Sergioluizcabrini Ok
Sergioluizcabrini Ok
Sergioluizcabrini Ok
2001
UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA
FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA E DE PRODUÇÃO
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
2001
CONTRIBUIÇÕES PARA FORMULAÇÃO DA
ESTRATÉGIA DE PRODUÇÃO
UNIMEP
À
Deus,
Minha Família,
e Lenon
AGRADECIMENTOS
Aos professores Drs Silvio Pires e José A. Salles, pelas instruções preciosas
quando da qualificação desta tese.
Aos muitos amigos que contribuíram para que eu pudesse cursar o mestrado
e realizar este trabalho. Cada um dentro de sua especialidade, seus
conhecimentos e suas atividades. A todos deixo meus sinceros
agradecimentos.
II
(Pv 7.5)
(Pv. 7.8))
III
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS.....................................................................................................V
LISTA DE GRÁFICOS...............................................................................................VII
RESUMO....................................................................................................................VIII
ABSTRACT...................................................................................................................IX
CAPÍTULO 1. – INTRODUÇÃO................................................................................01
4.1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................75
4.2. ETAPAS PROCESSO.....................................................................................................78
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS......................................................................102
V
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE GRÁFICOS
RESUMO
ABSTRACT
CAPITULO 1 - INTRODUÇÃO
• Estratégias Funcionais.
Estratégia
Corporativa
competitivos da empresa. É o processo de união de dois conjuntos de idéias que são: (1)
os cinco objetivos de desempenho – qualidade, velocidade, confiabilidade, flexibilidade
e custos – e (2) as várias atividades da produção – tecnologia, desenvolvimento e
organização, e rede de suprimentos.
Para HILL (1993), a estratégia de produção inclui uma série de decisões
relativas a processos e investimentos de infra-estrutura que, com o passar do tempo,
proporcionam o apoio necessário para os ganhadores e qualificadores de pedidos
relacionados aos diferentes segmentos de mercado de uma companhia.
A tarefa estratégica da produção é transformar, com o passar do tempo, o apoio
ao mercado de uma companhia em uma coleção apropriada de instalações, estruturas,
controles, procedimentos e pessoas.
Assim, a estratégia de produção é uma série de passos que integram os objetivos
principais de uma empresa, incluindo suas políticas, tornando-se um recurso de força
competitiva para que a empresa supere seus concorrentes.
Lembrando que, para as empresas serem bem sucedidas e adaptarem-se ao
negócio, principalmente, em ambientes de negócios que estão em contínua mudança, é
essencial o planejamento estratégico.
O planejamento estratégico é definido por KOTLER (2000, p. 86) como o
“processo gerencial de desenvolver e manter um ajuste viável entre objetivos,
habilidades e recursos de uma organização e as oportunidades de um mercado em
contínua mudança” e define que o objetivo do planejamento estratégico é “dar forma
aos negócios e produtos de uma empresa, de modo que eles possibilitem os lucros e o
crescimento almejados”.
Segundo MONTGOMERY & PORTER (1998), foi na década de 80 que a
estratégia se tornou uma disciplina gerencial plena. Muitas das ferramentas e técnicas
primitivas do planejamento estratégico foram substituídas por abordagens mais
sofisticadas, mais apropriadas e mais fáceis de serem colocadas em prática. Houve um
aumento da importância do planejamento estratégico nas organizações, evoluindo de
uma arte praticada por especialistas para tornar-se parte integrante e, normalmente,
aceita do trabalho de todos os gerentes de linha, resultando numa redução das equipes
de planejamento.
13
custo, qualidade, flexibilidade e tecnologia, sendo que o assunto ainda não está esgotado
e se encontra em pleno desenvolvimento com debates consideráveis.
O conteúdo de uma estratégia de produção possui como elementos básicos as
prioridades competitivas (qualidade, custo, flexibilidade e serviços) e as áreas de
decisão propostas por WHEELWRIGHT (1984) que são: capacidade industrial,
instalações industriais, tecnologia, integração vertical, recursos humanos, gerência de
qualidade, planejamento e controle da produção/materiais e organização (LEONG et al.
