Unicesumar - Geometria Analítica
Unicesumar - Geometria Analítica
Unicesumar - Geometria Analítica
ANALÍTICA E
ÁLGEBRA LINEAR
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
Seja bem-vindo(a)!
SEJA BEM-VINDO(A)!
Prezado(a) acadêmico(a), sou professor Alexandre Suguimoto e é com muita satisfação que
apresento este livro sobre Geometria Analı́tica e Álgebra Linear. Espero que este material possa
contribuir em seu aprendizado e que sirva para enriquecer seus conhecimentos referentes a dois
pilares da matemática e das ciências exatas, que são a Geometria Analı́tica e a Álgebra Linear. O
presente livro está organizado da seguinte maneira, as duas primeiras unidades tratam de conceitos
de Geometria Analı́tica de minha autoria e as outras três unidades abordam conceitos sobre Álgebra
Linear, escritas pelo professor Anderson Leandro Zulin e revisadas por mim e pela nossa equipe
de mediadores da EaD.
Na unidade I, é apresentado o conceito formal de vetores com suas operações (adição, sub-
tração e multiplicação por escalar), também é apresentado o conceito de conjuntos linearmente
dependentes e linearmente independentes, apesar de conceitos aparentemente simples, esses cons-
tituem a base da Álgebra Linear. Ainda nessa unidade, damos continuidade ao estudo dos vetores,
particularmente na operação de multiplicação de vetores, muito útil no cálculo de áreas e volumes,
fundamentais para dedução de algumas fórmulas. Posteriormente, são deduzidas as equações da
reta, plano, fórmulas das distâncias e ângulos. E, para finalizar o estudo da Geometria Analı́-
tica, na unidade II são apresentados os estudos das cônicas e quádricas, com teorias de extrema
importância para o estudo do Cálculo Vetorial.
Para todos(as) os(as) cursistas, desejo-lhes um ótimo estudo, com muita garra, dedicação
e, consequentemente, muito sucesso.
APRESENTAÇÃO
09
SUMÁRIO
UNIDADE I
15 Introdução
16 Vetores
37 Multiplicação de Vetores
51 Sistemas de Coordenadas
53 O Plano
62 A Reta
69 Posições Relativas
82 Considerações Finais
90 Referências
91 Gabarito
10
SUMÁRIO
UNIDADE II
CÔNICAS E QUÁDRICAS
95 Introdução
96 Elipse
112 Hipérbole
121 Parábola
129 Quádricas
131 Elipsoide
162 Referências
163 Gabarito
11
SUMÁRIO
UNIDADE III
171 Introdução
172 Matrizes
191 Determinante
229 Referências
230 Gabarito
UNIDADE IV
ESPAÇOS VETORIAIS
235 Introdução
236 Vetores
259 Base
264 Dimensão
274 Referências
275 Gabarito
UNIDADE V
279 Introdução
317 Gabarito
318 CONCLUSÃO
Professor Me. Alexandre Shuji Suguimoto
I
VETORES, MULTIPLICAÇÃO
UNIDADE
DE VETORES, RETAS E
PLANOS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Definir o conceito matemático de vetores com as operações usuais.
■■ Reconhecer conjuntos linearmente dependentes e independentes.
■■ Definir os conceitos de multiplicação de vetores (produto escalar e
vetorial).
■■ Determinar e reconhecer as equações dos planos e das retas.
■■ Identificar as posições relativas entre planos, retas, bem como
calcular ângulos e distâncias.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Vetores
■■ Operação com vetores
■■ Dependência e independência linear
■■ Expressão analítica de um vetor
■■ Multiplicação de vetores
■■ Sistema de coordenadas
■■ O Plano
■■ A Reta
■■ Posições relativas
15
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Prezado(a) leitor(a), você provavelmente já tem algum conhecimento sobre vetor, com suas
caracterı́sticas, que são: módulo, direção e sentido. Também deve ter efetuado algumas operações
com vetores no Ensino Médio, principalmente na disciplina de fı́sica, ao obter, por exemplo, a
força resultante que atua num determinado corpo que se encontra sob a ação de mais de uma
força aplicada sobre esse corpo. Entretanto, o conceito sobre vetores são apresentados de maneira
intuitiva, sem seguir um critério rigoroso em sua definição.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Nesta unidade, vamos introduzir o conceito formal de vetores, como conjunto de segmentos
orientados, com suas operações de adição, subtração, multiplicação por escalar e suas propriedades
que possibilitam definir um Espaço Vetorial, esse último sendo a base para o estudo da disciplina
de Álgebra Linear. Apresentaremos o conceito de conjuntos linearmente dependentes e conjuntos
linearmente independentes, conceitos esses de extrema importância para podermos definir o plano
cartesiano e também o espaço euclidiano tridimensional. Para finalizar esta unidade, estudaremos
os vetores em sua expressão analı́tica, ou seja, por meio de coordenadas, possibilitando realizar
operações algébricas, seja no plano R2 ou no espaço R3 .
A aplicação dos conceitos envolvendo os vetores é de extrema importância nos mais va-
riados ramos de conhecimento, principalmente nas Ciências Exatas, a saber: nas Engenharias,
Arquitetura, Astronomia, Ciências da Computação, Quı́mica e, particularmente, na Fı́sica e na
Matemática. É importante ter ciência de que a Geometria Analı́tica é um fundamento básico
para as áreas mais modernas da geometria, tais como geometria algébrica, diferencial, discreta e
computacional.
Introdução
16 UNIDADE I
VETORES
VETORES
Segmentos Orientados
Algumas grandezas fı́sicas ao serem medidas necessitam apenas do valor numérico seguido
da unidade de medida, por exemplo: a massa, o comprimento, a área e o volume são chamadas de
grandezas escalares. No entanto, existem outras grandezas que precisam de mais informações além
das citadas anteriormente, como, por exemplo a força aplicada, o campo elétrico, a aceleração e a
velocidade. Assim, vamos formalizar esses conceitos. Seja r uma reta horizontal, marquemos nessa
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
reta um ponto O, que chamaremos de origem, o lado direito indicaremos de sentido positivo e o
contrário de sentido negativo. Considere dois pontos distintos A e B dessa reta suporte.
Figura 4 − Módulo
Direção e Sentido
Vetores
18 UNIDADE I
Segmentos Equipolentes
I) o mesmo módulo.
II) a mesma direção.
III) o mesmo sentido.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 10 − paralelogramo Figura 11 − colineares Figura 12 − coincidentes
No caso de segmentos equipolentes, como as três propriedades são verificadas, dizemos que
equipolência é uma relação de equivalência.
Vetor
Figura 13 − Vetores
v = {XY ; XY ∼ AB}.
−→
Outras notações para vetores são AB e B − A. Chama-se norma ou comprimento de um vetor v
e indicaremos por v um número real t tal que v = |t|.
−→ −−→
Igualdade de Vetores: dois vetores AB e CD são iguais, se AB ∼ CD.
Vetor Nulo: o vetor nulo é o vetor determinado por segmento nulo e indicado por 0.
−→ −→
Vetores Opostos ou Simétricos: dado um vetor v = AB, o vetor BA é chamado de vetor
−→ −→
oposto (ou simétrico), denotado por BA = −AB.
Vetor Unitário: dizemos que v é um vetor unitário, quando sua norma é igual a 1, ou seja,
v = 1.
Vetores
20 UNIDADE I
10
Vetores Colineares: u e v são colineares quando têm a mesma direção, ou seja, podemos tomar
representantes desses vetores sobre a mesma reta suporte ou situadas em retas paralelas.
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Figura 14 − Mesmo sentido Figura 15 − Sentidos opostos
Vetores Coplanares: dois ou mais vetores são coplanares quando possuem representantes num
−−→ −→ −→
mesmo plano. Na figura 18 os vetores u, v e w
são coplanares, em que u = AD, v = AB e w
= AC.
11
11
Nesta unidade definimos dois conceitos matemático: segmento orientado e também vetor.
Nesta unidade definimos dois conceitos matemático: segmento orientado e também vetor.
Assim, dados dois pontos A e B, reflita sobre a diferença entre o segmento orientado AB e o
Assim,−dados
→ dois pontos A e B, reflita sobre a diferença entre o segmento orientado AB e o
vetor AB.
−→
vetor AB.
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Adição de Vetores
Adição de Vetores
Sejam u e v dois vetores, definimos por vetor soma desses vetores e indicaremos por
Sejam u e v dois vetores, definimos por vetor soma desses vetores e indicaremos por
s = u + v ao vetor como indicado na figura 20:
s = u + v ao vetor como indicado na figura 20:
12
Propriedades
I) Comutativa: u + v = v + u.
II) Associativa: (u + v ) + w
= u + (v + w).
III) Existência do vetor nulo 0, assim, para todo v existe 0, tal que v + 0 = 0 + v = v .
IV) Para todo vetor v existe o vetor −v , tal que v + (−v ) = 0.
Vamos demonstrar a propriedade (I) com auxı́lio da figura 21. Dados u e v , considere o paralelo-
−→ −−→ −−→ −−→
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
gramo ABCD, em que u = AB = DC e v = AD = BC.
No caso da adição de três ou mais vetores, temos uma regra bastante útil, que é a Regra
do Polı́gono Fechado. Por exemplo, dados os vetores u, v e w,
o vetor soma s tem origem na
origem do primeiro vetor com extremidade na extremidade do último vetor.
13
Figura 22 Figura 23
Assim, para n vetores o vetor soma fecha o polı́gonos, formando um polı́gono com n + 1 lados.
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Figura 24
Diferença de Vetores
Definimos por diferença entre os vetores u por v , isto é u − v , o vetor d como sendo a soma
d = u + (−v ), ou seja, u − v = u + (−v ).
Figura 25 Figura 26
14
Seja v um vetor não nulo e k um número real (escalar), chama-se produto de um número
real k pelo vetor v o vetor p = kv , cuja direção é a mesma do vetor v . Se k > 0, o sentido é o
mesmo que de v .
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Figura 27 − com k = 1 Figura 28 − com k > 1 Figura 29 − com 0 < k < 1
Figura 32 − com
Figura 30 − com k = −1 Figura 31 − com k < −1 −1 < k < 0
1
obtenha o vetor s = 2u − v + w.
Exemplo 1: Dados os vetores u, v e w,
3
Figura 33 Figura 34
15
16
DEPENDÊNCIA E INDEPENDÊNCIA
DEPENDÊNCIA E INDEPEND ÊNCIA LINEARLINEAR
−→ −−→
Sejam u e v vetores com representantes P A e P B, respectivamente, analisemos as seguintes
−→ −−→
situações: primeiramente, se P A e P B estão sobre uma mesma reta r, então, existe um escalar
−−→ −→
k ∈ R, tal que P B = k P A. Nesse caso, dizemos que o conjunto {u, v } é linearmente dependente
LD ou que os vetores u e v são múltiplos um do outro, ou ainda que v é combinação linear de
−→ −−→
u − em particular, dizemos que os vetores P A e P B geram uma reta, na verdade, basta um vetor
−→
não nulo P A para gerar toda reta.
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Figura 36 − Vetores LD Figura 37 − Vetores LI
−→ −−→ −→ −−→
Agora, se P A e P B não estão sobre uma mesma reta, então P A e P B determinam um
plano π, nesse caso, dizemos que {u, v } formam um conjunto linearmente independente LI.
Assim, qualquer vetor w ∈ π pode ser escrito como combinação linear dos vetores u e v , ou seja,
−→ −→ −→ −−→
= P C, com C ∈ π, então devem existir escalares a e b reais, tais que P C = aP A + bP B e,
se w
−→ −−→
portanto, os vetores P A e P B geram um plano, os números a e b são as coordenadas do vetor w
em termos dos vetores u e v .
17
Figura 41 − Vetores LI
Um conjunto com três ou mais vetores num plano é sempre LD. Informalmente, um vetor
deve gerar a reta para ser LI, dois vetores devem gerar um plano para ser LI e três vetores devem
gerar o espaço para ser LI, caso contrário, serão LD. O conjunto vazio {} é LI e qualquer conjunto
que contenha o vetor 0 é LD.
18
Quando estamos considerando apenas a reta R, cada ponto dessa reta está associado a um
número real, se o número é positivo o ponto que o representa está situado à direita da origem
(ou ponto zero), por outro lado, quando o número é negativo, o ponto está à esquerda da origem.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Nesse sentido, cada número real ou ponto da reta R pode ser representado por um vetor. Como
a reta é unidimensional, logo, todos esses vetores têm a mesma direção, podendo “apontar” para
esquerda ou para direita. Note que o vetor v = 1 pode gerar o eixo x, pois qualquer número (ou
vetor) da reta é múltiplo de 1 (ou combinação linear do vetor v = 1), mais ainda, na verdade
qualquer vetor não nulo pode gerar a reta real. Já o plano cartesiano pode ser gerado pelos
vetores i = (1, 0) e j = (0, 1), ou seja, o conjunto {(1, 0), (0, 1)}. Mas qualquer outro par de
vetores não nulos LI pode gerar um plano, analogamente, o conjunto {(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)}
é um conjunto que gera o espaço, porém qualquer outro conjunto formado por três vetores LI
pode gerar o espaço, esses três conjuntos são chamados de base canônica (da reta, do plano
e do espaço euclidiano) e serão estudados mais detalhadamente na unidade IV, que trata da
Álgebra Linear. Os conjuntos {(1, 0), (0, 1)} e {(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)} são chamados de base
canônica para R2 e R3 , respectivamente.
<http://wp.ufpel.edu.br/nucleomatceng/files/2012/07/Vetores-no-R2-e-no-R32.pdf>
Fonte: o autor.
19
EXPRESSÃO ANALÍTICA
EXPRESSÃO ANAL DE
ÍTICA DE UM UM VETOR
VETOR
Vetores no plano R2
Considere a base canônica para o plano, cada ponto (par ordenado) (x, y) associa-se a um
vetor v = (x, y) e, reciprocamente, cada vetor do plano pode ser associado a um par ordenado.
Igualdade: dois vetores u = (x1 , y1 ) e v = (x2 , y2 ) são iguais se x1 = x2 e y1 = y2 .
Soma: u + v = (x1 + x2 , y1 + y2 ).
Multiplicação por escalar: dados k ∈ R e v ∈ R2 definimos kv = (kx2 , ky2 ).
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−→ −→ −−→
AB = AO + OB
−→ −→ −−→
AB = −OA + OB
−→
AB = −(xA , yA ) + (xB , yB )
−→
AB = (xB − xA , yB − yA ).
Figura 42
−→
AB = (xB − xA , yB − yA )
−→
AB = B − A
−→ −→
AB = OP .
20
Vetores no espaço R3
Considere a base canônica para R3 , cada ponto (terno ordenado) (x, y, z) do espaço euclidi-
ano associa-se a um vetor v = (x, y, z) e, reciprocamente, cada vetor do espaço pode ser associado
a um terno ordenado.
Igualdade: dois vetores u = (x1 , y1 , z1 ) e v = (x2 , y2 , z2 ) são iguais se x1 = x2 , y1 = y2 e z1 = z2 .
Soma: u + v = (x1 + x2 , y1 + y2 , z1 + z2 ).
Multiplicação por escalar: dados k ∈ R e v ∈ R3 definimos kv = (kx2 , ky2 , kz2 ).
Notação: v = (x, y, z) = x(1, 0, 0) + y(0, 1, 0) + z(0, 0, 1) = xi + yj + zk.
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−→ −→
Dados A e B em R3 , AB = B − A = (xB − xA , yB − yA , zB − zA ) = OP , em que P corresponde
ao ponto P (xB − xA , yB − yA , zB − zA ).
Figura 43
Partindo das definições anteriores, é possı́vel demonstrar as propriedades a seguir, isto é,
para quaisquer vetores u, v , w
e números reais a e b, temos:
I) u + v = v + u
II) (u + v ) + w
= u + (v + w)
III) u + 0 = u
= 0
IV) u + (−u)
V) a(bv ) = (ab)v
VI) (a + b)u = au + bu
VII) a(u + v ) = au + av
VIII) 1v = v
21
−→
Exemplo 3: Sejam A = 3 e B = 5 dois pontos da reta real (eixo x) R, definimos o vetor AB
como sendo o vetor v = B − A, ou seja, v = 5 − 3 = 2, por outro lado, seu oposto é o vetor
−→
u = BA = A − B = 3 − 5 = −2. A norma de v = u = |5 − 3| = 2. Note que, se C = 2 e
−→ −→
O = 0 (origem da reta), o vetor AB = OC = 2.
−→
Exemplo 4: Dados dois pontos A e B no plano cartesiano, definimos o vetor AB como sendo o
vetor v = B − A, em termos de coordenadas cartesianas por v = (xB − xA , yB − yA ). A norma
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
do vetor é dada por v = (xA − xB )2 + (yA − yB )2 (Teorema de Pitágoras). Por exemplo, se
−→ √
A(1, 2) e B(5, 5), então, temos v = AB = (5 − 1, 5 − 2) = (4, 3), em que v = 42 + 32 = 5.
−→ −→
Observe que, se C(4, 3) e O(0, 0) é a origem do plano cartesiano, então, AB = OC.
−→ −→
Figura 44 − Marque o ponto C(4, 3), depois o vetor OC e compare com AB
−→ −−→
a) AB = CXa
−−→ −−→
b) BC = AXb
−−→ −−→
c) BC = Xc A
−→ −−→
d) CA = AXd
22
a) b) c) d)
−→ −−→ −−→ −−→ −−→ −−→ −→ −−→
AB = CXa BC = AXb BC = Xc A CA = AXd
B − A = Xa − C C − B = Xb − A C − B = A − Xc A − C = Xd − A
3 − 2 = Xa − 5 5 − 3 = Xb − 2 5 − 3 = 2 − Xc 2 − 5 = Xd − 2
1 + 5 = Xa 2 = Xb − 2 2 = 2 − X2 2 + 2 − 5 = Xd
∴ Xa = 6 ∴ Xb = 4 ∴ Xc = 0 ∴ Xd = −1
Vetores no Espaço
−→
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Exemplo 6: Sejam A e B dois pontos no espaço, definimos o vetor AB como sendo o vetor
v = B − A, cujas coordenadas são v = (xB − xA , yB − yA , zB − zA ). A norma do vetor é dada por
v = (xA − xB )2 + (yA − yB )2 + (zA − zB )2 . Por exemplo, se A(−3, −2, 1) e B(2, 4, 3), temos
−→ −→ √ √
v = AB = (2 − (−3), 4 − (−2), 3 − 1) = (5, 6, 2) e v = AB = 52 + 62 + 22 = 65.
Figura 45
23
a) b)
−→ −−→ −−→ −−→
AB = CX CB = Y C
B−A=X −C B−C =C −Y
(3, 0, −1) − (−1, 2, 3) = X − (2, 1, 1) (3, 0, −1) − (2, 1, 1) = (2, 1, 1) − Y
(3, 0, −1) + (1, −2, −3) + (2, 1, 1) = X Y = (2, 1, 1) + (2, 1, 1) − (3, 0, −1)
∴ X = (6, −1 − 3) ∴ Y = (1, 2, 3)
c) d)
−→ −→ −−→ −→
AC = −AZ BC = T B
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C − A = −(Z − A) C −B =B−T
(2, 1, 1) − (−1, 2, 3) = −Z + (−1, 2, 3) (2, 1, 1) − (3, 0, −1) = (3, 0, −1) − T
Z = (−1, 2, 3) + (−1, 2, 3) − (2, 1, 1) T = (3, 0, −1) + (3, 0, −1) − (2, 1, 1)
∴ Z = (−4, 3, 5) ∴ T = (4, −1 − 3)
Exemplo 8: Sejam A(1, 1), B(−2, 0) e C(−3, −2) pontos do plano cartesiano (R2 ), determine as
coordenadas do ponto Xi em que i =, a, b, c, d.
Figura 46
−→ −−→
a) BA = CXa
−→ −−→
b) CA = BXb
−−→ −−→
c) BC = AXc
−→ −−→
d) CA = AXd
24
a) b)
−→ −−→ −→ −−→
BA = CXa CA = BXb
A − B = Xa − C A − C = Xb − B
(1, 1) − (−2, 0) = Xa − (−3, −2) (1, 1) − (−3, −2) = Xb − (−2, 0)
(1, 1) + (2, 0) + (−3, −2) = Xa (1, 1) + (3, 2) + (−2, 0) = Xb
Xa = (1 + 2 − 3, 1 + 0 − 2) Xb = (1 + 3 − 2, 1 + 2 + 0)
∴ Xa = (0, −1) ∴ Xb = (2, 3)
c) d)
−−→ −−→ −→ −−→
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BC = AXc CA = AXd
C − B = Xc − A A − C = Xd − A
(−3, −2) − (−2, 0) = Xc − (1, 1) (1, 1) − (−3, −2) = Xd − (1, 1)
(−3, −2) − (−2, 0) + (1, 1) = Xc (1, 1) + (3, 2) + (1, 1) = Xd
Xc = (−3 + 2 + 1, −2 + 0 + 1) Xd = (1 + 3 + 1, 1 + 2 + 1)
∴ Xc = (0, −1) ∴ Xd = (5, 4)
a) s = u + w
s = u + w
= (1, 3) + 2(1, 2)
= (1, 3) + (2, 4)
= (3, 7)
da igualdade de vetores
6k = 3 e 14k = 7
1 1
k= ek=
2 2
portanto, s e t são LD.
25
Suponhamos, por absurdo, que u e v sejam LD, isto é, existe k ∈ R tal que
u = kv
(1, 1, 1) = k(1, 0, 2)
1
ou seja k = 1, 0 = 1 e k = , absurdo, logo u e v são LI.
2
w
= au + bv
(5, 3, 7) = (a + b, a, a + 2b).
