Trabalho Guilherme

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Índice

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1

TEORIA DA PRODUÇÃO E PRODUTOS MARGINAIS .......................................................... 2

Conceito e objetivos da empresa............................................................................................ 2

Função de produção ............................................................................................................... 2

Produto Total, Produto Médio e Produto Marginal ............................................................... 3

Rendimentos de Escala e Lei dos Rendimentos Decrescentes .............................................. 4

Curto Prazo e Longo Prazo .................................................................................................... 7

ORGANIZAÇÃO EMPRESARIAL ............................................................................................. 9

Pequenas, Medias e Grandes Empresas ................................................................................. 9

Empresário em Nome Individual ........................................................................................... 9

Sociedade em Nome Colectivo ............................................................................................ 10

Sociedades Anónimas .......................................................................................................... 10

Vantagens e Desvantagens da Sociedade Anonima............................................................. 12

ANALISE ECONOMICA DE CUSTOS .................................................................................... 13

Conceito e definição de custos na Economia ....................................................................... 13

Custo Total: Fixo e Variável ................................................................................................ 14

CUSTOS ECONOMICOS E CONTABILIDADE DAS EMPRESAS ........................................ 18

Demonstração de Resultados – Ganhos e Perdas ................................................................ 18

Balanço e Demonstração de Resultados .............................................................................. 20

PRODUCÃO, TEORIA DE CUSTOS E DECISOES DA EMPRESA ...................................... 21

Isoquantas ............................................................................................................................ 22

Isocustos ............................................................................................................................... 24

CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 28

BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................... 29
INTRODUÇÃO
O objeto de estudo da Economia (problema económico fundamental) está relacionado com a
questão da escassez. Temos recursos limitados e necessidades ilimitadas. Com isso, precisamos
decidir o que produzir e como distribuir essa produção pela sociedade. A Ciência Económica
só existe porque temos que lidar com esses e outros problemas que a escassez causa.

O objetivo deste trabalho é abordar sobre a produção e organização empresarial - o


comportamento dos ofertantes. A nossa atenção voltar-se-á para a empresa, a principal
engrenagem do lado da oferta. Abordaremos aqui a teoria da produção e produtos marginais;
a organização empresarial; a analise económica de custos e contabilidade nacional bem como
a teoria de custos e tomada de decisões na empresa.

Conceitos fundamentais como a produção, o custo, a receita e o lucro estão todos interligados
e exploraremos esses e outros conceitos fundamentais da teoria de produção. As teorias da
produção e dos custos que vamos estudar aqui servirão de base para nossa discussão sobre o
comportamento das empresas nas diferentes estruturas de mercado e da análise económico-
financeira das suas atividades bem como no processo de tomada de decisão.

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TEORIA DA PRODUÇÃO E PRODUTOS MARGINAIS
Nessa secção analisaremos como a empresa produz. Primeiramente, vamos conceituar a
empresa e ver qual é o seu objetivo. Depois, estabeleceremos um modelo de comportamento
para as empresas e distinguiremos o curto prazo do longo prazo. Por fim, veremos o que são
retornos de escala e como isso afeta a operação da empresa.

Conceito e objetivos da empresa


Não poderíamos consumir a diversidade de bens que diariamente satisfazem as nossas
necessidades se tivéssemos que produzir, nós mesmos, cada um desses bens. Por isso,
compramos uma infinidade de coisas que são produzidas por empresas. Uma empresa, ou
organização empresarial, é uma entidade especializada e dedicada a produção. Seu principal
objetivo é remunerar o investimento feito pelos acionistas na sua constituição. Uma empresa,
portanto, tem fins lucrativos. Esta surge quando um indivíduo aceita o risco inerente à atividade
produtiva em busca de uma melhor remuneração para o seu investimento. E isso só é possível
se a empresa der lucro.

Em termos económicos o que estamos dizendo é que a decisão de investimento impõe a


necessidade de escolher. Do ponto de vista operacional o que a empresa precisa é gerar uma
receita superior aos custos. Assim, podemos dizer que o lucro deve ser o suficiente para cobrir
todos os custos da empresa, incluindo-se o custo de oportunidade.

Função de produção
A empresa é uma unidade de produção. Sua atividade consiste em transformar insumos nos
produtos que consumimos. O modo escolhido pela empresa para transformar insumos em
produto pode variar muito. Existem literalmente milhões de maneiras diferentes de produzir.

Em Economia, portanto, usamos o conceito de função de produção para descrever como a uma
empresa produz. Essa função é uma forma de descrever teoricamente as capacidades produtivas
da empresa. Isto é, a função de produção mostra como a empresa emprega diferentes fatores
de produção para transformar insumos em produto. Assim, a relação entre a quantidade
necessária de factores de produção e a quantidade de produto que pode ser obtida é designada
por função produção.

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A função produção determina a quantidade máxima de produto que pode ser produzida com
uma dada quantidade de factores de produção. Por exemplo, considere a tarefa elementar de
abrir valas. Das janelas norte-americanas é possível ver um tractor grande e caro a ser guiado
por uma pessoa que está a ser supervisionada por outra. Esta equipa pode facilmente abrir um
vala com 5 pés de profundidade e 50 pés de comprimento, em 2 horas. Ao passo que na China,
50 trabalhadores munidos apenas de picaretas desenvolvem a mesma tarefa. A mesmo vala
pode levar um dia inteiro a ser aberta. Estas duas técnicas - uma de capital intensivo e outra de
muita mão-de-obra intensiva representam a função produção da abertura de valas. Há
literalmente milhões de funções produção diferentes - uma para cada produto ou serviço.

Em áreas da economia em que a tecnologia evolui rapidamente, as funções produção podem


tornar-se obsoletas antes de terem sido usadas. Não obstante, Os economistas descobriram que
as funções produção sao uma forma útil de descrever as capacidades de uma empresa.

Produto Total, Produto Médio e Produto Marginal


A partir da função produção de uma empresa podemos calcular três conceitos importantes:
produto total, medio e marginal. Começamos por calcular o produto físico total, ou produto
total, que designa a quantidade total realizada de um produto em unidades físicas, tais como
toneladas de trigo ou ligações telefónicas efetuadas. A Figura 1 e a coluna (2) do Quadro 1,
que a acompanha, ilustram o conceito de produto total.

Neste exemplo, mostra-se como o produto total responde a um aumento do trabalho utilizado.
O produto total começa em zero, sem se utilizar trabalho, e depois aumenta com a utilização
adicional de unidades de trabalho, atingindo um máximo de 3900 unidades quando são
utilizadas 5 unidades de trabalho.

