Fissuras, Trincas e Rachaduras
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Projetos
Trinca ou fissura?
Como se originam, quais os tipos, as causas e as técnicas mais recomendadas
de recuperação de fissuras
a fissura tem a tendência de aliviar suas tensões. Quanto maior for a restrição imposta
ao movimento dos materiais, e quanto mais frágil ele for, maiores serão a magnitude e
internas, as causas das fissuras estão ligadas à retração dos produtos à base de
de Engenharia de São Paulo): "Em uma visão geral, simplificada, as origens das
Tecnicamente, e de forma geral, o termo fissura é preferível ao termo trinca. Algumas normas e
alguns peritos podem classificar as fissuras com diferentes nomes, conforme a sua espessura.
Segundo a norma de impermeabilização (NBR 9575:2003), as microfissuras têm abertura
inferior a 0,05 mm. As aberturas com até 0,5 mm são chamadas de fissuras e, por fim, as
maiores de 0,5 mm e menores de 1,0 mm são chamadas de trincas. "Essa nomenclatura pode
ser aplicada às trincas passivas, que não variam ao longo do tempo, em função da variação da
temperatura tópica. Já para as trincas ativas, que variam conforme a respectiva variação
higrotérmica, essa nomenclatura é inaplicável, pois a classificação mudaria conforme o
instante da medição", argumenta Grandiski. A variação higrotérmica é a ação simultânea de
dilatação e retração provocada pela absorção de água e pela variação de temperatura na
edificação.
O engenheiro do Ibape lembra, ainda, que existem as fissuras com origem exógenas às obras.
"Não bastassem as fissuras e trincas endógenas à obra, nela podem surgir fissuras com origem
na natureza - como sismos, ventos, enchentes etc. - e com origem em obras vizinhas - como
rebaixamento do lençol freático, trepidações causadas pelo cravamento de estacas, escavações
lindeiras etc."
Tipos
As fissuras nas alvenarias são divididas de acordo com sua forma de manifestação, seu
desenho, que pode ser geométrico ou mapeado. Essas duas classes são subdivididas, cada uma,
entre fissuras ativas e passivas. As ativas ainda admitem uma nova subdivisão, em que podem
ser sazonais ou progressivas. As geométricas (ou isoladas) podem ocorrer tanto nos elementos
da alvenaria - blocos e tijolos - quanto em suas juntas de assentamento. As mapeadas (também
chamadas de disseminadas) podem ser formadas por retração das argamassas, por excesso de
finos no traço ou por excesso de desempenamento. No geral, elas têm forma de "mapa" e, com
frequência, são aberturas superficiais.
representar problemas estruturais, que devem ser corrigidos antes do tratamento das
fissuras - que neste caso são chamadas de progressivas. As causas desses problemas
devem ser determinadas por meio de observações e análise da estrutura. Por fim, as
passivas (também chamadas de mortas) são causadas por solicitações que não
consideradas estabilizadas.
Causas e riscos
Apesar de muitas vezes a configuração de uma fissura parecer semelhante à outra, suas causas
podem ser bastante diferentes. "Uma fissura de deformação de estrutura, por exemplo, pode
ser parecida com uma de recalque de fundação. Uma de dilatação térmica pode ser igual a uma
de retração de secagem. Por isso, é preciso ter um treinamento e certa experiência para, com
uma inspeção visual, chegar à causa", afirma Ercio Thomaz, pesquisador do IPT (Instituto de
Pesquisas Tecnológicas). Segundo ele, na maior parte das vezes a fissura é inspecionada
visualmente e, assim, o diagnóstico é muito dependente da experiência do profissional. Mas é
possível, também, fazer análises com auxílio de instrumentação.
Os danos que uma fissura pode representar à edificação são bastante variáveis. "Depende
muito do elemento. Por exemplo: uma microfissura em concreto protendido pode ser sintoma
de uma sobrecarga considerável. Uma fissura capilar, de 0,1 mm, no meio de uma viga, de
concreto armado, não quer dizer nada. Mas se for próximo de um apoio, pode indicar efeito de
uma força cortante e já pode ser um sintoma de sobrecarga considerável", compara Thomaz.
Geralmente, fissuras na alvenaria representam menos riscos do que em vigas e pilares. Mas é
preciso ter cuidado, pois uma patologia na alvenaria pode ser consequência de um problema
estrutural mais sério.
