Curso 166693 Aula 11 C5e9 Simplificado

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SEFAZ-MS - Português 2021 (Pré-Edital)

Autor:
Equipe Português Estratégia
Concursos

21 de Junho de 2021

05218206180 - Otthon Wells figueira dimeira dos reis


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Aula 11

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Sumário
CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..................................................................................................... 2
TIPO X GÊNERO ..................................................................................................................... 2
A NARRAÇÃO ......................................................................................................................... 4
DESCRIÇÃO .......................................................................................................................... 15
DISSERTAÇÃO ...................................................................................................................... 20
TEXTO INJUNTIVO/INSTRUCIONAL ...................................................................................... 23
NOÇÕES BÁSICAS DE “TEXTO” ........................................................................................... 25
LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL ................................................................................... 25
LINGUAGEM LITERÁRIA E NÃO LITERÁRIA ............................................................................ 26
INTERTEXTUALIDADE ........................................................................................................... 27
INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO .................................................................................... 30
JULGAMENTO DE ASSERTIVAS: PRINCIPAIS ERROS. ............................................................. 37
NÍVEIS DE LINGUAGEM ........................................................................................................ 40
RESUMO ............................................................................................................................... 63
LISTA DE QUESTÕES ............................................................................................................ 67
GABARITO ............................................................................................................................ 94

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TIPOLOGIA
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A tipologia textual se refere fundamentalmente ao tipo de texto e a sua estrutura e
apresentação. Diferencia-se um tipo do outro pela presença de certos traços linguísticos
predominantes, que servem a uma finalidade.
Narrar é contar uma história, descrever é caracterizar estaticamente, dissertar é expor ideias, seja
para defender uma tese, para demonstrar conhecimento, para polemizar uma questão, entre
outras finalidades.
Importante esclarecer, de plano, que é incomum um texto totalmente fiel às características de
um tipo textual. Geralmente os textos trazem elementos narrativos, descritivos ou dissertativos
simultaneamente e sua classificação será baseada na predominância ou na prevalência de uma
delas, em coerência com a finalidade principal do texto. Uma dissertação pode trazer trechos
narrativos e descritivos e ainda assim será classificada como um texto dissertativo, se ficar
indicado que o objetivo era expor ideias e defender uma tese.
Normalmente, em concursos públicos, as bancas examinadoras têm cobrado com mais
profundidade o tipo dissertação e suas subvariantes argumentativa e expositiva.
A descrição quase não é cobrada, por ser muito fácil de identificar, mas também deve ser
estudada, pois permeia os outros tipos de texto e pode induzir o aluno a marcar que um texto é
uma descrição pura...

TIPO X GÊNERO
O gênero textual é um conjunto de características comuns de um texto. É um conceito mais
específico que o conceito de “tipo” textual, que se define fundamentalmente pela “finalidade”.
Por exemplo, o “tipo” narração tem vários “gêneros”, como romance, fábula, boletim de
ocorrência, diário, piada, ata, notícia de jornal, conto, crônica. O “tipo” injuntivo/instrucional tem
gêneros como a receita culinária, o manual de instruções, o tutorial.
O “tipo” descritivo inclui vários gêneros, como cardápios, anúncios, panfletos.
O “tipo” dissertativo abarca, por sua vez, artigos de opinião, matérias jornalísticas, monografias,
ensaios científicos, editoriais.
Por exemplo, a fábula é um texto narrativo alegórico, de texto curto e linguagem simples, cujos
personagens são animais personificados e refletem as características humanas, como a preguiça,
a previdência, a inveja, a falsidade, a coragem, a bondade. O desfecho da fábula transmite uma
lição de moral ou uma crítica a comportamentos humanos. Veja um exemplo.

A Cigarra e a Formiga

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Num dia soalheiro de Verão, a Cigarra cantava feliz. Enquanto isso, uma Formiga
passou por perto. Vinha afadigada, carregando penosamente um grão de milho
que arrastava para o formigueiro. - Por que não ficas aqui a conversar um pouco
comigo, em vez de te afadigares tanto? – Perguntou-lhe a Cigarra. - Preciso de
arrecadar comida para o Inverno – respondeu-lhe a Formiga. – Aconselho-te a
fazeres o mesmo. - Por que me hei-de preocupar com o Inverno? Comida não
nos falta... – respondeu a Cigarra, olhando em redor. A Formiga não respondeu,
continuou o seu trabalho e foi-se embora. Quando o Inverno chegou, a Cigarra
não tinha nada para comer. No entanto, viu que as Formigas tinham muita
comida porque a tinham guardado no Verão. Distribuíam-na diariamente entre si
e não tinham fome como ela. A Cigarra compreendeu que tinha feito mal...
Moral da história: Não penses só em divertir-te. Trabalha e pensa no futuro.

Um gênero narrativo que tem sido bastante cobrado é a crônica, que se caracteriza por
apresentar reflexões sobre fatos cotidianos, da vida social, do dia a dia, aparentemente banais.
Dentro dessa temática, pode ser humorística, crítica, intimista. Geralmente é narrada em
primeira pessoa e transmite a visão particular do autor. Sua linguagem é direta e geralmente
informal, registrando a fala literal e espontânea dos personagens. Há presença de lirismo e
ironia. Contudo, há crônicas de alguns autores, especialmente clássicos, em que se verifica
registro formal e erudito da língua.
Gênero Textual
Tipo Textual (textos com características
(Modo de Organização) próprias específicas para
situações específicas)

Em suma, os tipos textuais principais são poucos, mas os gêneros são inúmeros, e estão sempre
surgindo novos de modo a abranger as novas “situações comunicativas”.

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1. (IF-PE–Técnico em Laboratório – 2016) Analise as proposições do texto em relação à tipologia


e gênero textual:
1. A Fábula é uma Tipologia textual e não um gênero de texto;
2. O gênero textual fábula pertence à tipologia narrativa;
3. O Gênero e a tipologia textual se definem igualmente
4. São características que definem a fábula: os animais que falam e uma linguagem erudita
Assinale a alternativa correta:
a) 1 e 2
b) 1, 2 e 3
c) 2 e 4
d) Apenas 2
e) Todas estão corretas
Comentários:
Tipo textual é o modo de organização: descrição, narração, dissertação. Gênero textual é um
produto do tipo, mas específico, criado para atender necessidades das inúmeras situações
comunicativas: são gêneros o recado, a bula de remédio, o diário, a mensagem de SMS, a carta.
Temos então conceitos diferentes.
A fábula é um gênero textual, pertencente ao tipo narrativo, que se caracteriza pela presença de
personagens personificados em uma história curta, de linguagem simples, que pretende
transmitir uma moral. Gabarito letra D.

A NARRAÇÃO
A narração tem a finalidade de contar uma história, isto é, retratar acontecimentos, reais ou
imaginários, sucessivos num lapso temporal, de forma linear ou não linear. É dinâmica, pois traz
uma mudança de estado, uma sequência de fatos, uma relação de antes e depois.
Os elementos da narrativa são narrador, enredo, tempo (quando), lugar/espaço (onde),
personagens (quem) e um encadeamento de eventos (o quê) que se desenvolvem ou se
complicam até um clímax e um posterior desfecho.
Por narrar acontecimentos em sequência no tempo-espaço, o tempo verbal predominante é o
pretérito perfeito, embora também possa ocorrer o pretérito imperfeito ou até o presente,

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quando se pretende aproximar os acontecimentos do tempo da narração.


Não há uma estrutura rígida para a construção de um enredo, contudo a narrativa normalmente
parte de um “fato narrativo inicial”, um evento que dá a referência inicial a partir do qual o
enredo vai se desenvolver. Deve haver uma relação de causalidade entre os eventos, uma
integração lógica das ações e acontecimentos, pois o relato de vários eventos desconexos não
constitui um enredo, que deve ter uma unidade lógica.
O enredo da narrativa geralmente vai partir de um estado inicial de harmonia, que será
interrompido por um fato gerador de desarmonia e conflito, que causará a busca por uma
solução. Então, essa busca se desenrolará em várias outras ações e outros conflitos, até um
clímax e um desfecho da história. Basta pensar em qualquer filme ou romance e perceberemos
esse desenvolvimento. A banca não costuma cobrar isso de forma teórica, mas pode perguntar
sobre a motivação dos personagens. Repito, não há uma sequência rígida, as narrações podem
ocorrer de forma muito simplificada, resumidas ao relato de algumas poucas ações sequenciais.
A característica mais marcante de uma narração é a sequência temporal. A passagem do tempo
narrativo geralmente se explicita por meio de advérbios de tempo, orações temporais, tempos
verbais específicos. Contudo, pode vir implícita:
Ex: João deixou uma panela de feijão no fogo e foi à padaria comprar pão. Quando
voltou, antes de entrar em casa, parou para brincar com seu cachorro e então sentiu um
cheiro forte. Ao entrar em casa, percebeu que o feijão queimara. Desligou o fogo e gritou
um palavrão bem alto.
Observe as marcas temporais: os verbos estão conjugados no pretérito perfeito, indicando ações
perfeitamente concluídas. Os advérbios de tempo “antes”, “depois” e as orações temporais
“quando voltou” e “ao entrar” sinalizam explicitamente a distribuição das ações na linha
cronológica. Em “desligou o fogo E gritou”, o “E” aditivo é uma marca implícita da passagem do
tempo, pois também indica uma ação seguida da outra.
As narrativas podem seguir cronologias irregulares, tempos psicológicos, em que os eventos são
narrados dentro da consciência do narrador e não coincidem com o tempo real. Também podem
ser contadas de trás para frente, em “flashback”.
O ritmo da narrativa também pode variar, podemos ter uma “narrativa direta”, que se
desenvolve rapidamente, com foco em levar o leitor diretamente ao desfecho. Esse é o caso das
piadas, anedotas, tirinhas.
Também podemos ter uma “narrativa indireta”, que se desenvolve de forma mais lenta, com
muitas interrupções e digressões do narrador, com rodeios, devaneios, pausas para descrições e
intercalação de subnarrativas de eventos secundários. Esse é o estilo de narração de grandes
obras, como “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e “Dom Quixote”.
Quanto ao elemento “personagens”, é importante lembrar que são seres humanos ou
humanizados (entidades personificadas, com atitude humana). Podem ser principais e
secundários, de acordo com sua importância na narrativa. O personagem protagonista é um dos
principais e conduz a ação. Sua experiência é o foco da narrativa, que geralmente se funda na

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solução de um conflito ou busca do personagem principal. O personagem antagonista é aquele


que se opõe ao objetivo do protagonista. Suas ações geram obstáculos que ajudam a
desenvolver a narrativa em outras ações e outras subtramas. Pessoal, isso é bem simples, basta
pensar nos “heróis” e “vilões” dos filmes e quadrinhos.
Os principais gêneros textuais narrativos são charges, piadas, contos, novelas, crônicas e
romances.

Tipos de narrador
O narrador pode apresentar diversos graus de interferência na história. Pode ser um narrador
personagem, que conta a história em primeira pessoa e faz parte dela. Sua fala também pode vir
registrada como a de um personagem comum, reproduzida literalmente ou indiretamente, com
a pontuação pertinente. A narrativa em primeira pessoa é impregnada pela opinião e pelas
impressões do narrador. Veja o exemplo:

"Não tínhamos dinheiro para passagem de ônibus a próxima cidade, de modo


que meu amigo sugeriu irmos de trem de carga, a condução dos espertos.
Quando anoiteceu, corremos a nos esconder num vagão vazio. Ofegantes,
fechamos a pesada porta e nos estendemos sobre o chão. Estávamos cansados e
famintos."

Pode ser um narrador observador, que narra a história em terceira pessoa, como se a assistisse
de fora, traz o relato de uma testemunha.

"...Ele andava calmamente, a rua estava escura dificultando sua caminhada, mas
ele parecia não se importar, andava lentamente como se a escuridão não o
assustasse..."

Por fim, pode ser um narrador onisciente, que não só narra a história, mas também tem pleno
conhecimento do pensamento e das emoções dos personagens, bem como sobre o passado e o
futuro dos acontecimentos. Não há segredos para ele, pode desvelar a tendência e a
personalidade dos personagens, mesmo que esses mesmos não saibam. Ele conhece a verdade
da narrativa.

“Ele sofria como um tolo desde a despedida dela. Dizia para si mesmo um
milhão de vezes que ela um dia voltaria. Mas no fundo, o idiota se obrigava a
acreditar nesta imbecil fantasia. Afinal, era a única coisa que o impedia de
estourar os próprios miolos”.

Tipos de discurso do narrador


O narrador dispõe de 3 tipos de discurso para estruturar sua narrativa e mostrar ao leitor as
falas, as emoções e o pensamentos dos personagens. São eles o discurso direto, o indireto e o
indireto livre.

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Discurso direto
É narrado em primeira pessoa, retratando as exatas palavras dos personagens. Caracteriza-se
pelo uso de verbos dicendi ou declarativos, como dizer, falar, afirmar, ponderar, retrucar,
redarguir, replicar, perguntar, responder, pensar, refletir, indagar e outros que exerçam essa
função. A pontuação se caracteriza pela presença de dois pontos, travessões ou aspas para isolar
as falas, que são claramente alternadas, bem como de sinais gráficos, como interjeições,
interrogações e exclamações, para indicar o sentimento que as permeia.
Vejamos exemplos:

"- Por que veio tão tarde? perguntou-lhe Sofia, logo que apareceu à porta do
jardim, em Santa Teresa.
- Depois do almoço, que acabou às duas horas, estive arranjando uns papéis.
Mas não é tão tarde assim, continuou Rubião, vendo o relógio; são quatro horas
e meia.
- Sempre é tarde para os amigos, replicou Sofia, em ar de censura."
(Machado de Assis, Quincas Borba, cap. XXXIV)

Discurso indireto
É narrado em terceira pessoa e o narrador incorpora a fala dos personagens a sua própria fala,
também utilizando os verbos de elocução (discendi ou declarativos) como dizer, falar, afirmar,
ponderar, retrucar, redarguir, replicar, perguntar, responder, pensar, refletir, indagar. Trata-se
de uma paráfrase, uma reescritura das falas, agindo o narrador como intérprete e informante do
que foi dito. Geralmente traz uma oração subordinada substantiva, com a conjunção que.
Observe:

“A certo ponto da conversação, Glória me disse que desejava muito conhecer


Carlota e perguntou por que não a levei comigo."
“Capitu segredou-me que a escrava desconfiara, e ia talvez contar às outras”

Discurso indireto livre


É um discurso híbrido, haja vista que concilia características dos dois anteriores. Há absoluta
liberdade formal e sintática por parte do narrador, que mistura reproduções literais das falas
com paráfrases, que alterna pensamentos e registro de falas e ações, aproximando a fala do
narrador e do personagem, como se ambos falassem em uníssono. Vejamos dois exemplos
clássicos desse modo misto:

"Quincas Borba calou-se de exausto, e sentou-se ofegante. Rubião acudiu,


levando-lhe água e pedindo que se deitasse para descansar; mas o enfermo após
alguns minutos, respondeu que não era nada. Perdera o costume de fazer

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discursos é o que era."


"Aperto o copo na mão. Quando Lorena sacode a bola de vidro a neve sobe tão
leve. Rodopia flutuante e depois vai caindo no telhado, na cerca e na menininha
de capuz vermelho. Então ela sacode de novo. 'Assim tenho neve o ano inteiro'.
Mas por que neve o ano inteiro? Onde é que tem neve aqui? Acha lindo a neve.
Uma enjoada. Trinco a pedra de gelo nos dentes."

Passagem do discurso direto para o indireto:


Essa conversão é cobrada em prova e deve observar algumas mudanças. Todas essas mudanças
são lógicas e decorrentes da própria passagem de uma fala literal para uma fala recontada.
Então, vamos sistematizar essas regras gerais.

Discurso direto: 1ª pessoa Discurso indireto: 3ª pessoa

Alteração na pontuação:

Frases interrogativas, exclamativas e


frases declarativas
imperativas ( "" ! ? -)

Conversão dos pronomes:

Eu, me, mim, comigo


ele, ela, se, si, consigo, o, a, lhe
nós, nos, conosco
eles, elas, os, as, lhes
meu, meus, minha, minhas, nosso,
seu, seus, sua e suas
nossos, nossa, nossas

Conversão dos tempos verbais:

Presente do indicativo Pretérito imperfeito do indicativo

Pretérito mais-que-perfeito do
Pretérito perfeito do indicativo
indicativo

Futuro do presente do indicativo futuro do pretérito do indicativo

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Presente e futuro do subjuntivo Pretérito imperfeito do subjuntivo

Imperativo pretérito imperfeito do subjuntivo

Advérbios e adjuntos adverbiais:

Hoje e agora Naquele dia e naquele momento


Amanhã No dia seguinte
Aqui, aí, cá Ali, Lá
Este, Isto Aquele, Aquilo

Exemplos de conversão de discurso direto para o indireto.


— Fujam agora— ordenou o General.
O general ordenou que fugissem imediatamente (naquele momento).
Pedro: Eu confesso— Quero viver sem pensar tanto em mim mesmo—.
Pedro confessou que queria viver sem pensar tanto em si mesmo.
“Começo a estudar amanhã aqui mesmo nesta bibliblioteca” — Prometeu Maria.
Maria prometeu que começaria a estudar no dia seguinte, ali mesmo naquela biblioteca.
Quem me chamou ontem? — perguntou Maria.
Maria perguntou quem a chamara no dia anterior.
Observo que a conversão do discurso direto para o indireto está sinalizada principalmente pelo
verbo “declarativo” (verbo discendi), aquele que introduz a fala (disse, declarou, afirmou,
respondeu, retrucou, etc), seguido da oração com conjunção integrante. Então, muitas vezes
somente o verbo declarativo é passado para o discurso indireto e os verbos do restante da fala
são mantidos nos tempos originais.
— “Pedro não desistirá”— disse João. (Discurso Direto)
João disse que Pedro não desistiria.
João disse que Pedro não desistirá.

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2. (PF–Agente da Polícia Federal – 2018) — Mas ele é realmente poeta? — perguntei. — Sei que
são dois irmãos, e que ambos adquiriram renome nas letras. O ministro, creio eu, escreveu
eruditamente sobre o cálculo diferencial. É um matemático, e não um poeta.
Mantendo-se a correção gramatical e os sentidos originais do texto, o seu sexto parágrafo
poderia ser assim reescrito: Perguntei, entretanto, se ele era realmente poeta. Sabia que são
dois irmãos e que ambos adquiriram renome nas letras. O ministro, acreditava eu, escrevia
eruditamente sobre o cálculo diferencial: é um matemático, não um poeta.
Comentários:
Respeitando as regras gerais de conversão para o discurso indireto, teríamos:
Perguntei, entretanto, se ele era (presente vira pretérito imperfeito) realmente poeta. Sabia que
são eram (presente vira pretérito imperfeito) dois irmãos e que ambos adquiriram (pretérito
imperfeito vira mais-que-perfeito—que possui, por coincidência, a mesma forma) renome nas
letras. O ministro, acreditava (presente vira pretérito imperfeito) eu, escrevia escrevera (pretérito
imperfeito vira mais-que-perfeito) eruditamente sobre o cálculo diferencial: é era (presente vira
pretérito imperfeito) um matemático, não um poeta. Questão incorreta.

Opinião do autor/narrador
Percebemos então que o discurso direto é mais objetivo, pois narra falas literais, exatamente
como proferidas, de modo que o leitor pode julgar por si mesmo a atitude dos personagens.
Então, o discurso direto ajuda a construir “veracidade” e “credibilidade” no que foi dito.
Já no discurso indireto e indireto livre, o narrador divide com o leitor seu próprio ponto de vista,
sua própria leitura dos fatos. Inclusive, ao recontar as falas dos outros, já pode estar inserindo
seu viés na própria escolha das palavras.
Nesse contexto, a opinião do narrador (ou do locutor de um texto argumentativo) pode ser
verificada em algumas pistas, palavras que indicam em algum nível as verdadeiras impressões
sobre o que se fala. Essas expressões que indicam ponto de vista são chamadas de
“modalizadores”:
Ex: Pedro infelizmente não tinha chegado ainda, devia estar no maldito trânsito e
fatalmente perderia o início do evento que lutara para organizar.
No exemplo acima, os advérbios “infelizmente” e “fatalmente” indicam que o locutor considera
negativos o acontecimento de perder o início do evento. Então, tais expressões revelam um viés
“afetivo” e “subjetivo”.
O advérbio “ainda” indica que há na fala expectativa ou convicção de que ele já deveria ter
chegado. Se o advérbio utilizado fosse “já” (ele já chegou), o sentido seria outro e revelaria a
visão de que ele chegou mais rápido que o esperado.
O verbo “devia” foi usado como um modalizador, para indicar “possibilidade/probabilidade”, de
modo que sabemos que não há certeza absoluta naquela declaração. Se fosse usado outro
verbo, como “poderia”, ou um uma forma verbal mais categórica, como “estava”, os sentidos

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seriam outros e a visão do fato pareceria outra.


O adjetivo “maldito” expressa verdadeiro rancor contra o “trânsito”.
O verbo “lutar” também indica que o autor considera o ato de “organizar” o evento uma tarefa
difícil, que exigia esforço e encontrava oposição, enfim, uma luta.
Esses são apenas alguns indícios de opinião do narrador/autor, examinados num pequeno
período. No texto, qualquer estrutura ou classe de palavras (verbos, adjetivos, advérbios,
palavras denotativas, interjeições) pode ser vestígio de uma opinião subjacente.
O que foi dito acima não é exclusivo para “narradores”: vale para a opinião do autor em
dissertações, argumentações, propagandas, artigos, matérias jornalísticas e qualquer gênero
textual. Cuidado, não é qualquer adjetivo ou advérbio que necessariamente indica um juízo de
valor, muitas vezes eles têm caráter mais objetivo, embasado em uma situação concreta. É
preciso analisar o contexto e também as opções da questão.
Vimos a teoria, mas é nas questões de prova que observaremos melhor todas essas
características. Vamos a elas?

3. (PGE-PE–Assistente de Procuradoria – 2019) A modernidade é um contrato. Todos nós


aderimos a ele no dia em que nascemos, e ele regula nossa vida até o dia em que morremos.
Pouquíssimos entre nós são capazes de rescindi-lo ou transcendê-lo. Esse contrato configura
nossa comida, nossos empregos e nossos sonhos; ele decide onde moramos, quem amamos e
como morremos.
À primeira vista, a modernidade parece ser um contrato extremamente complicado, por isso
poucos tentam compreender no que exatamente se inscreveram. É como se você tivesse
baixado algum software e ele te solicitasse assinar um contrato com dezenas de páginas em
“juridiquês”; você dá uma olhada nele, passa imediatamente para a última página, tica em
“concordo” e esquece o assunto. Mas a modernidade, de fato, é um contrato
surpreendentemente simples. O contrato interno pode ser resumido em uma única frase:
humanos concordam em abrir mão de significado em troca de poder.
Yuval Noah Harari. Homo Deus: uma breve história do amanhã.
São Paulo: Companhia das Letras, 2016 (com adaptações).
Infere-se do texto que a modernidade impele o ser humano a tomar decisões com as quais ele
não concorda.
Comentários:
Segundo o texto, a modernidade é um contrato e todos aderimos a ele. Então, em tese,

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concordamos, mesmo sem saber exatamente os detalhes do contrato. Questão incorreta.


4. (PGE-PE–Assistente de Procuradoria – 2019) O texto apresenta estratégia argumentativa que
visa aproximar o leitor das ideias desenvolvidas pelo autor.
Comentários:
Sim, o autor expressa suas opiniões usando a primeira pessoa do plural: “nós” (nós aderimos,
morremos, nossa vida....). Essa estratégia torna suas opiniões inclusivas e generalizantes, o que
tem o efeito de incluir o leitor, fazendo que este se sinta mais próximo daquela realidade
comentada no texto. Questão correta.
5. (TCE-PB–Auditor de Contas Públicas – 2018) A história é uma disciplina definida por sua
capacidade de lembrar. Poucos se lembram, porém, de como ela é capaz de esquecer. Há
também quem caracterize a história como uma ciência da mudança no tempo, e quase ninguém
aponta sua genuína capacidade de reiteração.
A história brasileira não escapa dessas ambiguidades fundamentais: ela é feita do encadeamento
de eventos que se acumulam e evocam alterações substanciais, mas também anda repleta de
lacunas, invisibilidades e esquecimentos. Além disso, se ao longo do tempo se destacam as
alterações cumulativas de fatos e ocorrências, não é difícil notar, também, a presença de
problemas estruturais que permanecem como que inalterados e assim se repetem,
vergonhosamente, na nossa história nacional.
Nessa lista seria possível mencionar os racismos, o feminicídio, a corrupção, a homofobia e o
patrimonialismo.
Mas destaco aqui um tema que, de alguma maneira, dá conta de todos os demais: a nossa
tremenda e contínua desigualdade social.
Desigualdade não é uma contingência nem um acidente qualquer, tampouco uma decorrência
natural e mutável de um processo que não nos diz respeito. Ela é consequência de nossas
escolhas — sociais, educacionais, políticas, culturais e institucionais —, que têm resultado em
uma clara e crescente concentração dos benefícios públicos nas mãos de poucos. (...) Quando se
trata de enfrentar a desigualdade, não há saída fácil ou receita de bolo. Prefiro apostar nos
alertas que nós mesmos somos capazes de identificar.
Lilia Moritz Schwarcz. Desigualdade é teimosia. Internet:
<www.nexojornal.com.br> (com adaptações).
No último parágrafo do texto 1A1BBB, a autora sugere que a responsabilidade pela existência
da desigualdade social é de todos os indivíduos, entre eles incluído o leitor, o que é denotado
pela
a) alusão à “concentração dos benefícios públicos” (ℓ.17).
b) escolha do termo “apostar” (ℓ.19) para definir sua posição quanto ao tema.
c) utilização dos pronomes “nos” (ℓ.15) e “nossas” (ℓ.16).
d) recusa a definir a desigualdade como “natural” (ℓ.15).

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e) referência a escolhas “institucionais” (ℓ.26).