Uma vez conhecido o produto total, é fácil deduzir um conceito igualmente importante: o de
produto marginal. O produto marginal (“marginal” significa “adicional”) de um factor de
produção é o produto adicional ou produto acrescentado por 1 unidade adicional desse factor,
mantendo os restantes fatores constantes. Por exemplo, admita que mantemos a terra, a
maquinaria e todos os outros factores constantes. Então, o produto marginal do trabalho é o
produto suplementar obtido pelo acréscimo de 1 unidade de trabalho.

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A terceira coluna do Quadro 1 calcula o produto marginal. O produto marginal do trabalho
começa em 2000 para a primeira unidade de trabalho, e reduz-se para apenas 100 unidades,
com a quinta unidade.

O último conceito é o de produto medio, que é igual ao produto total dividido pela totalidade
de factores de produção utilizados. A quarta coluna do quadro 1 mostra o produto médio do
trabalho como sendo 2000 unidades por trabalhador com a utilização de 1 trabalhador, 1500
unidades por trabalhador com a utilização de dois trabalhadores, assim sucessivamente.
Portanto o produto medio diminui a medida que o factor trabalho aumenta.

1 2 3 4
Unidades Produto Produto Produto
de trabalho total marginal médio
0 -
1 2000 2000 2000
2 2000 1000 1500
3 2000 500 1167
4 2000 300 950
5 2000 100 780
Quadro 1 – produto total, marginal e médio

Rendimentos de Escala e Lei dos Rendimentos Decrescentes


Os rendimentos decrescentes e os produtos marginais referem-se a resposta da produção a um
aumento de um único factor de produção quando todos os outros se mantem constantes. Mas,
por vezes estamos interessados no efeito do acréscimo de todos os factores. Por exemplo, o
que aconteceria com a produção da nossa empresa se aumentássemos a quantidade de terra, o
trabalho e outros insumos? Se dobrássemos apenas a quantidade de mão-de-obra, será que
quantidade produzida dobraria? Ou será que ela mais que dobraria? E se aumentasse, mas não
dobrasse?

Essa questão refere-se aos retornos de escala. Estes referem-se ao aumento do nível de
produção decorrente do aumento da quantidade de insumos empregados na produção. Esse

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aumento pode ser maior, igual ou menor que o aumento do uso dos fatores de produção. Vamos
distinguir esses três casos.

Retornos crescentes ou retornos de escala (também chamados de economias de escala)


ocorrem quando um aumento na utilização dos insumos leva a um aumento mais que
proporcional do nível de produção. Como exemplo, podemos citar o caso de uma empresa que
resolva dobrar o número de funcionários e a quantidade produzida aumente mais de duas vezes.
O aumento do número de trabalhadores levou a um aumento mais que proporcional na
quantidade produzida.

Quando a empresa exibe retornos constantes à escala uma mudança nos insumos leva a uma
mudança na mesma proporção da quantidade produzida. Isso ocorre, por exemplo, quando,
dobrando a quantidade de mão-de-obra empregada, a produção também dobra. Enquanto que
os retornos decrescentes ocorrem quando um aumento na utilização dos insumos leva a um
aumento menos que proporcional da produção total. Por exemplo, um aumento no uso dos
insumos faz com que a quantidade produzida aumente proporcionalmente menos.

Podemos visualizar esses três estágios no Gráfico abaixo. O eixo horizontal representa a
quantidade empregada do fator variável. No nosso caso a mão-de-obra (L). O eixo vertical f(L)
indica a quantidade total produzida com a utilização do fator.

Note que, inicialmente, com o aumento da quantidade de insumo utilizado, a produção total
aumenta mais que proporcionalmente. Essa é a fase A em que a empresa tem retornos
crescentes à escala. Num segundo momento, a produção passa a crescer na mesma proporção
em que se deu o aumento da utilização do insumo. Essa é a fase B. Por fim, um aumento da
quantidade de insumo utilizado leva a um aumento menos que proporcional do produto total.
Essa é a fase C em que a empresa tem retornos de escala decrescentes.

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Percebe-se que na fase C pode ocorrer, inclusive, uma redução da quantidade produzida em
como resposta a um aumento da utilização do insumo. Isso ocorreria se a produção estivesse
já em ponto de ineficiência produtiva. Tomando um exemplo de uma fazenda de cultivo cujo
fator fixo é a área cultivada e o fator variável a mão-de-obra. No início, quando a fazenda
começa a aumentar a produção há um crescimento substancial da quantidade produzida. Isso
ocorre porque são poucos trabalhadores para muita terra. Aumentando o número de
trabalhadores, e mantendo a área de plantio sempre a mesma, haverá um momento em que a
produção continua crescendo, mas a taxas cada vez menores. Teoricamente, em virtude do
excesso de trabalhadores, a partir de certo momento a contratação de mais um trabalhador
provocará queda na produção.

O rendimento de escala tem um impacto direto sobre o comportamento dos lucros da empresa.
Se a empresa tem retornos crescentes ou constantes á escala não há razão para que a empresa
pare de aumentar a sua produção. Quanto mais ela aumentar a sua pro- dução maior será o seu
lucro. Mas se a empresa opera com retornos decrescentes haverá uma quantidade produzida
que gerará um nível máximo de lucro. A partir desse ponto, se a empresa produzir mais, o lucro
cairá.

Interessa analisar a fase em que a empresa apresenta rendimentos decrescentes à escala – a Lei
dos Rendimentos Decrescentes. Sob a lei de rendimentos decrescentes o produto total
aumenta, mas a taxas cada vez menores. Em outras palavras, o produto marginal adicional
diminuirá à medida que aumentamos a quantidade de insumo empregado na produção. À
medida que aumentamos o uso de um insumo, o trabalho no nosso exemplo, mantendo a
quantidade de terra fixa, a mão-de-obra tem cada vez menos espaço para trabalhar. O espaço
está cada vez mais abarrotado de trabalhadores, a maquinaria sobrecarregada e, por essa razão,
o produto marginal do trabalho diminui.

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Vamos usar a Tabela 1 para ilustrar a lei dos rendimentos decrescentes. A quantidade de terra
está fixa. Podemos perceber que não há produção sem a utilização de mão-de-obra. Quando
adicionamos o primeiro trabalhador observamos a produção saltar para 2000 unidades. Na
próxima etapa, com 2 unidades de mão-de-obra e a mesma quantidade de terra, a produção
aumenta para 3000 unidades. Assim, a segunda unidade de trabalho acrescenta 1000 unidades
à produção total. A partir do terceiro trabalhador o acréscimo na produção, provocada pelo
aumento do fator variável, é cada vez menor. Adicionando a quarta unidade de trabalho o
produto marginal é ainda menor, mostrando que a lei dos rendimentos decrescentes começa a
operar.