Concreto (NBR 6118:2003), pois o mesmo projeto não pode ser executado na zona
"Além dos 'wk', que constituem 'fissuras planejadas nos projetos das estruturas', o
Paulo Grandiski. As juntas de dilatação, observa Grandiski, não devem ser vedadas
pelo acabamento. Se isso não for obedecido, surgirão fissuras nesse acabamento
Técnicas de recuperação
O engenheiro Renato Sahade avaliou, em dissertação de mestrado apresentada ao IPT, os
principais sistemas de recuperação de fissuras em alvenarias. Todos estão indicados de acordo
com as características típicas das fissuras. Portanto, o primeiro passo para recuperar uma
fissura é chegar à definição precisa da sua causa.
"Quando a fissura é de origem estrutural, sua recuperação é mais complicada. Uma fissura
mais superficial, mapeada, tem recuperação mais simples. Independentemente disso, é preciso
ter um treinamento da mão de obra", alerta Sahade. As fissuras, no geral, são recuperadas com
a aplicação de produtos flexíveis, como selantes elásticos. "Alguns procedimentos demoram a
ser feitos, porque é preciso abrir a fissura, fazer a limpeza, aplicar os produtos e esperar secar.
Mas há outros mais simples, que em dois dias o trabalho já está concluído", afirma. Entre os
produtos, há, inclusive, tintas especiais para fachadas, com maior capacidade de tolerar
deformações sem fissurar.
Independente do sistema utilizado, a solução deve ser compatível com a construção, para
alterar o mínimo possível as suas características. Também deve ter durabilidade e, ainda, ser
passível de remoção sem que danifique os materiais originais da edificação. Confira a descrição
do sistema que se baseia em membranas acrílicas e selagem. "Na prática, é um dos mais
conhecidos e utilizados no mercado nacional. Mas é o menos aplicado de forma correta, em
função da quantidade de atividades nem sempre respeitadas", afirma Sahade. Para a
recuperação propriamente dita, foram empregados quatro materiais: o fundo preparador de
paredes, o selante acrílico, o impermeabilizante de lajes e paredes e a tela de poliéster.
Preparação da superfície
◼ A fissura foi aberta em um perfil em forma de "V", por meio de disco de corte, para
apresentar aproximadamente 1,0 cm de profundidade e 1,0 cm de largura (foto 1)
◼ O acabamento da parede foi removido em uma faixa de cerca de 20 cm em torno da fissura,
contados 10 cm para cada lado, até atingir o reboco, para remover todo o sistema de pintura
existente (massa acrílica e tinta) (foto 2)
◼ Com um pincel 2", eliminou-se todo o pó da fissura aberta, bem como das faixas laterais
Fundo
◼ Se necessário (caso o substrato não estiver coeso), é aplicado um fundo preparador de
paredes. O produto é aplicado com trincha na fissura e nas faixas laterais
Tratamento da fissura
◼ Preenche-se a fissura com duas demãos de selante acrílico por meio de aplicador. Utilizou-se
uma espátula nessa aplicação, para que o material fosse bem compactado no interior da fissura
(foto 3)
◼ Em seguida, foi necessário aguardar 48 horas, no mínimo, para secagem entre demãos
◼ Aguardou-se intervalo de 24 horas para secagem da última demão do selante acrílico (foto
4)
◼ Uma farta demão de impermeabilizante acrílico foi aplicada, diluído com 10% de água, sobre
a fissura e as faixas laterais (foto 5)
◼ Foi preciso aguardar seis horas para a secagem
◼ Uma segunda demão de impermeabilizante acrílico foi aplicada, da mesma forma que no
item anterior, fixando-se, nessa etapa, uma tela de poliéster, de 20 cm de largura, sobre toda a
faixa da fissura, tendo como orientação o eixo da trinca (foto 6)
◼ Para a secagem completa, foi necessário aguardar seis horas
Acabamento final
◼Um novo nivelamento foi executado, sobre as partes anteriormente rebaixadas, com massa
acrílica, aplicada em camadas finas e sucessivas, não ultrapassando espessura final
superior de 3 mm
◼ Foram aplicadas duas demãos de tinta látex acrílica, com diluição de 30% a 40% de água na
primeira demão, e de 10% a 20% na segunda, usando-se um rolo de lã para aplicação. Foi
necessário observar um intervalo de quatro horas entre as demãos
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