CR Emb Declara Nos Emb3.o COSIPA
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Nada obstante, pela simples leitura de tais dispositivos (vide leis impressas em
anexo) verifica-se que nenhum destes confere à COSIPA o direito de propriedade ou posse, ou
seja, não havia, como não há, qualquer sustentáculo jurídico que legitimasse a interposição dos
embargos de terceiro em tela, o que veio a ser reconhecido por este Douto Juízo.
Com efeito, por meio da r. Sentença de fls. 179/180 (ora embargada), este
Douto Juízo rejeitou liminarmente a presente ação de embargos de terceiro, com fulcro no artigo
295, II do CPC, julgando extinto o processo, nos termos do artigo 267, I do CPC, ante a manifesta
ilegitimidade de parte da COSIPA.
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Isto porque o artigo 5.º da Lei 6.435/77 estabelece que as entidades de
previdência privada devam ser constituídas sob a forma de sociedades anônimas, com
personalidades jurídicas próprias (ou seja, autônomas), e o próprio Estatuto da FEMCO assegura,
em seu artigo 10, a autonomia e desvinculação de seu patrimônio que, em última análise, fora
objeto de constrição em razão da ação 024.960.099.604.
Nos termos do artigo 535 do CPC, não há previsão legal de reforma de julgado
unânime em sede de embargos declaratórios, vez que tal recurso possui somente “efeito
integrativo” relativamente ao julgado, restrito à matéria que eventualmente não tenha sido
abordada, o que não ocorreu.
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Processo : 024970105227 - Embargos de Declaração Ap Civel
Órgão Julgador : PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL
Data de Julgamento : 05/12/2000
Data de Leitura : 06/02/2001
Data da Publicação no Diário : Não informado.
Relator : AMIM ABIGUENEM
Vara de Origem : COMARCA DA CAPITAL - JUÍZO DE VITÓRIA
Acórdão:
EMENTA : EMBARGOS DE DECLARAÇÃO-APELAÇÃO CÁVEL - NOVA
DECISÃO- IMPOSSIBILIDADE-OBSCURIDADE OU CONTRADIÇÃO-
NÃO CONFIGURADO - RECURSO NÃO PROVIDO. A
PRETENSAO NESTE MOMENTO É DE QUE OCORRA NOVA
DECISÃO, O QUE NÃO É POSSIVEL PELA VIA ESTREITA DOS
EMBARGOS DE DECLARACAO. É DE SE RESSALTAR QUE O ACORDAO
NAO APRESENTA QUALQUER OBSCURIDADE OU CONTRADIÇÃO QUE
POSSA MACULAR A LOGICA E A CLAREZA DO DECISUM.
ASSIM, SE O ACORDAO CONTEM SUFICIENTE FUNDAMENTO PARA
JUSTIFICAR A CONCLUSAO ADOTADA NA ANALISE DO PONTO EM
LITIGIO, ENTAO OBJETO DA PRETENSAO RECURSAL, NAO CABE
FALAR EM OBSCURIDADE E CONTRADIÇÃO, POSTO QUE A DECISAO
ESTÁ COMPLETA.
Conclusão: A UNANIMIDADE, CONHECER DOS EMBARGOS NEGANDO-
LHES PROVIMENTO.
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Vara de Origem : COMARCA DA CAPITAL - JUÍZO DE VITÓRIA
Acórdão:
EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO E
CONTRADIÇÃO – INEXISTÊNCIA - PRETENSÃO DE MODIFICAÇÃO DO
JULGADO OU ANULAÇÃO DO ACÓRDÃO – REDISCUSSÃO DO MÉRITO DO
RECURSO – INADMISSIBILIDADE – RECURSO IMPROVIDO – MULTA DE
1% SOBRE O VALOR DA CAUSA IMPOSTA À AGRAVANTE, POR ENTENDÊ-
LOS PROTELATÓRIOS.
1. Reiteradamente o STJ tem decidido que os embargos de declaração são recurso de
integração e não de substituição do julgado, daí porque inviável que a embargante
pretenda, por esta via recursal, a anulação do acórdão embargado, sob alegação de
omissão ou contradição inexistentes.
2. Os embargos de declaração não devem se revestir de efeito infringente, quando,
na verdade, o que se pretende é rediscutir a matéria que constituiu o mérito do
recurso de agravo de instrumento e obter a desconstituição do acórdão que lhe foi
desfavorável, acerca da mesma matéria, em duas outras oportunidades.
3. Recurso improvido. Multa de 1% sobre o valor da causa, prevista no art. 538,
parágrafo único, do CPC, por serem estes embargos considerados protelatórios.
Conclusão:
À UNANIMIDADE, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO NOS TERMOS DO
VOTO DO EMINENETE RELATOR.
Em verdade, os argumentos que vêm sendo lançados pela COSIPA, ora por via
de Reclamação contra Magistrado desta r. Vara Cível, ora por meio de embargos de terceiro - no
sentido de que a FEMCO não teria numerário para arcar com os valores relativos às
complementações de aposentadoria dos Autores - não procedem, por uma premissa óbvia: - Os
Autores/embargados estão pleiteando os valores que lhes pertencem, quantias foram entregues à
administração da FEMCO durante anos de trabalho, sob a modalidade de contribuição
previdenciária, mediante o compromisso da FEMCO de lhes dar a contrapartida sob a forma de
complementação de suas respectivas aposentadorias.