Nota-se que a empresa opera com retornos decrescentes à escala. O produto total, à medida
que adicionamos mais trabalhadores, aumenta, mas a taxas decrescentes. O produto marginal
e o produto médio têm ponto de máximo. A partir do ponto em que o produto marginal é igual
à zero, um aumento da quantidade de mão-de-obra provocaria uma redução na quantidade
produzida.

Curto Prazo e Longo Prazo


A produção exige não só trabalho e terra, mas também tempo. Os oleodutos não podem ser
construídos numa madrugada e uma vez construídos funcionam durante décadas. Os
agricultores não podem alterar as colheitas a meio da campanha. Leva uma década a planear,
a construir, a testar e a licenciar uma grande central elétrica. Além disso, uma vez instalado o
equipamento na forma concreta de uma central hidroelétrica no rio Zambeze ou de uma
petroquímica gigante em Cabo Delgado, o capital não pode ser economicamente desmantelado
e transferido para outra localização ou destinado com outra finalidade.

Por exemplo, imaginemos que a empresa decida aumentar a sua produção. De inicio, a empresa
pode aumentar o emprego de mão-de-obra contratando mais trabalhadores. E com isso
aumentará a quantidade produzida. Mas a empresa não pode aumentar o número de
trabalhadores indefinidamente. Será preciso aumentar a área de produção, ou seja, o capital. Se
tentasse empregar mais e mais mão-de-obra em algum momento não haveria mais espaço para
tantos trabalhadores. Isso, de fato, acontecerá se a área de produção – a quantidade de terra –
não se alterar.

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Ocorre que a empresa pode contratar e demitir trabalhadores livremente, mas não pode
aumentar o tamanho da área de cultivo de uma hora para outra. A Quantidade de terra não pode
ser ajustada rapidamente. A empresa levará um tempo até encontrar uma área que sirva aos
seus propósitos, concretizar a transação, cumprir os tramites legais, etc. Essas considerações
nos levam a uma importante distinção. Precisamos dividir os fatores de produção em fixos e
variáveis. Fatores fixos são aqueles que permanecem inalterados à medida que a produção da
empresa aumenta ou diminui. Fatores variáveis são aqueles que se alteram à medida que a
empresa aumenta ou diminui a sua produção.

Se uma empresa quiser expandir ou reduzir a sua produção poderá ajustar quantidade de fatores
variáveis. Já os fatores fixos não estão diretamente relacionados com o nível de produção. Por
exemplo, as máquinas, edifícios, instalações etc.

Da definição de fatores fixos e variáveis decorrem outros dois conceitos importantes na


Economia. Curto prazo e longo prazo. É muito importante entender a distinção entre o curto e
o longo prazo, porque, as decisões da empresa variam a depender do tempo considerado. Para
ter em conta o papel do tempo na produção e nos custos, distinguimos dois períodos de tempo.

Definimos o curto prazo como um período no qual as empresas podem ajustar a produção à
alteração dos factores variáveis, tais como matérias primas e trabalho, mas em que não podem
alterar os factores fixos, o capital; e o longo prazo como um período suficientemente longo
para que todos os factores, incluindo o capital possam ser ajustados.

Salientar que a diferença entre os dois horizontes não é determinada por um período de tempo
pré-determinado, mas pela possibilidade de variar os fatores de produção. No curto prazo as
empresas não podem variar os fatores fixos. É o caso do nosso exemplo, a quantidade de terra
(o capital) não pode aumentar. Já no longo prazo, a empresa pode alterar não apenas o número
de trabalhadores, mas também o tamanho da fábrica, o processo produtivo, o local de produção
etc. Portanto, elas podem decidir não apenas quantos trabalhadores querem contratar, mas
também qual será a quantidade de capital utilizado.

Assim, as decisões de longo prazo podem ser vistas como uma sequência de sucessivas
decisões de curto prazo. De todo modo, curto prazo e longo prazo são definições

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complementares. A empresa não terá um fator fixo até decidir a quantidade de capital a ser
investido. Mas, uma vez que o investimento feito, a empresa começa a operar no curto prazo.

ORGANIZAÇÃO EMPRESARIAL
Na realidade, quase toda a produção é realizada em organizações especializadas – pequenas,
médias e grandes empresas que dominam o panorama das economias modernas. Por que razão
a produção tem lugar geralmente em empresas e não em nossas casas? A resposta é que ela
esta organizada em empresas porque a eficiência exige produção em grande escala, a
angariação de fundos financeiros significativos e uma gestão e controlo cuidadoso das
actividades correntes, para salvaguardar o sucesso da empresa.

Pequenas, Medias e Grandes Empresas


A produção numa economia de mercado tem lugar numa grande variedade de organizações
empresariais – desde a empresa muito pequena, em nome individual, até as sociedades
anónimas gigantescas que dominam a vida económica de uma sociedade capitalista. A maior
parte de empresas existentes actualmente são as de pequena envergadura, detidas por um
individuo – o empresário em nome individual. As demais restantes são as em nome colectivo,
de dois ate mesmo duzentos sócios. As maiores, no entanto, tendem a ser as sociedades
anonimas. As pequenas empresas tendem a ser dominantes em numero, mas em termos de
vendas e activos, poder económico e politico, a quantidade de salários pagos e postos de
emprego gerados as poucas centenas de sociedades anonimas dominam a economia.

Empresário em Nome Individual


Empresário em Nome Individual é a forma jurídica mais simples de constituição de uma
empresa. É um tipo de empresa titulada apenas por um indivíduo, mais direcionada para
pequenos negócios, com investimento reduzido e de baixo risco. Neste tipo de empresa o nome
comercial deverá ser constituído pelo nome civil completo ou abreviado do empresário e
poderá incluir (ou não) uma expressão relacionada com a atividade exercida.

No registo do comerciante em nome individual poderão ser levados a registo os seguintes


factos: inicio, alteração e cessação da actividade, as modificações do seu estado civil e regime
de bens, as mudanças de estabelecimento principal. A grande desvantagem é o facto de não
existir separação do património. O empresário em nome individual responde, de forma

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ilimitada, pelas dívidas contraídas durante o exercício da atividade. Isto implica todo o
património do empresário (relacionado com a atividade ou bens pessoais como casas, veículos
ou terrenos) e do seu cônjuge, caso seja casado em regime de comunhão de bens.

À luz do Artigo 28 do código comercial (Firma do empresário comercial, pessoa singular),


a firma do empresário comercial, pessoa singular, pode conter o aditamento “Empresário
Individual” ou, abreviadamente, “EI”.