Comentários:
A autora, ao usar o pronome ‘nós’, sugere que a responsabilidade pela desigualdade social é
“nossa”, isto é, “de todos” e se inclui nesse grupo. Veja:
Desigualdade não é uma contingência nem um acidente qualquer, tampouco uma decorrência
natural e mutável de um processo que não nos (a todos nós) diz respeito. Ela (a desigualdade) é
consequência de nossas escolhas (nossa escolha é a causa, logo somos causadores,
responsáveis)
O “nós” tem sentido inclusivo e generalizante, indica que aquelas afirmações valem para o autor
e também para o leitor e as pessoas em geral. Gabarito letra C.
6. (Fiscal de Tributos – 2017) Assinale a alternativa incorreta.
a) No discurso direto, o narrador reproduz na íntegra a fala das personagens ou interlocutores.
Geralmente essa fala é introduzida por travessão.
b) No discurso indireto, o narrador exprime indiretamente a fala da personagem. O narrador
funciona como testemunha auditiva e passa para o leitor o que ouviu da personagem.
c) O discurso indireto livre é resultante da mistura dos discursos direto e indireto.
d) O discurso indireto geralmente apresenta verbos de elocução (declarativos ou dicendi) que
indicam quem está emitindo a mensagem.
Comentários:
Essa questão resume bem os pontos mais cobrados sobre os tipos de dircurso.
a) Correta. No discurso direto, o narrador reproduz na íntegra a fala das personagens ou
interlocutores. Geralmente essa fala é introduzida por travessão.
b) Correta. No discurso indireto, o narrador exprime indiretamente a fala da personagem. O
narrador funciona como testemunha auditiva e passa para o leitor o que ouviu da personagem.
c) Correta. O discurso indireto livre é resultante da mistura dos discursos direto e indireto.
d) Incorreta. O discurso indireto também apresenta os verbos discendi ou declarativos, sempre,
assim como o direto. A banca deu a entender que os verbos declarativos podem não aparecer
no discurso indireto.
Os verbos declarativos aparecem em ambos. A diferença está em se a fala é reproduzida de
forma literal, nas exatas palavras do personagem ou se é recontada pelo narrador, na sua própria
versão do que foi dito. Compare:
Amanhã vou estudar— Disse João. (discurso direto)
Parabéns! — Respondeu Sofia. (discurso direto)
João disse que iria estudar. (discurso indireto)
Sofia respondeu que ele estava de parabéns. (discurso indireto)

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Além disso, esses verbos de elocução (declarativos ou dicendi), no discurso indireto, não indicam
exatamente “quem está emitindo a mensagem”, isso ocorre no direto. No indireto, esses verbos
são usados pelo “narrador”. Gabarito letra D.
7. (TRT 15º REGIÃO–Técnico – 2018) Você concorda com Edward O. Wilson que “a natureza
humana é um conjunto de predisposições genéticas”? Acredito que predisposições genéticas
existem, mas, na grande maioria dos casos, não passam de exatamente isso: predisposições.
Mantendo-se a correção e, em linhas gerais, o sentido, as frases acima encontram-se transpostas
para o discurso indireto em:
Questionada se concordava com Edward O. Wilson sobre a natureza humana ser um conjunto de
predisposições genéticas, a entrevistada respondeu que acreditava na existência de tais
predisposições, que, todavia, na grande maioria dos casos não seriam mais do que isso.
Comentários:
O discurso direto reproduz literalmente o que foi dito, palavra a palavra. O discurso indireto
“reporta” a fala, de maneira mediada por um narrador, com devidas adaptações decorrentes de
ter o discurso virado uma narração de algo passado. A fala então vem em forma de oração
subordinada ligada a um verbo declarativo.
A conversão correta está em:
Questionada se concordava com Edward O. Wilson sobre a natureza humana ser um conjunto de
predisposições genéticas, a entrevistada respondeu que acreditava na existência de tais
predisposições, que, todavia, na grande maioria dos casos não seriam mais do que isso.
Questão correta.
Os verbos que estavam no presente na fala literal passam para o pretérito imperfeito. O verbo
no futuro do pretérito: “seriam” foi utilizado pelo tom de fato não absolutamente certo na fala
da autora, pois ela diz “acredito”…
8. (Taquígrafo – 2013)

Com relação aos constituintes linguísticos e gráficos da tira acima, assinale a afirmativa correta.
“A tira é um exemplo claro de texto narrativo, já que apresenta uma sequência cronológica de
ações.”
Comentários:

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A charge é um clássico gênero textual em que predomina o tipo narrativo. Observem que temos
personagens (Hagar, seu amigo e o homem que conserta barcos), um enredo (o conserto do
barco e a apresentação da conta), uma sequência cronológica de ações, um estado de antes e
depois, marcado aqui pela mudança de quadros da tira. Item correto.
9. (COPEL–Engenheiro – 2017) Assinale a alternativa em que o trecho transcrito NÃO apresenta
nenhum tipo de julgamento de valor/opinião do autor.
a) “O ano de 2016 passará aos livros como um dos períodos mais difíceis para os direitos
humanos da breve história democrática brasileira”.
b) “Outro importante princípio expresso no texto da nova lei de migração é o do combate à
xenofobia”.
c) “O número de migrantes no Brasil aumentou significativamente nos últimos anos,
principalmente por conta do afluxo de haitianos que buscavam saída para o agravamento da
crise humanitária no país depois do terremoto de 2010”.
d) “A existência de um marco legal positivo, portanto, é fundamental para proteger essas
pessoas”.
e) “Em dezembro, a Câmara dos Deputados aprovou uma lei que, se confirmada pelo Senado e
sancionada pela Presidência, substituirá, por fim, o retrógrado e inconstitucional Estatuto do
Estrangeiro, criado durante a ditadura”.
Comentários:
Temos claro indício de opinião nos adjetivos “difíceis”, “breve”, “importante”, “fundamental”,
“retrógrado”.
Atenção, o advérbio “significativamente” não é indicativo de mera opinião, pois se baseia num
fato declarado e justificado: “o número de imigrantes aumentou, principalmente por conta do
fluxo de hatianos após o terremoto de 2010”. Aqui, nesse contexto, ele indica um fato, não um
juízo de valor.
Gabarito letra C.

DESCRIÇÃO
Descrever é caracterizar, relatar em detalhes características de pessoas, objetos, imagens, cenas,
situações, emoções, sentimentos. A descrição é uma pormenorização estática, uma pausa no
tempo, geralmente uma interrupção da narração, para apresentação de traços dos seres. Para
isso, se utiliza de muitos adjetivos, verbos de ligação que indicam estado e orações e locuções
adjetivas para caracterização. O tempo mais usual é o pretérito imperfeito, por indicar uma ação
continuada ou rotineira: era, fazia, estava, parecia...
Importante lembrar que os adjetivos podem ter valor objetivo ou relacional, quando são isentos
de opinião e simplesmente expressam um fato: carro preto, homem japonês, doença
degenerativa. Esses adjetivos geralmente não aceitam gradação (homem mais japonês) e vão

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indicar uma descrição objetiva. Já os adjetivos qualificativos ou subjetivos expressam opinião,


não são fatos, essas qualidades podem ser graduadas e questionadas: homem bonito, carro
extravagante, aluno teimoso, lugar longe, muito longe... Esses adjetivos, por sua vez,
caracterizam uma descrição subjetiva, impregnada pela opinião de quem descreve.
A descrição quase sempre está presente em outros tipos textuais, assim como dificilmente é
encontrada na sua forma pura, de modo que também é comumente permeada por trechos
narrativos ou dissertativos. Nas provas de concurso, o mais comum é a descrição aparecer
dentro de uma narração.
Difere-se fundamentalmente da narração por trazer acontecimentos simultâneos, que ocorrem
ao mesmo tempo, sem progressão temporal e sem relação de anterioridade e posterioridade;
está para uma foto, assim como a narração está para um filme. As ações podem descrever uma
rotina, ações habituais, sem foco narrativo.
==6ec6b==

A descrição é o tipo textual que predomina em gêneros como manuais, propagandas,


biografias, relatórios, definições e verbetes, tutoriais.
É rara a cobrança de uma descrição pura. Vamos ver um exemplo, retirado da prova do Centro
Brasileiro de Pesquisas Físicas.

“Amanhece na ilha de Heron. Sobre a imensa faixa de areia, que se estende em


curva até desaparecer na bruma da manhã, despeja-se uma lua violácea, que
pouco a pouco se encorpa. Mas é somente quando o sol oblíquo já incide sobre
as areias e a água, sobre a vegetação rasteira e os tufos de algas que brilham nas
pedras com a maré baixa, é só então – nunca antes – que se pode notar o
primeiro movimento na praia.”
O texto começa pela descrição da ilha de Heron. Um texto descritivo é
caracterizado fundamentalmente por:
a) ações que ocorrem em uma sequência cronológica.
b) reflexões sobre aspectos problemáticos da vida.
c) registro de elementos caracterizadores de uma realidade.
d) citação de informações sobre determinado objeto.
e) conjunto de pensamentos inacabados.
A resposta é a letra C. Observe a descrição estática da paisagem da ilha, a
abundância de adjetivos, a construção de uma imagem. Não há ações em
sequência cronológica, nem reflexões sobre problemas, nem pensamentos
inacabados. Trata-se de uma descrição pura.

Vejamos agora essas características nos textos que vêm sendo cobrados:

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10. (MP-CE / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2020)


Em qualquer tempo ou lugar, a vida social é sempre marcada por rituais. Essa afirmação pode
ser inesperada para muitos, porque tendemos a negar tanto a existência quanto a importância
dos rituais na nossa vida cotidiana. Em geral, consideramos que rituais seriam eventos de
sociedades históricas, da vida na corte europeia, por exemplo, ou, em outro extremo, de
sociedades indígenas. Entre nós, a inclinação inicial é diminuir sua relevância. Muitas vezes
comentamos “Ah, foi apenas um ritual”, querendo enfatizar exatamente que o evento em
questão não teve maior significado e conteúdo. Por exemplo, um discurso pode receber esse
comentário se for considerado superficial em relação à expectativa de um importante
comunicado. Ritual, nesse caso, é a dimensão menos importante de um evento, sinal de uma
forma vazia, algo pouco sério — e, portanto, “apenas um ritual”. Agimos como se
desconhecêssemos que forma e conteúdo estão sempre combinados e associamos o ritual
apenas à forma, isto é, à convencionalidade, à rigidez, ao tradicionalismo. Tudo se passa como
se nós, modernos, guiados pela livre vontade, estivéssemos liberados desse fenômeno do
passado. Em suma, usamos o termo ritual no dia a dia com uma conotação de fenômeno formal
e arcaico.
Mariza Peirano. Rituais ontem e hoje. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Editor, 2003, p. 7-8 (com adaptações).

O texto apresentado é predominantemente descritivo, já que exemplifica uma das acepções do


termo ritual.
Comentários:
O texto é eminentemente dissertativo, pois expõe considerações sobre rituais e nossa visão
sobre eles. O texto predominantemente descritivo tem como foco o detalhamento de um ser,
um objeto, uma cena etc. Não é o caso aqui. Questão incorreta.
11. (MP-CE / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2020)
“Desprezo o que dizes, mas defenderei até a morte o teu direito a dizê-lo.” É com essa
afirmação atribuída a Voltaire, filósofo do iluminismo francês, que Nigel Warburton principia o
seu ensaio sobre liberdade de expressão. A liberdade de expressão — entendida em sentido
amplo, em que se incluem a palavra escrita, as peças teatrais, os filmes, os vídeos, as fotografias,
os cartuns, as pinturas, entre outros — é um direito consagrado no artigo 19.º da Declaração
Universal dos Direitos do Homem, de 1948.
A liberdade de expressão é particularmente valiosa em uma sociedade democrática, ao
ponto de haver quem sustente que, na ausência de uma ampla liberdade de expressão, nenhum
governo seria de todo legítimo e não deveria ser denominado democrático. Essa é a perspectiva

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defendida por Ronald Dworkin, para quem “A livre expressão é uma das condições de um
governo legítimo. As leis e políticas não são legítimas a menos que tenham sido adotadas por
meio de um processo democrático, e um processo não é democrático se o governo impediu
alguém de exprimir as suas convicções acerca de quais devem ser essas leis e políticas”.
Desde os alvores da democracia ateniense, são sobejamente conhecidas as suas relações
com a argumentação e a retórica. Porém, tal como a retórica e a argumentação podem ser
postas ao serviço da mentira e da manipulação, também em relação à liberdade de expressão se
coloca a questão dos seus limites.
Internet: <https://agora-m.blogs.sapo.pt> (com adaptações)

O terceiro parágrafo do texto é essencialmente descritivo, porque caracteriza a liberdade de


expressão.
Comentários:
Não caracteriza! Apenas menciona sem detalhar. O texto predominantemente descritivo tem
objetivo principal de criar a imagem mental de um objeto, uma entidade, uma cena... Traz um
detalhamento visual, o que não ocorre aqui. Questão incorreta.
12. (PGE-PE–Assistente de Procuradoria – 2019) Passávamos férias na fazenda da Jureia, que
ficava na região de lindas propriedades cafeeiras. Íamos de automóvel até Barra do Piraí, onde
pegávamos um carro de boi. Lembro-me do aboio do condutor, a pé, ao lado dos animais, com
uma vara: “Xô, Marinheiro! Vâmu, Teimoso!”. Tenho ótimas recordações de lá e uma foto da
qual gosto muito, da minha infância, às gargalhadas, vestindo um macacão que minha própria
mãe costurava, com bastante capricho. Ela fazia um para cada dia da semana, assim, eu podia
me esbaldar e me sujar à vontade, porque sempre teria um macacão limpo para usar no dia
seguinte.
Jô Soares. O livro de Jô: uma autobiografia
desautorizada. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
O texto é essencialmente descritivo, pois detalha lembranças acerca das viagens de férias que a
personagem e sua família faziam com frequência durante a sua infância.
Comentários:
Essencialmente, predominantemente, principalmente o texto é narrativo, pois há clara sucessão
de fatos e objetivo último de contar uma história, narrar uma sequência de ações ao longo do
tempo.
Questão incorreta.
13. (SEDF – 2017) Rubião tinha vexame, por causa de Sofia; não sabia haver-se com senhoras.
Felizmente, lembrou-se da promessa que a si mesmo fizera de ser forte e implacável. Foi jantar.
Abençoada resolução! Onde acharia iguais horas? Sofia era, em casa, muito melhor que no trem
de ferro. Lá vestia a capa, embora tivesse os olhos descobertos; cá trazia à vista os olhos e o
corpo, elegantemente apertado em um vestido de cambraia, mostrando as mãos, que eram
bonitas, e um princípio de braço. Demais, aqui era a dona da casa, falava mais, desfazia-se em

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obséquios; Rubião desceu meio tonto.


O trecho “Sofia (...) em obséquios” (l. 1 a 7) é predominantemente narrativo, o que se comprova
pelas formas verbais flexionadas no pretérito imperfeito, empregadas pelo narrador para
apresentar ações rotineiras de Sofia.
Comentários:
Observe que a banca fez bem o recorte: do trecho:
Sofia era, em casa, muito melhor que no trem de ferro. Lá vestia a capa, embora tivesse os olhos
descobertos; cá trazia à vista os olhos e o corpo, elegantemente apertado em um vestido de
cambraia, mostrando as mãos, que eram bonitas, e um princípio de braço. Demais, aqui era a
dona da casa, falava mais, desfazia-se em obséquios;
Observe as marcas linguísticas da descrição: verbos no pretérito imperfeito e adjetivos
qualificativos dos substantivos “corpo”, “mãos”,
6 “vestido”. Além disso, percebemos que as
ações descritas são simultâneas, ocorrem todas ao mesmo tempo, numa cena “congelada” no
tempo. Esses verbos descrevem a rotina de Sofia.
Falta, portanto, o elemento sequencial da narração. Temos aqui uma descrição. Questão
incorreta.
14. (Taquígrafo – 2013) "Dvorak arrastou-se montanha acima, na velocidade que os ferimentos
permitiam. Encostou-se a um grande tronco e escorregou por ele até o chão, arranhando a pele
dura das costas. Parou um momento de mexer-se e passou a escutar os barulhos da floresta".
Esse é um pequeno fragmento de um romance. Nesse caso, o texto é corretamente classificado
como
a) narrativo com segmentos descritivos.
b) descritivo com segmentos narrativos.
c) exclusivamente narrativo.
d) narrativo, com segmentos descritivos e argumentativos.
e) descritivo, com segmentos narrativos e argumentativos.
Comentários:
Temos o personagem Dvorak praticando diversas ações sequenciais no tempo-espaço: primeiro
se arrastou, depois se encostou e depois parou para ouvir os barulhos da floresta. O tempo
utilizado é o pretérito perfeito, para marcar ações terminadas e seguidas de outras, numa
relação de antes e depois. Embora haja dois adjetivos, em “grande tronco” e “pele dura”, esses
não são suficientes para formar um “segmento” descritivo, por isso não podemos nos confundir
e pensar que há uma descrição aqui. Ainda não vimos a argumentação, mas sabemos que ela
essencialmente discute um tema, com ou sem defesa de uma opinião. Não há nada disso nesse
pequeno trecho. O texto então é exclusivamente narrativo, com suas características principais. O
gabarito é a letra C.

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DISSERTAÇÃO
Agora veremos o assunto mais importante desta aula e talvez deste curso. Digo isso porque a
dissertação é o tipo textual mais cobrado, tanto em tipologia quando nas questões de português
que trazem textos. Conhecer estruturação desse tipo vai ser vital na interpretação em geral, pois
aprenderemos as estratégias argumentativas que são objeto de questões de compreensão, e
também nas provas discursivas, e ficaremos familiares com a estruturação correta de um
parágrafo e de um texto.
O texto dissertativo basicamente expõe ideias, razões, teorias, raciocínios, abstrações, por meio
de relações lógicas sequenciadas no texto, dentro de uma estrutura específica (introdução,
desenvolvimento e conclusão), sem necessária progressão temporal. Por ser neutra, atemporal e
clara, marca-se pelo uso dos verbos no presente, porque indicam verdades universais: “a água
ferve a 100 graus”; “a terra gira em torno do sol”.
e
A dissertação pode ser objetiva, também chamada de expositiva; ou subjetiva, também chamada
de argumentativa ou opinativa. Veremos também que há subtipos para um texto argumentativo
e para um texto expositivo.
Na maioria das provas, a banca espera que o candidato saiba identificar textos dissertativos com
diferentes finalidades.

Texto dissertativo expositivo (puro):


A finalidade essencial de um texto expositivo é trazer conceitos, discutir um assunto de maneira
impessoal e objetiva, ou seja, sem defesa clara de uma opinião. Não há defesa de tese, apenas
exposição clara e atemporal de ideias. Diz-se que o autor é impessoal e o leitor é universal. O
autor explana o que sabe de forma neutra e permite que o leitor forme sua própria opinião.
Pode ocorrer que a opinião do autor transpareça pelo sentido dos modalizadores (marcas
linguísticas de opinião), mas não é seu objetivo primário criar debate e convencer o leitor. As
questões discursivas de provas de Auditor-Fiscal são exemplos desse tipo de dissertação, em
que o candidato-autor apenas expõe o conteúdo pedido no enunciado, sem opinar. Por isso,
algumas bancas chamam esse tipo de “explicativo”.

Texto dissertativo expositivo-informativo:


É um subtipo do expositivo. Esse texto visa acrescentar informação nova ao leitor, ao contrário
do expositivo puro, que não pressupõe que a informação discutida seja nova para quem lê.
É comum ocorrerem no texto informativo trechos descritivos, como dados, estatísticas; ou
narrativos, como relatos de acontecimentos, mas é a finalidade do texto que deve ser o critério
de identificação do tipo textual. Não é por trazer relato de um crime que um texto com clara
finalidade de trazer informação nova ao leitor (sobre uma ação da polícia, por exemplo) deve ser
classificado como uma narrativa. Atentem para isso, pois quase todo texto dissertativo traz
elementos de outra tipologia.

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Texto dissertativo argumentativo:


O texto argumentativo, além de discutir e informar, defende uma tese, uma opinião pessoal, sua
finalidade principal é o convencimento do leitor. Para persuadi-lo, o autor se utiliza de
modalizadores e de operadores argumentativos, construindo fundamentação para seus
argumentos por via de relações lógicas organizadas numa estrutura argumentativa progressiva.
A linguagem utilizada é clara, impessoal (embora parcial), culta. A primeira pessoa é utilizada
para realçar a inclusão do autor no universo de ideias discutidas e seu alinhamento aos
argumentos utilizados, bem como para envolver o leitor. Também é comum o uso da terceira
pessoa, com verbos no presente do indicativo, como estratégia para sugerir que as informações
são fatos. Os verbos são semanticamente carregados e sugerem ou corroboram a opinião que
está sendo defendida. Esses argumentos são apresentados de forma estruturada, com
progressão.
c

Algumas provas também cobram o conceito de texto dissertativo argumentativo


polêmico, que seria semelhante à modalidade argumentativa, mas com a
diferença de trazer pelo menos dois pontos de vista e contrabalanceá-los.

Atenção: A distinção entre a dissertação argumentativa e a expositiva foi cobrada recentemente:

15. (SEFAZ-DF / AUDITOR FISCAL / 2020)


Grandes companhias globais falam muito em sustentabilidade ambiental e
descarbonização de sua produção, mas o que fazem na prática é insuficiente. A implementação
de programas de sustentabilidade corporativa tem sido lenta, conforme estudo de dois
professores do International Institute for Management Development (IMD), instituto de
administração sediado na cidade suíça de Lausanne.
Dos executivos consultados em outra pesquisa realizada pelo IMD, 62% consideram
estratégias de sustentabilidade necessárias para serem competitivos atualmente, e outros 22%
dizem que isso será importante no futuro. Sustentabilidade é vista como uma abordagem de
negócios para criar valor a longo prazo, levando-se em conta como uma companhia opera nos
ambientes ecológico, social e econômico.

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Em pesquisa com dez setores industriais ao longo de três anos, os dois professores do
IMD concluíram que, ao contrário do otimismo gerado pelo Acordo de Paris para combater a
mudança climática e pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, as
iniciativas nas empresas deixam a desejar. Na pesquisa, eles constataram que menos de um
terço das companhias desenvolveram casos de negócios claros ou proposições de valor apoiadas
em sustentabilidade. Além disso, apenas 10% das empresas estão conseguindo captar o valor
total da sustentabilidade, enquanto muitas companhias restam presas na “divulgação”. Alguns
setores têm melhores resultados na implementação de programas de sustentabilidade, como o
setor de material de construção, em comparação ao de telecomunicações.
Os professores alertam que o tempo está esgotando. Estudos mostram que a poluição de
carbono precisa ser cortada quase pela metade até 2030 para evitar 1,5 grau de aquecimento do
planeta. Isso requer revisões ainda mais drásticas das indústrias globais e dos governos.
Os dois professores destacam que os investidores
6 reconhecem cada vez mais o impacto,
para a sociedade, das empresas nas quais investem. Eles notam que a necessidade de
desenvolver modelos de negócios mais sustentáveis está aumentando tão rapidamente quanto
os níveis de dióxido de carbono na atmosfera. E sugerem um forte senso de foco que chamam
de “vetorização”, que inclui programas de sustentabilidade corporativa mais acelerados.
Os pesquisadores alertam que companhias que trabalham em boas causas sem relação
com seus negócios centrais tendem a ser menos efetivas.
Assis Moreira. Valor econômico, 18/3/2019.
Internet: <valor.globo.com> (com adaptações).

O texto é um artigo de opinião, em que predomina o tipo argumentativo, haja vista a presença
de diversos argumentos para sustentar a ideia defendida por seu autor.
Comentário
O texto é predominantemente dissertativo, uma vez que se estrutura em termos de
apresentação de resultados e conclusões de estudos realizados sobre o tema da
sustentabilidade. Questão incorreta.
16. (TRE-PA–Taquigrafia – 2014) Com relação ao parágrafo dissertativo na redação jurídica,
assinale a alternativa que define, respectivamente, a dissertação expositiva e a argumentativa.
a) Exposição sucinta de fatos; discussão de uma ideia, de um assunto ou de uma doutrina.
b) Representação escrita de uma sequência de aspectos jurídicos; exposição de um assunto, com
inserção de comentários pessoais.
c) Posicionamento sobre determinado assunto; relato detalhado de natureza persuasiva.
d) Discussão de uma ideia, de um assunto ou de uma doutrina; exposição de ideias com o
objetivo de convencer o leitor.
e) Técnica de persuasão necessária no discurso forense; exposição de opiniões de forma clara e
objetiva.

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Comentários:
O tipo textual se refere à sua finalidade. A dissertação expositiva discute uma ideia, sem o
objetivo de formar a opinião do leitor. A dissertação argumentativa, além de expor ideias, o faz
de forma a convencer o leitor. Todos os argumentos convergem para aquela tese que está
sendo defendida. Cuidado com a letra B: ela não menciona o principal: defesa de tese,
convencimento do leitor. Gabarito Letra D.

TEXTO INJUNTIVO/INSTRUCIONAL
O texto injuntivo traz instruções ao leitor para realizar certa tarefa. Ensina, orienta, interpela ou
obriga o leitor a fazer alguma coisa.
Sua principal característica é apresentar verbos no imperativo, em comandos neutros, genéricos
e impessoais, para prescrever alguma ação do b leitor. O uso do infinitivo impessoal também é
usado como estratégia de neutralidade, pois omite o agente:
Ex: Passo 1, remover a embalagem. Passo 2, inserir CD de instalação.
Ex: 149 - Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de portaria, ou autorizar,
mediante alvará...
Observamos esse tipo textual em gêneros como leis, regulamentos, contratos, manuais de
instrução, receitas de bolo, tutoriais.

Finalidade predominante dos Textos


Expositivo/Explicativo/Informativo: Expor informações e conhecimentos
Opinativo/Argumentativo: Convencer, defender uma opinião.
Polêmico: Contrabalancear opiniões.
Instrucional: Normatizar, prescrever, ensinar.

17. (UFG / DP-GO – 2014) Leia o Texto para responder à questão


LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990

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Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.


O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei:
Título I
Das Disposições Preliminares
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às
pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou
por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento
físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar,
com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância
e à juventude.
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer
atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
Em sua acepção técnica, lei equivale a uma regra escrita, dotada de poder normativo. No Texto,
a normatividade do conteúdo da lei é marcada por:
a) uso esporádico de recursos explicativos dos princípios legais.
b) estratégias injuntivas e de construção da neutralidade.
c) recorrência de raciocínio indutivo.
d) expressões de possibilidade geradoras de intimidação no leitor.
e) escolha lexical de valor ambíguo.
Comentários:

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A lei é clássico gênero textual injuntivo: traz comandos genéricos, instruções para a sociedade,
regras que ela, como um todo, deve seguir. Observe os verbos no imperativo e os comandos
neutros e genéricos: “nenhuma criança ou adolescente será objeto....” e “Considera-se criança,
para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos...”. Gabarito Letra B.

NOÇÕES BÁSICAS DE “TEXTO”


Uma boa interpretação de textos pressupõe uma série de conhecimentos e habilidades,
anteriores ao texto em si. O leitor precisa reconhecer o contexto (situação/situacionalidade); se
finalidade principal do texto, por exemplo, é informar, narrar, descrever, e como essa intenção
se materializa (intencionalidade discursiva); se sua linguagem é literal ou figurada; se é irônica; se
tem um propósito estético, poético, lírico, além da sua mensagem principal; se há informações
implícitas; se há referência a informações fora do texto ou a outros textos; se essas referências
são parte do conhecimento de mundo do leitor (para que possa entender aceitar essa
mensagem – aceitabilidade), enfim... Há muitos conceitos subjacentes à construção de um texto.
A partir de agora, veremos os principais.

LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL


O texto verbal é aquele que se materializa em linguagem escrita ou falada. Vejamos um verbete
de dicionário:
Resiliência - substantivo feminino
1. FÍSICA: propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem
sido submetidos a uma deformação elástica.
2. figurado (sentido) figuradamente: capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má
sorte ou às mudanças.
O texto “não verbal” é o que usa outros elementos, que não a fala ou a escrita: imagens, música,
gestos, escultura. Sinais, placas, pinturas, sons, linguagem corporal são todos elementos de
linguagem “não verbal”. Comparem dois textos de mesma temática, mas escritos com
linguagens diferentes:
Urbanização é o crescimento das cidades, tanto em população quanto em extensão
territorial. É o processo em que o espaço rural transforma-se em espaço urbano, com a
consequente migração populacional do tipo campo-cidade que, quando ocorre de forma
intensa e acelerada, é chamada de êxodo rural.
(Linguagem Verbal)

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(Linguagem Não Verbal)


Em prova, é comum a banca trazer textos “mistos”, “híbridos”, com elementos verbais e não
verbais, ao mesmo tempo. Teremos então imagens e palavras. Veja:

LINGUAGEM LITERÁRIA E NÃO LITERÁRIA


Basicamente, a diferença básica entre um texto literário e um não literário é a função.
O texto literário tem uma função estética, tem ênfase no plano da expressão , a forma é essencial
ao texto. Por isso, no texto literário, com função poética, abundam recursos estilísticos, como
ritmo, versificação, estrutura planejada, figuras de som (rimas, aliterações), linguagem figurada,
conotativa... Um texto literário não pode ser resumido, não pode ser alterado sem prejuízo. Se
trocarmos uma palavra de lugar, perdemos o efeito estético de uma rima, por exemplo.
O texto não literário tem foco no plano do conteúdo, na informação, na referência que fornece,
por isso pode ser resumido, reescrito de outras formas, sem prejuízo da mensagem original. Sua
finalidade é utilitária (informar, convencer, explicar, documentar...), por isso preza pela
objetividade, não pela forma. Compare:
Linguagem não literária:
Aos cinquenta anos, inesperadamente, apaixonei-me de novo.
Linguagem literária:
Na curva dos cinquenta derrapei neste amor. (Carlos Drummond de Andrade)
Veja que o segundo fragmento traz uma linguagem figurada (conotativa), por meio da metáfora
“derrapar na curva”. Então, a preocupação estética, lírica, na elaboração da mensagem marca o
texto literário.

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OBS: A distinção vista acima não impede que textos utilitários (artigos, narrações, propagandas)
tenham também efeitos estilísticos. A linguagem publicitária, por exemplo, abusa de efeitos
estéticos em sua criação.

INTERTEXTUALIDADE
Basicamente, a intertextualidade é comunicação/diálogo entre textos (texto escrito, música,
pintura, obra audiovisual...), isto é, ocorre intertextualidade quando um texto faz referência a
outro, de forma implícita (de forma oculta, de modo que o leitor depende de seu conhecimento
de mundo para identificar a referência) ou explícita (por exemplo, numa citação direta, com
identificação da autoria do outro texto citado).
Vejamos as principais formas de intertextualidade:
Citação: É a reprodução do discurso alheio, normalmente entre aspas e com indicação da
autoria.
Epígrafe: Citação curta colocada em uma página no início da obra ou destacada no início de um
capítulo. Normalmente abre uma narrativa com a reprodução de frase célebre que anuncia ou
resume a temática do capítulo/obra que se inicia.

Se um homem tem um talento e não tem capacidade de usá-lo, ele fracassou. Se


ele tem um talento e usa somente a metade deste, ele fracassou parcialmente.
Se ele tem um talento e de certa forma aprende a usá-lo em sua totalidade, ele
triunfou gloriosamente e obteve uma satisfação e um triunfo que poucos homens
conhecerão.
Thomas Wolfe

Paródia: é a criação de um texto a partir de outro, com finalidade humorística, irônica.

Rua Nascimento Silva, 107 Rua Nascimento Silva, 107


Você ensinando pra Elizete Eu saio correndo do pivete
As canções de canção do amor demais Tentando alcançar o elevador

Minha janela não passa de um quadrado Minha janela não passa de um quadrado
A gente só vê cimento armado A gente só vê Sérgio Dourado
Onde antes se via o Redentor Onde antes se via o Redentor

É, meu amigo, só resta uma certeza É, meu amigo Só resta uma certeza
É preciso acabar com a natureza É preciso acabar com a natureza
É melhor lotear o nosso amor É melhor lotear o nosso amor
Original - Carta ao Tom 74 - Paródia “Carta do Tom” –

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Toquinho e Vinícius de Morais Chico Buarque

Veja exemplos famosos, com linguagem também não verbal.

OBS: algumas reproduções grosseiras de outros trabalhos, usando a mesma linguagem/sintaxe,


envolvendo colagens ou montagens de textos diversos (como uma “colcha de retalhos”), são
chamadas de “pastiche”. As definições clássicas de pastiche são muito parecidas com a da
paródia, mas se considera que o pastiche, diferente da paródia, não tem finalidade de criticar ou
ridicularizar a obra de origem.
Paráfrase: é a criação de um texto a partir de outro, é uma reescritura de ideias com outras
palavras. A paráfrase não tem finalidade humorística, mas sim reproduz, preserva e confirma a
ideologia do texto original.

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Tradução: é a reprodução de um texto de uma língua para outra.


Referência/Alusão: é uma referência a outro texto, mas de forma vaga, indireta, sem indicação.
Depende do conhecimento de mundo do leitor para fazer sentido.
Ex: João, ficou feliz por receber aquela promoção, sem saber que era um presente de
grego.
Aqui, a expressão “presente de grego” se refere à história da guerra de Troia, em que os
Gregos deram de presente aos troianos um cavalo de madeira, como símbolo de trégua. O
cavalo, na verdade, estava cheio de soldados gregos, que, à noite, massacraram os troianos
dormindo e abriram os portões da cidade para a entrada do exército grego.
Ex: “Profissão Mestre Adverte: dar aulas pode ser prejudicial à saúde”.
Veja que há referência insinuada às propagandas do Ministério da Saúde acerca do cigarro.
Alerto que essas definições e exemplos são de difícil diferenciação em muitos casos, então a
banca pode muito bem não diferenciar precisamente os conceitos. O importante é reconhecer
que são todas formas de intertextualidade, de comunicação entre textos.

18. (SESC-PE–Assist. Adm. – 2013) Julgue o item a seguir.


Definindo-se intertextualidade, tem-se que é a relação que se estabelece entre dois textos,
quando um deles faz referência a elementos do outro.
Comentários:
Definição literal. Intertextualidade é a comunicação entre textos. Questão correta.
19. (COPERGÁS–Administrador – 2016) Idades e verdades
O médico e jornalista Drauzio Varella escreveu outro dia no jornal uma crônica muito instigante.
Destaco este trecho:
“Nada mais ofensivo para o velho do que dizer que ele tem ‘cabeça de jovem’. É considerá-lo
mais inadequado do que o rapaz de 20 anos que se comporta como criança de dez. Ainda que
maldigamos o envelhecimento, é ele que nos traz a aceitação das ambiguidades, das diferenças,
do contraditório e abre espaço para uma diversidade de experiências com as quais nem
sonhávamos anteriormente.”
Tomo a liberdade de adicionar meu comentário de velho: não preciso que os jovens acreditem
em mim, tampouco estou aberto para receber lições dos mocinhos. Nossa alternativa: ao nos
defrontarmos com uma questão de comum interesse, discutirmos honestamente que sentido ela
tem para nós. O que nos unirá não serão nossas diferenças, mas o que nos desafia.

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Deve-se entender que as afirmações de Dráuzio Varella e as do autor do texto mantêm entre si
a) uma clara relação de causa e efeito, na ordem em que são expostas.
b) uma relação de independência, uma vez que não os move uma questão comum.
c) uma interligação compulsória, pois não se entende uma sem a presença da outra.
d) um caráter de alguma complementaridade, dado que a segunda é motivada pela primeira.
e) uma relação de subordinação, pois a segunda é uma simples dedução da primeira.
Comentários:
Ocorre aqui uma intertextualidade (diálogo entre dois textos), por via de uma citação
(reprodução literal).
Após fazer a citação do texto de Drauzio Varella, o autor escreve: “Tomo a liberdade de
adicionar meu comentário”. Seu comentário é uma “adição”, um “complemento”, inspirado
(motivado) pelo texto citado. As partes são independentes e uma não decorre da outra, mas há
uma relação de continuação, de adendo, de concordância, de complementaridade.
Observamos que o autor se utiliza de uma técnica consagrada de desenvolvimento do parágrafo
introdutório: a citação. Sugere-se a opinião de alguém relevante, como fonte de inspiração à
opinião (em comum) que vem a seguir. Gabarito letra D.

INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO
Embora muitos alunos os tratem por sinônimos, interpretar e compreender são ações diferentes.
Sem filosofar muito, para efeito de prova, interpretar é ser capaz de depreender informações do
texto, deduzir baseado em pistas, inferir um subtexto, que não está explícito, mas está
pressuposto.
Compreender, por sua vez, seria localizar uma informação explícita no texto e não depende de
nenhuma inferência, porque está clara.
Essa diferença aparece nos enunciados, quando a banca nos informa se uma questão deve ser
resolvida por recorrência (compreensão) ou por inferência (interpretação). Veremos aqui uma
breve distinção teórica e depois partiremos para as questões, porque só aprendemos a
interpretar lendo e interpretando.

Recorrência:

O leitor deve buscar no texto aquela informação, sabendo que a resposta estará escrita com
outras palavras, em forma de paráfrase, ou seja, de uma reescritura. É o tipo mais comum: a
resposta está direta e literal no texto.

Inferência:

O leitor deve fazer deduções a partir do texto. O fundamento da dedução será um pressuposto,
ou seja, uma pista, vestígios que o texto traz. Deduzir além das pistas do texto é extrapolar.

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Geralmente questões de inferência trazem o seguinte enunciado: “depreende-se das ideias do


texto”.
Ex: Douglas parou de fumar.
Nessa informação temos um pressuposto, indicado no verbo parar. Só para de fumar quem
começou a fumar. Então podemos inferir, deduzir, depreender dessa frase que Douglas fumava.
Ex: Ainda não lançaram o novo filme do Tarantino.
O advérbio ainda é um pressuposto e traz o sentido implícito de que há expectativa de que o
filme já deveria ter saído.
Ex: Minha primeira esposa desistiu de comprar aquele carro que não polui o ambiente.
Pode se inferir de “primeira esposa” que o interlocutor se casou mais de uma vez, e que a
referida primeira esposa pretendia comprar um determinado carro, tanto que desistiu. A oração
restritiva “que não polui o ambiente” indica que nem todos os carros têm essa característica de
não poluir.
Ex: Embora ele tentasse estudar sempre, até nos fins de semana, continuou sendo
criticado.
A conjunção “embora”, por ser concessiva, nos permite inferir que aquela oração é vista como
um possível “obstáculo” ao que vai ser dito a seguir. Entende-se que o estudo constante deveria
impedir a crítica, mas não impede. O verbo “tentasse” já sugere que ele ‘tentava’, mas não
conseguia. A palavra denotativa “até” dá sentido de inclusão, mas com uma camada semântica
de concessão. Podemos depreender que “até nos fins de semana” indica que estudar no fim de
semana tem um valor diferente. A forma “continuou” implica um início anterior: só continua
quem começou.
Ex: A população supõe que os senadores se tornarão defensores da nova democracia.
Aqui, o uso do verbo “supõe” sugere uma crença no que não é verdadeiro. A forma “se
tornarão” indica mudança de estado, o que nos permite deduzir que o estado atual não é esse.
Em outras palavras, os senadores não são defensores da nova democracia. A próprosito, o
adjetivo ‘nova’ permite presumir a existência de uma democracia “velha”.
Os subentendidos, ao contrário dos pressupostos, não são decorrências necessárias das pistas,
mas são deduções subjetivas, são informações presumidas e insinuadas. Imagine os seguintes
diálogos entre pessoas no ponto de ônibus:
Ex1: — Você tem relógio?
— São 11 horas.
— Obrigado!
Ex2: —Você tem isqueiro?
—Tenho sim. Por quê?
—!!!

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No primeiro exemplo, havia um subentendido: “quero saber que horas são”, que foi
prontamente captado pelo ouvinte.
No segundo exemplo, havia um subentendido na pergunta: “gostaria de acenter meu cigarro”.
Mas o ouvinte não compreendeu a informação subentendida e respondeu de forma literal à
pergunta insinuada.
O pressuposto, embora traga informação implícita, está visivelmente registrado no teor daquelas
palavras, está “marcado linguisticamente”, ao passo que o “subentendido” é um insinuação, não
marcada linguisticamente, ou seja, não está propriamente nas palavras, é extralinguístico, está
nas entrelinhas. Por isso, a leitura literal das palavras pode levar a outra interpretação e não à
informação subentendida.
Vejamos mais um exemplo de subentendido:

Novamente, a “oferta” de café, subentendida, não foi observada pelo ouvinte, que se ateve ao
sentido literal registrado nas palavras.
Enfim, pessoal, infelizmente não há uma dica milagrosa para interpretação. Teremos sempre que
fazer esse exercício de buscar informações explícitas e implícitas no texto, baseado em vestígios
e pistas, nas entrelinhas, ou muitas vezes encontrando a reescritura equivalente de uma ideia
apresentada.

20. (MPU–Analista – 2018) Texto CB1A1-I


A impossibilidade de manter silêncio sobre um assunto é uma observação que pode ser
feita a respeito de muitos casos de patente injustiça que nos enfurecem de um modo até difícil
de ser capturado por nossa linguagem. Ainda assim, qualquer estudo sobre a injustiça também
demanda uma enunciação clara e uma análise arrazoada.
A necessidade de uma teoria da justiça está relacionada com a disciplina de argumentar
racionalmente sobre um assunto. Afirma-se, às vezes, que a justiça não diz respeito à
argumentação racional. É fácil ficar tentado a pensar nessa linha. Quando nos defrontamos, por
exemplo, com uma alastrada fome coletiva, parece natural protestar em vez de raciocinar de

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forma elaborada sobre a justiça e a injustiça. Contudo, uma calamidade seria um caso de
injustiça apenas se pudesse ter sido evitada, em especial se aqueles que poderiam ter agido
para tentar evitá-la tivessem deixado de fazê-lo. Entre os requisitos de uma teoria da justiça
inclui-se o de permitir que a razão influencie o diagnóstico da justiça e da injustiça.
Amartya Sen. A ideia de justiça. Denise Bottmann e Ricardo D. Mendes
(Trad.). São Paulo: Companhia das Letras, 2011 (com adaptações)
Infere-se do texto que calamidades com consequências de proporções imensuráveis não devem
ser consideradas casos de injustiça, já que é impossível contê-las.
Comentários:
Não foi dito que toda calamidade é impossível de ser contida, nem foi dito que são
“imensuráveis”. Caso seja possível evitar a calamidade e, por omissão, não seja, aí sim, segundo
autor, temos caso de “injustiça”. Questão incorreta.
21. (MPU–Analista – 2018) Utilizar texto da questão anterior.
O protesto é a primeira e a mais natural reação do ser humano a calamidades ou a casos de
injustiça.
Comentários:
Cuidado. O autor diz: “parece natural protestar em vez de raciocinar de forma elaborada sobre a
justiça e a injustiça”, o que sustenta dizer que protestar é uma reação comum diante de casos
extremos, como o mencionado no texto. No entanto, o item é categórico e geral demais ao
insinuar que é a reação mais natural do ser humano. Além disso, o texto não fala de “qualquer
injustiça”, mas sim “injustiças supostamente patentes” como, por exemplo, uma calamidade de
fome alastrada. Calamidades e injustiças são, nesse contexto, uma mesma situação, ao passo
que o “ou” do item sugere que são “coisas diferentes”. Questão incorreta.
22. (MPU–Analista – 2018) Utilizar texto da questão 26.
O autor do texto defende a ideia de que a razão é um elemento de relevância na definição do
que possa ser considerado justiça ou injustiça.
Comentários:
Sim, é um dos requisitos da “teoria da justiça”. Isso está literal em:
Entre os requisitos de uma teoria da justiça inclui-se o de permitir que a razão influencie o
diagnóstico da justiça e da injustiça. Questão correta.
23. (PC-GO–Delegado – 2017) Texto CB1A1AAA
A diferença básica entre as polícias civil e militar é a essência de suas atividades, pois
assim desenhou o constituinte original: a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
(CF), em seu art. 144, atribui à polícia federal e às polícias civis dos estados as funções de polícia
judiciária — de natureza essencialmente investigatória, com vistas à colheita de provas e, assim,
à viabilização do transcorrer da ação penal — e a apuração de infrações penais.

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Enquanto a polícia civil descobre, apura, colhe provas de crimes, propiciando a existência
do processo criminal e a eventual condenação do delinquente, a polícia militar, fardada, faz o
patrulhamento ostensivo, isto é, visível, claro e perceptível pelas ruas. Atua de modo preventivo-
repressivo, mas não é seu mister a investigação de crimes. Da mesma forma, não cabe ao
delegado de polícia de carreira e a seus agentes sair pelas ruas ostensivamente em
patrulhamento. A própria comunidade identifica na farda a polícia repressiva; quando ocorre um
crime, em regra, esta é a primeira a ser chamada. Depois, havendo prisão em flagrante, por
exemplo, atinge-se a fase de persecução penal, e ocorre o ingresso da polícia civil, cuja
identificação não se dá necessariamente pelos trajes usados.
Infere-se das informações do texto que
a) o uso de fardamento pela polícia militar é o que a diferencia da polícia civil, que prescinde dos
trajes corporativos.
b) a essência da atividade do delegado de polícia civil reside no controle, na prevenção e na
repressão de infrações penais.
c) ao delegado de polícia cabem a condução da investigação criminal e a apuração de infrações
penais.
d) a tarefa precípua dos delegados de polícia civil e de seus agentes é o patrulhamento
ostensivo nas ruas.
e) a função de polícia judiciária concretiza-se no policiamento ostensivo, preventivo e repressivo.
Comentários:
Pessoal, pela leitura do texto, temos a seguinte divisão:
A Polícia Civil, judiciária, investiga e apura as infrações penais, sua identificação não se dá
necessariamente pelos trajes usados. Não cabe ao delegado de polícia civil sair ostensivamente
para fazer patrulhamento.
A Polícia Militar, ostensiva, atua de modo preventivo-repressivo, é fardada e a população
reconhece nessa farada seu caráter repressivo.
Veja isso no texto:
Enquanto a polícia civil descobre, apura, colhe provas de crimes, propiciando a existência do
processo criminal e a eventual condenação do delinquente, a polícia militar, fardada, faz o
patrulhamento ostensivo, isto é, visível, claro e perceptível pelas ruas. Atua de modo preventivo-
repressivo, mas não é seu mister a investigação de crimes.
a) Incorreta. O que diferencia é são as atividades, previstas na constituição.
b) Incorreta. a essência da atividade do delegado de polícia civil reside na apuração de infrações
penais para a formação do processo judicial.
c) Exato. Ao delegado de polícia cabem a condução da investigação criminal e a apuração de
infrações penais.

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d) Incorreta. a tarefa precípua da polícia militar e de seus agentes é o patrulhamento ostensivo


nas ruas.
e) Incorreta. a função de militar concretiza-se no policiamento ostensivo, preventivo e repressivo.
Portanto, nosso gabarito é Letra C.
24. (PC-GO–Delegado – 2017) O texto CB1A1AAA (Questão anterior) é predominantemente
a) injuntivo.
b) narrativo.
c) dissertativo.
d) exortativo.
e) descritivo.
Comentários:
Pela leitura atenta do texto, percebemos que o autor expõe de forma clara e objetiva a
diferença entre as atribuições das polícias civil e militar. Essa exposição é neutra, sem defesa de
tese, reproduz os dizeres da Constituição Federal. Como marcas linguísticas, há predominância
de verbos no presente do indicativo, o que indica a intenção de dar ao conteúdo tom de
“verdade geral”, de “informação”, não de opinião. Essa é uma marca da dissertação, no caso, de
caráter meramente explicativo ou expositivo, pois não tem finalidade de comprovar ponto de
vista. Gabarito letra C.
25. (PC-RJ–Perito Criminal – 2013) No verso “Eu não me lembro mais”, a palavra em destaque
permite que o leitor infira um conteúdo pressuposto sobre a lembrança referida pelo sujeito
lírico. Indique- o.
a) Ele nunca se lembrou.
b) Ele agora se lembra mais do que já lembrara um dia.
c) Ele lembrará certamente num futuro próximo.
d) Ele já não se lembra daquilo que lembrara um dia
e) Ele não se lembra com a mesma intensidade do passado.-
Comentários:
O advérbio “mais” indica um pressuposto: se ela não se lembra “mais” é porque se lembrava
antes e agora já não lembra. Gabarito letra D.
26. (UFERSA–Contador – 2015) Considere o trecho reproduzido abaixo.
Distritos residenciais foram erguidos cada vez mais distantes das áreas centrais, onde
tradicionalmente estão os postos de trabalho. O movimento pendular entre moradia e emprego
tornou-se obrigatório para milhões de habitantes.
Em relação às informações implícitas, é correto afirmar que nele existem

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a) um subentendido marcado linguisticamente e um pressuposto sem marcação linguística.


b) dois subentendidos marcados linguisticamente.
c) dois pressupostos marcados linguisticamente.
d) um pressuposto sem marcação linguística e um subentendido marcado linguisticamente.
Comentários:
A questão é difícil, mas serve de exemplo do que vimos acima. Os pressupostos são informações
implícitas marcadas no texto, decorrentes logicamente do teor das palavras. Já os
subentendidos não são marcados linguisticamente, isto é, a informação não está nas palavras,
está no contexto, é insinuada indiretamente.
A forma “tornou-se” nos permite inferir que o movimento migratório não era obrigatório antes e
agora passou a ser. Pela expressão “cada vez mais” podemos inferir o pressuposto de que no
início os “Distritos residenciais foram erguidos” próximo aos centros comerciais e foram
gradativamente se distanciando. Gabarito letra C.
27. (PC-GO–Delegado – 2013) Na frase “[o homem] deixou de exercer sua força perante uma
força maior”, há o seguinte pressuposto acionado linguisticamente pelo verbo “deixar”:
a) No passado, o homem exerceu sua força perante uma força maior.
b) O homem é por natureza um ser que procura impor-se pela força física.
c) O homem esperto sabe que pode exercer sua força perante o mais fraco.
d) Nos dias atuais, o homem busca várias formas de exercer seu poder sobre os demais.
Comentários:
Ora, se o homem “deixou de execer”, podemos inferir que um dia, no passado, exerceu e que
agora não exerce mais. Gabarito letra A.
28. (COPESE-UFT–Agente Administrativo Educacional – 2013) Na frase “Carlos começou a
trabalhar”, podemos interpretar como informação pressuposta implícita que:
a) Carlos não continuou no emprego.
b) Carlos não gostava de trabalhar.
c) Carlos não precisa de emprego.
d) Carlos não trabalhava antes.
Comentários:
Pensemos. Se Carlos “começou”, podemos pressupor que Carlos antes não trabalhava, já que
alguém só começa a fazer uma coisa que antes não estava fazendo. O verbo “começar” não
permite, todavia, que afirmemos que Carlos não continuou o trabalho, que ele não gostava ou
não precisava do emprego. Gabarito letra D.

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Leia o texto todo. Leia outra A ideia central na Questões de recorrência são
resolvidas encontrando uma
vez, marcando as ideias introdução e na conclusão
paráfrase. Questões de
centrais de cada parágrafo, é a tese. No
inferência exigem uma
que frequentemente vêm no desenvolvimento é o dedução baseada e
seu início. tópico frasal. pressupostos.

JULGAMENTO DE ASSERTIVAS: PRINCIPAIS ERROS.


Pessoal, vamos ver agora os principais raciocínios equivocados que fazem o aluno errar na hora
da prova.

Extrapolar:
Esse é o erro mais comum. O texto vai até um limite e o examinador oferece uma assertiva que
“vai além” desse limite. O examinador inventa aspectos que não estão contidos no texto e o
candidato, por não ter entendido bem o texto, preenche essas lacunas com a imaginação,
fazendo outras associações, à margem do texto, estimulado pela assertiva errada. O exemplo
mais perigoso é a extrapolação com informação verdadeira, mas que não está no texto.

Limitar e Restringir:
É o contrário da extrapolação. Geralmente se manifesta na supressão de informação essencial
para o texto. A assertiva reducionista omite parte do que foi dito ou restringe o fato discutido a
um universo menor de possibilidades.

Acrescentar opinião:
Nesse tipo de assertiva errada, o examinador parafraseia parte do texto, mas acrescenta um
pouco da sua própria opinião, opinião esta que não foi externada pelo autor. A armadilha dessas
afirmativas está em embutir uma opinião que não está no texto, mas que está na consciência
coletiva, pelo fato de ser um clichê ou senso comum que o candidato possa compartilhar.

Contradizer o texto.
O texto original diz “A” e o texto parafraseado da assertiva errada diz “Não A” ou “B”. Para
disfarçar essa contradição, a banca usará muitas palavras do texto, fará uma paráfrase muito
semelhante, mas com um vocábulo crucial que fará o sentido ficar inverso ao do texto.

Tangenciar o tema.

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O examinador cria uma assertiva que aparentemente se relaciona ao tema, mas fala de outro
assunto, remotamente correlato. No mundo dos fatos, aqueles dois temas podem até ser afins,
mas no texto não se falou do segundo, só do primeiro; então houve fuga ao tema.
Vamos fazer um exercício e localizar esses erros num texto.
Para evitar os erros acima, o leitor deve ser capaz de fazer o “recorte temático”, isto é, uma
delimitação do tema, um estabelecimento de fronteiras do que está no texto e o que o
extrapola.

29. (Questão Inédita – 2019) As causas do desemprego no mundo


Atualmente o mundo atingiu um nível muito alto de desemprego, fato que só havia
acontecido, em proporções similares, após a crise de 29.
Segundo os órgãos internacionais, existem hoje, aproximadamente, 850 milhões de
pessoas desempregadas, algumas profissões foram superadas outras extintas, o crescimento
constante de tecnologias provoca alterações no mercado de trabalho em todo o mundo.
Até mesmo em países de terceiro mundo, as fábricas e indústrias estão sofisticadas e
modernas. As empresas são obrigadas a investir maciçamente em tecnologia para garantir
rapidez e melhorar a qualidade, itens necessários em um mercado tão competitivo.
De acordo com os fragmentos abaixo, julgue os itens:
I- Consoante algumas instituições internacionais, um número próximo de 850 milhões de pessoas
estão desempregadas, pois o desenvolvimento das tecnologias de automação modificou
profundamente as relações de trabalho, aumentando a rotatividade nos postos de trabalho.
II- Segundo o autor, o desemprego no Brasil atingiu um nível muito alto, algo que só ocorrera
após a depressão de 1929.
III- Fábricas em países de terceiro mundo, ao contrário do que possa parecer, ostentam plantas
modernas, em que há grandes investimentos em tecnologia, pois esse é um fator necessário
para sobreviver num mercado competitivo, assim como a qualidade da mão de obra.
IV- De acordo com organismos internacionais, há aproximadamente 850 milhões de
desempregados, tendo em vista que algumas profissões foram superadas e extintas, além do
fato de que o crescimento constante de tecnologias provoca manutenção das relações de
trabalho no mercado em todo o mundo. Tal nível de desemprego é sem precedentes na história.
V- Os investimentos em tecnologia são um grande fator para a deterioração dos benefícios
trabalhistas, constitucionalmente garantidos, acentuando a condição de hipossuficiente dos
operários das modernas e sofisticadas fábricas em todo o mundo.