(1990). Devido o enfoque deste trabalho ser o processo, serão discutidas,
resumidamente, as prioridades competitivas e adiante, nas descrições dos modelos, estas
prioridades serão comentadas com mais detalhes.
As prioridades competitivas, normalmente, denominadas dimensões
competitivas, objetivos da produção e missões da produção, podem ser definidas como
sendo um conjunto consistente de prioridades que a indústria terá para competir no
mercado. Elas se aplicam, primariamente, ao nível funcional, especialmente na função
produção, e são o referencial básico da estratégia de produção. (PORTER, 1996).
Segundo (BUFFA (1984), WHEELWRIGHT (1984) e SWAMIDASS &
NEWELL (1987), as prioridades competitivas são divididas em quatro critérios:
qualidade, custo, flexibilidade e serviços.
Qualidade significa “fazer certo as coisas”, é considerada como um critério,
particularmente, importante, pois ela exerce grande influência sobre a satisfação ou
insatisfação do cliente. Produtos e serviços de boa qualidade significam alta satisfação
do cliente e, ainda, a probabilidade de o consumidor retornar. Inversamente, má
qualidade reduz as chances do consumidor retornar. (SLACK, 1997).
GARVIN (1987) menciona que as empresas podem competir em oito dimensões
da qualidade, sendo que seria impossível a uma empresa perseguir todas estas oito
dimensões ao mesmo tempo, que são: (1)desempenho (performance) que se refere à
adequação do projeto às missões fundamentais do produto (VANALLE, 1995), (2)
características (features) que diferenciam um produto qualquer de seus concorrentes
(PIRES, 1995), (3) confiabilidade (reliability) que é a característica de um bem que
expressa a probabilidade de que o mesmo realize uma função requerida, durante um
certo intervalo de tempo e sob determinadas condições de uso, para a qual foi
concebido, (4) durabilidade (durability) que é a medida do ciclo de vida do produto,
16
analisada tanto pelo aspecto econômico como pelo técnico, (5) conformidade
(conformance) que reflete o quanto o produto está de acordo com as especificações do
projeto, (6) assistência técnica (serviceability) que se refere ao apoio ao usuário para
instalação do produto, à orientação para o uso, bem como aos serviços de assistência
técnica, (7) estética (aesthetics) que se refere à percepção e interpretação que se tem do
produto formado por julgamentos e preferências pessoais a partir dos cinco sentidos do
ser humano, e (8) imagem do produto (perceived quality) é a reputação do produto no
mercado. (VANALLE, 1995).
O critério custo é buscado por todas as empresas, e para as empresas que têm
como objetivo concorrer, diretamente, com o preço, o custo é o seu principal objetivo na
área de produção, cada centavo economizado no custo da linha de produção é acrescido
no lucro (SLACK, 1997).
O critério custo pode ser classificado em três tipos: (1) custo inicial, que é o
preço ou custo para se obter um produto, (2) custo operacional, que é o custo de
operação ou o custo de utilização de um produto durante a sua vida, e (3) custo de
manutenção, que é o custo de conservação do produto durante a sua vida útil. GARVIN
(1993).
O critério flexibilidade segundo SLACK (1997) significa capacidade de mudar a
operação de alguma forma. Pode ser alterar o que a operação faz, como faz ou quando
faz. Mudança é a idéia chave. GERWIN (1987) define flexibilidade como a habilidade
de responder de forma efetiva a mudanças circunstanciais.
SLACK (1997) faz uma classificação dos tipos de flexibilidade segundo a
exigência dos clientes. Os tipos são quatro:
a) flexibilidade de produto/serviço refere-se à habilidade da produção introduzir novos
produtos e serviços ou seja, gama de produtos e serviços diferentes;
b) flexibilidade de composto (mix) se refere à habilidade da produção fornecer ampla
variedade ou composto de produtos e serviços;
c) flexibilidade de volume refere-se à habilidade de a operação alterar seu nível de
quantidades ou volumes diferentes de produtos e serviços;
d) flexibilidade de entrega refere-se à habilidade da produção mudar a programação de
entrega do bem ou serviço, ou seja, tempos de entrega diferentes.