Sociedade em Nome Colectivo


Este formato jurídico corresponde a uma empresa titulada por duas (2) ou mais pessoas, as
quais respondem de forma ilimitada e subsidiaria perante a empresa e solidariamente entre si,
perante os seus credores. Tratando-se, portanto, de uma sociedade personificada, sua
designação deve conter pelo menos o nome de um dos sócios e os restantes de forma abreviada
acrescentando o termo “e companhia” ou outra expressão que indique que existem mais sócios
“e filhos” por exemplo.

Os sócios desta, podem ter qualquer nacionalidade. No entanto, nenhum socio deve exercer,
por sua conta ou de outrem, uma actividade concorrente com a da sociedade, nem ser socio
com responsabilidade ilimitada numa outra sociedade, a menos que os outros sócios consintam.
Assim, os sócios têm a responsabilidade de entrar com o dinheiro ou com o trabalho para a sua
formação, responsabilidade perante os empréstimos que esta possa contrair. Uma sociedade
em nome colectivo deve possuir na sua estrutura organizativa uma Assembleia Geral, que está
constituída por todos os sócios que compõem a sociedade e a Gerência composta também por
todos os sócios, que administram e representam a sociedade com poderes iguais sem qualquer
distinção entre os sócios. Caso algum sócio pretenda abandonar a sociedade deve ter a
aprovação dos restantes sócios e a transmissão da sua parte deve ser redigida por escrito.

Sociedades Anónimas
Nas Sociedades Anónimas, o seu capital social é representado por acções, acções estas, que
possuem um valor cotado conforme as leis de mercado, ou seja, o capital é dividido em acções
e cada sócio limita a sua responsabilidade ao valor das acções que subscreveu (de acordo com
nº1 do artigo 331 do Código Comercial). Cada sócio (para a constituição da entidade são
necessários no mínimo 3) contem uma responsabilidade demarcada pela acção que possui,

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deste modo, não possui qualquer ligação com dívidas que a organização possa contrair, e nada
tem a ver com as responsabilidades dos restantes acionistas. Caso em determinado momento o
sócio decida vender a sua acção pode faze-lo de um modo livre contudo deve estar mencionado
no contracto de sociedade de que modo o deve fazer.

Na sua estrutura organizativa existem os seguintes departamentos: Assembleia Geral


constituída por todos os sócios (devem ter um número especifico de acções para nela poderem
participar) e o Departamento de administração e Fiscalização. A firma das sociedades
Anónimas deve consistir numa denominação social ou sigla que dê a conhecer, sem equívocos,
o objecto da sociedade. Essa denominação ou sigla deve ser seguida da expressão “Sociedade
Anónima de Responsabilidade Limitada” ou, o que é mais vulgar, da forma abreviada
“S.A.R.L.” ou ainda “S.A.”. Exemplos: Entreposto Comercial de Moçambique, S.A.; Standard
Bank, S.A.
Capítulo VI
Sociedade anónima
Secção I
Disposições gerais
Subsecção I
Generalidades
Artigo 331
(Características)
Na sociedade anónima o capital é dividido em acções e cada sócio limita a sua responsabilidade
ao valor das acções que subscreveu.

Artigo 332
(Número de accionistas)
1. A sociedade anónima não pode ser constituída por um número de sócios inferior a três, salvo
quando a lei o dispense.
2. Do disposto no no. 1, exceptuam-se as sociedades em que o Estado, directamente ou por
intermédio de empresas públicas, empresas estatais ou de outras entidades equiparadas por lei
para este efeito, fique como accionista, as quais podem constituir-se com um único sócio.

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Artigo 333
(Conteúdo obrigatório do contrato de sociedade)
Observado o disposto no artigo 92 deste Código, do contrato de sociedade devem
especialmente constar:
a) O número e o valor nominal das acções;
b) As condições particulares, se existirem, a que fica sujeita a transmissão de acções;
c) As categorias de acções criadas ou a criar, com indicação expressa do número de acções e
dos direitos atribuídos a cada categoria;
d) Se as acções são nominativas ou ao portador e as regras para as suas eventuais conversões;
e) O montante do capital realizado e os prazos de realização do capital apenas subscrito;
f) A autorização, se for dada, para a emissão de obrigações;
g) A estrutura de administração e fiscalização da sociedade.

Vantagens e Desvantagens da Sociedade Anonima


A S.A. é uma forma extremamente eficiente de entrar em qualquel negicio. É uma entidade
legal que pode ter uma existência perpétua independentemente de quantas vezes suas accoes
mudem de mãos. Os accionistas das sociedades anonimas gozam do direito de responsabilidade
limitada, o que os isenta de suportarem dividas contraídas no exercício de sua actividade ou
prejuízos para alem da sua participação inicial.

As sociedades anonimas enfrentam uma desvantagem importante: o imposto adicional nos


lucros da empresa. Num negocio qualquer que não seja S.A. qualquer rendimento liquido
depois das despesas é tributado como rendimento pessoal normal. A sociedade anonima tem
um tratamento diferente, sendo esta duplamente tributada, primeiro como lucro da sociedade e
depois como rendimento pessoal ou dividendo dos accionistas.

Em síntese, porque a produção exige frequentemente empresas de grande dimensão, com


milhares de empresas de grande dimensão, com milhares de milhões de domares em capital
financeiro, os empresários necessitam de uma forma de angariação de seus financiamentos, as
sociedades anonimas de responsabilidade limitada, com uma estrutura de gestão adequada,
revelaram-se eficientes na atracão de capitais privados para produzir uma vasta gama de
produtos e diluir o risco.

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ANALISE ECONOMICA DE CUSTOS
Quando estudamos a empresa, um dos pontos mais importantes é entender o comportamento
dos seus custos. Isso porque, como veremos, nem sempre o comportamento da receita depende
inteiramente das decisões tomadas pelos administradores. Por isso, a importância de medir
adequadamente os custos e avaliar suas implicações para o planeamento das operações da
empresa. Veremos que a Economia tem uma maneira própria de calcular os custos. E isso faz
com que o lucro também seja analisado de uma maneira própria. Veremos também como os
diversos custos da empresa se comportam e como devemos analisá-los.

Conceito e definição de custos na Economia


Não é possível produzir sem custo. Para que um produto seja fabricado é preciso que alguém
arque com os custos de sua produção. As empresas produzem e ao fazê-lo têm custos. Por isso,
as empresas devem escolher métodos de produção que sejam eficientes e produzam com o
menor custo possível.

Uma empresa pode controlar seus custos tornando-os adequados às suas estratégias. O mesmo
não ocorre com a receita que não pode ser plenamente controlada pela empresa. Às vezes as
vendas caem por que a demanda se alterou, a renda das pessoas diminuiu ou uma crise está
afetando a economia. Os custos, por sua vez, podem ser adequados às condições operacionais
da empresa. Por isso, medir os custos é essencial para o sucesso da organização empresarial.

