Aula 07
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Autor:
Herbert Almeida, Equipe Direito
Administrativo
19 de Janeiro de 2023
Índice
1) Responsabilidade Civil do Estado
..............................................................................................................................................................................................3
Noções introdutórias
Quando se fala em responsabilidade, quer-se dizer que alguém deverá responder por algo que fez ou deixou
de fazer. A responsabilidade, no Direito, representa a necessidade de alguém responder por algum dano
que causou. Por conseguinte, a pessoa poderá sofrer uma restrição de liberdade por ter cometido algum
crime ou uma contravenção (responsabilidade penal); um servidor público poderá perder o cargo por algum
ilícito disciplinar ou falta funcional (responsabilidade administrativa); ou alguém poderá responder com o
próprio patrimônio, devendo indenizar o dano causado (responsabilidade civil).
Portanto, a responsabilidade civil é a obrigação de reparar os danos lesivos a terceiros, seja de natureza
patrimonial ou moral.
Cumpre frisar, desde já, que a responsabilidade do Estado pode ser contratual ou extracontratual. Na
primeira situação, há um vínculo contratual entre o Estado e o terceiro. Por exemplo, se a Administração
descumprir os termos de um contrato administrativo, a sua responsabilidade será contratual,
regulamentada pela Lei 8.666/1993 e pelos termos do contrato. Não é esse o tipo de responsabilidade que
estamos tratando nesta aula.
Por outro lado, na responsabilidade civil do Estado, não existe vínculo contratual entre as partes, ou melhor,
a obrigação de indenizar não decorre de algum contrato firmado entre o causador do dano e o terceiro
lesado. Por esse motivo, a responsabilidade civil do Estado também é chamada de responsabilidade
extracontratual do Estado ou responsabilidade Aquiliana, que é a obrigação jurídica que o Estado possui
de reparar danos morais e patrimoniais causados a terceiros por seus agentes, atuando nessa qualidade.
No Estado Democrático de Direito, não se pode cogitar a irresponsabilidade do Estado por seus
comportamentos lesivos a terceiros. Todavia, nem sempre foi assim, existindo momentos históricos em
que o Estado era irresponsável civilmente. Nessa linha, vamos estudar a evolução histórica da
responsabilidade civil do Estado.
Evolução histórica
A teoria da não responsabilização do Estado, ou teoria regaliana, ocorreu durante o período dos regimes
absolutistas. Nesse período, a autoridade do monarca era incontestável e, por conseguinte, as ações do rei
ou de seus auxiliares não poderiam ser responsabilizadas. Entendia-se que o rei não cometia erros – decorre
da máxima The king can do no wrong ou Le Roi ne peut mal faire (o Rei não pode errar).
A ideia de irresponsabilidade do Estado era tão absurda e injusta que começou a ruir no século XIX, dando
lugar aos regimes democráticos de Direito. Atualmente, essa teoria encontra-se totalmente superada,
sendo que os Estados Unidos e a Inglaterra foram os últimos países a abandoná-la, por meio,
respectivamente, do Federal Tort Claim Act, de 1946, e do Crown Proceeding Act, de 1947.
A ideia de responsabilização do Estado surge, inicialmente, com base no direito privado. Surgem, assim, as
teorias civilistas, também conhecidas como teorias intermediárias ou mistas. Neste momento, o Estado é
equiparado ao indivíduo, sendo obrigado a indenizar os danos causados a terceiros nas mesmas hipóteses
em que os indivíduos também seriam, ou seja, de acordo com as regras do Direito Civil – daí o nome de
teorias civilistas.
Inicialmente, a teoria fazia a diferenciação de atos de império e atos de gestão. Naqueles, o Estado atuaria
utilizando-se de sua soberania, como ocorre nas desapropriações ou na imposição de sanções; enquanto
nestes o Estado se coloca em situação de igualdade perante o particular, como em um contrato de locação
ou na alienação de um bem.
Assim, a teoria considerava que o Estado só poderia ser responsabilizado pelos atos de gestão, ou seja,
quando estivesse em condições de igualdade perante o particular.
Essa teoria logo foi superada, tendo em vista a inadequação de separar os atos de império dos atos de
gestão, uma vez que o Estado é um só.
Após a superação da distinção entre os atos de império e de gestão para fins de responsabilização do
Estado, emergiu a teoria da culpa civil, ou da responsabilidade subjetiva.
Por essa teoria, a responsabilidade do Estado dependia da comprovação de dolo ou, pelo menos, a culpa
na conduta do agente estatal. Assim, a responsabilização do Estado, isto é, o dever de indenizar danos
causados a terceiros, dependia da comprovação de dolo ou culpa (negligência, imprudência ou imperícia),
cabendo ao particular prejudicado o ônus de comprovar a existências desses elementos subjetivos.
A teoria civilista da culpa ainda é adotada nos países do common law, como nos Estados Unidos e Inglaterra.
Todavia, em outros lugares, como no Brasil, essa teoria foi superada pelas teorias publicistas, ou seja,
aquelas fundamentadas na autonomia do Direito Administrativo.
A teoria da culpa administrativa, também conhecida como culpa do serviço ou culpa anônima (faute du
service) é a primeira teoria publicista, representando a transição entre a doutrina subjetiva da culpa civil e
a responsabilidade objetiva adotada atualmente na maioria dos países ocidentais.
Por essa teoria, a culpa é do serviço e não do agente, por isso que a responsabilidade do Estado independe
da culpa subjetiva do agente. A culpa administrativa se aplica em três situações:
Em qualquer uma dessas situações, ocorrerá a culpa do serviço (culpa administrativa, culpa anônima),
implicando a responsabilização do Estado independentemente de qualquer culpa do agente.
Com efeito, temos uma espécie de culpa especial da Administração, ou seja, existe sim uma
responsabilidade subjetiva, porém ela é do Estado. A particularidade é que não se trata de uma culpa
individual do agente público, mas uma culpa anônima do serviço, que não é individualizada pessoalmente.
Porém, caberá ao particular prejudicado pela falta comprovar sua ocorrência para reclamar o direito à
indenização.
Pela teoria do risco, basta a relação entre o comportamento estatal e o dano sofrido pelo administrado
para que surja a responsabilidade civil do Estado, desde que o particular não tenha concorrido para o dano.
Ela representa o fundamento da responsabilidade objetiva ou sem culpa do Estado.
Dessa forma, se um particular for prejudicado pela atuação estatal, os danos decorrentes deverão ser
compartilhados por toda a sociedade, justificando o direito à indenização custeada pelo Estado. Nesse caso,
não é preciso cogitar se o serviço funcionou, se funcionou mal, se demorou ou se não existiu, uma vez que
se presume culpa da Administração. Além disso, não se questiona se houve culpa ou dolo do agente, se o
comportamento foi lícito ou ilícito, se o serviço funcionou bem ou mal. Basta que seja evidenciado o nexo
de causalidade entre o comportamento estatal e o dano sofrido pelo terceiro para se configurar a
responsabilidade civil do Estado.
Pode-se dizer ainda que se exige a presença de três requisitos para gerar a responsabilidade do Estado:
a) dano;
b) conduta administrativa – fato do serviço; e
c) nexo causal.
Devemos destacar que o comportamento estatal pode ser lícito, e ainda assim poderá gerar o dever de
indenizar. Por exemplo, se um policial, durante a perseguição de um suposto criminoso, perder o controle
da viatura e atingir o veículo de um terceiro, que estava corretamente estacionado, surgirá o dever de
indenizar o dano sofrido pelo proprietário do veículo. Nesse caso, mesmo que não exista dolo ou culpa do
policial, e ainda que a perseguição estivesse ocorrendo de forma lícita, no exercício dos deveres funcionais
do agente público, o Estado deverá indenizar o dano sofrido pelo particular.
A teoria do risco pode ser dividida em teoria do risco administrativo e do risco integral, distinguindo-se pelo
fato de a primeira admitir as causas de excludentes de responsabilidade, enquanto a segunda não admite.
Dessa forma, pela teoria do risco administrativo, o Estado poderá eximir-se da reparação se comprovar
culpa exclusiva do particular. Poderá ainda ter o dever de reparação atenuado, desde que comprove a culpa
concorrente do terceiro afetado. Em qualquer caso, o ônus da prova caberá à Administração.
A teoria do risco integral diferencia-se da teoria do risco administrativo pelo fato de não admitir causas
excludentes da responsabilidade civil da Administração. Nesse caso, o Estado funciona como um segurador
universal, que deverá suportar os danos sofridos por terceiros em qualquer hipótese.
Assim, mesmo que se comprove a culpa exclusiva do particular, ou nos casos de caso fortuito ou força
maior, o Estado terá o dever de ressarcir o particular pelos danos sofridos. Com efeito, alguns doutrinadores
afirmam que a responsabilidade integral não depende nem do nexo causal entre a conduta e o dano2.
A teoria do risco integral é criticada pela maioria da doutrina administrativa. Segundo Hely Lopes
Meirelles, essa teoria “jamais foi acolhida entre nós”. José dos Santos Carvalho Filho, por sua vez,
informa que ela só é “admissível em situações raríssimas e excepcionais”. Já a Prof. Maria Sylvia Zanella
Di Pietro, inicialmente, não faz a diferenciação entre risco administrativo e risco integral, mencionando
simplesmente a teoria do risco como fundamento da responsabilidade objetiva do Estado. Em seguida,
porém, a doutrinadora faz algumas considerações sobre essas duas modalidades de risco nos
ensinamentos dos demais doutrinadores.
De qualquer forma, o que podemos concluir é que a teoria do risco integral só é admitida em casos
excepcionais. No texto constitucional, a única hipótese se refere aos acidentes nucleares (CF, 21, XXIII,
“d”). A doutrina menciona também os atos terroristas e atos de guerra ou eventos correlatos, contra
(PF - 2014) Considere que, durante uma operação policial, uma viatura do DPF colida com um carro de
propriedade particular estacionado em via pública. Nessa situação, a administração responderá pelos
danos causados ao veículo particular, ainda que se comprove que o motorista da viatura policial dirigia
de forma diligente e prudente.
Comentários: pela teoria do risco administrativo, que fundamenta a responsabilidade objetiva do Estado,
existirá o dever de indenizar o terceiro prejudicado independentemente de dolo ou culpa do agente
público. Nesse caso, mesmo que o motorista estivesse dirigindo de forma diligente e prudente, o Estado
terá o dever de indenizar o particular, uma vez que a sociedade deve suportar os encargos decorrentes da
atuação estatal.
Gabarito: correto.
(TRT 10 - 2013) A teoria do risco integral obriga o Estado a reparar todo e qualquer dano,
independentemente de a vítima ter concorrido para o seu aperfeiçoamento.
Comentários: pela teoria do risco integral o Estado tem o dever de indenizar todo e qualquer dano
suportado pelos terceiros, ainda que resulte de culpa ou dolo da vítima. Dessa forma, não há nenhum tipo
de excludente ou atenuante de responsabilidade, não importante o fato de a vítima ter contribuído ou não
para o dano. Logo, o item está correto.
Gabarito: correto.
(TRT 10 - 2013) Pela teoria da faute du service, ou da culpa do serviço, eventual falha é imputada
pessoalmente ao funcionário culpado, isentando a administração da responsabilidade pelo dano
causado.
Comentários: a teoria da faute du service, também denominada de teoria da culpa administrativa, da culpa
do serviço ou da culpa anônima, decorre de uma responsabilidade subjetiva atribuída ao Estado, ou seja,
não há imputação pessoal ao agente. Assim, trata-se de uma culpa anônima do serviço, que ocorre nas
seguintes situações: (a) o serviço não existiu ou não funcionou; (b) o serviço funcionou mal; ou (c) o serviço
atrasou. Dessa forma, a responsabilidade é atribuída ao Estado, sem necessidade de individualizar o agente.
Dessa forma, o item está errado.
Destaca-se, por fim, que cabe ao particular prejudicado pela falta comprovar sua ocorrência para reclamar
o direito à indenização.
Gabarito: errado.
(MJ - 2013) A teoria que impera atualmente no direito administrativo para a responsabilidade civil do
Estado é a do risco integral, segundo a qual a comprovação do ato, do dano e do nexo causal é suficiente
para determinar a condenação do Estado. Entretanto, tal teoria reconhece a existência de excludentes
ao dever de indenizar.
Comentários: a questão descreveu a teoria do risco administrativo, essa sim é que impera no direito
administrativo. Nesse caso, bastará a comprovação do ato, do dano e do nexo causal para a condenação
do Estado, sendo reconhecida a existência de excludentes ao dever de indenizar.
A teoria do risco integral, por outro lado, não reconhece a possibilidade de excludentes do dever de
indenizar.
Gabarito: errado.
(BACEN - 2013) De acordo com a teoria da culpa administrativa, existindo o fato do serviço e o nexo de
causalidade entre esse fato e o dano sofrido pelo administrado, presume-se a culpa da administração.
Comentários: na teoria da culpa administração não se presume a culpa da administração. Deve o particular
comprovar que o serviço não existiu, ou não funcionou, ou funcional mal ou que atrasou. Trata-se, ademais,
de uma culpa anônima, uma vez que não precisa ser individualizada, bastando que se comprove a
responsabilidade subjetiva do Estado.
A existência do fato do serviço e o nexo de causalidade entre o fato e o dano sofrido são pressupostos da
teoria do risco administrativo, em que se presume a culpa da Administração.
Gabarito: errado.
No Brasil, vigora a responsabilidade objetiva do Estado, na modalidade de risco administrativo, nos termos
do art. 37, §6º, da Constituição Federal, vejamos:
Essa modalidade não alcança, porém, os danos decorrentes de omissão da Administração Pública, que,
nesses casos, serão indenizados conforme a teoria da culpa administrativa.
Como se percebe, o dispositivo alcança as pessoas jurídicas de direito público e de direito privado
prestadoras de serviços públicos. Portanto, a abrangência alcança:
Como se observa, a responsabilidade objetiva alcança até mesmo os agentes de empresas particulares, que
não integram a Administração Pública, quando prestarem serviços públicos por delegação do Estado.
Todavia, é imprescindível que a atuação decorra da qualidade de prestador de serviço público, não
alcançando atividades estranhas ao desempenho da atividade delegada.
Dessa forma, se uma empresa fornecedora de energia elétrica causar danos ao patrimônio de terceiros em
decorrência da prestação do serviço público, terá o dever de indenizar, a não ser que comprove o dolo ou
culpa do prejudicado.
Entretanto, essa responsabilidade não alcança as empresas públicas e sociedades de economia mista
exploradoras de atividade econômica, cuja responsabilidade será regida pelas normas do Direito Civil e do
Direito Comercial. Por exemplo, se o Banco do Brasil causar prejuízos a terceiros, a sua responsabilidade
não será objetiva, devendo o particular comprovar o dolo ou culpa do agente dessa entidade
(responsabilidade subjetiva).
A norma permite ainda o direito de regresso, isto é, o direito de reaver do seu agente ou responsável o que
pagou ao lesado, quando aquele procedeu com dolo ou culpa. Para exemplificar, imagine que o Estado (ou
uma entidade administrativa, ou as delegatárias de serviço público) seja obrigado a indenizar um dano
causado por um agente. Posteriormente, se ficar comprovado que o agente agiu de maneira dolosa (com
intenção) ou culposa (imperícia, imprudência ou negligência), a quem realizou a indenização (Estado,
entidade administrativa ou delegatárias de serviço público) caberá o direito de regresso contra esse agente,
buscando reaver os valores gastos com a indenização.
Quanto à responsabilidade objetiva das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público,
o entendimento atual do STF é que ela alcança os usuários e os não usuários do serviço3. Nesse sentido,
vale transcrever parte da ementa do RE 591.874/MS4:
3 No RE 262.651-SP, 2ª Turma, o STF havia entendido que a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado
prestadoras de serviço público alcançava somente os usuários do serviço, não se estendendo a outras pessoas que não
ostentassem a condição de usuário. Todavia, esse entendimento foi superado. No RE 459.749/PE, Pleno, o voto do Ministro
Relator Joaquim Barbosa acenou para mudança desse entendimento, aplicando a responsabilidade objetiva também aos
não usuários do serviço. Todavia, esse RE foi arquivado sem julgamento conclusivo, em decorrência de acordo entre as
partes. Posteriormente, no RE 591.874/MS, o STF superou definitivamente o entendimento anterior, comprovando que a
responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva relativamente a
terceiros usuários e não usuários do serviço.
4 RE 591.874/MS.
I - A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público
é objetiva relativamente a terceiros usuários e não-usuários do serviço, segundo decorre do art.
37, § 6º, da Constituição Federal. II - A inequívoca presença do nexo de causalidade entre o ato
administrativo e o dano causado ao terceiro não-usuário do serviço público, é condição
suficiente para estabelecer a responsabilidade objetiva da pessoa jurídica de direito privado.
Dessa forma, se o ônibus de uma empresa que presta o serviço público de transporte municipal, por
delegação do município, colidir com um ciclista, causando-lhe prejuízos, a empresa será responsabilizada
objetivamente, ou seja, não será necessário comprovar dolo ou culpa do motorista, bastando o nexo de
causalidade entre o ato administrativo e o dano causado ao terceiro, mesmo que o ciclista não seja usuário
do serviço.
(DP DF - 2013) Segundo o ordenamento jurídico brasileiro, todas as pessoas jurídicas de direito público e
as de direito privado que integrem a administração pública responderão objetivamente pelos danos que
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.
Comentários: vejamos o conteúdo do art. 37, §6º, da CF:
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Portanto, no caso das pessoas jurídicas de direito privado, somente aqueles que prestam serviços públicos
é que respondem objetivamente, ou seja, as empresas públicas, as sociedades de economia mista
prestadoras de serviços públicos, assim como as delegatárias de serviço público por concessão, permissão
ou autorização.
As empresas públicas e as sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica não
respondem objetivamente.
Gabarito: errado.
(MIN - 2013) Considere que determinado prefeito municipal, abusando de seu poder ao exercer suas
atribuições, execute ato que cause prejuízo patrimonial a terceiros. Nessa situação, caberá ao município
restaurar o patrimônio diminuído.
Comentários: pela responsabilidade civil objetiva, é o Poder Público que possui o dever de indenizar, ou,
nos termos do art. 37, §6º, da CF, as “pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras
de serviços públicos”. Portanto, o prejuízo decorrente da atuação do prefeito deverá ser indenizado pelo
município, que terá o direito de regresso contra o prefeito.
Gabarito: correto.
(MJ - 2013) Por ostentarem natureza pública, apenas as pessoas jurídicas de direito público responderão
objetivamente pelos danos que seus agentes causarem a terceiros.
Comentários: vejamos quem responde objetivamente pelos danos que seus agentes causarem a terceiros:
• a administração direta, as autarquias e as fundações públicas de direito público, independentemente das
atividades que realizam;
• as empresas públicas, as sociedades de economia mista, quando forem prestadoras de serviços públicos;
• as delegatárias de serviço público (pessoas privadas que prestam serviço público por delegação do Estado
– concessão, permissão ou autorização de serviço público).
Portanto, as pessoas jurídicas de direito privado também podem responder, desde que sejam prestadoras
de serviço público.
Gabarito: errado.
(BACEN - 2013) A responsabilidade civil objetiva do Estado não abrange as empresas públicas e
sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica.
Comentários: exatamente! As empresas públicas e as sociedades de economia mista, quando exploradoras
de atividade econômica, respondem na forma do Direito Civil e do Direito Comercial. Portanto, não
respondem objetivamente.
Gabarito: correto.
(CADE - 2014) No direito pátrio, as empresas privadas delegatárias de serviço público não se submetem
à regra da responsabilidade civil objetiva do Estado.
Comentários: as delegatárias de serviço público, quando no exercício da atividade delegada (prestação de
serviço público), respondem objetivamente. Logo, o item está errado.
Gabarito: errado.
A responsabilidade objetiva do Estado exige a presença dos seguintes pressupostos: conduta, dano e nexo
causal. Dessa forma, se alguém desejar obter o ressarcimento por dano causado pelo Estado, em
decorrência de uma ação comissiva, deverá comprovar que: (a) existiu a conduta de um agente público
agindo nessa qualidade (oficialidade da conduta causal); (b) que ocorreu um dano; e (c) que existe nexo de
causalidade entre a conduta do agente público e o dano sofrido, ou seja, que foi aquela conduta do agente
estatal que gerou o dano.
Dano
Para que ocorra a responsabilidade civil do Estado, a pessoa deverá comprovar que sofreu algum dano –
ou resultado. Esse dano deve afetar um direito juridicamente tutelado pelo Estado, ou seja, o dano deve
ser jurídico, e não apenas econômico5. Portanto, a ação estatal deve infringir um direito do particular para
que exista o dever de indenizar. Se o dano sofrido não representar um direito juridicamente tutelado, não
há que se falar em responsabilidade estatal.
Nesse contexto, o Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello apresenta o exemplo da mudança de uma escola,
de um museu, de um teatro, de uma biblioteca ou de uma repartição que pode representar prejuízo para
um comerciante do local, na medida em que subtrai toda a clientela natural derivada dos usuários daqueles
estabelecimentos transferidos. Nesse caso, não há dúvida sobre o dano patrimonial sofrido pelo particular.
No entanto, não há um dano jurídico, motivo pelo qual não se fala em indenização.
Com efeito, o dano pode decorrer de uma ação lícita do Estado. Porém, quando gerar conflito de interesses
ou de direitos, poderá gerar o dever de indenizar. Um exemplo de Lucas Rocha Furtado6 é interessante
nesse ponto. No caso da construção de uma represa que inundará propriedades privadas, trata-se de uma
ação lícita do Estado – o que não legitima uma ação para impedir a execução dessa obra, haja vista ser lícito
ao Estado construir represas. No entanto, haverá clara violação ao direito de propriedade privada, o que,
aliado ao dano sofrido pelo particular com a destruição dos bens, justifica o direito de pedir indenização.
Portanto, no primeiro caso – mudança da escola e outras repartições – não houve violação a direito
juridicamente tutelado; no segundo caso – construção da represa que inundará propriedades privadas –
ocorreu violação ao direito juridicamente tutelado de propriedade.
Com efeito, o dano a ser indenizado pode ser de natureza patrimonial (dano material) ou moral. Dessa
forma, se uma família for humilhada por um agente público durante o atendimento em uma repartição
pública ou se alguém for submetido a uma revista policial, de maneira vexatória, poderá ocorrer o dever
de indenizar decorrente de dano moral.
(MPU - 2013) A responsabilidade civil do Estado incide apenas se os danos causados forem de caráter
patrimonial.
Comentários: a responsabilização civil do Estado pode decorrer de dano patrimonial (material) ou moral.