26
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
los(as), sanar dúvidas. Tentem fazer com que esse programa faça parte de seus estudos, não
apenas na Geometria Analı́tica, mas também nas outras disciplinas. O GeoGebra é um aplica-
tivo indispensável para quem cursa as disciplinas das ciências exatas. Na web existem inúmeros
materiais de apoio, desde apostilas, tutoriais, vı́deos, até comunidades destinadas ao uso dele.
Fonte: o autor.
27
MULTIPLICAÇÃO DE VETORES
MULTIPLICAÇÃO DE VETORES
Nas séries iniciais do Ensino Fundamental, aprendemos a multiplicar dois números, por
exemplo, 3 × 5 = 15, em que o número 15 é chamado de produto, 3 é o primeiro fator e o número
5 é o segundo fator. Nesse caso, a multiplicação é uma operação que vem simplificar a soma de
parcelas iguais, isto é 5 + 5 + 5 = 3 × 5 = 15. Uma outra multiplicação é definida no Ensino Médio,
particularmente no estudo das Matrizes, isto é, dadas duas matrizes Amp e Bpn , a multiplicação
da matriz Amp pela matriz Bpn é uma matriz Cmn e denotada por Amp × Bpn = Cmn , perceba que,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Produto Interno
Vamos definir uma operação denominada de produto interno, também conhecido por pro-
duto escalar (não confunda com o produto por escalar). Essa operação associa a cada par de
vetores um número real, mas, para definir tal operação, primeiramente, precisamos de dois concei-
tos relacionados aos vetores: o primeiro é ângulo formado por dois vetores e o segundo é a norma
(módulo) ou comprimento de um vetor. Assim, sejam u e v vetores não nulos com representantes
−→ −−→
P A e P B.
Multiplicação de Vetores
38 UNIDADE I
28
−→ −−→
Dados os vetores u e v com representantes u = P A e v = P B, definimos o número θ como
sendo o ângulo entre u e v a menor medida em radianos (ou graus) formada pelos segmentos P A
e P B, em que 0 ≤ θ ≤ π ou em graus 0o ≤ θ ≤ 180o .
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 47
A norma de um vetor é um número real positivo t, denotado por v = t que corresponde
à distância entre os ponto P e B. Além disso, note que v = 0 se, e somente se, u = 0. Agora,
vamos relembrar como calcular a norma de um vetor.
−→
Exemplo 11: Na reta real (eixo x), se A = 5 e B = 8, o vetor v = AB = 8 − 5 = 3 e
−→
AB = v = 3, lembrando que dado um segmento AB sempre existe um ponto P tal que o
segmento AB ∼ OP em que O é a origem (ou ponto zero), então, em termos de coordenadas, o
valor 3 corresponde à distância do ponto P até a origem O.
Figura 48
−→
No plano cartesiano R2 , dados A(xA , yA ) e B(xB , yB ), se v = AB, a norma do vetor v é a
distância entre os pontos A e B, denotando v = (a, b) em que a = xB − xA e b = yB − yA temos
−→
AB = (xB − xA )2 + (yB − yA )2
√
v = a2 + b2 .
29
que a = xB − xA , b = yB − yA e c = zB − zA , então
−→
AB = (xB − xA )2 + (yB − yA )2 + (zB − zA )2
√
v = a2 + b2 + c2 .
Definimos como Produto Interno (ou Produto Escalar) dos vetores u por v ao número
real dado por
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
0, se u = 0 ou v = 0
u.v = .
u.v. cos θ
Observe que se u e v são vetores não nulos, u.v = 0 se, e somente se, θ = 90o . Nesse caso,
dizemos que u e v são ortogonais (“perpendiculares”).
A definição anterior exige que conheçamos o ângulo θ para calcular o produto interno, no
entanto, apresentaremos um resultado interessante para calcular o produto interno sem conhecer
o ângulo θ, que é o próximo teorema. Esse resultado é válido para bases ortonormais. Faremos a
demonstração desse resultado para R3 . Assim, dizemos que o conjunto {a, b, c} é uma base orto-
normal se:
I) a.b = a.c = b.c = 0, isto é, a, b e c são ortogonais entre si.
II) a = b = c = 1.
Em particular, vimos que a base ortonormal {i, j, k} é conhecida como base canônica de R3 , em
que i = (1, 0, 0), j = (0, 1, 0) e k = (0, 0, 1).
Teorema: se {i, j, k} é uma base ortonormal canônica e u = (x1 , y1 , z1 ) e v = (x2 , y2 , z2 ), então
u.v = x1 x2 + y1 y2 + z1 z2 .
e
u = x21 + y12 + z12 .
Demonstração:
Multiplicação de Vetores
40 UNIDADE I
30
30
Note primeiro que i2 = i.i. cos 0o = 1 e i.j = i.j cos 90o = 0, logo,
Note primeiro que i2 = i.i. cos 0o = 1 e i.j = i.j cos 90o = 0, logo,
u.v = (x1i + y1j + z1k).(x2i + y2j + z2k)
u.v = 2 y1j + z1k).(x2i + z2k)
= (x
x11xi2+
i + x1 y2 ij + x1 z2iky+
2 j y+ 2 2
1 x2 j i + y1 y2 j + y1 z2 j k + z1 x2 k i + z1 y2 k j + z1 z2 k
= x 1 x 2 + y1 y 2 + z 1 z 2 .
Além disso, se v = u, temos
Além disso, se v = u, temos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
u.u = u.u. cos 0 = x21 + y12 + z12
u.u = u.u. cos 0 = x21 + y12 + z12
e, portanto,
e, portanto, u = x21 + y12 + z12 .
u = x21 + y12 + z12 .
De maneira análoga, a partir da definição de produto interno u.v = uv . cos θ, podemos
mostrarDeque
maneira análoga,
o resultado a partir
é válido na da R, ou seja
retadefinição de produto interno
u.v = x1 .x 2 , em
u u
.v =
que =u
x1 ve.vcos
=x e em R2
θ,2 ,podemos
mostrar
também que o resultado
é válido que u.vé =
válido
x1 .x2na 1 .y2 ,R,
+ yreta sejau u=.v(x=1 ,xy11.x
emouque ) 2e, vem
= que ). x1 e v = x2 , e em R2
(x2 , uy2=
também é válido que u.v = x1 .x2 + y1 .y2 , em que u = (x1 , y1 ) e v = (x2 , y2 ).
É possı́vel definir produto interno como no resultado do teorema anterior, ou seja, por definição,
É
o possı́vel
produto definir
internoproduto
é u.v = interno
x1 .x2 +como
y1 .y2 (em R2 , por exemplo)
no resultado do teorema
e uanterior,
.v = x1 .xou
2+seja,
y1 .y2por 3
+ zdefinição,
1 .z2 (R ),
1 .y2 (em R
2 3
oe produto interno é u.vobtém-se
como consequência = x1 .x2 +
o yresultado v, por
u. = uexemplo)
v . coseθ.u.Alguns
v = x1 .xlivros
2 + y1 .y 2 + za
usam 1 .znotação
2 (R ),
e<como
u, v >consequência
para indicar obtém-se resultado u.v = uv . cos θ. Alguns livros usam a notação
o produtoo interno.
< u, vsaber
Para > para indicar
mais, o produto
acesse: interno.
<http://www.sato.prof.ufu.br/LeisKepler/node4.html>
Para
Fonte:saber mais, acesse: <http://www.sato.prof.ufu.br/LeisKepler/node4.html>
o autor.
Fonte: o autor.
31
Propriedades
I) u.v = v .u
II) k(u.v ) = (ku).v ; ∀x ∈ R
III) u.(v + w)
= u.v + u.w
= v .u
= 1.2 + 3.5
= 2 + 15
= 17
= −3 + 2 + 8
=7
c) a = 2i − j + 3k e b = i + k
a.b = (2, −1, 3).(1, 0, 1)
=2+0+3
=5
Multiplicação de Vetores
42 UNIDADE I
32
−→ −→
Exemplo 13: Sejam A(3, 1), B(5, 3) e C(0, 4), mostre que os vetores AB e AC são ortogonais.
Dois vetores são ortogonais se o ângulo formado por eles é igual a 90o , como cos 90o = 0, então
−→ −→ −→ −→
devemos ter AB.AC = 0. Assim, temos AB = (5−3, 3−1) = (2, 2) e AC = (0−3, 4−1) = (−3, 3),
logo,
−→ −→
AB.AC = 2.(−3) + 2.3 = −6 + 6 = 0
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√ √
u = (−3)2 + 52 = 9 + 25 = 34
√
b) v = ( 2, 0, −3)
Em R3 , temos
√ √ √
v = ( 2)2 + 02 + (−3)2 = 2 + 0 + 9 = 11
Exemplo 15: Se u = (1, 1, 4) e v = (−1, 2, 2), determine o ângulo formado por esses vetores.
Seja θ o ângulo formado pelos vetores u e v , como u.v = uv cos θ, logo,
u.v
cosθ = (∗).
uv
√ √ √
Assim, temos u.v = 1.(−1) + 1.2 + 4.2 = −1 + 2 + 8 = 9, u = 12 + 12 + 42 = 18 = 3 2
√
e v = (−1)2 + 22 + 22 = 1 + 4 + 4 = 3, logo, substituindo em (∗) os resultados obtidos
evidenciam que √
9 1 2
cos θ = √ =√ =
3 2.3 2 2
e como 0 < θ < 180o , então θ = 45o .
33
33
No Ensino Fundamental, é ensinada a regra dos sinais para multiplicação, isto é, negativo com
negativo dá positivo, positivo com negativo dá negativo etc. Observe alguns vetores na reta
R,Noverifique
Ensino Fundamental, é ensinada
quais os possı́veis ângulosa formados
regra dos por
sinais para
eles multiplicação,
e, utilizando isto é, negativo
a definição com
de produto
negativotente
interno, dá positivo,
explicar apositivo com
regra dos negativo dá negativo etc. Observe alguns vetores na reta
sinais.
R, verifique quais os possı́veis ângulos formados por eles e, utilizando a definição de produto
interno, tente explicar a regra dos sinais.
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Produto Vetorial
Produto Vetorial
Vimos na seção anterior que o produto interno associa cada par de vetores a um número
real. Veremos agora uma operação chamada de Produto Vetorial (ou Produto Externo) que, a
cada parVimos na seção
ordenado anterior
de vetores (u, que o espaço,
v ) no produtoassocia-se
interno associa cada par
a um vetor de vetores
indicado por ua×um
v . número
real. Veremos agora uma operação chamada de Produto Vetorial (ou Produto Externo) que, a
Definição: Dados dois
cada par ordenado vetores(
de vetores u ,=
v ) (x
no1 , espaço,
y1 , z1 ) eassocia-se
v = (x2 , ya2 ,um
z2 ),vetor
nessa indicado
ordem, o por u × v .vetorial
produto
de u por v denotado por u × v resulta em um vetor com as seguintes propriedades:
I)Definição: Dados
u × v = dois vetores
u, v )|. u = (x1 , y1 , z1 ) e v = (x2 , y2 , z2 ), nessa ordem, o produto vetorial
u.v .|sen(
deuu×por
II) v évperpendicular
denotado porao u × v resulta
plano empor
gerado umuvetor
e v . com as seguintes propriedades:
I)
III) Ou × v =
sentido u.
do v .|sen(
vetor u × vu,pode
v )|. ser indicado pela regra da mão direita.
Isto u ×
II) é, v é perpendicular
suponhamos que u eao
v plano geradoum
determinam porplano
u e v .horizontal, como na figura a seguir:
III) O sentido do vetor u × v pode ser indicado pela regra da mão direita.
Isto é, suponhamos que u e v determinam um plano horizontal, como na figura a seguir:
Figura 49
Figura 49
Multiplicação de Vetores
44 UNIDADE I
34
Com a mão direita, indicamos por u (dedo indicador), v (dedo médio) e u ×v (o polegar estendido),
esse último indica o sentido do vetor u×v . Por outro lado, o produto v ×u tem-se v (dedo indicador),
u (dedo médio) e v × u (polegar) aponta para o sentido oposto ao anterior, ou seja, u ×v = −v × u.
O item (I) indica que a norma do produto vetorial corresponde à área do paralelogramo ABCD.
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Figura 50
As coordenadas do produto vetorial podem ser obtidas com auxı́lio do cálculo simbólico de um
“determinante”. Ou seja, se u = (x1 , y1 , z1 ) e v = (x2 , y2 , z2 ), o produto vetorial u × v é dado por
i j k
y1 z1 x z
1 1
x y
1 1
u × v = x1 y1 z1 = i − j + k
y2 z2
x z
x y
2 2 2 2
x2 y2 z 2
ou, ainda,
y z x z x y
1 1 1 1 1 1
u × v = ,− , .
y2 z 2 x2 z 2 x2 y2
u × v = (y1 z2 − y2 z1 , −(x1 z2 − x2 z1 ), x1 y2 − x2 y1 ) .
Propriedades
I) u × u = 0, ∀ u.
II) u × v = −v × u.
III) u × (v + w)
= u × v + u × w.
IV) (mu) × v = m(u × v ).
35
Vamos provar a propriedade (II) utilizando as propriedades dos determinantes, isto é,
quando trocamos de posição duas linhas, seu determinante muda o sinal, ou seja
i j k i j k
u × v = x 1 y1
z1 = −
x 2 y2 z2 = −v × u.
x2 y2 z2 x1 y1 z1
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Exemplo 16: Sejam u = (2, 1, 1) e v = (−1, 0, 2) vetores de R3 , calcule o produto vetorial entre
esses vetores.
Sabemos que
i j k
2 1 2 1
1 1
u × v = 2 1 1 = i − j + k
0 2
−1 2 −1 0
−1 0 2
Geometricamente temos
Figura 51
Multiplicação de Vetores
46 UNIDADE I
36
Exemplo
36 17: Calcule a área do paralelogramo determinada pelos vetores u = (2, 1, 1) e v =
(−1, 0, 2).
Exemplo
Sabemos que17: Calcule
a área a área do paralelogramo
do paralelogramo é dada por determinada pelos vetores u = (2, 1, 1) e v =
(−1, 0, 2).
Sabemos que a área do paralelogramo é dada
A = por
u × v
A = u × v
e do exemplo 16, temos u × v = (2, −5, 1), logo,
e do exemplo 16, temos u × v = (2, −5,
A =1), logo,
22 + (−5)2 + 12
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√
AA== 224 + 25 +21+ 12
+ (−5)
√
A√
= 30.
A = 4 + 25 + 1
√
A= 30.
Vimos que o produto interno pode ser definido na reta R, no plano R2 , no espaço R3 , no entanto,
o produto vetorial é por definição um vetor do espaço R3 . Qual a parte da definição que garante
Vimos que o produto interno pode ser definido na reta R, no plano R2 , no espaço R3 , no entanto,
isso?
o produto vetorial é por definição um vetor do espaço R3 . Qual a parte da definição que garante
isso?
37
Produto Misto
Para definirmos o Produto Misto, lembremos que o cálculo do produto interno está associado
a um número real, enquanto o produto vetorial nos dá um vetor. O termo misto indica que esse
produto envolverá os dois tipos de multiplicação.
= (u × v ).w.
[u, v , w]
|[u, v , w]|
= u × v .w.|
cos(u × v , w)|.
Figura 52
Multiplicação de Vetores
48 UNIDADE I
38
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
= x3 (y1 z2 − y2 z1 ) − y3 (x1 z2 − x2 z1 ) + z3 (x1 y2 − x2 y1 ),
(u × v ) .w
ou seja,
x 1 y1 z 1
= x2 y2 z2 .
(u × v ) .w
x3 y3 z 3
Portanto,
x1 y1 z 1
= x2 y2 z2 .
[u, v , w]
x3 y3 z 3
Exemplo 18: Mostre que os vetores u = (−1, −3, −1), v = (2, 3, −1) e w
= (−1, 0, 2) são
coplanares (LD). Os vetores u, v e w
são coplanares se [u, v , w]
= 0, assim, temos
−1 −3 −1
= 2
[u, v , w] 3 −1 = −1(6 − 0) + 3(4 − 1) − 1(0 + 3) = −6 + 9 − 3 = 0.
−1 0 2
Exemplo 19: Verifique se os pontos A(0, 0, 2), B(1, 0, 0), C(−1, −3, 1) e D(−2, −3, 3) estão situ-
ados no mesmo plano.
−→ −→ −−→
Os pontos dados são coplanares se os vetores AB, AC e AD forem coplanares, da definição de
39
= −6 + 6
= 0.
−→ −→ −−→
Portanto, como [AB, AC, AD] = 0, segue que os pontos dados são coplanares.
Exemplo 20: Determine o volume do paralelepı́pedo que tem um dos vértices no ponto A(0, 0, 0)
e três vértices adjacentes B(0, 2, 0), C(4, 0, 0) e D(0, 0, 2).
0−0 2 − 0 0 − 0
−→ −→ −−→
[AB, AC, AD] = 4−0 0 − 0 0 − 0
0−0 0−0 2−0
0 2 0
= 4 0 0
0 0 2
= −16
−→ −→ −−→
[AB, AC, AD] = 16
Multiplicação de Vetores
50 UNIDADE I
40
40
Fonte: o autor.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Plano Cartesiano
Plano Cartesiano
A Geometria Analı́tica, também conhecida como geometria das coordenadas, baseia-se no
estudo da geometria com a utilização da Álgebra. Indı́cios históricos apontam que seus estudos
A Geometria
iniciaram-se Analı́tica, também
com o matemático conhecida
francês René como geometria
Descartes das criador
(1596-1650), coordenadas, baseia-se
do sistema no
de co-
estudo da cartesianas
ordenadas geometria com a utilização
ou plano da Álgebra.
cartesiano. Indı́cios
Ele conseguiu históricos
estabelecer apontam
relações quea geometria
entre seus estudos
e
iniciaram-se com o matemático francês René Descartes (1596-1650), criador do sistema
a álgebra ao analisar o ponto, distâncias, retas e circunferências no plano cartesiano por meio de de co-
ordenadas
suas cartesianas ou plano cartesiano. Ele conseguiu estabelecer relações entre a geometria e
coordenadas.
a álgebra ao analisar o ponto, distâncias, retas e circunferências no plano cartesiano por meio de
Vamos estudar, agora, as equações da reta, equações do plano, cálculo de distância, ângulo
suas coordenadas.
e posições relativas no sistema de coordenadas R3 .
Vamos estudar, agora, as equações da reta, equações do plano, cálculo de distância, ângulo
Lembremos de alguns fatos importantes relacionados à geometria no plano xy, por exemplo,
e posições relativas no sistema de coordenadas R3 .
por dois pontos distintos passa uma única reta, ou seja, para obtermos a equação de uma reta
precisamosLembremos
de dois de algunsequivalentemente,
pontos, fatos importantes dada
relacionados à geometria
a inclinação noeplano
da reta xy, pordoexemplo,
um ponto plano,
por dois
existe umapontos distintos
única reta passapor
que passa uma única
esse reta,
ponto comouessa
seja, para obtermos
inclinação. Fazendoa equação
analogia de
ao uma reta
exemplo
precisamos
anterior, de doisR3pontos,
no espaço equivalentemente,
, para definirmos a equaçãodada a inclinação
de uma da retadeedois
reta, precisamos um pontos
ponto distintos,
do plano,
existe
ou uma única reta
equivalentemente dequeum passa
pontopor esse
e um ponto
vetor, com
esse essa inclinação.
último nos fornece Fazendo
a direçãoanalogia
da reta, ao
da exemplo
mesma
anterior, no espaço R 3
, para definirmos a equação de uma reta, precisamos de dois pontos
forma que o coeficiente angular no plano. Agora, para definirmos a equação de um plano no espaço distintos,
Rou
3 equivalentemente de um ponto e um vetor, esse último nos fornece a direção da reta, da mesma
precisamos de três pontos distintos (não colineares), isto equivale a dois vetores linearmente
forma que o coeficiente
independentes e mais um angular
pontono plano.
por onde Agora, para definirmos
deve passar a equação
o plano. É importantede um plano noaespaço
se atentar esses
R3 precisamos de três pontos distintos (não colineares), isto equivale a dois vetores linearmente
independentes e mais um ponto por onde deve passar o plano. É importante se atentar a esses
41
detalhes, pois podem auxiliá-los na compreensão e dedução das fórmulas e resolução dos problemas.
Apesar da importância da dedução das fórmulas, esperamos que o leitor tenha domı́nio em
aplicá-las na resolução dos problemas propostos.
SISTEMAS DE COORDENADAS
SISTEMAS DE COORDENADAS
ou simplesmente
v = (x, y, z).
Assim, podemos representar cada ponto P do espaço por meio do terno ordenado de coordenadas
cartesianas P = (x, y, z) ou P (x, y, z). Reciprocamente, cada terno ordenado (x, y, z) corresponde
−→
a um único ponto P do espaço, tal que OP = xi + yj + k = (x, y, z).
Portanto, a grosso modo podemos associar cada ponto P (x, y, z) do espaço a um vetor
v = (x, y, z), apesar de ponto e vetor serem entidades distintas, ambos são representados por um
terno ordenado.
Sistemas de Coordenadas
52 UNIDADE I
42
Vamos deduzir a fórmula da distância entre dois pontos no espaço. Sejam A(xA , yA , zA ),
B(xB , yB , zB ) e O(0, 0, 0) pontos de R3 .