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Comentários:
I- No primeiro item, há extrapolação. O texto não menciona nada sobre automação nem sobre
rotatividade de trabalho; embora seja possível fazer essas associações à luz do tema
“desemprego” isso foi além do que estava escrito no texto. Essas informações não estão
contidas.
II- Houve redução drástica da abrangência do tema. O autor fala do desemprego em todo o
mundo; a assertiva somente menciona o Brasil, tornando o universo da discussão muito restrito.
III- Esse “ao contrário do que possa parecer” é opinião do examinador levemente embutida no
item. O texto não diz claramente que as fábricas parecem menos modernas. Pelo contrário, diz
que até as fábricas em países de terceiro mundo estão sofisticadas; então poderíamos até
entender um sentido concessivo de que não é esperado que essas fábricas sejam modernas, mas
isso é diferente de dizer que “não parecem” modernas. também foi acrescentada uma outra
opinião: que “a qualidade da mão de obra é tão importante quanto a tecnologia”. Essas
opiniões são compartilhadas por muitas pessoas, então o candidato pode se identificar e marcar
o item como certo. Contudo, não constam no texto escrito.
IV- O item é quase todo igual ao texto original, mas no finalzinho traz uma informação oposta:
“o crescimento constante de tecnologias provoca manutenção das relações de trabalho”. Não
há manutenção, há mudanças constantes, nas palavras do autor, há “alterações”. Também
contradiz o texto a parte: “Tal nível de desemprego é sem precedentes na história”. Isso não é
verdade, pois também houve desemprego alto após a crise de 29, conforme o texto.
V- O tema do texto é o aumento do desemprego. Esta assertiva menciona indiretamente a
tecnologia, mas foca em outro tema: “direitos trabalhistas”. Embora remotamente relacionados,
houve fuga ao objeto principal do texto.
Dessa forma, observamos que, embora todas as alternativas tragam palavras muito semelhantes
às do texto, todos os itens estão errados. Gabarito EEEEE.

Viram, pessoal? É assim que a banca trabalha para te enganar. Muda pequenas partes do texto,
subtraindo ou acrescentando informações com o propósito de mudar o sentido da assertiva.

ERROS DE INTERPRETAÇÃO TEXTUAL


Extrapolar o texto lido
Reduzir ou restringir o texto lido
Acrescentar opinião não indicada pelo
autor
Contradizer o texto lido

Evadir ou tangenciar o tema

O mais importante é sempre praticar muito, ler vários textos, tentar responder aos itens e ler nos
comentários qual foi o raciocínio que fundamentou o gabarito. Vá praticando devagar, textos
são longos e levam tempo, mas não há outra forma de melhorar sua leitura senão ler. Se

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necessário, faça suas baterias de questões em partes, para não ficar cansado lendo muitos textos
de uma só vez.

NÍVEIS DE LINGUAGEM
Basicamente, os níveis de linguagem são variações linguísticas ligadas ao nível de formalidade,
elaboração e observância de convenções gramaticais ou socioculturais.
Este tema deriva diretamente da diferença entre língua falada e escrita, que precisamos
relembrar aqui. Vamos então às características gerais da linguagem oral em oposição à
linguagem escrita:
Presença de onomatopéias, exclamações;
Repetição de palavras e uso de gestos;
Alusão a elementos situacionais (dêiticos) já conhecidos como participantes (eu; você), lugar
(aqui, ali, acolá), assunto (isto/aquilo), tempo (agora, ontem). Por contar com elementos
contextuais e gestuais, a língua falada é mais econômica;
Frases interrompidas ou incompletas;
Raro emprego de certas estruturas, como o pretérito mais-que-perfeito simples (fizera,
comprara) e as estruturas com “cujo (a)(s)”.
Os linguistas reconhecem que existe na língua falada uma “língua comum”, formada por
palavras, expressões e estruturas mais usuais, vista como simples, mas correta. A partir daí, há
um nível crescente de “elaboração” desta linguagem. Podemos então identificar, de modo
geral, níveis mais elaborados – linguagem cuidada ou tensa e a linguagem oratória. Em nível
maior de informalidade, temos a linguagem familiar e a linguagem informal (ou “popular”). Esses
níveis vão se manifestar de acordo com a situação e a necessidade de adaptação ao momento e
aos participantes.

Língua Falada: Língua Escrita:

Linguagem oratória: discursos, sermões


linguagem literária, cartas e
documentos oficiais
Linguagem cuidada: cursos, comunicações orais

comunicações escritas
Linguagem comum: conversação, rádio, televisão
comuns

linguagem descuidada,
conversação informal, não incorreta, linguagem
Linguagem familiar:
“elaborada” literária que imita a língua
falada informal

Naturalmente, essas distinções são muito imprecisas, apoiam-se em critérios sócio-culturais. Uma

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pessoa não usará o mesmo nível de linguagem ao fazer um discurso e ao conversar com amigos
num bar. Também é de se supor que a linguagem oral empregada em programas como jornais
será bastante modulada e apresentará traços de rigidez da linguagem escrita. Quando mais
informal, menor o cuidado do falante, então maior será a presença de erros gramaticais,
estruturas fragmentadas, omissão de termos; por outro lado, será menos preciso o vocabulário e
tenderá a haver
Em suma, o tema “níveis de linguagem” pode ser resumido em tendências gerais da linguagem
fala e escrita, verificadas em cada situação comunicativa específica, seguindo a lógica da
variação linguística situacional e da diamésica (fala x escrita).

30. (ALAP / ANALISTA LEGISLATIVO / 2020)


Distribuição justa
A justiça de um resultado distributivo das riquezas depende das dotações iniciais dos
participantes e da lisura do processo do qual ele decorre. Do ponto de vista coletivo, a questão
crucial é: a desigualdade observada reflete essencialmente os talentos, esforços e valores
diferenciados dos indivíduos, ou, ao contrário, ela resulta de um jogo viciado na origem e no
processo, de uma profunda falta de equidade nas condições iniciais de vida, da privação de
direitos elementares ou da discriminação racial, sexual, de gênero ou religiosa?
A condição da família em que uma criança tiver a sorte ou o infortúnio de nascer, um risco
comum, a todos, passa a exercer um papel mais decisivo na definição de seu futuro do que
qualquer outra coisa ou escolha que possa fazer no ciclo da vida. A falta de um mínimo de
equidade nas condições iniciais e na capacitação para a vida tolhe a margem de escolha, vicia o
jogo distributivo e envenena os valores da convivência. A igualdade de oportunidades está na
origem da emancipação das pessoas. Crianças e jovens precisam ter a oportunidade de
desenvolver seus talentos de modo a ampliar seu leque de escolhas possíveis na vida prática e
eleger seus projetos, apostas e sonhos de realização.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 106)

No contexto do primeiro parágrafo, as expressões dotações iniciais de participantes e lisura do


processo constituem
(A) as causas ocultas da distribuição de riquezas que acaba por não fazer justiça às habilidades
próprias dos indivíduos.
(B) as metas mais justas a serem alcançadas por um conveniente processo distributivo das
limitadas riquezas disponíveis.
(C) os fatores diretamente condicionantes da possibilidade de haver justiça no processo

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distributivo das riquezas.


(D) as razões de ser de todo processo de distribuição de riquezas que premie o talento inato dos
mais competentes.
(E) um objetivo idealista cuja aparência de justiça se apaga quando competidores aproveitam
mal oportunidades iguais.
Comentários:
A lógica proposta no texto, em síntese, é a seguinte:
Se os recursos iniciais do "jogo" não são distribuídos com igualdade, o processo já começa com
defeito, pois quem foi privado desses recursos terá sua escolha tolhida e não estará nas mesmas
condições de ter seu mérito recompensado. Dito de outra forma, se todo mundo começasse
uma corrida com um mesmo carro, poder-se-ia presumir que o vencedor seria o de maior
habilidade. Se alguns começam com carros inferiores, esta lógica fica prejudicada.
Assim, as dotações iniciais de participantes e lisura do processo (os recursos distribuídos no
início do jogo/o carro dado no início da corrida) são uma condição para que haja justiça no
processo distributivos da riqueza. Se todos não partem do mesmo ponto, com os mesmos
recursos, não há como distribuir com justiça as riquezas.
Gabarito letra C.
Vejamos os problemas das demais:
A) Não são "causas", são requisitos para um processo justo de distribuição.
B) Não são metas, são condições. Ademais, não se falou nada de recursos limitados.
D) Bem confusa. Não são "razões" nem se falou nada de talento "inato".
E) Não há oportunidades iguais, por isso a distribuição injusta prejudica o processo.
31. (ALAP / ANALISTA LEGISLATIVO / 2020)
Utilizar texto da questão anterior.
Em síntese, depreende-se da leitura do segundo parágrafo que
(A) as escolhas nas quais se faz justiça aos talentos das crianças e dos jovens tornam-se possíveis
com a equidade das condições iniciais.
(B) a condição familiar de origem não tem peso determinante no desenvolvimento das
qualidades pessoais de uma criança.
(C) as aspirações e os sonhos das crianças e dos jovens só se formularão quando tiverem
alcançado alguma possibilidade de realização.
(D) a dotação injusta de talentos individuais faz com que não haja equidade ao final do processo
de distribuição das riquezas.
(E) a capacitação natural para a vida leva a tornar vicioso o jogo distributivo das riquezas
disponíveis em cada ocasião.

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Comentários:
Novamente a lógica: condições iniciais iguais permitem fazer justiça aos méritos individuais.
A condição da família em que uma criança tiver a sorte ou o infortúnio de nascer, um risco
comum, a todos, passa a exercer um papel mais decisivo na definição de seu futuro do que
qualquer outra coisa ou escolha que possa fazer no ciclo da vida. A falta de um mínimo de
equidade nas condições iniciais e na capacitação para a vida tolhe a margem de escolha, vicia o
jogo distributivo e envenena os valores da convivência. A igualdade de oportunidades está na
origem da emancipação das pessoas. Crianças e jovens precisam ter a oportunidade de
desenvolver seus talentos de modo a ampliar seu leque de escolhas possíveis na vida prática e
eleger seus projetos, apostas e sonhos de realização.
Gabarito letra A.
Vejamos o problema das demais:
B) Incorreto. A condição tem peso determinante sim, pois tolhe as escolhas.
C) Incorreto. As crianças têm sonhos independentemente das condições iniciais, o que ocorre é
que suas escolhas para perseguir seus sonhos são tolhidas pela falta de recursos.
D) Incorreto. A dotação injusta não é de talentos, mas de recursos iniciais justos, para que o
talento então possa ser o motivo determinante para conseguir ou não riqueza.
E) Incorreto. Não é a capacitação natural que torna o jogo vicioso, mas sim a falta de recursos
iguais que nivelem a competição e a convivência.
32. (DPE-RJ–Técnico Superior Jurídico – 2019) Texto 1
Uma revista de Educação mostrava o seguinte segmento:
“Os modelos pedagógicos de nossas escolas ainda são muito mais direcionados ao ensino
teórico para passar no funil do vestibular, obrigando os alunos a decorar fórmulas matemáticas,
afluentes de rios ou a morfologia dos insetos para ter depois seus conhecimentos testados e
avaliados por notas que não diferenciam as vocações ou interesses individuais. É uma avaliação
cruel, que prioriza a inteligência da decoreba ao invés da inteligência criativa”.
Entre as ideias defendidas no texto 1, a única que NÃO está presente é:
a) a criatividade deve ser priorizada nos modelos pedagógicos;
b) as notas dadas às provas não visam aos interesses pessoais;
c) o ensino teórico é uma decorrência dos exames vestibulares;
d) os exames vestibulares não avaliam com critérios válidos;
e) alguns tópicos tradicionais do ensino são inúteis nos exames vestibulares.
Comentários:
Vejamos:
a) Correto. Se a avaliação é considerada “cruel” por não priorizar a criatividade, então está

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evidente no texto que a criatividade deve ser priorizada.


b) Correto. Literal do trecho “avaliados por notas que não diferenciam as vocações ou interesses
individuais.”
c) Correto. Esse ensino reflete a decoreba que será cobrada no vestibular: “são muito mais
direcionados ao ensino teórico para passar no funil do vestibular, obrigando os alunos a decorar
fórmulas matemáticas, afluentes de rios ou a morfologia dos insetos para ter depois seus
conhecimentos testados”
d) Correto. Avaliam privilegiando a decoreba, então não é um bom critério, segundo o texto.
e) Incorreto. Os tópicos tradicionais são úteis, pois o vestibular privilegia a decoreba. Gabarito
letra E.
33. (DPE-RJ–Técnico Superior Jurídico – 2019) Texto 2
“Nós conhecemos você tanto quanto você nos conhece.
E não há nada melhor que isso: confiança.
O que nos move é você. Seu jeito de ser, o que valoriza.
Faz sentido pra você, faz sentido pra gente.
A gente veste a sua camisa”.
Esse texto está fixado na parede de uma loja de roupas masculinas e funciona como um texto
publicitário da loja.
A finalidade principal do texto 2 é:
a) indicar a sofisticação dos produtos da loja por meio de uma linguagem formal;
b) mostrar a preocupação da loja com o que o cliente veste;
c) demonstrar a informalidade no atendimento;
d) produzir proximidade social entre loja e cliente;
e) destacar o fácil acesso do cliente à loja.
Comentários:
Questão direta. O texto sugere uma relação de amizade e confiança entre cliente e loja, além de
declarar expressamente que o que move a loja é o cliente. Então, a intenção é aproximar loja e
cliente como se fossem íntimos, ao contrário de uma mera relação comercial.
a) indicar a sofisticação dos produtos da loja por meio de uma linguagem formal;
A linguagem não é formal, inclusive temos “pra”, indício de informalidade, contração típica da
fala.
b) mostrar a preocupação da loja com o que o cliente veste;
A loja não liga para o que o cliente veste, deseja trazê-lo para comprar suas roupas.

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c) demonstrar a informalidade no atendimento;


Há indício de informalidade, mas isso de forma alguma é o objetivo principal do texto.
e) destacar o fácil acesso do cliente à loja.
Não há referência a acesso fácil. Gabarito letra D.
34. (DPE-RJ–Técnico Superior Jurídico – 2019) “Hoje, em todo o mundo, cerca de 550 milhões
de pessoas estão conectadas à Internet – quase 9 milhões delas no Brasil. Quando a rede de
computadores começou a popularizar-se, dez anos atrás, os apocalípticos de plantão, sempre
eles, logo alardearam que os efeitos colaterais mais nefastos desse fenômeno seriam o
isolamento e a alienação. Que as pessoas deixariam de relacionar-se, que se tornariam ainda
mais sedentárias, que teriam o seu cotidiano moldado por uma espécie de irrealidade digital,
que emburreceriam, e por aí vai”. (Veja, 03/03/2004, p. 85)
Argumentativamente, o texto:
a) condena indiretamente a Internet, mostrando ironicamente argumentos contra ela;
b) parte de uma afirmação inicial indiscutível para, em seguida, explicitar alguns de seus termos;
c) mostra que algumas críticas apressadas se tornam ridículas com o passar do tempo;
d) procura historicamente justificar algumas críticas contra a Internet;
e) critica as pessoas que, usando a Internet, se afastam do convívio social.
Comentários:
A argumentação do texto indica que a popularização da internet é uma realidade e que muitas
especulações feitas pelos “alarmistas” não se concretizaram. Então, isso equivale a dizer que o
texto: mostra que algumas críticas apressadas se tornam ridículas com o passar do tempo
Gabarito letra C.
Vejamos:
a) Incorreto. Não condena, parece inclusive elogiar, ao chamar de “alarmistas” quem previu
terríveis efeitos colaterais da internet.
b) Incorreto. Parte sim de uma afirmativa categórica apresentada como fato estatístico, mas não
explicita elementos dessa sentença.
d) Incorreto. Na verdade, usa a história para invalidar, provar o erro de algumas críticas feitas.
e) Incorreto. Não critica, na verdade essa seria a crítica dos “alarmistas”, não do autor.
35. (DPE-RJ–Técnico Superior Jurídico – 2019) Falando das próximas Olimpíadas, um jornal do
Rio estampou a seguinte manchete:
A 500 dias. Contagem regressiva para Tóquio e aposta de medalhas em esportes vitoriosos e
estreantes.
Entende-se da manchete que:

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a) alguns atletas estreantes mostram chances nítidas de medalhas;


b) os atletas brasileiros garantem medalhas em esportes em que já são vitoriosos;
c) a contagem regressiva se refere à preparação física de atletas para Tóquio;
d) os 500 dias se referem ao prazo de convocação dos atletas olímpicos;
e) as Olimpíadas incluirão esportes inéditos no calendário olímpico.
Comentários:
O cerne da questão era essa expressão “esportes vitoriosos e estreantes”. O primeiro adjetivo
foi usado no sentido de “tradicional” e o segundo foi usado no sentido de “novo, inédito”, pois
“estreia” refere-se a algo apresentado pela primeira vez.
Gabarito letra E.
Vejamos:
a) Os esportes são estreantes, não foi dito que são os atletas.
b) Não há nenhum tipo de referência a atleta brasileiro.
c) A contagem é para os jogos, não para a preparação.
d) Referem-se a data de início dos jogos, os atletas são convocados antes.
36. (DPE-RJ–Técnico Superior Jurídico – 2019) Numa entrevista com a pesquisadora Moira
Weigel, ocorre o seguinte diálogo:
__ Qual a definição de politicamente correto?
__ Para mim, politicamente correto é um sinônimo de educação.
Essa é minha definição. Para outras pessoas, críticas do conceito, politicamente correto quer
dizer algo ruim, uma espécie de censura que impede que as pessoas falem livremente sobre
todos os assuntos”.
A frase abaixo em que a afirmação feita está de acordo com a definição dada pela entrevistada
é:
a) “o politicamente correto veio colocar racismo onde não havia”;
b) “o politicamente correto pretende melhorar o convívio”;
c) “o politicamente correto acaba com a liberdade de expressão”;
d) “o politicamente correto acaba com o preconceito”;
e) “o politicamente correto valoriza as minorias”.
Comentários:
Cuidado com a viagem! Aqui, devemos focar estritamente no que a autora diz, deixando de lado
paixões alheias ao texto. A definição da entrevistada é: politicamente correto é “educação”. No
texto, educação remete à ideia de civilidade, de um conjunto de atitudes que melhora o convívio

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entre as pessoas. Então, só podemos inferir que é algo relacionado à convivência. Não é
coerente extrapolar o texto para fazer relação com racismo, minorias ou preconceito. Gabarito
letra B.
37. (DPE-RJ–Técnico Superior Jurídico – 2019) “Pensamos com o idioma; se é mal usado,
pensaremos mal!”
(Fernando Lázaro Carreter)
Para esse linguista, a função da língua escrita é:
a) preservar o saber construído;
b) produzir conhecimentos;
c) criar arte;
d) memorizar dados;
e) manter valores político-sociais.
Comentários:
A frase mostra que o idioma é o “meio/instrumento” do pensamento (pensamos COM ele);
quando pensamos, geramos ideias, criamos conhecimento usando a língua; então, conclui-se
que a função da língua é produzir conhecimento.
Gabarito letra B.
Nessa questão, entendo que a banca fez uma restrição indevida, pois o texto não limita o idioma
à língua escrita. Contudo, na FGV, marcamos sempre a melhor resposta.
38. (DPE-RJ–Técnico Médio De Defensoria – 2019) A respeito de algumas tragédias que afetam
o nosso país, o jornal O Globo, de 16/02/2019, fez uma reportagem a que deu o título “Por que
o Brasil repete as suas tragédias”.
Pelo título dado a essa reportagem, o leitor pode concluir que o texto deve:
a) mostrar o desprezo das autoridades pelo ambiente natural;
b) atribuir as culpas das últimas ocorrências;
c) indicar as consequências dos desastres naturais;
d) enumerar as tragédias ocorridas;
e) responder à pergunta do título.
Comentários:
Sem ler o texto, podemos concluir que o título introduz uma pergunta que deve ser respondida
ao longo do desenvolvimento do texto. O título serve justamente para seduzir o leitor e anunciar
o tema.
Gabarito letra E.
39. (DPE-RJ–Técnico Médio De Defensoria – 2019) Texto 2

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“Em linhas gerais a arquitetura brasileira sempre conservou a boa tradição da arquitetura
portuguesa. De Portugal, desde o descobrimento do Brasil, vieram para aqui os fundamentos
típicos da arquitetura colonial. Não se verificou, todavia, uma transplantação integral de gosto e
de estilo, porque as novas condições de vida em clima e terras diferentes impuseram adaptações
e mesmo improvisações que acabariam por dar à do Brasil uma feição um tanto diferente da
arquitetura genuinamente portuguesa ou de feição portuguesa. E como arquitetura portuguesa,
nesse caso, cumpre reconhecer a de característica ou de estilo barroco”. (Luís Jardim,
Arquitetura brasileira. Cultura, SP: 1952)
Pela estrutura geral do texto 2, ele deve ser incluído entre os textos:
a) descritivos;
b) narrativos;
c) dissertativo-expositivos;
d) dissertativo-argumentativos;
e) injuntivos.
Comentários:
O texto é essencialmente dissertativo-argumentativo porque traz elementos informativos para
sustentar uma tese: a arquitetura brasileira conservou traços da portuguesa, mas não
permaneceu diferente. Gabarito letra D.
40. (SEPLAG-RECIFE–Ass. De Gestão Pública – 2019) Mais da metade dos seres humanos hoje
vivem em cidades, e esse número deve aumentar para 70% até 2050. Em termos econômicos, os
resultados da urbanização foram notáveis. As cidades representam 80% do Produto Interno
Bruto (PIB) global. Nos Estados Unidos, o corredor Boston-Nova York-Washington gera mais de
30% do PIB do país.
Mas o sucesso tem sempre um custo – e as cidades não são exceção, segundo análise do
Fórum Econômico Mundial. Padrões insustentáveis de consumo, degradação ambiental e
desigualdade persistente são alguns dos problemas das cidades modernas. Recentemente,
entraram na equação as consequências da transformação digital. Há quem fale sobre uma futura
desurbanização. Mas os especialistas consultados pelo Fórum descartam essa possibilidade.
Preferem discorrer sobre como as cidades vão se adaptar à era da digitalização e como vão
moldar a economia mundial.
A digitalização promete melhorar a vida das pessoas nas cidades. Em cidades inteligentes
como Tallinn, na Estônia, os cidadãos podem votar nas eleições nacionais e envolver-se com o
governo local via plataformas digitais, que permitem a assinatura de contratos e o pagamento
de impostos, por exemplo. Programas similares em Cingapura e Amsterdã tentam criar uma
espécie de “governo 4.0”.
Além disso, a tecnologia vai permitir uma melhora na governança. Plataformas digitais
possibilitam acesso, abertura e transparência às operações de governos locais e provavelmente
irão mudar a forma como os governos interagem com as pessoas.

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(Adaptado de:“5 previsões para a cidade do futuro, segundo o Fórum Econômico Mundial”.
Disponível em: https://epocanegocios.globo.com)
Na apresentação de previsões quanto ao futuro das cidades, o autor
a) cita dados que mostram o aumento da urbanização como fruto da transformação digital.
b) contrasta aspectos positivos e negativos da digitalização no exercício da cidadania.
c) aponta os problemas decorrentes do emprego da digitalização na economia mundial.
d) apresenta opiniões divergentes no que respeita à sustentabilidade nos meios urbanos.
e) recorre à opinião de especialistas e menciona cidades que usam recursos digitais atualmente.
Comentários:
a) Incorreta. Não foi dito que o aumento da urbanização é fruto da transformação digital.
b) Incorreta. Não fala de aspectos negativos da digitalização no exercício da cidadania, fala de
aspectos negativos da urbanização (degradação ambiental, desigualdade)
c) Incorreta. Não aponta os problemas decorrentes do emprego da digitalização na economia
mundial, apenas menciona aspectos negativos da urbanização.
d) Incorreta. Não fala de sustentabilidade, mas sim de efeitos positivos da digitalização.
e) Correta. Recorre à opinião de especialistas (analistas do Fórum Econômico Mundial) e
menciona cidades que usam recursos digitais atualmente (Tallin, Cingapura, Amsterdã). Gabarito
letra E.
41. (SEPLAG-RECIFE–Ass. de Gestão Pública – 2019) Utilizar texto da questão anterior.
Mas o sucesso tem sempre um custo − e as cidades não são exceção, segundo análise do Fórum
Econômico Mundial. (2º parágrafo)
Nesse trecho, constata-se a presença de uma
a) incoerência.
b) retificação.
c) generalização.
d) hipótese.
e) recomendação.
Comentários:
A afirmação: “o sucesso sempre tem um curso” é uma generalização, pois não prevê nenhuma
exceção, isto é, sugere que o sucesso nunca é totalmente positivo. Gabarito letra C.
42. (SEPLAG-RECIFE–Ass. de Gestão Pública – 2019) Desde 2016, registra-se queda na
cobertura vacinal de crianças menores de dois anos. Segundo o Ministério da Saúde, entre
janeiro e agosto, nenhuma das nove principais vacinas bateu a meta estabelecida — imunizar
95% do público-alvo. O percentual alcançado oscila entre 50% e 70%.

