
inferior (Veia braquiocefálica).
TRAQUÉIA
Estende-se da sexta vértebra cervical (C6) até a décima primeira vértebra torácica
(T11). A porção cervical corresponde a 1 ⁄ 5 do comprimento total.
Perguntas