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 53
−→
Denotemos a distância entre os pontos A e B por d(A, B), assim temos d(A, B) = AB, como
−→ −−→ −→
AB = BO + OA
−−→ −→
= −OB + OA
= −(xB − 0, yB − 0, zB − 0) + (xA − 0, yA − 0, zA − 0)
= (xA − xB , yA − yB , zA − zB )
segue que
−→
AB = (xA − xB )2 + (yA − yB )2 + (zA − zB )2
e, portanto,
d(A, B) = (xA − xB )2 + (yA − yB )2 + (zA − zB )2
43
O PLANO
O PLANO
Equações Paramétricas
Vamos determinar uma equação do plano definido por 3 pontos. Sejam A(xA , yA , zA ),
B(xB , yB , zB ) e C(xC , yC , zC ) pontos não colineares e π o plano que contém esses pontos. Assim,
−→ −→
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
se P (x, y, z) é um ponto genérico, vamos encontrar condições para que P ∈ π. Como AB, AC são
−→ −→ −→ −→
LI, logo, P ∈ π se existem escalares a e b tais que AP = aAB + bAC, ou seja, AP é combinação
−→ −→
linear dos vetores AB e AC.
Figura 54
−→ −→ −→
Como AP = AO + OP , segue que
−→ −→ −→ −→
AO + OP = aAB + bAC
−→ −→ −→ −→
OP = −AO + aAB + bAC
−→ −→ −→ −→
OP = OA + aAB + bAC
O Plano
54 UNIDADE I
44
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exemplo 21: Sejam A(1, 2, 3), B(−1, 0, 1) e C(3, 1, 5) pontos de R3 . Determine as equações
paramétricas do plano que passa por esses 3 pontos e verifique se os pontos D(−1, 0, 1) e E(3, 1, 0)
pertencem a esse plano.
Temos:
xA = 1, xB = −1 e xC = 3
yA = 2, yB = 0 e yC = 1
zA = 3, zB = 1 e zC = 5
Agora, vamos verificar se o ponto D(−1, 0, 1) pertence ao plano. Para tanto, substituı́mos as
coordenadas do ponto nas equações paramétricas e obtemos o seguinte sistema de três equações e
45
duas incógnitas:
−1 = 1 − 2a + 2b
0 = 2 − 2a − b.
1 = 3 − 2a + 2b
Equivalentemente
−2 = −2a + 2b
−2 = −2a − b
−2 = −2a + 2b
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
cuja solução é o par ordenado (a, b) = (1, 0) e, portanto, o ponto D(−1, 0, 1) pertence ao plano.
Por outro lado, para o ponto E(3, 1, 0), obtemos o seguinte sistema
3 = 1 − 2a + 2b
1 = 2 − 2a − b ,
0 = 3 − 2a + 2b
ou seja,
2 = −2a + 2b
−1 = −2a − b ,
−3 = −2a + 2b
que não admite solução. Logo, como não existe um par ordenado que é solução do sistema anterior,
concluı́mos que esse ponto E não pertence ao plano.
O Plano
56 UNIDADE I
47
46
Vamos obter agora uma outra equação do plano definida por 3 pontos. Se os pontos A, B,
→ −→ −→
C e P são coplanares, então, o conjunto {−
AP , AB, AC} é LD, logo, do produto misto temos
Figura 55
→ −→ −→
[−
AP , AB, AC] = 0.
−→ −→
Pondo AB = (a1 , b1 , c1 ), AC = (a2 , b2 , c2 ) em que a1 = xB − xA , b1 = yB − yA , c1 = zB − zA ,
a2 = xC − xA , b2 = yC − yA e c2 = zC − zA , segue que
x − xA y − yA z − zA
a c1 = 0
1 b1
a2 b2 c2
chamando de a = b1 c2 − c1 b2 , b = a2 c1 − a1 c2 e c = a1 b2 − b1 a2
(x − xA )a + (y − yA )b + (z − zA )c = 0
ax + by + cz + d = 0
Exemplo 22: Determine a equação geral do plano π que passa pelos pontos A(1, 0, 2), B(−1, 2, 0)
e C(0, 1, −2).
Seja π o plano que passa pelos pontos A(1, 0, 2), B(−1, 2, 0) e C(0, 1, −2), considere P (x, y, z)
−→ −→ −→
um ponto genérico desse plano. Assim, AP = (x−1, y, z−2), AB = (−2, 2, −2) e AC = (−1, 1, −4)
e do produto misto, temos
x−1 y z−2
−2 2 −2 = 0
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
−1 1 −4
−6x + 6 − 6y = 0
−6x − 6y + 6 = 0
Figura 56
48
segue que
(a, b, c).(x − xA , y − yA , z − zA ) = 0
ax + by + cz + d = 0.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Assim, acabamos de verificar que é possı́vel obter a equação de um plano, dados um vetor normal a
ele e um ponto desse plano. Note também que, dada uma equação de um plano ax+by +cz +d = 0,
o vetor n = (a, c, b) é um vetor normal a esse plano.
Exemplo 23: Determine a equação do plano que passa pelo ponto A(1, −1, 3), sendo n = (1, −1, 2)
um vetor normal a esse plano.
1x − 1y + 2z + d = 0.
O Plano
58 UNIDADE I
49
1+1+6+d=0
d = −8.
Portanto, a equação é do plano com vetor normal n = (1, −1, 2) e que passa pelo ponto A(1, −1, 3)
é
x − y + 2z − 8 = 0.
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Equações paramétricas
Figura 57
−→ −→
Assim, se AB e AC são vetores LI, então, existe um plano π que contém os segmentos AB
−→
e AC, logo, se P (x, y, z) ∈ π o vetor AP pode ser escrito como combinação linear dos vetores u e
v , isto é, existem escalares p e q tais que
−→
AP = pu + qv
−→ −→
AO + OP = pu + qv
−→ −→
−OA + OP = pu + qv
−→ −→
OP = OA + pu + qv
50
que são as equações paramétricas do plano que passa pelo ponto dado A e tem vetores diretores u
e v . Cada ponto P está associado a um par de parâmetros (p, q) e, reciprocamente, cada par (p, q)
associa-se a um ponto P do espaço, por exemplo, o par (0, 0) associa o ponto P = A.
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Exemplo 24: Determine as equações paramétricas do plano π que passa pelo ponto A(1, −1, 0) e
é paralelo aos vetores u = (1, −3, 7) e v = (−5, 2, 4).
e, portanto, obtemos
x = 1 + p − 5q
y = −1 − 3p + 2q.
z = 7p + 4q
Equação geral
Figura 58
O Plano
60 UNIDADE I
51
Para obtermos a equação cartesiana (ou geral) do plano determinada por 2 vetores e 1
ponto, lembremos que u × v é ortogonal ao plano π, isto é
−→
AP .(u × v ) = 0
x − x A y − y A z − zA
a b1 c1 =0
1
a2 b2 c2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(x − xA )(b1 c2 − c1 b2 ) + (y − yA )(a2 c1 − a1 c2 ) + (z − zA )(a1 b2 − b1 a2 ) = 0.
Chamando de a = b1 c2 − c1 b2 , b = a2 c1 − a1 c2 e c = a1 b2 − b1 a2
(x − xA )a + (y − yA )b + (z − zA )c = 0
ax + by + cz + d = 0.
Exemplo 25: Obtenha a equação cartesiana do plano π que passa pelo ponto A(2, 1, −3) e é
paralelo aos vetores u = (1, 3, 0) e v = (−2, 5, 1).
Se P (x, y, z) ∈ π, temos
x−2 y−1 z+3
1 3 0 =0
−2 5 1
em que, desenvolvendo,
52
3x − 6 − y + 1 + 11z + 33 = 0
3x − y + 11z + 28 = 0.
e, portanto,
|�n1 .�n2 |
cos θ = ,
��n1 ���n2 �
π
com 0 ≤ θ ≤ .
2
Sabemos que os vetores normais aos planos dados são �n1 = (2, 3, −1) e �n2 = (1, −1, 4),
segue que
=2−3−4
= −5,
O Plano
62 UNIDADE I
53
e
√ √
n2 = 1 + 1 + 16 = 18,
como
|n1 .n2 |
cos θ = ,
n1 n2
substituindo, obtemos
| − 5|
cos θ = √ √ ,
14. 18
racionalizando, segue que √
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
5 7
cos θ =
42
cos θ ∼
= 0, 3149
arccos(cos θ) ∼
= arccos 0, 3149.
Portanto
θ∼
= 71, 64o .
A RETA
A RETA
Sabemos que dados dois pontos distintos P1 (x1 , y1 , z1 ) e P2 (x2 , y2 , z2 ) existe uma única reta
que passa por esses pontos. Seja P (x, y, z) um ponto dessa reta que chamaremos de r, assim, temos
−−→ −−→
um conjunto {P1 P , P1 P2 } Linearmente Dependente, isto é, existe um λ ∈ R tal que
−−→ −−→
P1 P = λP1 P2
−−→
P − P1 = λP1 P2
−−→
P = P1 + λP1 P2 equação vetorial
54
ou seja,
x = x1 + λ(x2 − x1 )
y = y1 + λ(y2 − y1 ) equações paramétricas da reta r.
z = z + λ(z − z )
1 2 1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 59
x − x1 y − y1 z − z1
λ= = = (∗)
x2 − x1 y2 − y1 z2 − z1
que são as equações simétricas da reta. A relação anterior nos dá a condição para que três
pontos estejam alinhados, ou seja, os pontos P , P1 e P2 estão alinhados se as razões indicadas em
(∗) são iguais a uma constante.
Particularmente, se uma reta r passa pelos pontos P1 (x1 , y1 , z1 ) e P (x, y, z) e tem direção
A Reta
64 UNIDADE I
55
x − x1 y − y1 z − z1
= = equações simétricas da reta r.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a b c
x − x1 y − y1 x − x1 z − z1
= =
a b a c
a(y − y1 ) = b(x − x1 ) a(z − z1 ) = c(x − x1 )
.. ..
. .
b b c c
y = x − x 1 + y1 z = x − x1 + z 1
a a a a
fazendo fazendo
b b c c
m= e n = − x 1 + y1 p= e q = − x1 + z 1
a a a a
obtemos obtemos
y = mx + n z = px + q
Exemplo 27: Determine a equação paramétrica da reta que passa pelos pontos P1 (1, 2, 0) e
P2 (−1, 3, 5).
−−→
P = P 1 + λP 1 P 2
56
portanto,
x = 1 − 2λ
y = 2+λ .
z = 5λ
Exemplo 28: Mostre que os pontos A(−2, 2, 5), B(2, 0, 3) e C(0, 1, 4) estão alinhados.
−→
P = B + λAB
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
isto é,
x = 2 + 4λ
y = −2λ ,
z = 3 − 2λ
x−2 y −z + 3
=− = = λ.
4 2 2
0−2 1 −4 + 3 1
=− = = − = λ.
4 2 2 2
A Reta
66 UNIDADE I
57
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(x, y, z) = (xA , yA , zA ) + λ(a, b, c)
Exemplo 29: Seja π um plano com equação 3x+2y−5z+4 = 0. Obtenha as equações paramétricas
da reta perpendicular ao plano π e que passa pelo ponto A(−1, 2, 7).
Seja r uma reta perpendicular ao plano π e que passa pelo ponto A(−1, 2, 7), o vetor
n = (3, 2, −5) é normal ao plano π, substituindo diretamente na fórmula anterior, obtemos as
equações paramétricas
x = −1 + 3λ
y = 2 + 2λ .
z = 7 − 5λ
58
−→
AP = λ(n1 × n2 ) para algum λ real,
mas
i j k
n1 × n2 = a1 b1 c1
a2 b2 c2
segue que
−→
AP = λ(b1 c2 − b2 c1 , a2 c1 − a1 c2 , a1 b2 − a2 b1 )
e, portanto, obtemos
x = xA + λ(b1 c2 − b2 c1 )
y = yA + λ(a2 c1 − a1 c2 ) ,
z = z + λ(a b − a b )
A 1 2 2 1
A Reta
68 UNIDADE I
59
59
Quando
Quando resolvemos
resolvemos um
um sistema
sistema de
de três
três equações
equações com
com três
três incógnitas,
incógnitas, aa solução
solução (caso
(caso exista)
exista) éé
um
um ponto
ponto da
da interseção
interseção desses
desses três
três planos.
planos.
Acesse
Acesse oo link
link ee verifique
verifique todas
todas possibilidades:
possibilidades:
<http://pt.slideshare.net/luanadavila/luana-14123718>
<http://pt.slideshare.net/luanadavila/luana-14123718>
Fonte:
Fonte: oo autor.
autor.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exemplo
Exemplo 30:
30: Sejam
Sejam ππ11 ee ππ22 planos
planos com
com equações
equações xx + 2z −
+ 2z − 88 =
= 00 ee xx + 4y −
+ 4y − 2z
2z +
+ 44 =
= 0,
0, encontre
encontre
as
as equações
equações paramétricas
paramétricas da
da interseção
interseção desses
desses planos.
planos.
Os
Os vetores
vetores normais
normais aos
aos planos
planos são
são nn
11 =
= (1,
(1,0,
0,2)
2) ee nn22 =
= (1, 4,−2),
(1,4, −2), como 11 ×
como nn × nn
22 éé paralelo
paralelo
aa interseção
interseção desses
desses planos,
planos, logo,
logo, temos
temos
i j k
i j k
nn11 ×
n = 00 22
× n22 = 11
11 −2
44 −2
Agora,
Agora, vamos
vamos obter
obter um
um ponto
ponto da
da interseção,
interseção, particularmente
particularmente para
para xx =
= 0,
0, temos
temos
2z 2z −− 88 =
= 00 ,
,
4y4y −− 2z
2z == −4
−4
segue
segue que
que zz =
= 44 e,
e, substituindo,
substituindo, obtemos
obtemos
4y −
4y − 2.4 = −4
2.4 = −4
4y −
4y = −4
− 88 = −4
4y
4y =
= 44
60
y = 1.
−→
AP = λ(n1 × n2 )
P = A + λ(n1 × n2 )
POSIÇÕES RELATIVAS
POSIÇÕES RELATIVAS
Planos Paralelos
Se π1 e π2 são planos paralelos, com n1 e n2 seus vetores normais, então, n1 e n2 são
múltiplos (paralelos), isto é, existe λ tal que
n1 = λn2
(a1 , b1 , c1 ) = λ(a2 , b2 , c2 )
a1 b1 c1
λ= = = .
a2 b2 c2
Posições Relativas
70 UNIDADE I
61
Exemplo 31: Mostre que os planos π1 e π2 determinados pelas equações 15x − 12y + 6z + 9 = 0
e 5x − 4y + 2z + 7 = 0 são paralelos.
De fato, sejam n1 = (15, −12, 6) e n2 = (5, −4, 2) vetores normais aos planos π1 e π2 ,
devemos exibir um λ ∈ R tal que
n1 = λn2 ,
substituindo, obtemos
(15, −12, 6) = λ(5, −4, 2),
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
segue que
(15, −12, 6) = (5λ, −4λ, 2λ),
logo,
15 −12 6
= = = λ.
5 −4 2
Portanto, tomando λ = 3, obtemos n1 = 3n2 , o que mostra que π1 e π2 são paralelos.
Planos Perpendiculares
n1 .n2 = 0.
Temos que n1 = (3, −4, −3) e n2 = (1, 0, 1) são vetores normais aos planos dados, logo, do
produto interno temos
n1 .n2 = 3 − 0 − 3
n1 .n2 = 0
62
Retas paralelas
No caso em que r1 é paralela à r2 dizemos que o ângulo formado é igual a zero. Assim,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
u = λv
(a1 , b1 , c1 ) = λ(a2 , b2 , c2 )
ou, equivalentemente,
a1 b1 c1
λ= = = .
a2 b2 c2
Exemplo 33: Seja r1 a reta que passa pelos pontos O(0, 0, 0) e A(1, 1, 1), r2 a reta que passa pelos
pontos B(0, 0, 2) e C(2, 2, 4), mostre que essas retas são paralelas.
−→ −−→
De fato, temos v1 = OA = (1, 1, 1) tem direção da reta r1 e v2 = BC = (2, 2, 2) tem direção
da reta r2 , logo, da condição de paralelismo, temos
1 1 1
λ= = = ,
2 2 2
o que mostra que as retas r1 e r2 são paralelas ou coincidentes. Agora, vamos verificar se o ponto
A pertence a reta r2 . Note que as equações paramétricas de r2 são
x = 2t
y = 2t t∈R
z = 2 + 2t
Posições Relativas
72 UNIDADE I
63
1 1
ou seja, t = e t = − , o que é um absurdo. Assim, A ∈
/ r2 e, portanto, r1 é paralela (não
2 2
coincidente) a r2 .
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Retas concorrentes e reversas
Quando r1 é concorrente à r2 , o ângulo θ entre essas retas é o menor entre os quatro ângulos
formados no ponto em comum. Caso r1 e r2 sejam reversas, marcamos um ponto P , por exemplo,
sobre a reta r1 e traçamos uma reta r3 paralela a r2 , passando por esse ponto, o ângulo formado
pelas retas r1 e r3 é o ângulo entre as retas r1 e r2 .
Figura 60 Figura 61
Assim, se v1 e v2 são vetores diretores de r1 e r2 , então, o ângulo formado por essas retas é
tal que
cos θ = | cos(v1 , v2 )|
|v1 .v2 |
cos θ = .
v1 v2
64
Seja θ o ângulo formado por r1 e r2 com direções v1 = (1, 1, −2) e v2 = (−2, 1, 1), logo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
|v1 .v2 |
cos θ =
v1 .v2
|1.(−2) + 1.1 + (−2).1|
cos θ =
12 + 12 + (−2)2 . (−2)2 + 12 + 12
| − 2 + 1 − 2|
cos θ = √ √
1 + 1 + 4. 4 + 1 + 1
3
cos θ =
6
1
cos θ = ,
2
portanto, θ = 60o .
Retas ortogonais
Sejam r1 e r2 duas retas com direção dos vetores u = (a1 , b1 , c1 ) e v = (a2 , b2 , c2 ), respecti-
vamente, dizemos que r1 é ortogonal à r2 (formam um ângulo de 90o ), quando
u.v = 0.
Posições Relativas
74 UNIDADE I
65
As retas r1 e r2 possuem direção dos vetores v1 = (1, −1, 3) e v2 = (1, 4, 1), respectivamente.
Logo, do produto interno segue que
v1 .v2 = 1 − 4 + 3
v1 .v2 = 0,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Distância de um ponto a um plano
Figura 62
−−→
d(P0 , π) = AP0
−−→ −−→ −−→
d(P0 , π) = P0 P | cos(P0 A, P0 P )|
−−→ −−→ −−→ −−→
AP0 P0 P | cos(P0 A, P0 P )|
d(P0 , π) = −−−→ (∗)
AP0
note que n = (a, b, c) é normal ao plano π, logo, existe λ real tal que
−−→
AP0 = λn
66
−−→
AP0 = |λ|(a, b, c) (∗∗)
−−→ √
AP0 = |λ| a2 + b2 + c2 (∗ ∗ ∗)
−−→ −−→
|AP .P P |
d(P0 , π) = √ 0 0
|λ| a2 + b2 + c2
|λ(a, b, c).(x − x0 , y − y0 , z − z0 )|
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
d(P0 , π) = √
|λ| a2 + b2 + c2
| − λ(ax0 + by0 + cz0 − ax − by − cz)|
d(P0 , π) = √
|λ| a2 + b2 + c2
|λ||(ax0 + by0 + cz0 − ax − by − cz)|
d(P0 , π) = √ .
|λ| a2 + b2 + c2
Exemplo 36: Seja π o plano definido pela equação 3x − 2y + z − 1 = 0, calcule a distância entre
o plano π ao ponto P0 (1, 0, 1).
Posições Relativas
76 UNIDADE I
67
Seja r uma reta determinada pelo ponto P1 (x1 , y1 , z1 ) com direção do vetor v = (a, b, c).
Dado um ponto P0 , vamos determinar a distância d do ponto P0 até a reta r. Note que os vetores
−−→
v e P1 P0 determinam um paralelogramo cuja altura corresponde a distância d de P0 até a reta r.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 63
−−→
A = P1 P0 × v
A = v .d
−−→
logo, v .d = P1 P0 × v , ou seja,
−−→
P1 P0 × v
d(P0 , r) =
v
68
x y−2 z+5
r: = = ,
3 2 1
Sabemos que
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
i j k
−−→
P1 P0 × v = 1 − 0 −1 − 2 2 + 5
3 2 1
−−→
P1 P0 × v = (−17, 20, 11),
logo,
(−17)2 + 202 + 112
d(P0 , r) = √
3 2 + 22 + 12
√
289 + 400 + 121
d(P0 , r) = √
9+4+1
√
9 35
d(P0 , r) = .
7
Dadas duas retas quaisquer, existem três possibilidades: são concorrentes, nesse caso, a dis-
tância entre elas é zero; são paralelas, nesse caso, a distância é constante ou as retas são reversas.
Retas paralelas
Sejam r e s duas retas paralelas, tomemos um ponto P0 sobre s, nesse caso, basta calcular
a distância entre uma reta e um ponto, como visto anteriormente, isto é, se P0 ∈ s, então
Posições Relativas
78 UNIDADE I
69
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 64
Os vetores diretores das retas s e r são, respectivamente, vs = (6, −12, 3) e vr = (2, −4, 1),
como vs = 3vr , logo, r é paralelo à s, além disso, P0 (1, −1, 3) ∈ s e P1 (1, 0, 2) ∈ r. Lembremos que
d(s, r) = d(P0 , r)
−−→
P1 P0 × vr
d(s, r) = (∗).
vr
Assim, temos:
i j k
−−→
P1 P0 × vr = 0 −1 1 = i(−1 + 4) − j(0 − 2) + k(0 + 2) = (3, 2, 2)
2 −4 1
É comum ouvirmos a expressão perpendicular e outras vezes ortogonal. Qual a diferença entre
retas perpendiculares e retas ortogonais?
É comum ouvirmos a expressão perpendicular e outras vezes ortogonal. Qual a diferença entre
retas perpendiculares e retas ortogonais?
Retas reversas
Figura 65
Figura 65
por outro lado, do produto misto temos
−−→
por outro lado, do produto misto temos V = |[u, v , P1 P2 ]|.
