RELAÇÃO ENSINO E APRENDIZAGEM NA SALA DE AULA-resumos
RELAÇÃO ENSINO E APRENDIZAGEM NA SALA DE AULA-resumos
RELAÇÃO ENSINO E APRENDIZAGEM NA SALA DE AULA-resumos
Quem ensina, ensina algo a alguém. O ensino se caracteriza, portanto, como uma ação que se articula à
aprendizagem. Na verdade, é impossível falar de ensino desvinculado de aprendizagem. [...]. Se pensarmos o ensino
como gesto de socialização – construção e reconstrução – de conhecimentos e valores, temos que afirmar que ele
ganha significado apenas na articulação – dialética – com o processo de aprendizagem. [...] Se não há ensino sem
aprendizagem, pode-se concluir que o professor – e ensinante – aprende no processo de ensinar, aprende sempre.
Entretanto, seu aprendizado é diferente do aprendizado dos alunos – há uma especificidade em seu trabalho e é
para ela que se volta a Didática.
Morais (1986, p.5) diz que o ensino “não pode ser aceito como forma de adestramento, pois ensinar é assinalar, é
fazer conhecer”. Hadji (2001, p.119), define “o ensino como uma ação sistematicamente organizada que visa ajudar
aprendizes a se apropriarem das ferramentas intelectuais cuja construção é possibilitada pela prática de uma
disciplina”.
Libânio (1994, p. 54) diz o seguinte sobre o conceito de processo de ensino: “Podemos definir o processo de ensino
como uma seqüência de atividades do professor e dos alunos, tendo em vista a assimilação de conhecimentos e
desenvolvimento de habilidades, através dos quais os alunos aprimoram capacidades cognitivas (pensamentos
independentes, observação, análise síntese e outras)”.
Acerca do processo de ensino, Libânio (1994, p. 54) coloca que: “O ensino não é só transmissão de informações, mas
também o meio de organizar a atividade de estudo dos alunos. O ensino somente é bem sucedido quando os
objetivos do professor coincidem com os objetivos de estudo do aluno e é praticado tendo em vista o
desenvolvimento das suas forças intelectuais.
É o que Miranda (2008, p. 3) coloca: “O aprender se torna mais interessante quando o aluno se sente competente
pelas atitudes e métodos de motivação em sala de aula. O prazer pelo aprender não é uma atividade que surge
espontaneamente nos alunos, pois, não é uma tarefa que cumprem com satisfação, sendo em alguns casos encarada
como obrigação. Para que isto possa ser melhor cultivado, o professor deve despertar a curiosidade dos alunos,
acompanhando suas ações no desenvolver das atividades”.
Santos (2001, p. 04) diz o seguinte: “Apesar de limitada por um programa, um conteúdo, um tempo predeterminado,
normas internas e pela infra-estrutura da instituição é a interação entre o professor e o aluno que vai dirigir o
processo educativo”.
Vygotsky, a ideia de interação social e de mediação é ponto central do processo educativo. Pois para o autor, esses
dois elementos estão intimamente relacionados ao processo de constituição e desenvolvimento dos sujeitos.
Portanto, para Vygotsky, a sala de aula é, sem dúvida, um dos espaços mais oportunos para a construção de ações
partilhadas entre os sujeitos. A mediação é, portanto, um elo que se realiza numa interação constante no processo
ensino aprendizagem. Pode-se dizer também que o ato de educar é nutrido pelas relações estabelecidas entre
professor-aluno.
Como prática estritamente humana jamais pude entender a educação como experiência fria, sem alma, em que os
sentimentos e as emoções, os desejos, os sonhos devessem ser reprimidos por uma espécie de ditadura racionalista.
Nem tampouco jamais compreendi a prática educativa como uma experiência a que faltasse rigor em que se gera a
necessária disciplina intelectual (FREIRE, 1996, p. 146).
[...], o diálogo é uma exigência existencial. E, se ele é o encontro em que se solidarizam o refletir e o agir de seus
sujeitos endereçados ao mundo a ser transformado e humanizado, não pode reduzir-se a um ato de depositar idéias
de um sujeito no outro, nem tampouco tornar-se simples troca de ideias a serem consumidas pelos permutantes.