Nessa esteira, vejamos os ensinamentos de Lucas da Rocha Furtado7:
A possibilidade de propositura de ação de indenização contra o poder público não se restringe, todavia, ao
dano patrimonial. É pacífico o entendimento de que o dano moral decorrente de conduta atribuível ao
poder público, que importe em violação da propriedade, da intimidade, da honra, da imagem etc.,
igualmente legitimam a responsabilidade civil do Estado.
Gabarito: errado.
Conduta
Para reclamar a indenização, o terceiro prejudicado deverá comprovar que houve a conduta de um agente
público agindo nessa qualidade.
O primeiro ponto se refere ao conceito de agente público, que, como vimos, deve ser considerado em
acepção ampla, incluindo os agentes da administração direta, das autarquias, das fundações públicas; das
empresas públicas e sociedades de economia mista, quando prestadoras de serviço público; dos
delegatários de serviço público.
Além disso, deve ser comprovado que a conduta foi praticada na qualidade de agente público. Por essa
razão, alguns autores falam em oficialidade da conduta causal.
Para fins de responsabilidade extracontratual do Estado, considera-se que a atuação ocorreu na qualidade
de agente estatal não somente no exercício das funções – da competência funcional do agente –, mas
também fora do exercício das funções, desde que a atuação decorra da qualidade de agente público. Nesse
sentido, diz-se que o Estado possui culpa in eligendo (culpa em escolher o agente) e culpa in vigilando (culpa
em não vigiar o agente).
Em outro caso, porém, a 1ª Turma do STF afastou a responsabilidade objetiva do Estado, em decorrência
de disparo de arma de fogo de policial, uma vez que o agente não se encontrava na qualidade de agente
público9. A diferença para o primeiro caso foi que, nessa segunda situação, o disparo decorreu de “interesse
privado movido por sentimento pessoal do agente que mantinha relacionamento amoroso com a vítima”.
Dessa forma, o que define a responsabilidade, no caso de disparo de arma de fogo, não é a origem da arma,
mas a conduta na qualidade de agente público. Na primeira hipótese, mesmo em horário de folga e sem
farda, o agente só agiu por ser policial e, dessa forma, chamou a responsabilidade objetiva do Estado. Na
segunda situação, por outro lado, a conduta decorreu inteiramente de sentimento pessoal, não ocorrendo
na qualidade de agente público.
Analisando os dois julgados mencionados acima, Lucas da Rocha Furtado conclui que restará caracterizada
a oficialidade da conduta do agente quando10:
8 RE 160.401/SP.
9 RE 363.423/SP.
10 Furtado, 2012, p. 863.
Por fim, outro questionamento importante se refere à conduta praticada por agente de fato, ou seja,
aquele investido na função pública irregularmente. Nesse caso, o Estado será responsabilizado
objetivamente, desde que o Poder Público tenha consentido ou, de algum modo, permita a atuação do
agente de fato.
Nesse caso, podemos mencionar o exemplo de uma grande catástrofe, em que o Estado permite que um
particular auxilie o Corpo de Bombeiros no socorro a vítimas. Eventual conduta danosa praticada por esse
particular, decorrente da atividade de apoio a vítimas, poderá ensejar a responsabilidade extracontratual
do Estado.
Todavia, nas situações em que não é possível ao Poder Público impedir que determinado indivíduo se faça
passar por servidor público, não haverá como responsabilizar o Estado por falta de nexo de causalidade11.
(MJ - 2013) Para configurar a responsabilidade civil do Estado, é irrelevante que o agente público
causador do dano atue no exercício da função pública. Estando o agente, no momento em que tenha
realizado a ação ensejadora do prejuízo, dentro ou fora do exercício da função pública, seu
comportamento acarretará responsabilidade ao Estado.
Comentários: para configurar a responsabilidade civil do Estado é necessário que o agente esteja no
exercício da função pública ou que sua conduta pelo menos decorra dessa condição (atuar na qualidade de
agente público). Assim, se um policial, em sua hora de folga, realizar um disparo de arma de fogo, ainda
que da corporação, contra sua companheira, por causa de uma discussão pessoal, não se falará em
responsabilidade do Estado.
Por outro lado, se, também em sua hora de folga, o agente tentar amenizar um tumultuo, agindo na
qualidade de agente público, e acabar ferindo particulares com sua arma de fogo, ocorrerá a
responsabilidade objetiva do Estado.
No primeiro caso, o policial não atuou na qualidade de agente público, mas no segundo sim. Logo, o
exercício da função pública é relevante.
Gabarito: errado.
Nexo de causalidade
O nexo causal ocorre quando há relação entre a conduta estatal e o dano sofrido pelo terceiro. Dessa
forma, deve-se comprovar que foi a conduta estatal que causou o dano.
Vamos dar um exemplo. Durante o socorro a vítimas de um acidente de trânsito, a maca utilizada para
transportar um dos feridos quebra e a vítima se choca contra o solo. Posteriormente, a pessoa vem a
falecer. Entretanto, ficou comprovado que a queda não teve relação com a morte da pessoa, mas sim a
pancada que ela sofreu na cabeça no acidente de trânsito. No caso, não há relação entre a conduta estatal
e o óbito, uma vez que a causa foi, na verdade, o acidente.
Nesse contexto, ao se afirmar que a responsabilidade civil do Estado é objetiva, dispensa-se a comprovação
do elemento subjetivo, ou seja, do dolo ou culpa. Entretanto, o terceiro que deseja obter indenização
deverá comprovar o nexo causal.
(MJ - 2013) Para a configuração da responsabilidade civil do Estado, é irrelevante licitude ou a ilicitude
do ato lesivo. Embora a regra seja a de que os danos indenizáveis derivam de condutas contrárias ao
ordenamento jurídico, há situações em que a administração pública atua em conformidade com o direito
e, ainda assim, produz o dever de indenizar.
Comentários: a licitude ou ilicitude do ato não é um dos pressupostos para a indenização. Nessa linha,
mesmo diante da licitude, se configurado os três requisitos (dano, conduta e nexo causal), haverá o dever
de indenizar.
Nesse sentido, vejamos um trecho da ementa do RE 456.302-AgR/RR12: “É da jurisprudência do Supremo
Tribunal que, para a configuração da responsabilidade objetiva do Estado não é necessário que o ato
praticado seja ilícito”.
A mesma linha é seguida no RE 113.587/SP (STF, 2ª Turma)13:
I. A responsabilidade civil do Estado, responsabilidade objetiva, com base no risco administrativo, que
admite pesquisa em torno da culpa do particular, para o fim de abrandar ou mesmo excluir a
responsabilidade estatal, ocorre, em síntese, diante dos seguintes requisitos: a) do dano; b) da ação
administrativa; c) e desde que haja nexo causal entre o dano e a ação administrativa. A consideração no
sentido da licitude da ação administrativa é irrelevante, pois o que interessa, é isto: sofrendo o particular
um prejuízo, em razão da atuação estatal, regular ou irregular, no interesse da coletividade, e devida a
indenização, que se assenta no princípio da igualdade dos ônus e encargos sociais. II. Ação de indenização
movida por particular contra o Município, em virtude dos prejuízos decorrentes da construção de viaduto.
Procedência da ação.
Gabarito: correto.
(CNJ - 2013) No ordenamento jurídico brasileiro, a responsabilidade do poder público é objetiva,
adotando-se a teoria do risco administrativo, fundada na ideia de solidariedade social, na justa repartição
dos ônus decorrentes da prestação dos serviços públicos, exigindo-se a presença dos seguintes requisitos:
dano, conduta administrativa e nexo causal. Admite-se abrandamento ou mesmo exclusão da
responsabilidade objetiva, se coexistirem atenuantes ou excludentes que atuem sobre o nexo de
causalidade.
Comentários: no ordenamento jurídico brasileiro, aplica-se, em regra, a responsabilidade civil objetiva do
poder público, adotando-se o risco administrativo. Essa teoria fundamenta-se na noção de solidariedade
12 RE 456.302 AgR/RR.
13 RE 113.587/SP.
social ou de igualdade, motivo pelo qual os riscos decorrentes da atividade estatal devem ser
compartilhados por todos. Nessa perspectiva, para que o lesado reclame a indenização, deverá comprovar
os seguintes elementos:
• dano;
• conduta administrativa; e
• nexo causal entre o dano e a conduta.
Por fim, a teoria do risco administrativo admite hipóteses atenuantes ou excludentes da responsabilidade,
conforme observaremos no tópico seguinte desta aula. Portanto, a questão está correta.
Gabarito: correto.
(MPU - 2013) Considere que veículo oficial conduzido por servidor público, motorista de determinada
autoridade pública, tenha colidido contra o veículo de um particular. Nesse caso, tendo o servidor atuado
de forma culposa e provados a conduta comissiva, o nexo de causalidade e o resultado, deverá o Estado,
de acordo com a teoria do risco administrativo, responder civil e objetivamente pelo dano causado ao
particular.
Comentários: novamente, a questão apresentou todos os elementos para gerar a responsabilidade civil
objetiva do Estado, na modalidade de risco administrativo: conduta comissiva, nexo de causalidade e
resultado (dano). Com efeito, a forma culposa é irrelevante para que o Estado responda objetivamente,
mas isso não torna o item errado, pois, existindo ou não a forma culposa, ocorrerá a responsabilidade
objetiva.
Gabarito: correto.
(BACEN - 2013) Para que se configure a responsabilidade objetiva do Estado, é necessário que o ato
praticado seja ilícito.
Comentários: essa é para fixação. A responsabilidade civil pode decorrer de atos lícitos ou ilícitos. Portanto,
a questão está errada.
Gabarito: errado.
Cumpre frisar que essas hipóteses são de exclusão da responsabilidade objetiva, mas admitem, em algumas
situações, que o particular demonstre a responsabilidade subjetiva (dolo ou culpa), conforme veremos a
seguir.
Sem adentrarmos na diferenciação dessas duas situações, uma vez que há grande divergência na literatura,
podemos considerar o caso fortuito ou a força maior como eventos humanos ou da natureza dos quais
não se poderia prever ou evitar. Por exemplo: uma grande enchente que ocorreu repentinamente em um
local em que esse tipo de evento nunca ocorreu; ou um grande terremoto fora de proporções; ou ainda um
tsunami.
Imagine, por exemplo, que uma grande enchente carregue um veículo público, que veio a colidir contra
uma propriedade particular. Não há que se falar em responsabilidade objetiva do Estado, uma vez que o
evento decorreu de caso fortuito ou força maior.
Todavia, o caso fortuito ou força maior exclui a responsabilidade objetiva, mas admite a responsabilização
subjetiva em decorrência de omissão do Poder Público.
Para José dos Santos Carvalho Filho14, se o dano decorrer, em conjunto, da omissão culposa do Estado e do
fato imprevisível, teremos as chamadas concausas, não se podendo falar, nesse caso, em excludente de
responsabilidade. Assim, a responsabilidade do Estado não será afastada, mas apenas atenuada.
Dessa forma, voltando ao exemplo da enchente, a vítima deverá comprovar a omissão culposa do Estado.
Deverá demonstrar, por exemplo, que se a prefeitura tivesse realizado a devida manutenção de bueiros,
os danos seriam inexistentes ou menores.
Nesse contexto, em um acidente de trânsito, envolvendo um veículo oficial, se ficar demonstrado que foi
o particular que lhe deu causa, ao furar um sinal ou ao ultrapassar em local proibido, por exemplo, o Estado
ficará isento da indenização. Da mesma forma, se um veículo oficial atropelar uma pessoa, mas ficar
comprovado que ela se jogou contra o veículo, também ocorrerá a exclusão da responsabilidade civil do
Estado.
Deve-se destacar, contudo, que somente a culpa exclusiva do particular exclui a responsabilidade civil do
Estado, sendo que a culpa concorrente ensejará, no máximo, a atenuação dessa responsabilidade. Em
qualquer situação, porém, o ônus da prova é da Administração.
Para excluir a responsabilidade civil do Estado, a culpa deve ser exclusiva do terceiro afetado.
Por fim, o ato exclusivo de terceiro também exclui a responsabilidade objetiva da Administração. Como
exemplo temos os atos de multidões, que podem provocar danos ao patrimônio de terceiros.
Novamente, o Estado pode ser responsabilizado, mas somente de forma subjetiva. Assim, o particular
lesado deverá comprovar a omissão culposa do Estado, como ocorreria em um tumultuo, em localidade
com um grande número de policiais que, evidentemente, nada fizeram para conter o dano.
Dessa forma, é necessário que o lesado comprove a omissão do Estado, que deixou de agir quando tinha
obrigação. Entretanto, há que se destacar que essa deve ser uma omissão ilícita, ilegal, uma verdadeira
falta de serviço, isto é, o serviço não existiu, ou funcionou mal ou funcionou atrasado
Assim, o dever de realizar obras preventivas é genérico, não se podendo alegar, em regra, a
responsabilidade objetiva.
Assim, nos dois últimos exemplos, o Estado descumpriu um dever genérico (fiscalizar a velocidade de
veículos em rodovias; realizar obras preventivas). Logo, a responsabilidade civil será subjetiva.
A responsabilidade civil por omissão é objetiva quando a omissão é própria e subjetiva quando a omissão
é imprópria.
De agora em diante, vamos falar apenas da omissão imprópria, sem necessidade de especificá-la. Em regra,
as questões não irão especificar se a omissão é própria ou imprópria, pressupondo-se que se trata sempre
de omissão imprópria. Portanto, se na questão aparecer apenas “responsabilidade por omissão do Estado”,
considere que a responsabilidade é subjetiva.
Nessa esteira, pode-se dizer que a responsabilidade do Estado em decorrência de omissão fundamenta-se
na teoria da culpa administrativa (culpa do serviço, culpa anônima ou faute du service).
Os exemplos mais comuns de aplicação da responsabilidade subjetiva ocorrem nos atos de multidões, de
terceiros ou decorrentes de fenômenos da natureza, inclusive aqueles classificados como de força maior.
Nesses casos, caberá ao lesado comprovar que a atuação normal, ordinária, do Estado seria suficiente para
afastar o dano por ele sofrido. Deve, portanto, demonstrar uma omissão culposa da Administração Pública.
Por exemplo, se um evento da natureza, totalmente imprevisível, derrubar uma ponte, construída dentro
das especificações para as condições climáticas do local e com a devida manutenção em dia, não há que se
falar em omissão do Poder Público. Não se pode esperar, por exemplo, que o Estado construa uma ponte
que suporte um terremoto, em um local onde esse tipo de incidente nunca ocorreu.
Por outro lado, no caso de uma enchente, se ficar demonstrado que todos os bueiros da cidade estavam
entupidos, por falta de manutenção, e que isso gerou o alagamento, poderá o Poder Público ser
responsabilizado pelos danos. Nesse caso, porém, a responsabilidade é subjetiva, pois há que ser
demonstrada a omissão ilegal do Estado. Se, por outro lado, todos os bueiros estavam limpos e em perfeitas
condições, e mesmo assim a enchente causar danos aos particulares, não se pode atribuir culpa ao Estado
por omissão, uma vez que suas obrigações foram devidamente cumpridas, decorrendo o prejuízo
exclusivamente do fenômeno da natureza.
Nesse contexto, é interessante transcrever o RE 179.147/SP, em que o STF demonstra a diferenciação entre
a responsabilidade objetiva por ato comissivo e a responsabilidade subjetiva em decorrência de omissão
do Poder Público15:
15 RE 179.147/SP.
I. - A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito público e das pessoas jurídicas de
direito privado prestadoras de serviço público, responsabilidade objetiva, com base no risco
administrativo, ocorre diante dos seguintes requisitos: a) do dano; b) da ação administrativa;
c) e desde que haja nexo causal entre o dano e a ação administrativa. II. - Essa
responsabilidade objetiva, com base no risco administrativo, admite pesquisa em torno da culpa
da vítima, para o fim de abrandar ou mesmo excluir a responsabilidade da pessoa jurídica de
direito público ou da pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público. III. -
Tratando-se de ato omissivo do poder público, a responsabilidade civil por tal ato é subjetiva,
pelo que exige dolo ou culpa, numa de suas três vertentes, negligência, imperícia ou
imprudência, não sendo, entretanto, necessário individualizá-la, dado que pode ser atribuída ao
serviço público, de forma genérica, a faute de service dos franceses.
Com efeito, como bem se observa do precedente acima, não há necessidade de se individualizar a omissão
culposa, pois é aplicável a teoria da culpa administrativa (culpa anônima), bastando que se comprove,
genericamente, a culpa do serviço público.
(TRT 10 - 2013) Todos os anos, na estação chuvosa, a região metropolitana de determinado município é
acometida por inundações, o que causa graves prejuízos a seus moradores. Estudos no local
demonstraram que os fatores preponderantes causadores das enchentes são o sistema deficiente de
captação de águas pluviais e o acúmulo de lixo nas vias públicas.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
De acordo com a jurisprudência e a doutrina dominante, na hipótese em pauta, caso haja danos a algum
cidadão e reste provada conduta omissiva por parte do Estado, a responsabilidade deste será subjetiva.
Comentários: no caso de omissão do Estado, a responsabilidade será subjetiva, ou seja, o lesado deverá
comprovar a omissão culposa do poder público, aplicando-se a chamada teoria da culpa administrativa,
também conhecida como culpa do serviço ou culpa anônima (faute du service). Este é o entendimento
majoritário da doutrina e da jurisprudência.
Gabarito: correto.
(MIN - 2013) O caso fortuito e a força maior não possibilitam a exclusão da responsabilidade do poder
público, visto ser objetiva a responsabilidade do Estado.
Comentários: o caso fortuito ou força maior, genericamente denominados de “eventos imprevisíveis”,
representam hipótese de excludente de responsabilidade do poder público. Portanto, o item está errado.
Lembrando, porém, que, nesses casos, poderá existir as denominas concausas, ou seja, o dano decorreu
simultaneamente do caso imprevisível e de uma omissão culposa do Estado. Nessa situação, teremos a
responsabilidade subjetiva, sendo que o dever de indenizar será atenuado.
Gabarito: errado.
A posição de garante ocorre quando alguém assume o dever de guarda ou proteção de alguém. No Poder
Público, aplica-se quando há o dever de zelar pela integridade de pessoas ou coisas sob a guarda ou
custódia do Estado. Nessa linha, podemos mencionar como exemplos a guarda de presos ou o dever de
cuidado sobre os alunos em uma escola pública.
Nessas situações, a responsabilidade é objetiva, com base na teoria do risco administrativo, mesmo que o
dano não decorra de uma atuação de qualquer agente. Presume-se, portanto, uma omissão culposa do
Estado. Isso porque existia o dever de garantir a integridade das pessoas ou coisas sob custódia da
Administração.
Dessa forma, a responsabilidade subjetiva por omissão ocorre como regra, mas admite a forma objetiva no
caso em que o Estado atue como garante.
É exemplo o caso de um aluno de escola pública que, dentro das dependências da instituição e durante o
seu horário normal de funcionamento, vier a sofrer lesões em decorrência de agressão de outro aluno ou
de qualquer pessoa que não seja do quadro funcional da escola. Nesse caso, a lesão não decorreu de ação
de agente estatal, mas existirá a responsabilidade civil objetiva, na modalidade de risco administrativo, uma
vez que a instituição tinha o dever de manter a integridade física do aluno.
Situação semelhante ocorrerá com o preso que, dentro da penitenciária, sofrer lesões durante uma briga
com outros detentos. Mesmo não existindo envolvimento de agente público, o Estado possuía o dever de
prover os meios para garantir a integridade do preso, gerando a responsabilidade civil objetiva.
Ademais, aplica-se o risco administrativo, ou seja, é possível que o Estado comprove que era impossível
evitar o dano, como numa situação decorrente de força maior.
(TC DF - 2012) A responsabilidade do Estado por danos causados por fenômenos da natureza é do tipo
subjetiva.
Comentários: a responsabilidade do Estado em decorrência de fenômenos da natureza é sempre do tipo
subjetiva, uma vez que caberá ao particular comprovar a omissão culposa do Estado.
Gabarito: correto.
(TCE RO - 2013) É objetiva a responsabilidade da administração pública pelos danos causados por
fenômenos da natureza.
Comentários: agora ficou de graça! A responsabilidade do Estado pelos danos causados por fenômenos da
natureza é subjetiva.
Gabarito: errado.
(TRT 10 - 2013) Todos os anos, na estação chuvosa, a região metropolitana de determinado município é
acometida por inundações, o que causa graves prejuízos a seus moradores. Estudos no local
demonstraram que os fatores preponderantes causadores das enchentes são o sistema deficiente de
captação de águas pluviais e o acúmulo de lixo nas vias públicas.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
Caso algum cidadão pretenda ser ressarcido de prejuízos sofridos, poderá propor ação contra o Estado
ou, se preferir, diretamente contra o agente público responsável, visto que a responsabilidade civil na
situação hipotética em apreço é solidária.
Comentários: o cidadão prejudicado deverá interpor ação contra o Estado, somente. Dessa forma, não se
admite que ele mova ação direta ou simultaneamente contra o agente público.
Caberá ao poder público, se condenado a indenizar, verificar se houve dolo ou culpa do agente e, se for o
caso, mover a ação de regresso. Por conseguinte, o item está errado.
Gabarito: errado.
A reparação do dano poderá ocorrer de forma amigável ou por meio de ação judicial movida pelo terceiro
prejudicado contra a pessoa jurídica de direito público ou de direito privado prestadora de serviço público.
Dessa forma, o particular lesionado deve propor a ação contra a Administração Pública e não contra o
agente causador do dano.
Nesse contexto, se Fulano de Tal, servidor público da União, causar um dano a terceiro, agindo na qualidade
de agente público, a ação deverá ser movida contra a União, e não contra Fulano de Tal.
A ação de indenização é movida contra a pessoa jurídica de direito público ou de direito privado
prestadora de serviço público.
Dessa forma, o entendimento atual na jurisprudência é de que não é cabível ação direta contra o agente
público, conforme podemos perceber pela leitura do RE 327.904/SP do STF16:
16 RE 327.904/SP.
Dessa forma, o particular não pode mover ação de indenização contra o agente público, nem mesmo se for
simultaneamente, em litisconsórcio, com a pessoa jurídica.
