Kühl Valer Gusmão 2016 Alfabetizacao-Financeira - Evid 42379
Kühl Valer Gusmão 2016 Alfabetizacao-Financeira - Evid 42379
Kühl Valer Gusmão 2016 Alfabetizacao-Financeira - Evid 42379
Tatiana Valer
Especialista em Gestão Financeira de Negócios pela UNICENTRO – PR
Rua Padre Salvatore Renna, 875 – Guarapuava, PR
CEP: 85015-430
E-mail: tatiana_valer@hotmail.com
Resumo
Este trabalho tem por objetivo avaliar qual a percepção dos colaboradores em uma
Cooperativa de Crédito quanto a importância da alfabetização financeira dos seus cooperados,
levando em consideração, as normas existentes na OCDE e do BACEN que tratam sobre a
boa prática da educação financeira, buscando verificar a importância da educação financeira
para os cooperados é relevante a partir da percepção dos colaboradores da cooperativa. A
pesquisa é um estudo descritivo, com levantamento de dados por meio de questionário
estruturado e com análise de dados com a utilização de métodos quantitativos. A amostra final
ficou composta pelos 87 questionários válidos, correspondendo a 68,5% da população
pesquisada. A pesquisa de campo do tipo survey, foi realizada no segundo semestre de 2014.
Identificaram-se, por meio da Análise Fatorial Exploratória, quatro construtos a partir das 19
variáveis do estudo, denominados: conhecimento financeiro; redução de riscos; prática
financeira; visibilidade externa, evidenciando empiricamente a relevância da educação
financeira em uma instituição de cunho financeiro. Considerando as médias dos quatro
construtos, e da maioria das variáveis que os compõem, percebe-se que o conhecimento
financeiro é uma questão relevante no âmbito da instituição a partir da percepção dos
colaboradores, seguido da visibilidade externa. A principal contribuição deste estudo foi
buscar evidências empíricas sobre a aplicabilidade da alfabetização financeira a partir dos
princípios e recomendações sobre a boa prática da educação financeira.
Abstract
This study aims to assess the perception of employees in a Credit Cooperative in what it refers
to the importance of financial literacy of its cooperative members, taking into consideration
the existing standards in the OECD and the Central Bank of Brazil that deal with the good
practice of financial education, in order to verify the importance of financial education of its
cooperative members is relevant from the perception of the cooperative's employees. The
research is a descriptive study, with data collection through structured questionnaire and data
analysis with the use of quantitative methods. The final sample was composed of 87 valid
questionnaires, accounting for 68.5% of the population surveyed. The survey type field
research was conducted in the second half of 2014. Four constructs from 19 study variables
was identified by Exploratory Factor Analysis, called: financial knowledge; risk reduction;
financial practice; external visibility, empirically demonstrating the relevance of financial
education in a financially driven institution. Considering the average of the four constructs,
and most of the variables that make up, it is possible to realize that financial literacy is an
issue within the institution from the perception of employees, followed by external visibility.
The main contribution of this study was to seek empirical evidence on the importance of
financial literacy on the principles and recommendations on good practice of financial
education.
1 Introdução
O Brasil é um país em desenvolvimento e, cada vez mais, as pessoas buscam
instituições financeiras para transações financeiras, tais como: recebimento de suas
remunerações (salário, aposentadoria, etc.); aplicações; financiamento para adquirir casa,
veículos, consórcios, seguros, planos de aposentadoria; etc. Para tanto é importante que cada
indivíduo tenha o mínimo de conhecimento sobre as práticas financeiras existentes nas
instituições financeiras, para que possa tomar suas decisões sem haver arrependimentos e,
principalmente, endividamento desnecessário. Neste contexto, a educação financeira
auxiliaria a desenvolver habilidades que facilitariam aos indivíduos tomar decisões acertadas
e fazer boa gestão de suas finanças pessoais, contribuindo para que houvesse maior integração
entre os indivíduos na sociedade e possibilitando a ascensão em um ambiente cada vez mais
competitivo e eficiente.
Segundo Anderloni e Vandone (2010, p. 13) a educação financeira é uma medida que
permite que os indivíduos tenham condições de entender e gerenciar suas finanças de forma
satisfatória, evitando o endividamento. Porém, educação financeira e alfabetização financeira
são termos distintos, pois segundo Potrich, Vieira e Kirch (2014, p. 2) “a educação financeira
pode ser entendida como um processo de desenvolvimento de habilidades que facilitam às
pessoas tomarem decisões acertadas, realizando uma boa gestão de suas finanças pessoais e a
alfabetização financeira é a capacidade de usar o conhecimento e as habilidades adquiridas.”
Desta forma, resumidamente, a alfabetização financeira consiste na capacidade de usar o
conhecimento e as habilidades adquiridas a partir, mas não somente, da educação financeira.
A Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2014, p.
19) conceitua a alfabetização financeira, a partir do que é encontrado na literatura financeira,
como sendo “uma combinação de consciência, conhecimento, habilidade, atitude e
Gusmão, I. B.; Kühl, M. R.; Valer, T
54
Sociedade, Contabilidade e Gestão, Rio de Janeiro, v. 11, n. 2, mai/ago 2016.