(FREIRE, 2005, p. 91).
Ensino-aprendizagem:
Nessa teoria, o processo ensino-aprendizagem era totalmente centrado no professor. Tinha como objetivo principal
formar o aluno ideal, contudo não se levava em conta seus interesses. Para Mizukami (1986, p.12), nessa
abordagem, quanto mais rígido o ambiente escolar, mais concentrado e voltado para a aprendizagem o aluno se
mantinha. O professor era visto como mero repassador de conteúdo e o aluno como um ser passivo no processo. As
habilidades desenvolvidas no aluno eram a memorização e a repetição.
Em seguida, vem a abordagem “Comportamentalista”. Teoria baseada no empirismo que vê o aluno como produto
do meio. E o experimento é a base do conhecimento, que, segundo Skinner, estudioso dessa abordagem, o
comportamento resulta de um condicionamento operante. A resposta esperada do aluno ocorre quando ela é
estimulada por meio de reforços. O professor é aquele que planeja, organiza e controla os meios para atingir seus
objetivos, os quais são estruturados em pequenos módulos, conhecidos como estudos programados.
A abordagem “Humanista” apresenta seu enfoque no aluno. Segundo Mizukami (1986), a ênfase dessa teoria ocorre
por meio das relações interpessoais e do crescimento que delas resulta. Nessa teoria, a preocupação maior do
professor deve ser a de dar assistência aos alunos, ele deve agir como um facilitador da aprendizagem. O
conhecimento resulta das experiências do aluno, o qual é capaz de buscar por si só os conhecimentos.
A quarta abordagem é a “Cognitivista”. Segundo Mizukami (1986, p.59), essa abordagem percebe a aprendizagem de
forma científica, como um produto do meio, resultante dos fatores externos. Preocupa-se com as relações sociais
sem deixar de privilegiar a capacidade do aluno em assimilar as informações. Nessa teoria, o professor, além de
planejar os conteúdos, preocupa-se em trabalhá-los da melhor forma, adequando-os ao desenvolvimento dos
alunos. Aqui o professor é visto como um coordenador e o aluno como um sujeito ativo em seu processo de
aprendiz.
Na abordagem “Sócio-Cultural”, a relação professor - aluno ocorre de forma horizontal e não impositivamente. Isso
significa que as relações autoritárias são abolidas dessa teoria. A ação pedagógica do professor e do aluno volta-se
para uma prática histórica real. Segundo Freire (1975), o educador e o educando são sujeitos do processo educativo,
ambos crescem juntos nessa perspectiva. O professor e o aluno trabalham procurando desmistificar a cultura
dominante. Dessa forma, à medida que os alunos participam do processo de construção do conhecimento, mais
críticas se tornarão suas consciências. Com essa rápida retomada das principais teorias que contribuíram
historicamente no processo ensino-aprendizagem, é possível perceber que sempre houve uma preocupação, por
parte da sociedade, em adequar as teorias às realidades de cada período histórico.
Hoje, levando em consideração que a sociedade exige uma nova consciência humana, busca-se, com a
pedagogia “Histórico-Crítica” discutida e apresentada por Saviane, uma forma de superar as dificuldades até então
encontradas na construção efetiva do conhecimento. Saviane sustenta, nessa concepção de ensino-aprendizagem,
uma teoria dialética, na qual a construção se dá num movimento dinâmico entre o conhecimento empírico e o
conhecimento científico. Com base nos estudos desenvolvidos por Saviane dentro da Pedagogia Histórico-Crítica,
Gasparin (2005) apresenta de forma organizada uma proposta para o desenvolvimento eficaz de ensino e
aprendizagem. Trata-se de um método pedagógico totalmente voltado para a transformação social. Pois, por maior
avanço que possa ter ocorrido no contexto educacional, percebe-se ainda que os conteúdos escolhidos, a
metodologia utilizada e a postura profissional adotada por muitos educadores revelam uma visão de mundo nem
sempre condizente com as propostas pedagógicas vigentes. Na tentativa de romper com algumas práticas que ainda
privilegiam o exercício da repetição e da memorização nas escolas, Gasparin (2005) busca fundamentar uma
proposta, baseada também