Porém, é importante mencionar que o STJ chegou a ter posicionamento no sentido de que seria possível o
terceiro lesado escolher contra quem a ação de ressarcimento seria movida, ou seja, poderia escolher entre
processar a pessoa jurídica ou o agente público. Esse entendimento, contudo, foi superado a partir da tese
de repercussão geral, exarada pelo STF, no julgamento do RE 1.027.633, em que se firmou a seguinte tese
com repercussão geral (Tema 940):
A teor do disposto no artigo 37, parágrafo 6º, da Constituição Federal, a ação por danos
causados por agente público deve ser ajuizada contra o Estado ou a pessoa jurídica de
direito privado, prestadora de serviço público, sendo parte ilegítima o autor do ato,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Portanto, voltamos a dizer: a ação de reparação tem que ser movida contra a pessoa jurídica, não se
admitindo mover a ação diretamente contra o agente público. A responsabilidade deste, por outro lado,
somente será cabível por meio de ação de regresso.
Por fim, o valor da indenização deve abranger o que a vítima efetivamente perdeu e o que gastou para
obter o ressarcimento – por exemplo, os valores com advogado –, bem como o que deixou de ganhar em
consequência direta do ato lesivo causado pelo agente – os denominados lucros cessantes17.
Dessa forma, se um veículo oficial colidir contra um taxista, danificando totalmente o veículo de trabalho
deste, a indenização deverá cobrir o prejuízo material (como o custo de reparação do veículo), os gastos
realizados para obter o direito (como os custos do advogado), bem como os meses em que o taxista ficar
impossibilitado de trabalhar. Se houver eventual morte da vítima, a indenização deverá cobrir também os
custos de sepultamento, bem como a prestação alimentícia devida pela a quem o falecido devia, durante
o período apurado de expectativa de vida.
Direito de regresso
Analisando o §6º, art. 37, da CF, podemos perceber que existem dois tipos de responsabilidade:
No primeiro caso, temos a responsabilidade civil do Estado, conforme estudamos ao longo da aula.
Entretanto, se ficar comprovado dolo ou culpa do agente causador do dano, assegura-se o direito de
regresso do Estado perante esse agente, ou seja, a Administração Pública poderá reaver os custos da
indenização do dano.
Além da necessidade de comprovar o dolo ou culpa do agente público, o Estado – ou delegatária de serviço
público – deverá ter sido condenado ao ressarcimento do dano. Nessa linha, existem dois pressupostos
para a Administração ingressar com a ação regressiva18:
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo destacam alguns aspectos sobre a ação regressiva19:
a) a obrigação de ressarcir a Administração Pública (ou delegatária de serviços públicos), em ação
regressiva, por ser uma ação de natureza cível, transmite-se aos sucessores do agente que tenha
atuado com dolo ou culpa, porém até o limite do valor do patrimônio transferido (CF, art. 5º, XLV)
– assim, mesmo após a morte do agente, os seus sucessores podem ser chamados a responder pelo
valor da indenização;
b) pelo mesmo motivo – ter natureza cível -, pode a ação regressiva ser ajuizada mesmo depois de ter
sido alterado ou extinto o vínculo entre o servidor e a Administração Pública; assim, nada impede
que o agente responsável, ainda que tenha pedido exoneração, esteja aposentado, ou em
disponibilidade, seja responsabilizado pelo ressarcimento em ação de regresso;
Sobre este último ponto, há notória contradição na doutrina, porém o posicionamento dominante é o que
se demonstrou acima. Na jurisprudência, por outro lado, vem se desenvolvendo o entendimento de que a
denunciação da lide não é obrigatória, porém poderá ser feita em determinadas situações.
A denunciação da lide está regulada no art. 125, II, do CPC, nos seguintes termos: “é admissível a
denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: [...] II - àquele que estiver obrigado, por lei ou
pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo”. Trata-se,
portanto, de uma intervenção de terceiros, no processo civil, por meio da qual o réu (no caso o Estado)
busca garantir, caso seja condenado, que será ressarcido pelo denunciado (o agente que atuou com dolo
ou culpa), em virtude do direito de regresso.
Dessa forma, já na primeira ação – ou seja, na ação movida pelo terceiro lesado em face do Estado – a
Administração buscaria demonstrar que o agente agiu com dolo ou culpa, garantindo o seu direito de
regresso.
Essa medida poderia retardar sobremaneira a indenização do particular, uma vez que, além de discutir a
responsabilidade objetiva do Estado perante o particular, também se discutiria a responsabilidade subjetiva
do agente público, na mesma ação. Por esse motivo, tal medida é contestada pela doutrina.
Com efeito, o STJ, no EREsp 313.886/RN, não é obrigatória e, portanto, não está obrigado o julgador a
processá-la, se concluir que a tramitação de duas ações em uma só onerará em demasia uma das partes,
ferindo os princípios da economia e da celeridade na prestação jurisdicional. Por conseguinte, a Corte
manteve decisão que indeferiu a denunciação20. Na mesma linha, no AgRg no AREsp 139.358/SP, o STJ
confirmou novamente que “a denunciação da lide ao agente causador do suposto dano é facultativa,
cabendo ao magistrado avaliar se o ingresso do terceiro ocasionará prejuízo à economia e celeridade
processuais”.
A própria redação do Novo CPC específica que a denunciação da lide é "admissível", logo não é obrigatória.
Em resumo, podemos concluir, de forma um pouco diferente do que consta na doutrina, que a denunciação
da lide é cabível, mas o magistrado deverá analisar se o ingresso do terceiro não prejudicará a economia
e a celeridade processual.
Por fim, especialmente para os servidores estatutários federais, a Lei 8.112/1992 estabelece que (art. 122,
§2º) “Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação
regressiva”, demonstrando que, em regra, não ocorrerá a denunciação da lide, pois o servidor público
deverá responder por meio de ação de regresso.
Outro ponto relevante é que mover a ação regressiva é uma obrigação do Estado, em decorrência do
princípio da indisponibilidade do interesse público. No caso específico do Governo Federal, a Lei 4.619/1965
determina que os Procuradores República são obrigados a propor as competentes ações regressivas, que
deverão ser movidas no prazo de sessenta dias a partir da data em que transitar em julgado a condenação
20 EREsp 313.886/RN.
imposta à Fazenda. O decurso desse prazo poderá gerar a responsabilização funcional do agente que
deveria propô-la.
(SUFRAMA - 2014) Um veículo da SUFRAMA, conduzido por um servidor do órgão, derrapou, invadiu a
pista contrária e colidiu com o veículo de um particular. O acidente resultou em danos a ambos os
veículos e lesões graves no motorista do veículo particular.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
Provado que o motorista da SUFRAMA não agiu com dolo ou culpa, a superintendência não estará
obrigada a indenizar todos os danos sofridos pelo condutor do veículo particular.
Comentários: como se trata de responsabilidade civil objetiva, não importa se houve dano ou culpa, a
Suframa terá o dever de indenizar todos os danos sofridos pelo condutor do veículo particular. Nesse caso,
a única coisa que a Suframa não poderá fazer é mover a ação regressiva contra o seu agente.
Em resumo: a responsabilidade do Poder Público independe de dolo ou culpa (nos atos comissivos); a ação
regressiva – o direito do Estado de reaver os recursos gastos com a indenização – depende da comprovação
de dolo ou culpa do agente.
Gabarito: errado.
(BACEN - 2013) Os efeitos da ação regressiva movida pelo Estado contra o agente que causou o dano
transmitem-se aos herdeiros e sucessores, até o limite da herança, em caso de morte do agente.
Comentários: no caso de morte do agente, os efeitos da ação regressiva persistem contra os herdeiros e
sucessores, até o limite do valor do patrimônio transferido (herança). Aquilo que exceder ao valor da
herança não poderá ser exigido, por força do art. 5º, XLV, da CF. De qualquer forma, o item está correto.
Gabarito: correto.
(MDIC - 2014) Considere que o motorista de um veículo oficial de determinado ministério, ao trafegar
em velocidade acima do limite legal, tenha colidido contra um veículo de particular que estava
devidamente estacionado. Nessa situação, embora o Estado seja obrigado a indenizar o dano, somente
haverá o direito de regresso do Estado caso se comprove o dolo específico na conduta do servidor.
Comentários: o direito de regresso pode ocorrer em caso de dolo ou culpa. Com efeito, para o Estado
mover a ação de regresso, devem estar presentes dois pressupostos:
a) ter sido condenada a indenizar a vítima pelo dano; e
b) que tenha havido culpa ou dolo por parte do agente cuja atuação ocasionou o dano.
Gabarito: errado.
(TC DF - 2014) De acordo com o sistema da responsabilidade civil objetiva adotado no Brasil, a
administração pública pode, a seu juízo discricionário, decidir se intenta ou não ação regressiva contra o
agente causador do dano, ainda que este tenha agido com culpa ou dolo.
Comentários: propor a ação de indenização é obrigação do Estado. Assim, se o agente causador do dano
atuou com dolo ou culpa e isso gerou a responsabilidade civil do Estado, deverá haver a ação regressiva.
Gabarito: errado.
(PRF - 2013) Um PRF, ao desviar de um cachorro que surgiu inesperadamente na pista em que ele
trafegava com a viatura de polícia, colidiu com veículo que trafegava em sentido contrário, o que
ocasionou a morte do condutor desse veículo.
Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Em razão da responsabilidade civil objetiva da administração, o PRF será obrigado a ressarcir os danos
causados à administração e a terceiros, independentemente de ter agido com dolo ou culpa.
Comentários: a responsabilidade civil objetiva é do Estado e não do agente. Assim, o PRF só será obrigado
a ressarcir os danos causados à administração e a terceiros (não diretamente, mas apenas pela ação
regressiva), se houver dolo ou culpa. No exemplo da questão, não foram identificados esses elementos
subjetivos, motivo pelo qual não se falará em regresso.
Gabarito: errado.
(PM MT - 2014) A responsabilidade civil do servidor público por dano causado a terceiros, no exercício
de suas funções, ou à própria administração, é subjetiva, razão pela qual se faz necessário, em ambos os
casos, comprovar que ele agiu de forma dolosa ou culposa para que seja diretamente responsabilizado.
Comentários: creio que o item foi mal formulado, uma vez que o termo “diretamente” dá a entender que
o agente será responsabilizado diretamente, por meio de ação em que ele figurará no polo passivo da lide.
Entretanto, o entendimento atual majoritário é de que as ações devem ser interpostas contra o Estado e,
somente depois, será movida a ação de regresso. Dessa forma, o item estaria errado.
Por outro lado, o diretamente poderia ser empregado no sentido de o agente responder com seus próprios
recursos para reaver o dano, após a ação de regresso. Nesse segundo sentido, a questão estaria correta.
De qualquer forma, será necessário demonstrar que o agente agiu de forma dolosa ou culposa.
Ressalta-se, ademais, que o STF21 e o STJ22 já admitiram a possibilidade de o particular mover a ação
diretamente contra o agente público, mas esse não parece ser o posicionamento dominante.
Infelizmente, o item foi dado como correto.
Gabarito: correto.
Prescrição
No que se refere à prescrição, devemos considerar que duas ações podem ser propostas:
(b) ação regressiva contra o agente, nos casos de dolo ou culpa, movida pelo Estado quando
condenado a reparar prejuízos causados.
Quanto ao prazo prescricional da ação movida pelo terceiro lesado em face do Estado, há alguma
divergência na jurisprudência, mas a tendência atual é de considerar que o prazo é de cinco anos, conforme
21 RE 90.071/SC.
22 REsp 1.325.862/PR.
consta o Decreto 20.910/1932 e no art. 1º-C da Lei 9.494/1997. O STJ chegou a considerar que este prazo
teria sido revogado pelo Código Civil de 2002, que estabelecia, no art. 206, o prazo de três anos23. Porém,
em embargos de divergência em recurso especial, a Corte reconheceu a divergência da matéria e aplicou
o prazo quinquenal24.
Também nesse sentido, vale a leitura da ementa do agravo regimental no REsp 1.256.676/SC25:
Verifica-se que o Tribunal a quo decidiu de acordo com jurisprudência desta Corte no sentido de
que o prazo prescricional referente à pretensão de reparação civil contra a Fazenda Pública é
quinquenal, conforme previsto no art. 1º do Decreto-Lei n. 20.910/1932, e não trienal, nos
termos do art. 206, § 3º, inciso V, do Código Civil de 2002, que prevê a prescrição em pretensão
de reparação civil. Incidência da Súmula 83 do STJ. Agravo regimental improvido.
Portanto, o prazo prescricional da ação movida pelo terceiro lesado em face do Estado é de cinco anos.
Vimos a regra, agora vamos tratar da exceção. O STJ entende que é imprescritível a pretensão de
recebimento de indenização por dano moral e patrimonial decorrente de atos de tortura ocorridos
durante o regime militar de exceção26.
Prescrição da ação em
face do Estado Dano moral e patrimonial por atos de
tortura durante o regime militar
Exceção
Imprescritível
No que se refere à prescrição decorrente da ação regressiva contra o agente, nos casos de dolo ou culpa,
movida pelo Estado, quando condenado a reparar prejuízos causados, o tema ganhou discussões relevantes
recentemente.
Entendia-se, sem muita discussão, que as ações movidas pelo Estado em face do agente causador da ação,
em caso de dolo ou culpa, eram imprescritíveis, nos termos do art. 37, §5º, da CF: “§ 5º - A lei estabelecerá
os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos
ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento”. No caso, o dano ao erário era considerado
imprescritível, independentemente de sua origem.
23 REsp 1.137.354/RJ.
24 EREsp 1.137.354/RJ.
25 AgRg no REsp 1.256.676/SC.
26 REsp 1.374.376-CE; Informativo 523-STJ; EREsp 816.209/RJ.
No entanto, o STF passou a considerar, no julgamento do RE 669.06927 (em 3 de fevereiro de 2016), que “é
prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil”. Nesse caso, o STF
manteve decisão do TRF-1 que havia aplicado o prazo prescricional de cinco anos para a ação de
ressarcimento por danos causados ao patrimônio público.
Essa tese, no entanto, era direcionada apenas aos ilícitos meramente civis, tais como os decorrentes de um
acidente de trânsito. Na ocasião, o STF havia afirmado que o caso não tratava de danos decorrentes de
ilícitos tipificados como improbidade ou ilícitos penais.
Mais recentemente, julgando o RE 852.475, o STF firmou a tese de que “são imprescritíveis as ações de
ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na Lei de Improbidade
Administrativa”. Por consequência, podemos concluir que os atos de improbidade culposa são
prescritíveis.
Por fim, o STF também decidiu a prescrição das ações de reparação decorrentes de decisão dos tribunais
de contas. Segundo o STF: “é prescritível a pretensão de ressarcimento ao erário fundada em decisão de
Tribunal de Contas” (RE 636.886, Tema 899).28
Esse último caso funciona da seguinte forma: o Tribunal de Contas condena o responsável ao pagamento
do prejuízo causado ao erário. Essa condenação, nos termos do art. 71, § 3º, da Constituição Federal, tem
eficácia de título executivo. Isso significa que a procuradoria competente, como por exemplo a Advocacia-
Geral da União, poderá usar esse “título executivo” para mover a ação de execução, ou seja, para realizar
a cobrança do prejuízo causado ao erário.
É como se a decisão do Tribunal de Contas fosse um cheque. A pessoa deveria pagar o cheque no prazo.
Porém, se o cheque não tiver fundo, o credor poderá “cobrar”, ou seja, “executar” o cheque. O mesmo
ocorre com a decisão do Tribunal de Contas. Se o responsável não realizar o ressarcimento, caberá aos
órgãos jurídicos da Administração pegar esse “cheque” (título executivo) e cobrar, na via judicial.
Contudo, se o órgão jurídico "comer mosca" a possibilidade de mover a ação de execução prescreverá. E
qual é o prazo, professor? O STF não fixou um prazo exato, mas apenas explicou que a pretensão de
ressarcimento ao erário em face de agentes públicos reconhecida em acórdão de Tribunal de Contas
prescreve "na forma da Lei 6.830/1980 (Lei de Execução Fiscal)".
Por fim, por enquanto, não há uma decisão do STF sobre dano ao erário decorrente de ilícitos penais.
Provavelmente, o STF se pronunciará sobre esta situação nos próximos anos. Mas, para fins de prova, só
precisamos saber os casos em que a Corte expressamente se pronunciou.
27 O caso não tratava especificamente de uma ação de regresso, uma vez que a ação foi proposta diretamente contra um
particular que causou dano à União. Porém, entendemos que a fixação da tese de repercussão aplica-se também às ações
de regresso, uma vez que foi tratado genericamente do dano ao patrimônio público decorrente de ilícitos civis.
28 Julgamento em 20/04/2020.
(PG DF - 2013) No âmbito da responsabilidade civil do Estado, são imprescritíveis as ações indenizatórias
por danos morais e materiais decorrentes de atos de tortura ocorridos durante o regime militar de
exceção.
Comentários: em regra, as decisões do STJ mencionam apenas que as ações por danos morais são
imprescritíveis. No entanto, no EREsp 816.209/RJ ficou claro que “As ações indenizatórias por danos morais
e materiais decorrentes de atos de tortura ocorridos durante o Regime Militar de exceção são
imprescritíveis”. Dessa forma, o item está correto.
Gabarito: correto.
(PGE BA - 2014) Suponha que viatura da polícia civil colida com veículo particular que tenha ultrapassado
cruzamento no sinal vermelho e o fato ocasione sérios danos à saúde do condutor do veículo particular.
Considerando essa situação hipotética e a responsabilidade civil da administração pública, julgue o item
subsequente.
No caso, a ação de indenização por danos materiais contra o Estado prescreverá em vinte anos.
Comentários: nessa questão, não importa a análise de quem deu culpa ao acidente, o centro da questão é
o prazo prescricional.
As ações movidas contra o Estado prescrevem em cinco anos, conforme Decreto 20.910/1932 e no art. 1º-
C da Lei 9.494/1997 – e também a jurisprudência do STJ, como o REsp 1.256.676/SC.
Em regra, o Estado não responde civilmente pela atividade legislativa, uma vez que esta se insere no
legítimo poder de império. Assim, se a atividade legislativa ocorrer dentro dos parâmetros normais, ainda
que traga obrigações ou restrinja direitos, não há que se falar em dever de indenizar.
No entanto, existem três hipóteses que o Estado poderá ser responsabilizado civilmente pelo exercício da
atividade legislativa, são elas:
A Constituição Federal é o principal diploma do ordenamento jurídico. Dessa forma, o exercício da função
legislativa só será legítimo quando realizado segundo as disposições constitucionais, não se admitindo em
nosso ordenamento jurídico uma lei que não guarde sintonia com a Carta Política. Assim, é ilícito criar leis
desconformes com a Constituição, motivo pelo qual o Estado poderá ser responsabilizado pela edição de
leis inconstitucionais que gerarem prejuízos a terceiros.
Entretanto, para existir o dever de indenizar é necessário que a lei seja declarada inconstitucional pelo
órgão com competência para isso, por meio de controle concentrado, e que o dano efetivamente decorra
da inconstitucionalidade da lei.
Outra situação que pode gerar a responsabilidade por atos legislativos é a edição de leis de efeitos
concretos. Uma lei de efeitos concretos é aquela que é lei em sentido formal, uma vez que segue o rito
legislativo próprio, sendo editada pelo Poder Legislativo. Porém, não possui generalidade e abstração,
dessa forma não pode ser considerada lei em sentido material. Assim, as leis de efeitos concretos aplicam-
se a destinatários certos, atingindo diretamente a órbita individual de pessoas definidas, situação análoga
aos atos administrativos.
Por esse motivo, se a lei de efeitos concretos acarretar danos aos particulares, poderá ser pleiteada a
responsabilidade extracontratual do Estado, com o objetivo de alcançar a devida reparação, uma vez que
tais atos equiparam-se aos atos administrativos.
Por fim, a omissão legislativa é a última hipótese em que a doutrina cogita a responsabilidade civil do
Estado. No entanto, tal situação só deve ocorrer em situações estritas. José dos Santos Carvalho Filho
defende que a responsabilidade por omissão legislativa deve ocorrer nos casos em que a Constituição fixar
prazo para edição da norma. Ainda assim, se for editada medida provisória ou simplesmente apresentado
o projeto de lei, não se pode responsabilizar o Estado por omissão, mesmo que o ato legislativo final só seja
consolidado fora do prazo constitucional. Não ocorrendo a edição da norma, caberá ao Judiciário
reconhecer a mora e, não sendo editada a lei em prazo razoável, poderia o Estado ser responsabilizado.
Em regra, o Estado não pode ser responsabilizado pelo exercício dos atos jurisdicionais. Todavia, a
Constituição Federal reconhece como direito individual, nos termos do art. 5º, LXXV, a indenização para o
condenado por erro judiciário ou que ficar preso além do tempo fixado na sentença.
Com efeito, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal “está firmada no sentido de que, salvo nos casos
de erro judiciário e de prisão além do tempo fixado na sentença, consignadas no inciso LXXV do art. 5º da
Constituição Federal, assim como nas hipóteses expressamente previstas em lei, a regra é de que a
responsabilidade objetiva do Estado não se aplica aos atos judiciais”29.
Além do erro judiciário ou prisão além do tempo fixado na sentença, com a vigência do Novo Código de
Processo Civil (Novo CPC – Lei 13.105/2015) surgiu uma nova hipótese de responsabilidade civil do Estado
por ato jurisdicional típico. Trata-se das condutas dolosas praticadas pelo juiz que causem prejuízos à parte
ou a terceiros.
Portanto, a partir dos precedentes do STF, podemos perceber que a responsabilidade civil do Estado por
atos jurisdicionais típicos pode ocorrer por (a) erro judiciário; (b) prisão além do tempo fixado na sentença;
e (c) condutas dolosas praticadas pelo juiz que causem prejuízos à parte ou a terceiros.
Assim, a pessoa que for condenada por erro judiciário ou vier a ficar presa além do tempo previsto na
sentença, terá direito à reparação dos prejuízos. Nessas circunstâncias, a responsabilidade do Estado é
objetiva, independendo, portanto, de comprovação de dolo ou culpa do magistrado. Observa-se, no
entanto, que essa situação aplica-se unicamente à esfera penal.
Por outro lado, o Supremo Tribunal Federal possui entendimento consolidado de que não cabe indenização
por prisões temporárias ou preventivas determinadas em regular processo criminal, pelo simples fato de
o réu ser absolvido ao final do processo. Vale dizer, a absolvição não significa que houve erro judiciário na
determinação da prisão temporária ou preventiva. Nesse sentido, vejamos mais um precedente do STF30:
29
ARE 756.753 AgR/PE.
30
ARE 770.931 AgR/SC, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, 19/08/2014.
não se aplica aos atos jurisdicionais quando emanados de forma regular e para o fiel
cumprimento do ordenamento jurídico. 3. Agravo regimental não provido.