−−→
Combinando as duas fórmulas, segue que
V = |[u, v , P1 P2 ]|.
−−→
u × v .d = |[u, v , P1 P2 ]|
Combinando as duas fórmulas, segue que
−−→
u × v .d = |[u, v , P1 P2 ]|
Posições Relativas
80 UNIDADE I
71
−−→
|[u, v , P1 P2 ]|
d(r, s) = .
u × v
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
x = 3λ
x+2 y−3 z
r: = = e s: y =λ .
5 3 1
z = 3 − 5λ
As retas r e s passam pelos pontos P1 (−2, 3, 0) e P2 (0, 0, 3) e têm direção dos vetores
u = (5, 3, 1) e v = (3, 1, −5), respectivamente, além disso, essas retas não são paralelas, pois não
5 3 1
existe λ tal que u = λv , ou seja, = = . Agora, do produto vetorial temos
3 1 −5
k
i j
u × v = 5 3 1 = i(−15 − 1) − j(−25 − 3) + k(5 − 9) = (−16, 28, −4)
3 1 −5
logo,
u × v = (−16)2 + 282 + (−4)2
√
= 256 + 784 + 16
√
= 1056
√
= 4 66.
72
Além disso,
5 3 1
−−→
[u, v , P1 P2 ] = 3 1 −5
2 −3 3
= 5.(−12) − 3.(19) − 11
= −60 − 57 − 11
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
= −128,
como −−−→
|[u, v , P1 , P2 ]|
d(r, s) =
u × v
segue que √ √ √
| − 128| 32 66 32. 66 16 66 ∼
d(r, s) = √ = √ .√ = = = 3, 94.
4 66 66 66 66 33
Portanto, a distância entre as retas r e s, mede aproximadamente 3, 94 unidades de comprimento.
Posições Relativas
82 UNIDADE I
73
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vimos nesta unidade o conceito de vetores com as operações usuais na forma analı́tica
e suas representações no plano e no espaço tridimensional. Na sequência, definimos o produto
interno, também conhecido por produto escalar, uma operação que associa a cada par de vetores
um número real. Quando o produto interno é positivo, significa que o ângulo formado por esses
vetores é agudo, enquanto que, quando o resultado é um número negativo, significa que o ângulo é
obtuso. Enfim, quando o produto interno é igual a zero, significa que esses vetores são ortogonais.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Com relação ao produto vetorial, podemos verificar, de acordo com a definição, que o
produto vetorial associa a cada par de vetores um outro vetor ortogonal a ambos vetores iniciais,
cuja direção e sentido podem ser obtidos pela regra da mão direita. Essa operação, assim como na
multiplicação das matrizes, não é comutativa. Uma aplicação prática é que a norma (comprimento)
do produto vetorial corresponde à área do paralelogramo formado a partir desses vetores. Isso
significa que, quando o produto vetorial é igual ao vetor nulo, esses vetores são paralelos ou
colineares, ou seja, o paralelogramo se degenera em um segmento de reta e, portanto, esses vetores
são linearmente dependentes.
Combinando esse par de operações, obtemos uma outra operação chamada de produto
misto, cujo resultado, assim como no produto escalar, é um número real. Além disso, o módulo
do produto misto corresponde ao volume do paralelepı́pedo formado a partir desses três vetores.
Desse último fato, podemos dar uma condição para que três vetores sejam coplanares, isto é, basta
que o produto misto se anule, pois o sólido se degenera, uma vez que sua altura é igual a zero − o
que significa que esses três vetores são linearmente dependentes.
Ao final desta unidade, a partir da equação vetorial da reta e vimos como determinar as
equações (paramétricas, simétricas e reduzida) que representam retas; as equações (paramétricas,
cartesiana e normal) que representam os planos; as posições relativas entre: plano e plano, plano e
reta, reta e reta; vimos também como calcular ângulos e distâncias. É interessante perceber que em
vários momentos tivemos que recorrer aos conceitos vistos no inı́cio da unidade, a saber: conjunto
de vetores LD e LI; combinação linear; produto interno; produto vetorial; produto misto. Esses
conceitos foram fundamentais nas deduções das equações do plano, da reta, nas fórmulas para o
cálculo das distâncias e dos ângulos. Até o momento, tratamos apenas de equações lineares, já na
próxima unidade veremos outro tipos de equações e suas representações geométricas.
76
Atividade de Estudo
1) Sejam A(1, 1, 1), B(2, 0, 1), C(−1, 1, 3), determine:
−→ −→
a) AB + AC =
−→ −−→
b) BA − BC =
−→ −−→
c) 3BA − 4BC =
−→ −→
d) −CA − 5BA =
−→
e) AB =
−→
f) AC =
−→ −→
g) AB + AC =
−→ −→
h) AB + AC =
Figura 66
a) u + v
b) 2u − v
c) −v + w
d) u + v + w
e) −u − v − w
1 1
f) u + v − w
3 6
84
77
Figura 67
em que M , N , O e P são pontos médios dos segmentos AB, BC, CD e DA, respectivamente.
Escreva em termos dos vetores u e v os vetores a seguir:
−→
a) AO
−−→
b) DN
−−→
c) DB
−−→
d) ON
7) Sejam u = (1, 1, 0) e v = (−2, 3, 0) vetores do R3 , obtenha o ângulo formado por esses vetores.
85
78
9) Dados os vetores a = (3, 4, −4) e b = (2, 2, 0), obtenha o produto vetorial entre esses vetores.
10) Calcule a área do paralelogramo com vértices consecutivos nos pontos A(0, −1, 2), B(3, 1, 2) e
C(−1, 0, 3).
11) Considere o triângulo com vértices A(0, −2, 0), B(0, 0, 2) e C(2, 0, 0):
a) Mostre que esse triângulo é equilátero.
b) Calcule a área do triângulo ABC.
13) Sejam A(1, 0, 2), B(2, −1, 1), C(3, 2, 1) e D(4, 5, 1) pontos de R3 , mostre que esses pontos estão
sobre um mesmo plano.
15) Calcule a equação geral do plano π que passa pelos pontos A(1, −3, 5), B(0, 1, −4) e C(−1, 2, 0).
16) Encontrar a equação do plano que passa pelo ponto A(3, 2, 0) e é perpendicular ao vetor
n = (−1, 3, 2).
79
18) Sejam A(2, −1, 3) e B(7, 0, −2), determine as equações paramétricas da reta que passa por
esses pontos.
19) Seja π o plano definido pela equação −x + 2y = 7, determine a equação da reta perpendicular
a esse plano e que passa pelo ponto A(1, 2, 5).
74
LEITURA COMPLEMENTAR
Agora, quando temos um sistema com duas equações e três incógnitas R3 , geometricamente,
temos dois planos, cujas posições relativas podem ser: planos paralelos, cuja interseção é um con-
junto vazio, logo, o sistema é impossı́vel; planos coincidentes, nesse caso, temos infinitas soluções,
pois qualquer ponto do plano é solução do sistema, ou seja, o sistema possı́vel e indeterminado com
infinitas soluções; uma reta, aqui também temos infinitas soluções, pois qualquer ponto da reta é
solução do sistema.
Para finalizar, quando temos um sistema formado por três equações e três incógnitas, re-
solver esse sistema é tentar obter a interseção de três planos, cujas possibilidades são: um único
ponto, sistema possı́vel e determinado com solução única; uma reta, nesse caso, o sistema é possı́vel
e indeterminado com infinitas soluções; um plano, sistema possı́vel e indeterminado com infinitas
88
75
soluções; conjunto vazio, nessa situação, o sistema é impossı́vel, ou nenhuma solução. Portanto,
quando estiver resolvendo um sistema de equações, lembre-se que você está tentando obter a in-
terseção entre planos (ou retas) e isso nem sempre é possı́vel.
Fonte: o autor.
MATERIAL COMPLEMENTAR
No aplicativo GeoGebra, é possível definir um vetor ao ser dado dois pontos, além disso, é
possível efetuar as operações usuais com vetores, adição, produto por escalar e também efetuar
as multiplicações dos vetores (Produto Escalar e Produto Vetorial). Acesse o link e veja a dica
para obter as multiplicações de vetores.
<http://forum.geogebra.org/viewtopic.php?f=19&t=24153>
Material Complementar
90
REFERÊNCIAS 81
Referências
BOLDRINI, J. M. et al. Álgebra linear. 3. ed. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1980.
BOULOS, P.; CAMARGO, I. Geometria analı́tica: um tratamento vetorial. São Paulo: Makron
Books do Brasil, 1987.
CALLIOLI, C. A. et al. Álgebra linear e aplicações. 6. ed. São Paulo: Atual, 1990.
SANTOS, N. M. Vetores e matrizes. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Cientı́ficos
Editora S.A., 1985.
Unidade I
1) √
a) (−1, −1, 2) e) 2
√
b) (2, 0, −2) f) 2 2
√
c) (9, −1, −8) g) 3 2
√
d) (3, −5, 2) h) 6
2)
REFERÊNCIAS
GABARITO
83
3) 4)
a) 2u + v a) A, B e C não estão alinhados
b) − u + 2v b) A, B e D estão alinhados
c) − 2u + 2v
d) − u + v
5) 6) 7) √
a) {u, v } é LI a) {u, v } é LD 26
θ = arccos
26
b) w
= 2u + 3v b) x = (7/5, 0, −14/5)
8) 9) 10)
−→ −→ √
u.v = 0 (8, −8, −2) A = ||AB × AC|| = 38
18)
19)
20)
Mostre que v1 = (−1, 3, −2)
x = 2 + 5λ
x=1−λ
y = −1 + λ y = 2 + 2λ e v2 = (2, −6, 4) são paralelos
z = 3 − 5λ z=5 ou LD e que A1 (6, 5, 0) ∈
/ r2
Professor Me. Alexandre Shuji Suguimoto
II
UNIDADE
CÔNICAS E QUÁDRICAS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Entender o conceito de cônicas como interseção do plano com o
cone.
■■ Compreender as cônicas como o lugar geométrico dos pontos que
satisfazem uma certa condição.
■■ Identificar equações das cônicas e seus elementos gráficos no plano
cartesiano.
■■ Identificar equações das superfícies quádricas e representá-las no
sistema de coordenadas tridimensional.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Elipse
■■ Hipérbole
■■ Parábola
■■ Quádricas
■■ Elipsoide
■■ Hiperboloide de uma folha
■■ Hiperboloide de duas folhas
■■ Paraboloide Elíptico
■■ Paraboloide Hiperbólico
■■ Superfície Cônica
■■ Superfície Cilíndrica
II
CÔNICAS E QUÁDRICAS
95
85
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Na unidade anterior, estudamos as equações da reta e do plano que são equações lineares,
isto é, equações do 1o grau. No inı́cio desta unidade, vamos estudar equações do 2o grau em x
e y no plano cartesiano, os gráficos dessas equações descrevem curvas no plano xy, são elas: a
elipse; a circunferência; a hipérbole; a parábola. Tais curvas são obtidas por meio da interseção de
um cone com um plano e, dependendo da disposição desses dois elementos, é possı́vel obter essas
curvas, justificando a nomenclatura de secção cônica. Essas curvas já eram conhecidas, admiradas
e estudadas desde a Antiguidade, por exemplo, o filósofo e astrônomo Johannes Kepler (1571 -
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1630) foi quem deduziu que as órbitas planetárias eram elı́pticas e não circulares, como se pensava
na época. Já Apolônio de Perga (262 a.C - 194 a.C), matemático e astrônomo grego, dedicou parte
de sua vida ao estudo das cônicas, dando uma contribuição ı́mpar para a matemática com sua
obra “As cônicas”. Conhecer e identificar uma secção cônica, sua equação e sua curva com seus
elementos é o primeiro objetivo desta unidade.
Na sequência, estudaremos superfı́cies cujas equações são de segundo grau nas variáveis x,
y e z, cujos gráficos são conjuntos de pontos do espaço tridimensional conhecidos como superfı́cies
quádricas, são elas: elipsoide; esfera; hiperboloide de uma folha; hiperboloide de duas folhas;
paraboloide elı́ptico; paraboloide hiperbólico; superfı́cie cônica; superfı́cie cilı́ndrica. Ter pleno
domı́nio do conteúdo da unidade anterior é fundamental para estudar essas superfı́cies.
Desenvolveremos nosso estudo sob a seguinte perspectiva: dada uma equação de uma su-
perfı́cie quádrica, vamos analisar as curvas (ou traços) obtidas pela interseção de planos (con-
venientemente escolhidos) com a quádrica, de uma maneira geral, a escolha do plano se dará
preferencialmente com os planos coordenados, ou seja, planos xy, xz e yz, esses planos são obtidos
tomando z = 0, y = 0 e x = 0, respectivamente. No entanto, teremos casos em que esses planos
não interceptarão a superfı́cie dada. Em situações como essa, será necessário fazer uma análise
mais criteriosa para decidir como obter os traços da superfı́cie num plano conveniente. E a partir
dos traços obtidos nos três planos, será possı́vel desenhar a superfı́cie.
O que pretendemos aqui é que dada uma equação, o(a) cursista consiga identificar de qual
superfı́cie estamos tratando e que procure, na medida do possı́vel, desenhar seu gráfico, pois re-
conhecer essas superfı́cies e suas equações é de extrema importância no futuro estudo do cálculo
vetorial.
Introdução
96 UNIDADE II
86
ELIPSE
ELIPSE
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 1
Sejam F1 e F2 dois pontos do plano xy, cuja distância entre eles é igual à 2c. Seja também
a um número real positivo com 2a > 2c, ao conjunto de pontos P (x, y) do plano xy, tais que
damos o nome de elipse. Assim, uma elipse é o lugar geométrico dos pontos P (x, y) no plano
cartesiano, cuja soma das distâncias a dois pontos fixos desse plano é uma constante. A elipse é
obtida por meio da interseção entre o plano e o cone, em que o plano deve ser inclinado em relação
ao eixo do cone, mas não paralelo à sua geratriz.
Figura 2
CÔNICAS E QUÁDRICAS
97
87
Figura 3
Figura 4
Elipse
98 UNIDADE II
88
1o Caso: O eixo maior está sobre o eixo x com centro na origem (0, 0).
Considere a elipse com foco F1 (−c, 0) e F2 (c, 0), se P (x, y) é um ponto da elipse, temos:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 5
d(P, F1 ) + d(P, F2 ) = 2a
−−→ −−→
||F1 P || + ||F2 P || = 2a
(x + c)2 + (y − 0)2 + (x − c)2 + (y − 0)2 = 2a
(x + c)2 + y 2 = 2a − (x − c)2 + y 2
(x + c)2 + y 2 = 4a2 − 4a (x − c)2 + y 2 + (x − c)2 + y 2
x2 + 2xc + c2 + y 2 = 4a2 − 4a (x − c)2 + y 2 + x2 − 2xc + c2 + y 2
4a (x − c)2 + y 2 = 4a2 − 4xc
a (x − c)2 + y 2 = a2 − xc
a2 x2 − 2a2 xc + a2 c2 + a2 y 2 = a4 − 2a2 xc + x2 c2
a2 x2 − x2 c2 + a2 y 2 = a4 − a2 c2
x2 (a2 − c2 ) + a2 y 2 = a2 (a2 − c2 )
CÔNICAS E QUÁDRICAS
99
89
x2 y 2
+ 2 = 1.
a2 b
2o Caso: O eixo maior está sobre o eixo y com centro na origem (0, 0).
Figura 6 Figura 7
x2 y 2
+ 2 = 1.
b2 a
Elipse
100 UNIDADE II
90
Exemplo 1: Esboce o gráfico da elipse cuja equação é 9x2 + 16y 2 = 144 e obtenha seus elementos,
isto é, os focos, seus vértices, seus eixos, a distância focal, centro e a excentricidade.
Temos:
9x2 + 16y 2 = 144
9x2 16y 2 144
+ = .
144 144 144
Simplificando, obtemos
x2 y 2
+ =1
16 9
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
x2 y 2
+ = 1,
42 32
para x = 0, temos y = ±3, ou seja, os pontos (0, −3) e (0, 3) são pontos da elipse. Para y = 0,
temos x = ±4, isto é, (−4, 0) e (4, 0) também são pontos da elipse. Além disso, como 16 > 9,
segue que o eixo maior está sobre o eixo x em que a = 4 e b = 3. Vamos obter, agora, os focos
dessa elipse, cujo centro está na origem C(0, 0). Assim, temos:
42 = 32 + c2
√
c = 7.
√ √ √
Portanto, seus focos são F1 (− 7, 0), F2 ( 7, 0) com distância focal d(F1 , F2 ) = 2 7, eixo maior
com extremidades em A1 (−4, 0) e A2 (4, 0) e tamanho d(A1 , A2 ) = 8, eixo menor com extremidades
√
c 7
em B1 (0, −3) e B2 (0, 3) e tamanho d(B1 , B2 ) = 6. Segue que e = , logo, e = , ou seja,
a 4
∼
e = 0, 66. Graficamente, temos:
Figura 8
CÔNICAS E QUÁDRICAS
101
91
Temos:
49x2 + 4y 2 = 196
49x2 4y 2 196
+ =
196 196 196
x2 y 2
+ =1
4 49
x2 y 2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
+ .
22 72
Como 49 > 4, logo, o eixo maior está sobre o eixo y, em que a = 7 e b = 2. De Pitágoras, temos
72 = 22 + c2
√
c = 3 5.
Para x = 0, temos y = ±7, logo, os vértices do eixo maior são A1 (0, −7) e A2 (0, 7), para y = 0
√
temos x = ±2, assim, os vértices do eixo menor são B1 (−2, 0) e B2 (2, 0). Os focos√ são F1 (0, −3 5)
√ √ 3 5∼
e F2 (0, 3 5), cuja distância focal é d(F1 , F2 ) = 6 5 e sua excentricidade é e = = 0, 96.
7
Figura 9
Elipse
102 UNIDADE II
92
92
O que acontece com o formato de uma elipse cujos focos são coincidentes?
O que acontece com o formato de uma elipse cujos focos são coincidentes?
x2 y2 2
Exemplo 3: Dada a equação +x =y1,
2 obtenha seus elementos e construa seu gráfico.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
25 25+
Exemplo 3: Dada a equação = 1, obtenha seus elementos e construa seu gráfico.
25 25
Aqui, temos 25=25, logo a = b = 5 e sendo a2 = 2b2 + c22 , segue que c = 0. Assim,
Aqui, temos 25=25, logo a = b = 5 e sendo a = b + c2 , segue que c = 0. Assim,
F1 (0, 0) = F2 (0, 0) = C(0, 0), ou seja, a elipse se reduz a uma circunferência de raio igual a 5.
F1 (0, 0) = F2 (0, 0) = C(0, 0), ou seja, a elipse se reduz a uma circunferência de raio igual a 5.
Figura 10 Figura 11
Figura 10 Figura 11
c 0
Note que a excentricidade e = = c = 0, 0 ou seja, a circunferência é um caso particular
Note que a excentricidade ae = 5 = = 0, ou seja, a circunferência é um caso particular
a quanto
da elipse cuja excentricidade é nula, assim, 5 menor a excentricidade, menor a distância
da elipse cuja excentricidade é nula, assim, quanto menor a excentricidade, menor a distância
focal e mais “semelhante” a uma circunferência se torna a elipse. Por outro lado, quanto maior
focal e mais “semelhante” a uma circunferência se torna a elipse. Por outro lado, quanto maior
a excentricidade, isto é, mais próximo do valor 1, mais “achatada” fica a elipse, ou seja, ela se
a excentricidade, isto é, mais próximo do valor 1, mais “achatada” fica a elipse, ou seja, ela se
aproxima do eixo maior.
aproxima do eixo maior.
CÔNICAS E QUÁDRICAS
103
93
Exemplo 4: Obtenha o gráfico e a equação da elipse com centro na origem C(0, 0), sabendo-se
que um de seus focos é F (3, 0) e a medida do eixo maior é igual a 8.
Temos:
Figura 12
Como um de seus focos é (3, 0) e o centro é C(0, 0), pela simetria, o outro foco é (−3, 0) e
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
o eixo maior está sobre o eixo x, em que c = 3. Além disso, a elipse tem equação do tipo
x2 y 2
+ 2 = 1.
a2 b
Sendo a medida do eixo maior igual a 8, temos 2a = 8, logo a = 4. Como a2 = b2 + c2 , segue que
√
42 = b2 + 32 , ou seja, b = 7. Portanto, a equação é
x2 y2
2
+ √ =1
4 ( 7)2
ou melhor
x2 y 2
+ = 1,
16 7
√ √ 3
e seus elementos são A1 (−4, 0), A2 (4, 0), B1 (0, − 7) e B2 (0, 7), cuja excentricidade é e = =
4
0, 75.
Figura 13
Elipse
104 UNIDADE II
94
94
Um cone pode ser obtido a partir de duas retas concorrentes, por exemplo, fixada uma reta r
Um cone pode ser obtido a partir de duas retas concorrentes, por exemplo, fixada uma reta r
(eixo), fixamos um ponto P em r, traçamos uma reta g passando por P , ao rotacionarmos g
(eixo), fixamos um ponto P em r, traçamos uma reta g passando por P , ao rotacionarmos g
em torno da reta r, mantendo fixo o ângulo entre elas, obtemos um cone, em que g é chamada
em torno da reta r, mantendo fixo o ângulo entre elas, obtemos um cone, em que g é chamada
de geratriz desse cone.
de geratriz desse cone.