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As autoridades atribuem o desleixo a duas causas. Uma: notícias falsas alarmantes


espalhadas pelas redes sociais. Segundo elas, vacinas seriam responsáveis pelo autismo e outras
enfermidades. A outra: a população apagou da memória as imagens de pessoas acometidas por
coqueluche, catapora, sarampo. Confirmar-se-ia, então, o dito de que o que os olhos não veem
o coração não sente.
Trata-se de comportamento irresponsável que tem consequências. De um lado, ao
impedir que o infante indefeso fique protegido contra determinada doença, os pais lhe
comprometem a saúde (e até a vida). De outro, contribuem para que a enfermidade continue a
se propagar pela população. Em bom português: apunhalam o individual e o coletivo. Põem a
perder décadas de esforço governamental de proteger os brasileiros de doenças evitáveis.
O Brasil, vale lembrar, é citado como modelo pela Organização Mundial de Saúde. As
campanhas de vacinação exigiram esforço hercúleo. Para cobrir o território nacional e cumprir o
calendário, enfrentaram selvas, secas, tempestades. Tiveram êxito. Deixaram relegada para as
páginas da história a revolta da vacina, protagonizada pela população do Rio de Janeiro que, no
início do século passado, se rebelou contra a mobilização de Oswaldo Cruz para reduzir as
mazelas do Rio de Janeiro. O médico quis resolver a tragédia da varíola com a Lei da Vacina
Obrigatória.
Tal fato seria inaceitável hoje. A sociedade evoluiu e se educou. O calendário de
vacinação tornou-se rotina. Graças ao salto civilizatório, o país conseguiu erradicar males que
antes assombravam a infância. O retrocesso devolverá o Brasil ao século 19. Há que reverter o
processo. Acerta, pois, o Ministério da Saúde ao deflagrar nova campanha de adesão para evitar
a marcha rumo à barbárie. O reforço na equipe de agentes de imunização deve merecer atenção
especial.
(Adaptado de: “Vacina: avanço civilizatório”. Diário de Pernambuco. Editorial. Disponível em:
www.diariodeper-nambuco.com.br)
O texto expressa um ponto de vista condizente com o que se afirma em:
a) A população brasileira é irresponsável ao não aderir às campanhas de vacinação promovidas
pelo Ministério da Saúde.
b) Falta investimento público em campanhas de vacinação que sejam de fato eficazes para o
controle de doenças letais.
c) Doenças já erradicadas voltaram a assolar a população porque os brasileiros não foram
orientados a vacinar seus filhos.
d) As campanhas de vacinação do Ministério da Saúde foram mal planejadas e, por isso, não
chegaram a alcançar sucesso.
e) O pouco conhecimento da população brasileira acerca das campanhas de vacinação acarretou
surtos de doenças evitáveis.
Comentários:
O texto expressamente diz que uma das causas é a omissão da população e que essa omissão é

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uma irresponsabilidade:
As autoridades atribuem o desleixo a duas causas. Uma: notícias falsas alarmantes espalhadas
pelas redes sociais. Segundo elas, vacinas seriam responsáveis pelo autismo e outras
enfermidades. A outra: a população apagou da memória as imagens de pessoas acometidas por
coqueluche, catapora, sarampo (esqueceu do perigo e não vai se vacinar). Confirmar-se-ia,
então, o dito de que o que os olhos não veem o coração não sente.
Trata-se de comportamento irresponsável que tem consequências. Gabarito letra A.
43. (SEPLAG-RECIFE–Ass. de Gestão Pública – 2019) Utilizar texto da questão anterior.
Com a alusão ao provérbio o que os olhos não veem o coração não sente, reforça-se a ideia de
que
a) a população já se esqueceu dos riscos de algumas doenças visadas pelas atuais campanhas de
vacinação, como coqueluche, catapora e sarampo.
b) as campanhas de vacinação têm priorizado inadvertidamente doenças que já não implicam
risco de contágio à maior parte da população.
c) as campanhas de conscientização do Ministério da Saúde não devem subestimar o
conhecimento que o público adquire por meio do estudo formal.
d) as notícias falsas espalhadas pelas redes sociais são eficazes porque recorrem a registros
audiovisuais que apelam a um envolvimento afetivo.
e) a imunização carece do estabelecimento de metas realistas, embora informar a população
acerca dos riscos das doenças seja uma estratégia válida.
Comentários:
Essa questão é praticamente a mesma da anterior. Uma das causas é a omissão da população
em se vacinar, esta omissão é causada pelo esquecimento dos efeitos das doenças que são
objetos da campanha. Como não veem muito os efeitos, esquecem a causa e não vão se vacinar.
Gabarito letra A.
44. (PGE-PE–Ana. Judiciário de Procuradoria – 2019) Texto CB2A1-I
Raras vezes na história humana, o trabalho, a riqueza, o poder e o saber mudaram
simultaneamente. Quando isso ocorre, sobrevêm verdadeiras descontinuidades que marcam
época, pedras miliares no caminho da humanidade. A invenção das técnicas para controlar o
fogo, o início da agricultura e do pastoreio na Mesopotâmia, a organização da democracia na
Grécia, as grandes descobertas científicas e geográficas entre os séculos XII e XVI, o advento da
sociedade industrial no século XIX, tudo isso representa saltos de época, que desorientaram
gerações inteiras.
Se observarmos bem, essas ondas longas da história, como as chamava Braudel,
tornaram-se cada vez mais curtas. Acabamos de nos recuperar da ultrapassagem da agricultura
pela indústria, ocorrida no século XX, e, em menos de um século, um novo salto de época nos
tomou de surpresa, lançando-nos na confusão. Dessa vez o salto coincidiu com a rápida

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passagem de uma sociedade de tipo industrial dominada pelos proprietários das fábricas
manufatureiras para uma sociedade de tipo pós-industrial dominada pelos proprietários dos
meios de informação.
O fórceps com o qual a recém-nascida sociedade pós-industrial foi extraída do ventre da
sociedade industrial anterior é representado pelo progresso científico e tecnológico, pela
globalização, pelas guerras mundiais, pelas revoluções proletárias, pelo ensino universal e pelos
meios de comunicação de massa. Agindo simultaneamente, esses fenômenos produziram uma
avalanche ciclópica — talvez a mais irresistível de toda a história humana — na qual nós,
contemporâneos, temos o privilégio e a desventura de estar envolvidos em primeira pessoa.
Ninguém poderia ficar impassível diante de uma mudança dessa envergadura. Por isso a
sensação mais difundida é a desorientação.
A nossa desorientação afeta as esferas econômica, familiar, política, sexual, cultural... É um
sintoma de crescimento, mas é também um indício de um perigo, porque quem está
desorientado sente-se em crise, e quem se sente em crise deixa de projetar o próprio futuro. Se
deixarmos de projetar nosso futuro, alguém o projetará para nós, não em função de nossos
interesses, mas do seu próprio proveito.
Domenico de Masi. Alfabeto da sociedade desorientada: para
entender o nosso tempo. Trad. Silvana Cobucci e Federico
Carotti. São Paulo: Objetiva, 2017, p. 93-4 (com adaptações).
Infere-se do texto que a desorientação das gerações, em épocas específicas, promove uma
radical e simultânea alteração no escopo do trabalho, da riqueza, do poder e do saber humano.
Comentários:
É o contrário, a mudança radical é que gera desorientação, como ocorre agora. A desorientação,
por sua vez, causa de as pessoas sentirem-se em crise pararem de planejar o futuro. Veja:
A nossa desorientação afeta as esferas econômica, familiar, política, sexual, cultural... É um
sintoma de crescimento, mas é também um indício de um perigo, porque quem está
desorientado sente-se em crise, e quem se sente em crise deixa de projetar o próprio futuro. Se
deixarmos de projetar nosso futuro, alguém o projetará para nós, não em função de nossos
interesses, mas do seu próprio proveito. Questão incorreta.
45. (PGE-PE–Ana. Judiciário de Procuradoria – 2019) Utilizar texto da questão anterior.
De acordo com o texto, as sociedades deste século vivenciaram a substituição da agricultura e, a
partir disso, passaram a se submeter ao controle dos proprietários de veículos de informação.
Comentários:
O texto não diz que as sociedades deste século vivenciaram tudo dentro do mesmo século,
como texto faz supor. Aliás, nem sequer faz essa divisão de “várias sociedades” simultâneas, mas
sim em sociedades historicamente diferentes. O que diz é que o segundo “salto de época”
ocorreu em menos de um século:

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Acabamos de nos recuperar da ultrapassagem da agricultura pela indústria, ocorrida no século


XX, e, em menos de um século, um novo salto de época nos tomou de surpresa, lançando-nos
na confusão. Dessa vez o salto coincidiu com a rápida passagem de uma sociedade de tipo
industrial dominada pelos proprietários das fábricas manufatureiras para uma sociedade de tipo
pós-industrial dominada pelos proprietários dos meios de informação.
Além disso, dizer que a sociedade é “dominada” não é o mesmo que dizer que “passaram a se
submeter”, pois ser “dominado” é algo irresistível e “submeter-se” dá uma ideia mais voluntária.
Questão incorreta.
46. (PGE-PE–Ana. Judiciário de Procuradoria – 2019) Utilizar texto da questão 50.
Conclui-se do último parágrafo do texto que o sentimento de crise provocado pela sensação de
desorientação favorece um futuro prejudicial ao próprio sujeito em crise.
Comentários:
Sim, porque, se deixarmos de projetar nosso futuro, alguém projetará o futuro por nós, sem ser
em nosso benefício. Isso está expresso no texto:
A nossa desorientação afeta as esferas econômica, familiar, política, sexual, cultural... É um
sintoma de crescimento, mas é também um indício de um perigo, porque quem está
desorientado sente-se em crise, e quem se sente em crise deixa de projetar o próprio futuro. Se
deixarmos de projetar nosso futuro, alguém o projetará para nós, não em função de nossos
interesses, mas do seu próprio proveito. Questão correta.
47. (PGE-PE–Ana. Judiciário de Procuradoria – 2019) Utilizar texto da questão 50.
O texto caracteriza-se como dissertativo-argumentativo, devido, entre outros aspectos, à
presença de evidências e fatos históricos utilizados para validar a argumentação do autor.
Comentários:
Sim. A redação da banca é perfeita. O texto usa exemplos de fases e fenômenos históricos para
fortalecer a tese de que “Raras vezes na história humana, o trabalho, a riqueza, o poder e o
saber mudaram simultaneamente” e que isso está acontecendo agora, pois as mudanças estão
ficando mais rápidas, gerando esses “saltos de época”. Questão correta.
48. (PRF–Policial – 2019) A vida humana só viceja sob algum tipo de luz, de preferência a do sol,
tão óbvia quanto essencial. Somos animais diurnos, por mais que boêmios da pá virada e
vampiros em geral discordem dessa afirmativa. Poucas vezes a gente pensa nisso, do mesmo
jeito que devem ser poucas as pessoas que acordam se sentindo primatas, mamíferos ou
terráqueos, outros rótulos que nos cabem por força da natureza das coisas.
A humanidade continua se aperfeiçoando na arte de afastar as trevas noturnas de todo
hábitat humano. Luz soa para muitos como sinônimo de civilização, e pode-se observar do
espaço o mapa das desigualdades econômicas mundiais desenhado na banda noturna do
planeta. A parcela ocidental do hemisfério norte é, de longe, a mais iluminada.
Dispor de tanta luz assim, porém, tem um custo ambiental muito alto, avisam os cientistas.

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Nos humanos, o excesso de luz urbana que se infiltra no ambiente no qual dormimos pode
reduzir drasticamente os níveis de melatonina, que regula o nosso ciclo de sono-vigília.
Mesmo assim, sinto uma alegria quase infantil quando vejo se acenderem as luzes da
cidade. E repito para mim mesmo a pergunta que me faço desde que me conheço por gente:
quem é o responsável por acender as luzes da cidade? O mais plausível é imaginar que essa
tarefa caiba a sensores fotoelétricos espalhados pelos bairros. Mas e antes dos sensores, como é
que se fazia? Imagino que algum funcionário trepava na antena mais alta no topo do maior
arranha-céu e, ao constatar a falência da luz solar, acionava um interruptor, e a cidade toda se
iluminava.
Não consigo pensar em um cargo público mais empolgante que o desse homem. Claro
que o cargo, se existia, já foi extinto, e o homem da luz já deve ter se transferido para o mundo
das trevas eternas.
Reinaldo Moraes. “Luz! Mais luz”. Internet: <www.nexojornal.com.br> (com adaptações).
Infere-se do primeiro parágrafo do texto que “boêmios da pá virada e vampiros” diferem
biologicamente dos seres humanos em geral, os quais tendem a desempenhar a maior parte de
suas atividades durante a manhã e a tarde
Comentários:
Não diferem biologicamente. O autor é categórico: “somos animais diurnos”. Todos somos
diurnos, os boêmios apenas não concordam com essa afirmação:
Somos animais diurnos, por mais que boêmios da pá virada e vampiros em geral discordem
dessa afirmativa. Questão incorreta.
49. (PRF–Policial – 2019) Utilizar texto da questão anterior.
É correto inferir do trecho “o homem da luz já deve ter se transferido para o mundo das trevas
eternas” (ℓ. 21 e 22) que provavelmente o funcionário responsável pelo acionamento da
iluminação urbana já morreu.
Comentários:
Pelos sentidos metafóricos do texto, considerando que a luz foi associada à vida humana,
podemos inferir sim que provavelmente o funcionário já morreu, tanto pela metáfora eufemística
(suavizada) da morte, quanto pela passagem do tempo mencionada no texto. Questão correta.
50. (PGE-PE–Ana. Judiciário de Procuradoria – 2019) A própria palavra “crise” é bem mais a
expressão de um movimento do espírito que de um juízo fundado em argumentos extraídos da
razão ou da experiência. Não há período histórico que não tenha sido julgado, de uma parte ou
de outra, como um período em crise. Ouvi falar de crise em todas as fases da minha vida: depois
da Primeira Guerra Mundial, durante o fascismo e o nazismo, durante a Segunda Guerra
Mundial, no pós-guerra, bem como naqueles que foram chamados de anos de chumbo. Sempre
duvidei que o conceito de crise tivesse qualquer utilidade para definir uma sociedade ou uma
época.

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Que fique claro: não tenho nenhuma intenção de difamar ou condenar o passado para
absolver o presente, nem de deplorar o presente para louvar os bons tempos antigos. Desejo
apenas ajudar a que se compreenda que todo juízo excessivamente resoluto nesse campo corre
o risco de parecer leviano. Certamente, existem épocas mais turbulentas e outras menos. Mas é
difícil dizer se a maior turbulência depende de uma crise moral (de uma diminuição da crença em
princípios fundamentais) ou de outras causas, econômicas, sociais, políticas, culturais ou até
mesmo biológicas.
Norberto Bobbio. Elogio da serenidade e outros escritos morais. Trad. Marco
Aurélio Nogueira. São Pau lo: Editora UNESP, 2002, p. 160-1 (com adaptações).
Para o autor do texto, todo período histórico que se tornou passado se caracteriza como um
período de crise moral.
Comentários:
O autor, ao contrário, relativiza o conceito de “crise” e diz que não é possível dizer realmente se
há uma crise ou a razão de uma crise:
Mas é difícil dizer se a maior turbulência depende de uma crise moral (de uma diminuição da
crença em princípios fundamentais) ou de outras causas, econômicas, sociais, políticas, culturais
ou até mesmo biológicas. Questão incorreta.
51. (PGE-PE–Ana. Judiciário de Procuradoria – 2019) Como período e como crise, a época atual
mostra-se, aliás, como coisa nova. Como período, as suas variáveis características instalam-se em
toda parte e a tudo influenciam, direta ou indiretamente. Daí a denominação de globalização.
Como crise, as mesmas variáveis construtoras do sistema estão continuamente chocando-se e
exigindo novas definições e novos arranjos. Trata-se, porém, de uma crise persistente dentro de
um período com características duradouras, mesmo que novos contornos apareçam.
O mesmo sistema ideológico que justifica o processo de globalização e que ajuda a
considerá-lo o único caminho histórico acaba, também, por impor certa visão da crise e a
aceitação dos remédios sugeridos. Em razão disso, todos os países, lugares e pessoas passam a
se comportar, isto é, a organizar sua ação, como se tal “crise” fosse a mesma para todos e como
se a receita para a afastar devesse ser geralmente a mesma. Na verdade, porém, a única crise
que os responsáveis desejam afastar é a crise financeira, e não qualquer outra. Aí está, na
verdade, uma causa para mais aprofundamento da crise real — econômica, social, política, moral
— que caracteriza o nosso tempo.
Milton Santos. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência
universal. 27.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2017, p. 34-6 (com adaptações).
Infere-se do texto que, na atualidade, é imposto um comportamento hegemônico e uniforme
para lidar com diferentes situações de crise no mundo.
Comentários:
Sim. A globalização da crise ocorre junto com a globalização da suposta solução para a crise:

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todos os países, lugares e pessoas passam a se comportar, isto é, a organizar sua ação, como se
tal “crise” fosse a mesma para todos e como se a receita para a afastar devesse ser geralmente a
mesma.
Questão correta.
52. (PGE-PE–Ana. Judiciário de Procuradoria – 2019) Utilizar texto da questão anterior.
Conclui-se do último parágrafo do texto que a verdadeira crise não será resolvida enquanto os
esforços persistirem centralizados na resolução da crise financeira.
Comentários:
Sim. Buscar solução apenas para crise financeira é uma causa para a crise das demais esferas;
sem eliminar esta causa, não é possível também eliminar a crise como um todo. Veja:
a única crise que os responsáveis desejam afastar é a crise financeira, e não qualquer outra. Aí
está, na verdade, uma causa para mais aprofundamento da crise real — econômica, social,
política, moral — que caracteriza o nosso tempo. Questão correta.
53. (PGE-PE–Conhecimentos Básicos 1, 2, 3 e 4 – 2019) O desejo por igualdade em nossos dias,
ensejado pela Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, marco da modernidade,
segundo Axel Honneth, advém de uma busca por autorrespeito. Para Honneth, houve uma
conversão de demandas por distribuição igualitária em demandas por mais dignidade e respeito.
O autor descreve o campo de ação social como o lócus marcado pela permanente luta entre os
sujeitos por conservação e reconhecimento. O conflito, diz ele, força os sujeitos a se
reconhecerem mutuamente e impulsiona a criação de uma rede normativa. Quer dizer, o
estabelecimento da figura do sujeito de direitos constitui um mínimo necessário para a
perpetuação da sociedade, porque é pelo respeito mútuo de suas pretensões legítimas que as
pessoas conseguem se relacionar socialmente.
Nesse contexto, a Lei Maria da Penha teria o papel de assegurar o reconhecimento das
mulheres em situação de violências (incluída a psicológica) pelo direito; afinal, é constatando as
obrigações que temos diante do direito alheio que chegamos a uma compreensão de cada
um(a) de nós como sujeitos de direitos. De acordo com Honneth, as demandas por direitos —
como aqueles que se referem à igualdade de gênero ou relacionados à orientação sexual —,
advindas de um reconhecimento anteriormente denegado, criam conflitos práticos
indispensáveis para a mobilidade social.
Isadora Vier Machado. Da dor no corpo à dor na alma: uma leitura do conceito de violência
psicológica da Lei Maria da Penha. Internet: <http://pct.capes.gov.br> (com adaptações).
O desejo de igualdade entre os indivíduos, manifesto a partir da criação da Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão, impulsionou a busca por autorrespeito.
Comentários:
Houve uma inversão:
O desejo por igualdade em nossos dias, ensejado pela Declaração dos Direitos do Homem e do

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Cidadão, marco da modernidade, segundo Axel Honneth, advém (é consequência) de uma


busca por autorrespeito.
Então, a busca por autorrespeito é que impulsiona o desejo de igualdade, não o contrário.
Incorreta.
54. (PGE-PE–Conhecimentos Básicos 1, 2, 3 e 4 – 2019) Utilizar texto da questão anterior.
O texto indica que, de acordo com Axel Honneth, o conflito motiva o reconhecimento dos
sujeitos de direito, o que é condição básica para a preservação da sociedade.
Comentários:
Sim. Literal:
O conflito, diz ele, força os sujeitos a se reconhecerem mutuamente e impulsiona a criação de
uma rede normativa. Quer dizer, o estabelecimento da figura do sujeito de direitos constitui um
mínimo necessário para a perpetuação da sociedade, porque é pelo respeito mútuo de suas
pretensões legítimas que as pessoas conseguem se relacionar socialmente (é requisito, é
condição). Questão correta.
55. (PRF–Policial – 2019) As atividades pertinentes ao trabalho relacionam-se intrinsecamente
com a satisfação das necessidades dos seres humanos — alimentar-se, proteger-se do frio e do
calor, ter o que calçar etc. Estas colocam os homens em uma relação de dependência com a
natureza, pois no mundo natural estão os elementos que serão utilizados para atendê-las.
Se prestarmos atenção à nossa volta, perceberemos que quase tudo que vemos existe em
razão de atividades do trabalho humano. Os processos de produção dos objetos que nos cercam
movimentam relações diversas entre os indivíduos, assim como a organização do trabalho
alterou-se bastante entre diferentes sociedades e momentos da história.
De acordo com o cientista social norte-americano Marshall Sahlins, nas sociedades tribais,
o trabalho geralmente não tem a mesma concepção que vigora nas sociedades industrializadas.
Naquelas, o trabalho está integrado a outras dimensões da sociabilidade — festas, ritos, artes,
mitos etc. —, não representando, assim, um mundo à parte.
Nas sociedades tribais, o trabalho está em tudo, e praticamente todos trabalham. Sahlins
propôs que tais sociedades fossem conhecidas como “sociedades de abundância” ou
“sociedades do lazer”, pelo fato de que nelas a satisfação das necessidades básicas sociais e
materiais se dá plenamente.
Thiago de Mello. Trabalho. Internet: <educacao.globo.com> (com adaptações).
Conclui-se do texto que, devido à abundância de recursos, nas sociedades tribais os indivíduos
não têm necessidade de separar as práticas laborais das outras atividades sociais.
Comentários:
Não é “devido à abundância”, o motivo é a satisfação plena das necessidades. Isso está
expresso no texto:
Sahlins propôs que tais sociedades fossem conhecidas como “sociedades de abundância” ou

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“sociedades do lazer”, pelo fato de que nelas a satisfação das necessidades básicas sociais e
materiais se dá plenamente. Questão incorreta.
56. (PRF–Policial – 2019) O nome é o nosso rosto na multidão de palavras. Delineia os traços da
imagem que fazem de nós, embora não do que somos (no íntimo). Alguns escondem seus
donos, outros lhes põem nos olhos um azul que não possuem. Raramente coincidem, nome e
pessoa. Também há rostos quase idênticos, e os nomes de quem os leva (pela vida afora) são
completamente díspares, nenhuma letra se igualando a outra.
O do autor deste texto é um nome simples, apostólico, advindo do avô. No entanto, o
sobrenome, pelo qual passou a ser reconhecido, é incomum. Sonoro, hispânico. Com uma
combinação incomum de nome e sobrenome, difícil seria encontrar um homônimo. Mas eis que
um surgiu, quando ele andava pelos vinte anos. E continua, ao seu lado, até agora — sombra
amiga.
Impossível não existir aqui ou ali alguma confusão entre eles, um episódio obscuro que,
logo, viria às claras com a real justificativa: esse não sou eu. Houve o caso da mulher que
telefonou para ele, esmagando-o com impropérios por uma crítica feita no jornal pelo outro,
sobre um célebre arquiteto, de quem ela era secretária.
João Anzanello Carrascoza. Homônimo. In: Diário das Coincidências. Ed. digital. São Paulo: Objetiva, p. 52 (com
adaptações).

A afirmação de que alguns nomes põem nos olhos de seus donos “um azul que não possuem”
(ℓ.3) contradiz a ideia de que os nomes definem não as qualidades reais de cada um, mas o
modo como os outros o veem.
Comentários:
Contradiz não, na verdade “confirma”. O comentário é a explicação da metáfora. Questão
incorreta.
57. (PRF–Policial – 2019) Utilizar texto da questão anterior.
A informação apresentada pela oração “nenhuma letra se igualando a outra” (ℓ.6) é redundante
em relação à informação apresentada na oração imediatamente anterior, servindo para reforçar-
lhe o sentido.
Comentários:
Um nome é feito de letras. Se um nome é completamente díspar, diferente, distinto do outro,
isso significa que suas partes componentes são diferentes. Então, quando diz “nenhuma letra se
igualando a outra”, o autor basicamente está repetindo uma ideia já fornecida, o que se chama
redundância. Contudo, essa redundância, longe de ser defeito ou pobreza do texto, é um
recurso de ênfase/reforço da ideia de absoluta diferença entre os nomes. Esse recurso é
coerente com o tema do texto, que versa sobre “homônimos”, nomes iguais. Questão correta.
58. (PRF–Policial – 2019) Utilizar texto da questão 62.
Infere-se que o autor do texto é espanhol.

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Comentários:
Não se pode afirmar isso. Apenas foi dito que o nome é hispânico. Garcia é um nome hispânico
e nem todo Garcia é espanhol. Questão incorreta.
59. (SEFAZ-RS–Auditor Fiscal – 2019) Texto 1A11-I
Pixis foi um músico medíocre, mas teve o seu dia de glória no distante ano de 1837.
Em um concerto em Paris, Franz Liszt tocou uma peça do (hoje) desconhecido compositor,
junto com outra, do admirável, maravilhoso e extraordinário Beethoven (os adjetivos aqui podem
ser verdadeiros, mas — como se verá — relativos). A plateia, formada por um público refinado,
culto e um pouco bovino, como são, sempre, os homens em ajuntamentos, esperava com
impaciência.
Liszt tocou Beethoven e foi calorosamente aplaudido. Depois, quando chegou a vez do
obscuro e inferior Pixis, manifestou-se o desprezo coletivo. Alguns, com ouvidos mais sensíveis,
depois de lerem o programa que anunciava as peças do músico menor, retiraram-se do teatro,
incapazes de suportar música de má qualidade.
Como sabemos, os melômanos são impacientes com as obras de epígonos, tão céleres
em reproduzir, em clave rebaixada, as novas técnicas inventadas pelos grandes artistas.
Liszt, no entanto, registraria que um erro tipográfico invertera, no programa do concerto,
os nomes de Pixis e Beethoven...
A música de Pixis, ouvida como sendo de Beethoven, foi recebida com entusiasmo e
paixão, e a de Beethoven, ouvida como sendo de Pixis, foi enxovalhada.
Esse episódio, cômico se não fosse doloroso, deveria nos tornar mais atentos e menos
arrogantes a respeito do que julgamos ser arte.
Desconsiderar, no fenômeno estético, os mecanismos de recepção é correr o risco de
aplaudir Pixis como se fosse Beethoven.
Charles Kiefer. O paradoxo de Pixis. In: Para ser
escritor. São Paulo: Leya, 2010 (com adaptações).
Infere-se do texto 1A11-I que, na ocasião do concerto em Paris, em 1837,
a) Pixis tocou uma composição de Beethoven como se fosse de sua autoria.
b) Liszt equivocou-se na leitura do roteiro de composições que deveria executar.
c) a plateia revoltou-se contra Liszt, por ele ter confundido uma composição de Pixis com uma de
Beethoven.
d) o público julgou as composições apenas com base nas designações equivocadas no programa
do concerto.
e) as peças de Pixis e Beethoven foram executadas de modo tão semelhante que o público não
foi capaz de distingui-las.

