Aula 2

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Aula 18 - Os principios fundamentais da contabilidade Nesta aula vocé veré os principios fundamentais da contabilidade, ou seja, {aS regras que orientam todo o processo de contabilizacao. A contabilidade, como j vimos, é 0 registro sistematizado que visa manter o-controle do patriménio, E para que seja executada uniformemente e exista uma padronizacéo, 6 importante observar algumas regras que deverao ser seguidas por todos no momento da realizacdo dos registros contabels. As principais regras que orientam o trabalho so conhecidas como os principio fundamentais da contabilidade. 18.1 Os Princ Contabilidade - Resolucao n. 750/93 Veja na integra a Resolucdo que fol aprovada pelo Conselho Federal de Con- tabilidade: Principios Fundamentais da Contabilidade Resolucdo CFC n.° 750/93 Dispée sobre os Principios Fundamentais de Contabilidade (PFC) ‘© CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exerci- io de suas atribuicdes legais e regimentais, CONSIDERANDO que @ evolucéo da ultima década na 4rea da Cigncia Contabil reclama a atualizacao substantiva e adjetiva dos Principios Fundamentais de Contabilidade a que se refere a Resolucao CFC 530/81, Aula 18 ~ 0s princpios fundamentais da contabilidade 249 RESOLVE: CAPITULO | DOS PRINCIPIOS E DE SUA OBSERVANCIA Art. 1° Constituem PRINCIPIOS FUNDAMENTA'S DE CONTABILIDADE (PFC) 0s enunciados por esta Resolucao, § 1° A observancia dos Principios Fundamentais de Contabilidade é obri- gatéria no exercicio da profissio e constitui condicdo de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). § 2° Na aplicagao dos Principios Fundamentais de Contabilidade hé situ- agbes concretas € a esséncia das transagées deve prevalecer sobre seus aspectos formais, CAPITULO I DA CONCEITUAGAO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAGAO Art. 2° Os Principios Fundamentais de Contabilidade representam a es- séncia das doutrinas e teorias relativas & Ciéncia da Contabilidade, conso- ante 0 entendimento predominante nos universos cientifico e profissional de nosso Pais. Concernem, pois, & Contabilidade no seu sentido mais am- plo de ciéncia social, cujo objeto ¢ o patriménio das entidades. Art. 3° So Principios Fundamentais de Contabilidade 1-0 da ENTIDADE; II 0 da CONTINUIDADE; Ill - 0 da OPORTUNIDADE; IV - 0. do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; \V-0 da ATUALIZACAO MONETARIA; VI -0 da COMPETENCIA; & VIl- 0 da PRUDENCIA. 250 Contabilidade Basica (© PRINCIPIO DA ENTIDADE ‘Art. 4° 0 Principio da ENTIDADE reconhece o Patriménio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciacao de um Patriménio particular no universo dos patriménios cexistentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedad ou insttuicéo de qualquer natureza ou final dade, com ou sem fins lucrativos, Por consequéncia, nesta acepcéo, 0 Pa- triménio nao se confunde com aqueles dos seus sécios ou proprietérios, To caso de sociedade ou instituicdo. Pardgrafo Unico — 0 PATRIMONIO pertence & ENTIDADE, mas a recipro- ca nao é verdadeira, A soma ou agregacéo contabil de patrimonios auto- nomos ndo resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econ6mico-contabil © PRINCIPIO DA CONTINUIDADE Art. 5° A CONTINUIDADE ou no da ENTIDADE, bem como sua vida defi- rida ou provavel, devem ser consideradas quando da classificagao e ava liacao das mutac6es patrimoniais, quantitativas e qualtativas. § 1° A CONTINUIDADE influencia 0 valor econdmico dos ativos e, em muitos casos, 0 valor ou o vencimento dos passives, especialmente quando 2 extingao da ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou previstvel. § 2° A observancia do Principio da CONTINUIDADE ¢ indispensével & cor reta aplicacdo do Principio da COMPETENCIA, por efeito de se relacionar diretamente a quantificagao dos componentes patrimoniais e a formacao do resultado, e de constituir dado importante para aferir a capacidade futura de geragio de resultado. © PRINCIPIO DA OPORTUNIDADE Art. 6° O Principio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, tempestividade e a integridade do registro do patriménio e das suas mu- tag6es, determinando que este seja feito de imediato e