Veja mais em:
Veja mais em:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
<http://brasilescola.uol.com.br/matematica/cone.htm>
<http://brasilescola.uol.com.br/matematica/cone.htm>
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
Figura 14
Figura 14
CÔNICAS E QUÁDRICAS
105
95
d(P, F1 ) + d(P, F2 ) = 2a
[x − (h − c)]2 + (y − k)2 + [x − (h + c)]2 + (y − k)2 = 2a
[x − (h − c)]2 + (y − k)2 = 2a − [x − (h + c)]2 + (y − k)2
[x − (h − c)]2 + (y − k)2 = 4a2 − 4a [x − (h + c)]2 + (y − k)2 + [x − (h + c)]2 + (y − k)2
x2 −2x(h−c)+(h−c)2 +(y−k)2 = 4a2 −4a [x − (h + c)]2 + (y − k)2 +x2 −2x(h+c)+(h+c)2 +(y−k)2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a2 [x2 −2x(h+c)+(h+c)2 +y 2 −2yk +k 2 ] = a4 −a2 xc+a2 hc−a2 xc+x2 c2 −xhc2 +a2 hc−hxc2 +h2 c2
a2 (x2 −2xh−2xc+h2 +2hc+c2 +y 2 −2yk+k 2 ) = a4 −a2 xc+a2 hc−a2 xc+x2 c2 −xhc2 +a2 hc−hxc2 +h2 c2
a2 x2 −2a2 xh−2a2 xc+a2 h2 +2a2 hc+a2 c2 +a2 y 2 −2a2 yk+a2 k 2 = a4 −2a2 xc+2a2 hc+x2 c2 −2xhc2 +h2 c2
b2 (x − h)2 + a2 (y − k)2 = a2 b2 .
(x − h)2 (y − k)2
+ = 1,
a2 b2
que é equação reduzida da elipse com centro em C(h, k) e eixo maior paralelo ao eixo x. Observe
que seus vértices são A1 (h − a, k), A2 (h + a, k), B1 (h, k − b) e B2 (h, k + b). Note que, se h = k = 0
temos C(0, 0).
Elipse
106 UNIDADE II
96
(x + 1)2 (y − 3)2
Exemplo 5: Esboce o gráfico da elipse cuja equação é dada por + = 1.
4 1
Como 4>1, então, o eixo maior é paralelo ao eixo x, seu centro é C(−1, 3), para obtermos
seus vértices podemos substituir por y = 3 e obtemos x = −3 ou x = 1, analogamente, para x = −1,
temos y = 2 ou y = 4, logo, seus vértices são A1 (−3, 3), A2 (1, 3), B1 (−1, 2) e B2 (−1, 4). Uma outra
forma para obtermos seus vértices é observando o seguinte, como 4 > 1, então, a = 2 e b = 1 e sendo
o eixo maior paralelo ao eixo x, partindo do centro C(−1, 3), segue que A1 (−1 − 2, 3) = A1 (−3, 3),
A2 (−1 + 2, 3) = A2 (1, 3), B(−1, 3 − 1) = B1 (−1, 2) e B2 (−1, 3 +√1) = B2 (−1, 4). Além disso, temos
√ 3 √
22 = 12 + c2 , ou seja, c = 3, portanto, a excentricidade é e = e seus focos são F1 (−1 − 3, 3)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
√ 2
e F2 (−1 + 3, 3).
Figura 15
Temos:
4x2 + 9y 2 − 8x − 36y + 4 = 0
4x2 − 8x + 9y 2 − 36y + 4 = 0
CÔNICAS E QUÁDRICAS
107
97
4(x2 − 2x + 1 − 1) + 9(y 2 − 4y + 4 − 4) + 4 = 0
(x − 1)2 (y − 2)2
+ =1
9 4
(x − 1)2 (y − 2)2
+ = 1.
32 22
Como 9>4, então, seu eixo maior é paralelo ao eixo x cujo centro é C(1, 2), além disso,
√
temos a = 3 e b = 2, logo, c = 5. Segue que A1 (1 − 3, 2) = A1 (−2, 2), A2 (1 + 3, 2) = A2 (4, 2),
√ √
B1 (1, 2 − 2) = B1 (1, 0), B2 (1, 2 + 2) = B2 (1, 4), F1 (1 − 5, 2) e F2 (1 + 5, 2).
Figura 16
Elipse
108 UNIDADE II
98
(x − h)2 (y − k)2
+ =1
b2 a2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 17
Exemplo 7: Construa uma elipse com centro C(2, 3), com eixo maior medindo 10 unidades,
paralelo ao eixo y, eixo menor medindo 8 unidades e obtenha também sua equação reduzida.
(x − 2)2 (y − 3)2
+ = 1.
42 52
Como seu centro é C(2, 3) e o eixo maior é paralelo ao eixo y, então, seus vértices são A1 (2, 3−5) =
CÔNICAS E QUÁDRICAS
109
99
A1 (2, −2), A2 (2, 3 + 5) = A2 (2, 8), B1 (2 − 4, 3) = B1 (−2, 3), B2 (2 + 4, 3) = B2 (6, 3) e seus focos
são F1 (2, 3 − 3) = (2, 0) e F (2, 3 + 3) = F (2, 6).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 18
Elipse
110 UNIDADE II
100
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
é e = = 0, 8.
5
Figura 19
CÔNICAS E QUÁDRICAS
111
101
101
Uma elipse pode ser obtida utilizando-se uma madeira plana, dois pregos, um barbante e um
Uma elipse pode ser obtida utilizando-se uma madeira plana, dois pregos, um barbante e um
lápis. Os dois pregos devem ser fixados na madeira (nos focos) e o barbante amarrado em
lápis. Os dois pregos devem ser fixados na madeira (nos focos) e o barbante amarrado em
ambos os pregos com medida superior a distância entre eles; com um lápis esticando o barbante
ambos os pregos com medida superior a distância entre eles; com um lápis esticando o barbante
se obtém o traço que nos dá a elipse.
se obtém o traço que nos dá a elipse.
Assista também ao vı́deo sobre a mesa de bilhar elı́ptica:
Assista também ao vı́deo sobre a mesa de bilhar elı́ptica:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
<https://www.youtube.com/watch?v=NGiMw4dI8fk>
<https://www.youtube.com/watch?v=NGiMw4dI8fk>
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
Figura 20
Figura 20
Elipse
112 UNIDADE II
102
HIPÉRBOLE
HIPÉRBOLE
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 21
Sejam F1 e F2 dois pontos do plano com d(F1 , F2 ) = 2c, ao conjunto dos pontos P (x, y) tais
que o módulo da diferença entre d(P, F1 ) e d(P, F2 ) é constante, damos o nome de hipérbole, isto
é, se a é um número real positivo tal que 2a < 2c, a hipérbole é o conjunto dos pontos que satisfaz
Figura 22
CÔNICAS E QUÁDRICAS
113
103
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 23
c
Chamamos de excentricidade ao número e = ; temos também a seguinte relação c2 = a2 +b2
a
e sendo c > a, logo, e > 1.
Figura 24
Geometricamente, a hipérbole pode ser obtida por meio da interseção do plano com o cone,
em que o plano deve ser paralelo ao eixo do cone.
Hipérbole
114 UNIDADE II
104
Seja P (x, y) um ponto da hipérbole com centro C(0, 0) e focos F1 (−c, 0) e F2 (c, 0),
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 25
temos
|d(F1 , P ) − d(F2 , P )| = 2a
| (x + c)2 + (y − 0)2 − (x − c)2 + (y − 0)2 | = 2a
(x + c)2 + y 2 − (x − c)2 + y 2 = ±2a.
como c2 = a2 + b2 , logo
b2 x2 − a2 y 2 = a2 b2
x2 y 2
− 2 =1
a2 b
b
que é a equação reduzida da hipérbole com vértices A1 (−a, 0), A2 (a, 0) e assı́ntotas y = ± x
a
(equação da reta passando pela origem).
CÔNICAS E QUÁDRICAS
115
105
y 2 x2
− 2 =1
a2 b
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que é ela a equação da hipérbole com focos F1 (0, −c), F2 (0, c), vértices A1 (0, a), A2 (0, −a) e
a
assı́ntotas y = ± x, em que c2 = a2 + b2 .
b
Figura 26
x2 y 2
Exemplo 9: Obtenha o gráfico da hipérbole, cuja equação reduzida é − = 1, e seus elementos
25 16
(centro, focos, vértices, excentricidade e as assı́ntotas).
x2 y 2
A equação é do tipo − = 1, logo, a = 5 e o eixo real está sobre o eixo x em que b = 4,
a2 √ b 2
como c2 = a2 + b2 , então, c = 41. Para y = 0, temos x = ±5, logo, A1 (−5, 0) e A2 (5, 0) são os
vértices da hipérbole. Note que para x = 0 a equação y 2 = −16 não admite solução no conjunto
dos números reais, ou seja, a hipérbole não intercepta o eixo y, segue
√que o centro da hipérbole é
√ √ 41
C(0, 0), seus focos são F1 (− 41, 0), F2 ( 41, 0), excentricidade e = = 1, 28 e suas assı́ntotas
5
4 4
são retas que passam pela origem e cujas equações são y = x e y = − x.
5 5
Hipérbole
116 UNIDADE II
106
Figura 27
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exemplo 10: Dada a equação 4y 2 − 9x2 = 36, obtenha os elementos e o gráfico dessa hipérbole.
Temos
4y 2 − 9x2 = 36
4y 2 9x2 36
− =
36 36 36
y 2 x2
− 2 = 1.
32 2
Essa última equação nos indica que o eixo real está sobre o eixo y, assim a = 3, b = 2 e lembrando
√ √ √
que c2 = a2 + b2 , logo, c = 13, segue que seus focos são F1 (0, − 13) e F2 (0, 13). Pondo x = 0,
3
obtemos y = ±3, ou seja, seus vértices são A1 (0, −3) e A2 (0, 3). Suas assı́ntotas são y = ± x e a
√ 2
13 ∼
excentricidade e = = 1, 20.
3
Figura 28
CÔNICAS E QUÁDRICAS
117
107
De maneira análoga ao caso da elipse, podemos deduzir a equação da hipérbole com centro
C(h, k), focos F1 (h − c, k), F2 (h + c, k) e vértices A1 (h − a, k) e A2 (h + a, k).
(x − h)2 (y − k)2
− =1
a2 b2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 29
2o Caso: Eixo real paralelo ao eixo y.
Nesse caso, temos C(h, k), F1 (h, k − c), F2 (h, k + c), A1 (h, k − a), A2 (h, k + a) e a equação
é dada por
(y − k)2 (x − h)2
− = 1.
a2 b2
Figura 30
Hipérbole
118 UNIDADE II
108
Exemplo 11: Obtenha a equação da hipérbole, sabendo-se que seus vértices são A1 (0, 3), A2 (2, 3)
e um dos seus focos é F (3, 3).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 31
√
Além disso, a = d(C, A1 ) = (0 − 1)2 + (3 − 3)2 = 1, como c2 = a2 + b2 , logo, b = 3, portanto,
(x − 1)2 (y − 3)2
− √ =1
12 ( 3)2
(y − 3)2
(x − 1)2 − =1
3
e, desenvolvendo, obtemos:
3x2 − y 2 − 6x + 6y − 9 = 0.
Figura 32
CÔNICAS E QUÁDRICAS
119
109
Exemplo 12: Dada a equação da hipérbole 16x2 − 9y 2 + 64x − 54y + 127 = 0, obtenha o centro,
os vértices, os focos, seu gráfico, a excentricidade e suas assı́ntotas.
Temos:
16x2 − 9y 2 + 64x − 54y + 127 = 0
Figura 33
Hipérbole
120 UNIDADE II
110
c 5
e sua excentricidade e = = = 1, 25, suas assı́ntotas são retas do tipo y = mx + k, ou seja,
a 4
y = ±mx + k
a
y =± x+k
b
4
y = ± x + k.
3
4
O ponto C(−2, −3) pertence às assı́ntotas, logo, para y = x + k1 temos
3
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
4
−3 = (−2) + k1 ,
3
ou seja,
1
k1 = −
3
4 1 4
e, portanto, uma das retas é y = x − . Analogamente, para y = − x + k2 , temos
3 3 3
4
−3 = − (−2) + k2 .
3
17 4 17
Segue que k2 = − e, portanto, a outra assı́ntota é y = − x − .
3 3 3
Figura 34
CÔNICAS E QUÁDRICAS
121
111
PARÁBOLA
PARÁBOLA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 35
Sejam d uma reta e F um ponto não pertencente à d, ambos no plano xy, uma parábola é
o conjunto dos pontos P (x, y) no plano que são equidistantes do ponto F e da reta d, o ponto F
é chamado de foco e d é a diretriz da parábola.
Figura 36
O eixo da parábola é a reta que passa pelo foco e é perpendicular à diretriz; a interseção entre seu
eixo com a parábola é um ponto chamado de vértice e denotado por V .
Parábola
122 UNIDADE II
112
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 37
assim, temos
d(F, P ) = d(D, P )
p 2 p 2
(x − 0)2 + y − = (x − x)2 + y + ;
2 2
elevando ambos os lados ao quadrado
2 2
p 2 p 2
x2 + y− = y+
2 2
p 2 p 2
x2 + y − = y+
2 2
p2 p2
x2 + y 2 − yp + = y 2 + py +
4 4
x2 = 2py.
Essa é a equação reduzida da parábola com vértice na origem do plano cartesiano e eixo da pará-
bola coincidindo com o eixo y. Note que como x2 ≥ 0, logo, 2py deve ser positivo, o que significa
CÔNICAS E QUÁDRICAS
123
113
que y e p devem ter o mesmo sinal. Em particular, se p > 0 a concavidade é voltada para cima,
por outro lado, se p < 0 a parábola tem concavidade voltada para baixo.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 38 Figura 39
Figura 40 Figura 41
Quando p > 0, a concavidade é voltada para direita e, se p < 0, a concavidade é voltada para
esquerda.
Parábola
124 UNIDADE II
114
Exemplo 13: Dada a equação x2 = 6y, obtenha o foco, a diretriz e seu gráfico.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 42
Exemplo 14: Dada a equação y 2 = −20x, obtenha seu gráfico, o foco e a diretriz da parábola.
Figura 43
CÔNICAS E QUÁDRICAS
125
115
Seja V (h, k) o vértice da parábola, partindo da definição d(P, F ) = d(P, d), é fácil de deduzir
sua equação, que é dada por
(x − h)2 = 2p(y − k).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 44
x2
Exemplo 15: Esboce o gráfico da parábola cuja equação é y = − − x indicando seus elementos.
4
Temos:
x2
+ x = −y
4
x2 + 4x = −4y
x2 + 4x + 4 − 4 = −4y
(x + 2)2 − 4 = −4y
(x + 2)2 = −4y + 4
(x + 2)2 = −4(y − 1)
Assim, h = −2 e k = 1, logo, V (−2, 1), além disso, como p = −2, segue que a concavidade é
voltada para baixo e seu eixo é paralelo ao eixo y com foco F (−2, 1 − 1) = F (−2, 0) e diretriz
Parábola
126 UNIDADE II
116
y=0
x2
− −x=0
4
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
x2
+x=0
4
x2 + 4x = 0
x2 + 4x + 4 − 4 = 0
(x + 2)2 = 4
√
x+2=± 4
x = −2 ± 2,
logo, as raı́zes são x = 0 e x = −4. Portanto, os pontos (−4, 0) e (0, 0) pertencem à parábola.
Figura 45
CÔNICAS E QUÁDRICAS
127
117
Figura 46
Exemplo 16: Determine a equação da parábola cuja diretriz é x = 1 e tem foco no ponto F (5, 2).
Figura 47
Parábola
128 UNIDADE II
118
Sabemos que a diretriz é x = 1, logo, o eixo da parábola é paralelo ao eixo x e passa pelos
5+1 2+2
pontos F (5, 2) e A(1, 2). Como seu vértice é o ponto médio do segmento AF , logo, V , =
2 2
(3, 2), ou seja, h = 3 e k = 2. Note que, como o foco está à direita do vértice, então, a concavidade
é voltada para direita, o que significa que p é positivo. Além disso, temos
p = d(A, F )
p= (5 − 1)2 + (2 − 2)2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
p=4
(y − k)2 = 2p(x − h)
segue que
(y − 2)2 = 2.(4)(x − 3)
y 2 − 4y + 4 = 8x − 24
y 2 − 4y − 8x + 28 = 0
é a equação da parábola.
Figura 48
CÔNICAS E QUÁDRICAS
129
119
QUÁDRICAS
QUÁDRICAS
Desenvolveremos nosso estudo sob a seguinte perspectiva: dada uma equação de uma super-
fı́cie quádrica, vamos analisar as curvas (ou traços) obtidas pela interseção de planos (conveniente-
mente escolhidos) com a quádrica. De maneira geral, a escolha do plano se dará preferencialmente
com os planos coordenados, ou seja, planos xy, xz e yz. Esses planos são obtidos tomando z = 0,
y = 0 e x = 0, respectivamente. No entanto, teremos casos em que esses planos não interceptarão
a superfı́cie dada, em situações como essa, será necessário fazer uma análise mais criteriosa para
decidir como obter os traços da superfı́cie num plano conveniente. E a partir dos traços obtidos
nos três planos, será possı́vel desenhar a superfı́cie. Apesar da dificuldade em fazer um desenho
de uma superfı́cie tridimensional numa folha de papel, veremos que basta observar a equação para
sabermos de qual superfı́cie estamos tratando, ou seja, cada quádrica tem uma equação particular,
assim como a reta, a parábola e a elipse no plano.
Portanto, o que pretendemos aqui é que dada uma equação, o(a) cursista consiga identificar
de qual superfı́cie estamos tratando e que procure, na medida do possı́vel, desenhar seu gráfico,
pois, reconhecer essas superfı́cies e suas equações é de extrema importância no futuro estudo do
cálculo vetorial.
Quádricas
130 UNIDADE II
120
Superfı́cies Quádricas
com pelo menos uma das constante a, b, c, d, e ou f não nula (ela representa uma superfı́cie
quádrica). Quando essa superfı́cie for cortada por algum plano paralelo aos planos das coorde-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nadas (x, y ou z igual a uma constante), sua interseção será uma curva cônica, como veremos nos
próximos exemplos. Por meio de uma mudança de coordenadas (rotação e/ou translação), essa
equação pode assumir uma das seguintes formas:
ou
Ax2 + By 2 + Cz = 0
Ax2 + By + Cz 2 = 0 (quádrica não centrada)
Ax + By 2 + Cz 2 = 0
A equação a seguir
x2 y 2 z 2
± ± 2 ± 2 =1
a2 b c
é chamada de forma canônica (ou padrão) de uma superfı́cie quádrica centrada. De acordo com a
combinação dos sinais, existem três possibilidades, a saber:
• Três sinais positivos (elipsoide).
• Dois sinais positivos e um negativo (hiperboloide de uma folha).
• Um sinal positivo e dois negativos (hiperboloide de duas folhas).
• Três sinais negativos (nesse caso não existe superfı́cie).
CÔNICAS E QUÁDRICAS
131
121
ELIPSOIDE
ELIPSOIDE
Figura 49
Considere a equação
x2 y 2 z 2
+ 2 + 2 =1
a2 b c
em que a, b e c são constantes reais positivas. Ao conjunto de pontos P (x, y, z) que satisfazem
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
essa equação damos o nome de elipsoide. Note, primeiramente, que se P (x, y, z) é um ponto da
superfı́cie, então o ponto P (−x, −y, −z) também pertence à superfı́cie, pois satisfaz a equação
dada, ou seja, a superfı́cie é simétrica em relação à origem. Além disso, o ponto P (−x, y, z)
também pertence à superfı́cie, logo, a superfı́cie é simétrica em relação ao plano yz − a mesma
simetria ocorre com relação aos planos xy e xz −. Agora, para z = 0, o plano xy corta a superfı́cie
segundo o traço de uma elipse de equação
x2 y 2
+ 2 = 1, z = 0.
a2 b
Figura 50
Para y = 0, temos uma elipse no plano xz e também para x = 0 outra elipse no plano yz.
Figura 51 Figura 52
Elipsoide
132 UNIDADE II
122
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 53
Em particular, se a = b = c, temos
x2 y 2 z 2
+ + =1
a2 a2 a2
que representa uma superfı́cie esférica com raio r = a cuja equação é dada por
x 2 + y 2 + z 2 = a2 .
Figura 54
Se pelo menos dois valores de a, b ou c são iguais, dizemos que o elipsoide é de revolução. Quando
o centro do elipsoide é o ponto C(h, k, l) com eixos paralelos aos eixos coordenados, sua equação
tem forma
(x − h)2 (y − k)2 (z − l)2
+ + = 1.
a2 b2 c2
CÔNICAS E QUÁDRICAS
133
123
x2 y 2 z 2
Exemplo 17: Obtenha a superfı́cie do elipsoide cuja equação é + + = 1.
4 9 1
2
x y2
No plano xy, isto é, quando z = 0, temos uma elipse cuja equação é + = 1, analo-
4 9
x2 z2 y2 z2
gamente, nos planos xz e yz obtemos as equações + =1e + = 1 que também são
4 1 9 1
elipses, assim, graficamente, temos um elipsoide cujo gráfico é representado pela figura a seguir.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 55
Figura 56
Elipsoide
134 UNIDADE II
124
As pesquisas na área de Educação Matemática promovem reflexões sobre como a forma tradici-
onal de ensino pode ser inovada por meio de estratégias diferenciadas, que visem a uma melhor
qualidade no processo de ensinoaprendizagem da Matemática.
A nossa prática profissional, com estudantes da Licenciatura em Matemática e cursos de En-
genharias, revelou o quanto é difı́cil trabalhar os tópicos planos, cilindros e quádricas nas dis-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ciplinas Geometria Analı́tica ou Cálculo Diferencial e Integral, seja por reduzida carga horária
para esses conteúdos, seja pela dificuldade que os estudantes têm na visualização geométrica
no espaço tridimensional ou, na relação entre questões visuais e analı́ticas.