Vamos imaginar que uma empresa acaba de ser criada. Essa empresa já nasceu com um custo.
Alguém precisou investir uma quantidade de recursos (dinheiro) na criação dessa empresa.
Esse recurso foi usado na compra ou aluguel de um imóvel, compra de maquinário etc. Depois
disso, quando a empresa iniciar as suas operações, virão os custos de produção: salários,
impostos, matérias-primas etc.

Quando analisamos os custos de produção temos que incluir o custo de oportunidade. Uma
empresa surge da decisão de alguém que aceita correr nos riscos da atividade produtiva. Esse
alguém escolheu investir na empresa por que esperava compensar os riscos do negócio com
uma determinada rentabilidade.

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Investir na empresa implica não investir esse recurso, por exemplo, numa aplicação financeira,
o que é muito mais seguro. A empresa deve ser mais rentável que as demais alternativas
disponíveis para aplicação do dinheiro. Assim deve-se deduzir da receita todos os custos. Parte
desses custos é explícita: aluguéis, mão-de-obra, impostos etc. Mas há outra parte dos custos
que é implícita, ou seja, não é diretamente observável, ou seja, o custo de oportunidade. Por
isso, na Economia, não consideramos apenas os custos explícitos. Somamos o custo explícito
com o implícito para obter o custo total.

Custo Total: Fixo e Variável


Estamos analisando o comportamento da empresa no curto prazo. Por isso, ao menos um dos
fatores de produção está fixo. Os custos, portanto, têm o mesmo comportamento. Uma parcela
varia com a produção e outra não. O que determina se um custo é fixo ou variável é a
possibilidade de alterá-lo durante certo período de tempo.

O custo fixo representa o gasto em que a empresa incorre mesmo que não produza. É o caso,
por exemplo, do pagamento de arrendamentos, juros, salários e assim por diante. Esse tipo de
custo não se altera se a produção variar. Produzindo muito, pouco ou nada o custo fixo é o
mesmo.
E como classificaríamos o custo de oportunidade? É claramente um custo fixo já que não varia
com a produção. Produzindo ou não a empresa deve remunerar o investimento feito pelo
empresário e, portanto, o custo oportunidade integra o custo fixo.

Os custos variáveis, como o próprio nome sugere, variam à medida que a quantidade produzida
se modifica. O exemplo clássico é o da matéria-prima. Quanto mais a empresa produz maior a
quantidade de matéria-prima empregada. Se a empresa reduzir a produção, a quantidade de
matéria-prima também diminui. Note que, ao contrario do custo fixo, se a empresa não produz
não tem custos variáveis.
O custo total é a soma de todos os gastos que a empresa precisa fazer para obter certo nível de
produção. O custo total é, portanto, a soma dos custos variáveis com os custos fixos.
Matematicamente, podemos representar essas relações da seguinte maneira:

tal que CT é o custo total, CV o custo variável e CF o custo fixo.

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Temos ainda o custo marginal. Essa quarta medida de custo calcula qual é a variação no custo
total decorrente de uma variação na quantidade produzida. O custo marginal é calculado pro
meio da expressão:

em que Cmg é o custo marginal, ΔCT a variação no custo total e ΔQ a variação na quantidade
produzida.

Vejamos um exemplo. Digamos que uma empresa produz 1000 litros de gasolina a um custo
total de R$ 10.000,00. Se o custo total da produção de 1001 litros é R$ 10.002,00, então o custo
marginal de produção é R$ 2,00 para o 1001 litros de gasolina. Vejamos na Tabela 2 como os
diferentes custos de produção de gasolina se comportam. O custo variável é crescente. Quanto
maior a produção de gasolina, maior o gasto com os custos dessa natureza. Se a empresa não
produzir não gasta com custos variáveis. O custo fixo é de R$ 10,00 e ocorre mesmo que a
empresa nada produza. O custo total é obtido somando-se o custo fixo com os custos variáveis.
Consequentemente, o custo total é crescente. O custo marginal está na fase ascendente. Então,
a produção de uma unidade adicional faz como que o custo cresça proporcionalmente mais que
a produção. A razão disso é que a empresa está operando com retornos decrescentes do fator
variável, o que torna o custo marginal crescente.

Mas não podemos nos limitar a essas definições dos custos. Se alguém disser a você que seu
custo de produção é de R$ 1.000.000,00 voce não saberia dizer se esse custo é razoável ou não.
Se a empresa gastou R$ 1.000.000,00 para produzir um sapato é uma coisa, mas se foi para
produzir 1.000.000 de sapatos o resultado é completamente diferente. O custo total não permite
saber qual foi o custo por unidade.

O que precisamos é conhecer o custo de produção individual, ou seja, qual foi o gasto com a
produção de uma unidade. E é essa informação que o custo médio de produção fornece. O custo
médio é um conceito amplamente utilizado pelas empresas porque, deduzido da receita,
permite calcular instantaneamente o lucro gerado pela venda de uma unidade. Para obter os
componentes do custo médio basta dividir cada um dos tipos de custos pela quantidade
produzida. Fazendo isso, obtemos a seguinte família de custos:

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em que o custo total médio (Cme), ou simplesmente custo médio, é o resultado da divi- são do
custo total pela quantidade produzida (CT⁄Q), o custo variável médio (CVme) é dado pela
divisão do custo variável pela quantidade (CV⁄Q) e o custo fixo médio (CFme) é igual ao custo
fixo dividido pela quantidade (CF⁄Q).

Tabela 2: Custos de produção (em R$), quantidade de fatores empregados e produção total de
gasolina (em milhões de litros). Fonte: Adaptado.

Na análise econômica, uma suposição comumente feita é que a curva de custo médio tem o
formato de “U”. Isto é, o formato da curva de custo médio é o de uma parábola com a
concavidade voltada para cima. Esse comportamento resulta da composição do custo fixo
médio com o custo variável médio. Vamos entender por que o custo médio tem esse formato
através da representa- ção gráfica das curvas de custos.

O Gráfico abaixo mostra o custo total médio (Cme) com o seu formato de “U”. No eixo vertical
estão representados os diversos custos e no eixo horizontal a quantidade produzida. Observe
que o custo fixo médio cai constantemente enquanto o custo variável médio começa caindo e
depois volta a crescer. No início da produção os custos fixos dominam a composição dos custos
médios. Como o custo fixo é constante, dividi-lo por uma produção crescente faz com que
custo fixo médio cai constantemente. Em outras palavras, à medida que a empresa aumenta sua
produção ela dilui o seu custo fixo médio cada vez mais.