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Comentários:
A questão é de “inferência”, mas está bem evidente na literalidade do texto:
Liszt, no entanto, registraria que um erro tipográfico invertera, no programa do concerto, os
nomes de Pixis e Beethoven...
Vejamos o problema das demais:
a) Incorreto. Quem tocou foi Liszt.
b) Incorreto. Houve um erro tipográfico de quem elaborou o programa, não houve erro do
músico.
c) Incorreto. A plateia não sabia do equívoco; revoltou-se porque se pautava pela “grife” do
autor, não pela qualidade em si.
e) Incorreto. Olha o devaneio! Houve apenas troca do nome na sequência do programa.
Gabarito letra D.
60. (SEFAZ-RS–Auditor Fiscal – 2019) Utilizar texto da questão anterior.
No texto 1A11-I, com o emprego da expressão “(hoje)” (L.2) entre parênteses, o autor
a) destaca que Pixis é desconhecido na atualidade, mas que não o era em 1837.
b) indica que, a partir da data do concerto, Pixis deixou de ser desconhecido.
c) enfatiza o “dia de glória” (L.1) de Pixis.
d) ressalta que se trata do dia do concerto de Franz Liszt.
e) revela desprezo pela popularidade de Pixis em 1837.
Comentários:
Questão direta. O “Hoje”, visualmente destacado por vir entre parênteses, indica que Pixis é
desconhecido hoje (atualmente), o que nos permite inferir um contraste: ele é desconhecido
atualmente mas não era na época. A prova disso é que a plateia o conhecia e tinha visão
negativa dele, tanto que desprezou a música que pensaram ser dele. Gabarito letra A.
61. (SEFAZ-RS–Auditor Fiscal – 2019) Utilizar texto da questão 65.
O autor do texto 1A11-I apresenta a narrativa do concerto de Liszt com o propósito de
a) reconhecer que Pixis era tão genial quanto Beethoven.
b) criticar o modo como algumas pessoas consomem arte.
c) dar notoriedade à carreira de Pixis.
d) alertar o público de que não se deve confiar em tudo que se lê.
e) incentivar o público a ampliar seu repertório musical.
Comentários:
O raciocínio que conclui o texto está nos últimos parágrafos. O autor critica o consumo de arte

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baseado apenas em “grife” e não em um julgamento isento da obra em si. Quando foi
apresentado como obra de um compositor de renome, o trabalho de Pixis foi consumido de
forma diferente de como seria se fosse apresentado em nome próprio, isso faz o autor
questionar o que é mesmo “extraordinário”.
A música de Pixis, ouvida como sendo de Beethoven, foi recebida com entusiasmo e paixão, e a
de Beethoven, ouvida como sendo de Pixis, foi enxovalhada.
Esse episódio, cômico se não fosse doloroso, deveria nos tornar mais atentos e menos
arrogantes a respeito do que julgamos ser arte.
Desconsiderar, no fenômeno estético, os mecanismos de recepção é correr o risco de aplaudir
Pixis como se fosse Beethoven. Gabarito letra B.
62. (PF–Agente Da Polícia Federal – 2018) Imagine uma operação de busca na selva. Sem mapas,
binóculos ou apoio logístico; somente com um facão. Assim eram feitas as operações de
combate à pornografia infantil pela Polícia Federal até o dia em que peritos criminais federais
desenvolveram, no estado de Mato Grosso do Sul, o Nudetective.
O programa executa em minutos uma busca que poderia levar meses, encontrando todo
o conteúdo pornográfico de pedofilia em computadores, pendrives, smartphones e demais
mídias de armazenamento.
Para ajudar o trabalho dos peritos, existem programas que buscam os arquivos de
imagem e vídeo através de sua hash ou sua assinatura digital. Logo nos primeiros testes, a
detecção de imagens apresentou mais de 90% de acerto.
Para o teste, pegaram um HD com conteúdo já periciado e rodaram o programa.
Conseguiram 95% de acerto em 12 minutos. Seu diferencial era não só buscar pela assinatura
digital ou nomes conhecidos, mas também por novos arquivos por intermédio da leitura dos
pixels presentes na imagem calibrados a uma paleta de tons de pele. Começava a revolução em
termos de investigação criminal de pornografia infantil.
Além da detecção de imagens e vídeos, todo o processo de busca e obtenção de
resultados é simultâneo, o que economiza tempo e dinheiro.
A licença de uso do software, que é programado em Java, é gratuita e só é
disponibilizada para forças da lei e pesquisas acadêmicas. Segundo seus desenvolvedores, nunca
houve o intuito de venda, pois não enxergam sentido em lucrar com algo que seja para salvar
crianças. Mas, então, por que não deixá-lo disponível para todos? Somente para que não possa
ser utilizado para criar formas de burlá-lo, explicam.
Desde seu lançamento, o Nudetective já foi compartilhado com Argentina, Paraguai,
Suécia, Áustria, Noruega, Nova Zelândia e Portugal. Ganhou reconhecimento e premiações em
congressos forenses no Brasil e no mundo.
Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações).
Infere-se do texto que o Nudetective foi desenvolvido especificamente para o combate à
pornografia infantil.

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Comentários:
Sim. O texto diz, expressamente até, que o programa foi criado para acelerar essa busca, que
antes era feita de maneira muito “rudimentar”, “pouco desenvolvida”. Questão correta.
63. (PF–Agente Da Polícia Federal – 2018) Utilizar texto da questão anterior.
Um dos benefícios do Nudetective para a Polícia Federal é tornar mais célere a investigação de
crimes relacionados à pornografia infantil.
Comentários:
Exato, o programa acelera muito a investigação, veja:
O programa executa em minutos uma busca que poderia levar meses. Questão correta.
64. (PF–Agente Da Polícia Federal – 2018) Utilizar texto da questão 68.
O primeiro parágrafo do texto informa que, antes da criação do Nudetective, a Polícia Federal
não dispunha de dispositivos tecnológicos para a investigação de crimes de pedofilia na Internet.
Comentários:
Cuidado. Na verdade, não diz exatamente que “a Polícia Federal não dispunha de dispositivos
tecnológicos para a investigação”, diz apenas que a investigação era feita se modo “rústico”,
“braçal”, figurativamente falando. O texto sugere que havia meios, mas não eram muito
desenvolvidos, daí a metáfora do “facão”. Questão Incorreta.
65. (PF–Agente Da Polícia Federal – 2018) Utilizar texto da questão 68.
De acordo com o texto, diversos países da América e da Europa compraram a licença de uso do
software criado pelos policiais federais do Mato Grosso do Sul, o que demonstra o
reconhecimento estrangeiro da qualidade do trabalho forense do Brasil.
Comentários:
A licença não é comprada, é gratuita:
A licença de uso do software, que é programado em Java, é gratuita e só é
disponibilizada para forças da lei e pesquisas acadêmicas. Questão incorreta.
66. (PF–Agente Da Polícia Federal – 2018) Utilizar texto da questão 68.
Conclui-se do texto que a varredura do Nudetective é restrita a dispositivos conectados à
Internet.
Comentários:
Não. O texto diz que foi feito um teste um HD físico, o que nos permite inferir que não precisa
de um dispositivo ligado à internet.
Para o teste, pegaram um HD com conteúdo já periciado e rodaram o programa.
Questão incorreta.

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RESUMO

OBS: Não existe tipo puro. Normalmente há “predominância” de um tipo sobre outros que
também são utilizados no texto. O critério principal é a “finalidade”.
Estrutura do parágrafo argumentativo:

Ampliação (exemplo, Conclusão da ideia-núcleo


Tópico Frasal (pequena
estatística, citação, dado, ou anúncio do próximo
tese ou tese do parágrafo)
analogia...) tópico

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Finalidade dos Textos


Argumentativo/Opinativo: Convencer, defender uma opinião.
Polêmico: Contrabalancear opiniões.
Expositivo/Explicativo/Informativo: Veicular informação nova.
Instrucional: Normatizar, prescrever, ensinar.

Passagem do discurso direto para o indireto:


O discurso indireto é ‘recontado’, não é literal como o direto. Na conversão, há algumas regras
gerais normalmente observadas na passagem de uma fala literal para uma fala reportada.

Discurso direto: 1ª pessoa Discurso indireto: 3ª pessoa

Alteração na pontuação:

Frases interrogativas, exclamativas e


frases declarativas
imperativas ( "" ! ? -)

Conversão dos pronomes:

Eu, me, mim, comigo


ele, ela, se, si, consigo, o, a, lhe
nós, nos, conosco
eles, elas, os, as, lhes
meu, meus, minha, minhas, nosso,
seu, seus, sua e suas
nossos, nossa, nossas

Conversão dos tempos verbais:

Presente do indicativo Pretérito imperfeito do indicativo

Pretérito mais-que-perfeito do
Pretérito perfeito do indicativo
indicativo

Futuro do presente do indicativo futuro do pretérito do indicativo

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Presente e futuro do subjuntivo Pretérito imperfeito do subjuntivo

Imperativo pretérito imperfeito do subjuntivo

Advérbios e adjuntos adverbiais:

Hoje e agora Naquele dia e naquele momento


Amanhã No dia seguinte
Aqui, aí, cá Ali, Lá
Este, Isto Aquele, Aquilo

Compreensão de texto
Recorrência: o leitor deve buscar no texto aquela informação, sabendo que a resposta estará
escrita com outras palavras, em forma de paráfrase, ou seja, de uma reescritura.
Inferência: o leitor deve fazer deduções a partir do texto. O fundamento da dedução será um
pressuposto, ou seja, uma pista, vestígios que o texto traz. Deduzir além das pistas do texto é
extrapolar. Geralmente questões de inferência trazem o seguinte enunciado: “depreende-se das
ideias do texto”.
Exemplos de pressupostos e o sentidos implícitos que podem ser inferidos:
Ex: Douglas parou de fumar. (podemos inferir, deduzir, depreender dessa frase que
Douglas fumava antes.)
Ex: Ainda não lançaram o novo filme do Tarantino. ( expectativa de que o filme já deveria
ter saído.)
Ex: Minha primeira esposa desistiu de comprar aquele carro. (já casou antes; sua esposa
queria comprar antes)
Ex: Finalmente ela concluiu aquele curso. (havia um curso em andamento e demorou para
terminar)
Ex: Alunos que revisam têm notas mais altas . (há alunos que não revisam; suas notas são
inferiores)

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Leia o texto todo. Leia Questões de recorrência são


A ideia central na
outra vez, marcando as resolvidas encontrando uma
introdução e na conclusão
ideias centrais de cada paráfrase (reescritura
é a tese. No
parágrafo, que equivalente). Questões de
desenvolvimento é o inferência exigem uma dedução
frequentemente vêm no
tópico frasal. baseada em pressupostos.
seu início.

Julgamento de Assertivas: principais erros.


Extrapolar:
O texto vai até um limite e o examinador oferece uma assertiva que “vai além” desse limite. O
examinador inventa aspectos que não estão contidos no texto e o candidato, por não ter
entendido bem o texto, preenche essas lacunas com a imaginação, fazendo outras associações, à
margem do texto, estimulado pela assertiva errada.

Limitar e Restringir:
É o contrário da extrapolação. Supressão de informação essencial para o texto. A assertiva
reducionista omite parte do que foi dito ou restringe o fato discutido a um universo menor de
possibilidades.

Acrescentar opinião:
O examinador parafraseia parte do texto, mas acrescenta um pouco da sua própria opinião,
opinião esta que não foi externada pelo autor. A armadilha dessas afirmativas está em embutir
uma opinião que não está no texto, mas está na consciência coletiva, por ser um clichê ou senso
comum que o candidato possa compartilhar.

Contradizer o texto.
O texto original diz “A” e o texto parafraseado da assertiva errada diz “Não A” ou “B”. Para
disfarçar essa contradição, a banca usará muitas palavras do texto, fará uma paráfrase muito
semelhante, mas com um vocábulo crucial que fará o sentido ficar inverso ao do texto.

Tangenciar o tema.
O examinador cria uma assertiva que aparentemente se relaciona ao tema, mas fala de outro
assunto, remotamente correlato. No mundo dos fatos, aqueles dois temas podem até ser afins,
mas no texto não se falou do segundo, só do primeiro; então houve fuga ou tangenciamento ao

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tema.

LISTA DE QUESTÕES
1. (IF-PE–Técnico em Laboratório – 2016) Analise as proposições do texto em relação à tipologia
e gênero textual:
1. A Fábula é uma Tipologia textual e não um gênero de texto;
2. O gênero textual fábula pertence à tipologia narrativa;
3. O Gênero e a tipologia textual se definem igualmente
4. São características que definem a fábula: os animais que falam e uma linguagem erudita
Assinale a alternativa correta:
a) 1 e 2
b) 1, 2 e 3
c) 2 e 4
d) Apenas 2
e) Todas estão corretas
2. (PF–Agente da Polícia Federal – 2018) — Mas ele é realmente poeta? — perguntei. — Sei que
são dois irmãos, e que ambos adquiriram renome nas letras. O ministro, creio eu, escreveu
eruditamente sobre o cálculo diferencial. É um matemático, e não um poeta.
Mantendo-se a correção gramatical e os sentidos originais do texto, o seu sexto parágrafo
poderia ser assim reescrito: Perguntei, entretanto, se ele era realmente poeta. Sabia que são
dois irmãos e que ambos adquiriram renome nas letras. O ministro, acreditava eu, escrevia
eruditamente sobre o cálculo diferencial: é um matemático, não um poeta.
3. (PGE-PE–Assistente de Procuradoria – 2019) A modernidade é um contrato. Todos nós
aderimos a ele no dia em que nascemos, e ele regula nossa vida até o dia em que morremos.
Pouquíssimos entre nós são capazes de rescindi-lo ou transcendê-lo. Esse contrato configura
nossa comida, nossos empregos e nossos sonhos; ele decide onde moramos, quem amamos e
como morremos.
À primeira vista, a modernidade parece ser um contrato extremamente complicado, por isso
poucos tentam compreender no que exatamente se inscreveram. É como se você tivesse
baixado algum software e ele te solicitasse assinar um contrato com dezenas de páginas em
“juridiquês”; você dá uma olhada nele, passa imediatamente para a última página, tica em
“concordo” e esquece o assunto. Mas a modernidade, de fato, é um contrato
surpreendentemente simples. O contrato interno pode ser resumido em uma única frase:

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humanos concordam em abrir mão de significado em troca de poder.


Yuval Noah Harari. Homo Deus: uma breve história do amanhã.
São Paulo: Companhia das Letras, 2016 (com adaptações).
Infere-se do texto que a modernidade impele o ser humano a tomar decisões com as quais ele
não concorda.
4. (PGE-PE–Assistente de Procuradoria – 2019) O texto apresenta estratégia argumentativa que
visa aproximar o leitor das ideias desenvolvidas pelo autor.
5. (TCE-PB–Auditor de Contas Públicas – 2018) A história é uma disciplina definida por sua
capacidade de lembrar. Poucos se lembram, porém, de como ela é capaz de esquecer. Há
também quem caracterize a história como uma ciência da mudança no tempo, e quase ninguém
aponta sua genuína capacidade de reiteração.
A história brasileira não escapa dessas ambiguidades fundamentais: ela é feita do encadeamento
de eventos que se acumulam e evocam alterações substanciais, mas também anda repleta de
lacunas, invisibilidades e esquecimentos. Além disso, se ao longo do tempo se destacam as
alterações cumulativas de fatos e ocorrências, não é difícil notar, também, a presença de
problemas estruturais que permanecem como que inalterados e assim se repetem,
vergonhosamente, na nossa história nacional.
Nessa lista seria possível mencionar os racismos, o feminicídio, a corrupção, a homofobia e o
patrimonialismo.
Mas destaco aqui um tema que, de alguma maneira, dá conta de todos os demais: a nossa
tremenda e contínua desigualdade social.
Desigualdade não é uma contingência nem um acidente qualquer, tampouco uma decorrência
natural e mutável de um processo que não nos diz respeito. Ela é consequência de nossas
escolhas — sociais, educacionais, políticas, culturais e institucionais —, que têm resultado em
uma clara e crescente concentração dos benefícios públicos nas mãos de poucos. (...) Quando se
trata de enfrentar a desigualdade, não há saída fácil ou receita de bolo. Prefiro apostar nos
alertas que nós mesmos somos capazes de identificar.
Lilia Moritz Schwarcz. Desigualdade é teimosia. Internet:
<www.nexojornal.com.br> (com adaptações).
No último parágrafo do texto 1A1BBB, a autora sugere que a responsabilidade pela existência
da desigualdade social é de todos os indivíduos, entre eles incluído o leitor, o que é denotado
pela
a) alusão à “concentração dos benefícios públicos” (ℓ.17).
b) escolha do termo “apostar” (ℓ.19) para definir sua posição quanto ao tema.
c) utilização dos pronomes “nos” (ℓ.15) e “nossas” (ℓ.16).
d) recusa a definir a desigualdade como “natural” (ℓ.15).

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e) referência a escolhas “institucionais” (ℓ.26).


6. (Fiscal de Tributos – 2017) Assinale a alternativa incorreta.
a) No discurso direto, o narrador reproduz na íntegra a fala das personagens ou interlocutores.
Geralmente essa fala é introduzida por travessão.
b) No discurso indireto, o narrador exprime indiretamente a fala da personagem. O narrador
funciona como testemunha auditiva e passa para o leitor o que ouviu da personagem.
c) O discurso indireto livre é resultante da mistura dos discursos direto e indireto.
d) O discurso indireto geralmente apresenta verbos de elocução (declarativos ou dicendi) que
indicam quem está emitindo a mensagem.
7. (TRT 15º REGIÃO–Técnico – 2018) Você concorda com Edward O. Wilson que “a natureza
humana é um conjunto de predisposições genéticas”? Acredito que predisposições genéticas
existem, mas, na grande maioria dos casos, não passam de exatamente isso: predisposições.
Mantendo-se a correção e, em linhas gerais, o sentido, as frases acima encontram-se transpostas
para o discurso indireto em:
Questionada se concordava com Edward O. Wilson sobre a natureza humana ser um conjunto de
predisposições genéticas, a entrevistada respondeu que acreditava na existência de tais
predisposições, que, todavia, na grande maioria dos casos não seriam mais do que isso.
8. (Taquígrafo – 2013)

Com relação aos constituintes linguísticos e gráficos da tira acima, assinale a afirmativa correta.
“A tira é um exemplo claro de texto narrativo, já que apresenta uma sequência cronológica de
ações.”
9. (COPEL–Engenheiro – 2017) Assinale a alternativa em que o trecho transcrito NÃO apresenta
nenhum tipo de julgamento de valor/opinião do autor.
a) “O ano de 2016 passará aos livros como um dos períodos mais difíceis para os direitos
humanos da breve história democrática brasileira”.
b) “Outro importante princípio expresso no texto da nova lei de migração é o do combate à
xenofobia”.
c) “O número de migrantes no Brasil aumentou significativamente nos últimos anos,

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principalmente por conta do afluxo de haitianos que buscavam saída para o agravamento da
crise humanitária no país depois do terremoto de 2010”.
d) “A existência de um marco legal positivo, portanto, é fundamental para proteger essas
pessoas”.
e) “Em dezembro, a Câmara dos Deputados aprovou uma lei que, se confirmada pelo Senado e
sancionada pela Presidência, substituirá, por fim, o retrógrado e inconstitucional Estatuto do
Estrangeiro, criado durante a ditadura”.
10. (MP-CE / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2020)
Em qualquer tempo ou lugar, a vida social é sempre marcada por rituais. Essa afirmação pode
ser inesperada para muitos, porque tendemos a negar tanto a existência quanto a importância
dos rituais na nossa vida cotidiana. Em geral, consideramos que rituais seriam eventos de
sociedades históricas, da vida na corte europeia, por exemplo, ou, em outro extremo, de
sociedades indígenas. Entre nós, a inclinação inicial é diminuir sua relevância. Muitas vezes
comentamos “Ah, foi apenas um ritual”, querendo enfatizar exatamente que o evento em
questão não teve maior significado e conteúdo. Por exemplo, um discurso pode receber esse
comentário se for considerado superficial em relação à expectativa de um importante
comunicado. Ritual, nesse caso, é a dimensão menos importante de um evento, sinal de uma
forma vazia, algo pouco sério — e, portanto, “apenas um ritual”. Agimos como se
desconhecêssemos que forma e conteúdo estão sempre combinados e associamos o ritual
apenas à forma, isto é, à convencionalidade, à rigidez, ao tradicionalismo. Tudo se passa como
se nós, modernos, guiados pela livre vontade, estivéssemos liberados desse fenômeno do
passado. Em suma, usamos o termo ritual no dia a dia com uma conotação de fenômeno formal
e arcaico.
Mariza Peirano. Rituais ontem e hoje. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Editor, 2003, p. 7-8 (com adaptações).

O texto apresentado é predominantemente descritivo, já que exemplifica uma das acepções do


termo ritual.
11. (MP-CE / CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR / 2020)
“Desprezo o que dizes, mas defenderei até a morte o teu direito a dizê-lo.” É com essa
afirmação atribuída a Voltaire, filósofo do iluminismo francês, que Nigel Warburton principia o
seu ensaio sobre liberdade de expressão. A liberdade de expressão — entendida em sentido
amplo, em que se incluem a palavra escrita, as peças teatrais, os filmes, os vídeos, as fotografias,
os cartuns, as pinturas, entre outros — é um direito consagrado no artigo 19.º da Declaração
Universal dos Direitos do Homem, de 1948.
A liberdade de expressão é particularmente valiosa em uma sociedade democrática, ao
ponto de haver quem sustente que, na ausência de uma ampla liberdade de expressão, nenhum
governo seria de todo legítimo e não deveria ser denominado democrático. Essa é a perspectiva
defendida por Ronald Dworkin, para quem “A livre expressão é uma das condições de um
governo legítimo. As leis e políticas não são legítimas a menos que tenham sido adotadas por

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meio de um processo democrático, e um processo não é democrático se o governo impediu


alguém de exprimir as suas convicções acerca de quais devem ser essas leis e políticas”.
Desde os alvores da democracia ateniense, são sobejamente conhecidas as suas relações
com a argumentação e a retórica. Porém, tal como a retórica e a argumentação podem ser
postas ao serviço da mentira e da manipulação, também em relação à liberdade de expressão se
coloca a questão dos seus limites.
Internet: <https://agora-m.blogs.sapo.pt> (com adaptações)

O terceiro parágrafo do texto é essencialmente descritivo, porque caracteriza a liberdade de


expressão.
12. (PGE-PE–Assistente de Procuradoria – 2019) Passávamos férias na fazenda da Jureia, que
ficava na região de lindas propriedades cafeeiras. Íamos de automóvel até Barra do Piraí, onde
pegávamos um carro de boi. Lembro-me do aboio do condutor, a pé, ao lado dos animais, com
uma vara: “Xô, Marinheiro! Vâmu, Teimoso!”. Tenho ótimas recordações de lá e uma foto da
qual gosto muito, da minha infância, às gargalhadas, vestindo um macacão que minha própria
mãe costurava, com bastante capricho. Ela fazia um para cada dia da semana, assim, eu podia
me esbaldar e me sujar à vontade, porque sempre teria um macacão limpo para usar no dia
seguinte.
Jô Soares. O livro de Jô: uma autobiografia
desautorizada. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
O texto é essencialmente descritivo, pois detalha lembranças acerca das viagens de férias que a
personagem e sua família faziam com frequência durante a sua infância.
13. (SEDF – 2017) Rubião tinha vexame, por causa de Sofia; não sabia haver-se com senhoras.
Felizmente, lembrou-se da promessa que a si mesmo fizera de ser forte e implacável. Foi jantar.
Abençoada resolução! Onde acharia iguais horas? Sofia era, em casa, muito melhor que no trem
de ferro. Lá vestia a capa, embora tivesse os olhos descobertos; cá trazia à vista os olhos e o
corpo, elegantemente apertado em um vestido de cambraia, mostrando as mãos, que eram
bonitas, e um princípio de braço. Demais, aqui era a dona da casa, falava mais, desfazia-se em
obséquios; Rubião desceu meio tonto.
O trecho “Sofia (...) em obséquios” (l. 1 a 7) é predominantemente narrativo, o que se comprova
pelas formas verbais flexionadas no pretérito imperfeito, empregadas pelo narrador para
apresentar ações rotineiras de Sofia.
14. (Taquígrafo – 2013) "Dvorak arrastou-se montanha acima, na velocidade que os ferimentos
permitiam. Encostou-se a um grande tronco e escorregou por ele até o chão, arranhando a pele
dura das costas. Parou um momento de mexer-se e passou a escutar os barulhos da floresta".
Esse é um pequeno fragmento de um romance. Nesse caso, o texto é corretamente classificado
como
a) narrativo com segmentos descritivos.
b) descritivo com segmentos narrativos.

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c) exclusivamente narrativo.
d) narrativo, com segmentos descritivos e argumentativos.
e) descritivo, com segmentos narrativos e argumentativos.
15. (SEFAZ-DF / AUDITOR FISCAL / 2020)
Grandes companhias globais falam muito em sustentabilidade ambiental e
descarbonização de sua produção, mas o que fazem na prática é insuficiente. A implementação
de programas de sustentabilidade corporativa tem sido lenta, conforme estudo de dois
professores do International Institute for Management Development (IMD), instituto de
administração sediado na cidade suíça de Lausanne.
Dos executivos consultados em outra pesquisa realizada pelo IMD, 62% consideram
estratégias de sustentabilidade necessárias para serem competitivos atualmente, e outros 22%
dizem que isso será importante no futuro. Sustentabilidade é vista como uma abordagem de
negócios para criar valor a longo prazo, levando-se em conta como uma companhia opera nos
ambientes ecológico, social e econômico.
Em pesquisa com dez setores industriais ao longo de três anos, os dois professores do
IMD concluíram que, ao contrário do otimismo gerado pelo Acordo de Paris para combater a
mudança climática e pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, as
iniciativas nas empresas deixam a desejar. Na pesquisa, eles constataram que menos de um
terço das companhias desenvolveram casos de negócios claros ou proposições de valor apoiadas
em sustentabilidade. Além disso, apenas 10% das empresas estão conseguindo captar o valor
total da sustentabilidade, enquanto muitas companhias restam presas na “divulgação”. Alguns
setores têm melhores resultados na implementação de programas de sustentabilidade, como o
setor de material de construção, em comparação ao de telecomunicações.
Os professores alertam que o tempo está esgotando. Estudos mostram que a poluição de
carbono precisa ser cortada quase pela metade até 2030 para evitar 1,5 grau de aquecimento do
planeta. Isso requer revisões ainda mais drásticas das indústrias globais e dos governos.
Os dois professores destacam que os investidores reconhecem cada vez mais o impacto,
para a sociedade, das empresas nas quais investem. Eles notam que a necessidade de
desenvolver modelos de negócios mais sustentáveis está aumentando tão rapidamente quanto
os níveis de dióxido de carbono na atmosfera. E sugerem um forte senso de foco que chamam
de “vetorização”, que inclui programas de sustentabilidade corporativa mais acelerados.
Os pesquisadores alertam que companhias que trabalham em boas causas sem relação
com seus negócios centrais tendem a ser menos efetivas.
Assis Moreira. Valor econômico, 18/3/2019.
Internet: <valor.globo.com> (com adaptações).

