Equipamentos de Ultrasom
Equipamentos de Ultrasom
Equipamentos de Ultrasom
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1. INTRODUÇÃO
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2. TEORIA BÁSICA
c =λ⋅ f (1),
onde:
Z = ρ ⋅c (2),
onde:
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transmitida, ambas sofrendo desvio de direção (BRONZINO, 1986; CHRISTENSEN,
1988, WELLS, 1977).
Pode ser observado que, para uma interface plana, o ângulo de reflexão é igual ao
de incidência: θi = θr. Já o ângulo de transmissão relaciona-se com o de incidência em
função das velocidades de propagação dos meios 1 e 2 (c1 e c2) pela seguinte fórmula:
sen θ i c1
= (3).
sen θ t c 2
A parcela da pressão da onda incidente (pi ) que é refletida (pr) é dada pelo
coeficiente R, segundo a seguinte relação:
pi Z cos θi − Z 1 cos θt
R= = 2 (4),
p r Z 2 cos θi + Z 1 cos θt
p i Z 2 − Z1
R= = (5).
pr Z 2 + Z1
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• Divergência do feixe em relação ao eixo central (o que provoca uma diminuição da
energia por unidade de área);
• Absorção pelo meio, onde parte da energia é convertida em calor, principalmente devido
às forças de atrito que agem em oposição ao movimento das partículas;
α = af b (6),
onde:
f é a freqüência (MHz);
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2.2. O CAMPO ACÚSTICO
t = 1µs t = 10 µs t = 35 µs
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divergência do feixe na região de campo distante é dado aproximadamente por: θ = sin-
(0,61 λ/a). A maioria dos autores considera o ponto de separação entre as duas regiões
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(último máximo na intensidade da pressão) como ocorrendo a uma distância axial z = a2/λ,
porém ZEMANEK (1970) mostrou que esta transição ocorre a uma distância menor (z =
0.75a2/λ).
Figura 3 - (a) Seção longitudinal através do feixe ultra-sônico gerado por um transdutor
circular de raio a. (b) Variação da intensidade de pressão ao longo do eixo axial do
transdutor.
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(varredura eletrônica). Além do desenvolvimento da eletrônica analógica e digital, a
fabricação de transdutores de freqüência acima de 3,5MHz passou a ser comum. Isto
facilitou a utilização do ultra-som em diversas áreas da medicina sendo comum sua
utilização em oftalmologia com transdutores operando em freqüências entre 10MHz e
25MHz. Ultimamente, é grande a quantidade de pesquisadores que estão desenvolvendo
transdutores que chegam a operar entre 25MHz e 100MHz, com aplicação direta na
visualização de estruturas de artérias e vasos.
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Cerâmica Piezoelétrica
Invólucro de PVC
Conector BNC
Camada de Camada
Sinal Retaguarda Frontal
Sintonizador
Terra
Atrasadores
Cerâmicas
Piezoelétricas
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Figura 5 – Equipamento (“scanner”) e transdutores de ultra-som para aplicações na área
médica (Imagens cedidas pela ATL Ultrasound).
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algumas estruturas. Na obstetrícia, por exemplo, essas informações são utilizadas para
determinar a idade gestacional do feto.
Este modo, como os demais, exceto o Doppler Contínuo, tem como base a técnica
pulso-eco, onde um pulso de ultra-som de curta duração é transmitido por um transdutor.
Este pulso viaja através do meio que está sendo investigado e toda vez que ocorre uma
mudança da impedância acústica neste meio, ocorrem reflexões e estas podem ser
captadas pelo mesmo transdutor. O tempo decorrido entre a transmissão do pulso e a
recepção do eco é proporcional à profundidade de penetração, o que possibilita o
mapeamento unidimensional das interfaces na direção de propagação do campo. A
Figura 6 mostra o diagrama em blocos de um equipamento no Modo A.
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Figura 6 – Elementos de um equipamento no modo A (Modificado de CHRISTENSEN,
1988).