2 Fundamentação Teórica
Nos últimos anos, a oferta de produtos financeiros torna-se abundante e as constantes
mudanças no sistema financeiro exigem, dos indivíduos conhecimento sobre assuntos
relacionados à economia e finanças. Segundo Augustinis, Costa e Barros (2012, p. 81) “o
mercado financeiro do século XXI se tornou mais complexo, o que apresenta importantes
desafios para os clientes de instituições financeiras.” Neste mesmo sentido, para o BACEN
(2014, p. 7) a crescente sofisticação dos produtos oferecidos aos consumidores de serviços
financeiros “aumenta o leque de opções à disposição do cidadão brasileiro, ao mesmo tempo
em que lhe atribui maior responsabilidade pelas escolhas realizadas”. Até mesmo no âmbito
da sustentabilidade a questão financeira é relevante, pois segundo Cohen (2007, p. 59 – nosso
grifo) estratégias que promovam um consumo mais sustentável “devem incluir dimensões da
vida cotidianas tais como a educação do consumidor no que tange à nutrição, à alimentação, à
atividade física e às finanças.”.
Com o aumento da facilidade de acesso aos produtos financeiros há um crescente
aumento no nível de endividamento das pessoas, o que gera um problema pessoal e, também,
maiores problemas para as instituições financeiras, devido ao aumento da inadimplência.
Apesar desta constatação percebe-se que a ampliação e a facilidade de acesso aos produtos
financeiros, sem a devida orientação, são vistas como uma das principais causas para
crescente nível de endividamento dos consumidores.
A insuficiência de informação sobre assuntos financeiros pode contribuir para a
ocorrência de situações não desejadas, como, por exemplo, o endividamento além das
possibilidades de comprometimento da renda das famílias. Como decorrência desta
argumentação assume-se que num ambiente que interliga e que vincula tecnologicamente
cada vez mais consumidores à instituições financeiras pressupõe necessariamente indivíduos
financeiramente mais educados. O indivíduo precisa possuir um grau de educação financeira
para se inserir no mercado financeiro, caso contrário poderá ser levado a tomar decisões
equivocadas, o que poderá comprometer suas finanças.
Segundo Savoia, Saito e Petrini (2007, p. 1122) a educação financeira pode ser
“entendida como um processo de transmissão de conhecimento que permite o
desenvolvimento de habilidades nos indivíduos, para que eles possam tomar decisões
fundamentadas e seguras, melhorando o gerenciamento de suas finanças pessoais” A
educação financeira dentro do mercado financeiro tem importância tendo em vista que com o
conhecimento necessário o cliente terá maior capacidade de gerir seus recursos de forma mais
consciente, evitando endividamento desnecessário.
Para Lusardi e Mitchell (2010, p. 361) consumidores com maior nível de
conhecimento financeiro “têm maior capacidade de realizar orçamento pessoal, poupança e
planejamento para o futuro, confirmando a importância do tema educação financeira.” A
educação financeira pode “qualificar os consumidores a serem melhores compradores,
permitindo-os obter bens e serviços a custos menores.” (MATTA, 2007, p. 65). Ou seja, este
processo efetivamente pode aumentar o poder de compra real do consumidor e prover maiores
oportunidades para consumir mais, poupar e investir, além do que, pode auxiliar as pessoas a
obter ganhos de conhecimentos necessários para criar orçamentos familiares, iniciar planos de
decisões baseadas neste conhecimento.” Nos últimos anos, e cada vez mais, tanto o governo
de países desenvolvidos quanto de países emergentes estão preocupados com o nível de
alfabetização financeira dos seus cidadãos, tendo em vista o difícil contexto financeiro e
econômico da atualidade e pelo reconhecimento de que um dos fatores que contribuir para
decisões mal informadas e com graves repercussões negativas é a falta de alfabetização
financeira. (POTRICH; VIEIRA; KIRC, 2014).
Desta forma, percebe-se que a alfabetização financeira só é alcançada a partir da
educação financeira e esta deve ser promovida pelo governo e/ou instituições financeiras para
evitar uso exacerbado de crédito que culmine em sérias dificuldades financeiras e até
inadimplência, que prejudica não só o indivíduo, mas também as instituições, o consumo e o
próprio mercado financeiro.
Neste contexto, é importante que as instituições financeiras desenvolvam programas
de educação financeira aos seus clientes, para mantê-los informados sobre produtos e
serviços, taxas e tarifas cobradas, e informá-los de como cada produto pode beneficiá-lo, ou
prejudicá-los, dependendo da forma que for utilizado. Para adquirir os valores e as
competências necessárias para que tomem consciência das oportunidades e dos riscos
associados a estas é necessário informação, formação e orientação. Então as escolhas poderão
ser embasadas, tenham conhecimento de onde buscar ajuda ou adotar outras ações que visem
melhorar o seu bem-estar.
Alguns dos órgãos que possuem material disponível que tratam sobre este assunto são:
Banco Central do Brasil (BACEN), que possui o Programa de Educação Financeira (PEF),
visando orientar a sociedade sobre assuntos econômico-financeiros, e contribuindo para que a
sociedade possa ter acesso à compreensão dos aspectos que influenciam suas finanças; e a
Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico - OCDE.