Assim, não basta a absolvição para alegar o direito à indenização pelas prisões cautelares. Todavia, se tais
prisões foram realizadas sem observância das normas legais, é sim possível pleitear a indenização. Nessas
hipóteses, a responsabilidade extracontratual não decorre da absolvição, mas sim de erro judiciário na
realização das prisões. Por exemplo, no RE 385943 AgR/SP o STF reconheceu a responsabilidade civil
objetiva do Estado, uma vez que a prisão cautelar recaiu sobre pessoa que não teve qualquer envolvimento
com o fato criminoso31.
Na redação do antigo CPC, o juiz poderia ser responsabilizado pessoal e subjetivamente quando causasse
prejuízo à parte ou a terceiros mediante ação dolosa. No Novo CPC, a responsabilidade civil passou a ser
do Estado, respondendo o juiz mediante ação de regresso, vejamos:
Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando:
II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a
requerimento da parte.
Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadas depois que a parte
requerer ao juiz que determine a providência e o requerimento não for apreciado no prazo de
10 (dez) dias.
Dessa forma, quando o magistrado, dolosamente ou mediante fraude, causar prejuízos à parte ou a
terceiros, ou ainda quando recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de
ofício ou a requerimento da parte, será o Estado responsabilizado de forma objetiva, cabendo a ação de
regresso contra juiz.
Para finalizar, devemos lembrar que, quando o Poder Judiciário exercer os atos não jurisdicionais, será
aplicável a regra geral da responsabilidade civil objetiva, na forma constante no art. 37, §6º, da CF. Assim,
no exercício de atividades meramente administrativas, serão aplicadas as mesmas disposições gerais que
vimos ao longo de nossa aula.
Regra Não há
Responsabilidade civil Somente na esfera penal
objetiva por atos Erro judiciário e
jurisdicionais prisão além do
Não se aplica à prisão
tempo
preventiva ou temporária,
Exceções salvo se houve erro judiciário
Condutas dolosas do juiz que causem
prejuízo
Casos especiais
A Constituição Federal dispõe que os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por
delegação do Poder Público (CF, art. 236, caput). Trata-se, portanto, de um serviço público delegado pelo
Estado. Entretanto, o ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de provas
e títulos (CF, art. 236, § 3º). Logo, trata-se de uma forma “especial” de delegação, uma vez que ocorre por
meio de concurso.
Perceba que o oficial registrador ou notarial não será um servidor público no sentido estrito da expressão,
já que prestará um serviço “em caráter privado”, mediante “delegação do Poder Público”.
Consequentemente, sempre houve bastante dúvida sobre a responsabilidade civil dos notariais e oficiais
de registro. Afinal, se um cartório causar danos a terceiros, a responsabilidade seria objetiva ou subjetiva?
E a responsabilidade primária, seria do responsável pelo cartório ou do próprio Estado que realizou a
delegação?
Sem entrar em discussões históricas sobre o assunto, o tema foi pacificado pelo STF no julgamento do RE
842.846/SC, no qual foi fixada a seguinte tese com repercussão geral reconhecida:32
O Estado responde objetivamente pelos atos dos tabeliões registradores oficiais que, no exercício de
suas funções, causem danos a terceiros, assentado o dever de regresso contra o responsável, nos casos
de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa.
Portanto, se um oficial de registro ou notarial causar, no exercício da atividade delegada, danos a terceiros,
será o Estado que responderá de forma primária pelo dano, e de forma objetiva. Logo, a responsabilidade
é objetiva e primária do Estado delegante.
Por outro lado, se houver dolo ou culpa por parte do oficial de registro ou notarial, o Estado terá que mover
a ação de regresso, sob pena de o agente público que se omitir desse dever responder por improbidade
administrativa. Logo, a responsabilidade do notarial ou registrador será subjetiva e mediante regresso.
Os ministros do STF incluíram o trecho final para deixar claro que a ação de regresso não é uma mera
faculdade do Estado, mas um dever. Assim, se o oficial de registro ou notarial agir com dolo ou culpa, o
Estado terá que mover a ação de regresso, sob pena de o agente omisso desse dever responder por
improbidade administrativa.
Vale acrescentar que a Lei 8.935/1994, que regulamenta a prestação de serviços notariais e de registro,
sofreu alterações promovidas pela Lei 13.286/2016, cuja redação passou a prever o seguinte:
Art. 22. Os notários e oficiais de registro são civilmente responsáveis por todos os prejuízos
que causarem a terceiros, por culpa ou dolo, pessoalmente, pelos substitutos que designarem
ou escreventes que autorizarem, assegurado o direito de regresso.
Aparentemente, este dispositivo entra em conflito com o entendimento do STF. Porém, o RE 842.846/SC
foi julgado após a vigência da Lei 13.286/2016. Portanto, os ministros do STF já tinham conhecimento das
disposições desta Lei. Logo, a única solução que podemos dar é uma interpretação conforme a Constituição
Federal, harmonizando a redação do art. 22 da Lei 8.935/1994 com a tese de repercussão geral emitida no
RE 842.846/SC.
Portanto, o Estado responde primariamente e de forma objetiva, nos termos do art. 37, § 6º, da
Constituição Federal. Após isso, se houver dolo ou culpa do oficial de registros ou notarial, o Estado deverá
mover uma ação de regresso, responsabilizando o notário ou oficial de registro nos termos do art. 22, caput,
da Lei 8.935/1994.
Primária
Estado
Objetiva
Regresso
(dolo ou culpa) Sob pena de responder por improbidade
Responsabilidade por atos de
notários e registradores
Por regresso
Oficial de registro ou notarial
Subjetiva
1. (FUMARC – CEMIG MG/2018) Acerca dos empregados ocupantes de empregos públicos em uma
sociedade de economia mista, é CORRETO supor que
a) não teriam tais agentes fundamentos doutrinários e jurisprudenciais para questionar a validade de ato
punitivo da empregadora proferido sem direito à prévia defesa.
b) o foro competente para dirimir litígios advindos da relação de trabalho será a Justiça Comum Estadual.
c) seu vínculo poderá ser modificado unilateralmente pela pessoa jurídica, transformando-se o vínculo
contratual em estatutário, uma vez que essa possui a faculdade de decidir seu regime de pessoal.
d) sua responsabilidade por danos causados a terceiros no exercício de suas funções funda-se na culpa e
deve ser decidida em ação de regresso.
Comentário:
a) os atos punitivos aplicados sobre os empregados públicos devem ser precedidos do devido processo
disciplinar em que seja assegurado o contraditório e a ampla defesa – ERRADA;
c) não existe essa possibilidade de trocar de regime contratual para estatutário sem previsão legal –
ERRADA;
d) quando acionados em ação regressiva, a responsabilidade dos empregados públicos é subjetiva, ou seja,
dependente da análise de dolo ou culpa – CORRETA.
Gabarito: alternativa D.
c) Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios os
padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos
termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os danos, exceto os morais,
comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de
encarceramento.
d) As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável somente nos casos de dolo.
e) De acordo com o Supremo Tribunal Federal, o Estado é civilmente responsável, com base na teoria do
risco integral, pela morte de detento no interior de estabelecimento prisional.
Comentário:
a) nos casos de conduta omissiva do Estado, o STJ entende que há a responsabilidade subjetiva do Estado.
Assim, a culpa estatal é discutida no sentido de se fazer prova que efetivamente aquela omissão do Estado
foi responsável pelos prejuízos sofridos pelo terceiro ofendido. Especificamente, o STJ aduz por omissão do
Poder Público o que depende é a comprovação da inércia na prestação do serviço público, sendo
imprescindível a demonstração do mau funcionamento do serviço, para que seja configurada a
responsabilidade (REsp. 549812/CE) – CORRETA;
c) a jurisprudência do STF aduz que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus
presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua
responsabilidade, nos termos do artigo 37, parágrafo 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os danos,
inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou insuficiência das
condições legais de encarceramento (RE 580252) – ERRADA;
e) a responsabilidade civil do Estado, para o STF, no caso de morte de detento em presídio é objetiva, ante
a regra da CF, art. 37, § 6º, que reafirma a teoria do risco administrativo (e não do risco integral), tanto por
atos comissivos quanto por omissivos, desde que demonstrado o nexo causal entre o dano e a omissão do
Poder Público – ERRADA.
Gabarito: alternativa A.
realiza perseguição a um veículo tripulado por criminosos que, instantes antes, praticaram um assalto a
uma agência bancária, com emprego de explosivos. Ao longo da perseguição, os policiais se veem
obrigados a não parar na praça de pedágio, rompendo a respectiva cancela, de propriedade de empresa
concessionária de serviço público, como única forma de não perderem os criminosos de vista. Graças a
essa atitude, a equipe se manteve no encalço dos criminosos, logrando êxito em prendê-los em flagrante.
Relacionando o caso acima com a responsabilidade extracontratual do Estado, analise as seguintes
assertivas:
I. O Estado responderá objetivamente pelo prejuízo causado à empresa concessionária de serviço público.
II. A equipe de policiais civis não poderá ser responsabilizada em ação regressiva, porque não agiu com dolo
ou culpa, mas no estrito cumprimento do dever legal.
III. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal adota, como regra geral, a teoria do risco administrativo
para fundamentar a responsabilidade objetiva extracontratual do Estado.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
Comentário:
II – o estrito cumprimento do dever legal exclui a responsabilidade dos agentes pela via regressiva, mas não
exclui o dever de o Estado indenizar os prejuízos sofridos pela empresa prejudicada – CORRETA;
III - pela teoria do risco, basta a relação entre o comportamento estatal e o dano sofrido pelo administrado
para que surja a responsabilidade civil do Estado, desde que o particular não tenha concorrido para o dano.
Ela representa o fundamento da responsabilidade objetiva ou sem culpa do Estado – CORRETA.
Gabarito: alternativa E.
4. (Funcab – PC PA/2016) Com relação à responsabilidade civil do Estado e abuso do poder, bem
como ao enriquecimento ilícito, julgue os itens a seguir, marcando apenas a opção correta.
a) A responsabilidade civil do Estado é sempre de natureza contratual, uma vez que há entre o Estado e o
cidadão um verdadeiro contrato social, pacto este implícito que deve ser cumprido por ambas as partes.
b) A teoria do risco administrativo responsabiliza o ente público de forma objetiva pelos danos causados
por seus agentes a terceiros de forma comissiva. Esta teoria admite causas de exclusão da responsabilidade,
entre elas a culpa exclusiva da vítima.
c) A responsabilidade civil do Estado será subjetiva em casos de omissão, adotando o ordenamento jurídico,
nestes casos, a teoria civilista, restando necessário a comprovação de dolo ou culpa do servidor que se
omitiu no caso específico.
d) A teoria do risco integral foi adotada pela Constituição Federal de 1988, porém em casos específicos,
como os danos decorrentes de atividade nuclear ou danos ao meio ambiente. Tal posição é pacífica na
doutrina, havendo causas de exclusão da responsabilidade estatal, como o caso fortuito e a força maior.
e) A teoria adotada na Constituição Federal Brasileira, notadamente no artigo 37, §6°, é a teoria do risco
suscitado ou risco criado, em que o Estado por seus atos comissivos cria o risco de dano com suas
atividades, não admitindo causa de exclusão desta responsabilidade.
Comentário:
c) nos casos de omissão do Estado, sua responsabilidade é subjetiva, fundamentada na teoria da culpa
administrativa. O lesado deve comprovar a omissão do Estado, que deixou de agir quando tinha obrigação.
A responsabilidade subjetiva exige dolo ou culpa, numa de suas três vertentes, negligência, imperícia ou
imprudência, não sendo, entretanto, necessário individualizá-la, dado que pode ser atribuída ao serviço
público, de forma genérica – ERRADA;
d) quanto à teoria do risco integral, uma de suas principais características é justamente não admitir as
causas excludentes da responsabilidade – ERRADA;
e) como explicamos na alternativa B, no Brasil vige a responsabilidade objetiva do Estado, conforme art.
37, §6º da CF/88 – ERRADA.
Gabarito: alternativa B.
5. (Funcab – Prefeitura de Santa Maria de Jetibá - ES/2016) Quanto aos assaltos à mão armada no
interior de ônibus, os precedentes do STJ acabam por afastar a responsabilidade civil do Estado, sob o
entendimento de que:
a) há na hipótese responsabilidade objetiva pelo risco integral.
b) inexiste, na hipótese, circunstância excludente do nexo causal.
c) há fortuito externo, excludente do nexo causal.
d) inexiste responsabilidade civil do Estado em caso de omissão.
e) há na hipótese culpa concorrente, excludente do nexo causal.
Comentário:
2. Recurso conhecido e provido. (STJ, REsp 726.371/RJ , Rel. Ministro Hélio Quaglia Barbosa, DJ
05/02/2007)
Portanto, o Tribunal concluiu que o assalto em transporte coletivo é hipótese de fortuito externo, excluindo
a responsabilidade do transportador, conforme alternativa C.
Gabarito: alternativa C.
e) a Administração Pública não está obrigada ao pagamento de pensão e indenização por danos morais em
caso de morte por suicídio de detento dentro do sistema prisional, por ter ocorrido uma excludente de
responsabilidade, qual seja, culpa exclusiva da vítima.
Comentário:
a) nesses casos, o termo inicial da contagem da prescrição é a data da concessão do benefício. Ademais, a
prescrição é quinquenal (e não trienal), como já decidiu o STJ (AgRg no REsp 1365905/SC) – ERRADA;
b) tal assunto está longe de ser pacífico, mas a tendência atual é de considerar que o prazo é de cinco anos,
conforme consta o Decreto 20.910/1932 e no art. 1º-C da Lei 9.494/1997. O STJ chegou a considerar que
este prazo teria sido revogado pelo Código Civil de 2002, que estabelecia, no art. 206, o prazo de três anos.
Porém, em embargos de divergência em recurso especial, a Corte reconheceu a divergência da matéria e
reconheceu o prazo quinquenal – ERRADA;
c) não é bem assim. Em regra, o Estado não pode ser responsabilizado pelo exercício dos atos jurisdicionais.
Porém, a Constituição Federal reconhece como direito individual, nos termos do art. 5º, LXXV, a indenização
para o condenado por erro judiciário ou que ficar preso além do tempo fixado na sentença. Além do erro
judiciário ou prisão além do tempo fixado na sentença, com a vigência do Novo Código de Processo Civil
(Novo CPC – Lei 13.105/2015) surgiu uma nova hipótese de responsabilidade civil do Estado por ato
jurisdicional típico. Trata-se das condutas dolosas praticadas pelo juiz que causem prejuízos à parte ou a
terceiros – ERRADA;
d) de fato, o Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de que o termo a quo da
prescrição da ação indenizatória, nos casos em que não chegou a ser ajuizada ação penal, é a data do
arquivamento do inquérito policial – CORRETA;
e) a Administração Pública não está obrigada ao pagamento de pensão e indenização por danos morais em
caso de morte por suicídio de detento dentro do sistema prisional. A orientação jurisprudencial do Supremo
Tribunal Federal e a do Superior Tribunal de Justiça são no sentido de que não é necessário
perquirir eventual culpa/omissão da Administração Pública nessas situações, já que a responsabilidade civil
estatal pela integridade dos presidiários é objetiva em face dos riscos inerentes ao meio em que eles estão
inseridos por uma conduta do próprio Estado – ERRADA.
Gabarito: alternativa D.
7. (Funcab – ANS/2016) No que se refere à responsabilidade civil do Estado, é correto afirmar que:
a) a absolvição na esfera criminal, por qualquer motivo, de um agente público faz com que não haja
responsabilidade civil por parte do Estado, já que ambas as esferas são vinculadas.
b) o prazo prescricional para a reparação dos danos causados pelo Estado é de 5 anos, conforme o Código
Civil Brasileiro de 2002.
c) caso o particular venha a sofrer dano por parte do Estado, são cumuláveis as indenizações por dano
material e dano moral oriundos desse mesmo fato.
d) não há previsão constitucional quanto à responsabilidade civil do Estado por atos jurisdicionais.
e) somente as pessoas jurídicas de direito público responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo
ou culpa.
Comentário:
a) a regra é a independência das esferas civil, penal e administrativa. Contudo, a absolvição penal por
negativa de autoria ou inexistência do fato gera a absolvição civil e administrativa pelo mesmo fato –
ERRADA;
b) o prazo prescricional de 5 anos para que o terceiro lesado ingresse com ação indenizatória em face do
Estado é previsto no Decreto 20.910/1932 e no art. 1º-C da Lei 9.494/1997 e não no Código Civil – ERRADA;
c) sim. A responsabilidade civil é a obrigação de reparar os danos lesivos a terceiros, seja de natureza
patrimonial ou moral, sendo que os dois pedidos podem ser cumulados pelo interessado – CORRETA;
d) a Constituição Federal reconhece como direito individual, nos termos do art. 5º, LXXV, a indenização
para o condenado por erro judiciário ou que ficar preso além do tempo fixado na sentença. Devemos
lembrar que, atualmente, com a vigência do Novo Código de Processo Civil (Novo CPC – Lei 13.105/2015)
surgiu uma nova hipótese de responsabilidade civil do Estado por ato jurisdicional típico, no caso das
condutas dolosas praticadas pelo juiz que causem prejuízos à parte ou a terceiros – ERRADA;
e) a previsão do art. 37, §6º da CF/88 é de que as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa – ERRADA.
Gabarito: alternativa C.
8. (Funcab – ENDAGRO SE/2014) Roberval Pereira e sua mulher, estavam em sua moto transitando
na Rodovia Federal BR 235, em Sergipe, com destino a Itabaiana, quando foram surpreendidos com um
cavalo morto na pista, que provocou um acidente fatal para sua esposa. Diante do episódio, Roberval
entra com ação de indenização por danos morais em face do Departamento Nacional de Infraestrutura e
Transportes – DNIT – autarquia federal e da União, visando a responsabilização do Estado. Com base
neste fato, marque a resposta correta com relação à responsabilidade civil do Estado.
a) A responsabilidade civil do Estado, por omissão, é reconhecida, com lastro na teoria objetiva com base
em julgados do STF com relação ao tema de acidentes de trânsito em estradas envolvendo animais.
b) Segundo STF, a questão deve ser analisada com base na responsabilidade objetiva ou subjetiva, nos casos
de omissão, já que é matéria de legislação constitucional – o que leva à conclusão de que o tribunal estaria
entendendo, majoritariamente, ser a omissão do Poder Público atingida pelo art. 37, §6º, da CF/88.
c) A responsabilidade civil da Administração por omissão é subjetiva, impondo-se a comprovação da culpa.
d) A delegatária do serviço público de estradas onde ocorreu o acidente, por força de animal morto na
pista, não estabelece relação de consumo com seus usuários, e por isso não está subordinada ao Código de
Defesa do Consumidor.
e) A responsabilidade civil do Estado é objetiva por danos causados por colisão de veículo com animal na
pista, com fundamento na ausência de cuidado e vigilância ou pelas mesmas serem insuficientes e, por isso,
a prestação do serviço se apresenta inadequada e insegura.
Comentário:
Essa questão versa sobre a responsabilidade civil do Estado em decorrência de acidente de transito em que
há um animal morto na rodovia. Pela redação das opções, percebe-se que o texto foi retirado do texto
“Responsabilidade civil do Estado e de particulares em acidentes de trânsito provocados por animais”, de
autoria de Alexandre Herculano Verçosa1.
O texto apresenta alguns importantes julgamentos sobre a responsabilidade civil na situação descrita no
texto. Vamos fazer um breve resumo dos principais aspectos antes de analisarmos a questão, uma vez que
o assunto apresenta algumas particularidades em relação ao que já vimos.
A regra, conforme já estudamos, é que a responsabilidade civil será objetiva na prestação do serviço e
subjetiva na omissão. Assim, o STF entende que, se o Estado se omitir, a responsabilidade civil será
subjetiva.
Nos casos de acidentes veiculares causados por animais em vias públicas sujeitas à concessão, há um
tratamento diferenciado da matéria, uma vez que o usuário, além da carga tributária normal, ainda realiza
o pagamento da tarifa pela utilização da rodovia. Assim, o STJ entende que há uma relação de consumo e,
por conseguinte, a responsabilidade será objetiva, nos termos do art. 142 do Código de Defesa do
Consumidor. Assim, mesmo que exista a omissão em remover um animal morto, por exemplo, a
responsabilidade será objetiva.
1
Verçosa (2012), disponível em: http://jus.com.br/artigos/21387/responsabilidade-civil-do-estado-e-de-particulares-em-
acidentes-de-transito-provocados-por-animais/1
2
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados
aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre
sua fruição e riscos.
3
REsp 647.710/RJ.
objetiva do Estado, com apoio no art. 37, §6º, independentemente de ser dele, diretamente, ou de um
concessionário, a incumbência de fiscalizar a via:
O julgamento acima se tratava de um caso muito semelhando ao do enunciado da questão, no qual ocorreu
o falecimento de um usuário da via por colidir com animal morto. No caso, o TJ considerou a
responsabilidade do Departamento de Estradas e Rodagens do Estado de São Paulo, que é uma autarquia
estadual.
Assim, utilizando o julgado como referência, podemos perceber que ao gabarito é a opção E, pois o cuidado
e vigilância da autarquia foi insuficiente, considerando-se, portanto, que o serviço foi prestado de forma
inadequada e insegura, atraindo a responsabilidade civil objetiva.
Devemos fazer uma ressalva, pois o texto da questão claramente utilizou como referência o artigo que
mencionamos acima, que apresenta todos esses julgados que estamos comentando. Assim, a opção E foi
dada como correta, mas devemos saber que este não é o posicionamento do STF e, portanto, deve ser
aplicado com muita ressalva. Vale mencionar, ainda, que a responsabilidade do Estado por ato de
concessionárias de serviço público é subsidiária, ou seja, só ocorrerá quando a concessionária não for capaz
de suportar a indenização.
Há, porém, uma tendência da composição atual do STF em julgar que a questão de ser ou não
subjetiva a responsabilidade do Estado, nos casos de omissão, é matéria de legislação
infraconstitucional – o que leva à conclusão de que o tribunal estaria entendendo,
majoritariamente, ser a omissão do Poder Público não atingida pelo art. 37, §6º, da CF/88.
Ademais, para o STF, a questão demandaria exame de fatos e provas, que, como já se expôs,
inviabiliza-se nas instâncias extraordinárias. (grifos nossos)
Logo, a responsabilidade por omissão não seria atingida pelo art. 37, §6º, da CF – ERRADA;
c) o texto está incompleto e, por isso, foi dado como errado. O correto seria: “A responsabilidade civil da
Administração por omissão é subjetiva, impondo-se a comprovação da culpa, do dano e do respectivo nexo
de causalidade com a omissão apontada”.
Contudo, entendo que, na verdade, a questão estaria correta, pois o item está apenas incompleto, mas não
errado. De qualquer forma, este foi o entendimento da banca é o que nos interessa para a prova – ERRADA;
Gabarito: alternativa E.