17
1
Trade-offs – o balanço de vários fatores em ordem para se montar a melhor combinação.
20
Aspiração da
Função produção
Mantém a superioridade
através da vantagem
de produção. Apoio
externo
Neutralidade
Estar entre as externa
melhores.
Neutralidade
Parar de cometer erros interna
3.1.6. CONCLUSÃO
Figura 5: Quadro para reflexão das questões de estratégia de produção nas decisões corporativas (passos envolvidos)*.
Fonte: HILL (1993, p. 28)
33
Segundo HILL (1993), o uso deste quadro tem por objetivo a construção de uma
estratégia de produção para um determinado negócio (Passos 4 e 5). Em todas as
situações inclui uma revisão dos produtos existentes, e mais, uma revisão das propostas
de introdução desses produtos no mercado. Além disso, a revisão está baseada nas
expectativas de mercado, atuais e futuras. Isto porque a produção precisa dar suporte ao
produto (i.e., com serviços de pós-vendas e provisão para reposições), não somente uma
parte de seu ciclo de vida, mas durante toda sua vida útil. Como as exigências do
produto mudam, assim também a tarefa da produção deve mudar. O alcance das
exigências deste suporte, invariavelmente, afeta na escolha do processo (Passo 4) e
infra-estrutura (Passo 5) consideradas apropriadas para o negócio durante todo o ciclo
de vida de cada produto ou família de produtos. Os níveis de investimentos também
precisam refletir este suporte total e os variados graus de não conformidade durante o
ciclo de vida entre as exigências do produto, o processo de produção e a capacidade de
infra-estrutura precisam estar perfeitamente claros e estarem, totalmente, interligados.
Isto resulta que, no nível corporativo são tomadas decisões conscientes sobre o negócio
determinado.
Porém, para a efetivação dos passos 4 e 5, os três passos anteriores precisam
estar concluídos. Para se montar uma estratégia corporativa dirigida a um determinado
negócio, a explicação de cada passo é necessária, assim como a inter-relação entre eles,
o que será feito a seguir.
Para cada companhia, os objetivos são diferentes em sua natureza e ênfase. Eles
refletem a natureza da economia, do mercado, das oportunidades e das preferências dos
34
envolvidos. A questão importante aqui, é que eles precisam estar bem definidos, se
manterem interligados, proporcionando a direção necessária para o negócio.
Medidas típicas concernentes aos lucros, em relação às vendas e aos
investimentos, juntamente, com os objetivos para o crescimento absoluto e o
crescimento de participação no mercado (market-share), necessitam estar bem
definidas. Os negócios podem, também, incluir as políticas de recursos humanos e as
questões ambientais como parte de seus conjuntos de objetivos globais.
Segundo Hill (1993), uma companhia deve entender seu mercado, do ponto de
vista entre comercializar ou produzir. Normalmente, as companhias falham em
distinguir, com clareza, as perspectivas entre mercado (negócio) e comercialização
(funcional). Esta falta de clareza é dada de vários modos. Por exemplo, em muitas
companhias o debate típico de estratégia termina quando os passos 1 e 2 da Figura 5
tenham sido realizados. A suposição é de que a visão de marketing do mercado define
como o mercado é na realidade. Com os resultados do passo 3 a questão de mercado
fica clara no que diz respeito às questões de mercado orientado que requer respostas da
produção. Estas questões são dirigidas para a seguinte pergunta: “como produtos
diferentes ganham pedidos em seus respectivos mercados?”
No desenvolvimento de uma estratégia de produção, a identificação de
relevantes ganhadores de pedidos para diferentes produtos é um ponto chave. Com
freqüência, as companhias descrevem seu negócio como uma composição de segmentos
de mercado relativamente grande, fazendo a suposição de que todos os produtos dentro
de um segmento têm os ganhadores de pedidos semelhantes, porque eles têm nomes
semelhantes, são vendidos aos clientes semelhantes, ou pertencem ao mesmo segmento
do ponto de vista de marketing. Os produtos ganham pedidos de modos diferentes um
do outro; eles terão mais de um critério ganhador de pedidos, e ganhadores de pedidos
mudam com o passar do tempo. A menos que a companhia reconheça estas diferenças,
não alcançará o nível de clareza essencial para compreensão do negócio crescente e em
quais bases de decisões fará investimento.