A OCDE (2014, p. 22), dispõe que a educação financeira “sempre foi importante aos
consumidores, para auxiliá-los a orçar a sua renda, a poupar e a investir, e a evitar que se
tornem vítimas de fraudes.” No entanto, “sua crescente relevância nos últimos anos vem
ocorrendo em decorrência do desenvolvimento dos mercados financeiros, e das mudanças
demográficas, econômicas e políticas. Os mercados de capitais estão se tornando mais
sofisticados, e novos produtos, cujos riscos e retornos não são de imediato discernimento, são
oferecidos”. (OCDE, 2014, p. 223)
Para o BACEN (2014, p. 6), educação financeira é “o processo mediante o qual os
indivíduos e as sociedades melhoram sua compreensão dos conceitos e produtos financeiros.”
Ou ainda, a educação financeira é um processo que contribui de modo consistente para a
formação de indivíduos e sociedades responsáveis, comprometidos com o futuro (BACEN,
2014).
A OCDE (2014, p. 63) recomenda a implementação dos programas de educação
financeira, seguindo os princípios e recomendações para a boa prática da educação financeira,
que estão dispostos em 26 itens, condensados em 9 tópicos que descrevem sobre a educação
financeira e as Instituições Financeiras. No Quadro 1 são apresentados os 9 tópicos com os
princípios e recomendações sobre educação financeira da OCDE (2014).
1. O papel das instituições financeiras em educação financeira deve ser promovida e tornar-se parte da sua boa
governança no que diz respeito aos seus clientes financeiros. As instituições financeiras devem prestar
contas e as responsabilidades devem ser incentivadas, não só na prestação de informações e conselhos sobre
Gusmão, I. B.; Kühl, M. R.; Valer, T
58
Sociedade, Contabilidade e Gestão, Rio de Janeiro, v. 11, n. 2, mai/ago 2016.
questões financeiras, mas também na promoção de clientes com consciência financeira, especialmente para
compromissos de longo prazo e compromissos que representam uma parte substancial da conta corrente e
rendimentos futuros.
2. Campanhas nacionais devem ser encorajadas, para aumentar a conscientização da população sobre a
necessidade para melhorar a sua compreensão dos riscos financeiros e formas de proteger contra riscos
financeiros através da poupança adequados, seguros e educação financeira.
3. Requisitos para especificar os tipos de informações (incluindo onde encontrar a informação e a prestação de
informações gerais comparativas e objetivas sobre os riscos e retornos de diferentes tipos de produtos) que
as instituições financeiras precisam fornecer aos clientes em produtos e serviços devem ser incentivadas.
4. As instituições financeiras devem ser encorajadas a fazer uma distinção clara entre a educação financeira e
informações financeiras e consultoria financeira “comercial”. Qualquer aconselhamento financeiro para fins
comerciais deve ser transparente e divulgar claramente qualquer natureza comercial, onde ele também está
sendo promovido como uma iniciativa de educação financeira. Para os serviços financeiros que implica
compromisso de longo prazo ou ter consequências financeiras potencialmente significativas, as instituições
financeiras devem ser encorajadas a verificar se as informações fornecidas aos seus clientes são lidas e
compreendidas.
5. As instituições financeiras devem ser encorajadas a fornecer informações em vários níveis diferentes a fim
de melhor atender às necessidades dos consumidores. Letras pequenas e documentação com palavras de
difícil compreensão devem ser desencorajados.
6. A educação financeira prestada pelas instituições financeiras deve ser avaliada regularmente para garantir
que ele atenda às necessidades do consumidor. Isto pode ser conseguido através de parcerias com órgãos
independentes, não para lucrar órgãos consultivos financeiros que possam ter uma melhor conexão com os
consumidores, em especial aqueles que enfrentam a desvantagem em sua participação nos mercados
financeiros.
7. As instituições financeiras devem ser encorajadas a formar o seu pessoal em educação financeira e
desenvolver códigos de conduta para a prestação de aconselhamento geral sobre investimentos e
empréstimos, não relacionado com o fornecimento de um produto específico.
8. Para os indivíduos com planos de previdência privada e pessoal, as informações devem ser adequadas a
disposição por instituições financeiras de informações financeiras adequadas e educação necessária para a
gestão do seu futuro poupança de aposentadoria e renda deve ser promovida.
9. Programas de educação financeira que ajudam os consumidores financeiros apurar os fatos e entender os
prós e contras, bem como os riscos de diferentes tipos de produtos e serviços financeiros devem ser
promovidos. Mais pesquisas sobre economia comportamental devem ser promovidas.
Além de ser difícil ter acesso às informações, para cada decisão também existem a
falta conhecimento para compreender as características, os riscos e as oportunidades
envolvidas. Neste sentido é que surgiu uma estratégia conjunta do Estado e da Sociedade:
Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), que segundo o BACEN (2014, p. 11)
“foi instituída com a finalidade de promover a educação financeira e contribuir para o
fortalecimento da cidadania, para a eficiência e a solidez do Sistema Financeiro Nacional
(SFN) e para a tomada de decisões conscientes por parte dos consumidores”. Dentro desse
programa foi criado o Guia de Excelência de Educação Financeira na Oferta de Serviços
Financeiros. O Guia tem o propósito principal de divulgar práticas que, quando adotados
pelas instituições financeiras, contribuem para a educação financeira do consumidor.
(BACEN, 2014, p. 43).
Alfabetização Financeira: Evidências e Percepções em uma Cooperativa de Crédito
59
Sociedade, Contabilidade e Gestão, Rio de Janeiro, v. 11, n. 2, mai/ago 2016.
