Cirrose e Suas Principais Consequências
Cirrose e Suas Principais Consequências
Cirrose e Suas Principais Consequências
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Gastroenterologia @leehgoes
Para descobrir a causa Fazer uso de diurético, se não houver resposta a
dessa ascite tem que fazer a dieta hipossódica:
paracentese. Traçar uma linha ⁻ Espironolactona 100 – 400 mg → associa
imaginária do umbigo até a com a Furosemida 40 – 160 mg
crista ilíaca esquerda, no Objetivo → ↓500g/dia ou ↓ 1kg/dia se edema
ponto mais distal faz a periférico
drenagem. A paracentese de alívio, quando o Paracentese de alívio → se não tolerar ou chegar
paciente está com desconforto respiratório, na dose máxima de diuréticos e ainda tiver ascite.
distensão acentuada e se a retirada de líquido for >
5L precisa fazer reposição e albumina (8g/L de LA
drenado (a partir de 5L).
Tem também, a paracentese diagnóstica, é aquele
paciente que chega com ascite no hospital, não se
sabe a causa e mesmo que não esteja
desconfortável, precisa coletar esse líquido para a
análise.
Diagnóstica → pedir para o laboratório:
⁻ Proteínas totais e albumina (para calcular o
GASA – gradiente de albumina soro –
ascite). Se esse valor for ≥ 1,1 g/dL =
hipertensão portal. Se ≤ 1,1 g/dL, pode ser Se mesmo assim não tiver melhora → TIPS
uma causa peritoneal como tuberculose ou (derivação portossistêmica intra-hepática
neoplasia se a PT for > 2,5 ou síndrome transjugular). O paciente está com hipertensão portal,
nefrótica se a PT < 2,5. o sangue está ficando congestionado na veia porta,
⁻ Citologia → ver a celularidade, para ver se de maneira endovascular, faz o desvio, shunt, da
esse paciente tem peritonite bacteriana circulação portal
espontânea direto para a
⁻ ADA → tuberculose circulação
⁻ Citologia oncótica → carcinomatose sistêmica, veia
⁻ Triglicerídeos → ascite quilosa cava. Isso,
⁻ Amilase → ascite pancreática melhora a vida do
paciente,
desobstrui e
diminui a ascite.
Caso ainda não haja melhora, ascite refratária a todos
esses tratamentos, é uma das indicações para o
transplante hepático.
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Gastroenterologia @leehgoes
sangramento. É No paciente hepatopata, o paciente não vai estar
escolhida para o com os hepatócitos funcionando perfeitamente. O
paciente que paciente com cirrose, vai ter uma falência hepática,
nunca sangrou a não vai ter a quantidade de hepatócitos para fazer a
ligadura elástica metabolização e além disso, o paciente vai ter um
ou o shunt portossistêmico. A amônia pode não chegar ni
betabloqueador. hepatócito, é desviada para a circulação sistêmica,
sem ter a passagem hepática, a amônia é
lipossolúvel, vai atravessar a barreira
Profilaxia secundária → aquele paciente que já hematoencefálica, sem ser metabolizada em ureia e
sangrou, faz o betabloqueador + a ligadura elástica. por ser tóxica no SNC, causando uma disfunção
Já nas varizes gástricas pode fazer o betabloqueador neuronal, levando aos sintomas.
ou cianoacrilato.
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Gastroenterologia @leehgoes
Pode ter alterações na consciência, cognição e Tratar causa base → ATB? hidratação? Laxante?
neuromuscular. Sempre perguntar sobre a noite de Corrigir DHE?
sono, qual é o dia de hoje, a família sobre alterações Suporte nutricional → uma dieta rica em proteínas
de humor do paciente. pode levar a uma encefalopatia hepática, é raro, mas
pode acontecer, porém não vai restringir proteínas,
quando se restringe, o paciente piora o estado
– nutricional, desnutre e tem pior desfecho.
Grau I – alterações do humor e sono – vigília. Tratamento específico → visa a redução da amônia
Grau II – apresenta desorientação e flapping ⁻ Lactulona → efeito catártico (diarreia, 2 –
Grau III – semi – estupor e hiperreflexia 3x ejeções por dia), diminui o tempo de
Grau IV – coma e hiporreflexia contato das proteínas, metabólitos com o
Lembrar que nessa classificação, existe a intestino. Além disso, acidifica o meio NH3 →
encefalopatia hepática mínima, são apenas alterações NH4, o amônio não é absorvível, não vai
de testes psicométricos. No exame físico não tem para o SNC. Há também, uma mudança da
alteração, então é submetido a testes específicos microbiota, coloca-se uma microbiota com
que dão alterados. lactobacilos que não são produtores de
amônia.