O circuito de pulso aplica um pulso de curta duração (da ordem de 10 a 500 ns,
dependendo da freqüência do transdutor) e alta amplitude (da ordem de centenas de
volts) ao transdutor através do circuito de chaveamento T/R, que isola os circuitos de
recepção durante a aplicação do pulso de alta energia para evitar saturação, sobrecarga e
danos dos mesmos e, durante a recepção, deixa passar os ecos de baixa amplitude (da
ordem de 1 a 200 mV, dependendo da atenuação do meio e da energia inicial aplicada ao
transdutor). O transdutor gera uma onda ultra-sônica (pulso incidente) que se propaga no
tecido e sofre reflexões nas interfaces dos meios 1 e 2 (Z1/Z2 e Z2/Z1). Os ecos gerados
nessas interfaces são captados pelo transdutor (que passa a operar como receptor),
amplificados e condicionados nos circuitos de recepção (utilizando-se circuitos
demoduladores que geram a envoltória do sinal, controle de ganho variável com o tempo,
circuitos que realizam compressão logarítmica para permitir que ecos muito longos ou
muito curtos sejam mostrados na mesma escala, comparadores de limiar, filtros
analógicos, etc.) e depois são mostrados no “display” (TRC – Tubo de Raios Catódicos)
de forma semelhante ao que é feito em um osciloscópio, onde o eixo horizontal
representa a varredura ao longo do tempo e no eixo vertical do “display” são mostradas as
amplitudes dos sinais recebidos após terem sido amplificados e condicionados
adequadamente. A Figura 7 mostra a seqüência de passos normalmente implementada
no processamento do sinal recebido no Modo A.
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Figura 7 – Seqüência de passos normalmente implementada no processamento do sinal
recebido no Modo A.
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3.2. EQUIPAMENTOS FUNCIONANDO NO M ODO B
O Modo B produz uma imagem bidimensional do meio sob estudo pela combinação
dos sinais do Modo A em várias direções, obtidos pelo deslocamento mecânico do
transdutor. A posição do transdutor é determinada medindo-se o ângulo entre a armação
que serve para sustentar e direcionar o mesmo e uma determinada referência. Este modo
pode ser melhor entendido considerando-se uma linha no Modo A, modificada de tal
forma que a amplitude do sinal recebido não cause um deslocamento vertical do feixe do
tubo de raios catódicos, mas sim aumento ou diminuição do brilho. O eixo na direção de
propagação do pulso, da mesma forma que no Modo A, representa a profundidade de
penetração ou distância. A Figura 8 mostra como uma linha do Modo B pode ser obtida a
partir do Modo A para o mesmo objeto e a Figura 9 mostra o diagrama em blocos de um
equipamento no Modo B com varredura manual. Os circuitos para geração do pulso de
excitação do transdutor, chaveamento, amplificação e condicionamento dos ecos
recebidos são semelhantes aos descritos anteriormente para os equipamentos no modo
A, sendo que a diferença está no fato que a saída do circuito de recepção, neste caso,
modula o brilho de cada linha no “display” (TRC). A direção de cada linha (dada pelo
ângulo θ) é determinada pelos transdutores de posição adaptados ao suporte para o
transdutor ultra-sônico. Após a varredura completa da região desejada, a imagem em
duas dimensões é atualizada no “display”.
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Figura 9 – Elementos de um equipamento no Modo B.
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Figura 10 – Varredura mecânica no Modo B: (a) Rotação do transdutor; (b) Oscilação do
transdutor; (c) Oscilação do refletor.
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Figura 11 - Arranjo de 5 elementos de um transdutor matricial linear para varredura e
direcionamento do feixe eletronicamente: (a) paralelo; (b) inclinado; (c) focalizado (d)
focalizado e inclinado Modificado de BRONZINO (1986).
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(a) Imagem obtida com transdutor matricial com varredura linear.
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ser eletromagnético, acústico ou óptico. O principal problema é devido ao manuseio do
transdutor, que é movimentado livremente pelo médico tornando difícil manter conhecidas
as coordenadas espaciais que indicam a posição e ângulo do transdutor em relação ao
corpo do paciente. Inúmeros pesquisadores e empresas têm buscado obter sistemas
confiáveis e que permitam a mesma facilidade de movimento que os ultra-sonografistas
conseguem nos sistemas atuais.