9. (UECE-CEV – DER CE/2016) No que diz respeito à previsão constitucional da responsabilidade civil
da Administração Pública, assinale a afirmação correta.
a) Somente as pessoas jurídicas de direito público responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo
ou culpa.
b) Somente as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.
c) As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
d) As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado responderão pelos danos que seus agentes,
nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de
dolo ou culpa.
Comentário:
Gabarito: alternativa C.
10. (Fepese – SJC SC/2016) Assinale a alternativa correta sobre a responsabilidade civil do Estado.
a) A demonstração da culpa exclusiva da vítima para a ocorrência do evento danoso não exclui a
responsabilidade civil do Estado.
b) A responsabilidade civil do Estado somente restará caracterizada quando a vítima demonstrar que o
dano é decorrente da omissão ou da falta de prestação de um serviço público.
c) Independentemente de culpa ou dolo, o Estado deverá propor ação regressiva contra o agente público
causador do dano a terceiro.
d) O servidor público não poderá ser responsabilizado pessoalmente pela prática de atos que causem danos
a terceiros.
e) O Estado não será responsabilizado civilmente quando um agente público praticar ato ilícito contra
terceiro fora do exercício de suas atribuições.
Comentário:
a) a demonstração da culpa exclusiva da vítima para a ocorrência do evento danoso não exclui a
responsabilidade civil do Estado – ERRADA;
b) a responsabilidade civil do Estado pode ser tanto omissiva, como afirmado da alternativa, quando
comissiva, ou seja, decorrente de uma ação do Estado – ERRADA;
c) para ajuizar ação de regresso em face do agente causador do dano, o Estado deve comprovar que este
agiu com dolo ou culpa, ou seja, nesse caso a responsabilidade do agente é subjetiva – ERRADA;
d) pode sim. Comprovando que o servidor agiu com dolo ou culpa, o Estado pode ajuizar ação de regresso
contra esse servidor, para que ele seja responsabilizado, perante a Administração, pelos seus atos que
causaram prejuízos a terceiros e geraram o dever do Estado de indeniza-los de forma objetiva – ERRADA;
e) a doutrina defende que restará caracterizada a oficialidade da conduta do agente quando: estiver no
exercício das funções públicas; ainda que não esteja no exercício da função pública, proceda como se
estivesse a exercê-la; quando o agente tenha-se valido da qualidade de agente público para agir. Assim,
quando o ato for praticado fora do exercício das funções, não se enquadrando nas hipóteses acima, não há
que se falar em responsabilidade civil do Estado – CORRETA.
Gabarito: alternativa E.
11. (Fepese – Prefeitura de Palhoça - SC/2014) Assinale a alternativa correta em matéria de direito
administrativo.
a) O Estado possui direito de regresso contra o agente causador do dano, quando este tenha agido com
dolo ou culpa.
b) Em decorrência das prerrogativas originárias dos princípios da supremacia e da indisponibilidade do
interesse público, o Estado não poderá responder civilmente por atos de seus prepostos.
c) O risco assumido pelo Estado no desenvolvimento de suas atividades, típicas e atípicas, torna a sua
responsabilidade civil sempre objetiva.
d) A falta do serviço, o mau funcionamento ou o seu retardamento são elementos necessários para o
reconhecimento da culpa a ensejar a responsabilidade civil do Estado.
e) Na ação de regresso, a responsabilidade do agente responsável pelo dano é objetiva, devendo apenas o
Estado comprovar a relação de causalidade entre a conduta, dolosa ou culposa, e o dano perpetrado.
Comentário:
a) nos termos do art. 37, §6º, da Constituição Federal, as pessoas jurídicas de direito público e as de direito
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa –
CORRETA;
b) responde sim, nos termos do artigo 37, §6º, mencionado na alternativa anterior – ERRADA;
c) a responsabilidade civil do Estado pode ser objetiva ou subjetiva, como, por exemplo, nos casos de
responsabilidade por omissão estatal – ERRADA;
Gabarito: alternativa A.
12. (Fepese – MPE SC/2014) A Responsabilidade Civil do Estado quanto aos atos comissivos:
a) Toma por base a culpa presumida.
b) Não admite excludentes de imputação e nem de causalidade
c) Faculta o direito de regresso por parte do Estado.
d) Toma por base a teoria da responsabilidade objetiva.
e) Prescinde da comprovação do nexo causal já que tem por base a teoria do risco integral.
Comentário:
O Brasil adota a teoria da responsabilidade objetiva do Estado, na modalidade de risco administrativo, nos
termos do art. 37, §6º, da Constituição Federal, que assim dispõe:
Os danos decorrentes de omissão da Administração Pública, contudo, não são alcançados por essa teoria;
nesses casos, serão indenizados conforme a teoria da culpa administrativa. Interessante destacar aqui a
alternativa C, que está errada, pois o ajuizamento de ação regressiva é uma obrigação do Estado, em
decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse público.
Gabarito: alternativa D.
e) O caso fortuito, a força maior ou culpa exclusiva da vítima afastam a responsabilização civil das pessoas
jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos.
Comentário:
a) a responsabilidade estatal pode decorrer tanto de atos comissivos quanto de atos omissivos – ERRADA;
b) os atos praticados com omissão estatal ensejam a responsabilidade subjetiva, e não objetiva – ERRADA;
c) a ação de regresso é uma ação na qual o poder público aciona o seu agente estatal, causador direto do
dano, para que proceda ao ressarcimento dos cofres públicos, “devolvendo” o que a Administração teve
que pagar ao particular na ação indenizatória movida por ele contra o Estado – ERRADA;
e) de fato, a teoria do risco administrativo admite essas três hipóteses de exclusão de responsabilidade civil
do Estado. Vale destacar que essas hipóteses são de exclusão da responsabilidade objetiva, mas admitem,
em algumas situações, que o particular demonstre a responsabilidade subjetiva (dolo ou culpa) – CORRETA.
Gabarito: alternativa E.
14. (Fepese – SJC SC/2013) Em relação à responsabilidade civil do Estado, a morte de detento, dentro
do estabelecimento prisional, em razão de má conduta de servidor público, acarretará:
1. A exclusão da responsabilidade do Estado, uma vez que ele não pode ser responsabilizado por atos de
seus agentes.
2. A responsabilização civil do Estado é objetiva, pois independe de culpa.
3. Ação de regresso contra o servidor faltoso, pelos danos causados ao Erário.
4. Necessidade de prova da conduta comissiva do agente público.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
a) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3.
b) São corretas apenas as afirmativas 1 e 4.
c) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
d) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
e) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
Comentário:
A afirmação 1 podemos eliminar logo de cara. O Estado responde sim pelos atos praticados por seus
agentes. A responsabilidade civil do Estado por atos comissivos (ações) é do tipo objetiva, ao passo que a
responsabilidade civil por omissão, em regra, é do tipo subjetiva.
Ocorre que, em determinadas situações, o Estado tem um dever específico de cuidado de determinadas
pessoas que estão sob sua guarda (estado como garante). Nesses casos, o Estado tem um dever de garantia
das pessoas sob sua guarda, como é o caso dos detentos.
Tratando-se de detento, o STF entende que há um dever geral de cuidado do Estado. Assim, mesmo que
ocorra suicídio do detento ou morte por culpa de terceiros, o Estado será considerado responsável. No
julgamento do RE 841.526, com repercussão geral, o STF firmou a tese que “em caso de inobservância de
seu dever específico de proteção previsto no artigo 5º, inciso XLIX, da Constituição Federal, o Estado é
responsável pela morte de detento”. Complementando, em seu voto, o Ministro Relator, Luiz Fux,
asseverou que “até mesmo em casos de suicídio de presos ocorre a responsabilidade civil do Estado”.
Assim, não há necessidade de se comprovar a conduta comissiva do agente público, respondendo o Estado
de forma objetiva, cabendo o direito de regresso em face do servidor.
Gabarito: alternativa C.
15. (Fepese – SJC SC/2013) Assinale a alternativa correta em relação à responsabilidade civil do
Estado.
a) O Estado não poderá ser responsabilizado por atos decorrentes de seus agentes.
b) O agente público causador do dano não poderá ser demandado em via de regresso pelo Estado.
c) O Estado sempre responderá pelos danos causados aos administrados.
d) O Estado, juntamente com o servidor causador do dano, arcará, na proporção de cinquenta por cento
cada um, pelos prejuízos decorrentes de sua atuação.
e) A culpa exclusiva da vítima exclui a responsabilidade do Estado.
Comentário:
O Estado responde pelos atos de seus agentes que, nessa qualidade, causarem prejuízo a terceiros, na
forma do art. 37, §6º da CF/88. Tal previsão embasa a responsabilidade objetiva Estatal, adotada pelo Brasil.
Nos termos do art. 37, §6º, “as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”. A responsabilidade
estatal pode, todavia, ser excluída ou atenuada, caso incidam as causas excludentes ou atenuantes de
responsabilidade, como nos casos de culpa exclusiva (exclui) ou concorrente da vítima (atenua).
Gabarito: alternativa E.
Comentário:
a) a responsabilidade por omissão é possível sim, fundamentada na teoria da culpa administrativa, ou culpa
do serviço – ERRADA;
b) esse é exatamente o texto do art. 37, §6º da Constituição Federal, que serve como fundamento para a
teoria da responsabilidade objetiva do Estado – CORRETA;
c) a teoria adotada pelo Brasil é a da responsabilidade objetiva, como mencionamos acima – ERRADA;
e) o caso fortuito e a força maior são consideradas causas excludentes da responsabilidade estatal –
ERRADA.
Gabarito: alternativa B.
17. (Fepese – DPE SC/2012) Acerca da responsabilidade civil do Estado, é correto afirmar:
a) Em relação às leis de efeitos concretos, incide a responsabilidade civil objetiva do Estado.
b) Prescreve em cinco anos o direito de obter indenização pelos danos causados por agentes das pessoas
jurídicas de direito público e em dez anos por agentes das pessoas jurídicas prestadoras de serviços
públicos.
c) O Estado não indenizará o condenado por erro judiciário, salvo quando ficar preso além do tempo fixado
na sentença.
d) Até o advento da Constituição Federal de 1988, adotava-se no direito brasileiro a teoria da
irresponsabilidade civil do Estado.
e) No direito brasileiro estão compreendidas duas regras: a responsabilidade subjetiva do Estado e a
irresponsabilidade do agente público.
Comentário:
a) em regra, sabemos que o Estado não responde civilmente pela atividade legislativa. Contudo, no caso da
edição de leis de efeitos concretos, o Estado pode ser responsabilizado civilmente quando causarem danos
a terceiros, eis que podem atingir diretamente a órbita individual dos particulares – CORRETA;
b) não há essa diferenciação. Para ambos os casos, a prescrição se dá no prazo de 5 anos, conforme consta
o Decreto 20.910/1932 e no art. 1º-C da Lei 9.494/1997– ERRADA;
c) em regra, o Estado não pode ser responsabilizado pelo exercício dos atos jurisdicionais. Todavia, a CF/88
reconhece como direito individual, nos termos do art. 5º, LXXV, a indenização para o condenado por erro
judiciário ou que ficar preso além do tempo fixado na sentença. Com a vigência do Novo CPC, o Estado
também responde no caso de condutas dolosas praticadas pelo juiz que causem prejuízos à parte ou a
terceiros – ERRADA;
d) a teoria da responsabilidade objetiva foi prevista no Brasil a partir da Constituição de 1946, e não
somente em 1988 – ERRADA;
Gabarito: alternativa A.
Comentário:
Gabarito: alternativa A.
Bons estudos.
HERBERT ALMEIDA.
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/profherbertalmeida e /controleexterno
Comentário:
No Brasil, vigora a responsabilidade objetiva do Estado, na modalidade de risco administrativo, nos termos
do art. 37, §6º, da Constituição Federal, vejamos:
A responsabilidade objetiva do Estado exige a presença dos seguintes pressupostos: conduta, dano e nexo
causal. Dessa forma, se alguém desejar obter o ressarcimento por dano causado pelo Estado, em decorrência
de uma ação comissiva, deverá comprovar que: (a) existiu a conduta de um agente público agindo nessa
qualidade (oficialidade da conduta causal); (b) que ocorreu um dano; e (c) que existe nexo de causalidade
entre a conduta do agente público e o dano sofrido, ou seja, que foi aquela conduta do agente estatal que
gerou o dano.
Como pessoa jurídica de direito público que é, a autarquia pode ser processada pelos danos causados em
virtude de sua conduta, independentemente da demonstração de dolo ou culpa na execução dos serviços.
Gabarito: alternativa A.
Comentário:
O enunciado fala sobre um dano causado aos moradores que surgiu de um transbordamento que claramente
poderia ter sido evitado. Contudo, houve uma omissão do Poder Público, com o atraso e a má prestação dos
serviços públicos. Nesse caso, incide a responsabilidade subjetiva do Estado, que é a decorrente de omissão.
Os moradores, para obterem indenização, devem demonstrar o nexo de causalidade entre a omissão estatal
e o dano causado, ou seja, comprovar que o dano não teria ocorrido se o serviço tivesse sido prestado
adequadamente. Na responsabilidade subjetiva, não é necessário individualizar o agente público omisso,
bastando a demonstração do nexo de causalidade.
Gabarito: alternativa D.
a) não haverá responsabilização atribuída aos condutores ou proprietários dos veículos, tendo em vista que
ambos pertencem a entes públicos, ainda que de esferas diferentes, não se aplicando a lógica da
responsabilidade objetiva reciprocamente.
b) poderá haver responsabilização dos entes públicos, mas em razão da natureza jurídica destes, será
obrigatório perquirir sobre a culpa dos agentes envolvidos, já que incidirá a modalidade subjetiva de
responsabilidade extracontratual.
c) o motorista da viatura estadual não pode ser considerado agente público para fins de responsabilização
extracontratual do Estado em razão de possuir vínculo de trabalho temporário, razão pela qual a solução da
questão deve se dar considerando a propriedade do veículo, não se aplicando a responsabilidade objetiva.
d) não incide a norma constitucional que versa sobre responsabilidade extracontratual do Estado, ficando
restrita ao Município, titular do serviço público de transporte urbano, porque o Tribunal de Justiça não
integra a Administração Pública, mas sim o Poder Judiciário, que é o legitimado passivo da ação.
e) aplica-se a responsabilidade objetiva em relação aos entes públicos, sendo indispensável, no caso, apurar
o nexo de causalidade entre os danos gerados pelo acidente e a conduta que o ocasionou,
independentemente de estar ou não caracterizada culpa dos condutores, admitindo-se, no entanto, a
incidência de excludentes de responsabilidade.
Comentário:
a) haverá sim a apuração da responsabilidade pelos danos gerados pela situação, sendo irrelevante o fato de
ambos os envolvidos serem entes públicos – ERRADA;
c) para fins de responsabilização, o conceito de agente público possui acepção ampla, incluindo os agentes
da administração direta, das autarquias, das fundações públicas; das empresas públicas e sociedades de
economia mista, quando prestadoras de serviço público; dos delegatários de serviço público e também dos
temporários – ERRADA;
d) nada a ver. O Poder Judiciário integra a Administração Pública, mas não é polo passivo da ação – ERRADA;
e) a responsabilidade objetiva, que independe da demonstração de culpa, exige a presença dos seguintes
pressupostos: conduta, dano e nexo causal. Deve-se comprovar que: (a) existiu a conduta de um agente
público agindo nessa qualidade (oficialidade da conduta causal); (b) que ocorreu um dano; e (c) que existe
nexo de causalidade entre a conduta do agente público e o dano sofrido, ou seja, que foi aquela conduta do
agente estatal que gerou o dano. Esse tipo de responsabilidade admite as chamadas excludentes de
responsabilidade, como a culpa exclusiva da vítima, por exemplo – CORRETA.
Gabarito: alternativa E.
b) às pessoas jurídicas de direito público, respondendo subjetivamente nos casos de atos comissivos lícitos
e nos casos de atos omissivos lícitos.
c) aos entes públicos e concessionários de serviço público, não abrangendo as permissionárias de serviço
público em razão do vínculo de delegação ter natureza de ato, não de contrato.
d) às pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público, que respondem sob a modalidade
objetiva diante da demonstração de nexo de causalidade entre a atuação de seus agentes e os danos
causados a terceiros, que também demandam comprovação.
e) aos entes públicos e aos privados que mantenham vínculo funcional ou contratual com a Administração
pública e, em razão dele, recebam repasse de dinheiro público, o que lhes obriga a reparar eventuais danos
causados a terceiro, sob a modalidade objetiva.
Comentário:
No Brasil, vigora a responsabilidade objetiva do Estado, na modalidade de risco administrativo, nos termos
do art. 37, §6º, da Constituição Federal, que diz que as pessoas jurídicas de direito público e as de direito
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Para demonstração da responsabilidade, deve ficar demonstrado o nexo de causalidade entre a atuação de
seus agentes e os danos causados, como bem destacado na alternativa D.
Nos casos de omissão estatal, devemos lembrar que incidirá a responsabilidade subjetiva, que demanda a
demonstração de culpa por parte do agente estatal.
Gabarito: alternativa D.
Comentário:
A questão trata de responsabilidade civil do Estado. Como regra, a responsabilização estatal adota a teoria
do risco administrativo, que determina a responsabilidade civil do Estado, independentemente de ocorrência
de dolo ou culpa dos agentes. Por outro lado, quando se tratar de responsabilidade por omissão, em regra,
aplica-se a teoria da culpa do serviço, que exige a demonstração de omissão culposa por parte do Estado,
sem exigir, contudo, a individualização do agente omisso.
Porém, a responsabilidade por omissão também será disciplinada pelo risco administrativo quando existir
um dever objetivo de cuidado. Trata-se aqui da atuação do Estado como “garante”, situação que se aplica
quando pessoas que estão sob “guarda” do Estado sofrem algum tipo de dano, a exemplo dos presos e
estudantes de escola.
Dessa forma, a família dos jovens poderá mover a ação de reparação com dois fundamentos: pela omissão
dos agentes públicos, considerando que as substâncias só adentraram no recinto porque eles não
perceberam isso oportunamente; ou pelo próprio dever de cuidado que a função tinha em relação aos
custodiados. Vale lembrar que nas duas situações a responsabilidade é da função, sendo que os agentes
somente poderiam responder por ação de regresso.
a) há responsabilidade do Estado, seja pela omissão dos agentes ou pelo dever de cuidado que a função tinha
para com os custodiados – ERRADA;
d) a responsabilidade por omissão, na regra geral, depende apenas da demonstração de culpa; sendo que
no caso específico da questão sequer há necessidade de demonstração desse elemento subjetivo – ERRADA;
e) a responsabilidade será objetiva, porém o dano e o nexo de causalidade devem ser demonstrados –
ERRADA.
Gabarito: alternativa C.
6. (FCC – TRT 11ª Região (AM e RR)/2017) Em movimentada rua da cidade de Manaus, em que
existem diversas casas comerciais, formou-se um agrupamento de pessoas com mostras de hostilidade.
Em razão disso, um dos comerciantes da rua, entrou em contato com os órgãos públicos de segurança
responsáveis, comunicando o fato. Embora os órgãos de segurança tenham sido avisados a tempo, seus
agentes não compareceram ao local, ocorrendo atos predatórios causados pelos delinquentes, o que gerou
inúmeros danos aos particulares. A propósito do tema, é correto afirmar que
a) os danos causados por multidões insere-se na categoria de fatos imprevisíveis, não havendo
responsabilidade estatal.
b) se trata de danos causados por terceiros, causa excludente da responsabilidade estatal.
c) o Estado arcará integralmente com os danos causados, haja vista tratar-se de hipótese de responsabilidade
subjetiva.
d) o Estado responderá pelos danos, haja vista sua conduta omissiva culposa, no entanto, a indenização será
proporcional à participação omissiva do Estado no resultado danoso.
e) o Estado responderá integralmente pelos danos causados, em razão de sua responsabilidade objetiva e a
aplicação da teoria do risco integral.
Comentário:
a) e b) os atos de multidões e de terceiros, que podem provocar danos, é hipótese que atenua a
responsabilidade estatal. O Estado pode ser responsabilizado, mas somente de forma subjetiva. Assim, o
particular lesado deverá comprovar a omissão culposa do Estado – ERRADAS;
c) nos casos de culpa concorrente da vítima e do Estado, a responsabilidade do estado ocorrerá na medida
da proporção de sua conduta omissiva, e não integralmente – ERRADA;
d) como dissemos na alternativa acima, há a responsabilidade subjetiva do Estado, que responderá de forma
proporcional à participação omissiva do Estado no resultado danoso – CORRETA;
e) não se trata de responsabilidade objetiva, muito menos de aplicação da teoria do risco integral, que é
aquela que não admite causas excludentes da responsabilidade civil e em que o Estado deverá suportar os
danos sofridos por terceiros em qualquer hipótese – ERRADA.
Gabarito: alternativa D.
7. (FCC – TRE SP/2017) O Estado, tal qual os particulares, pode responder pelos danos causados a
terceiros. A responsabilidade extracontratual para pessoas jurídicas de direito público, prevista na
Constituição Federal, no entanto,
a) dá-se sob a modalidade subjetiva para os casos de omissão de agentes públicos e de prática de atos lícitos,
quando causarem danos a terceiros.
b) não se estende a pessoas jurídicas de direito privado, ainda que integrantes da Administração indireta,
que se submetem exclusivamente à legislação civil.
c) exige a demonstração pelos demandados, de inexistência de culpa do agente público, o que afastaria, em
consequência o nexo de causalidade entre os danos e a atuação daqueles.
d) tem lugar pela prática de atos lícitos e ilícitos por agentes públicos, admitindo, quando o caso, excludentes
de responsabilidade, que afastam o nexo causal entre a atuação do agente público e os danos sofridos.
e) somente tem lugar com a comprovação de danos concretos pelo demandante, o que obriga,
necessariamente, a incidência da modalidade subjetiva.