4. Esclarecer que a carência para o pagamento e a suspensão temporária de pagamento, quando sugeridas pela
instituição financeira como facilidade de pagamento, geram custos adicionais (mais juros) para os clientes;
5. Priorizar o Custo Efetivo Total (CET) na divulgação de custo da operação de crédito ofertada ao cliente,
independentemente do canal utilizado;
6. Explicar ao cliente as características dos produtos de crédito rotativo, como cheque especial e cartão de
crédito;
7. Esclarecer que o uso dos limites do cheque especial e do cartão de crédito implica constituição de dívida,
com cobrança de juros;
8. Verificar a concordância do cliente quanto aos limites de crédito estabelecidos em cada produto;
9. Alertar os clientes quando o cheque especial estiver sendo utilizado e a conta encontrar-se sem
movimentação por mais de noventa dias;
11. Após a renegociação de dívidas que envolvam o cheque especial, suspendê-lo automaticamente até a
quitação total da dívida, ou, ao menos, por três meses, salvo quando o cliente optar expressamente pela não
suspensão;
12. Alertar o cliente sobre as consequências de atrasos ou do pagamento parcial da fatura do cartão de crédito,
inclusive no momento da contratação.
educação. Monticone (2010, p. 403) usa dados da Itália para mostrar que a riqueza tem um
efeito positivo sobre a alfabetização financeira.
Apesar do crescente interesse e recursos destinados a iniciativas de educação
financeira, no entanto, os efeitos da educação financeira nas populações de baixa renda ou em
um contexto específico são relativamente pouco estudados, sendo que uma das limitações dos
estudos de educação financeira existente é simplesmente a falta de um grupo de controle
válido (KOZUP; HOGARTH, 2008; BERNHEIM; GARRETT, 2003; DUFLO; SAEZ, 2003;
BERNHEIM; GARRETT; MAKI, 2001). Por outro lado, Collins (2013, p. 148) destaca que a
combinação de eventos do mundo real e pesquisas empíricas levaram muitos observadores a
promover “uma expansão da educação financeira, especialmente para os de baixa renda e/ou
populações de menor escolaridade”.
Pesquisas também destacam que a importância da educação financeira é reforçada
quando se analisa os efeitos adversos da falta de conhecimento sobre a gestão financeira
(CHEN; VOLPE, 1998; SHIM et al., 2013; MENDES-DA-SILVA et al. 2012). Para
Norvilitis et al. (2006, p. 1395) e Lyons (2007), a inexperiência financeira ou a posse de
conhecimentos financeiros limitados ou insuficientes acarretam em maiores dificuldades na
compreensão de conceitos financeiros básicos, elevando o risco de o indivíduo incorrer em
problemas financeiros. Outras pesquisas têm comprovado associações e influências de
variáveis socioeconômicas e demográficas nos níveis de educação financeira dos indivíduos
(CHEN; VOLPE, 1998; RESEARCH, 2003; AGARWAL; DRISCOLL; GABAIX;
LAIBSON, 2009; MONTICONE, 2010; FINKE; HOWE; HUSTON; 2011; HASTINGS;
MITCHELL, 2011; LUSARDI; MITCHELL, 2011; ATKINSON; MESSY, 2012; BROWN;
GRAF, 2013; MOTTOLA, 2013; SCHERESBERG, 2013). Nestes artigos a variáveis
analisadas também incluem: o gênero; a idade; o estado civil; o grau de instrução; a renda; o
tempo de serviço; a etnia; e a raça.
O Quadro 3 apresenta uma síntese dos resultados das pesquisas apresentadas nos
artigos sobre educação financeira.
Variável
Vinculação à Alfabetização Financeira Autores
pesquisada
Idade a) os indivíduos com a idade média de 30 a 40 anos está associada Agarwal, Driscoll; Gabaix;
com os maiores índices de educação financeira; Laibson (2009); Lusardi;
b) a educação financeira é baixa entre os mais jovens e mais Mitchell (2011); Finke;
velhos; Howe; Huston (2011);
Atkinson; Messy (2012);
c) jovens adultos têm utilizado empréstimos com altos custos.
Scheresberg (2013).
Grau de a) os indivíduos com maiores níveis de educação financeira são os Chen e Volpe (1998); Lucci
Instrução e que possuem maiores níveis de escolaridade; et al. (2011); Amadeu
Escolaridade (2009); Disney; Gathergood
b) os indivíduos com menor nível educacional são menos
(2011); Lusardi e Mitchell
propensos a responder às perguntas corretamente e mais propensos
(2011); Atkinson; Messy
à dizer que não sabem a resposta;
(2012); Norvilitis et
c) a importância da educação financeira é reforçada quando se al.(2006); Lyons ( 2007)
analisa os efeitos adversos da falta de conhecimento sobre a gestão
financeira.
Estado Civil a) solteiros são significativamente mais propensos a ter menores Research (2003); Brown;
conhecimentos financeiros do que os casados. Graf (2013); Disney;
Gathergood (2011); Keeze;
Schmitz (2010)
Educação a) aprimoramento das capacidades dos indivíduos sobre educação Savoia (2007); Lusardi;
Financeira financeira torna-os mais integrados a sociedade; Mitchell (2010); Matta
(2007); Willis (2009);
b) indivíduos com maior nível de conhecimento financeiro tem
Atkinson; Messy (2012);
maior capacidade de realizar orçamento pessoal;
Potrich; Vieira; Kirch
c) a educação financeira qualifica os consumidores a serem (2014); Potrich et al.
melhores compradores, permitindo-os obter bens e serviços a (2014); Shin; Serido; Bosch;
custos menores; Tang (2013); Mendes-da-
Silva; Nakamura; Moraes
d) promover o aumento da confiança do consumidor “por meio de (2012)
uma suposta educação financeira”, pode levar a decisões
financeiras devastadoras.