com a extensao corteta, independentemente das causas que as originaram. Aula 18 ~ 0s princpios fundamentais da contabilidade 251 Pardgrafo nico ~ Como resultado da observancia do Principio da OPORTUNIDADE | -desde que tecnicamente estimavel, 0 registro das variagoes patrimo- niais deve ser feito mesmo na hipétese de somente existir razodvel certeza de sua ocorréncia; IIo registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, con- templando os aspectos fisicos e monetarios; III o registro deve ensejar 0 reconhecimento universal das variacoes ocor- ridas no patrimOnio da ENTIDADE, em um periodo de tempo deter- minado, base necesséria para gerar informac6es Uteis a0 proceso decis6rio da gestao. © PRINCIPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL Art. 7° Os componentes do patriménio devem ser registrados pelos valo- res originais das transag6es com o mundo exterior, expressos a valor pre- sente na moeda do Pals, que serao mantidos na avaliagao das variacoes patrimoniais posteriotes, inclusive quando configurarem agregacées ou decomposig6es no interior da ENTIDADE. Pardgrafo Unico — Do Principio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta: | ~ 2 avaliacao dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do con- senso com os agentes externos ou da imposicao destes; ll—uma vez integrado no patrimdnio, 0 bem, direito ou obrigac3o no poderdo ter alterados seus valores intrinsecos, admitindo-se, t80-so- mente, sua decomposicéo em elementos efou sua agregacéo, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais; =o valor original seré mantido enquanto 0 componente permanecer como parte do patriménio, inclusive quando da saida deste; 252 Contabilidade Basica IV ~ 05 Principios da ATUALIZAGAO MONETARIA e do REGISTRO PELO VA- LOR ORIGINAL 40 compativeis entre si e complementares, dado que © primeiro apenas atualiza e mantém atualizado o valor de entrada; V0 uso da moeda do Pais na traducéo do valor dos componentes pa- ‘rimoniais constitui imperative de homogeneizacao quantitativa dos mesmos. (© PRINCIPIO DA ATUALIZAGAO MONETARIA. Art, 8° Os efeitos da alteraco do poder aquisitive da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contabeis através do ajustamento da expresséo formal dos valores dos componentes patrimoniais. Pardgrafo tnico ~ Sao resultantes da adocéo do Principio da ATUALIZA- GAO MONETARIA: | a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, no representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; ll—para que a avalia¢éo do patrimOnio possa manter os valores das tran- sages originais (art. 7°), € necessério atualizar sua expressao formal ‘em moeda nacional, a fim de que permanecam substantivamente cor- retos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequéncia, 0 do patriménio liquido: Ia atualizacéo monetéria nao representa nova avaliacdo, mas, téo- -somente, 0 ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicacao de indexadores, ou outros elementos aptos a traduzir a variago do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado periodo. 0 PRINCIPIO DA COMPETENCIA. Art. 9° As receitas e as despesas deve ser incluldas na apuracéo do re- sultado do perfodo em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento, ‘Aula 18 ~ 0 princiios fundamentas da contabilidade 253 § 1° 0 Principio da COMPETENCIA determina quando as alteracées no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuigéo no patriménio liquido, estabelecendo diretrizes para classificago das mutagées patrimo- nia, resultantes da observancia do Principio da OPORTUNIDADE. § 2° 0 reconhecimento simulténeo das receitas e despesas, quando corre- latas, & consequéncia natural do respeito ao periodo em que ocorrer sua geracéo. § 3° As receitas consideram-se realizadas: | =nas transag6es com terceitos, quando estes efetuarem 0 pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivé-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes & ENTIDADE, quer pela fruigéo de servicos por esta prestados; II quando da extingao, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja ‘© motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior; Ill = pela geracao natural de novos ativos independentemente