O texto é um artigo de opinião, em que predomina o tipo argumentativo, haja vista a presença
de diversos argumentos para sustentar a ideia defendida por seu autor.
Comentário

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O texto é predominantemente dissertativo, uma vez que se estrutura em termos de


apresentação de resultados e conclusões de estudos realizados sobre o tema da
sustentabilidade. Questão incorreta.
16. (TRE-PA–Taquigrafia – 2014) Com relação ao parágrafo dissertativo na redação jurídica,
assinale a alternativa que define, respectivamente, a dissertação expositiva e a argumentativa.
a) Exposição sucinta de fatos; discussão de uma ideia, de um assunto ou de uma doutrina.
b) Representação escrita de uma sequência de aspectos jurídicos; exposição de um assunto, com
inserção de comentários pessoais.
c) Posicionamento sobre determinado assunto; relato detalhado de natureza persuasiva.
d) Discussão de uma ideia, de um assunto ou de uma doutrina; exposição de ideias com o
objetivo de convencer o leitor.
e) Técnica de persuasão necessária no discurso forense; exposição de opiniões de forma clara e
objetiva.
17. (DPE-RJ–Técnico Superior Jurídico – 2019) No início de um comentário na revista Época,
14/01/2019, o jornalista Helio Gurovitz diz:
“Nenhum presidente de empresa privada acumula tanto poder, controla tantos destinos, atrai
tanta inveja. Nenhum outro posto da administração pública sofre tanta pressão, recebe tanto
escrutínio, é alvo de tantos ataques. Nenhum emprego tem, simultaneamente, tamanha força e
fragilidade. É o pior emprego do mundo”. Assim o cargo do ministro Paulo Guedes é definido
pelo jornalista Thomas Traumann em O pior emprego do mundo, lançado no meio da campanha
eleitoral do ano passado.
O texto segue uma estrutura de suspense construída da seguinte forma:
a) cita inicialmente características para depois mencionar o objeto caracterizado;
b) utiliza primeiramente aspectos gerais para depois concretizá-los;
c) mostra aspectos contraditórios para depois esclarecê-los;
d) qualifica determinado cargo para depois justificar as qualificações;
e) constrói uma sequência de frases para depois resumi-las numa só afirmativa.
18. (DPE-RJ–Técnico Superior Jurídico – 2019) “Um paradoxo é uma provocação à lógica.
Considere, por exemplo, a afirmação: ‘Eu estou mentindo’. Se ela for falsa, isso quer dizer que
eu não estou mentindo, o que contradiz a afirmação feita. Mas, se ela for verdadeira, então a
afirmação será falsa – ao dizer que estava mentindo, eu disse a verdade e, logo, não estava
mentindo. A afirmação é verdadeira se for falsa e falsa se for verdadeira!” (Eduardo Giannetti, O
paradoxo do brasileiro)
Considerando o título do artigo de onde foi retirado esse trecho introdutório, a introdução
acima pode ser caracterizada como:
a) uma informação de caráter histórico;

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b) uma definição inicial de termos;


c) uma alusão à situação atual;
d) uma classificação tipológica;
e) uma argumentação filosófica.
19. (TRE-ES–Taquigrafia – 2011) No Brasil, a tradição política no tocante à representação gira em
torno de três ideias fundamentais. A primeira é a do mandato livre e independente, isto é, os
representantes, ao serem eleitos, não têm nenhuma obrigação, necessariamente, para com as
reivindicações e os interesses de seus eleitores. O representante deve exercer seu papel com
base no exercício autônomo de sua atividade, na medida em que é ele quem tem a capacidade
de discernimento para deliberar sobre os verdadeiros interesses dos seus constituintes. A
segunda ideia é a de que os representantes devem exprimir interesses gerais, e não interesses
locais ou regionais. Os interesses nacionais seriam os únicos e legítimos a serem representados.
A terceira ideia refere-se ao princípio de que o sistema democrático representativo deve basear-
se no governo da maioria. Praticamente todas as leis eleitorais que vigoraram no Brasil buscaram
a formação de maiorias compactas que pudessem governar.
Julgue o item que se segue, relativo às estruturas sintáticas e semânticas do texto. Nesse
fragmento de texto, o tópico frasal corresponde ao primeiro período.
20. (SEFAZ-RS–Auditor Fiscal – 2019) Texto 1A1-I
O direito tributário brasileiro depara-se com grandes desafios, principalmente em tempos
de globalização e interdependência dos sistemas econômicos. Entre esses pontos de atenção,
destacam-se três. O primeiro é a guerra fiscal ocasionada pelo ICMS. O principal tributo em
vigor, atualmente, é estadual, o que faz contribuintes e advogados se debruçarem sobre vinte e
sete diferentes legislações no país para entendê-lo. Isso se tornou um atentado contra o
princípio de simplificação, contribuindo para o incremento de uma guerra fiscal entre os estados,
que buscam alterar regras para conceder benefícios e isenções, a fim de atrair e facilitar a
instalação de novas empresas. É, portanto, um dos instrumentos mais utilizados na disputa por
investimentos, gerando, com isso, consequências negativas do ponto de vista tanto econômico
quanto fiscal.
A competitividade gerada pela interdependência estadual é outro ponto. Na década de
60, a adoção do imposto sobre valor agregado (IVA) trouxe um avanço importante para a
tributação indireta, permitindo a internacionalização das trocas de mercadorias com a facilitação
da equivalência dos impostos sobre consumo e tributação, e diminuindo as diferenças entre
países. O ICMS, adotado no país, é o único caso no mundo de imposto que, embora se pareça
com o IVA, não é administrado pelo governo federal — o que dá aos estados total autonomia
para administrar, cobrar e gastar os recursos dele originados. A competência estadual do ICMS
gera ainda dificuldades na relação entre as vinte e sete unidades da Federação, dada a
coexistência dos princípios de origem e destino nas transações comerciais interestaduais, que
gera a já comentada guerra fiscal.
A harmonização com os outros sistemas tributários é outro desafio que deve ser

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enfrentado. É preciso integrar-se aos países do MERCOSUL, além de promover a aproximação


aos padrões tributários de um mundo globalizado e desenvolvido, principalmente quando se
trata de Europa. Só assim o país recuperará o poder da economia e poderá utilizar essa
recuperação como condição para intensificar a integração com outros países e para participar
mais ativamente da globalização.
André Pereira. Os desafios do direito tributário brasileiro. In: DCI – Diário Comércio,
Indústria e Serviços. 2/mar./2017. Internet: <www.dci.com.br> (com adaptações).
Os três aspectos que representam desafios para o direito tributário brasileiro, na ordem em que
aparecem no texto 1A1-I, são
a) a alteração de regras para benefícios e isenções, a competitividade propiciada pela
interdependência dos estados e a recuperação do poder econômico do país.
b) o conflito fiscal proporcionado pelo ICMS, a competitividade produzida pela
interdependência dos estados e a recuperação do poder econômico do país.
c) a alteração de regras para benefícios e isenções, a competitividade gerada pela
interdependência dos estados e a recuperação do poder econômico do país.
d) o afinamento com outros sistemas tributários, a adoção do IVA e o conflito fiscal favorecido
pelo ICMS.
e) o conflito fiscal propiciado pelo ICMS, a competitividade gerada pela interdependência dos
estados e o afinamento com outros sistemas tributários.
21. (SEFAZ-RS–Auditor Fiscal – 2019) O texto 1A1-I (Questão anterior)
a) carece de uma introdução para o assunto que aborda.
b) é composto de três parágrafos vinculados a uma temática principal.
c) é organizado de forma progressiva, partindo do problema menos relevante ao mais relevante.
d) concentra no parágrafo final a conclusão geral dos argumentos apresentados.
e) é pautado integralmente na temática da tributação excessiva.
22. (SEFAZ-RS–Auditor Fiscal – 2019) Infere-se das ideias do texto 1A1-I (Questão 17) que o
autor é contrário
a) ao modelo tributário europeu.
b) à aplicação do IVA em nível federal.
c) ao sistema tributário do MERCOSUL.
d) à competência estadual para o ICMS.
e) aos padrões tributários do mundo globalizado.
23. (UFG / DP-GO – 2014) Leia o Texto para responder à questão
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990

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Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.


O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei:
Título I
Das Disposições Preliminares
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às
pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou
por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento
físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar,
com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância
e à juventude.
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer
atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
Em sua acepção técnica, lei equivale a uma regra escrita, dotada de poder normativo. No Texto,
a normatividade do conteúdo da lei é marcada por:
a) uso esporádico de recursos explicativos dos princípios legais.
b) estratégias injuntivas e de construção da neutralidade.
c) recorrência de raciocínio indutivo.
d) expressões de possibilidade geradoras de intimidação no leitor.
e) escolha lexical de valor ambíguo.
24. (SESC-PE–Assist. Adm. – 2013) Julgue o item a seguir.

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Definindo-se intertextualidade, tem-se que é a relação que se estabelece entre dois textos,
quando um deles faz referência a elementos do outro.
25. (COPERGÁS–Administrador – 2016) Idades e verdades
O médico e jornalista Drauzio Varella escreveu outro dia no jornal uma crônica muito instigante.
Destaco este trecho:
“Nada mais ofensivo para o velho do que dizer que ele tem ‘cabeça de jovem’. É considerá-lo
mais inadequado do que o rapaz de 20 anos que se comporta como criança de dez. Ainda que
maldigamos o envelhecimento, é ele que nos traz a aceitação das ambiguidades, das diferenças,
do contraditório e abre espaço para uma diversidade de experiências com as quais nem
sonhávamos anteriormente.”
Tomo a liberdade de adicionar meu comentário de velho: não preciso que os jovens acreditem
em mim, tampouco estou aberto para receber lições dos mocinhos. Nossa alternativa: ao nos
defrontarmos com uma questão de comum interesse, discutirmos honestamente que sentido ela
tem para nós. O que nos unirá não serão nossas diferenças, mas o que nos desafia.
Deve-se entender que as afirmações de Dráuzio Varella e as do autor do texto mantêm entre si
a) uma clara relação de causa e efeito, na ordem em que são expostas.
b) uma relação de independência, uma vez que não os move uma questão comum.
c) uma interligação compulsória, pois não se entende uma sem a presença da outra.
d) um caráter de alguma complementaridade, dado que a segunda é motivada pela primeira.
e) uma relação de subordinação, pois a segunda é uma simples dedução da primeira.
26. (MPU–Analista – 2018) Texto CB1A1-I
A impossibilidade de manter silêncio sobre um assunto é uma observação que pode ser
feita a respeito de muitos casos de patente injustiça que nos enfurecem de um modo até difícil
de ser capturado por nossa linguagem. Ainda assim, qualquer estudo sobre a injustiça também
demanda uma enunciação clara e uma análise arrazoada.
A necessidade de uma teoria da justiça está relacionada com a disciplina de argumentar
racionalmente sobre um assunto. Afirma-se, às vezes, que a justiça não diz respeito à
argumentação racional. É fácil ficar tentado a pensar nessa linha. Quando nos defrontamos, por
exemplo, com uma alastrada fome coletiva, parece natural protestar em vez de raciocinar de
forma elaborada sobre a justiça e a injustiça. Contudo, uma calamidade seria um caso de
injustiça apenas se pudesse ter sido evitada, em especial se aqueles que poderiam ter agido
para tentar evitá-la tivessem deixado de fazê-lo. Entre os requisitos de uma teoria da justiça
inclui-se o de permitir que a razão influencie o diagnóstico da justiça e da injustiça.
Amartya Sen. A ideia de justiça. Denise Bottmann e Ricardo D. Mendes
(Trad.). São Paulo: Companhia das Letras, 2011 (com adaptações)
Infere-se do texto que calamidades com consequências de proporções imensuráveis não devem

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ser consideradas casos de injustiça, já que é impossível contê-las.


27. (MPU–Analista – 2018) Utilizar texto da questão anterior.
O protesto é a primeira e a mais natural reação do ser humano a calamidades ou a casos de
injustiça.
28. (MPU–Analista – 2018) Utilizar texto da questão 26.
O autor do texto defende a ideia de que a razão é um elemento de relevância na definição do
que possa ser considerado justiça ou injustiça.
29. (PC-GO–Delegado – 2017) Texto CB1A1AAA
A diferença básica entre as polícias civil e militar é a essência de suas atividades, pois
assim desenhou o constituinte original: a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
(CF), em seu art. 144, atribui à polícia federal e às polícias civis dos estados as funções de polícia
judiciária — de natureza essencialmente investigatória, com vistas à colheita de provas e, assim,
à viabilização do transcorrer da ação penal — e a apuração de infrações penais.
Enquanto a polícia civil descobre, apura, colhe provas de crimes, propiciando a existência
do processo criminal e a eventual condenação do delinquente, a polícia militar, fardada, faz o
patrulhamento ostensivo, isto é, visível, claro e perceptível pelas ruas. Atua de modo preventivo-
repressivo, mas não é seu mister a investigação de crimes. Da mesma forma, não cabe ao
delegado de polícia de carreira e a seus agentes sair pelas ruas ostensivamente em
patrulhamento. A própria comunidade identifica na farda a polícia repressiva; quando ocorre um
crime, em regra, esta é a primeira a ser chamada. Depois, havendo prisão em flagrante, por
exemplo, atinge-se a fase de persecução penal, e ocorre o ingresso da polícia civil, cuja
identificação não se dá necessariamente pelos trajes usados.
Infere-se das informações do texto que
a) o uso de fardamento pela polícia militar é o que a diferencia da polícia civil, que prescinde dos
trajes corporativos.
b) a essência da atividade do delegado de polícia civil reside no controle, na prevenção e na
repressão de infrações penais.
c) ao delegado de polícia cabem a condução da investigação criminal e a apuração de infrações
penais.
d) a tarefa precípua dos delegados de polícia civil e de seus agentes é o patrulhamento
ostensivo nas ruas.
e) a função de polícia judiciária concretiza-se no policiamento ostensivo, preventivo e repressivo.
30. (PC-GO–Delegado – 2017) O texto CB1A1AAA (Questão anterior) é predominantemente
a) injuntivo.
b) narrativo.
c) dissertativo.

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d) exortativo.
e) descritivo.
31. (PC-RJ–Perito Criminal – 2013) No verso “Eu não me lembro mais”, a palavra em destaque
permite que o leitor infira um conteúdo pressuposto sobre a lembrança referida pelo sujeito
lírico. Indique- o.
a) Ele nunca se lembrou.
b) Ele agora se lembra mais do que já lembrara um dia.
c) Ele lembrará certamente num futuro próximo.
d) Ele já não se lembra daquilo que lembrara um dia
e) Ele não se lembra com a mesma intensidade do passado.-
32. (UFERSA–Contador – 2015) Considere o trecho reproduzido abaixo.
Distritos residenciais foram erguidos cada vez mais distantes das áreas centrais, onde
tradicionalmente estão os postos de trabalho. O movimento pendular entre moradia e emprego
tornou-se obrigatório para milhões de habitantes.
Em relação às informações implícitas, é correto afirmar que nele existem
a) um subentendido marcado linguisticamente e um pressuposto sem marcação linguística.
b) dois subentendidos marcados linguisticamente.
c) dois pressupostos marcados linguisticamente.
d) um pressuposto sem marcação linguística e um subentendido marcado linguisticamente.
33. (PC-GO–Delegado – 2013) Na frase “[o homem] deixou de exercer sua força perante uma
força maior”, há o seguinte pressuposto acionado linguisticamente pelo verbo “deixar”:
a) No passado, o homem exerceu sua força perante uma força maior.
b) O homem é por natureza um ser que procura impor-se pela força física.
c) O homem esperto sabe que pode exercer sua força perante o mais fraco.
d) Nos dias atuais, o homem busca várias formas de exercer seu poder sobre os demais.
34. (COPESE-UFT–Agente Administrativo Educacional – 2013) Na frase “Carlos começou a
trabalhar”, podemos interpretar como informação pressuposta implícita que:
a) Carlos não continuou no emprego.
b) Carlos não gostava de trabalhar.
c) Carlos não precisa de emprego.
d) Carlos não trabalhava antes.
35. (Questão Inédita – 2019) As causas do desemprego no mundo
Atualmente o mundo atingiu um nível muito alto de desemprego, fato que só havia

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acontecido, em proporções similares, após a crise de 29.


Segundo os órgãos internacionais, existem hoje, aproximadamente, 850 milhões de
pessoas desempregadas, algumas profissões foram superadas outras extintas, o crescimento
constante de tecnologias provoca alterações no mercado de trabalho em todo o mundo.
Até mesmo em países de terceiro mundo, as fábricas e indústrias estão sofisticadas e
modernas. As empresas são obrigadas a investir maciçamente em tecnologia para garantir
rapidez e melhorar a qualidade, itens necessários em um mercado tão competitivo.
De acordo com os fragmentos abaixo, julgue os itens:
I- Consoante algumas instituições internacionais, um número próximo de 850 milhões de pessoas
estão desempregadas, pois o desenvolvimento das tecnologias de automação modificou
profundamente as relações de trabalho, aumentando a rotatividade nos postos de trabalho.
II- Segundo o autor, o desemprego no Brasil atingiu um nível muito alto, algo que só ocorrera
após a depressão de 1929.
III- Fábricas em países de terceiro mundo, ao contrário do que possa parecer, ostentam plantas
modernas, em que há grandes investimentos em tecnologia, pois esse é um fator necessário
para sobreviver num mercado competitivo, assim como a qualidade da mão de obra.
IV- De acordo com organismos internacionais, há aproximadamente 850 milhões de
desempregados, tendo em vista que algumas profissões foram superadas e extintas, além do
fato de que o crescimento constante de tecnologias provoca manutenção das relações de
trabalho no mercado em todo o mundo. Tal nível de desemprego é sem precedentes na história.
V- Os investimentos em tecnologia são um grande fator para a deterioração dos benefícios
trabalhistas, constitucionalmente garantidos, acentuando a condição de hipossuficiente dos
operários das modernas e sofisticadas fábricas em todo o mundo.
36. (ALAP / ANALISTA LEGISLATIVO / 2020)
Distribuição justa
A justiça de um resultado distributivo das riquezas depende das dotações iniciais dos
participantes e da lisura do processo do qual ele decorre. Do ponto de vista coletivo, a questão
crucial é: a desigualdade observada reflete essencialmente os talentos, esforços e valores
diferenciados dos indivíduos, ou, ao contrário, ela resulta de um jogo viciado na origem e no
processo, de uma profunda falta de equidade nas condições iniciais de vida, da privação de
direitos elementares ou da discriminação racial, sexual, de gênero ou religiosa?
A condição da família em que uma criança tiver a sorte ou o infortúnio de nascer, um risco
comum, a todos, passa a exercer um papel mais decisivo na definição de seu futuro do que
qualquer outra coisa ou escolha que possa fazer no ciclo da vida. A falta de um mínimo de
equidade nas condições iniciais e na capacitação para a vida tolhe a margem de escolha, vicia o
jogo distributivo e envenena os valores da convivência. A igualdade de oportunidades está na
origem da emancipação das pessoas. Crianças e jovens precisam ter a oportunidade de
desenvolver seus talentos de modo a ampliar seu leque de escolhas possíveis na vida prática e

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eleger seus projetos, apostas e sonhos de realização.


(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 106)

No contexto do primeiro parágrafo, as expressões dotações iniciais de participantes e lisura do


processo constituem
(A) as causas ocultas da distribuição de riquezas que acaba por não fazer justiça às habilidades
próprias dos indivíduos.
(B) as metas mais justas a serem alcançadas por um conveniente processo distributivo das
limitadas riquezas disponíveis.
(C) os fatores diretamente condicionantes da possibilidade de haver justiça no processo
distributivo das riquezas.
(D) as razões de ser de todo processo de distribuição de riquezas que premie o talento inato dos
mais competentes.
(E) um objetivo idealista cuja aparência de justiça se apaga quando competidores aproveitam
mal oportunidades iguais.
37. (ALAP / ANALISTA LEGISLATIVO / 2020)
Utilizar texto da questão anterior.
Em síntese, depreende-se da leitura do segundo parágrafo que
(A) as escolhas nas quais se faz justiça aos talentos das crianças e dos jovens tornam-se possíveis
com a equidade das condições iniciais.
(B) a condição familiar de origem não tem peso determinante no desenvolvimento das
qualidades pessoais de uma criança.
(C) as aspirações e os sonhos das crianças e dos jovens só se formularão quando tiverem
alcançado alguma possibilidade de realização.
(D) a dotação injusta de talentos individuais faz com que não haja equidade ao final do processo
de distribuição das riquezas.
(E) a capacitação natural para a vida leva a tornar vicioso o jogo distributivo das riquezas
disponíveis em cada ocasião.
38. (DPE-RJ–Técnico Superior Jurídico – 2019) Texto 1
Uma revista de Educação mostrava o seguinte segmento:
“Os modelos pedagógicos de nossas escolas ainda são muito mais direcionados ao ensino
teórico para passar no funil do vestibular, obrigando os alunos a decorar fórmulas matemáticas,
afluentes de rios ou a morfologia dos insetos para ter depois seus conhecimentos testados e
avaliados por notas que não diferenciam as vocações ou interesses individuais. É uma avaliação
cruel, que prioriza a inteligência da decoreba ao invés da inteligência criativa”.
Entre as ideias defendidas no texto 1, a única que NÃO está presente é:

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a) a criatividade deve ser priorizada nos modelos pedagógicos;


b) as notas dadas às provas não visam aos interesses pessoais;
c) o ensino teórico é uma decorrência dos exames vestibulares;
d) os exames vestibulares não avaliam com critérios válidos;
e) alguns tópicos tradicionais do ensino são inúteis nos exames vestibulares.
39. (DPE-RJ–Técnico Superior Jurídico – 2019) Texto 2
“Nós conhecemos você tanto quanto você nos conhece.
E não há nada melhor que isso: confiança.
O que nos move é você. Seu jeito de ser, o que valoriza.
Faz sentido pra você, faz sentido pra gente.
A gente veste a sua camisa”.
Esse texto está fixado na parede de uma loja de roupas masculinas e funciona como um texto
publicitário da loja.
A finalidade principal do texto 2 é:
a) indicar a sofisticação dos produtos da loja por meio de uma linguagem formal;
b) mostrar a preocupação da loja com o que o cliente veste;
c) demonstrar a informalidade no atendimento;
d) produzir proximidade social entre loja e cliente;
e) destacar o fácil acesso do cliente à loja.
40. (DPE-RJ–Técnico Superior Jurídico – 2019) “Hoje, em todo o mundo, cerca de 550 milhões
de pessoas estão conectadas à Internet – quase 9 milhões delas no Brasil. Quando a rede de
computadores começou a popularizar-se, dez anos atrás, os apocalípticos de plantão, sempre
eles, logo alardearam que os efeitos colaterais mais nefastos desse fenômeno seriam o
isolamento e a alienação. Que as pessoas deixariam de relacionar-se, que se tornariam ainda
mais sedentárias, que teriam o seu cotidiano moldado por uma espécie de irrealidade digital,
que emburreceriam, e por aí vai”. (Veja, 03/03/2004, p. 85)
Argumentativamente, o texto:
a) condena indiretamente a Internet, mostrando ironicamente argumentos contra ela;
b) parte de uma afirmação inicial indiscutível para, em seguida, explicitar alguns de seus termos;
c) mostra que algumas críticas apressadas se tornam ridículas com o passar do tempo;
d) procura historicamente justificar algumas críticas contra a Internet;
e) critica as pessoas que, usando a Internet, se afastam do convívio social.
41. (DPE-RJ–Técnico Superior Jurídico – 2019) Falando das próximas Olimpíadas, um jornal do

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Rio estampou a seguinte manchete:


A 500 dias. Contagem regressiva para Tóquio e aposta de medalhas em esportes vitoriosos e
estreantes.
Entende-se da manchete que:
a) alguns atletas estreantes mostram chances nítidas de medalhas;
b) os atletas brasileiros garantem medalhas em esportes em que já são vitoriosos;
c) a contagem regressiva se refere à preparação física de atletas para Tóquio;
d) os 500 dias se referem ao prazo de convocação dos atletas olímpicos;
e) as Olimpíadas incluirão esportes inéditos no calendário olímpico.
42. (DPE-RJ–Técnico Superior Jurídico – 2019) Numa entrevista com a pesquisadora Moira
Weigel, ocorre o seguinte diálogo:
__ Qual a definição de politicamente correto?
__ Para mim, politicamente correto é um sinônimo de educação.
Essa é minha definição. Para outras pessoas, críticas do conceito, politicamente correto quer
dizer algo ruim, uma espécie de censura que impede que as pessoas falem livremente sobre
todos os assuntos”.
A frase abaixo em que a afirmação feita está de acordo com a definição dada pela entrevistada
é:
a) “o politicamente correto veio colocar racismo onde não havia”;
b) “o politicamente correto pretende melhorar o convívio”;
c) “o politicamente correto acaba com a liberdade de expressão”;
d) “o politicamente correto acaba com o preconceito”;
e) “o politicamente correto valoriza as minorias”.
43. (DPE-RJ–Técnico Superior Jurídico – 2019) “Pensamos com o idioma; se é mal usado,
pensaremos mal!”
(Fernando Lázaro Carreter)
Para esse linguista, a função da língua escrita é:
a) preservar o saber construído;
b) produzir conhecimentos;
c) criar arte;
d) memorizar dados;
e) manter valores político-sociais.
44. (DPE-RJ–Técnico Médio De Defensoria – 2019) A respeito de algumas tragédias que afetam

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o nosso país, o jornal O Globo, de 16/02/2019, fez uma reportagem a que deu o título “Por que
o Brasil repete as suas tragédias”.
Pelo título dado a essa reportagem, o leitor pode concluir que o texto deve:
a) mostrar o desprezo das autoridades pelo ambiente natural;
b) atribuir as culpas das últimas ocorrências;
c) indicar as consequências dos desastres naturais;
d) enumerar as tragédias ocorridas;
e) responder à pergunta do título.
45. (DPE-RJ–Técnico Médio De Defensoria – 2019) Texto 2
“Em linhas gerais a arquitetura brasileira sempre conservou a boa tradição da arquitetura
portuguesa. De Portugal, desde o descobrimento do Brasil, vieram para aqui os fundamentos
típicos da arquitetura colonial. Não se verificou, todavia, uma transplantação integral de gosto e
de estilo, porque as novas condições de vida em clima e terras diferentes impuseram adaptações
e mesmo improvisações que acabariam por dar à do Brasil uma feição um tanto diferente da
arquitetura genuinamente portuguesa ou de feição portuguesa. E como arquitetura portuguesa,
nesse caso, cumpre reconhecer a de característica ou de estilo barroco”. (Luís Jardim,
Arquitetura brasileira. Cultura, SP: 1952)
Pela estrutura geral do texto 2, ele deve ser incluído entre os textos:
a) descritivos;
b) narrativos;
c) dissertativo-expositivos;
d) dissertativo-argumentativos;
e) injuntivos.
46. (SEPLAG-RECIFE–Ass. De Gestão Pública – 2019) Mais da metade dos seres humanos hoje
vivem em cidades, e esse número deve aumentar para 70% até 2050. Em termos econômicos, os
resultados da urbanização foram notáveis. As cidades representam 80% do Produto Interno
Bruto (PIB) global. Nos Estados Unidos, o corredor Boston-Nova York-Washington gera mais de
30% do PIB do país.
Mas o sucesso tem sempre um custo – e as cidades não são exceção, segundo análise do
Fórum Econômico Mundial. Padrões insustentáveis de consumo, degradação ambiental e
desigualdade persistente são alguns dos problemas das cidades modernas. Recentemente,
entraram na equação as consequências da transformação digital. Há quem fale sobre uma futura
desurbanização. Mas os especialistas consultados pelo Fórum descartam essa possibilidade.
Preferem discorrer sobre como as cidades vão se adaptar à era da digitalização e como vão
moldar a economia mundial.
A digitalização promete melhorar a vida das pessoas nas cidades. Em cidades inteligentes