Renda a) os indivíduos com baixos níveis de renda estão associados a Monticone (2010);
baixos níveis de educação financeira; Hastings; Mitchell (2011);
Atkinson; Messy (2012);
b) a educação financeira e a riqueza são conjuntamente
Comuniade Europeia
determinadas e correlacionadas ao longo do ciclo de vida;
(2007); Kozup; Hogarth
c) os efeitos da educação financeira nas populações de baixa renda (2008); Bernheim; Garrett
são relativamente pouco estudados, sendo que uma das limitações (2003); Duflo; Saez (2003);
dos estudos de educação financeira existente é simplesmente a Bernheim; Garrett; Maki,
falta de um grupo de controle válido; (2001); Bader; Savóia
(2013); Córdova, Diniz;
d) pessoas e famílias que vivem em situação de miséria acabam Gonzales (2014)
apresentando necessidades tão urgentes que suas necessidades de
inclusão financeira ficam em segundo plano;
e) os indivíduos relativamente mais pobres tendem a apresentar
menores níveis de utilização de quase todos os serviços
financeiros, deixando claro que o grande desafio ainda é a
construção de um sistema inclusivo.
Trabalho a) indivíduos que apresentam maior tempo de serviço são mais Grable e Joo (2006);
educados financeiramente em virtude da maior convivência com Lusardi e Mitchell (2006);
questões econômicas e financeiras, enquanto que trabalhadores Lusardi; Mitchell (2011);
com baixa qualificação ou desempregados apresentam atitudes e Research (2003);
comportamentos menos desejáveis.
Crédito, a) níveis insatisfatórios encontrados, seja em questões de gestão Lusardi; Mitchell (2007,
Poupança e financeira pessoal, ou em questões mais específicas, tais como 2011); Savóia; Saito;
Investimento crédito, empréstimo, poupança e investimento; Santana (2007); Lusardi;
Tuffano (2009); Disney;
b) as decisões que envolvem opções de crédito, financiamentos,
Gathergood, 2011; Rooij;
consórcio, investimentos, poupança e o desconhecimento
Lusardi; Alessie, 2011);
financeiro desses produtos e suas diferenças podem levar gerações
Lucci et al. (2011)
ao alto nível de endividamento.
Este quadro resume os aspectos que vem sendo estudados sobre o tema, sem a
pretensão de ser exaustivo. No entanto, nenhum deles utiliza instrumento similar ao utilizado
neste estudo.
3 Metodologia de Pesquisa
O público-alvo desta pesquisa são os colaboradores de 11 unidades de atendimento de
uma Cooperativa de Crédito do Paraná. A decisão de investigar essas unidades de
atendimento da cooperativa está atrelada a diversidade econômica, cultural e social
encontrada na região de abrangência dessas unidades, que podem contribuir para a explicação
do maior ou menor grau de educação financeira dos indivíduos. Além disso, a relação entre a
cooperativa e o cliente (cooperado) é, teoricamente, mais próxima que em instituições
financeiras tradicionais.
Trata-se de um estudo descritivo, com levantamento de dados por meio de
questionário estruturado (survey) e com análise de dados com a utilização de métodos
quantitativos. A coleta de dados foi realizada no período de novembro a dezembro de 2014.
O instrumento para a coleta de dados foi um questionário com 22 perguntas
embasados nos princípios e recomendações da OCDE (Quadro 1), e no Guia de Excelência de
Educação na Oferta de Serviços Financeiros do BACEN (Quadro 2).
Para a coleta de dados adotou-se a amostragem por adesão dos colaboradores da
Cooperativa de Crédito, considerando as 11 unidades de atendimento da região. Os
questionários foram destinados especificamente aos colaboradores das áreas administrativa,
negocial e gerencial, segundo as descrições de função da Cooperativa. Foram distribuídos 127
questionários a todos os colaboradores nas funções descritas anteriormente, sendo que destes
Gusmão, I. B.; Kühl, M. R.; Valer, T
64
Sociedade, Contabilidade e Gestão, Rio de Janeiro, v. 11, n. 2, mai/ago 2016.
QUESTÕES FONTE
1. A instituição financeira tem o dever de educar seus clientes sobre as práticas financeiras
OCDE n° 01
aplicadas.
2. Todos os custos que envolvem as operações financeiras são esclarecidos aos clientes com
OCDE n° 01
o intuito de promover uma consciência financeira adequada para a tomada de decisão.
12. Deixar claro ao cliente que a utilização do Limite do Cartão de Crédito e Limite da
BACEN n° 07
Conta corrente é constituição de dívida.
13. O cliente deve estar ciente e concordando com os limites de crédito estabelecidos em
BACEN n° 08
cada produto.
14. Quando o cheque especial estiver sendo utilizado e a conta encontrar-se sem
BACEN n° 09
movimentação por mais de noventa dias o cliente deve ser alertado.
15. Propor ao cliente a renegociação sempre que este apresentar dificuldade de pagamento
BACEN n° 10
de dívida.