Para se obter esses conhecimentos, são usados os seguintes procedimentos:
• Marketing separa o negócio em diferentes segmentos conforme sua percepção.
• Marketing estabelece dois períodos de tempos futuros para cada segmento.
• O próximo passo é prover e prever o volume de vendas para os produtos
representativos escolhidos, baseado nos períodos de tempo atuais e futuros.
• Após elaboradas estas informações, marketing identifica os ganhadores e
qualificadores de pedidos pertinentes para cada escolha de amostra de produtos pelo
cliente.
38
Vendas
$
Vendas
Uma companhia não pode, simplesmente, cobrar tudo o que deseja, quando o
preço é um qualificador. A companhia deve estimar o produto de acordo com o que o
mercado aceitará e manterá a exploração dentro de limites sensíveis. Fracassos
resultarão em um aumento de pedidos perdidos para aqueles que são mais competitivos
no preço. Portanto, nesta situação, uma companhia terá saído do critério qualificador (i.
e., um produto altamente estimado dentro de limites aceitáveis) para um critério
perdedor de pedidos (o preço ficou muito alto).
Quando o preço se torna um ganhador de pedidos, as margens de custo baixas
(ou antecipadamente baixas) darão a produção um objetivo claro de reduzir custos nos
pedidos para manter ou melhorar estas margens disponíveis. Quando uma companhia
decide reduzir o preço, significativamente, altera seu papel ou sua importância como um
ganhador de pedidos, tem que mudar os citérios similares relacionados à estratégia de
produção.
40
*Alguns clientes requerem às companhias fazerem o produto exclusivo para a marca (i.e., fazer um
produto em linha com um determinado desenho). Em tais mercados, o lead time somente inclui
compra/suprimento de matérias-primas e produção. Ele não inclui projeto, mas alguns clientes induzidos
redesenham, freqüentemente, durante o processo envolvido.
3.2.3. CONCLUSÃO
futuros debatidos e uma arena comum definida. Os resultados finais, todavia, devem
ser:
• Estabelecimento da prioridade de um conjunto claro de objetivos de desempenho
competitivo para cada produto ou grupo de produtos.
• Visão do futuro para distinguir entre as capacidades da função produção que
definitivamente terão que ser desenvolvidas, as que definitivamente não terão que
ser desenvolvidas e as que necessitariam ser desenvolvidas.
O estabelecimento dos objetivos deve ser determinado com a visão dos clientes,
ou seja, pelas necessidades dos consumidores os quais serão discutidos conforme segue.
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Preço X
Qualidade do produto X
Qualidade de engenharia X
Tempo de consulta X
Tempo de produção X
Confiabilidade de entrega X
Flexibilidade de projeto X
Flexibilidade de entrega X
Flexibilidade de volume X
1 2 3 4 5 6 8 9
Figura 8. A importância de cada objetivo de desempenho para o produto em
estudo.
FONTE: SLACK (1993, p. 182)
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Custo* X
Qualidade do produto X
Qualidade de engenharia X
Tempo de consulta X
Tempo de produção X
Confiabilidade de entrega* X
Flexibilidade de projeto* X
Flexibilidade de entrega* X
Flexibilidade de volume* X
*Estimado 1 2 3 4 5 6 7 8 9
C 1 Zona de
O 2 excesso Zona
Melhor apropriada
N que 3
C 4
O 5
R O mesmo
6
R que
7
E 8 Zona de Zona de
Pior melhoria
N 9 Ação urgente
T que
E 9 8 7 6 5 4 3 2 1
S Menos Qualificador Ganhador
Importante de pedido
Importância
Baixa CLIENTES Alta
Fonte: SLACK (1993, p. 185)
apenas fazer melhor do que antes, significa melhorar a uma taxa mais rápida do que a
dos concorrentes.
A matriz importância/desempenho mostrada no Gráfico 3 é dividida em quatro
zonas.
