Aspectos Neuropsicopedagogicos Da Aquisicao e Apre
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Rubens Pereira
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All content following this page was uploaded by Rubens Pereira on 27 August 2018.
INTRODUÇÃO
Conforme avançam as pesquisas e estudos no campo das neurociências, bem
como conceitos de processamentos mentais ligados à capacidade cognitiva humana,
um número cada vez maior de educadores têm se dedicado a investigar quais são e
como funcionam certas áreas cerebrais ligadas à aprendizagem e a aplicabilidade
pedagógica de tais fundamentos.
Portanto, a pedagogia que antes já dialogava com conhecimentos oriundos da
psicologia, faz-se agora valer de saberes das neurociências. Sendo assim, a
1 Graduado em Letras – Inglês (UEPG). E-mail: rubens_ps@hotmail.com
Orientador: Alício Schiestel. E-mail: alicioetu@gmail.com
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LINGUAGEM
Segundo Rita Carter at al (2012, p. 140), “indicamos nossas intenções uns para
com os outros de várias maneiras.” Por exemplo, podemos nos valer de gestos e de
linguagem corporal para transmitir mensagens variadas e em enorme quantidade.
Outros animais se comunicam através de mecanismos parecidos com os humanos,
exceto por meio de palavras escritas ou faladas. “Apenas o cérebro humano possui
áreas dedicadas à linguagem.” (CARTER at al, 2012, p. 140).
Conforme afirma Lent (2010, p. 680), “todos os animais se comunicam, mas só
o homem fala e escreve”. A aptidão humana para a linguagem se origina em um ou
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mais genes, sendo, portanto, inata. Já nos primeiros meses de vida pós-natal, o
processo de aquisição da linguagem se desenvolve na maioria dos seres humanos.
Vale ressaltar a distinção entre o processo de aquisição de uma língua e a
aprendizagem de uma segunda língua.
Para Krashen (1982), o processo de aquisição é subconsciente. Trata-se do
processo de assimilação natural, intuitivo, fruto de interação em situações reais de
convívio humano em ambientes da língua e da cultura de maneira ativa. Nós
geralmente não estamos conscientes das regras linguísticas do idioma que
adquirimos. É comum nos referirmos à aquisição de linguagem como sendo nossa
língua materna, a chamada L1 (primeira língua). Normalmente, trata-se da língua que
aprendemos desde bebês, em casa e na comunidade da qual fazemos parte.
Em alguns casos em que pais falam mais de um idioma em casa e com o bebê,
o processo de aquisição de mais de uma língua pode ocorrer simultaneamente de
maneira natural. Estudos realizados por Patricia Kuhl e sua equipe, do Instituto do
Cérebro e Ciências da Aprendizagem da Universidade de Washington, indicaram que
bebês, antes de completarem um ano, conseguem fazer distinção entre todos os sons
de todas as línguas, e que aprendem a analisar as estatísticas dos sons de cada
idioma, o que os torna capazes de distinguir e, consequentemente, adquirir uma ou
mais línguas simultaneamente.
Já o processo de aprendizagem ocorre de forma consciente, uma vez que
tomamos ciência de que estamos diante de um processo formal de conhecimento da
língua enquanto seu conjunto de regras gramaticais e lexicais. Referimos-nos à
linguagem aprendida como sendo L2 (segunda língua).
A NEUROBIOLOGIA DA LINGUAGEM
Antes de falarmos das bases neurobiológicas da linguagem, vale descrever
áreas da linguagem de acordo com suas funções. Podemos dividir tais áreas
funcionais conforme sua localização nos hemisférios cerebrais direito ou esquerdo:
HEMISFÉRIO ESQUERDO HEMISFÉRIO DIREITO
Articulação da fala Reconhecimento do tom
Compreensão da fala Ritmo, ênfase e entonação
Reconhecimento da palavra Reconhecimento do orador
Reconhecimento gestual
Fonte: Adaptado de Carter at al (2012, p. 144)
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De acordo com Lent (2010, p. 20), “o sistema nervoso central humano tem
quase cem bilhões de neurônios”. Os primeiros anos de vida são marcados por um
desenvolvimento neuronal de imensa projeção. “Durante o desenvolvimento ocorre
um aumento progressivo das conexões entre as células nervosas, formando circuitos
cada vez mais intrincados.” (COSENZA e GUERRA, 2014).
Um conceito neurocientífico que nos leva a entender como ocorre o
desenvolvimento neuronal é a neuroplasticidade. Segundo Lent (2010, p.148, grifo
meu), plasticidade cerebral “significa que os neurônios podem modificar, de modo
permanente ou pelo menos prolongado, a sua função e a sua forma, em resposta a
ações do ambiente externo. A plasticidade é maior durante o desenvolvimento, e
declina gradativamente, sem se extinguir, na vida adulta.”
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Figura 3 – Estrutura básica de uma célula neuronal. A bainha de mielina recobre o axônio
Portanto, áreas especializadas da linguagem vão sendo mielinizadas conforme
passam por maturação neurobiológica. Sendo assim, uma língua é aprendida com
bastante facilidade e quase sem ou sem nenhum prejuízo na pronúncia e sotaque antes
da puberdade. (Seliger, Krashen e Ladefoged, 1975). Isso não significa dizer que o adulto
não consegue aprender um idioma, mas normalmente o faz com esforço maior do que a
criança no tocante à expressão fonética e gramatical semelhante às do falante nativo.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
CARTER, Rita at al. O livro do cérebro. Rio de Janeiro: Agir, 2012.
ROBERTS, Richard. Becoming Fluent: how cognitive science can help adults learn
a foreign language. The MIT Press, 2015.
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