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matemáticas complexas em que são levados em consideração os dados dos sensores de
posição do transdutor, a largura do feixe ultra-sônico, entre outros dados importantes.
Segundo alguns autores, as medições de volume usando métodos convencionais têm
acurácia de ±5% para órgãos com forma regular e de ±20% para forma irregular. Na
Figura 13 são mostradas imagens de ultra-som 3D.
Uma das principais aplicações deste modo está na obstetrícia, onde a taxa de
crescimento, posição e anormalidades podem ser observadas sem o risco de submeter o
feto e a mãe à radiação X. A localização da placenta ou a presença de gêmeos podem
ser também verificadas facilmente. Na ginecologia este modo pode ser utilizado na
identificação de tumores malignos, cistos no ovário, etc.
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Na região abdominal podem ser obtidas imagens do fígado, do baço, da vesícula
biliar e dos rins. As anormalidades causadas por tumores ou outras lesões nessa região
podem ser facilmente observadas neste modo.
O efeito Doppler pode ser definido como o desvio em freqüência que ocorre com
um sinal sonoro ou eletromagnético quando há movimento relativo entre a fonte emissora
e o receptor, tendo recebido esta denominação em homenagem a Christian Doppler
(1803-1853), um físico matemático austríaco que foi o primeiro a estudar este efeito.
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Conforme já mencionado, na interface entre dois materiais com impedâncias
acústicas diferentes, parte da potência ultra-sônica emitida é refletida, e parte transmitida
ao meio seguinte. Se a interface for estacionária, o feixe refletido retorna ao transdutor
com a mesma freqüência do sinal emitido. No caso de estruturas móveis (por exemplo, as
hemácias em uma artéria), o sinal que retorna ao transdutor sofre dois desvios em
freqüência: primeiramente o alvo atua como um receptor móvel, de forma que o sinal por
ele recebido apresenta um comprimento de onda diferente do emitido. A seguir ele passa
a atuar como uma fonte emissora móvel, enviando sinais com este mesmo comprimento
de onda, mas que em função de seu movimento são captados pelo transdutor com outro
comprimento de onda (WELLS, 1977). O desvio Doppler, do ponto de vista do transdutor,
é a diferença entre as freqüências por ele emitida e recebida, e conforme mostrado mais
adiante, é proporcional à velocidade relativa entre a fonte e o observador.
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um comprimento ainda maior (λc > λT ), resultando numa freqüência ainda menor que a
emitida originalmente por Tx.
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Como pode ser visto na Figura 17, este diagrama contém um transdutor
transmissor que é o responsável pela emissão de ondas ultra-sônicas, e que são
refletidas pelas partículas em movimento. Estas ondas refletidas, que com o movimento
das partículas sofreram o efeito Doppler, são então captadas pelo transdutor receptor.
Pode-se dizer, portanto, que o sinal refletido consiste no sinal transmitido (portadora),
modulado em freqüência pela velocidade das partículas (modulante). Um circuito
demodulador FM realiza a multiplicação (batimento em freqüência) do sinal captado pelo
receptor, utilizando como portadora o sinal vindo do oscilador. Esse sinal demodulado
corresponde então à soma e à diferença em freqüência dos dois sinais originais. Essa
diferença de freqüências, denominada desvio Doppler, geralmente é um sinal audível (20
a 20kHz), podendo ser ouvido em um alto-falante.
Figura 18 – Configuração para medições do desvio Doppler de ondas contínuas com dois
transdutores (transmissor e receptor), sendo fR e fT as freqüências recebida e transmitida
respectivamente; V é a velocidade de escoamento do fluido e θ o ângulo de incidência do
feixe na partícula em movimento.