Comentário:
a) em regra, a responsabilidade civil do Estado é objetiva, seja para condutas lícitas ou ilícitas. Porém, no
caso de omissão estatal genérica, aplicar-se a responsabilidade subjetiva. Logo, o fato de a conduta ser lícita
não faz a responsabilidade deixar de ser objetiva – ERRADA;
c) o nexo de causalidade refere-se à relação entre a conduta estatal e o dano. Por exemplo: se um servidor
atropelar uma pessoa e esta vier a óbito pelo atropelamento, haverá nexo de causalidade entre o óbito e o
atropelamento. Porém, se o servidor atropelar uma pessoa que já estava morta (exemplo: morreu meia hora
antes por levar um tiro de terceiro), não haverá nexo de causalidade entre o atropelamento e a morte, pois
esta se deu antes da conduta estatal. O “demandado” é quem é passível de responder. No caso, o
demandado seria o Estado. Com efeito, a responsabilidade civil do Estado independe de dolo ou culpa do
agente, assim a ausência do elemento subjetivo (dolo e culpa) não afasta o nexo de causalidade. Logo, não
adiante provar que não há culpa – ERRADA;
d) a responsabilidade civil do Estado pode ocorrer diante de condutas lícitas ou ilícitas. Ademais, aplica-se
no Brasil, predominantemente, a teoria do risco administrativo, que admite as causas excludentes de
responsabilidade: ato exclusivo de terceiros, culpa exclusiva da vítima e caso fortuito ou força maior. Tais
situações “quebram” o nexo de causalidade entre o dano e a conduta estatal. Por exemplo: se um policial
dirigia corretamente a viatura militar, dentro de todas as regras de trânsito, mas colide com outro veículo
que furou o sinal vermelho; a culpa será exclusiva da vítima, rompendo o nexo entre a conduta do Estado e
o dano (este decorreu da conduta da vítima, que furou o sinal, e não da do policial, que dirigia corretamente)
– CORRETA;
Gabarito: alternativa D.
8. (FCC – TRF 3/2016) Janaina inscreveu-se em concurso público para determinado Tribunal. Os
vencimentos iniciais eram bastante significativos, o que atraiu grande número de inscritos, sendo que não
havia muitos cargos vagos para provimento. Após a divulgação do resultado da 1a fase, diversos
candidatos iniciaram discussões individualizadas, inclusive judiciais, sobre o gabarito, o que alongou por
quase 06 meses a convocação para 2a fase, para a qual Janaina já estava aprovada desde a primeira lista.
Realizou-se a segunda fase e novo ciclo de discussões foi iniciado, dessa vez para questionar também as
avaliações impostas após a prova oral. Considerando que o número de candidatos da fase seguinte
guardava proporcionalidade com número certo de aprovados da fase anterior, a Administração pública
aguardava o tanto quanto possível a definitividade das decisões judiciais que impactassem na
continuidade do certame. Passados quase dois anos entre o início do concurso e sua conclusão, Janaina,
finalmente aprovada e empossada, ajuizou ação judicial para pleitear indenização em face do Poder
público pela excessiva demora na realização do certame, baseando-se no valor dos vencimentos previstos
para o cargo. Essa medida
a) é pertinente com o disposto na Constituição Federal, que prevê a responsabilidade objetiva do Estado
pela prática de atos ilícitos, tendo em vista que a não nomeação de Janaina se consubstancia em ato
administrativo eivado de vício de legalidade.
b) não possui perspectiva de procedência, tendo em vista que a submissão do concurso ao edital que o
disciplina não impede a possibilidade de questionamentos por parte dos candidatos, inexistindo direito
consolidado à aprovação, ainda que não tenha havido qualquer irresignação por parte da candidata em
questão.
c) é improcedente, tendo em vista que somente se poderia cogitar do direito à indenização antes da
aprovação e da posse da candidata, após o que fica sanada a ilicitude do ato que motivava a
responsabilização.
d) é procedente, tendo em vista que qualquer ato do Poder público pode gerar direito à indenização em
razão de responsabilidade objetiva, seja ele lícito ou ilícito, cabendo ao prejudicado pleitear a indenização
que, no caso, deve equivaler ao valor dos vencimentos a que faria jus quando nomeado.
e) depende de comprovação de culpa por parte do Poder público, tendo em vista que diante da imputação
de indenização pela prática de atos lícitos, impera a modalidade subjetiva de responsabilidade civil.
Comentário:
A questão trata da responsabilidade civil do Estado. Deve-se observar que não se está questionando se ela
teria ou não direito à nomeação, mas sim o fato de a Administração ter demorado a nomeá-la, em virtude
do longo prazo de realização do concurso.
Com efeito, o Estado se submete à responsabilidade civil objetiva, com base na teoria do risco administrativo,
o que significa que, para surgir a responsabilidade do Estado, o prejudicado deverá demonstrar o nexo de
causalidade entre a conduta estatal e o dano, prescindindo a comprovação de dolo ou culpa.
Contudo, o dano deve recair sobre um bem jurídico tutelado, ou seja, sobre um bem jurídico protegido pelo
Direito. Isso significa que não basta se tratar de um dano econômico, pois muitas vezes as pessoas podem
ser prejudicadas por decisões estatais, sem que se trate de um dano jurídico.
Por exemplo, imagine que exista uma biblioteca pública localizada em frente a uma sorveteria. Cerca de 90%
dos clientes da sorveteria são oriundos da biblioteca. Certo dia, o proprietário da sorveteria resolveu investir
uma grande quantidade de dinheiro na reforma do seu estabelecimento, para alcançar ainda mais
frequentadores da biblioteca. Porém, ao concluir a reforma, ele foi surpreendido com a notícia de que a
Administração resolveu mudar a biblioteca de lugar, levando para longe a maioria de seus clientes.
Obviamente que, nesse caso, o dono da sorveteria sofrerá um grande prejuízo, decorrente da atuação
estatal. Porém, não se trata de um bem jurídico tutelado, pois nada asseguraria a permanência da biblioteca
naquele lugar.
Assim, não é uma licitude ou ilicitude que enseja um dano, nem tampouco o simples fator econômico, mas
sim a ofensa a um bem jurídico tutelado.
No caso de Janaina, ela de fato sofreu prejuízos com a demora. Porém, não houve ofensa a nenhum bem
jurídico tutelado, pois nada asseguraria um prazo fixo para realizar o concurso. Vale dizer, ainda que se faça
tudo correto, nada pode impedir que concorrentes ingressem com ações e questionem o gabarito, ou outros
fatos do concurso, ainda que tais medidas, futuramente, venham a ser indeferidas. Logo, não ocorreu a
ofensa a nenhum direito de Janaina, motivo pelo qual ela não possui direito de perceber indenização.
De forma ainda mais específica, o STF já decidiu que não cabe a indenização nem mesmo quando a nomeação
decorrer de decisão judicial, sob fundamento de que deveria ter sido investido em momento anterior, salvo
situação de arbitrariedade flagrante (RE 724.347, julgado em 26/2/2015).
Veja que, no caso de Janaina, a situação é ainda mais “tranquila”, pois ela foi nomeada pela própria
Administração, sem qualquer irregularidade. Logo, não há perspectiva de procedência, tendo em vista que a
demora do concurso decorreu do direito dos demais concorrentes de questionar o concurso (letra B).
a) em primeiro lugar, a ilicitude não é elemento essencial para responsabilizar o Estado, uma vez que a
responsabilidade civil poderá ocorrer até mesmo por meio de atuações lícitas. Além disso, não houve
qualquer ilegalidade no caso – ERRADA;
c) também não se pode dizer que existia um “momento” no qual ela poderia questionar o fato. Não foi o
momento que tornou a ação improcedente, mas sim a falta de dano jurídico – ERRADA;
d) a ação é improcedente, pois ela não tinha direito a um prazo para a conclusão do concurso, pois situações
normais podem ensejar o aumento do prazo de sua realização. Trata-se, portanto, de uma mera expectativa
sobre a duração do concurso – ERRADA;
e) a responsabilidade civil subjetiva surge nos casos de omissão; não se trata, portanto, de uma análise de o
ato ser lícito ou ilícito – ERRADA.
Gabarito: alternativa B.
Comentário:
A responsabilidade civil do Estado por ação é do tipo objetiva, motivo pelo qual independe de comprovação
do dolo ou culpa. Contudo, no caso de omissão genérica do Estado, a responsabilidade civil será subjetiva,
isto é, o prejudicado terá que comprovar a omissão culposa do Estado, demonstrando que seria possível, por
meio da ação estatal, evitar o dano.
No exemplo do enunciado, restou comprovado que os deslizamentos de terras não teriam ocorrido se o
Estado não tivesse se omitido, já que a falta do sistema de captação de água é que efetivamente gerou o
dano. Se o sistema estivesse funcionando normalmente, os prejuízos não teriam ocorrido.
Ademais, a responsabilização do Estado por omissão ocorre de acordo com a teoria da culpa do serviço, ou
culpa anônima, também chamada de “faute du servisse”. Logo, o nosso gabarito é a opção C.
b) o evento da natureza somente excluiria a responsabilidade se ele, sozinho, fosse o causador do dano.
Contudo, o enunciado deixou claro que o dano decorreu da falta de sistema de captação de águas pluviais –
ERRADA;
d) a vítima não deu qualquer causa para o dano, motivo pelo qual não pode ter a responsabilidade dividida
==245596==
e) nem sempre a responsabilidade do Estado será objetiva, a exemplo dos casos de omissão genérica, como
previsto na questão – ERRADA.
Gabarito: alternativa C.
10. (FCC – SEFAZ-MA/2016) Maria, cidadã brasileira, estava andando na calçada quando foi atropelada
por um ônibus da concessionária X. Diante disso, é correto afirmar que o Estado responde pelo dano
causado à Maria de forma
a) subjetiva, na medida da culpabilidade de Maria.
b) acessória, uma vez que se trata de pessoa jurídica de direito privado.
c) objetiva, sendo assegurado o direito de regresso contra o responsável pelos danos.
d) objetiva, mas apenas acessória, uma vez que quem praticou o ato foi a concessionária.
e) subjetiva, sendo assegurado o direito de regresso contra o responsável pelos danos.
Comentário:
Deve-se anotar que o conceito de “Estado”, na questão, foi ampliado para o que se estuda quando tratamos
da responsabilidade civil do Estado, envolvendo as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos. Portanto, quem responderá, nesse caso, é a própria concessionária, mas
que foi chamada de “Estado” para fins de responsabilidade civil.
Com efeito, sabe-se que a responsabilidade civil do Estado, por atos comissivos, é objetiva, assegurando-se,
nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição Federal, o direito de regresso contra os agentes causadores do
dano, desde que estes tenham atuado com dolo ou culpa.
a) a responsabilidade é objetiva e, além disso, não há que se falar em culpabilidade de Maria, uma vez que
ela foi a vítima do dano – ERRADA;
b) a responsabilidade acessória é aquela que surge em contratos quando há uma obrigação principal e uma
segunda decorrente desta. Assim, não há que se falar em responsabilidade acessória quando estamos
tratando de responsabilidade civil do Estado, pois estamos tratando de responsabilidade extracontratual –
ERRADA;
c) exato! A responsabilidade é objetiva, sendo assegurado o direito de regresso contra o agente causador. A
questão só não especificou que o direito de regresso somente surge quando houver dolo ou culpa do agente.
Mesmo assim, é a melhor alternativa entre as disponíveis – CORRETA;
d) é justamente a concessionária quem responderá pelo dano, que está atuando representando o Estado no
caso – ERRADA;
Gabarito: alternativa C.
Comentário:
A responsabilidade civil do Estado por atos comissivos (ações) é do tipo objetiva, ao passo que a
responsabilidade civil por omissão, em regra, é do tipo subjetiva.
Ocorre que, em determinadas situações, o Estado tem um dever específico de cuidado de determinadas
pessoas que estão sob sua guarda. Esse tipo de situação é chamado de “Estado como garante”, uma vez que
o Estado tem um dever de garantia das pessoas sob sua guarda. Essa situação ocorre, especialmente, em
relação a detentos ou escolares.
Tratando-se de detento, o STF entende que há um dever geral de cuidado do Estado. Assim, mesmo que
ocorra suicídio do detento ou morte por culpa de terceiros, o Estado será considerado responsável. No
julgamento do RE 841.526, com repercussão geral, o STF firmou a tese que “em caso de inobservância de
seu dever específico de proteção previsto no artigo 5º, inciso XLIX, da Constituição Federal, o Estado é
responsável pela morte de detento”. Complementando, em seu voto, o Ministro Relator, Luiz Fux, asseverou
que “até mesmo em casos de suicídio de presos ocorre a responsabilidade civil do Estado”.
Logo, mesmo que a morte tenha ocorrido em meio a uma rebelião, causada por terceiro, haverá o nexo de
causalidade entre o dever de cuidado do Estado e a morte do detento. Assim, o gabarito é a letra B.
As letras A e C estão incorretas, pois a responsabilidade é objetiva. O erro na letra D é que não se aplica a
teoria do risco integral. Por essa teoria, o Estado é responsável em qualquer caso, não se admitindo qualquer
excludente de responsabilidade.
Por fim, o erro na letra E é que não é preciso comprovar que o falecimento decorreu de conduta de agente
público.
Gabarito: alternativa B.
12. (FCC – TRE RR/2015) João, Prefeito Municipal, dispensou procedimento licitatório e contratou
diretamente a empresa MM para a prestação de serviço público de fornecimento de merenda escolar,
sendo devidamente justificada a situação emergencial da contratação. Comprovou-se, posteriormente,
que houve superfaturamento no mencionado contrato administrativo. Nos termos da Lei no 8.666/93, nos
casos de dispensa, se comprovado superfaturamento, respondem pelo dano causado à Fazenda Pública o
prestador de serviço e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis. A
responsabilidade da empresa MM e de João é
a) objetiva negativa.
b) subsidiária.
c) disjuntiva.
d) solidária.
e) excludente.
Comentário:
De acordo com o art. 25, § 2º, da Lei 8.666/1993, nas hipóteses de inexigibilidade e em qualquer caso de
dispensa de licitação, se comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à
Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de
outras sanções legais cabíveis.
Logo, a responsabilidade pelo dano é solidária, o que significa que ambos serão responsáveis pelo dano até
que o montante devido seja integralmente pago. Explicando: imagine que seja causado um dano de R$ 10
mil e sejam considerados responsáveis um agente público e um fornecedor. O dano não será imediatamente
dividido, ou seja, o agente não ficará devendo R$ 5mil e o fornecedor outros R$ 5 mil. Os dois ficarão devendo
em conjunto os R$ 10 mil. Logo, o simples fato de uma das partes pagar R$ 5 mil não a livrará do débito total,
pois ainda existirá a dívida de R$ 5 mil, que terá que ser paga por um dos dois (ou pelos dois em conjunto).
Se o fornecedor pagar os R$ 10 mil sozinho, somente poderá reclamar a “parte do servidor” em ação
específica, ou seja, terá que mover uma ação para cobrar do agente público a sua “parte”.
A responsabilidade subsidiária é aquela que ocorre quando uma pessoa é responsável por um dano, sendo
que a outra somente responderá no caso de incapacidade da primeira de quitar o débito. Por exemplo: a
União responde subsidiariamente pelos débitos de uma empresa pública federal prestadora de serviço
público que for insolvente, ou seja, apenas se a empresa pública não for capaz de quitar o débito é que a
União poderá arcar com o pagamento.
As demais alternativas tratam de temas não vistos na doutrina ou pouco abordados, com pouca ou nenhuma
relevância para a nossa disciplina. Vou apresentar um breve comentário, apenas para que você tenha ciência,
mas não se preocupe, no direito administrativo, com esses conceitos.
A responsabilidade disjuntiva não costuma ser abordada em direito administrativo, já que é uma matéria do
direito civil. Essa forma ocorre quando existirem vários devedores que se obrigam de forma alternativa no
pagamento da dívida, ou seja, o credor poderá “escolher” de quem ele vai cobrar toda a dívida, exonerando
os demais da responsabilidade.
Também não é comum se adotar a expressão “responsabilidade excludente”, mas ela corresponderia à
responsabilidade disjuntiva, ou seja, quando a escolha de um devedor exoneraria os demais da
responsabilidade.
Gabarito: alternativa D.
13. (FCC – TRT 3/2015) Uma empresa estatal, delegatária de serviço de transporte urbano
intermunicipal, foi acionada judicialmente por sucessores de um suposto passageiro que, no trajeto entre
duas estações, juntou-se a um grupo de clandestinos para a prática de “surf ferroviário”, mas acabou se
acidentando fatalmente. O resultado da ação é de provável
a) procedência, tendo em vista que a responsabilidade das estatais é regida pela teoria do risco integral, de
modo que é prescindível a demonstração de culpa do passageiro.
b) improcedência, tendo em vista que as concessionárias de serviço público não respondem objetivamente,
mas sim subjetivamente, tendo em vista que são submetidas a regime jurídico de direito privado.
c) improcedência, pois a modalidade objetiva de responsabilidade a que se sujeitam as pessoas jurídicas de
direito privado prestadoras de serviço público não afasta a incidência das excludentes de responsabilidade,
tais como a culpa exclusiva da vítima.
d) procedência, mas como não foi comprovada a condição de passageiro da vítima, a ação deve se processar
como responsabilidade subjetiva, cabendo aos sucessores do falecido comprovar que houve culpa dos
agentes da delegatária de serviço público.
e) improcedência, tendo em vista que as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público
respondem objetivamente por danos causados às vítimas, mas, como se trata de norma excepcional, no caso
de falecimento, esse direito não se transfere aos sucessores, que podem apenas deduzir pleito de
responsabilidade subjetiva em face da delegatária.
Comentário:
De acordo com a Constituição Federal, as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos respondem objetivamente pelos danos causados a terceiros por seus
agentes. Essa é a aplicação da denominada teoria do risco administrativo, que admite a presença das causas
excludentes de responsabilidade.
Assim, a responsabilidade do Estado será afastada quando o dano decorrer de: (i) caso fortuito ou força
maior; (ii) culpa exclusiva da vítima; (iii) ato exclusivo de terceiros.
No caso da questão, a responsabilidade da empresa estatal, mesmo sendo prestadora de serviços públicos,
será afastada, uma vez que se trata de culpa exclusiva da vítima. Note: o dano só ocorreu porque o suposto
passageiro agiu negligentemente, praticando o tal “surf ferroviário”, de tal forma que a ação provavelmente
será improcedente (letra C).
a) a teoria do risco integral aplica-se no caso de dano nuclear ou atos de terroristas ou de guerra – ERRADA;
b) a ação provavelmente será improcedente, mas não pelo motivo indicado. A responsabilidade das pessoas
jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos é objetiva – ERRADA;
d) a responsabilidade civil objetiva alcança os usuários e não usuários dos serviços, assim não seria necessário
demonstrar a situação de passageiro nem a culpa do motorista – ERRADA;
e) se fosse o caso de responsabilidade, a norma alcançaria os sucessores, afinal somente eles poderiam
mover tal ação com a morte da vítima – ERRADA.
Gabarito: alternativa C.
14. (FCC – TRT 6/2015) Em face de greve de serventuários da Justiça alguns candidatos à vagas abertas
por uma prestigiada empresa de tecnologia não puderam se submeter ao correspondente processo
seletivo, por não terem logrado obter certidões necessárias para comprovar a inexistência de
antecedentes criminais. A responsabilidade civil do Estado, perante referidos cidadãos,
a) somente se configura em face de condutas comissivas, sendo afastada, dada a sua natureza objetiva,
quando não identificado o agente causador do dano.
b) independe de comprovação de dolo ou culpa do agente, elementos esses que, somente, são requeridos
para fins do direito de regresso do Estado perante o agente.
c) depende da comprovação de dolo ou culpa dos serventuários, não bastando a comprovação do dano e do
nexo de causalidade com ação ou omissão de agente público.
d) é de natureza subjetiva, ensejando o direito de regresso em face dos servidores responsabilizados em
processo administrativo.
e) é de natureza objetiva e independe, portanto, da comprovação do dano, bastando a identificação do nexo
de causalidade.
Comentário:
A responsabilidade civil do Estado encontra a sua base no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, que
fundamenta a responsabilidade objetiva das pessoas jurídicas de direito público e das de direito privado
prestadoras de serviços públicos. Portanto, a responsabilidade civil do Estado independe de dolo ou culpa.
Porém, se o agente causador do dano atuar com dolo ou culpa, será possível que o Estado interponha ação
regressiva para cobrar os valores gastos com a indenização.
Logo, a responsabilidade do Estado é objetiva, mas de seus agentes será subjetiva (dependerá de dolo ou
culpa), motivo pelo qual o gabarito é a letra B.
c) não houve uma omissão genérica (exemplo: falta de limpeza de bueiros), mas sim uma omissão específica
do Estado, que deixou de prestar um serviço público determinado: a emissão das certidões. Nesse caso,
então, não será necessário comprovar dolo ou culpa dos agentes, já que a responsabilidade será objetiva –
ERRADA;
d) mais uma vez, podemos afirmar que a responsabilidade, no caso, é objetiva – ERRADA;
e) para existir o dever de indenizar, é necessário comprovar que houve dano – ERRADA;
Gabarito: alternativa B.
15. (FCC – Manausprev/2015) Uma empresa privada, concessionária de serviço público de distribuição
de gás, está sendo processada em ação de indenização movida por um administrado que se feriu
gravemente ao cair em um bueiro que estava com a tampa deslocada. Pretende o administrado a
responsabilização objetiva da empresa. A decisão de processar a concessionária de serviço público
a) não é coerente com o ordenamento jurídico, que restringe a responsabilidade objetiva ao Estado.
b) possui amparo no ordenamento jurídico, mas a empresa responde sob a modalidade subjetiva, porque
tem personalidade jurídica de direito privado.
c) não possui amparo legal, tendo em vista que se tratou de evento de força-maior, inevitável e imprevisível.
d) não possui amparo no ordenamento jurídico pois deveria ter sido ajuizada em face da concessionária e do
Estado, vez que há solidariedade na responsabilidade.
e) possui amparo no ordenamento jurídico vigente, vez que as concessionárias de serviço público respondem
objetivamente pelos danos que causarem no desempenho de suas atividades.
Comentário:
Dispõe a Constituição Federal que “as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa” (CF, art. 37, § 6º).
Essa é a responsabilidade civil objetiva do Estado, que alcança as pessoas jurídicas de direito privado
prestadoras de serviços públicos, ou seja, aplica-se até mesmo às concessionárias e permissionárias de
serviços públicos.
Com isso, a decisão de processar a concessionária de serviço público possui amparo no ordenamento jurídico
nacional, já que as concessionárias de serviço público respondem de forma objetiva pelos danos que
causarem no desempenho de suas atividades (letra E).
Gabarito: alternativa E.
16. (FCC – TJ PE/2013) Em relação à responsabilidade civil do Estado e dos prestadores de serviços
públicos, a Constituição Federal estabelece a modalidade
a) objetiva de responsabilização para as pessoas jurídicas de direito público, para as de direito privado
prestadoras de serviço público e para seus agentes.
b) objetiva de responsabilização para as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público
e a responsabilidade subjetiva do agente público, que responde em caso de dolo ou culpa.
c) de responsabilidade subjetiva para os agentes públicos e para as pessoas jurídicas de direito privado
prestadoras de serviço público, mantida a responsabilidade subsidiária do Poder Público.
d) de responsabilidade objetiva subsidiária do Poder Público, possibilitando-se o direito de regresso em face
do agente responsável pelo ato causador do dano somente no caso de dolo quando se tratar de delegatário
de serviço público.
e) de responsabilidade objetiva solidária entre as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço
público e seus agentes, quando estes tiverem atuado com dolo.