A zona “apropriada”. Esta zona é limitada em sua margem inferior por uma
“fronteira de mínimo desempenho”, isto é, o nível de desempenho abaixo do qual a
empresa, em médio prazo, não deveria permitir que a operação caísse. Conseguir
desempenho ao nível deste limite ou acima deveria ser o primeiro estágio de objetivo
para qualquer programa de melhoria. Os objetivos de desempenho que caírem nessa
área devem ser considerados satisfatórios, pelo menos de curto a médio prazo. A longo
prazo, porém, a maioria dos concorrentes desejará ir movendo o desempenho no sentido
do limite superior da zona, que é, sobretudo, a meta final - ser claramente melhor em
tudo.
Zona de “melhoria”. Qualquer objetivo de desempenho que caia abaixo do
limite inferior da zona “apropriada” será um candidato para melhorias. Os que ficam,
exatamente, abaixo do limite ou no canto inferior esquerdo da matriz (onde o
desempenho é pobre, mas importa menos), provavelmente serão vistos como casos não
urgentes. Certamente eles precisam de melhorias, mas, provavelmente, não como
primeira prioridade.
Zona de “ação urgente”. Mais crítico será qualquer objetivo de desempenho
que cair na zona de “ação urgente”. Estes são aspectos do desempenho nos quais o
alcance é até agora abaixo do que deveria ser, dada a sua importância para o cliente.
Como resultado, negócios estão, provavelmente, sendo perdidos. Os objetivos de curto
prazo, portanto, devem ser melhorar o comportamento de qualquer objetivo de
desempenho que caia nesta zona, pelo menos até a zona de “melhoria”, enquanto a
médio prazo eles precisam ser trabalhados para cima e além do limite inferior da zona
“apropriada”.
A zona de “excesso?”. O ponto de interrogação é importante. Se qualquer
objetivo de desempenho cair nesta área, seu desempenho atingido é muito melhor do
que poderia parecer necessário. Isto não significa, necessariamente que, recursos demais
estão sendo usados para atingir tal nível, mas podem estar sendo abusivos. É sensato
checar para ver se algum recurso usado para atingir esse desempenho pode ser desviado
56
para uma área mais necessitada; qualquer coisa que esteja na área de “ação urgente”,
por exemplo.
Posicionando os passos 1 e 2 do produto em estudo na matriz de
importância/desempenho, permite ao grupo de produção debater as prioridades de
melhorias sugeridas pela posição de cada objetivo de desempenho e estabelecer metas
para melhorias de curto a médio prazo. As setas no Gráfico 4 mostram como o grupo
estabelece suas prioridades de melhorias.
9 8 7 6 5 4 3 2 1
Menos Qualificador Ganhador
Importante de pedido
Importante
Baixa Alta
Fonte: SLACK (1993, p. 186)
Este passo tem o objetivo de examinar a influência que cada área de atividade da
produção tem sobre cada objetivo de desempenho. Começando com a prioridade mais
alta dos objetivos de desempenho.