16. Colaboradores com maior compreensão dos produtos e serviços a serem ofertados aos Elaborado pelos
consumidores têm maior efetividade na contratação dos mesmos. autores
18. A educação financeira e o planejamento financeiro são eficazes na tomada de decisão e Elaborado pelos
controle de gastos. autores
Idade Número %
21 a 30 anos 51 58,62%
31 a 40 anos 31 35,63%
Total 87 100,00%
2 a 3 anos 19 21,84%
3 a 4 anos 20 22,99%
4 a 5 anos 18 20,69%
Total 87 100,00%
Administrativo 41 47,13%
Negocial 34 39,08%
Gerencial 12 13,79%
Total 87 100,00%
Segundo Field (2009, p. 579) “devemos estar confiantes de que a análise dos fatores é
apropriada para esses dados.” A AFE indicou a existência de quatro fatores/construtos, com
variância total explicada de 69,93%, conforme apresentados nas Tabelas 5 a 8, com a
estatística descritiva das variáveis (média e desvio padrão), a média total do construto, a
variância explicada e o resultado do teste de verificação da consistência interna, ou
confiabilidade, da escala. Para mensurar a confiabilidade dos construtos utiliza-se o índice de
confiabilidade por meio do Alpha de Cronbach, em que valores superiores a 0,6 têm sido
considerados aceitáveis para pesquisas de natureza exploratória, sendo que o Alfa de
Cronbach é “a medida mais comum de confiabilidade.” (FIELD, 2009, p. 594). Segundo Field
(2009, p. 594), “um valor de 0,7-0,8 é aceitável para o α de Cronbach e valores
substancialmente mais baixos indicam uma escala não confiável.” Para Malhotra (2006, p.
277), o valor esperado de confiabilidade é no mínimo 0,6, sendo que valores inferiores podem
indicar uma consistência interna insatisfatória.
Na Tabela 5 são avaliadas as variáveis relacionadas ao primeiro fator, denominado
conhecimento financeiro, em função das características das variáveis que o compõe.
Desvio Carga
Descrição Média
padrão fatorial
Desvio Carga
Descrição Média
padrão fatorial
Desvio Carga
Descrição Média
padrão fatorial
Outro aspecto a ser verificado neste fator é a divergência entre as médias das
variáveis, indicando que um aspecto é mais relevante que outros. Também a média do fator é
diferente dos outros dois, estando em um posto intermediário em relação ao primeiro e ao
segundo construtos.
Especificamente, verifica-se que a média é mais elevada está na variável Q7. Neste
caso entende-se que o colaborador possui o entendimento da importância em adquirir o
conhecimento sobre a área em que atua, para poder assim passar informações corretas e
assertivas aos clientes, e a visão ampla sobre a importância da educação financeira na tomada
de decisão.
Na Tabela 8 é apresentada a estatística descritiva das variáveis relacionadas ao quarto
fator, denominado visibilidade externa transmitida ao cliente, de acordo com as características
das variáveis que o compõe.
Desvio Carga
Descrição Média
padrão fatorial
A composição deste fator inclui variáveis com médias elevadas, dentre elas a variável
com a maior média de todas e com menor dispersão entre os respondentes (Q9). A média
geral do fator também é elevada, pouco abaixo da média do primeiro fator.
Desvio
Descrição Média
padrão
(ANOVA). A ANOVA serve para testar se as médias de mais de duas populações são ou não
significativamente diferentes (MAROCO, 2014; MALHOTRA, 2006). As Tabelas 9 a 11
apresentam os resultados da ANOVA.
5 Considerações Finais
Este trabalho teve por objetivo avaliar qual a percepção dos colaboradores em uma
cooperativa de crédito quanto a importância da alfabetização financeira aos cooperados,
levando em consideração, as normas existentes na OCDE e do BACEN que tratam sobre a
boa prática da educação financeira, buscando responder se a educação financeira para os
cooperados é relevante a partir da percepção dos colaboradores da cooperativa.
O questionário foi elaborado a partir das normas para educação financeira da OCDE e
da Cartilha do BACEN que descrevem como as instituições podem orientar e dispor seus
produtos e serviços aos cooperados com o intuito de deixá-los informados sobre as transações
financeiras apontando sua importância no que diz respeito a tomada de decisão, risco
financeiro, gestão do futuro, aplicação consciente do dinheiro, nível de endividamento, que
são itens que muito atuais no mercado.
Os resultados obtidos dão conta de que a alfabetização financeira sugerida ou imposta
aos cooperados da instituição objeto de análise, considerando as normas da OCDE e do
BACEN, é em grande parte aplicável, pois as médias das variáveis e dos construtos estão, em
sua maioria, nas proximidades do ponto 4 da escala (concordo parcialmente).
Os construtos obtidos a partir da AFE contribuíram para atingir o objetivo proposto,
indicando que a partir das variáveis deste estudo foi possível obter quatro construtos:
Alfabetização Financeira: Evidências e Percepções em uma Cooperativa de Crédito
75
Sociedade, Contabilidade e Gestão, Rio de Janeiro, v. 11, n. 2, mai/ago 2016.
Referências
AGARWAL, S.; DRISCOLL, J.; GABAIX, X.; LAIBSON, D. The age of reason: financial
decisions over the lifecycle with implications for regulation. Brookings Papers on Economic
Activity Fall, p. 51–101, 2009.
