Análise Comparativa O Pequeno Príncipe
Análise Comparativa O Pequeno Príncipe
Análise Comparativa O Pequeno Príncipe
CAMOCIM-CE
2023
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo realizar uma análise comparativa acerca dos
diálogos ou pontos de contato entre a obra fílmica e a obra literária” O Pequeno
Príncipe”, demonstrando as semelhanças e diferenças entre elas, procurando
destacar alguns aspectos como os personagens, a trama e o valor simbólico das
palavras e das imagens.
A criança de cabelos loiros relata toda sua trajetória para o aviador, começando pelo
motivo de ter deixado seu pequeno planeta devido à sua busca por conhecimento,
compreensão e conexão emocional. Ao longo de sua jornada, encontra diversos
personagens, que possuem características peculiares e que também apresentam
maneiras diferentes de ver e interpretar a realidade como: o Rei, com sua
prepotência; o Vaidoso, com sua vaidade; o Beberrão, e sua vergonha; o Homem de
Negócios, com sua ganância; o Acendedor de Lampiões, e o seu trabalho
demasiado; e o Geógrafo que não tinha comprometimento com a realidade.
Por fim, ele chega ao planeta Terra e se depara com outros personagens como a
raposa, que ensina ao Pequeno Príncipe a importante lição de que as coisas só
ganham sentido quando se conhece a amizade.
“Não passo, a teus olhos, de uma raposa igual a cem mil outras
raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do
outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no
mundo.(SAINT-EXUPÉRY, 2009, p.53 )”
Assim ele compreende que apesar de o mundo ter milhares de rosas, a rosa de seu
planeta era única, pois, somente ela era mantedora de seu afeto. Diante desses
aprendizados e reflexões, o Pequeno Príncipe cria um novo olhar sobre a
verdadeira riqueza que ele possui, e ao final de sua jornada, ele entende melhor sua
relação com a rosa, decidindo assim partir para o seu planeta para reencontrá-la, e
também cuidar de seus três vulcões.
A inspiração do autor em escrever foi após ele, como aviador, ter sofrido um
acidente de avião em 1935 durante a segunda guerra mundial, cujo veículo foi parar
no deserto do Saara, tornando-se mundialmente famosa por seu teor filosófico e
poético, e também seu amplo conteúdo, tratando-se de temas como o amor, a
existência e uma forte crítica de como os indivíduos valorizam mais o material em
detrimento da essência e do sentimento.
Na obra também estão presentes as aquarelas feitas pelo próprio autor que faz com
que o leitor se sinta mais envolvido na história e que se deixam levar pela leveza ao
trazerem humanização e beleza.
O filme O Pequeno Príncipe de 1974, dirigido por Stanley Donen, traz para as telas,
as figuras do príncipe e do piloto, que, assim como no livro, apresenta no filme - um
narrador onisciente. Por tratar-se de uma transcriação, os personagens são um
pouco diferentes das personagens da obra literária.
Além de ser uma bela narrativa, é também uma lição que versa sobre a filosofia da
vida e da origem que levamos no nosso cotidiano, pois somos seres que, devido à
nossa rotina, perdemos o contato com as coisas imediatas que nos cercam, por
estarmos envolvidos com outras preocupações, não percebemos. Assim, de certo
modo, a narrativa fílmica de O Pequeno Príncipe acompanha a obra literária,
embora tenha seus rumos próprios, tenha outro ritmo, disponha de outros recursos.
No filme, são necessários alguns planos para dar lógica à narrativa, para mostrar o
momento, para a exposição clara da situação em que o piloto se encontrava: em
pleno ar, o visor da cabine mostra a contagem diminuindo vertiginosamente, quando
da disparada do ponteiro da direita pés para a esquerda e pelo bendito destino
chega a terra do saara.
O menino aparece para o piloto, sem qualquer sinal que indicasse
como alguém tão pequeno conseguiu chegar lá. Ele, simplesmente,
surge, de repente, do nada. A perplexidade do piloto é notória. A
sensação de acontecimento sobrenatural é descrita por expressões
como “esfreguei bem os olhos”, “olhos arregalados de espanto” ou
“não esqueçam que eu me achava quilômetros e quilômetros de
qualquer região habitada” (SAINT-EXUPÉRY, 2009, p. 10).
No filme, o pequeno coloca os baobás como algo normal e lista os baobás como
alguns dos elementos que fazem parte de seu Planeta, e dos quais cuida, assim
como a rosa. Já a Rosa, foi um dos elementos mais fiéis da narrativa literária para a
fílmica, representada como impulsiva e frágil.
CONCLUSÃO
Concluímos que, o filme O Pequeno Príncipe é uma adaptação bastante fiel da obra
literária, mantendo as cenas e personagens originais, mas também traz algumas
inovações, como a inserção de novos diálogos, elementos visuais e musicais e a
interpretação dos personagens, enriquecendo a experiência cinematográfica. Além
disso, o filme apresenta uma abordagem mais sutil do tema da solidão e uma
mensagem mais esperançosa e otimista do que o livro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DONEN, Stanley. O Pequeno Príncipe. Stanley Donen Films Inc. and Paramount
Pictures, 1974. Filme, 88 min. Elenco: Richard Kiley, Bob Fosse, Gene Wilder,
Steven Warner, Joss Ackland, Clive Revill, Donna McKechnie, Victor Spinetti entre
outros.
SAINT –EXUPÉRY Antoine de. O pequeno príncipe. (com aquarela do autor). Trad.
Dom Marcos Barbosa. 48a ed. Rio de janeiro: Agir, 2009.
Muller, Caroline Appel, e Indianara Mafra de Lima. Antoine de Saint Exupery: uma
análise das escolhas simbólicas na obra O pequeno príncipe. BS thesis.
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2017.