3.3.5. CONCLUSÃO
OPORTUNIDADES
E AMEAÇAS
PERFIL 1 PERFIL 2
Exigências do mercado Desempenho alcançado
Entrega entrega
Lead time do estoque insignificante lead time curto longo
Confiabilidade confiabilidade
repor estoque crítico: atraso no projeto variável boa
Características características
Adequado ao uso muitas características/ poucas muitas
nível Alto características características
Qualidade Qualidade
Aceitável ao confiabilidade total aceitável alta
Preço essencial
Flexibilidade de Flexibilidade de
Projeto somente variação todos os projetos Projeto somente todos os produtos
Padrão especificados pelo padrão customizados
Cliente
Volume Volume
Mercado estável mercado variável baixa variação alta variação
Pequena variação altamente cíclico de volume de volume
exigida
Preço Custo
Compete em Preço não é dominante baixo alto
Dominante na competição em preço
Entrega
Lead time curto não significativo - longo
Confiabilidade
Repor estoque Atraso de projeto crìtico
Variável Bom
Características
Apropriado ao uso muitas características
Poucas características nível absoluto alto
Qualidade
Aceitável no preços confiabilidade total
Aceitável essencial - Alta
Flexibilidade de projeto
Somente range standard todos os projetos especificados
Somente o padrão Todos os produtos customizados
Volume
Mercado estável alta mercado variável e
Pequena variação exigida altamente cíclico
baixas variações alta variação de volume
Custo
compete em preço não compete em preço
Dominante - baixo alto
3.4.3. CONCLUSÃO
Platts & Gregory desenvolvem este modelo em três etapas onde, a primeira
etapa busca o desenvolvimento de um entendimento da posição da produção no
mercado, ou seja, o que o mercado deseja e como a produção realiza estes desejos, e
quais são as oportunidades e ameaças dentro do ambiente competitivo em que a
empresa vive. Portanto, este modelo faz, explicitamente, a comparação entre o que o
mercado deseja e o desempenho da produção. Avalia as capacidades da produção,
usando um sistema de organização para agrupar as categorias de decisões parecido com
o sistema de Hayes e Wheelwright que é o agrupamento em categorias estruturais e
infra-estruturais. Essa prática visa apoiar e ajudar a atingir o tipo de desempenho
indicado na etapa inicial. Com o apoio das etapas, busca-se novas estratégias de
71
Apesar dos modelos serem dos anos 1984 (HAYES & WHEELWRIGHT), 1993
(HILL), 1993 (SLACK) e 1996 (PLATTS & GREGORY), artigos atuais usam estes
mesmos modelos, como por exemplo, JOHN, CANNON & POUDER (2001) onde
utilizam várias fontes (entre as quais Hayes & Wheelwright) e identificam as tendências
tecnológicas, globais e de mão-de-obra que afetarão a formulação e implementação da
estratégia de produção na próxima década, oferecendo sugestões para futuras pesquisas
de estratégia de produção. CAGLIANO & SPINA (2000) exploram em uma base
empírica, o papel das prioridades competitivas e os programas de melhoria de produção.
WARD & DURAY (2000) desenvolvem um modelo conceitual de estratégia de
produção baseado na literatura, envolvendo os modelos de Hayes & Wheelwright e Hill,
testando-o em uma amostra de 101 fabricantes norte-americanos através de três
indústrias. AHLSTROM & KARLSSON (2000) analisam quando ocorre um atraso da
organização durante a melhoria da produção. Durante dois anos e meio, os autores
participaram do estudo e da implementação da produção enxuta em uma companhia.
Comparam as observações feitas durante o estudo clínico com as teorias de
administração de produção existente (entre as quais Hayes & Wheelwright e Hill).
Portanto, vê-se que estes modelos ainda são bases atuais para formulação de uma
estratégia de produção.
72
CAPÍTULO 4
CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA DE
PRODUÇÃO
4.1 – INTRODUÇÃO
encontra pouco tempo para estar atualizada com as novas técnicas desenvolvidas,
preferindo com isso, adotar medidas mais conservadoras, e considerar novas propostas
como mais um modismo CORRÊA & PROCHNO (1998).
Uma estratégia de produção (estratégia funcional), deve ser formulada
estabelecendo objetivos estratégicos consistentes com a estratégia da unidade de
negócios (estratégia competitiva) (MARUCHECK et al. 1990).
Comprometimento
Alta direção
da alta direção Revisão da
estratégia de
produção no
Média Gerência projeto
Identificação da
Formulação
necessidade de
de estratégia
estratégias de
de produção
produção
Planos de ação
operacionalização
resultados
Pessoal de linha preliminares
ETAPA 1
FAMÍLIA DE PRODUTOS
Nº 1
Nº 2
Nº 3
Nº 4
Nº 5
Nº 6
Nº 7
Figura 20: Matriz modelo dos produtos x clientes.