⁻ Antibióticos → para reduzir a população de
bactérias produtoras de amônia, pode usar a
NÃO EXISTE PADRÃO – OURO rifaximina, metronidazol/neomicina. Lembrar
DADOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS, BUSCANDO da profilaxia secundária, o paciente que já
O FATOR PRECIPITANTE! teve uma vez, encefalopatia hepática, tratou
com lactulona, tem que usar por toda vida e
Tratar o fator precipitante
se usou ATB também, tem que usar por
Buscar causa/excluir diagnóstico diferencial:
toda a vida. Lembrar da profilaxia do
⁻ Hemograma, PCR, culturas, função renal,
paciente com encefalopatia hepática após a
eletrólitos, HGT → hipoglicemia pode afastar
alta.
o diagnóstico diferencial
⁻ L – ornitina e L – aspartato → agem no
⁻ Estudo do líquido ascítico (paracentese
ciclo da ureia, aumentando a produção de
diagnóstica), sumário de urina
ureia e diminuindo a de amônia.
⁻ Raio – X de tórax, EDA (ver se está
sangrando)
⁻ SEMPRE FAZER NA ADMISSÃO@!
Amônia → acurácia 48% e sem valor prognóstico Definição → disfunção renal no paciente com
ou de estadiamento. Não solicitar de rotina! Não tem cirrose avançada, sem evidencia de nefropatia
correlação com aumento de amônia ser de maior intrínseca (não tem déficit de filtração glomerular).
gravidade ou se baixa amônia de menor gravidade.
Neuroimagem → TC: + acessível / RNM: + acurado
⁻ Mudança de conduta: 1% dos casos → não
pedir para todos os pacientes. Pedir só para Hepatopata em fase avançada tem estado crônico
quadros graves com encefalopatia hepática de vasodilatação esplâncnica, devido a translocação
graus 3 e 4 para afastar diagnóstico bacteriana, produção de citocinas inflamatórias e
diferencial (hemiparesia aguda). óxido nítrico nessa região, levando a hipovolemia
reativa → ativando o SRAA → vasoconstrição renal
com retenção de água e sódio.
Pulo do GASTRO → a síndrome hepatorrenal é a
Suporte geral → proteção de via aérea IRA pré-renal que não responde a volume. O
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Gastroenterologia @leehgoes
paciente não está realmente, hipovolêmico, está mal ⁻ Afastar nefropatia parenquimatosa → USG
distribuído, vasodilatador na região esplâncnica. renal sem dano estrutural; proteinúria < 500
mg/24 horas
⁻ Hematúria < 50 hemácias/CGA
⁻ Tratar o fator precipitante → se o paciente
Progressão da doença estiver sangrando, tratar a hemorragia.
Infecções → PBE Tratar com ATB se tiver infecção.
Hemorragia digestiva ⁻ PULO DO GASTRO → SE TIVER ACESSO
Drogas nefrotóxicas A DOSAGEM DE SÓDIO URINÁRIO, PEDIR!
Paracentese de grande volume → sem a reposição Sódio urinário < 10 mEq/L. lembrar que é um
adequada de albumina paciente com TFG normal.
⁻ Afastar hipovolemia → Albumina 1 mg/kg
nas 48 horas iniciais da admissão do paciente.
Se resposta positiva, tem uma IRA pré-renal,
Tipo 1 (síndrome hepatorrenal – lesão renal aguda) tratar a causa base e fazer o
→aguda, é associada ao pior prognóstico acompanhamento. Se resposta negativa,
Tipo 2 (síndrome hepatorrenal não – lesão renal tem SHR, dar albumina (20 – 40 g/dia) e
aguda) → crônico, associado a ascite refratária vasoconstritor. O vasoconstritor de escolha
é a terlipressina (PADRÃO – OURO), se
estiver mais grave, na UTI, pode usar
noradrenalina e uma alternativa a essas
medicações é o octreotide.
Tempo de tratamento: 14 dias ou quando Cr < 1,5
Casos refratários: TIPS
Tratamento definitivo: transplante hepático
Hemodiálise: ponte para o transplante
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Gastroenterologia @leehgoes
⁻ Infecções → pedir PCR, cultura, avaliar
leucograma diariamente
⁻ Hemodinâmica
⁻ Coagulopatia → se vai precisar de
transfusão sanguínea
⁻ Disfunção renal
⁻ Metabólica (hipos) → hipoglicemia,
hipofosfatemia
Tratar a etiologia → paracetamol: N-acetilcisteína
Transplante → ver as condições para transplante:
⁻ Disfunção hepática
⁻ Etiologia
Drogas: ⁻ Idade
⁻ Paracetamol, AINES, antibióticos, estatinas, ⁻ Encefalopatia
fenitoína, carbamazepina, ecstasy, álcool ⁻ São 2 critérios principais: KINGS COLLEGE
Viral: e o CLICHY.
⁻ Hepatite A, B, E (menos frequente CMV,
HSV, VZV, dengue)
Toxinas:
⁻ Amanita phalloides, fósforo
Vascular:
⁻ Síndrome de Budd-Chiari, hepatite isquêmica
Gravidez:
⁻ Rotura hepática, HELLP, esteatose aguda
gestacional
Outros:
⁻ Doença de Wilson, autoimune, malignidade,
doenças sistêmicas