ANDERLONI, L.; VANDONE, D. Risk of Overindebtedness and behavioral factors. Social
Science Research Network, Working Paper 25, 2010. Disponível em:
http://ssrn.com/abstract=1653513. Acesso em: 12 nov. 2015.
ATKINSON, A.; MESSY, F. Measuring Financial Literacy: results of the OECD /
International Network on Financial Education (INFE). Pilot Study. Working Paper nº 15.
OECD Publishing, 2012. Disponível em: http://www.oecd-ilibrary.org/finance-and-
investment/measuring-financial-literacy_5k9csfs90fr4-en. Acesso em: 12 nov. 2015.
AUGUSTINIS, V. F.; COSTA, A. S. M.; BARROS, D. F. Uma análise crítica do discurso de
Educação Financeira: por uma Educação para Além do Capital. Revista ADM. MADE, v. 16,
n. 3, p. 79-102, 2012.
BACEN - BANCO CENTRAL DO BRASIL. Programa de Educação Financeira.
Apresenta o programa de educação financeira desta instituição. Brasília: BACEN, 2014.
Disponível em: http://www.bacen.gov.br/?PEF-BC Acesso em: 10 abr. 2015.
BADER, M.; SAVOIA, J. R. F. Logística da distribuição bancária: tendências, oportunidades
e fatores para inclusão financeira. RAE-Revista de Administração de Empresas, v. 53, n. 2,
mar./abr., 2013.
BERNHEIM, B.D.; GARRETT, D.M. The effects of financial education in the workplace:
evidence from a survey of households. Journal of Public Economics, v. 7-8, n. 87, p. 1487–
1519, 2003.
BERNHEIM, B.D.; GARRETT, D.M.; MAKI, D.M. Education and saving: The long-term
effects of high school financial curriculum mandates. Journal of Public Economics, v. 3, n.
80, p. 435–465, 2001.
BROWN, M.; GRAF, R. Financial literacy and retirement planning in Switzerland.
Numeracy, v. 6, n. 2, 2013. Disponível em: http://scholarcommons.usf.edu/numeracy/
vol6/iss2/art6/. Acesso em: 12 nov. 2015.
CHEN, H.; VOLPE, R. P. An analysis of personal financial literacy among college students.
Financial Services Review, v. 7, n. 2, p. 107-128, 1998. Disponível em:
http://www2.stetson.edu/fsr/abstracts/vol_7_num2_107.pdf . Acesso em: 11 nov. 2015.
COHEN, M. J. Consumer credit, household financial management and sustainable
consumption. International Journal of Consumer Studies, v.31, p. 57-65, 2007.
COLLINS, J.M. The impacts of mandatory financial education: evidence from arandomized
field study. Journal of Economic Behavior & Organization, n. 95, p. 146-158, 2013.
COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPÉIAS. Comunicação da Comissão: Educação
Financeira. Bruxelas, 2014. Disponível em: <http://eurlex.
europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=COM:2007:0808:FIN:PT:PDF>. Acesso em: 10
nov. 2015.
CÓRDOVA, R.; DINIZ, E.; GONZALEZ, L. Inclusão financeira e correspondentes
bancários. GV-executivo, v. 13, n. 1, 2014
Alfabetização Financeira: Evidências e Percepções em uma Cooperativa de Crédito
77
Sociedade, Contabilidade e Gestão, Rio de Janeiro, v. 11, n. 2, mai/ago 2016.
DISNEY, R.; GATHERGOOD, J. Financial literacy and indebtedness: new evidence for UK
consumers. In: EconPapers, 2011. Disponível em: <http://econpapers.repec.org/paper
/notnotcfc/11_2f05.htm> Acesso em: 10 nov. 2015.
DUFLO, E.; SAEZ, E. The role of information and social interactions in retirement plan
decisions: evidence from a randomized experiment. The Quarterly Journal of Economics,
n. 118, v. 3, p. 815–842, 2003.
FIELD, A. Descobrindo a estatística usando o SPSS. Tradução: Lorí Viali. 2. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2009.
FINKE, M. S.; HOWE, J. S.; HUSTON, S. J. Old Age and the Decline in Financial Literacy.
Social Science Research Network. Working Paper, 2011. Disponível em: <
http://www.tilkingroup.com/texastech.pdf>. Acesso em: 23 set. 2015.
GRABLE, J. E.; JOO, S. H. Student racial differences in credit card debt and financial
behaviors and stress. College Student Journal, v. 40, n. 2, p. 400-408, 2006.
HASTINGS, J.; TEJEDA-ASHTON, L. Financial literacy, information, and demand
elasticity: Survey and experimental evidence from Mexico. NBER Working Paper. 2008.
Disponível em: < http://www.nber.org/papers/w14538.pdf?new_window=1>. Acesso em: 12
out. 2015.
HUSTON, S. J. Measuring financial literacy. The Journal of Consumer Affairs, v. 44, n. 2,
p. 296-316, 2010.
KEESE, M.; SCHMITZ, H. Broke, ill and obese: the effect of household debt on health.
In: Social Science Research Network, 2010. Disponível em:
<http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=1750216>Acessoem: 12 nov. 2015.
KOZUP, J.; HOGARTH, J. Financial literacy, public policy, and consumers self-protection:
more questions, fewer, answers. Journal of Consumer Affairs, n. 42, v. 2, p. 127–136, 2008.