Fonte: OHMAE (1988; p. 43),
DESEMPENHO IMPORTÂNCIA
ELEMENTOS GRANDE FORÇA CARACTERÍSTICA FRAQUEZA GRANDE GRANDE MÉDIA PEQUENA
FORÇA NEUTRA FRAQUEZA
1. Capacidade
2. Instalações
3. Tecnologia
4. Integração vertical
5. Mão-de-Obra (Força de
trabalho capaz e dedicada
6. Qualidade
7. Planejamento de
produção/controle de
materiais
8. Organização
Probabilidade de sucesso
Alta Baixa
alta
1 2
baixa 3 4
Probabilidade de ocorrência
Alta Baixa
alta
1 2
baixa 3 4
superior direita (2) e inferior esquerda (3) não requerem planos para confrontá-los,
porém precisam ser monitorados com atenção para o caso de tenderem para a célula (1).
Já os critérios relativos às ameaças localizadas na célula inferior direita (4) podem ser
ignorados.
Formulário 4.2 -
Família de Preço Qualidade Flexibilidade Qualidade ENTREGA Flexibili Tempo
produtos de de projeto do Tempo Confiabili Flexibili dade de de
Engenharia produto dade dade volume consulta
Conforme SLACK (1993), é dado para cada critério, uma escala discriminatória
de 1 a 9 pontos onde, junto aos clientes:
1. Proporciona uma vantagem crucial – é o principal impulso para competitividade;
2. Proporciona uma importante vantagem – é sempre considerado.
3. Proporciona uma vantagem útil – é normalmente considerado.
4. Está no mesmo nível do bom padrão do setor industrial.
5. Está em torno da média do padrão do setor industrial.
6. Está a pouca distância do restante do setor industrial.
7. Não é considerado, mas, poderia tornar-se importante no futuro.
8. Raramente é considerado.
9. Nunca é considerado e, provavelmente, nunca será.
Após as respostas dos clientes, monta-se para cada família de produtos (ou produto)
uma tabela, conforme SLACK (1993), sintetizando estatisticamente as respostas.
90
Conforme SLACK (1993), é dada para cada critério uma escala discriminatória
de 1 a 9 pontos de desempenho conforme segue:
1. Consistente e, consideravelmente, melhor do que o de nosso concorrente mais
próximo.
2. Consistente e, claramente, melhor do que o de nosso concorrente mais próximo.
3. Consistente e, marginalmente, melhor do que o de nosso concorrente mais próximo.
4. Com freqüência marginalmente melhor do que a maioria de nossos concorrentes.
5. Aproximadamente o mesmo da maioria de nossos concorrentes.
6. Com freqüência a uma distância curta atrás de nossos principais concorrentes.
7. Usual e marginalmente pior do que nossos principais concorrentes.
8. Usualmente pior do que a maioria de nossos concorrentes.
9. Consistentemente pior do que a maioria de nossos concorrentes.
Após todos os dados obtidos, o facilitador monta para cada família de produtos uma
tabela, conforme SLACK (1993), sintetizando as respostas.
Formulário 4.5
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Preço
Qualidade de engenharia
Flexibilidade de projeto
Qualidade do produto
Tempo de entrega
Confiabilidade de entrega
Flexibilidade de entrega
Flexibilidade de volume
Tempo de consulta
1 2 3 4 5 6 8 9
C 1 Zona de
O 2 excesso Zona
Melhor apropriada
N que 3
C 4
O 5
R O mesmo
6
R que
7
E 8 Zona de Zona de
Pior melhoria
N 9 Ação urgente
T que
E 9 8 7 6 5 4 3 2 1
S Menos Qualificador Ganhador
Importante de pedido
Importância
Baixa Clientes Alta
Com os resultados indicados pela matriz, a companhia passa a conhecer sua real
posição, relativa aos critérios competitivos de acordo com os clientes e concorrentes
diretos.
Os critérios competitivos (junto aos clientes) versus desempenho comparado
com a concorrência, têm extrema importância em sua aplicação nas empresas que se
encontram “correndo atrás” ou junto de seus concorrentes. Ou seja, a produção está no
estágio 1 ou 2 em relação à companhia e o papel desta em relação ao mercado está
classificado como desafiante de mercado, seguidora de mercado ou ocupante de nicho
de mercado, conforme citado na etapa 1 e verificado nos primeiros e segundos
seminários. O concorrente e o cliente são um ótimo parâmetro para que essas
companhias persigam a liderança de mercado.