As dificuldades dos estudantes nos tópicos de geometria perpassam toda a educação básica, che-
gando ao ensino superior. Essa deficiência é evidenciada por vários pesquisadores em Educação
Matemática, tais como Lorenzato (1995), Dante (1988) e Pavanello (1993). Essa defasagem gera
dificuldades de aprendizagem, principalmente na disciplina Geometria Analı́tica e em tópicos
do Cálculo Diferencial e Integral.
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci arttext&pid=S0103-636X2013000300011>
CÔNICAS E QUÁDRICAS
135
125
HIPÉRBOLOIDE DE UMA
HIPERBOLOIDE DE UMA FOLHA
FOLHA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 57
Considere a equação
x2 y 2 z 2
+ 2 − 2 =1
a2 b c
com a, b e c termos positivos. Quando dois sinais são positivos e um negativo, a superfı́cie é
chamada de hiperboloide de uma folha. Em relação à equação anterior, o hiperboloide está ao
x2 y 2
longo do eixo z. O plano xy intercepta a superfı́cie segundo uma elipse de equação 2 + 2 = 1,
a b
Figura 58
x2 z 2 y2 z2
já nos planos xz e yz temos as equações 2
− 2 = 1 e 2 − 2 = 1 que representam hipérboles.
a c b c
Figura 59 Figura 60
126
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 61
Quando a = b, o hiperboloide é de revolução e pode ser obtido pela rotação de uma hipérbole em
torno do eixo z.
x2 y 2 z 2
− 2 + 2 = 1 ao longo do eixo y
a2 b c
e
x2 y 2 z 2
− + 2 + 2 = 1 ao longo do eixo x.
a2 b c
Figura 62 Figura 63
CÔNICAS E QUÁDRICAS
137
127
x2 y 2 z2
Exemplo 19: Obter o gráfico da superfı́cie cuja equação é+ − = 1.
9 4 16
2 2
x y
No plano z = 0, temos uma elipse de equação 2 + 2 = 1,
3 2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 64
x2 z 2 y2 z2
nos planos y = 0 e x = 0 temos hipérboles de equações − 2 =1e 2 − 2 =1
32 4 2 4
Figura 65 Figura 66
e graficamente
Figura 67
128
HIPÉRBOLOIDE
HIPERBOLOIDE DE DE DUAS
DUAS FOLHAS
FOLHAS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 68
x2 y 2 y2 z2
− 2
+ 2 =1e 2 − 2 =1
a b b c
Figura 69 Figura 70
CÔNICAS E QUÁDRICAS
139
129
Graficamente, temos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 71
Observe que quando y = 0 o plano xz não intercepta a superfı́cie, mais ainda, para qualquer
plano y = k, com −b < k < b, não há ocorrência de interceptação na superfı́cie. Por outro lado,
para qualquer valor de y = k com k > b ou k < −b, a interseção entre o plano e a superfı́cie é
uma elipse, particularmente, se a = c, a elipse é uma circunferência. Portanto, o hiperboloide é de
revolução e pode ser obtido rotacionando uma hipérbole em torno do eixo real y.
x2 y 2 z 2
− 2 − 2 = 1 ao longo do eixo x
a2 b c
e
x2 y 2 z 2
− − 2 + 2 = 1 ao longo do eixo z.
a2 b c
Figura 72 Figura 73
130
x2 y 2 z 2
Exemplo 20: Dada a equação − + − = 1, obtenha seus gráficos nos planos coordenados
4 16 25
e sua superfı́cie.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 74 Figura 75
Figura 76
Observe que para valores y = k, com |k| > 4, os planos y = k interceptam a superfı́cie segundo
uma elipse de equação
x2 z 2 k2
2
+ 2 = − 1.
2 5 16
x2 z2
Por exemplo, para k = 5, temos uma elipse cuja equação é 2 + 2 = 1.
3 15
2 4
CÔNICAS E QUÁDRICAS
141
131
As equações
Ax2 + By 2 + Cz = 0
Ax2 + By + Cz 2 = 0
Ax + By 2 + Cz 2 = 0
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
x2 y 2
± ± 2 = cz,
a2 b
x2 z 2
± ± 2 = by
a2 c
ou
y2 z2
± ± 2 = ax
b2 c
que são chamadas de forma canônica da superfı́cie quádrica. De acordo com as combinações dos
sinais nos coeficientes do segundo grau, é possı́vel ter dois tipos de superfı́cie:
132
PARABOLOIDE ELÍPTICO
PARABOLOIDE ELÍPTICO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 77
A equação
x2 y 2
+ 2 = cz
a2 b
representa uma superfı́cie quádrica denominada de paraboloide elı́ptico ao longo do eixo z.
x2 y 2
Para o plano z = 0, temos a equação + 2 = 0, logo, x = 0 e y = 0, ou seja, a origem
a2 b
(0, 0, 0) é o único do plano xy. Supondo que c seja uma constante positiva, nos planos xz e yz,
temos as equações x2 = a2 cz e y 2 = b2 cz cujos gráficos são parábolas.
Figura 78 Figura 79
CÔNICAS E QUÁDRICAS
143
133
Graficamente, temos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 80
Quando c > 0 e k é uma constante positiva, o plano z = k intercepta essa superfı́cie segundo
uma elipse
x2 y2
+ = 1.
a2 ck b2 ck
Em particular, se a = b, a elipse é uma circunferência e, portanto, a superfı́cie é um paraboloide
de revolução e pode ser obtido rotacionando uma parábola em torno do eixo z. Quando k < 0, o
plano z = k não intercepta a superfı́cie.
Por outro lado, se c é uma constante negativa, a superfı́cie está abaixo do plano xy, ou seja,
está na região z ≤ 0.
Figura 81
Paraboloide Elíptico
144 UNIDADE II
134
x2 z 2
+ 2 = by ao longo do eixo y
a2 c
e
y2 z2
+ 2 = ax ao longo do eixo x.
b2 c
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 82 Figura 83
2 2
x y
Exemplo 21: Considere a equação + = 2z, obtenha seus gráficos nos planos xz, yz e depois
4 9
sua superfı́cie.
Figura 84
CÔNICAS E QUÁDRICAS
145
135
PARABOLOIDE HIPERBÓLICO
PARABOLOIDE HIPERBÓLICO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 85
Figura 86
Paraboloide Hiperbólico
146 UNIDADE II
136
x2 = −ca2 z e y 2 = cb2 z,
cujas concavidades estão voltadas para sentidos opostos. Assim, supondo c uma constante positiva,
temos os seguintes gráficos expostos nas figuras 87 e 88.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 87 Figura 88
Figura 89
CÔNICAS E QUÁDRICAS
147
137
z 2 x2
− 2 = by ao longo do eixo y
c2 a
e
z2 y2
− 2 = ax ao longo do eixo x.
c2 b
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Figura 90 Figura 91
Exemplo 22: Obtenha os traços nos planos coordenados e depois a superfı́cie da quádrica cuja
x2 y 2
equação é − + = 3z.
4 1
De acordo com a equação, temos um paraboloide hiperbólico ao longo do eixo z. Assim,
nos planos yz e xz, temos parábolas cujas equações são y 2 = 3z e x2 = −12z, respectivamente.
Figura 92 Figura 93
Paraboloide Hiperbólico
148 UNIDADE II
138
x x
No plano xy, temos duas retas cujas equações são y = e y = − . Particularmente, no
2 2
x2 y 2
plano z = 3, temos uma hipérbole com equação − + = 1.
36 9
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 94 Figura 95
Figura 96
CÔNICAS E QUÁDRICAS
149
139
SUPERFÍCIE CÔNICA
SUPERFÍCIE CÔNICA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 97
Figura 98 Figura 99
Superfície Cônica
150 UNIDADE II
140
Graficamente, temos:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 100
CÔNICAS E QUÁDRICAS
151
141
Exemplo 23: Considerando a equação 9x2 + 4y 2 = z 2 , obtenha suas interseções nos planos xz e
yz, depois sua superfı́cie.
x2 y2
2 + = z2
(1/3) (1/2)2
e representa um cone ao longo do eixo z. Nos planos xz e yz, temos retas com equações z = ±3x
e z = ±2y.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 105
Superfície Cônica
152 UNIDADE II
142
SUPERFÍCIE CILÍNDRICA
SUPERFÍCIE CIL ÍNDRICA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 106 − Superfı́cies cilı́ndricas
Seja C uma curva num plano π e t uma reta fixada que corta esse plano, uma superfı́cie
cilı́ndrica é a superfı́cie gerada por uma reta r que se move ao longo da curva C e é paralela à
reta t. A reta r é chamada de geratriz do cilindro descrito pela diretriz C.
Figura 107
Vamos considerar apenas as superfı́cies cilı́ndricas cuja diretriz seja uma curva situada em
um dos planos xy, xz ou yz e que a geratriz seja paralela a um dos eixos x, y ou z. Assim, se C é
uma curva cônica, o cilindro é quádrico, ou seja, podemos ter um cilindro circular, cilindro elı́ptico,
cilindro parabólico ou um cilindro hiperbólico conforme a curva C. É interessante observar que
dada a equação de uma superfı́cie cilı́ndrica, essa equação não tem uma das variáveis, justamente
suas geratrizes são paralelas ao eixo dessa variável, como veremos nos próximos exemplos.
CÔNICAS E QUÁDRICAS
153
143
143
Exemplo 24: Dada a equação x2 = 6y, obtenha a superfı́cie cilı́ndrica dessa quádrica.
Exemplo 24: Dada a equação x2 = 6y, obtenha a superfı́cie cilı́ndrica dessa quádrica.
Primeiramente, note que a equação não tem a variável z, ou seja, em qualquer plano z = k
Primeiramente, note que a equação não tem a variável z, ou seja, em qualquer plano z = k
temos a mesma equação da parábola x2 = 6y, cuja representação é a mesma que no plano xy.
temos a mesma equação da parábola x2 = 6y, cuja representação é a mesma que no plano xy.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 108
Figura 108
Figura 109
Figura 109
É possı́vel ter uma superfı́cie quádrica com apenas uma incógnita? Por exemplo x2 = k, em
É possı́vel ter uma superfı́cie quádrica com apenas uma incógnita? Por exemplo x2 = k, em
que k é uma constante positiva. Qual superfı́cie é essa?
que k é uma constante positiva. Qual superfı́cie é essa?
Superfície Cilíndrica
154 UNIDADE II
144
144 x2
Exemplo 25: Obter o gráfico da superfı́cie cuja equação é z 2 + = 1.
42
x
Exemplo
Como25: nãoObter o gráfico
aparece da superfı́cie
a variável cuja superfı́cie
y, temos uma z2 +
equação écilı́ndrica=ao1.longo do eixo y, no plano
4
zx, a equação representa
Como não apareceum elipse. Portanto,
a variável sua superfı́cie
y, temos uma superfı́cie pode ser representada
cilı́ndrica de acordo
ao longo do eixo com
y, no plano
azx,
figura a seguir.
a equação representa um elipse. Portanto, sua superfı́cie pode ser representada de acordo com
a figura a seguir.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 110
Figura 110
CÔNICAS E QUÁDRICAS
155
145
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, finalizamos nossos estudos da Geometria Analı́tica com as superfı́cies quádri-
cas. Vimos que para a construção de seus gráficos, primeiramente, escolhemos planos convenientes
de maneira a obter a interseção entre o plano e a superfı́cie analisada, obtendo o que chamamos
de traço. Obviamente que quanto maior número de traços, mais fácil fica para descrever a super-
fı́cie estudada. A primeira quádrica que vimos foi o elipsoide com centro na origem do sistema
cartesiano, verificamos que seus traços nos planos coordenados são sempre elı́pticos e que a esfera
é um caso particular do elipsoide, em que seus traços nos planos são circunferências. A forma do
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
elipsoide está presente no formato dos planetas, em balões, na natureza (alguns vegetais), na bola
de futebol americano e em algumas construções de engenharia devido a sua beleza.
A segunda superfı́cie estudada foi o hiperboloide de uma folha com centro na origem, cujos
traços nos planos correspondem a duas hipérboles e no outro plano uma elipse; logo depois fizemos
o estudo do hiperboloide de duas folhas, cujos traços também eram: duas hipérboles e o outro
traço com forma elı́ptica. Essas superfı́cies estão presentes em muitas construções devido a sua
beleza arquitetônica. Na sequência, vimos o paraboloide elı́ptico cujos traços eram duas parábolas
e uma elipse e, posteriormente, o paraboloide hiperbólico, em que seus traços eram duas retas num
plano e nos outros planos parábolas − sendo uma parábola com concavidade voltada para baixo
e a outra no outro plano com concavidade voltada para cima, tendo as duas parábolas seus eixos
em comum.
Fizemos também um estudo sobre a superfı́cies cônica, em que suas interseções eram duas
retas em cada um dos dois planos coordenados e uma elipse no terceiro plano. E, finalizando,
vimos as superfı́cies cilı́ndricas, cuja equação tinha a ausência de uma das variáveis e, portanto,
uma curva no plano determinado pelas variáveis existentes, curva essa que dava caracterı́stica da
superfı́cie cilı́ndrica.
Espero que o(a) leitor(a) tenha percebido que apesar do grande número de tipos de super-
fı́cies, existem duas formas de identificar uma quádrica, uma seria obtendo seus traços nos planos
e a outra seria decorando os vários tipos de equações quádricas.
Considerações Finais
156
146
LEITURA COMPLEMENTAR
Apolônio de Perga (262 a.C. - 194 a.C) foi um matemático e astrônomo grego que estudou
com sucessores de Euclides e mais tarde veio a ensinar. Apelidado de Épsilon e também conhecido
como “O Grande Geômetra” foi, provavelmente, um dos maiores e mais originais matemáticos no
ramo da geometria pura, dedicando grande parte de sua vida aos estudos das cônicas.
Sua principal obra, intitulada de “Cônicas”, era composta por oito livros dos quais sete
sobreviveram. Tal obra teve uma grande importância para a matemática devido ao seu avançado
e rigoroso nı́vel de escrita, sendo comparada à magnı́fica obra “Os Elementos”, de Euclides. Os
quatro primeiros livros tratam das propriedades básicas relacionadas às cônicas, afirmava que de
um único cone pode ser obtido três tipos de secções cônicas: a parábola, a elipse e a hipérbole;
nos livros 5 a 7 mostrou como obter retas tangentes e normais às cônicas, quais poderiam ser
desenhadas a partir de um ponto, apresentou a igualdade e semelhança entre as cônicas e fez um
rigoroso estudo dos diâmetros conjugados. Na verdade, são inúmeras as contribuições contidas
nessa obra ı́mpar.
Uma das principais teorias presentes em seus livros teve grande aplicação muitos séculos
depois, particularmente no ramo da astronomia, na qual afirmava-se que as órbitas planetárias
descreviam curvas cujas formas eram elı́pticas, e não circulares, como se acreditavam na época.
Suas teorias, até então puramente matemáticas, auxiliaram grandes pensadores nas descrições de
fenômenos fı́sicos, até chegar a formulação da lei da gravitação universal − essa última por Isaac
Newton (1680) −. Portanto, não tem como discutir a importância das suas contribuições tanto
para matemática quanto para a fı́sica.
Caso queira obter mais informações sobre Apolônio de Perga e sua obra “As Cônicas”, acesse:
<http://www.geometriaanalitica.com.br/artigos/apolonio-de-perga.html>
Fonte: o autor.
157
147
Atividade de Estudo
1) Dada a equação 4x2 + 9y 2 = 36 de uma cônica, determine as coordenadas dos seus vértices e
focos, calcule sua excentricidade e construa seu gráfico.
Figura 111
3) Numa elipse com centro na origem C(0, 0), um dos seus focos tem coordenadas F (0, 8) e eixo
menor medindo 30 unidades. Obtenha a equação e o gráfico dessa elipse.
4) Dada a equação 9x2 + 25y 2 + 108x + 200y + 499 = 0, obtenha a equação reduzida, seu centro,
seus vértices e seus focos.
x2 y 2
5) Dada a equação − = 1, obtenha os vértices, os focos, as assı́ntotas e a excentricidade da
9 4
hipérbole.
7) Obtenha a equação da hipérbole cujos focos são F1 (−1, −3), F2 (5, −3), A1 (0, −3) e A2 (4, −3),
seu gráfico e sua excentricidade.
158
148
8) Dada a equação da hipérbole x2 − 3y 2 + 2x + 18y = 23, obtenha seu centro, seus vértices, seus
focos, seu gráfico, sua excentricidade e suas assı́ntotas.
10) Uma parábola com vértice na origem tem foco F (0, 4) e concavidade voltada para cima, obte-
nha sua equação e sua diretriz.
11) Dada a equação x2 − 6x − 4y = −5, obtenha seu vértice, seu foco, a diretriz e o gráfico dessa
parábola.
12) Dada a equação y 2 + 10x + 2y = 54, obtenha seu vértice, seu foco, a diretriz e o gráfico dessa
parábola.
15) Para cada equação, obtenha os traços nos planos coordenados e esboce o gráfico de sua super-
fı́cie:
x2 y 2 z 2
a) + − =1 b) y 2 + z 2 = 1 + x2
2 4 9
x2 z 2
16) Considere a equação − − + y 2 = 1, obtenha a interseção nos planos coordenados e depois
9 4
159
149
sua superfı́cie.
x2 y 2 z
18) Dada a equação − + = , construa seu gráfico obtendo os traços nos planos coordenados.
16 9 4
a) x2 = −14y c) y − x = 0 e) x2 − 4y 2 = 16
z 2 x2
b) z 2 = 4y d) + =1 f) x2 + y 2 = 49
9 4
MATERIAL COMPLEMENTAR
Alexandria
AMENÁBAR, Alejandro
Ano: 2009
Sinopse: “Alexandria” é um filme espanhol muito interessante
dirigido por Amenábar. Nesta obra, é relatada a vida da filósofa
Hipática, que viveu entre os anos de 355 e 415 no Egito, e que aborda
conceitos filosóficos, astronômicos, religiosos e da matemática.
A Fórmula de Bháskara pode ser deduzida utilizando a ideia do exemplo 15 dessa unidade.
Acesse: <http://www.brasilescola.com/matematica/demonstracao-formula-bhaskara.htm> e
confira.
Atualmente, existem vários softwares disponíveis na web que constroem gráficos tridimensionais.
Um programa fácil de utilizar, com gráficos de ótima qualidade e que pode auxiliar o estudo
das quádricas é o Autograph, disponível em:
<http://www.autograph-maths.com/download/>
Material Complementar
162
152 REFERÊNCIAS
Referências
BOLDRINI, J. M. et al. Álgebra linear. 3. ed. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1980.
BOULOS, P.; CAMARGO, I. Geometria analı́tica: um tratamento vetorial. São Paulo: Makron
Books do Brasil, 1987.
CALLIOLI, C. A. et al. Álgebra linear e aplicações. 6. ed. São Paulo: Atual, 1990.
SANTOS, N. M. Vetores e matrizes. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Cientı́ficos
Editora S.A., 1985.
Referências Online
#REFERÊNCIAS ON-LINE#
1 - <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci arttext&pid=S0103-636X2013000300011>. Acesso
em: 04 jan. 2016.
#REFERÊNCIAS ON-LINE#
163
REFERÊNCIAS
GABARITO
153
GABARITO
Unidade II
1) 2)
x2 y2
+ =1
289 64
15
F1 (−15, 0), F2 (15, 0) e e =
17
3) 4)
x2 y2 (x + 6)2 (y + 4)2
2
+ 2 =1 + =1
17 15 25 9
C(−6, −4), A1 (−11, −4), A2 (−1, −4),
B1 (−6, −7), B2 (−6, −1), F1 (−10, −4)
e F2 (−2, −4)
5)
A1 (−3, 0), A2 (3, 0), B1 (0, −2), B2 (0, 2),
√ √
F1 (− 13, 0) e F1 ( 13, 0)
2 2
Assı́ntotas: y1 = x e y2 = − x, excentrici-
√ 3 3
13
dade: e =
3
GABARITO
154
6) 7)
(x − 2)2 (y + 3)2 3
− =1ee=
4 5 2
8)
Gráfico do exercı́cio 8
(y − 3)2 (x + 1)2
− √ =1
12 ( 3)2
A1 (−1, 2), A2 (−1, 4),
√ √
B1 (−1 − 3, 3), B2 (−1 + 3, 3),
F1 (−1, 1) e F2 (−1, 5)
Assı́ntotas
√ √
3 9+ 3
y1 = x+
3 3
e √ √
3 9− 3
y2 = − x+
3 3
Excentricidade: e = 2
165
GABARITO
155
9) 10)
5 5
Foco: F 0, − e diretriz: y = Equação: x2 = 16y e diretriz: y = −4
2 2
11) 12)
14)
a) Esfera de raio 6 b) Elipsoide de revolução
15)
a) Hiperboloide de uma folha ao longo do b) Hiperboloide de uma folha ao longo do
eixo z eixo x
167
GABARITO
157
16)
Hipérbole Hipérbole Hiperboloide de duas folhas
17)
a) Paraboloide elı́ptico ao longo de eixo z b) Paraboloide elı́ptico ao longo do eixo x
18) Traços
GABARITO
158
18) 19)
Paraboloide hiperbólico a) Cone circular ao longo do b) Cone elı́ptico ao longo do
eixo z eixo x
20)
a) Cilindro parabólico ao longo b) Cilindro parabólico ao longo c) Plano
do eixo z do eixo x
III
MATRIZES, DETERMINANTES
UNIDADE
E SISTEMAS DE EQUAÇÕES
LINEARES
Objetivos de Aprendizagem
■■ Reconhecer matrizes reais.
■■ Realizar as operações com matrizes.
■■ Associar uma matriz com um sistema de equações lienares.
■■ Calcular o determinante de uma matriz.