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Grafico 2: Custos médios e custo marginal. O custo médio tem formato de “U” e, portanto,
atinge um mínimo. O custo variável também tem formato de “U” enquanto o custo fixo médio
cai constantemente com o aumento da produção. Fonte: Adaptado.

O custo variável médio é obtido pela divisão do custo variável pela quantidade produzida.
Como podemos ver no Gráfico 2, ele começa decrescendo, mas depois volta a crescer. Como
resultado, o custo variável médio, a partir de determinado ponto, começa a dominar a
composição do custo médio. O custo médio então começa declinando, atinge um ponto de
mínimo e depois é crescente. Por isso, a curva de custo médio acaba tendo um formato de “U”.

Existe uma relação importante entre o custo médio e o custo marginal. Observamos que o custo
marginal, num primeiro momento, está abaixo do custo médio. Isso significa que o custo médio
é decrescente. E quando o custo marginal está acima o custo médio, o custo médio é crescente.
Se o custo marginal for igual ao custo médio, o custo médio é mínimo.

Se o custo marginal está abaixo do custo médio, significa que a última unidade produzida
custou menos que o custo médio de todas as unidades produzidas anteriormente. Significa
também que o novo custo médio, ou seja, o custo médio incluindo a última unidade é menor
que o da antiga unidade produzida. Logo, o custo de cada unidade adicional produzida está
caindo.

Se o custo marginal está acima do custo médio, significa que a última unidade produzida custou
mais que a média de todas as unidades produzidas até aqui. E, portanto, o novo custo médio,
que incluía última unidade produzida, é maior que o antigo. Então, o custo médio está subindo.

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Observando ainda no Gráfico 2, se a empresa quiser operar eficientemente, ou seja, com o
menor custo de produção possível, deverá fixar a quantidade produzida em q’. Com essa
quantidade a empresa iguala o custo marginal ao custo médio (ponto M), que é a condição de
minimização do custo médio.

Podemos resumir a relação das leis da productividade e as curvas de custos da forma que se
segue: no curto prazo, quando os factores como capital são fixos, os factores variáveis tendem
a apresentar uma fase inicial de rendimentos crescentes, seguida de outra de rendimentos
decrescentes. As curvas de custos correspondentes apresentam uma fase inicial de custos
marginais decrescentes, seguida de custos marginais crescentes, quando passa a haver
rendimentos decrescentes.

CUSTOS ECONOMICOS E CONTABILIDADE DAS EMPRESAS


A contabilidade é uma actividade que proporciona informação, geralmente quantitativa, para
tomadas de decisões, planeamento, controlo das fontes e operações, avaliações do desempenho
e relato financeiro a investidores, credores, autoridades reguladores e ao público em geral. O
apuramento e acompanhamento dos resultados constituem uma necessidade dentro das
organizações, pois permitem uma correcta e objectiva implantação de medidas correctivas, que
visam um melhor desempenho das unidades. Numa economia globalizada, os gestores das
empresas necessitam cada vez mais de informações para poderem administrar e tomar decisões
acerca de seu negócio.

Demonstração de Resultados – Ganhos e Perdas


A Demonstração de Resultados é um documento contabilístico que fornece um resumo
financeiro dos resultados das operações financeiras da empresa durante um determinado
período específico, o qual pretende retratar os proveitos e custos desse mesmo período de
exercício. Em suma, trata-se de um mapa financeiro que permite a avaliação do desempenho
da empresa no ano e face ao ano anterior. Ao somatório da facturação do período, isto é, ao
valor total das vendas do período, e de outros eventuais proveitos, relativos ao mesmo período,
subtraem-se todos os custos imputáveis ao mesmo período. Assim, o saldo final desta
aritmética contabilística é o Resultado Líquido do Exercício, no caso de se terem também
deduzido os custos com os impostos. Normalmente, a demonstração do resultado cobre o
período de um ano, encerrado numa data específica, geralmente o dia 31 de Dezembro do ano

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de calendário. Algumas grandes empresas, no entanto, podem operar com um ciclo financeiro
de 12 meses, ou ano fiscal, que se encerra numa outra data, diferente de 31 de Dezembro.

Custos
A contabilidade de custos tem por finalidade última a prestação de informações de custos para
auxiliar os gerentes a administrar as parcelas da actividade empresarial que estarão a seu cargo.
A contabilidade de custos tem duas funções relevantes: no auxílio ao Controle e na ajuda às
tomadas de decisões.

Um Custo é reconhecido como tal na Demonstração de Resultados quando tenha surgido uma
diminuição nos benefícios económicos futuros relacionados com uma diminuição num activo
ou com o aumento de um passivo e que o mesmo possa ser mensurado com fiabilidade. Ou
seja, o reconhecimento de um custo ocorre em simultâneo com o reconhecimento de aumentos
de passivos ou com o reconhecimento de diminuição de activos.

Em “Elementos de Contabilidade Geral”, consideram-se custos e perdas, “os que


comprovadamente forem indispensáveis para a realização dos proveitos ou ganhos sujeitos ao
imposto, ou para a manutenção da fonte produtora.

Proveitos
Os Proveitos são outros elementos que compõe a Demonstração de Resultados, sendo que
estes, à partida, apresentam a parte mais agradável de todo exercício de uma organização. Em
“Contabilidade Financeira” descreve-se proveitos como sendo “os aumentos nos benefícios
económicos durante o período contabilístico na forma de influxos ou aumento de activos ou
diminuições de passivos, que resultem em aumentos do capital próprio, que não sejam os
relacionados com as contribuições dos sócios. A definição de proveitos engloba quer os
créditos (que resultam da actividade normal da empresa), quer os ganhos (que podem ou não
provir de tal actividade). Um proveito é reconhecido como tal na Demonstração de Resultados,
quando tenha surgido um aumento dos benefícios económicos futuros, relacionados com um
aumento no activo ou com uma diminuição no passivo, e que posa ser mensurado com
fiabilidade.
Resumidamente pode-se classificar perdas como sendo o aumento de capital próprio resultante
da venda de bens ou da prestação de serviços pela empresa. Em montante, os 7 proveitos

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correspondem a dinheiro, valores a receber, ou outros activos obtidos como compensação pelos
bens vendidos ou pelos serviços prestados.

Resultados
A obtenção de Resultados é o objectivo final e principal na Demonstração de Resultados para
que se possa ter uma imagem global quanto ao desempenho operativo durante um período de
actividade de uma organização. A aquisição de resultados consiste numa simples operação de
subtracção dos custos aos proveitos. Diz-se lucro líquido quando estamos perante um aumento
de capital próprio subsequente a um bom desempenho operativo por parte da organização.
Consiste no excesso das receitas em relação às despesas no período contabilístico em causa.
Contrariamente diz-se prejuízo líquido quando estamos perante uma diminuição de capital
próprio em resultado das operações da empresa. É o excesso das despesas em relação às receitas
no período contabilístico considerado.