Comentário:
c) as delegatárias de serviço público (pessoas privadas que prestam serviço público por delegação do Estado
– concessão, permissão ou autorização de serviço público).
Por outro lado, a responsabilização dos agentes causadores do dano é subjetiva, ou seja, depende da
comprovação de dolo ou culpa.
Dessa forma, conclui-se pela correção da alternativa B, uma vez que a responsabilidade civil será objetiva
para as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público e subjetiva para o agente público,
que responde em caso de dolo ou culpa.
c) as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público possuem responsabilidade objetiva.
Com efeito, no caso de delegação, o Poder Público responde de forma subsidiária – ERRADA;
e) a responsabilidade solidária ocorre quando duas ou mais pessoas respondem simultaneamente por um
dano. Não é o que ocorre na responsabilidade civil do Estado. Isso porque a pessoa jurídica de direito privado
prestadora de serviço público é que será responsabilizada. O direito de regresso já é outra ação, que terá o
objetivo de reaver os recursos gastos com a indenização – ERRADA.
Gabarito: alternativa B.
17. (FCC – TRT 6/2012) Durante a execução de serviços de reparo e manutenção nas instalações de gás,
por empresa pública responsável pela prestação do serviço público de fornecimento, houve pequena
explosão, ocasionando o arremesso de peças e materiais pesados a distância significativa, causando danos
materiais a particulares que estavam próximos ao local. Nesse caso, a empresa
a) responde subjetivamente pelos danos causados, cabendo aos particulares a prova de culpa dos agentes
que executavam o serviço para fazer jus à indenização.
b) responde objetivamente pelos danos materiais causados aos particulares, desde que demonstrado o nexo
de causalidade, não sendo necessária a comprovação de culpa dos agentes.
c) responde subjetivamente pelos danos causados, independentemente de prova de culpa dos agentes que
executavam o serviço no momento da explosão.
d) não responde pelos danos causados, devendo os danos serem cobrados diretamente dos agentes
responsáveis pela execução dos serviços.
e) responde objetivamente pelos danos materiais causados aos particulares, desde que demonstrada a culpa
dos agentes responsáveis pela execução do serviço, não sendo necessária demonstração do nexo de
causalidade.
Comentário:
Nos termos do art. 37, §6º, da Constituição Federal, as pessoas jurídicas de direito público, ou privado,
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes de forma objetiva e na
modalidade de risco administrativo. Assim, já podemos excluir as alternativas A, C e D – as duas primeiras
por afirmar que a empresa responderia subjetivamente e a última por dizer que não existe responsabilidade
do Estado.
b) a caracterização de responsabilidade objetiva de risco administrativo exige a presença de (1) dano, (2)
conduta administrativa, e (3) nexo causal. Nesse caso, desde que seja evidenciado o nexo de causalidade
entre o comportamento estatal e o dano sofrido pelo terceiro, não é preciso comprovar a culpa ou dolo do
agente, nem se o serviço foi mal prestado – CORRETO;
e) como acabamos de explanar, o que ocorre nessa alternativa é uma inversão: é necessária a demonstração
de nexo de causalidade, mas não a demonstração da culpa do agente – ERRADO.
Gabarito: alternativa B.
18. (FCC – Pref SP/2012) O Município foi condenado a indenizar particular por danos sofridos em razão
da omissão de socorro em hospital da rede pública municipal. Poderá exercer direito de regresso em face
do servidor envolvido no incidente
a) desde que comprove conduta omissiva ou comissiva dolosa, afastada a responsabilidade no caso de culpa
decorrente do exercício de sua atividade profissional.
b) com base na responsabilidade objetiva do mesmo, bastando a comprovação do nexo de causalidade entre
a atuação do servidor e o dano.
c) apenas se comprovar a inexistência de causas excludentes de responsabilidade, situação em que estará
configurada a responsabilidade objetiva do servidor.
d) independentemente da comprovação de dolo ou culpa, desde que constatado descumprimento de dever
funcional.
e) com base na responsabilidade subjetiva do servidor, condicionada à comprovação de dolo ou culpa.
Comentário:
O direito de regresso, isto é, a possibilidade de mover ação contra o agente que deu causa ao dano, buscando
reaver os valores gastos com a indenização, é possível desde que se comprove dolo ou culpa do agente
causador.
Assim, podemos dizer que a responsabilidade do agente público, por meio de ação de regresso, só será
possível em caso de dolo ou culpa. Portanto, trata-se de uma responsabilidade subjetiva (opção E).
a) a responsabilidade do agente em ação de regresso pode ocorrer tanto em caso de dolo, quanto de culpa–
ERRADA;
c) novamente, o servidor responde, por meio de ação de regresso, de forma subjetiva – ERRADA;
Gabarito: alternativa E.
19. (FCC – TRF 3/2014) Uma concessionária que explora rodovia estadual, no decorrer da execução das
obras de duplicação de determinado trecho, não executou adequadamente as contenções das encostas.
Durante uma tempestade ocorrida alguns dias após o início das obras, houve deslizamento de grande
quantidade de terra de uma encosta, possibilitando a ocorrência de acidentes entre os veículos que
trafegavam pelo local no momento. Diante dessa narrativa e levando em conta o disposto na Constituição
Federal,
a) está-se diante de força maior, excludente de responsabilidade, tanto para a concessionária de serviço
público, quanto para os motoristas envolvidos nos acidentes.
b) a concessionária estadual responde, objetivamente, pelos danos causados, comprovado o nexo de
causalidade com o ato dos representantes daquela empresa, que não executaram adequadamente as obras
necessárias para evitar o incorrido.
c) a concessionária estadual responde, civilmente, pelos acidentes ocorridos, desde que reste demonstrada
a culpa de, pelo menos, um de seus funcionários que atuavam nas obras de duplicação.
d) o Estado responde, objetivamente, pelos danos causados, na qualidade de titular do serviço que era
prestado pela concessionária, esta que não pode ser responsabilizada diretamente, apenas pela via
regressiva.
e) o Estado responde, objetivamente, pelos danos causados pela tempestade, tendo em vista que o poder
público responde, direta e integralmente, pelos atos de suas concessionárias de serviço público, inclusive em
razão da ocorrência de força-maior.
Comentário:
Esse é daquele tipo de questão que deve ter gerado muita reclamação. A responsabilidade civil das
prestadoras de serviços públicos é objetiva. Entretanto, no caso de omissão, a responsabilidade
extracontratual do Estado é subjetiva. Assim, muitos candidatos consideraram a letra B como errada,
considerando que ocorreu uma omissão da concessionária.
Todavia, analisando a opção com mais calma, é possível perceber que o texto diz que a obra não foi
executada adequadamente, ou seja, trata-se de uma conduta: “má execução da obra”. Nessa linha, nosso
gabarito é a alternativa B, pois a concessionária estadual responde, objetivamente, pelos danos causados,
desde que seja comprovado o nexo de causalidade com o ato dos representantes daquela empresa, que não
executaram adequadamente as obras necessárias para evitar o incorrido.
a) não se pode dizer que ocorreu força maior, pois o enunciado não menciona que a tempestade era
imprevisível ou que seus danos eram inevitáveis. Vale mencionar, o caso fortuito ou a força maior só se
configuram como excludentes de responsabilidade quando o dano era inevitável e imprevisível – ERRADA;
c) a concessionário poderá responder independentemente de dolo ou culpa de seus agentes, bastando que
seja demonstrado o nexo de causalidade da má execução da obra com o dano sofrido – ERRADA;
Gabarito: alternativa B.
20. (FCC – TRF 3/2014) As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
serviços públicos, quanto à responsabilidade por danos causados a terceiro,
a) apenas responderão pelos danos que seus agentes causarem se houver prova de dolo.
b) responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem, independentemente de dolo ou
culpa.
c) apenas responderão pelos danos que seus agentes causarem em caso de culpa.
d) não responderão pelos danos causados por seus agentes.
e) responderão pelos danos causados, desde que seus agentes tenham sido condenados em ação anterior
ao ressarcimento.
Comentário:
Assim, as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos, quanto
à responsabilidade por danos causados a terceiro, respondem pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem, independentemente de dolo ou culpa (opção B).
a) e c) não é necessário existir dolo ou culpa para o Estado responder objetivamente – ERRADAS;
d) as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos respondem
sim pelo dano causado a terceiros por seus agentes – ERRADA;
e) na verdade ocorre o contrário, primeira elas são responsabilizadas e, depois, se ficar comprovado dolo ou
culpa de seus agentes, poderão impetrar a ação regressiva para obter o ressarcimento – ERRADA.
Gabarito: alternativa B.
21. (FCC – TRT 11/2012) Segundo tendência jurisprudencial mais recente no Supremo Tribunal Federal,
a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é
a) objetiva relativamente a terceiros usuários, e não existe em relação a não usuários do serviço.
b) subjetiva relativamente a terceiros usuários, e não existe em relação a não usuários do serviço.
c) subjetiva relativamente a terceiros usuários, e objetiva em relação a não usuários do serviço.
d) objetiva relativamente a terceiros usuários, e subjetiva em relação a não usuários do serviço.
e) objetiva relativamente a terceiros usuários e não usuários do serviço.
Comentário:
O recente posicionamento do STF é de que a responsabilidade objetiva das pessoas jurídicas de direito
privado prestadoras de serviço público alcança os usuários e os não usuários do serviço1. Nesse sentido, vale
transcrever parte da ementa do RE 591.874/MS2:
I - A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público
é objetiva relativamente a terceiros usuários e não-usuários do serviço, segundo decorre do art.
37, § 6º, da Constituição Federal. II - A inequívoca presença do nexo de causalidade entre o ato
administrativo e o dano causado ao terceiro não-usuário do serviço público, é condição suficiente
para estabelecer a responsabilidade objetiva da pessoa jurídica de direito privado.
O exemplo clássico é de um homem andando de bicicleta e que foi atropelado por um ônibus de uma
prestadora de serviço de transporte público intermunicipal. Nesse caso, mesmo que o dono da bicicleta não
seja usuário do serviço, a responsabilidade civil da empresa será objetiva.
Portanto, nosso gabarito é a opção E (objetiva relativamente a terceiros usuários e não usuários do serviço).
Gabarito: alternativa E.
22. (FCC – Pref Recife/2014) Um motorista de ônibus de uma empresa privada de transporte coletivo
municipal, ao fazer uma curva mais acentuada em determinado ponto de seu itinerário, colidiu com
veículo estacionado na via pública em local e horário permitidos, ocasionando perda total neste veículo.
No presente caso, consoante o mais recente posicionamento do STF,
1
No RE 262.651-SP, 2ª Turma, o STF havia entendido que a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado
prestadoras de serviço público alcançava somente os usuários do serviço, não se estendendo a outras pessoas que não
ostentassem a condição de usuário. Todavia, esse entendimento foi superado. No RE 459.749/PE, Pleno, o voto do Ministro Relator
Joaquim Barbosa acenou para mudança desse entendimento, aplicando a responsabilidade objetiva também aos não usuários do
serviço. Todavia, esse RE foi arquivado sem julgamento conclusivo, em decorrência de acordo entre as partes. Posteriormente, no
RE 591.874/MS, o STF superou definitivamente o entendimento anterior, comprovando que a responsabilidade civil das pessoas
jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva relativamente a terceiros usuários e não usuários do serviço.
2
RE 591.874/MS.
a) não responderão objetivamente o Município, nem a empresa privada, pois se trata de exercício de
atividade econômica lucrativa, situação não albergada pelo tratamento especial da responsabilidade civil do
Estado.
b) responderá o município primária e objetivamente pelos danos causados no veículo estacionado, em razão
do serviço público prestado ser de titularidade do Município.
c) responderá a empresa privada, direta e objetivamente, seja por se tratar de concessionária de serviço
público, seja em razão do risco inerente à sua atividade.
d) responderá a empresa privada objetivamente, com direito de regresso contra o Município, titular do ser
viço público prestado.
e) não responderão objetivamente o Município, nem a empresa privada, pois o proprietário do veículo
estacionado não é usuário direto do serviço público prestado.
Comentário:
Agora ficou muito fácil, pois este é o exemplo que apresentamos na questão acima. Além disso, é exatamente
este o caso que foi discutido no RE 591.874/MS. Neste julgado do STF, foi negado um recurso sobre o
seguinte julgamento:
As demais opções falam sobre a responsabilidade do município, que, na verdade, só ocorreria de forma
subsidiária, ou seja, quando a empresa não possuísse a capacidade de arcar com a indenização. Assim, a
responsabilidade do município, no caso de concessão, só poderia ocorrer de forma indireta.
Gabarito: alternativa C.
23. (FCC – SEFAZ RJ/2014) Em matéria de responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado
prestadoras de serviço público, nos termos do art. 37, § 6o, da Constituição Federal, a jurisprudência mais
recente do Supremo Tribunal Federal alterou entendimento anterior, de modo a considerar que se trate
de responsabilidade
Comentário:
Essa é para consolidar este tópico. A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado
prestadoras de serviços públicos é objetiva em relação aos usuários e a terceiros não usuários (opção E).
Gabarito: alternativa E.
24. (FCC – TRT 1/2013) O motorista de um automóvel de passeio trafegava na contra-mão de direção
de uma avenida quando colidiu com uma ambulância estadual que transitava na mão regular da via, em
alta velocidade porque acionada a atender uma ocorrência. A responsabilidade civil do acidente deve ser
imputada
a) ao civil que conduzia o veículo e invadiu a contramão, dando causa ao acidente, não havendo nexo de
causalidade para ensejar a responsabilidade do Estado.
b) ao Estado, uma vez que um veículo estadual (ambulância) estava envolvido no acidente, o que enseja a
responsabilidade objetiva.
c) ao Estado, sob a modalidade subjetiva, devendo ser comprovada a culpa do motorista da ambulância.
d) tanto ao civil quanto ao Estado, sob a responsabilidade subjetiva, em razão de culpa concorrente.
e) ao civil que conduzia o veículo, que responde sob a modalidade objetiva no que concerne aos danos
apurados na viatura estadual.
Comentário:
Trata-se de uma questão bem interessante. Existem as chamadas excludentes de responsabilidade civil do
Estado, são elas: (a) caso fortuito ou força maior; (b) culpa exclusiva da vítima; (c) ato exclusivo de terceiro.
Na situação em contexto, a ambulância trafegava regularmente em sua via. Além disso, não ocorreu
nenhuma irregularidade por parte do Estado, uma vez que é lícito trafegar em alta velocidade em uma via
para atender uma ocorrência. Assim, podemos perceber que não há nexo de causalidade na conduta do
Estado, pois a culpa é exclusiva da vítima que trafegava na contramão. Portanto, nosso gabarito é a opção
A.
b) não se pode falar em responsabilidade objetiva, pois a culpa foi exclusiva da vítima – ERRADO;
c) a responsabilidade civil do Estado por suas ações é objetiva, porém, no caso, não há nexo de causalidade,
pois a culpa foi exclusiva do motorista que sofreu o dano – ERRADO;
d) a culpa não é concorrente (das duas partes), mas sim exclusiva do particular – ERRADO;
e) no caso, a responsabilidade é do particular, mas será subjetiva, ou seja, o Estado deverá comprovar a culpa
exclusiva do motorista que sofreu os danos – ERRADO.
Gabarito: alternativa A.
25. (FCC – DPE RS/2013) A responsabilidade civil do Estado, quando na modalidade objetiva, dispensa
a comprovação de um elemento formador do liame de responsabilidade e exige a presença de outro, quais
sejam:
a) nexo de causalidade e força maior.
b) culpa e nexo de causalidade.
c) culpa e força maior.
d) nexo de causalidade e dano.
e) dano e culpa.
Comentário:
A questão exige que seja marcada a opção que possui um elemento dispensável na comprovação da
responsabilidade objetivo e outro elemento que deve ser comprovado.
Em primeiro lugar, sabemos que a reponsabilidade civil objetiva dispensa a comprovação de dolo ou culpa.
Por outro lado, é necessário que seja demonstrado o nexo de causalidade entre a conduta e o dano sofrido,
ou seja, a pessoa que deseja receber a indenização deve comprovar a relação entre a conduta do Estado e o
dano por ele suportado.
Gabarito: alternativa B.
Bons estudos.
HERBERT ALMEIDA.
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1. (FUMARC – CEMIG MG/2018) Acerca dos empregados ocupantes de empregos públicos em uma
sociedade de economia mista, é CORRETO supor que
a) não teriam tais agentes fundamentos doutrinários e jurisprudenciais para questionar a validade de ato
punitivo da empregadora proferido sem direito à prévia defesa.
b) o foro competente para dirimir litígios advindos da relação de trabalho será a Justiça Comum Estadual.
c) seu vínculo poderá ser modificado unilateralmente pela pessoa jurídica, transformando-se o vínculo
contratual em estatutário, uma vez que essa possui a faculdade de decidir seu regime de pessoal.
d) sua responsabilidade por danos causados a terceiros no exercício de suas funções funda-se na culpa e
deve ser decidida em ação de regresso.
4. (Funcab – PC PA/2016) Com relação à responsabilidade civil do Estado e abuso do poder, bem
como ao enriquecimento ilícito, julgue os itens a seguir, marcando apenas a opção correta.
a) A responsabilidade civil do Estado é sempre de natureza contratual, uma vez que há entre o Estado e o
cidadão um verdadeiro contrato social, pacto este implícito que deve ser cumprido por ambas as partes.
b) A teoria do risco administrativo responsabiliza o ente público de forma objetiva pelos danos causados
por seus agentes a terceiros de forma comissiva. Esta teoria admite causas de exclusão da responsabilidade,
entre elas a culpa exclusiva da vítima.
c) A responsabilidade civil do Estado será subjetiva em casos de omissão, adotando o ordenamento jurídico,
nestes casos, a teoria civilista, restando necessário a comprovação de dolo ou culpa do servidor que se
omitiu no caso específico.
d) A teoria do risco integral foi adotada pela Constituição Federal de 1988, porém em casos específicos,
como os danos decorrentes de atividade nuclear ou danos ao meio ambiente. Tal posição é pacífica na
doutrina, havendo causas de exclusão da responsabilidade estatal, como o caso fortuito e a força maior.
e) A teoria adotada na Constituição Federal Brasileira, notadamente no artigo 37, §6°, é a teoria do risco
suscitado ou risco criado, em que o Estado por seus atos comissivos cria o risco de dano com suas
atividades, não admitindo causa de exclusão desta responsabilidade.
5. (Funcab – Prefeitura de Santa Maria de Jetibá - ES/2016) Quanto aos assaltos à mão armada no
interior de ônibus, os precedentes do STJ acabam por afastar a responsabilidade civil do Estado, sob o
entendimento de que:
a) há na hipótese responsabilidade objetiva pelo risco integral.
b) inexiste, na hipótese, circunstância excludente do nexo causal.
c) há fortuito externo, excludente do nexo causal.
d) inexiste responsabilidade civil do Estado em caso de omissão.
e) há na hipótese culpa concorrente, excludente do nexo causal.
7. (Funcab – ANS/2016) No que se refere à responsabilidade civil do Estado, é correto afirmar que:
a) a absolvição na esfera criminal, por qualquer motivo, de um agente público faz com que não haja
responsabilidade civil por parte do Estado, já que ambas as esferas são vinculadas.
b) o prazo prescricional para a reparação dos danos causados pelo Estado é de 5 anos, conforme o Código
Civil Brasileiro de 2002.
c) caso o particular venha a sofrer dano por parte do Estado, são cumuláveis as indenizações por dano
material e dano moral oriundos desse mesmo fato.
d) não há previsão constitucional quanto à responsabilidade civil do Estado por atos jurisdicionais.
e) somente as pessoas jurídicas de direito público responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo
ou culpa.
8. (Funcab – ENDAGRO SE/2014) Roberval Pereira e sua mulher, estavam em sua moto transitando
na Rodovia Federal BR 235, em Sergipe, com destino a Itabaiana, quando foram surpreendidos com um
cavalo morto na pista, que provocou um acidente fatal para sua esposa. Diante do episódio, Roberval
entra com ação de indenização por danos morais em face do Departamento Nacional de Infraestrutura e
Transportes – DNIT – autarquia federal e da União, visando a responsabilização do Estado. Com base
neste fato, marque a resposta correta com relação à responsabilidade civil do Estado.
a) A responsabilidade civil do Estado, por omissão, é reconhecida, com lastro na teoria objetiva com base
em julgados do STF com relação ao tema de acidentes de trânsito em estradas envolvendo animais.
b) Segundo STF, a questão deve ser analisada com base na responsabilidade objetiva ou subjetiva, nos casos
de omissão, já que é matéria de legislação constitucional – o que leva à conclusão de que o tribunal estaria
entendendo, majoritariamente, ser a omissão do Poder Público atingida pelo art. 37, §6º, da CF/88.
c) A responsabilidade civil da Administração por omissão é subjetiva, impondo-se a comprovação da culpa.
d) A delegatária do serviço público de estradas onde ocorreu o acidente, por força de animal morto na
pista, não estabelece relação de consumo com seus usuários, e por isso não está subordinada ao Código de
Defesa do Consumidor.
e) A responsabilidade civil do Estado é objetiva por danos causados por colisão de veículo com animal na
pista, com fundamento na ausência de cuidado e vigilância ou pelas mesmas serem insuficientes e, por isso,
a prestação do serviço se apresenta inadequada e insegura.
9. (UECE-CEV – DER CE/2016) No que diz respeito à previsão constitucional da responsabilidade civil
da Administração Pública, assinale a afirmação correta.
a) Somente as pessoas jurídicas de direito público responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo
ou culpa.
b) Somente as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
==245596==
10. (Fepese – SJC SC/2016) Assinale a alternativa correta sobre a responsabilidade civil do Estado.
a) A demonstração da culpa exclusiva da vítima para a ocorrência do evento danoso não exclui a
responsabilidade civil do Estado.
b) A responsabilidade civil do Estado somente restará caracterizada quando a vítima demonstrar que o
dano é decorrente da omissão ou da falta de prestação de um serviço público.
c) Independentemente de culpa ou dolo, o Estado deverá propor ação regressiva contra o agente público
causador do dano a terceiro.
d) O servidor público não poderá ser responsabilizado pessoalmente pela prática de atos que causem danos
a terceiros.
e) O Estado não será responsabilizado civilmente quando um agente público praticar ato ilícito contra
terceiro fora do exercício de suas atribuições.