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Figura 19 - Configuração para medições do desvio Doppler pulsátil com apenas um
transdutor, sendo fR e fT as freqüências recebida e transmitida respectivamente; V é a
velocidade de escoamento do fluido e θ o ângulo de incidência do feixe na partícula em
movimento.
O desvio Doppler pode ser calculado utilizando-se a Equação 7, onde o sinal (±)
indica o sentido da velocidade. Se a velocidade for no sentido mostrado nas Figuras 18 e
19 (da esquerda para a direita), o sinal é negativo e positivo no caso contrário. A Equação
7 mostra que o desvio Doppler é diretamente proporcional à velocidade do sangue e,
conseqüentemente, ao fluxo volumétrico.
2Vf T cos θ
fD ≈ ± (7),
c
onde:
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selecionar a área de interesse para as análises de fluxo utilizando cursores superpostos
na imagem 2D (Modo Duplex) e alguns destes representam o fluxo no monitor como uma
imagem colorida (CFM – Doppler Color Flow Mapping), onde eles acessam
simultaneamente a direção e a velocidade relativa do fluxo sangüíneo em vários pontos
ao longo do caminho do feixe. O resultado é uma imagem hemodinâmica do coração ou
de grandes vasos útil para que sejam detectadas estenoses e defeitos nas válvulas
cardíacas (ECRI, 1999).
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Figura 20 – Fluxo sangüíneo na carótida mostrando potência espectral variável com o
ciclo cardíaco (Imagem cedida pela ATL Ultrasound).
Para evitar danos aos transdutores (cristais ou cabos para conexão), estes devem
ser manuseados cuidadosamente e armazenados no seu suporte, evitando-se quedas,
extensão excessiva dos cabos, contato com líquidos corrosivos, exposição dos mesmos à
temperaturas elevadas. Problemas eletromecânicos, como rachaduras nos cristais
piezoelétricos, podem reduzir a largura de banda de passagem de freqüências e
conseqüentemente aumentar a largura dos pulsos, afetando tanto a resolução axial
quanto a lateral. Neste caso pode haver erros na medição das distâncias, áreas, volumes,
etc. Na obstetrícia estes problemas podem levar a erros na determinação da idade
gestacional do feto, por exemplo.
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menos na medição de distâncias são considerados aceitáveis para muitos sistemas ultra-
sônicos. Os “phantoms” (ver exemplos na Figura 21), geralmente, apresentam custos
relativamente altos que podem variar de US$ 200.00 a US$ 10,000.00 e, portanto, devem
ser negociados previamente em contratos realizados com os fornecedores dos
equipamento para não elevar os custos operacionais.
(a) (b)
• A.I.U.M., Acoustic output measurement and labeling standard for diagnostic ultrasound
equipment, Americam Institute of Ultrasound in Medicine, 1992.
• IEC 150, Testing and calibration of ultrasonic therapeutic equipment, CEI, 1963.
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• IEC-1689, Ultrasonics physiotherapy systems – Performance requirements and
methods of measuring in the frequency range 0,5MHz to 5MHz, CEI, 1996.
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periféricos para armazenamento das imagens. O custo de uma configuração como a
especificada acima pode ficar em torno de US$ 200,000.00, sendo que grande parte do
custo do equipamento está no transdutor (cerca de 12 % no caso acima, podendo atingir
cifras maiores no caso de elementos adicionais).
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A.I.U.M., Acoustic output measurement and labeling standard for diagnostic ultrasound
equipment, Americam Institute of Ultrasound in Medicine, 1992.
HAYMAN, A.J. & WEIGHT, J.P. - Transmission and reception of short ultrasonic pulses by
circular and square transducers. J. Acoust. Soc. Am. 66(4): 945-951, 1979.
IEC 150, Testing and calibration of ultrasonic therapeutic equipment, CEI, 1963.
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NBR IEC 601-2-5, Equipamento eletromédico – Parte 2: Prescrições particulares para
segurança de equipamentos por ultra-som para terapia., ABNT, 1997.
ZEMANEK, J. Beam behavior within the nearfield of a vibrating piston. J. Acoust. Soc.
Am., 49(1), 181-191, 1971
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