Balanço e Demonstração de Resultados


O Balanço é a demonstração financeira que apresenta a posição financeira de uma empresa no
final do seu exercício económico e que divulga, devidamente agrupados e classificados, os
activos, os passivos e o capital próprio. O Balanço não indica quanto a empresa vale, é apenas
uma fotografia que retrata a situação patrimonial da empresa em termos do dever e do haver
numa determinada data ou momento.

A informação necessária para o Balanço consiste em informação sobre os valores líquidos


existentes no final do período, em vez do total bruto do período, como acontece com a
Demonstração de Resultados. Por conseguinte, a administração de uma organização pretende
conhecer o montante dos valores existentes nos bancos, o valor de existências, dos
equipamentos, etc., disponíveis no final do período. Existe uma relação íntima entre o Balanço
e a Demonstração de Resultados que é aparente.

A Demonstração de Resultados é o elo de ligação entre dois balanços anuais, o do ano anterior
e o do ano actual. Tal como se viu anteriormente, os itens de proveitos e custos representam,
de facto, uma análise mais aprofundada de elementos do capital. Quando analisamos um
Balanço de fim de exercício, e a Demonstração de Resultados referente ao mesmo exercício, o

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saldo na conta de Resultados Líquidos do Exercício, registada na estrutura de Capital Próprio
da empresa, tem que coincidir com o saldo equivalente da Demonstração de Resultados.

PRODUCÃO, TEORIA DE CUSTOS E DECISOES DA EMPRESA


Tecnologia
Um aspecto fundamental da produção é a tecnologia. Quando falamos em tecnologia nos
referimos ao conhecimento empregado para transformar insumos em produto. É preciso saber
como fazer essa transformação. A tecnologia disponível, ou seja, o nosso conhecimento sobre
como produzir define como se os bens serão produzidos.

Existem inúmeras maneiras diferentes de produzir. Mas a empresa só pode escolher, dentre as
tecnologias existentes, aquela que se constitui uma forma viável de produção. Por exemplo,
não adianta escolher uma tecnologia de produção cujo custo faz com que o preço do produto
seja alto demais.

A função de produção determina o nível máximo de produção que pode ser obtido com a
utilização de certa quantidade de insumos. A tecnologia determina como a empresa faz essa
transformação, ou seja, define a forma da função de produção. Dentro das alternativas
disponíveis, a empresa pode escolher a função de produção que melhor atende as suas
peculiaridades. Assim que a empresa define o seu modo de produzir, ou seja, a sua tecnologia,
uma das questões fundamentais da Economia é respondida. O problema do “como produzir”.
A tecnologia adotada é a resposta para essa questão e define, dentro das alter- nativas viáveis,
como os bens da economia serão produzidos.

Uma tecnologia define como a empresa produz, de que maneira ela transformará insu- mos em
produto. No entanto, escolhida a tecnologia, a empresa precisa definir ainda a quantidade
empregada de cada fator de produção. Essas quantidades serão determinadas pela técnica de
produção adotada.

Veremos nessa seção como a técnica de produção define qual a proporção do uso de cada fator
de produção. Mas a empresa deve escolher não apenas a proporção ótima de uso dos fatores,
mas também como produzir com o menor custo possível.

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Isoquantas
Consideremos agora que a empresa opera no longo prazo. Portanto, ela pode ajustar livremente,
tanto a quantidade utilizada do fator trabalho, quanto do capital. Agora, ambos os fatores de
produção podem ser adequados às necessidades da empresa. No entanto, se estamos admitindo
que a empresa possa aumentar o uso dos dois fatores ao mesmo tempo. Ela varia o emprego
dos fatores, mas continua no mesmo nível de produção. A empresa pode, por exemplo,
empregar mais mão-de-obra e menos capital. Ou pode produzir com mais capital e menos mão-
de-obra. No primeiro caso a produção da empresa será intensiva em mão-de-obra e no segundo
intensiva em capital. A tecnologia de produção é que determinará a intensidade no uso dos
fatores.

Veja que não estamos considerando a possibilidade de aumentar o uso dos dois fatores ao
mesmo tempo. O que estamos é alterando as combinações dos dois fatores de produção,
mantendo sempre a mesma quantidade produzida. Então podemos perguntar: que combinações
dos fatores de produção podemos fazer e que resultarão no mesmo nível de produção? Vamos
responder essa pergunta com o auxílio da Tabela 3. Ela mostra uma serie de combinações
possíveis dos fatores terra e trabalho. Há diferentes combinações dos dois fatores que geram a
mesma produção total. Portanto, para a empresa, qualquer uma dessas combinações gera o
mesmo nível de produção.

Assim, cada uma das diferentes combinações possíveis é uma técnica de produção. Podemos
escolher a combinação A com 3 unidades de trabalho e 25 de capital ou a combinação D que
emprega 13 unidades de trabalho e 10 de capital. Mas, com qualquer combinação escolhida, o
produto total será sempre de 100 unidades.

Quando a empresa escolhe uma tecnologia de produção está definindo como produzir. Depois,
quando ela define a técnica, está determinando o modo a proporção do uso dos fatores de
produção.

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Tabela 3: Combinações possíveis de terra e trabalho que geram o mesmo nível de produção.

Combinando as diferentes técnicas de produção viáveis obtemos uma isoquanta. Uma


isoquanta mostra o conjunto das possíveis combinações do uso dos fatores que mantêm
constante o nível de produção. É um conceito análogo ao que usamos para definir as curvas de
indiferença do consumidor. Uma isoquanta é também conhecida como curva de indiferença de
produção ou curva de isoproduto.

A representação gráfica esta ilustrada no Gráfico 3. O eixo da ordenadas mede a quantidade de


capital empregada (K) e o eixo das abscissas a quantidade de trabalho (L). Na isoquanta IQ1
estão indicadas com pontos A e E as combinações mostradas na Tabela 3. Essas são algumas
das possíveis combinações que resultam o mesmo nível de produção.

As curvas IQ2 e IQ3 são outras isoquantas que geram níveis de produção mais elevados. Isso
mostra que se quisermos aumentar a produção, usando mais dos dois insumos, precisamos
migrar para isoquantas mais elevadas. Ademais, a isoquanta tem inclinação negativa. Isto
significa que para manter o mesmo nível de produção, se quantidades cada vez maiores de
capital são empregadas a empresa deve reduzir a quantidade de mão-de-obra empregada.