LUSARDI, A.; MITCHELL, O. S. Financial literacy and planning: implications for
retirement wellbeing, 2007. Disponível em: <http://www.dartmouth.edu/~alusardi/Papers
/FinancialLiteracy.pdf>. Acesso em: 15 nov. 2015.
LUSARDI, A.; MITCHELL, O. S. Financial Literacy among the Young: Evidence and
Implications for Consumer Policy. Journal of Consumer Affairs, v. 44, n. 2, p. 358-380,
2010.
LUSARDI, A.; MITCHELL, O. S. Financial literacy and retirement planning in the United
States. Journal of Pension Economics and Finance, v. 10, n. 04, p. 509-525, 2011.
LUSARDI, A.;WALLACE, D. Financial Literacy and Quantitative Reasoning in the High
School and College Classroom. Numeracy, v. 6, n. 2, 2013. Disponível em:
http://scholarcommons.usf.edu/numeracy/vol6/iss2/art1/. Acesso em 12 nov. 2015.
LUSARDI, A.; TUFANO, P. Teach workers about the perils of debt. Cambridge: Harvard
Business Review, v. 1, 2009.
LYONS, A. C. Credit practices and financial education needs of Midwest college students. In:
Social Science Research Network, 2007. Disponível em:
<http://www.acrwebsite.org/search/view-conference-proceedings.aspx?Id=6915>. Acesso em:
12 nov. 2015.
MALHOTRA, N.K. Pesquisa de Marketing: uma orientação aplicada. 4. ed. Trad. Laura
Bocco. Porto Alegre: Bookman, 2006.
Gusmão, I. B.; Kühl, M. R.; Valer, T
78
Sociedade, Contabilidade e Gestão, Rio de Janeiro, v. 11, n. 2, mai/ago 2016.
MAROCO, J. Análise estatística: com utilização do SPSS. 6. ed. Lisboa: Gráfica Manoel
Barbosa & Filhos, 2014.
MATTA, R. O. B. Oferta e Demanda de informação financeira pessoal: O programa de
Educação Financeira do Banco Central do Brasil e os Universitários do Distrito Federal.
Brasília, 2007. Disponível em: http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arq
uivo.php?codArquivo=1196. Acesso em: 30 abr. 2015.
MENDES-DA-SILVA, W. M.; NAKAMURA, W. T.; DE MORAES, D. C. Credit card risk
behavior on college campuses: evidence from Brazil. Brazilian Administration Review, v.
9, n. 3, p. 351-373, 2012.
MONTICONE, C. How Much Does Wealth Matter in the Acquisition of Financial Literacy?
The Journal of Consumer Affairs, v. 44, n. 2, p. 403-422, 2010.
MOTTOLA, G. R. In our best interest: Women, financial literacy, and credit card behavior.
Numeracy, v. 6, n. 2, 2013.
NORVILITIS, J. M.; MERWIN, M. M.; OSBERG, T. M.; ROWLING, P. V.; YOUNG, P.;
KAMAS, M. M. Personality factors, money attitudes, financial knowledge, and credit-card
debt in college students. Journal of Applied Social Psychology, v. 36, n. 6, p. 1395-1413,
2006.
OCDE - ORGANIZAÇÃO DE COOPERAÇÃO E DE DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO. Assessoria de Comunicação Social. Advancing National Strategies for
Financial Education. OCDE, 2014. Disponível em: http://www.oecd.org/finance/financial-
education/nationalstrategiesforfinancialeducation.htm. Acesso em: 12 nov. 2015.
OCDE - ORGANIZATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT
(OECD). Financial literacy and inclusion: Results of OECD/INFE survey across countries and
by gender. OECD Publishing, 2013. Disponível em:
<http://www.oecd.org/daf/fin/financialeducation/TrustFund2013_OECD_INFE_Fin_Lit_and_
Incl_SurveyResults_by_Country_and_Ge nder.pdf >. Acesso em: 15 nov. 2015.
POTRICH, A. C. G.; VIEIRA, K. M.; KIRCH, G. Você é alfabetizado financeiramente?
Descubra no termômetro da alfabetização financeira. Disponível em:
http://cef.fgv.br/sites/cef.fgv.br/files/[Mendes%20et%20al]%20VOCE%20E%20ALFAB
ETIZ ADO%20FINANCEIRAMENTE.pdf. Acesso em: 30 out. 2015.
POTRICH, A. C. G.; VIEIRA, K. M.; KIRCH, G. Determinantes da Alfabetização
Financeira: Proposição de um Modelo e análise da Influência das Variáveis Socioeconômicas
e Demográficas. EnANPAD, XXXVIII Encontro da ANPAD, Rio de Janeiro/ RJ, 2014.
POTRICH, A. C. G.; VIEIRA, K. M.; CAMPARA, J. L.; FRAGA, l. S.; SANTOS, L. F. O.
Educação Financeira dos Gaúchos: Proposição de uma Medida e Relação com as Variáveis
Socioeconômicas e Demográficas. Revista Sociedade, Contabilidade e Gestão, v. 9, n. 3,
2014.
REMUND, D. L. Financial literacy explicated: the case for a clearer definition in an
increasingly complex economy. The Journal of Consumer Affairs. v. 44, n. 2, p. 276-295,
2010.
RESEARCH, R. M. Survey of adult financial literacy in Australia. ANZ Banking Group,
2003. Disponível: http://www.anz.com/Documents/AU/Aboutanz/AN_5654. Acesso em: 12
nov. 2015.