■■ Classicar e resolver sistemas de equações lineares.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Matrizes
■■ Operações com matrizes
■■ Matriz inversa
■■ Determinante
■■ Sistemas de equações lineares
■■ Resolução de sistemas de equações lineares
171
160
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Prezado(as) alunos(as), nas duas primeiras unidades abordamos assuntos referente à Ge-
ometria Analı́tica, agora, iniciamos o estudo da Álgebra Linear, disciplina essa cujos conceitos
são inspirados nas caracterı́sticas geométricas vistas na unidade I. Apesar da relação entre essas
duas disciplinas, na álgebra linear os aspectos geométricos não são mais prioridades. Na verdade,
suas definições e propriedades herdadas dos conjuntos vetores são estendidas a outros conjuntos,
chamados espaços vetoriais que veremos na unidade IV.
operações sobre esse conjunto cujas propriedades (associativa, comutativa e distributiva) se asse-
melham aos dos números reais, bem como as propriedade dos vetores. Além disso, apresentaremos
algumas matrizes especiais, tais como matriz nula, matriz oposta, matriz identidade, matriz trian-
gular, matriz quadrada e matriz inversa − veremos que cada uma delas tem sua importância no
estudo desse conjunto −. Ainda sobre matrizes, definiremos de maneira formal o conceito de de-
terminante de uma matriz quadrada e verificaremos algumas propriedades algébricas interessantes
acerca dos determinantes.
Apesar da ordem dos conteúdos desta unidade estarem conforme expostos nos parágrafos
anteriores, na prática não é bem assim que acontece, mas essa ordem sistematizada, facilita a
compreensão de cada assunto abordado. Na realidade, a ordem é a seguinte, dada uma situação-
problema cuja modelagem matemática nos fornece um sistema de equações lineares − a partir
desse sistema de equações −, construir uma tabela numérica (denominada de matriz) e, por meio
de técnicas convenientes, fica sendo possı́vel obter um conjunto solução para o sistema, se existir,
é claro. Mas enfim, dado um sistema linear equações, resolver esse sistema é o objetivo principal
desta unidade, pois é um pré-requisito para unidade V.
Introdução
172 UNIDADE III
161
MATRIZES
MATRIZES
Uma matriz A de ordem m por n é uma tabela formada por termos numéricos dispostos
ordenadamente denotada conforme tabela a seguir
a11 a12 · · · a1n
a21 a22 · · · a2n
A = [aij ]m×n =
.
.
.. .. ... ..
. .
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
am1 am2 · · · amn
m×n
Os elementos de uma matriz podem ser outros objetos (não necessariamente só números).
Por exemplo, podemos ter nas matrizes números complexos, polinômios, funções, outras matrizes
etc. Podemos representar as matrizes por colchetes: [ ], parênteses: ( ) ou até duas barras:
. Neste livro, representaremos as matrizes por colchetes. A seguir, temos alguns exemplos de
matrizes.
√
3 2 π
• Uma matriz 2 × 3 : A =
3
−5 4
0
1 2 −3
• Uma matriz 3 × 3 : B =
−4 5 8
0 9 0
25
• Uma matriz 1 × 4 : C = −1 log 2 sen1o
3
i
• Uma matriz 4 × 1 : C =
π
e
162
Tipo de Matrizes
Matriz Nula
Trata-se de uma matriz de qualquer ordem cujos seus elementos são todos nulos, isto é,
aij = 0 para todo i e j.
0 0
0 0 0
Exemplo 1: A = B= 0 0 0 C=
0 0
0 0 0
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
0 0
Matriz Quadrada
É aquela que apresenta o número de linhas igual ao número de colunas, isto é, seja a
matriz A = [aij ]m×n temos m = n. Neste caso, com respeito à ordem da matriz, podemos dizer
simplesmente matriz de ordem m.
Exemplo 2:
Matriz Linha
Matrizes
174 UNIDADE III
163
Matriz Coluna
Matriz Diagonal
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
É uma matriz quadrada cujos elementos que não estão na diagonal são todos nulos (iguais
a zero), isto é, aij = 0 se i = j para todo i e j.
5 0 0
−3 0
Exemplo 5: A = B= 0 4 0
0 2
0 0 −1
Nas matrizes diagonais, temos uma que é especial. Mostraremos essa matriz logo a seguir.
Matriz Identidade
1, se i = j
aij = para todo i, j
0, se i = j
Isto é,
1 0 0 0 ··· 0
0 1
0 0 ··· 0
0 0 1 0 ··· 0
A = [aij ]n×n =
0 0
0 1 ··· 0
.. .. .. .. . . ..
. . . . . .
0 0 0 0 0 1
n×n
164
Matriz Simétrica
É uma matriz quadrada, na qual os elementos abaixo da diagonal são nulos, isto é, aij = 0
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Trata-se de uma matriz quadrada cujos elementos acima da diagonal são nulos, isto é,
aij = 0 sempre que i < j.
1 0 0
0
−3 0 0
4 2 0 0
Exemplo 8: A =
4 −1 0 B=
3 1 −2 0
3 2 5
−7 2 7 9
Igualdade De Matrizes
Definição 1: Considere duas matrizes, A = [aij ]m×n e B = [bij ]v×u . A matriz A será igual a
matriz B, A = B, quando a ordem de ambas for a mesma (m = v), (n = u) e seus elementos
correspondentes são iguais, ou seja, elementos que ocupam a mesma posição (linha e coluna) na
matriz A e B serão iguais, isto é, aij = bij para todo i e j.
Matrizes
176 UNIDADE III
165
√ o
sen 30 49
7 1/2
Exemplo 9: A matriz A =
−3/4 −5
é igual a matriz B = −0, 75 −5 .
√ 0
0 1 log 1 π
2
2x − y w − 3z −4 0
Exemplo 10: Considerando as matrizes C = eD= , determine
3y 5w − 7 12 3
os valores de x, y, z e w tal que as matrizes C e D sejam iguais.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Solução: Pela definição 1 devemos ter:
2x − y = −4 (I)
w2 − 3z = 0 (II)
3y = 12 (III)
5w − 7 = 3 (IV )
OPERAÇÕES COM
OPERAÇÕES COM MATRIZES
MATRIZES
Transposição
Seja a matriz A = [aij ]m×n , definimos a matriz transposta de A, uma nova matriz B =
[bij]n×m cujas suas linhas são as colunas de A, isto é, bij = aji e será denotada por At .
−1 2
−1 6 4
Exemplo 11: Se A = , então At =
.
6 0
2 0 −3
4 −3
166
6 1 −8 6 1 −8
Exemplo 12: Se B =
1 −3 2
, então B t
=
1 −3 2 .
−8 2 0 −8 2 0
Note que neste exemplo a transposta não se modificou. Basta voltarmos na seção Tipos de
Matrizes que vamos verificar que se trata de uma matriz simétrica. Esta e outras propriedades
serão listadas em seguida.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
III) (A + B)t = At + B t .
t
IV) k · A = k · At .
Adição
Sejam as Matrizes A = [aij ] e B = [bij ] de mesma ordem, definimos uma nova matriz,
denotada por A + B, como sendo
A + B = [aij + bij ]
com a mesma ordem das matrizes A e B. Em outras palavras, note que para somarmos duas ou
mais matrizes basta somarmos os elementos correspondentes.
1 0 2 −5 2 4
Exemplo 13: Dados A =
−5 4 −3 e B =
−3 7 8 , obtenha a soma A + B.
7 2 −1 11 9 2
1 0 2 −5 2 4 1 + (−5) 0 + 2 2 + 4 −4 2 6
−5 4 −3 + −3 = =
7 8 −5 + (−3) 4 + 7 −3 + 8 −8 11 5
7 2 −1 11 9 2 7 + 11 2 + 9 −1 + 2 18 11 1
167
Em outras palavras, para multiplicar um escalar k por uma matriz basta efetuarmos o produto de
k por todos os elementos dessa matriz.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
−2 5 17
Exemplo 14: Seja k = 3 e A = 11 −3 3
, então,
9 2 10
3(−2) 3(5) 3(17)
k·A=3·A=
3(11) 3(−3) 3(3)
3(9) 3(2) 3(10)
−6 15 51
k·A=3·A=
33 −9 9 .
27 6 30
Sabendo multiplicar um escalar por uma matriz, podemos falar da diferença entre matrizes. Note
que se pretendemos, dadas duas matrizes A e B de mesma ordem, efetuar a diferença entre essas
matrizes, basta proceder da seguinte forma:
A−B =A+ −B ;
Em que a matriz −B corresponde à matriz oposta de B, ou seja, −B pode ser interpretado como
sendo o produto do número −1 pela matriz B.
168
Propriedade 2: Dadas as matrizes A = [aij ]m×n , B = [bij ]m×n , C = [cij ]m×n , todas de mesma
ordem e escalares µ e κ, temos
I) A + (B + C) = (A + B) + C - associatividade.
II) A + B = B + A - comutatividade.
III) A + 0m×n = A - existência do elemento neutro da adição. Note que 0m×n representa a matriz
nula de ordem m × n.
IV) A + − A = 0m×n .
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V) µ(A + B) = µA + µB - distributividade.
VIII) 1 · A = A.
É interessante observar que essas propriedades com essas operações também são verificadas
para o conjunto de vetores, bem como para o conjunto dos números reais. Veremos mais adiante
que conjuntos que satisfazem essas propriedades são chamados de espaços vetoriais.
Multiplicação de Matrizes
169
Vamos considerar que o primeiro, o segundo, o terceiro e o quarto bimestre tenham, respec-
tivamente, pesos valendo 1, 2, 3 e 4 (a nota do primeiro bimestre multiplicada por 1, a do segundo
por 2 e assim por diante). A média final de cada aluno será calculada da seguinte maneira:
2, 5 · 1 + 5, 6 · 2 + 6, 1 · 3 + 6, 0 · 4 1 2 3 4
Aluno A: = 2, 5 · + 5, 6 · + 6, 1 · + 6, 0 · = 5, 6
10 10 10 10 10
2, 0 · 1 + 3, 5 · 2 + 3, 7 · 3 + 5, 5 · 4 1 2 3 4
Aluno B: = 2, 0 · + 3, 5 · + 3, 7 · + 5, 5 · = 4, 2
10 10 10 10 10
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
8, 0 · 1 + 6, 8 · 2 + 7, 5 · 3 + 9, 0 · 4 1 2 3 4
Aluno C: = 8, 0 · + 6, 8 · + 7, 5 · + 9, 0 · = 8, 0
10 10 10 10 10
6, 0 · 1 + 6, 1 · 2 + 5, 5 · 3 + 6, 7 · 4 1 2 3 4
Aluno D: = 6, 0 · + 6, 1 · + 5, 5 · + 6, 7 · = 6, 2
10 10 10 10 10
4, 0 · 1 + 5, 0 · 2 + 7, 0 · 3 + 7, 5 · 4 1 2 3 4
Aluno E: = 4, 0 · + 5, 0 · + 7, 0 · + 7, 5 · = 6, 5
10 10 10 10 10
Estas operações podem ser representadas por matrizes. Podemos construir uma matriz N
contendo as notas de cada aluno, isto é,
2, 5 5, 6 6, 1 6, 0
2, 0 3, 5 3, 7 5, 5
8, 0 6, 8 7, 5 9, 0 .
6, 0 6, 1 5, 5 6, 7
4, 0 5, 0 7, 0 7, 5
da mesma forma, podemos construir uma matriz P com os valores dos pesos de cada bimestre, isto
é,
1/10
2/10
3/10
4/10
170
4/10
1 2 3 4
4, 0 5, 0 7, 0 7, 5 6, 0 · + 6, 1 · + 5, 5 · + 6, 7 · 6, 5
10 10 10 10
1 2 3 4
4, 0 · 10
+ 5, 0 · 10
+ 7, 0 · 10
+ 7, 5 · 10
O que fizemos: tomamos duas matrizes tais que o número de termos em cada linha da
primeira é igual ao número de termos de cada coluna da segunda, ou seja, o número de colunas da
primeira coincide com o número de linhas da segunda.
Definição 2: Sejam as matrizes A = [aij ]m×n e B = [bij ]n×s , a matriz produto de A por B é a
Matriz A · B = [cij ]m×s tal que:
n
cij = aik · bkj com i = {1, 2, . . . , m} e j = {1, 2, . . . , s}.
k=1
1 3 2 0 −4
Exemplo 15: Sejam as matrizes A = eB= , como a ordem da
2 −1 5 −2 6
171
171
1 3 2 0 −4 1(2) + 3(5) 1(0) + 3(−2) 1(−4) + 3(6)
A · B = · =
21 −1
3 52 −2
0 6
−4 2(2)
1(2)−+1(5)
3(5) 2(0)
1(0)−+1(−2)
3(−2) 2(−4)
1(−4)−+1(6)
3(6)
A·B = · =
2 −1 5 −2 6 2(2) − 1(5) 2(0) − 1(−2) 2(−4) − 1(6) .
17 −6 14 .
= .
−1 17 2−6 −1414
= .
−1 2 −14
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Note nesse exemplo que uma maneira de não nos perdermos na multiplicação é colocarmos
elementos do nesse
Note produto em alguma
exemplo posição
que uma maneiraque de
nãonão
seja a dele
nos e encontrarmos
perdermos uma matriz
na multiplicação errada.
é colocarmos
Assim, basta
elementos doobservarmos
produto em qual linha
alguma da primeira
posição que nãomatriz
seja aestá
delesendo multiplicada
e encontrarmos pormatriz
uma qual coluna
errada.
da segunda
Assim, matriz.
basta No exemplo
observarmos qual anterior,
linha da multiplicamos
primeira matriz a segunda
está sendo linha de A pela por
multiplicada terceira
qualcoluna
coluna
de B e encontramos o elemento que estará na posição c23 , isto é, c 23 = −14.
da segunda matriz. No exemplo anterior, multiplicamos a segunda linha de A pela terceira coluna
Propriedade 3: Sejam
de B e encontramos A, B e Cque
o elemento matrizes, sempre
estará na quecos
posição 23 , produtos
isto é, c23e=somas
−14. envolvidos estiverem
bem definidos, temos
Propriedade 3: Sejam A, B e C matrizes, sempre que os produtos e somas envolvidos estiverem
I)bem
(AB)C = A(BC)
definidos, - associatividade.
temos
II)
I) A(B
(AB)C+ C) = AB +- AC
= A(BC) - distributividade à esquerda.
associatividade.
III)
II) (A
A(B++B)C
C) =
= AC
AB +
+ BC
AC -- distributividade
distributividade àà esquerda.
direita.
IV)
III)k(AB) = (kA)B,
(A + B)C = AC em
+ BC ∈ R.
que- kdistributividade à direita.
V) A · 0 = 0, em que 0 é a matriz
IV) k(AB) = (kA)B, em que k ∈ R. nula.
t t t
VI) A · 0 ==0,Bem
V) (AB) A que
. 0 é a matriz nula.
VI) (AB)t = B t At .
Reflita por que em geral, as propriedade dos produtos notáveis não são válidas para o produto
das matrizes,
Reflita a saber,
por que em geral, as propriedade dos produtos notáveis não são válidas para o produto
I)das + B)2 = A
(Amatrizes, 2
+ 2AB + B 2 .
a saber,
2 = A2 − B 22.
I) (A −
II) + B)(A
B)2 =+AB)
+ 2AB + B .
II) (A − B)(A + B) = A2 − B 2 .
172
MATRIZ INVERSA
MATRIZ INVERSA
Definição 3: Seja A = [aij ]n×n uma matriz quadrada, dizemos que essa matriz admite inversa se,
e somente se, existe uma matriz B = [bij ]n×n tal que:
A · B = B · A = In .
2 −3 1/14 3/14
Exemplo 16: A matriz A = admite como inversa a matriz A−1 = ,
4 1 −2/7 1/7
pois:
1
−2 3 1
2· 14
−3· 7
2· 14
−3· 7
2 −3 1/14 3/14 1 0
A · A−1 = · =
=
.
4 1 −2/7 1/7 0 1
1
−2 3 1
4· 14
+1· 7
4· 14
+1· 7
−2 5
Exemplo 17: Calcule a matriz inversa da matriz A = , caso exista.
3 9
x 1 x2
Suponhamos que B = seja a matriz procurada, logo,
x3 x4
−2 5 x1 x2 1 0
A·B = · =
3 9 x3 x4 0 1
Matriz Inversa
184 UNIDADE III
173
3 1
Solucionando o sistema (I), chegamos a x1 = − e x3 = . Já com o sistema (II), obtemos
11 11
5 2
x2 = e x4 = .
33 33
Portanto, a matriz A admite inversa e sua inversa é a matriz:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
−3/11 5/33
B = A−1 = .
1/11 2/33
O exemplo anterior nos mostrou que, ao tentar inverter uma matriz quadrada de ordem
2, chegamos a dois sistemas com duas equações e duas incógnitas cuja resolução é bem simples.
Agora, se tentarmos inverter uma matriz quadrada de ordem 3 com essa técnica, vamos obter
três sistemas com três equações e três incógnitas cada um, totalizando 9 incógnitas. Assim, se
tentarmos inverter matrizes quadradas de ordem superior a 3, o trabalho que terı́amos que realizar
seria imenso. Nesse sentido, o próximo passo é estabelecer uma técnica melhor para inversão
matrizes quadradas de ordem qualquer.
174
Operações Elementares:
I) Permutar duas filas (o termo fila indica linha ou coluna).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
III) Transformando a linha 3 com a soma da linha 1 com o dobro da linha 3 (L3 → L1 + 2L3 ),
obtemos:
−2 5 1
3 0 8 .
12 −7 19
Matriz Inversa
186 UNIDADE III
175
Matrizes Equivalentes
Teorema 1: Seja a matriz A = [aij ]n×n , ela admite inversa se, e somente se, A ∼ In . Se A é
inversı́vel, a mesma sucessão de operações elementares que transformam A em In , convertem In na
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
inversa de A. A demonstração deste teorema o leitor pode encontrar em Callioli (1990).
Método Prático
Para determinarmos a inversa de uma matriz A (quando existir), basta seguirmos os se-
guintes passos:
I) Ao lado da matriz A colocamos a matriz identidade com a mesma ordem de A, separada por
uma linha tracejada.
II) Transforma-se, por meio de operações elementares, a matriz A na matriz In , aplicando-se,
simultaneamente, à matriz In , colocada ao lado da matriz A, as mesmas operações elementares.
−2 1 3
Exemplo 19: Vamos determinar a inversa da matriz A =
4 2 5 seguindo os passos des-
−3 0 1
critos anteriormente.
Solução:
−2 1 3 | 1 0 0
4 2 5 | 0 1 0 L2 → L2 + 2L1
−3 0 1 | 0 0 1
−2 1 3 | 1 0 0
0 4 11 | 2 1 0 L3 → 2L3 − 3L1
−3 0 1 | 0 0 1
176
−2 1 3 | 1 0 0
0 4 11 | 2 1 0
L1 → 4L1 − L2
0 −3 −7 | −3 0 2
−8 0 1 | 2 −1 0
0 1 0
4 11 | 2 L3 → 3L2 + 4L3
0 −3 −7 | −3 0 2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
−8 0 1 | 2 −1 0
0 4 11 | 2 1 0
L1 → 5L1 − L3
0 0 5 | −6 3 8
−40 0 0 | 16 −8 −8
0 4 11 | 2 0
1 L2 → 5L2 − 11L3
0 0 5 | −6 3 8
−40 0 0 | 16 −8 −8
0 20 0 | 76 −28 −88 L1 → − 1 L1
40
0 0 5 | −6 3 8
1 0 0 | −16/40 8/40 8/40
1
0 20 0 | −28 −88
76 L2 → 20 L2
0 0 5 | −6 3 8
1 0 0 | −16/40 8/40 8/40
0 1 0 | 76/20 −28/20 −88/20 L3 → 1 L3
5
0 0 5 | −6 3 8
Matriz Inversa
188 UNIDADE III
177
1 0 0 | −16/40 8/40 8/40
0 1 0 | 76/20 −28/20 −88/20
0 0 1 | −6/5 3/5 8/5
ou equivalente a:
1 0 0 | −2/5 1/5 1/5
0 1 0 | 19/5 −7/5 −22/5 .
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
0 0 1 | −6/5 3/5 8/5
−2/5 1/5 1/5
Portanto, temos A −1
= 19/5 −7/5 −22/5
.
−6/5 3/5 8/5
Mais à frente veremos um outro método para calcularmos a inversa de uma matriz bem
como determinar se ela existe por meio do determinante. No próximo exemplo, vamos verificar
que existem matrizes quadradas que não admitem inversa.
1 2 −3
Exemplo 20: Vamos determinar a inversa da matriz B =
2 4 6 . Solução:
3 6 5
1 2 −3 | 1 0 0
2 4 6 | 0 1 0 L2 → L2 − 2L1
3 6 5 | 0 0 1
1 2 −3 | 1 0 0
0 0 12 | −2 1 0 L3 → L3 − 3L1
3 6 5 | 0 0 1
178
1 2 −3 | 1 0 0
0 0 12 | −2 1 0 L1 → 4L1 + L2
0 0 14 | −3 0 1
4 8 0 | 2 1 0
0 0 12 | −2 1 0 L3 → 6L3 − 7L2
0 0 14 | −3 0 1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
4 8 0 | 2 1 0
0 0 12 | −2 1 0 .
0 0 0 | −4 −7 6
Propriedade 5: Sejam as matrizes A = [aij ]n×n e B = [bij ]n×n inversı́veis, isto é, ambas admitem
inversa, temos:
−1
I) (A−1 ) = A.
II) O produto A · B é inversı́vel e (A · B)−1 = B −1 · A−1 .
−1 t
III) (At ) = (A−1 ) .
Matriz Inversa
190 UNIDADE III
179
O link abaixo é um aplicativo da web com o qual você poderá manipular matrizes identificando
conceitos, poderá ainda interpretar matrizes bem como utilizá-las na resolução de problemas.