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como Tallinn, na Estônia, os cidadãos podem votar nas eleições nacionais e envolver-se com o
governo local via plataformas digitais, que permitem a assinatura de contratos e o pagamento
de impostos, por exemplo. Programas similares em Cingapura e Amsterdã tentam criar uma
espécie de “governo 4.0”.
Além disso, a tecnologia vai permitir uma melhora na governança. Plataformas digitais
possibilitam acesso, abertura e transparência às operações de governos locais e provavelmente
irão mudar a forma como os governos interagem com as pessoas.
(Adaptado de:“5 previsões para a cidade do futuro, segundo o Fórum Econômico Mundial”.
Disponível em: https://epocanegocios.globo.com)
Na apresentação de previsões quanto ao futuro das cidades, o autor
a) cita dados que mostram o aumento da urbanização como fruto da transformação digital.
b) contrasta aspectos positivos e negativos da digitalização no exercício da cidadania.
c) aponta os problemas decorrentes do emprego da digitalização na economia mundial.
d) apresenta opiniões divergentes no que respeita à sustentabilidade nos meios urbanos.
e) recorre à opinião de especialistas e menciona cidades que usam recursos digitais atualmente.
47. (SEPLAG-RECIFE–Ass. de Gestão Pública – 2019) Utilizar texto da questão anterior.
Mas o sucesso tem sempre um custo − e as cidades não são exceção, segundo análise do Fórum
Econômico Mundial. (2º parágrafo)
Nesse trecho, constata-se a presença de uma
a) incoerência.
b) retificação.
c) generalização.
d) hipótese.
e) recomendação.
48. (SEPLAG-RECIFE–Ass. de Gestão Pública – 2019) Desde 2016, registra-se queda na
cobertura vacinal de crianças menores de dois anos. Segundo o Ministério da Saúde, entre
janeiro e agosto, nenhuma das nove principais vacinas bateu a meta estabelecida — imunizar
95% do público-alvo. O percentual alcançado oscila entre 50% e 70%.
As autoridades atribuem o desleixo a duas causas. Uma: notícias falsas alarmantes
espalhadas pelas redes sociais. Segundo elas, vacinas seriam responsáveis pelo autismo e outras
enfermidades. A outra: a população apagou da memória as imagens de pessoas acometidas por
coqueluche, catapora, sarampo. Confirmar-se-ia, então, o dito de que o que os olhos não veem
o coração não sente.
Trata-se de comportamento irresponsável que tem consequências. De um lado, ao
impedir que o infante indefeso fique protegido contra determinada doença, os pais lhe

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comprometem a saúde (e até a vida). De outro, contribuem para que a enfermidade continue a
se propagar pela população. Em bom português: apunhalam o individual e o coletivo. Põem a
perder décadas de esforço governamental de proteger os brasileiros de doenças evitáveis.
O Brasil, vale lembrar, é citado como modelo pela Organização Mundial de Saúde. As
campanhas de vacinação exigiram esforço hercúleo. Para cobrir o território nacional e cumprir o
calendário, enfrentaram selvas, secas, tempestades. Tiveram êxito. Deixaram relegada para as
páginas da história a revolta da vacina, protagonizada pela população do Rio de Janeiro que, no
início do século passado, se rebelou contra a mobilização de Oswaldo Cruz para reduzir as
mazelas do Rio de Janeiro. O médico quis resolver a tragédia da varíola com a Lei da Vacina
Obrigatória.
Tal fato seria inaceitável hoje. A sociedade evoluiu e se educou. O calendário de
vacinação tornou-se rotina. Graças ao salto civilizatório, o país conseguiu erradicar males que
antes assombravam a infância. O retrocesso devolverá o Brasil ao século 19. Há que reverter o
processo. Acerta, pois, o Ministério da Saúde ao deflagrar nova campanha de adesão para evitar
a marcha rumo à barbárie. O reforço na equipe de agentes de imunização deve merecer atenção
especial.
(Adaptado de: “Vacina: avanço civilizatório”. Diário de Pernambuco. Editorial. Disponível em:
www.diariodeper-nambuco.com.br)
O texto expressa um ponto de vista condizente com o que se afirma em:
a) A população brasileira é irresponsável ao não aderir às campanhas de vacinação promovidas
pelo Ministério da Saúde.
b) Falta investimento público em campanhas de vacinação que sejam de fato eficazes para o
controle de doenças letais.
c) Doenças já erradicadas voltaram a assolar a população porque os brasileiros não foram
orientados a vacinar seus filhos.
d) As campanhas de vacinação do Ministério da Saúde foram mal planejadas e, por isso, não
chegaram a alcançar sucesso.
e) O pouco conhecimento da população brasileira acerca das campanhas de vacinação acarretou
surtos de doenças evitáveis.
49. (SEPLAG-RECIFE–Ass. de Gestão Pública – 2019) Utilizar texto da questão anterior.
Com a alusão ao provérbio o que os olhos não veem o coração não sente, reforça-se a ideia de
que
a) a população já se esqueceu dos riscos de algumas doenças visadas pelas atuais campanhas de
vacinação, como coqueluche, catapora e sarampo.
b) as campanhas de vacinação têm priorizado inadvertidamente doenças que já não implicam
risco de contágio à maior parte da população.
c) as campanhas de conscientização do Ministério da Saúde não devem subestimar o

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conhecimento que o público adquire por meio do estudo formal.


d) as notícias falsas espalhadas pelas redes sociais são eficazes porque recorrem a registros
audiovisuais que apelam a um envolvimento afetivo.
e) a imunização carece do estabelecimento de metas realistas, embora informar a população
acerca dos riscos das doenças seja uma estratégia válida.
50. (PGE-PE–Ana. Judiciário de Procuradoria – 2019) Texto CB2A1-I
Raras vezes na história humana, o trabalho, a riqueza, o poder e o saber mudaram
simultaneamente. Quando isso ocorre, sobrevêm verdadeiras descontinuidades que marcam
época, pedras miliares no caminho da humanidade. A invenção das técnicas para controlar o
fogo, o início da agricultura e do pastoreio na Mesopotâmia, a organização da democracia na
Grécia, as grandes descobertas científicas e geográficas entre os séculos XII e XVI, o advento da
sociedade industrial no século XIX, tudo isso representa saltos de época, que desorientaram
gerações inteiras.
Se observarmos bem, essas ondas longas da história, como as chamava Braudel,
tornaram-se cada vez mais curtas. Acabamos de nos recuperar da ultrapassagem da agricultura
pela indústria, ocorrida no século XX, e, em menos de um século, um novo salto de época nos
tomou de surpresa, lançando-nos na confusão. Dessa vez o salto coincidiu com a rápida
passagem de uma sociedade de tipo industrial dominada pelos proprietários das fábricas
manufatureiras para uma sociedade de tipo pós-industrial dominada pelos proprietários dos
meios de informação.
O fórceps com o qual a recém-nascida sociedade pós-industrial foi extraída do ventre da
sociedade industrial anterior é representado pelo progresso científico e tecnológico, pela
globalização, pelas guerras mundiais, pelas revoluções proletárias, pelo ensino universal e pelos
meios de comunicação de massa. Agindo simultaneamente, esses fenômenos produziram uma
avalanche ciclópica — talvez a mais irresistível de toda a história humana — na qual nós,
contemporâneos, temos o privilégio e a desventura de estar envolvidos em primeira pessoa.
Ninguém poderia ficar impassível diante de uma mudança dessa envergadura. Por isso a
sensação mais difundida é a desorientação.
A nossa desorientação afeta as esferas econômica, familiar, política, sexual, cultural... É um
sintoma de crescimento, mas é também um indício de um perigo, porque quem está
desorientado sente-se em crise, e quem se sente em crise deixa de projetar o próprio futuro. Se
deixarmos de projetar nosso futuro, alguém o projetará para nós, não em função de nossos
interesses, mas do seu próprio proveito.
Domenico de Masi. Alfabeto da sociedade desorientada: para
entender o nosso tempo. Trad. Silvana Cobucci e Federico
Carotti. São Paulo: Objetiva, 2017, p. 93-4 (com adaptações).
Infere-se do texto que a desorientação das gerações, em épocas específicas, promove uma
radical e simultânea alteração no escopo do trabalho, da riqueza, do poder e do saber humano.

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51. (PGE-PE–Ana. Judiciário de Procuradoria – 2019) Utilizar texto da questão anterior.


De acordo com o texto, as sociedades deste século vivenciaram a substituição da agricultura e, a
partir disso, passaram a se submeter ao controle dos proprietários de veículos de informação.
52. (PGE-PE–Ana. Judiciário de Procuradoria – 2019) Utilizar texto da questão 50.
Conclui-se do último parágrafo do texto que o sentimento de crise provocado pela sensação de
desorientação favorece um futuro prejudicial ao próprio sujeito em crise.
53. (PGE-PE–Ana. Judiciário de Procuradoria – 2019) Utilizar texto da questão 50.
O texto caracteriza-se como dissertativo-argumentativo, devido, entre outros aspectos, à
presença de evidências e fatos históricos utilizados para validar a argumentação do autor.
54. (PRF–Policial – 2019) A vida humana só viceja sob algum tipo de luz, de preferência a do sol,
tão óbvia quanto essencial. Somos animais diurnos, por mais que boêmios da pá virada e
vampiros em geral discordem dessa afirmativa. Poucas vezes a gente pensa nisso, do mesmo
jeito que devem ser poucas as pessoas que acordam se sentindo primatas, mamíferos ou
terráqueos, outros rótulos que nos cabem por força da natureza das coisas.
A humanidade continua se aperfeiçoando na arte de afastar as trevas noturnas de todo
hábitat humano. Luz soa para muitos como sinônimo de civilização, e pode-se observar do
espaço o mapa das desigualdades econômicas mundiais desenhado na banda noturna do
planeta. A parcela ocidental do hemisfério norte é, de longe, a mais iluminada.
Dispor de tanta luz assim, porém, tem um custo ambiental muito alto, avisam os cientistas.
Nos humanos, o excesso de luz urbana que se infiltra no ambiente no qual dormimos pode
reduzir drasticamente os níveis de melatonina, que regula o nosso ciclo de sono-vigília.
Mesmo assim, sinto uma alegria quase infantil quando vejo se acenderem as luzes da
cidade. E repito para mim mesmo a pergunta que me faço desde que me conheço por gente:
quem é o responsável por acender as luzes da cidade? O mais plausível é imaginar que essa
tarefa caiba a sensores fotoelétricos espalhados pelos bairros. Mas e antes dos sensores, como é
que se fazia? Imagino que algum funcionário trepava na antena mais alta no topo do maior
arranha-céu e, ao constatar a falência da luz solar, acionava um interruptor, e a cidade toda se
iluminava.
Não consigo pensar em um cargo público mais empolgante que o desse homem. Claro
que o cargo, se existia, já foi extinto, e o homem da luz já deve ter se transferido para o mundo
das trevas eternas.
Reinaldo Moraes. “Luz! Mais luz”. Internet: <www.nexojornal.com.br> (com adaptações).
Infere-se do primeiro parágrafo do texto que “boêmios da pá virada e vampiros” diferem
biologicamente dos seres humanos em geral, os quais tendem a desempenhar a maior parte de
suas atividades durante a manhã e a tarde
55. (PRF–Policial – 2019) Utilizar texto da questão anterior.
É correto inferir do trecho “o homem da luz já deve ter se transferido para o mundo das trevas

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eternas” (ℓ. 21 e 22) que provavelmente o funcionário responsável pelo acionamento da


iluminação urbana já morreu.
56. (PGE-PE–Ana. Judiciário de Procuradoria – 2019) A própria palavra “crise” é bem mais a
expressão de um movimento do espírito que de um juízo fundado em argumentos extraídos da
razão ou da experiência. Não há período histórico que não tenha sido julgado, de uma parte ou
de outra, como um período em crise. Ouvi falar de crise em todas as fases da minha vida: depois
da Primeira Guerra Mundial, durante o fascismo e o nazismo, durante a Segunda Guerra
Mundial, no pós-guerra, bem como naqueles que foram chamados de anos de chumbo. Sempre
duvidei que o conceito de crise tivesse qualquer utilidade para definir uma sociedade ou uma
época.
Que fique claro: não tenho nenhuma intenção de difamar ou condenar o passado para
absolver o presente, nem de deplorar o presente para louvar os bons tempos antigos. Desejo
apenas ajudar a que se compreenda que todo juízo excessivamente resoluto nesse campo corre
o risco de parecer leviano. Certamente, existem épocas mais turbulentas e outras menos. Mas é
difícil dizer se a maior turbulência depende de uma crise moral (de uma diminuição da crença em
princípios fundamentais) ou de outras causas, econômicas, sociais, políticas, culturais ou até
mesmo biológicas.
Norberto Bobbio. Elogio da serenidade e outros escritos morais. Trad. Marco
Aurélio Nogueira. São Pau lo: Editora UNESP, 2002, p. 160-1 (com adaptações).
Para o autor do texto, todo período histórico que se tornou passado se caracteriza como um
período de crise moral.
57. (PGE-PE–Ana. Judiciário de Procuradoria – 2019) Como período e como crise, a época atual
mostra-se, aliás, como coisa nova. Como período, as suas variáveis características instalam-se em
toda parte e a tudo influenciam, direta ou indiretamente. Daí a denominação de globalização.
Como crise, as mesmas variáveis construtoras do sistema estão continuamente chocando-se e
exigindo novas definições e novos arranjos. Trata-se, porém, de uma crise persistente dentro de
um período com características duradouras, mesmo que novos contornos apareçam.
O mesmo sistema ideológico que justifica o processo de globalização e que ajuda a
considerá-lo o único caminho histórico acaba, também, por impor certa visão da crise e a
aceitação dos remédios sugeridos. Em razão disso, todos os países, lugares e pessoas passam a
se comportar, isto é, a organizar sua ação, como se tal “crise” fosse a mesma para todos e como
se a receita para a afastar devesse ser geralmente a mesma. Na verdade, porém, a única crise
que os responsáveis desejam afastar é a crise financeira, e não qualquer outra. Aí está, na
verdade, uma causa para mais aprofundamento da crise real — econômica, social, política, moral
— que caracteriza o nosso tempo.
Milton Santos. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência
universal. 27.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2017, p. 34-6 (com adaptações).
Infere-se do texto que, na atualidade, é imposto um comportamento hegemônico e uniforme
para lidar com diferentes situações de crise no mundo.

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58. (PGE-PE–Ana. Judiciário de Procuradoria – 2019) Utilizar texto da questão anterior.


Conclui-se do último parágrafo do texto que a verdadeira crise não será resolvida enquanto os
esforços persistirem centralizados na resolução da crise financeira.
59. (PGE-PE–Conhecimentos Básicos 1, 2, 3 e 4 – 2019) O desejo por igualdade em nossos dias,
ensejado pela Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, marco da modernidade,
segundo Axel Honneth, advém de uma busca por autorrespeito. Para Honneth, houve uma
conversão de demandas por distribuição igualitária em demandas por mais dignidade e respeito.
O autor descreve o campo de ação social como o lócus marcado pela permanente luta entre os
sujeitos por conservação e reconhecimento. O conflito, diz ele, força os sujeitos a se
reconhecerem mutuamente e impulsiona a criação de uma rede normativa. Quer dizer, o
estabelecimento da figura do sujeito de direitos constitui um mínimo necessário para a
perpetuação da sociedade, porque é pelo respeito mútuo de suas pretensões legítimas que as
pessoas conseguem se relacionar socialmente.
Nesse contexto, a Lei Maria da Penha teria o papel de assegurar o reconhecimento das
mulheres em situação de violências (incluída a psicológica) pelo direito; afinal, é constatando as
obrigações que temos diante do direito alheio que chegamos a uma compreensão de cada
um(a) de nós como sujeitos de direitos. De acordo com Honneth, as demandas por direitos —
como aqueles que se referem à igualdade de gênero ou relacionados à orientação sexual —,
advindas de um reconhecimento anteriormente denegado, criam conflitos práticos
indispensáveis para a mobilidade social.
Isadora Vier Machado. Da dor no corpo à dor na alma: uma leitura do conceito de violência
psicológica da Lei Maria da Penha. Internet: <http://pct.capes.gov.br> (com adaptações).
O desejo de igualdade entre os indivíduos, manifesto a partir da criação da Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão, impulsionou a busca por autorrespeito.
60. (PGE-PE–Conhecimentos Básicos 1, 2, 3 e 4 – 2019) Utilizar texto da questão anterior.
O texto indica que, de acordo com Axel Honneth, o conflito motiva o reconhecimento dos
sujeitos de direito, o que é condição básica para a preservação da sociedade.
61. (PRF–Policial – 2019) As atividades pertinentes ao trabalho relacionam-se intrinsecamente
com a satisfação das necessidades dos seres humanos — alimentar-se, proteger-se do frio e do
calor, ter o que calçar etc. Estas colocam os homens em uma relação de dependência com a
natureza, pois no mundo natural estão os elementos que serão utilizados para atendê-las.
Se prestarmos atenção à nossa volta, perceberemos que quase tudo que vemos existe em
razão de atividades do trabalho humano. Os processos de produção dos objetos que nos cercam
movimentam relações diversas entre os indivíduos, assim como a organização do trabalho
alterou-se bastante entre diferentes sociedades e momentos da história.
De acordo com o cientista social norte-americano Marshall Sahlins, nas sociedades tribais,
o trabalho geralmente não tem a mesma concepção que vigora nas sociedades industrializadas.
Naquelas, o trabalho está integrado a outras dimensões da sociabilidade — festas, ritos, artes,
mitos etc. —, não representando, assim, um mundo à parte.

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Nas sociedades tribais, o trabalho está em tudo, e praticamente todos trabalham. Sahlins
propôs que tais sociedades fossem conhecidas como “sociedades de abundância” ou
“sociedades do lazer”, pelo fato de que nelas a satisfação das necessidades básicas sociais e
materiais se dá plenamente.
Thiago de Mello. Trabalho. Internet: <educacao.globo.com> (com adaptações).
Conclui-se do texto que, devido à abundância de recursos, nas sociedades tribais os indivíduos
não têm necessidade de separar as práticas laborais das outras atividades sociais.
62. (PRF–Policial – 2019) O nome é o nosso rosto na multidão de palavras. Delineia os traços da
imagem que fazem de nós, embora não do que somos (no íntimo). Alguns escondem seus
donos, outros lhes põem nos olhos um azul que não possuem. Raramente coincidem, nome e
pessoa. Também há rostos quase idênticos, e os nomes de quem os leva (pela vida afora) são
completamente díspares, nenhuma letra se igualando a outra.
O do autor deste texto é um nome simples, apostólico, advindo do avô. No entanto, o
sobrenome, pelo qual passou a ser reconhecido, é incomum. Sonoro, hispânico. Com uma
combinação incomum de nome e sobrenome, difícil seria encontrar um homônimo. Mas eis que
um surgiu, quando ele andava pelos vinte anos. E continua, ao seu lado, até agora — sombra
amiga.
Impossível não existir aqui ou ali alguma confusão entre eles, um episódio obscuro que,
logo, viria às claras com a real justificativa: esse não sou eu. Houve o caso da mulher que
telefonou para ele, esmagando-o com impropérios por uma crítica feita no jornal pelo outro,
sobre um célebre arquiteto, de quem ela era secretária.
João Anzanello Carrascoza. Homônimo. In: Diário das Coincidências. Ed. digital. São Paulo: Objetiva, p. 52 (com
adaptações).

A afirmação de que alguns nomes põem nos olhos de seus donos “um azul que não possuem”
(ℓ.3) contradiz a ideia de que os nomes definem não as qualidades reais de cada um, mas o
modo como os outros o veem.
63. (PRF–Policial – 2019) Utilizar texto da questão anterior.
A informação apresentada pela oração “nenhuma letra se igualando a outra” (ℓ.6) é redundante
em relação à informação apresentada na oração imediatamente anterior, servindo para reforçar-
lhe o sentido.
64. (PRF–Policial – 2019) Utilizar texto da questão 52.
Infere-se que o autor do texto é espanhol.
65. (SEFAZ-RS–Auditor Fiscal – 2019) Texto 1A11-I
Pixis foi um músico medíocre, mas teve o seu dia de glória no distante ano de 1837.
Em um concerto em Paris, Franz Liszt tocou uma peça do (hoje) desconhecido compositor,
junto com outra, do admirável, maravilhoso e extraordinário Beethoven (os adjetivos aqui podem
ser verdadeiros, mas — como se verá — relativos). A plateia, formada por um público refinado,

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culto e um pouco bovino, como são, sempre, os homens em ajuntamentos, esperava com
impaciência.
Liszt tocou Beethoven e foi calorosamente aplaudido. Depois, quando chegou a vez do
obscuro e inferior Pixis, manifestou-se o desprezo coletivo. Alguns, com ouvidos mais sensíveis,
depois de lerem o programa que anunciava as peças do músico menor, retiraram-se do teatro,
incapazes de suportar música de má qualidade.
Como sabemos, os melômanos são impacientes com as obras de epígonos, tão céleres
em reproduzir, em clave rebaixada, as novas técnicas inventadas pelos grandes artistas.
Liszt, no entanto, registraria que um erro tipográfico invertera, no programa do concerto,
os nomes de Pixis e Beethoven...
A música de Pixis, ouvida como sendo de Beethoven, foi recebida com entusiasmo e
paixão, e a de Beethoven, ouvida como sendo de Pixis, foi enxovalhada.
Esse episódio, cômico se não fosse doloroso, deveria nos tornar mais atentos e menos
arrogantes a respeito do que julgamos ser arte.
Desconsiderar, no fenômeno estético, os mecanismos de recepção é correr o risco de
aplaudir Pixis como se fosse Beethoven.
Charles Kiefer. O paradoxo de Pixis. In: Para ser
escritor. São Paulo: Leya, 2010 (com adaptações).
Infere-se do texto 1A11-I que, na ocasião do concerto em Paris, em 1837,
a) Pixis tocou uma composição de Beethoven como se fosse de sua autoria.
b) Liszt equivocou-se na leitura do roteiro de composições que deveria executar.
c) a plateia revoltou-se contra Liszt, por ele ter confundido uma composição de Pixis com uma de
Beethoven.
d) o público julgou as composições apenas com base nas designações equivocadas no programa
do concerto.
e) as peças de Pixis e Beethoven foram executadas de modo tão semelhante que o público não
foi capaz de distingui-las.
66. (SEFAZ-RS–Auditor Fiscal – 2019) Utilizar texto da questão anterior.
No texto 1A11-I, com o emprego da expressão “(hoje)” (L.2) entre parênteses, o autor
a) destaca que Pixis é desconhecido na atualidade, mas que não o era em 1837.
b) indica que, a partir da data do concerto, Pixis deixou de ser desconhecido.
c) enfatiza o “dia de glória” (L.1) de Pixis.
d) ressalta que se trata do dia do concerto de Franz Liszt.
e) revela desprezo pela popularidade de Pixis em 1837.

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67. (SEFAZ-RS–Auditor Fiscal – 2019) Utilizar texto da questão 65.


O autor do texto 1A11-I apresenta a narrativa do concerto de Liszt com o propósito de
a) reconhecer que Pixis era tão genial quanto Beethoven.
b) criticar o modo como algumas pessoas consomem arte.
c) dar notoriedade à carreira de Pixis.
d) alertar o público de que não se deve confiar em tudo que se lê.
e) incentivar o público a ampliar seu repertório musical.
68. (PF–Agente Da Polícia Federal – 2018) Imagine uma operação de busca na selva. Sem mapas,
binóculos ou apoio logístico; somente com um facão. Assim eram feitas as operações de
combate à pornografia infantil pela Polícia Federal até o dia em que peritos criminais federais
desenvolveram, no estado de Mato Grosso do Sul, o Nudetective.
O programa executa em minutos uma busca que poderia levar meses, encontrando todo
o conteúdo pornográfico de pedofilia em computadores, pendrives, smartphones e demais
mídias de armazenamento.
Para ajudar o trabalho dos peritos, existem programas que buscam os arquivos de
imagem e vídeo através de sua hash ou sua assinatura digital. Logo nos primeiros testes, a
detecção de imagens apresentou mais de 90% de acerto.
Para o teste, pegaram um HD com conteúdo já periciado e rodaram o programa.
Conseguiram 95% de acerto em 12 minutos. Seu diferencial era não só buscar pela assinatura
digital ou nomes conhecidos, mas também por novos arquivos por intermédio da leitura dos
pixels presentes na imagem calibrados a uma paleta de tons de pele. Começava a revolução em
termos de investigação criminal de pornografia infantil.
Além da detecção de imagens e vídeos, todo o processo de busca e obtenção de
resultados é simultâneo, o que economiza tempo e dinheiro.
A licença de uso do software, que é programado em Java, é gratuita e só é
disponibilizada para forças da lei e pesquisas acadêmicas. Segundo seus desenvolvedores, nunca
houve o intuito de venda, pois não enxergam sentido em lucrar com algo que seja para salvar
crianças. Mas, então, por que não deixá-lo disponível para todos? Somente para que não possa
ser utilizado para criar formas de burlá-lo, explicam.
Desde seu lançamento, o Nudetective já foi compartilhado com Argentina, Paraguai,
Suécia, Áustria, Noruega, Nova Zelândia e Portugal. Ganhou reconhecimento e premiações em
congressos forenses no Brasil e no mundo.
Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações).
Infere-se do texto que o Nudetective foi desenvolvido especificamente para o combate à
pornografia infantil.
69. (PF–Agente Da Polícia Federal – 2018) Utilizar texto da questão anterior.

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Um dos benefícios do Nudetective para a Polícia Federal é tornar mais célere a investigação de
crimes relacionados à pornografia infantil.
70. (PF–Agente Da Polícia Federal – 2018) Utilizar texto da questão 68.
O primeiro parágrafo do texto informa que, antes da criação do Nudetective, a Polícia Federal
não dispunha de dispositivos tecnológicos para a investigação de crimes de pedofilia na Internet.
71. (PF–Agente Da Polícia Federal – 2018) Utilizar texto da questão 68.
De acordo com o texto, diversos países da América e da Europa compraram a licença de uso do
software criado pelos policiais federais do Mato Grosso do Sul, o que demonstra o
reconhecimento estrangeiro da qualidade do trabalho forense do Brasil.
72. (PF–Agente Da Polícia Federal – 2018) Utilizar texto da questão 68.
Conclui-se do texto que a varredura do Nudetective é restrita a dispositivos conectados à
Internet.

GABARITO

1. LETRA D 16. LETRA D 36. LETRA C 55. CORRETA


2. INCORRE 17. LETRA A 37. LETRA A 56. INCORRE
TA 18. LETRA B 38. LETRA E TA
3. INCORRE 19. CORRETA 39. LETRA D 57. CORRETA
TA 20. LETRA E 40. LETRA C 58. CORRETA
4. CORRETA 21. LETRA B 41. LETRA E 59. INCORRE
5. LETRA C 22. LETRA D 42. LETRA B TA
6. LETRA D 23. LETRA B 43. LETRA B 60. CORRETA
7. CORRETA
c 24. CORRETA 44. LETRA E 61. INCORRE
8. CORRETA 25. LETRA D 45. LETRA D TA
9. LETRA C 26. INCORRE 46. LETRA E 62. INCORRE
10. INCORRE TA TA
47. LETRA C
TA 27. INCORRE 63. CORRETA
48. LETRA A
11. INCORRE TA 64. INCORRE
49. LETRA A
TA 28. CORRETA TA
50. INCORRE
12. INCORRE 29. LETRA C 65. LETRA D
TA
TA 30. LETRA C 66. LETRA A
51. INCORRE
13. INCORRE 31. LETRA D TA 67. LETRA B
TA 68. CORRETA
32. LETRA C 52. CORRETA
14. LETRA C 69. CORRETA
33. LETRA A 53. CORRETA
15. INCORRE 70. INCORRE
34. LETRA
I D 54. INCORRE
TA TA
35. EEEEE TA

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71. INCORRE 72. INCORRE


TA TA

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