da interven- ho de tercetos; IV-=no recebimento efetivo de doacdes e subvencoes: § 4° Consideram-se incorridas as despesas: | ~ quando deixar de exist 0 cotrespondente valor ativo, por transferéncia de sua propriedade para terceiro; II pela diminuigéo ou extingao do valor econémico de um ativo; IIl= pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo, © PRINCIPIO DA PRUDENCIA, Art. 10. © Principio da PRUDENCIA determina a adacéo do menor valor para 0s componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente validas para a quantificacao das mutacdes patrimoniais que alterem o patriménio liquido, 254 Contabilidade Basica § 1° 0 Principio da PRUDENCIA impée a escolha da hipétese de que resul- te menor patriménio liquido, quando se apresentarem opgées igualmente aceitéveis diante dos demais Principios Fundamentais de Contabilidade. § 2° Observado o disposto no art. 7°, 0 Principio da PRUDENCIA somente se aplica as mutag6es posteriores, constituindo-se ordenamento indispen- sével A correta aplicacSo do Principio da COMPETENCIA, § 3° A aplicacéo do Principio da PRUDENCIA ganha énfase quando, para definicgo dos valores relativos as variac6es patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variével Art. 11. A inobservancia dos Principios Fundamentals de Contabilidade constitui infracao nas alineas "c”, "d” e “e” do art. 27 do Decreto-Lei n.° 9.295, de 27 de maio de 1946 e, quando aplicével, ao Cédigo de Etica Profissional do Contabilista, Fonte: wwwcfeorg.br Com relacao a atualizagao monetéria, pela estabilidade monetaria ocorrida apés a implantaco do Plano Real, RESOLUGAO CFC N° 900/2001 Dispde sobre a aplicagao do Principio da Atualizacéo Moneta, (© CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercicio de suas atribui- Ges legais e regimentais; Considerando que 0 “Principio da Atualizacao Monetaria", conforme “caput” do art. 8° da ResolucSo CFC n® 750-93, obriga a que "Os efeitos da alteracao do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhe- idos nos registros contébeis através do ajustamento da expressao formal dos valores dos componentes patrimoniais”; Considerando que a atualizacéo objetiva que *... permanecam substanti- vamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por conse- ‘quéncia, 0 do patriménio liquido”, segundo o inciso Il do pardgrafo unico do art, 8° da dita Resoluco; ‘Aula 18 ~ 0 princiios fundamentas da contabilidade 255 Am dos princpos fundarntas do contaiidad, € importante concer legislagio rata an exec da prlisio.Acese Considerando que a aplicaco do Principio, nao esté atrelada a qualquer parametto em termos de nivel inflacionario; Considerando que os padroes internacionais de Contabilidade somente requerem a atualizacao monetaria quando a taxa acumulada de inflagao no triénio se aproxima ou exceda a 100%; Considerando que a partir da implantacao do Plano Real a economia e a moeda brasileira vem apresentando estabilidade; Resolve: ‘Art. 1° A aplicacSo do “Principio da Atualizagdo Monetaria” é compuls6- ria quando a inflagdo acumulada no triénio for de 100% ou mais Pardgrafo dnico. A infla¢ao acumulada sera calculada com base no Indice Geral de Pregos do Mercado (IGPM), apurado mensalmente pela Funda- Ao Getilio Vargas, por sua aceitasao geral e reconhecimento por orga~ rismos nacionais e internacionais. Art. 2° A aplicacao compulséria do “Principio da Atualizacéo Monetaria” deverd ser amplamente divulgada nas notas explicativas as demonstragoes contabe's. ‘Art. 3° Quando a taxa inflacionéria acumulada no trignio for inferior a 100%, a aplicacSo do Principio da Atualizaggo Monetéria somente po- derd ocorrer em demonstragdes contabeis de natureza complementar as demonstracées de natureza corrente, derivadas da escrituragéo contébil regular. § 1° No caso da existéncia das ditas demonstrac6es complementares, a atualizaggo devera ser evidenciada nas respectivas notas explicativas, in- cluindo a indicagao da taxa inflacionéria empregada, § 2° A Atualizacdo Monetéria, neste caso, nao originaré nenhum registro contabil ‘Art. 4° Esta Resoluco entra em vigor na data de sua publicacso, Fonte: wwcfc org br 256 Contabilidade Basica

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