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Veja-se que, como os Embargados já estão aposentados, eles já cumpriram com
sua obrigações e condições estabelecidas para a aquisição do direito ao recebimento dos
benefícios ora postulados, nos termos do §1.º do art. 68 da LC 109/01:
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apresentação obrigatória, incluindo as hipóteses utilizadas, que deverão
guardar relação com as características da massa e da atividade
desenvolvida pelo patrocinador ou instituidor.
Da Lei 6.435/77:
Art. 42. Deverão constar dos regulamentos dos planos de benefícios, das
propostas de inscrição e dos certificados dos participantes das entidades
fechadas, dispositivos que indiquem: ...
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caso de liquidação extrajudicial destas, a eles se aplicando, no que
couber, as disposições do Capítulo IV desta Lei.
Da LC 109/01:
Do Dec. 81.240/78:
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No sentir da embargante, a r. sentença teria “desrespeitado comando superior” do
TJES ao condenar a FEMCO, e ainda quando determinou o bloqueio dos R$ 4.600.530,64, correspondente
às parcelas atrasadas1.
Nada obstante, a decisão do MS invocada pela FEMCO não possui o efeito que esta
busca lhe emprestar, sendo de todo inócua no que tange ao julgamento da vertente demanda.
1 - Em 26.04.1996, este Douto juízo concedeu a antecipação dos efeitos da tutela às fls.
184/185, determinando à FEMCO que cumprisse com sua obrigação de pagar a complementação de
aposentadoria aos Autores/aposentados.
7 - Foi interposto o Recurso Ordinário no referido MS perante o STJ, que foi provido
em 24.10.2000 – ficando a análise daquele recurso adstrito à questão processual pertinente ao terceiro,
que se entendeu não estar obrigado a interpor recurso de agravo, podendo desde logo ingressar com
mandado de segurança – tendo sido determinado à Quarta Câmara do TJES que retomasse o julgamento
do mandamus.
8 - Referido mandado de segurança veio a ser analisado pela Quarta Câmara do TJES
somente em 22.04.2002, quando foi concedida a ordem para suspender os efeitos da medida liminar com
relação àquela terceira impetrante (COSIPA), ressaltando o Douto Relator, naquele dispositivo, que não
tinha informação sobre a atual tramitação do feito (na data daquele julgamento), uma vez que o Douto
magistrado singular não teria respondido aos Ofícios enviados.
Decerto os aludidos ofícios não foram respondidos em razão dos inúmeros expedientes
que eram sucessivamente acostados aos autos pela FEMCO, e também porque, a esta altura dos
acontecimentos, o processo fora remetido para a Vara de Falências em razão da decisão de fls.
2.180/2.181 (de 05.05.2000), que veio a ser cumprida em 20.09.2001, conforme despacho de fls. 2.330.
1
Valendo frisar que a ordem de bloqueio não partiu da sentença, mas sim da decisão interlocutória de fls. 2.784,
que foi proferida para dar cumprimento a medida liminar anterior.
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Certamente em razão deste desencontro, a E. Quarta Câmara veio a analisar o mérito
do MS em tela desnecessariamente - ou seja, sem que houvesse interesse processual ou competência para
fazê-lo -, já que, em abril de 2002 (data do julgamento do MS), a liminar de fls. 184/185 já havia sido
confirmada pelo v. acórdão de fls. 1536/1542, proferido em 12.11.1996, pela E. Primeira Câmara Cível,
nos autos do agravo n.º 024.969.000.983 (interposto pela FEMCO).
Como se não bastasse, após a decisão liminar de fls. 184/185, outras várias decisões se
sucederam nos autos - e não foram sequer ventiladas ou abrangidas pelo MS em tela -, tendo destaque a r.
decisão interlocutória de fls. 2.335, de 21.02.2002, proferida pelo MM. Juiz da Vara de Falências, que
determinou a retomada do pagamento das contribuições para os autores, sob pena de multa mensal de
R$1.000,00 por autor.
Referida decisão de fls. 2.335 foi objeto do agravo de instrumento n.º 024.029.002.383
(doc. de fls. 2346/2394), que teve o efeito suspensivo negado pela decisão de fls. 2.428, de 14.03.2002,
proferida pelo Exmo. Des. Arnaldo Santos Souza, e foi posteriormente mantida pela E. Primeira Câmara
Cível que, via de conseqüência, confirmou (mais uma vez) a ordem de pagamento (desta feita sob pena de
multa mensal), ex vi do ofício de fls. 2.514, datado de 26.06.2003.
Registre-se, por oportuno, que somente agora, por oportunidade dos vertentes
embargos declaratórios, a FEMCO se ocupou de noticiar o julgado nos autos, sendo certo que não há
qualquer ofício ou informação anterior a respeito, para que tais fatos pudessem ou devessem ter sido
objeto de análise por parte do r. comando sentencial de fls. 2.678/2.694, ou mesmo pela r. decisão de fls.
2.784.
Logo, não há que se falar em omissão ou contrariedade da sentença, uma vez que,
como demonstrado, a decisão proferida no MS n.º 100.960.015.871, não foi noticiada nos autos.
Por todo exposto, requer-se que os pedidos contidos nos embargos declaratórios
em tela sejam julgados totalmente improcedentes, mantendo-se na íntegra a r. sentença afrontada,
pelos seus doutos e jurídicos fundamentos.
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Nestes Termos,
Pedem Deferimento.
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