A importância dos critérios competitivos junto aos clientes e o desempenho
comparado com a concorrência são importantes, quando o produto está na fase 1
(introdução) ou na fase 2 (crescimento) do ciclo de vida do produto, pois nas fases de
maturidade, saturação e declínio, o concorrente já não é um forte parâmetro, e nestas
fases os perfis introdutórios de PLATTS & GREGORY (1992), passam a ter extrema
importância pois, o parâmetro ideal passa a ser agora o mercado em relação à
capacidade de produção.
93
PERFIL 1 PERFIL 2
Exigências do mercado Desempenho alcançado
entrega entrega
Lead time do estoque insignificante lead time curto longo
Confiabilidade confiabilidade
repor estoque critico: atraso no projeto variável boa
Características características
Adequado ao uso muitas características/ poucas muitas
nível Alto características características
Qualidade Qualidade
Aceitável ao confiabilidade total aceitável alta
Preço essencial
Flexibilidade de Flexibilidade de
Projeto somente variação todos os projetos Projeto somente todos os produtos
Padrão especificados pelo padrão customizados
Cliente
Volume Volume
Mercado estável mercado variável baixa variação alta variação
Pequena variação altamente cíclico de volume de volume
exigida
Preço Custo
Compete em Preço não é dominante baixo alto
Dominante na competição em preço
FIGURA 28 – PERFIS INICIAIS (continua na p. 95).
95
Entrega
Lead time curto não significativo - longo
Confiabilidade
Repor estoque Atraso de projeto critico
Variável Bom
Características
Apropriado ao uso muitas características
Poucas características nível absoluto alto
Qualidade
Aceitável no preços confiabilidade total
Aceitável essencial - Alta
Flexibilidade de projeto
Somente range standard todos os projetos especificados
Somente o padrão Todos os produtos customizados
Volume
Mercado estável alta mercado variável e
Pequena variação exigida altamente cíclico
baixas variações alta variação de volume
Custo
compete em preço não compete em preço
Dominante - baixo alto
CAPÍTULO 5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O modelo desenvolvido aqui tenta contribuir para um tema ainda muito pouco
explorado na literatura, ou seja, o desenvolvimento de processos de estratégias de
produção. Ainda há limitações óbvias neste modelo, por ser teórico e derivado de quatro
modelos, - muito embora o modelo de Hayes & Wheelwrigt esteja em uma posição
inferior aos outros três, quanto a sua aplicação prática - mas pode proporcionar uma
vantagem competitiva que pode ser usada por companhias e investigadores na área de
estratégia de produção, pois resume as principais características de cada modelo
adotado, tornando-o prático e aplicável em empresas que buscam uma maior
performance e conhecimento de sua área de produção.
Os resultados que podem ser obtidos da aplicação deste modelo podem ser dados
preciosos para a companhia, pois sua essência consiste em escolher e trabalhar os
resultados próprios do projeto e equacioná–los, tanto para a sobrevivência da empresa
como para se tornar um líder de mercado. Eles proporcionam os pré-requisitos
necessários e comuns para a implementação definitiva de uma estratégia vencedora quer
seja ela uma mudança dramática ou um simples redirecionamento do mercado, além de
condicionar a empresa a aceitar um papel pró-ativo da produção no planejamento da
estratégia, sensibilizando-a para a competitividade.
No modelo desenvolvido introduziu-se o departamento de recursos humanos
como participante ativo da equipe multifuncional responsável pelo andamento do
projeto (lembrando que apenas o modelo de Platts & Gregory acusa a presença deste
departamento), pois além de suas funções tradicionais, há a necessidade de
recrutamento e treinamento de funcionários versáteis e capazes de resolverem
problemas, terem visão estratégica, e verdadeiro comprometimento com o processo de
formulação de estratégias. Os empresários estão à procura de pessoas que tenham
“diversidade”, “participação social”, “atitude próativa” (expressão usada para dizer que
cada um é o responsável pelo gerenciamento de sua própria carreira), conforme
CHIARI (2000). Para tanto, é realmente necessária a presença da função recursos
humanos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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