11. (Fepese – Prefeitura de Palhoça - SC/2014) Assinale a alternativa correta em matéria de direito
administrativo.
a) O Estado possui direito de regresso contra o agente causador do dano, quando este tenha agido com
dolo ou culpa.
b) Em decorrência das prerrogativas originárias dos princípios da supremacia e da indisponibilidade do
interesse público, o Estado não poderá responder civilmente por atos de seus prepostos.
c) O risco assumido pelo Estado no desenvolvimento de suas atividades, típicas e atípicas, torna a sua
responsabilidade civil sempre objetiva.
d) A falta do serviço, o mau funcionamento ou o seu retardamento são elementos necessários para o
reconhecimento da culpa a ensejar a responsabilidade civil do Estado.
e) Na ação de regresso, a responsabilidade do agente responsável pelo dano é objetiva, devendo apenas o
Estado comprovar a relação de causalidade entre a conduta, dolosa ou culposa, e o dano perpetrado.
12. (Fepese – MPE SC/2014) A Responsabilidade Civil do Estado quanto aos atos comissivos:
a) Toma por base a culpa presumida.
b) Não admite excludentes de imputação e nem de causalidade
c) Faculta o direito de regresso por parte do Estado.
d) Toma por base a teoria da responsabilidade objetiva.
e) Prescinde da comprovação do nexo causal já que tem por base a teoria do risco integral.
14. (Fepese – SJC SC/2013) Em relação à responsabilidade civil do Estado, a morte de detento, dentro
do estabelecimento prisional, em razão de má conduta de servidor público, acarretará:
1. A exclusão da responsabilidade do Estado, uma vez que ele não pode ser responsabilizado por atos de
seus agentes.
2. A responsabilização civil do Estado é objetiva, pois independe de culpa.
3. Ação de regresso contra o servidor faltoso, pelos danos causados ao Erário.
4. Necessidade de prova da conduta comissiva do agente público.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
a) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3.
b) São corretas apenas as afirmativas 1 e 4.
c) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
d) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
e) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
15. (Fepese – SJC SC/2013) Assinale a alternativa correta em relação à responsabilidade civil do
Estado.
a) O Estado não poderá ser responsabilizado por atos decorrentes de seus agentes.
b) O agente público causador do dano não poderá ser demandado em via de regresso pelo Estado.
c) O Estado sempre responderá pelos danos causados aos administrados.
d) O Estado, juntamente com o servidor causador do dano, arcará, na proporção de cinquenta por cento
cada um, pelos prejuízos decorrentes de sua atuação.
e) A culpa exclusiva da vítima exclui a responsabilidade do Estado.
17. (Fepese – DPE SC/2012) Acerca da responsabilidade civil do Estado, é correto afirmar:
a) Em relação às leis de efeitos concretos, incide a responsabilidade civil objetiva do Estado.
b) Prescreve em cinco anos o direito de obter indenização pelos danos causados por agentes das pessoas
jurídicas de direito público e em dez anos por agentes das pessoas jurídicas prestadoras de serviços
públicos.
c) O Estado não indenizará o condenado por erro judiciário, salvo quando ficar preso além do tempo fixado
na sentença.
d) Até o advento da Constituição Federal de 1988, adotava-se no direito brasileiro a teoria da
irresponsabilidade civil do Estado.
e) No direito brasileiro estão compreendidas duas regras: a responsabilidade subjetiva do Estado e a
irresponsabilidade do agente público.
1. D 11. A
2. A 12. D
3. E 13. E
4. B 14. C
5. C 15. E
6. D 16. B
7. C 17. A
8. E 18. A
9. C
10. E
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª Ed. Rio de Janeiro:
Método, 2011.
ARAGÃO, Alexandre Santos de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2012.
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 31ª Ed. São Paulo: Malheiros, 2014.
BARCHET, Gustavo. Direito Administrativo: teoria e questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
MEIRELLES, H.L.; ALEIXO, D.B.; BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39ª Ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2013.
a) não encontra acolhida no Judiciário, tendo em vista que não se trata de ato praticado por agente público,
mas sim por terceiros, também internos.
b) depende da demonstração de dolo dos agentes públicos, tendo em vista que a modalidade omissiva
demanda comprovação da intenção dos agentes públicos.
c) pode ensejar a responsabilização da fundação tanto pela omissão dos agentes na fiscalização da entrada,
que não obstaram o acesso das substâncias ao universo dos jovens, quanto pelo dever de garantir a
incolumidade dos custodiados.
d) depende de prévia apuração de responsabilidade para constatação da forma e dos responsáveis pelas
condutas ensejadoras dos resultados indesejados descritos.
e) procede, tendo em vista que a responsabilidade dos entes públicos é objetiva, sequer demandando prova
dos danos ocorridos.
6. (FCC – TRT 11ª Região (AM e RR)/2017) Em movimentada rua da cidade de Manaus, em que
existem diversas casas comerciais, formou-se um agrupamento de pessoas com mostras de hostilidade.
Em razão disso, um dos comerciantes da rua, entrou em contato com os órgãos públicos de segurança
responsáveis, comunicando o fato. Embora os órgãos de segurança tenham sido avisados a tempo, seus
agentes não compareceram ao local, ocorrendo atos predatórios causados pelos delinquentes, o que gerou
inúmeros danos aos particulares. A propósito do tema, é correto afirmar que
a) os danos causados por multidões insere-se na categoria de fatos imprevisíveis, não havendo
responsabilidade estatal.
b) se trata de danos causados por terceiros, causa excludente da responsabilidade estatal.
c) o Estado arcará integralmente com os danos causados, haja vista tratar-se de hipótese de responsabilidade
subjetiva.
d) o Estado responderá pelos danos, haja vista sua conduta omissiva culposa, no entanto, a indenização será
proporcional à participação omissiva do Estado no resultado danoso.
e) o Estado responderá integralmente pelos danos causados, em razão de sua responsabilidade objetiva e a
aplicação da teoria do risco integral.
7. (FCC – TRE SP/2017) O Estado, tal qual os particulares, pode responder pelos danos causados a
terceiros. A responsabilidade extracontratual para pessoas jurídicas de direito público, prevista na
Constituição Federal, no entanto,
a) dá-se sob a modalidade subjetiva para os casos de omissão de agentes públicos e de prática de atos lícitos,
quando causarem danos a terceiros.
b) não se estende a pessoas jurídicas de direito privado, ainda que integrantes da Administração indireta,
que se submetem exclusivamente à legislação civil.
c) exige a demonstração pelos demandados, de inexistência de culpa do agente público, o que afastaria, em
consequência o nexo de causalidade entre os danos e a atuação daqueles.
d) tem lugar pela prática de atos lícitos e ilícitos por agentes públicos, admitindo, quando o caso, excludentes
de responsabilidade, que afastam o nexo causal entre a atuação do agente público e os danos sofridos.
e) somente tem lugar com a comprovação de danos concretos pelo demandante, o que obriga,
necessariamente, a incidência da modalidade subjetiva.
8. (FCC – TRF 3/2016) Janaina inscreveu-se em concurso público para determinado Tribunal. Os
vencimentos iniciais eram bastante significativos, o que atraiu grande número de inscritos, sendo que não
havia muitos cargos vagos para provimento. Após a divulgação do resultado da 1a fase, diversos
candidatos iniciaram discussões individualizadas, inclusive judiciais, sobre o gabarito, o que alongou por
quase 06 meses a convocação para 2a fase, para a qual Janaina já estava aprovada desde a primeira lista.
Realizou-se a segunda fase e novo ciclo de discussões foi iniciado, dessa vez para questionar também as
avaliações impostas após a prova oral. Considerando que o número de candidatos da fase seguinte
guardava proporcionalidade com número certo de aprovados da fase anterior, a Administração pública
aguardava o tanto quanto possível a definitividade das decisões judiciais que impactassem na
continuidade do certame. Passados quase dois anos entre o início do concurso e sua conclusão, Janaina,
finalmente aprovada e empossada, ajuizou ação judicial para pleitear indenização em face do Poder
público pela excessiva demora na realização do certame, baseando-se no valor dos vencimentos previstos
para o cargo. Essa medida
a) é pertinente com o disposto na Constituição Federal, que prevê a responsabilidade objetiva do Estado
pela prática de atos ilícitos, tendo em vista que a não nomeação de Janaina se consubstancia em ato
administrativo eivado de vício de legalidade.
b) não possui perspectiva de procedência, tendo em vista que a submissão do concurso ao edital que o
disciplina não impede a possibilidade de questionamentos por parte dos candidatos, inexistindo direito
consolidado à aprovação, ainda que não tenha havido qualquer irresignação por parte da candidata em
questão.
c) é improcedente, tendo em vista que somente se poderia cogitar do direito à indenização antes da
aprovação e da posse da candidata, após o que fica sanada a ilicitude do ato que motivava a
responsabilização.
d) é procedente, tendo em vista que qualquer ato do Poder público pode gerar direito à indenização em
razão de responsabilidade objetiva, seja ele lícito ou ilícito, cabendo ao prejudicado pleitear a indenização
que, no caso, deve equivaler ao valor dos vencimentos a que faria jus quando nomeado.
e) depende de comprovação de culpa por parte do Poder público, tendo em vista que diante da imputação
de indenização pela prática de atos lícitos, impera a modalidade subjetiva de responsabilidade civil.
10. (FCC – SEFAZ-MA/2016) Maria, cidadã brasileira, estava andando na calçada quando foi atropelada
por um ônibus da concessionária X. Diante disso, é correto afirmar que o Estado responde pelo dano
causado à Maria de forma
a) subjetiva, na medida da culpabilidade de Maria.
b) acessória, uma vez que se trata de pessoa jurídica de direito privado.
c) objetiva, sendo assegurado o direito de regresso contra o responsável pelos danos.
d) objetiva, mas apenas acessória, uma vez que quem praticou o ato foi a concessionária.
e) subjetiva, sendo assegurado o direito de regresso contra o responsável pelos danos.
12. (FCC – TRE RR/2015) João, Prefeito Municipal, dispensou procedimento licitatório e contratou
diretamente a empresa MM para a prestação de serviço público de fornecimento de merenda escolar,
sendo devidamente justificada a situação emergencial da contratação. Comprovou-se, posteriormente,
que houve superfaturamento no mencionado contrato administrativo. Nos termos da Lei no 8.666/93, nos
casos de dispensa, se comprovado superfaturamento, respondem pelo dano causado à Fazenda Pública o
prestador de serviço e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis. A
responsabilidade da empresa MM e de João é
a) objetiva negativa.
b) subsidiária.
c) disjuntiva.
d) solidária.
e) excludente.
13. (FCC – TRT 3/2015) Uma empresa estatal, delegatária de serviço de transporte urbano
intermunicipal, foi acionada judicialmente por sucessores de um suposto passageiro que, no trajeto entre
duas estações, juntou-se a um grupo de clandestinos para a prática de “surf ferroviário”, mas acabou se
acidentando fatalmente. O resultado da ação é de provável
a) procedência, tendo em vista que a responsabilidade das estatais é regida pela teoria do risco integral, de
modo que é prescindível a demonstração de culpa do passageiro.
b) improcedência, tendo em vista que as concessionárias de serviço público não respondem objetivamente,
mas sim subjetivamente, tendo em vista que são submetidas a regime jurídico de direito privado.
c) improcedência, pois a modalidade objetiva de responsabilidade a que se sujeitam as pessoas jurídicas de
direito privado prestadoras de serviço público não afasta a incidência das excludentes de responsabilidade,
tais como a culpa exclusiva da vítima.
d) procedência, mas como não foi comprovada a condição de passageiro da vítima, a ação deve se processar
como responsabilidade subjetiva, cabendo aos sucessores do falecido comprovar que houve culpa dos
agentes da delegatária de serviço público.
e) improcedência, tendo em vista que as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público
respondem objetivamente por danos causados às vítimas, mas, como se trata de norma excepcional, no caso
de falecimento, esse direito não se transfere aos sucessores, que podem apenas deduzir pleito de
responsabilidade subjetiva em face da delegatária.
14. (FCC – TRT 6/2015) Em face de greve de serventuários da Justiça alguns candidatos à vagas abertas
por uma prestigiada empresa de tecnologia não puderam se submeter ao correspondente processo
seletivo, por não terem logrado obter certidões necessárias para comprovar a inexistência de
antecedentes criminais. A responsabilidade civil do Estado, perante referidos cidadãos,
a) somente se configura em face de condutas comissivas, sendo afastada, dada a sua natureza objetiva,
quando não identificado o agente causador do dano.
b) independe de comprovação de dolo ou culpa do agente, elementos esses que, somente, são requeridos
para fins do direito de regresso do Estado perante o agente.
c) depende da comprovação de dolo ou culpa dos serventuários, não bastando a comprovação do dano e do
nexo de causalidade com ação ou omissão de agente público.
d) é de natureza subjetiva, ensejando o direito de regresso em face dos servidores responsabilizados em
processo administrativo.
e) é de natureza objetiva e independe, portanto, da comprovação do dano, bastando a identificação do nexo
de causalidade.
15. (FCC – Manausprev/2015) Uma empresa privada, concessionária de serviço público de distribuição
de gás, está sendo processada em ação de indenização movida por um administrado que se feriu
gravemente ao cair em um bueiro que estava com a tampa deslocada. Pretende o administrado a
responsabilização objetiva da empresa. A decisão de processar a concessionária de serviço público
a) não é coerente com o ordenamento jurídico, que restringe a responsabilidade objetiva ao Estado.
b) possui amparo no ordenamento jurídico, mas a empresa responde sob a modalidade subjetiva, porque
tem personalidade jurídica de direito privado.
c) não possui amparo legal, tendo em vista que se tratou de evento de força-maior, inevitável e imprevisível.
d) não possui amparo no ordenamento jurídico pois deveria ter sido ajuizada em face da concessionária e do
Estado, vez que há solidariedade na responsabilidade.
e) possui amparo no ordenamento jurídico vigente, vez que as concessionárias de serviço público respondem
objetivamente pelos danos que causarem no desempenho de suas atividades.
16. (FCC – TJ PE/2013) Em relação à responsabilidade civil do Estado e dos prestadores de serviços
públicos, a Constituição Federal estabelece a modalidade
a) objetiva de responsabilização para as pessoas jurídicas de direito público, para as de direito privado
prestadoras de serviço público e para seus agentes.
b) objetiva de responsabilização para as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público
e a responsabilidade subjetiva do agente público, que responde em caso de dolo ou culpa.
c) de responsabilidade subjetiva para os agentes públicos e para as pessoas jurídicas de direito privado
prestadoras de serviço público, mantida a responsabilidade subsidiária do Poder Público.
d) de responsabilidade objetiva subsidiária do Poder Público, possibilitando-se o direito de regresso em face
do agente responsável pelo ato causador do dano somente no caso de dolo quando se tratar de delegatário
==245596==
de serviço público.
e) de responsabilidade objetiva solidária entre as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço
público e seus agentes, quando estes tiverem atuado com dolo.
17. (FCC – TRT 6/2012) Durante a execução de serviços de reparo e manutenção nas instalações de gás,
por empresa pública responsável pela prestação do serviço público de fornecimento, houve pequena
explosão, ocasionando o arremesso de peças e materiais pesados a distância significativa, causando danos
materiais a particulares que estavam próximos ao local. Nesse caso, a empresa
a) responde subjetivamente pelos danos causados, cabendo aos particulares a prova de culpa dos agentes
que executavam o serviço para fazer jus à indenização.
b) responde objetivamente pelos danos materiais causados aos particulares, desde que demonstrado o nexo
de causalidade, não sendo necessária a comprovação de culpa dos agentes.
c) responde subjetivamente pelos danos causados, independentemente de prova de culpa dos agentes que
executavam o serviço no momento da explosão.
d) não responde pelos danos causados, devendo os danos serem cobrados diretamente dos agentes
responsáveis pela execução dos serviços.
e) responde objetivamente pelos danos materiais causados aos particulares, desde que demonstrada a culpa
dos agentes responsáveis pela execução do serviço, não sendo necessária demonstração do nexo de
causalidade.
18. (FCC – Pref SP/2012) O Município foi condenado a indenizar particular por danos sofridos em razão
da omissão de socorro em hospital da rede pública municipal. Poderá exercer direito de regresso em face
do servidor envolvido no incidente
a) desde que comprove conduta omissiva ou comissiva dolosa, afastada a responsabilidade no caso de culpa
decorrente do exercício de sua atividade profissional.
b) com base na responsabilidade objetiva do mesmo, bastando a comprovação do nexo de causalidade entre
a atuação do servidor e o dano.
c) apenas se comprovar a inexistência de causas excludentes de responsabilidade, situação em que estará
configurada a responsabilidade objetiva do servidor.
19. (FCC – TRF 3/2014) Uma concessionária que explora rodovia estadual, no decorrer da execução das
obras de duplicação de determinado trecho, não executou adequadamente as contenções das encostas.
Durante uma tempestade ocorrida alguns dias após o início das obras, houve deslizamento de grande
quantidade de terra de uma encosta, possibilitando a ocorrência de acidentes entre os veículos que
trafegavam pelo local no momento. Diante dessa narrativa e levando em conta o disposto na Constituição
Federal,
a) está-se diante de força maior, excludente de responsabilidade, tanto para a concessionária de serviço
público, quanto para os motoristas envolvidos nos acidentes.
b) a concessionária estadual responde, objetivamente, pelos danos causados, comprovado o nexo de
causalidade com o ato dos representantes daquela empresa, que não executaram adequadamente as obras
necessárias para evitar o incorrido.
c) a concessionária estadual responde, civilmente, pelos acidentes ocorridos, desde que reste demonstrada
a culpa de, pelo menos, um de seus funcionários que atuavam nas obras de duplicação.
d) o Estado responde, objetivamente, pelos danos causados, na qualidade de titular do serviço que era
prestado pela concessionária, esta que não pode ser responsabilizada diretamente, apenas pela via
regressiva.
e) o Estado responde, objetivamente, pelos danos causados pela tempestade, tendo em vista que o poder
público responde, direta e integralmente, pelos atos de suas concessionárias de serviço público, inclusive em
razão da ocorrência de força-maior.
20. (FCC – TRF 3/2014) As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
serviços públicos, quanto à responsabilidade por danos causados a terceiro,
a) apenas responderão pelos danos que seus agentes causarem se houver prova de dolo.
b) responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem, independentemente de dolo ou
culpa.
c) apenas responderão pelos danos que seus agentes causarem em caso de culpa.
d) não responderão pelos danos causados por seus agentes.
e) responderão pelos danos causados, desde que seus agentes tenham sido condenados em ação anterior
ao ressarcimento.
21. (FCC – TRT 11/2012) Segundo tendência jurisprudencial mais recente no Supremo Tribunal Federal,
a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é
a) objetiva relativamente a terceiros usuários, e não existe em relação a não usuários do serviço.
b) subjetiva relativamente a terceiros usuários, e não existe em relação a não usuários do serviço.
c) subjetiva relativamente a terceiros usuários, e objetiva em relação a não usuários do serviço.
d) objetiva relativamente a terceiros usuários, e subjetiva em relação a não usuários do serviço.
22. (FCC – Pref Recife/2014) Um motorista de ônibus de uma empresa privada de transporte coletivo
municipal, ao fazer uma curva mais acentuada em determinado ponto de seu itinerário, colidiu com
veículo estacionado na via pública em local e horário permitidos, ocasionando perda total neste veículo.
No presente caso, consoante o mais recente posicionamento do STF,
a) não responderão objetivamente o Município, nem a empresa privada, pois se trata de exercício de
atividade econômica lucrativa, situação não albergada pelo tratamento especial da responsabilidade civil do
Estado.
b) responderá o município primária e objetivamente pelos danos causados no veículo estacionado, em razão
do serviço público prestado ser de titularidade do Município.
c) responderá a empresa privada, direta e objetivamente, seja por se tratar de concessionária de serviço
público, seja em razão do risco inerente à sua atividade.
d) responderá a empresa privada objetivamente, com direito de regresso contra o Município, titular do ser
viço público prestado.
e) não responderão objetivamente o Município, nem a empresa privada, pois
o proprietário do veículo estacionado não é usuário direto do serviço público prestado.
23. (FCC – SEFAZ RJ/2014) Em matéria de responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado
prestadoras de serviço público, nos termos do art. 37, § 6o, da Constituição Federal, a jurisprudência mais
recente do Supremo Tribunal Federal alterou entendimento anterior, de modo a considerar que se trate
de responsabilidade
a) subjetiva relativamente a terceiros usuários e a terceiros não usuários do serviço.
b) objetiva relativamente a terceiros usuários, e subjetiva em relação a terceiros não usuários do serviço.
c) subjetiva relativamente a terceiros usuários, e objetiva em relação a terceiros não usuários do serviço.
d) subjetiva, porém decorrente de contrato, relativamente a terceiros usuários, e objetiva em relação a
terceiros não usuários do serviço.
e) objetiva relativamente a terceiros usuários e a terceiros não usuários do serviço.
24. (FCC – TRT 1/2013) O motorista de um automóvel de passeio trafegava na contra-mão de direção
de uma avenida quando colidiu com uma ambulância estadual que transitava na mão regular da via, em
alta velocidade porque acionada a atender uma ocorrência. A responsabilidade civil do acidente deve ser
imputada
a) ao civil que conduzia o veículo e invadiu a contramão, dando causa ao acidente, não havendo nexo de
causalidade para ensejar a responsabilidade do Estado.
b) ao Estado, uma vez que um veículo estadual (ambulância) estava envolvido no acidente, o que enseja a
responsabilidade objetiva.
c) ao Estado, sob a modalidade subjetiva, devendo ser comprovada a culpa do motorista da ambulância.
d) tanto ao civil quanto ao Estado, sob a responsabilidade subjetiva, em razão de culpa concorrente.
e) ao civil que conduzia o veículo, que responde sob a modalidade objetiva no que concerne aos danos
apurados na viatura estadual.
25. (FCC – DPE RS/2013) A responsabilidade civil do Estado, quando na modalidade objetiva, dispensa
a comprovação de um elemento formador do liame de responsabilidade e exige a presença de outro, quais
sejam:
a) nexo de causalidade e força maior.
b) culpa e nexo de causalidade.
c) culpa e força maior.
d) nexo de causalidade e dano.
e) dano e culpa.
1. A 11. B 21. E
2. D 12. D 22. C
3. E 13. C 23. E
4. D 14. B 24. A
5. C 15. E 25. B
6. D 16. B
7. D 17. B
8. B 18. E
9. C 19. B
10. C 20. B
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