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Gráfico 3: Uma família (ou mapa) de isoquantas. Fonte: Adaptado.

Outra característica da isoquanta é que ela é convexa. Isso significa os que os fatores podem
ser substituídos, mas a empresa precisa de ambos para produzir. Não há como produzir a partir
de um único fator. Se o nível de produção não pode aumentar, resta à empresa escolher a técnica
de produção que melhor atende as suas necessidades. E isso significa escolher um ponto sobre
a isoquanta.

Veremos agora como a empresa define que ponto é esse, ou seja, as quantidades empregadas
de cada fator de produção.

Isocustos
A empresa pode adotar diferentes tecnologias. Uma vez definida a tecnologia, ao mesmo nível
de produção, existem diferentes técnicas de produção e uma delas deve ser escolhida. E como
a empresa determina a técnica de produção a ser empregada? A escolha da técnica depende da
sua eficiência. Por quê? Por que produção eficiente ocorre com a minimização do custo. Então,
deve ser escolhida uma tecnologia eficiente, isto é, aquela que produz a quantidade desejada
com o menor custo possível.

Vejamos um exemplo. Digamos que empresa planeja, para o próximo ano, um determinado
nível de produção. Logo, a quantidade a ser produzida foi escolhida. Agora ela se depara com
o problema de determinar como produzir essa quantidade com o menor custo possível.

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A solução desse problema é obtida com a minimização dos custos. O que a empresa precisa
escolher é, dado o nível de produção, as quantidades de capital (K) e de trabalho (L) que,
conjuntamente, minimizam os custos. Para encontrar a solução do problema da minimização
dos custos temos que definir que combinações de capital e trabalho podem ser utilizadas e
geram o mesmo custo total. Isto é, queremos saber como podemos combinar esses dois fatores
de produção sem alterar os custos.

Cada combinação de terra e mão-de-obra gera um custo total de produção. O conjunto de todas
as possíveis combinações dos fatores, aos seus respectivos preços de aquisição, e que resultam
no mesmo custo total, forma uma linha de isocusto.

A Tabela 4 mostra algumas das combinações que no uso dos fatores de produção que geram o
mesmo custo total para a empresa. Por exemplo, com a combinação A a empresa usa 7 unidades
de capital e 4 trabalhadores. Essa, portanto é uma técnica intensiva em capital. Mas empresa
pode optar por uma técnica intensiva em mão-de-obra, escolhendo a combinação G. Com essa
combinação a empresa usa 1 unidade de capital e 28 trabalhadores.

Preço do Preço do
Capital Trabalho Custo Total
Combinação capital (em trabalho (em
(Quantidade) (Quantidade) (em R$)
R$) R$)
A 7 4 R$ 1000,00 R$ 250,00 R$ 8000,00
B 6 8 R$ 1000,00 R$ 250,00 R$ 8000,00
C 5 12 R$ 1000,00 R$ 250,00 R$ 8000,00
D 4 16 R$ 1000,00 R$ 250,00 R$ 8000,00
E 3 20 R$ 1000,00 R$ 250,00 R$ 8000,00
F 2 24 R$ 1000,00 R$ 250,00 R$ 8000,00
G 1 28 R$ 1000,00 R$ 250,00 R$ 8000,00
Tabela 4: Possíveis combinações de trabalho e capital que podem ser adquiridas gerando
sempre o mesmo custo total. Fonte: Adaptado.

Qualquer que seja a combinação escolhida o nível de produção sempre igual a 8.000 unidades.
Resta então saber como a empresa escolhe a combinação de fatores que, ao mesmo tempo,
minimiza os custos e mantém o mesmo nível de produção. Vamos responder essa indagação

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com o auxílio do Gráfico 4 que mostra um mapa de linhas de isocusto e de isoquantas. Linhas
de isocusto mais à direita representam um custo total de produção mais elevado. E, por
conseguinte, linhas de isocusto mais baixas representam gastos menores. Com qualquer
combinação pertencente a uma determinada linha de isocusto o gasto total será o mesmo.

Gráfico 4: Família (ou mapa) de linhas de isocustos e isoquantas. Os pontos, A,B e C mostram
os pontos ótimos em que a isoquanta tangencia a linha de isocusto. Nesses pontos a empresa
produz minimizando o custo. Fonte: Adaptado.

Dados os preços da mão-de-obra e da terra a empresa deve escolher a combinação desses


fatores que resulta no menor custo total de produção. Sabemos que linhas de isocusto (IC1,
IC2, IC3 etc.) mais elevadas representam custos totais maiores. E como a empresa definiu o
nível que produção que deseja obter, agora resta escolher a linha de isocusto mais baixa
possível.

Digamos que o nível de produção escolhido seja aquele gerado com a isoquanta IQ2. Agora,
combinando as isoquantas e os isocustos, podemos determinar a escolha ótima, ou seja, a
combinação de fatores que minimiza os custos da empresa, ao nível de produção escolhido. Os
pontos que representam as escolha ótimas para cada nível de produção estão indicados com as
letras A, B e C .

A linha de isocusto IC3 é mais elevada e, portanto, o custo total é o mais elevado que o que
poderia ser alcançado nesse exemplo. Já na linha de isocusto IC1 o custo total é menor, mas a
empresa só poderia alcançar essa linha de isocusto se o nível de produção fosse menor que o
exigido em seu planeamento. Portanto resta a linha de isocusto IC2.

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Sabemos que a empresa definiu que quer produzir a quantidade gerada pela isoquanta IQ2.
Então resta saber que combinação dos fatores de produção deve ser escolhida. A escolha ótima
é aquela que minimiza custos e mantém a produção no nível da isoquanta IQ2. Portanto, o
ponto ótimo, ou seja, o menor custo total é obtido quando a empresa utiliza os fatores de
produção na proporção indicada pelo ponto em que a isoquanta tangencia a linha de isocusto.

Qualquer outro ponto da linha de isocusto IC2 resultaria um nível de produção menor que o
exigido. Qualquer outro ponto da isoquanta IQ2 faria com que o nível de produção exigisse um
custo total maior que gerado linha de isocusto IC2. O ponto B é, portanto, o único capaz de
produzir a quantidade que a empresa planejou gerando o menor custo possível.

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CONCLUSÃO

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BIBLIOGRAFIA
SAMUELSON, P. A.; NORDHAUS, W. D. (1999) Economia. 16a. Edição. Lisboa: Mcgraw-
Hill.
UCHÔA C. F. A. (2017) Economia Das Organizações. Salvador: UFBA, Faculdade de
Ciências Contábeis.
QUINTANEIRO, J. M. (2007) Demonstração De Resultados. Coimbra: Institut0 Politécnico
de Coimbra.

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