Neste outro link, você encontrará uma sugestão para aula sobre cálculo de Matriz inversa,
Conhecimento de Criptografia e como as Matrizes são utilizadas para criptografar mensagens
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e construir de mensagens criptografadas.
<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.htmlaula=45417>
Fonte: o autor.
180
DETERMINANTE
DETERMINANTE
Toda matriz quadrada de ordem n pode ser associada a um número (sendo real ou com-
plexo), o qual chamaremos de Determinante. A ideia sobre os determinantes surgiu na Antiga
China. Muitos séculos depois dos chineses, um matemático japonês, Seki Kowa (1642-1708), de-
senvolveu, em 1683, alguns trabalhos sobre os determinantes, com base em tabelas numéricas.
conhecido por isso até hoje. Alguns anos mais tarde, P. S. Laplace (1749-1827) apresenta estudos
sobre algumas propriedades dos determinantes e J. L. Lagrange (1736-1813) aplica a teoria dos
determinantes no cálculo da área de um triângulo e no volume de um tetraedro.
Mas o termo determinante toma um significado somente com Cauchy (1789-1857), em 1812,
quando, perante o instituto francês, lê uma vasta memória sobre o assunto. Em 1815, Cauchy viria
a aplicar a linguagem dos determinantes em várias situações.
Permutações
Determinante
192 UNIDADE III
181
Exemplo 21: Considere T = {1, 2, 3, 4, 5}. Então, 42531 é uma permutação de T , que corresponde
à função f : T → T definida por:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
De uma forma geral, dado um conjunto S contendo n elementos, temos:
n(n − 1)(n − 2) · · · 2 · 1
0! = 1
1! = 1
2! = 2 · 1 = 2
3! = 3 · 2 · 1 = 6
4! = 4 · 3 · 2 · 1 = 24
..
.
n! = n(n − 1)(n − 2) · · · 2 · 1
182
n! n!
Generalizando, se n 2, então Sn terá permutações pares e permutações ı́mpares.
2 2
No exemplo anterior, temos 6 permutações possı́veis, sendo 3 pares e 3 ı́mpares. De fato:
(1 2 3) → 0
(1 3 2) → 1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
pares (2 3 1) → 2 ı́mpares (2 1 3) → 1
(3 1 2) → 2 (3 2 1) → 3
Apresentamos agora um sı́mbolo muito usado em matemática e áreas afins, pois vamos usá-
lo para definir o determinante de uma matriz. A letra ou caractere sigma ( ) é a décima oitava
letra do alfabeto grego e corresponde ao nosso S e será usada como sı́mbolo de um somatório.
Consideremos a seguinte soma:
12 + 22 + 32 + 42 + 52 + 62 + 72 + 82 + 92 + 102 .
Podemos representar essa soma por meio do sı́mbolo da seguinte maneira:
10
k2.
k=1
Lê-se: somatório de k 2 quando k varia de 1 até 10. A letra k é chamada de ı́ndice da soma (ou do
somatório) e pode ser substituı́da por qualquer outra (que não intervenha na soma), por exemplo:
i, j, l, m, n, p, etc. Diz–se, assim, que k é um ı́ndice mudo.
Exemplo 24:
6
2i2 = 2(32 ) + 2(42 ) + 2(52 ) + 2(62 ) = 172
i=3
Exemplo 25:
5
k = 1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15
k=1
Determinante
194 UNIDADE III
183
Definição 5: Seja A = [aij ]n×n uma matriz quadrada de ordem n, definimos o determinante de
A, denotado por detA ou |A| o número real dado por:
detA = (−1)J a1j1 a2j2 · · · anjn .
ρ
Exemplo 26: Considere a matriz A = [a11 ]. Vemos que A tem ordem 1, logo S1 = (1) tem uma
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
única permutação, isto é, 1! = 1. Como o número de inversões é zero, o sinal do determinante é
positivo. Logo detA = a11 .
a11 a12
Exemplo 27: Seja a matriz A = uma matriz de ordem 2, então, para calcular o
a21 a22
detA escrevemos os termos da matriz na forma:
a 1 a2 e a1 a2
Os espaços vazios serão preenchidos por todos os elementos de S2 = (1 2). Temos que (2 1) é uma
permutação par (número de inversões é zero) e (2 1) é uma permutação ı́mpar (uma inversão).
Assim o termo a11 a22 tem sinal positivo e o termo a12 a21 tem sinal negativo, logo,
Por simplicidade ou até comodidade, costuma-se dizer que o determinante de uma matriz
de ordem 2 é a diferença entre o produto dos termos da diagonal principal pelo produto dos termos
da diagonal secundária.
−5 4
Exemplo 28: Calcular o determinante da matriz A = .
2 3
Solução: detA = −5(3) − 4(2) = −15 − 8 = −23.
−3 −2
Exemplo 29: Calcular o determinante da matriz B = .
7 −4
Solução: detB = −3(−4) − (−2)(7) = 12 + 14 = 26.
184
Agora vamos ver como é efetuado o cálculo do determinante de ordem 3, seguindo a Definição
2.
a a
11 12 13 a
Exemplo 30: Seja a matriz A =
a21 a22 a23 , temos uma matriz de ordem 3. Logo, para
a31 a32 a33
calcularmos o determinante, escrevemos os seis (3! = 6) termos da matriz.
a1 a2 a3 a1 a2 a3 a1 a2 a3
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a1 a2 a3 a1 a2 a3 a1 a2 a3
detA = (a11 a22 a33 + a13 a21 a32 + a12 a23 a31 )
Determinante
196 UNIDADE III
185
Regra de Sarrus
Uma regra prática para calcular o determinante de uma matriz A de ordem 3 é dada a
seguir:
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3. Multiplicam-se os elementos da diagonal secundária e, na mesma direção, os elementos das
outras duas filas à sua direita.
Isto é:
Figura 1
Logo, temos que detA = I − II. Essa técnica é conhecida como Regra de Sarrus, muito útil
para cacular determinantes de matrizes de ordem 3 × 3.
186
−1 2 0
Exemplo 31: Vamos calcular o determinante da matriz A =
5 3 −4 por meio da Regra
7 1 −6
de Sarrus.
7 1 −6 7 1
Figura 2
Agora, para matrizes quadradas de ordem maior ou igual a 4, não é válida a Regra de Sar-
rus. Logo, temos que definir outros métodos para calcularmos o determinante de qualquer matriz
quadrada.
Desenvolvimento de Laplace
Vimos que dada uma matriz de ordem 3, seu determinante é obtido por:
detA = a11 a22 a33 − a11 a23 a32 + a13 a21 a32 − a12 a21 a33 + a12 a23 a31 − a13 a22 a31 .
detA = a11 (a22 a33 − a23 a32 ) − a21 (a12 a33 − a13 a32 ) + a31 (a12 a23 − a13 a22 ).
Determinante
198 UNIDADE III
187
Ou ainda
a a a
22 a23 12 a13 12 a13
detA = a11 − a21 + a31 .
a32 a33 a32 a33 a22 a23
Podemos observar que o determinante de uma matriz quadrada de ordem 3 pode ser expresso
em função de matrizes quadradas de ordem 2. No caso anterior, repare que escolhemos a primeira
coluna para calcularmos o determinante. Mas podemos fazê-lo em qualquer fila da matriz. Com
relação a essa última igualdade, podemos escrever:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
detA = a11 A11 − a21 A21 + a31 A31 .
Em que Aij é o determinante da matriz que sobra extraindo-se a i-ésima linha e a j-ésima coluna.
Vamos definir agora o cofator de cada elemento de uma matriz. O cofator é dado como
segue:
∆ij = (−1)i+j Aij .
De uma forma geral, temos que, dada uma matriz A = [aij ]n×n pelo desenvolvimento de
Laplace, o determinante da matriz A é calculado pela fórmula
n
detA = aij ∆ij .
i=1
Observe que, nessa fórmula, o determinante foi desenvolvido pela j-ésima coluna. Da mesma
forma, podemos desenvolver o determinante utilizando uma determinada linha.
188
−1 0 5
Exemplo 32: Vamos calcular o determinante da matriz A = 2 −2 3 .
1 2 4
Solução: Vamos escolher uma fila (linha ou coluna) que possui um ou mais zeros (isso facilitará
nossos cálculos), como, por exemplo, a primeira linha. Assim temos:
= −1 · ∆11 + 5 · ∆13
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−2 3 2 −2
1+1 1+3
= −1 · (−1) · + 5 · (−1) ·
2 4 1 2
= −1(1)(−14) + 5(1)(6)
= 44
1 −2 0 1
−2 5 17 9
Exemplo 33: Determinar o determinante da matriz B =
.
0 2 −3 0
1 2 3 4
Solução: Escolhendo a terceira linha, obtemos:
= 2 · ∆32 − 3 · ∆33
1 0 1 1 −2 1
= 2(−1)3+2 −2 17 9 − 3(−1)3+3 −2 5 9
1 3 4 1 2 4
= −36 + 123
= 87
Determinante
200 UNIDADE III
189
P1 . O determinante de uma matriz é único, ou seja, não importa qual método se utilize para
calcular o determinante, ele terá o mesmo valor.
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P4 . O determinante de uma matriz triangular é igual ao produto dos elementos da diagonal prin-
cipal.
P5 . Se multiplicamos uma fila de uma matriz quadrada A por β, obtemos outra matriz B tal que
detB = βdetA.
P7 . Se uma matriz quadrada A possuir duas filas iguais, ou proporcionais, temos detA = 0.
P8 . Considere a matriz A = [aij ]n×n , se, por meio de operações elementares, somamos a uma linha
(ou coluna) de A um múltiplo de outra linha (ou coluna) de A e transformando esta matriz
em outra matriz B = [bij ]n×n , temos que detA = detB.
1
P10 . Se a matriz A admite inversa, então detA−1 = .
detA
Vamos demonstrar esta propriedade. Como A admite inversa, logo A · A−1 = In , além disso,
detIn = 1. Pela propriedade P9 , temos det(A.A−1 ) = detA · detA−1 = detIn = 1 e, portanto
1
detA−1 = .
detA
A propriedade P10 nos fornece um resultado muito importante, isto é, se A admite inversa,
então detA = 0. A recı́proca também é verdadeira, ou seja, se detA = 0, então A admite inversa.
Assim, antes de tentar calcular a matriz inversa, verifique primeiro seu determinante, ou seja, se
detA = 0, então A não admite inversa. As propriedades P4 , P5 , P6 e P8 podem facilitar os cálculos
do determinante de uma matriz. Vejamos o exemplo a seguir.
190
0 1 5
Exemplo 34: Vamos calcular o determinante da matriz A =
3 −6 9
.
2 6 1
Solução: Permutando a primeira linha com a segunda, temos:
3 −6 9
detA = −det
0 1 5
2 6 1
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ou ainda
1 −2 3
detA = −3det
0 1 5 .
2 6 1
Assim:
detA = −3(−55) = 165.
Observe que nesse exemplo o objetivo final foi transformar a matriz original em uma ma-
triz triangular, cujo cálculo do determinante é direto; basta multiplicar os elementos da diagonal
principal, sempre se baseando nas propriedades dos determinantes para que não ocorram erros.
Determinante
202 UNIDADE III
191
Definição 6: Equação Linear: Uma equação linear nas variáveis x1 , x2 , x3 , . . . , xn , isto é, em
várias variáveis, é uma equação da forma:
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a1 x1 + a2 x2 + a3 x3 + . . . + an xn = b,
• 2x1 − x3 + 8x4 − x5 = 3
• x + y − 3z = −8
• a+b−c+d=0
• 2x2 − 5x + 7 = 0
• −3xy + yz − y 3 = −3
√
• x − 3 + 2y = 1
2
• − 3w + 7y = 0
x
192
pois
2(0) − (−1) + 4(2) − (−3) − 3(1) = 0 + 1 + 8 + 3 − 3 = 9.
No entanto, podemos ter outras soluções para equação, por exemplo, a 5-upla (0, −1, 2, 0, 0)
é solução, pois 2(0) − (−1) + 4(2) − 0 − 3(0) = 0 + 1 + 8 − 0 − 0 = 9. Se continuarmos a investigação
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para encontrar outras soluções para esta equação, vamos perceber que não terá fim. Isto é, uma
equação linear em várias variáveis admite infinitas soluções.
2x − y + 5z = 0
• x − 4y + z = −1
−3x + y + 2z = −6
2a − 3b + c + 5d = 1
•
a + b + c − d = −2
193
• Sistema Possı́vel e Determinado (SPD) é aquele que possui uma única solução.
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• Sistema Possı́vel e Indeterminado (SPI) é aquele que possui infinitas soluções.
• Sistema Impossı́vel (SI) é aquele que não admite solução, isto é nenhuma solução.
Exemplo 39: Nos sistemas a seguir, sem a utilização de regras para solução, vemos que:
x + y = 10
• O sistema possui uma única solução, a saber, o par (7, 3). Logo, classificamos
2x − y = 11
esse sistema como SPD.
2x − 3y = 1
• O sistema possui infinitas soluções. Os pares (−1, −1), (1/2, 0) (0, −1/3)
4x − 6y = 2
são algumas de suas soluções. Assim, classificamos esse sistema como SPI.
3x + 4y = 1
• O sistema não admite solução, logo, temos um sistema SI.
6x + 8y = 11
Geometricamente, quando o sistema linear é formado por duas equações com duas variáveis
em x e y, isto é, no plano cartesiano, estamos lidando com retas e suas posições relativas. No
caso SPD, essas retas se interceptam em um único ponto, enquanto que no SPI as duas retas são
coincidentes e finalmente. No caso SI, significa que essas retas são paralelas e não coincidentes, ou
seja, não têm ponto em comum.
Veremos a seguir um tipo de sistema linear de equações particulares que sempre terão
solução, isto é, podendo ser SPD ou SPI.
194
x1 − 5x2 = 0
x+y+z =0
• 2x − y + 3z = 0
x − 2y − 4z = 0
3w − w + 7x = 0
1 2 3
•
w1 − 2w2 + 4w3 = 0
2x + y = 0
• x−y =0
−x + 4y = 0
x+y+z−w =0
•
x−y−z+w =0
Note que um sistema linear homogêneo com n incógnitas sempre admite a solução (0, 0, 0, . . . , 0)
com n elementos, a qual é chamada de solução trivial. Por exemplo, no caso de sistemas homo-
gêneos nas variáveis x e y, as retas que representam suas equações sempre passam pela origem,
ou seja, pelo ponto (0, 0). Portanto, um sistema linear homogêneo poderá ter infinitas soluções ou
apenas a solução trivial.
195
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
am1 x1 + am2 x2 + . . . + amn xn = bm
a11 a12 . . . a1n x1 b1
a21 a22 . . . a2n x2 b2
A=
.
X= e B= ,
.. .. .. .. ..
. ... .
.
.
am1 am2 . . . amn xn bm
em que a matriz A é chamada matriz dos coeficientes, a matriz B é a matriz dos termos indepen-
dentes e a matriz X é a matriz das incógnitas.
E mais, podemos ainda representar um sistema linear por meio da matriz ampliada (ou aumentada),
196
x + 4y + 3z = 1
2x + 5y + 4z = 4
x − 3y − 2z = 5
Assim, o sistema dado pode ser representado por essa matriz ampliada. Na realidade, todo
sistema linear de equações pode ser representado por uma matriz ampliada e, reciprocamente, cada
matriz ampliada pode ser representada por um um sistema linear de equações.
197
Dado um sistema linear S, podemos realizar modificações nesse sistema utilizando as opera-
ções elementares descritas anteriormente. Assim, se um sistema linear S1 for obtido de um sistema
linear S por meio de um número finito de operações elementares, dizemos que S1 é equivalente a
S. Sistemas equivalentes possuem o mesmo conjunto solução. E será dessa maneira que vamos
conhecer o primeiro método de resolução de sistemas lineares.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
triz ampliada e depois utilizamos o processo de escalonamento. Mas o que vem a ser esse processo?
Vamos para algumas definições que respondam essa pergunta.
Definição 8: (Forma Escalonada) Diz-se que uma matriz está (na forma) escalonada (matriz
triangular superior) se:
I) O elemento que ocupa a primeira linha e primeira coluna não for nulo, isto é, a11 = 0.
II) O número de zeros no inı́cio de cada linha aumenta estritamente de uma linha.
para outra exceto se a linha é toda nula.
III) As linhas nulas, caso existam, forem as últimas da matriz.
Para escrevermos uma matriz na forma escalonada, basta utilizarmos as operações elemen-
tares.
Observe que abaixo do termo 4 só tem termos nulo e, da mesma forma, abaixo do número
3 também só tem um zero.
198
2z = 4
Podemos observar que essa matriz está na forma escalonada. E, para resolver o sistema,
basta encontrarmos o valor de z na última equação, isto é, como 2z = 4, logo, z = 2; substituindo
este valor na segunda equação, obtemos que 3y + 2 = −1, ou seja, y = −1. Assim, encontrado os
valores de x e de y, substituı́mos esses valores no resultado da primeira equação (2x − 1 − 2 = 3)
e, isolando nossa incógnita, concluı́mos que x = 3. Portanto, o conjunto solução do sistema (∗) é
o terno ordenado (3, −1, 2).
É importante ressaltar que para resolver o sistema, podemos escalonar diretamente no sis-
tema de equações, ou seja, sem ter que montar a matriz ampliada, pois essa matriz, é apenas uma
tabela formada pelos seus coeficientes.
x + 2y − 3z = 2
Exemplo 44: Vamos resolver o sistema linear −x + 5y − z = 1 .
2x + 3y − 5z = 0
199
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1 2 −3 2 1 2 −3 2
L2 → L2 + L1
−1 5 −1 1 ⇒
0 7 −4 3
L3 → L3 − 2L1
2 3 −5 0 0 −1 1 −4
1 2 −3 2 1 2 −3 2
⇒
0 7 −4 3
L → 7L + L
3 3 2
⇒
0 7 −4 3
.
0 −1 1 −4 0 0 3 −25
25
Em (III) obtemos z = − , substituindo esse valor para z em (II), temos:
3
25 100 91 91 13
7y − 4 − =3 ⇒ 7y + =3 ⇒ 7y = − ⇒ y=− =− .
3 3 3 21 3
43 13 25
Portanto, o sistema em questão é SPD, cuja solução é o terno (− , − , − ).
3 3 3
200
x + 2y − 3z = −1
Exemplo 45: Vamos agora resolver o sistema linear −3x + y − 2z = −7 .
5x + 3y − 4z = 2
Solução: Em termos de matriz ampliada, temos:
1 2 −3 −1
−3 1 −2 −7 .
5 3 −4 2
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Escalonando:
1 2 −3 −1 1 2 −3 −1
L → L2 + 3L1
−3 1 −2 −7 2 ⇒ 0 7 −11 −10
L3 → L3 − 5L1
5 3 −4 2 0 −7 11 7
1 2 −3 −1 1 2 −3 −1
⇒
0 7 −11 −10 L3 → L3 + L2 ⇒
0 7 −11 −10 .
0 −7 11 7 0 0 0 −3
Observe que chegamos ao resultado 0 = −3, o que é um absurdo. Portanto, se trata de um sistema
impossı́vel (SI), cuja solução é um conjunto vazio, isto é, S = ∅.
201
x + 2y − 3z = 1
Exemplo 46: Vamos resolver o sistema 2x + 5y − 8z = 4 .
3x + 8y − 13z = 7
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
3 8 −13 7
escalonando, temos
1 2 −3 1 1 2 −3 1
L2 → L2 − 2L1
2 5 −8 4 ⇒ ,
0 1 −2 2
L3 → L3 − 3L1
3 8 −13 7 0 2 −4 4
segue que
1 2 −3 1 1 2 −3 1
⇒
0 1 −2 2 L3 → L3 − 2L2 ⇒ 0 1 −2 2
,
0 2 −4 4 0 0 0 0
isto é,
x + 2y − 3z = 1
.
y − 2z = 2
202
Regra de Cramer
Vamos apresentar uma técnica para resolução de sistemas cuja matriz dos coeficientes é
quadrada, isto é, o número de linhas é igual ao número de colunas. Ou seja, essa técnica é válida
para resolver sistemas lineares quando o número de equações é o mesmo que o número de incógnitas.
Considere o sistema
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a x+a y =b
11 12 1
.
a21 x + a22 y = b2
AX = B.
Suponhamos que A tenha inversa, isto é, que detA = 0, segue que
I2 .X = A−1 B
X = A−1 B
−1
x a11 a12 b1
= .
y a21 a22 b2
x 1 ∆11 ∆21 b1
= .
detA
y ∆12 ∆22 b2
203
b1 ∆11 + b2 ∆21
detA
x
=
y b1 ∆12 + b2 ∆22
detA
b1 a12
det
b2 a22
detA
x
= .
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
y
a11 b1
det
a21 b2
detA
Dessa última igualdade concluı́mos que o conjunto solução do sistema é dado por
b1 a12 a11 b1
det det
b2 a22 a21 b2
x= ey= .
a11 a12 a11 a12
det det
a21 a22 a21 a22
3x + y = 5
Exemplo 47: Resolva o sistema pela Regra de Cramer.
x − 2y = −3
3 1 5 1 3 5
Sejam A = , Ax = e Ay = ,
1 −2 −3 −2 1 −3
Esse exemplo serviu apenas de ilustração, pois na prática essa Regra é mais utilizada em
matrizes de ordem 3 ou superior.
204
a 11 a12 a 13 b 1 a12 a 13 a11 b1 a13
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
se denotarmos por A = a21 a22 a23 , Ax = b2 a22 a23 , Ay =
a21 b2 a23
e
a31 a32 a33 b3 a32 a33 a31 b3 a33
a11 a12 b1
Az =
a21 a22 b2 . Supondo que a matriz A possua inversa, isto é, que detA = 0, então seu
a31 a32 b3
detAx detAy detAz
conjunto solução é dado por x = , y= ez= .
detA detA detA
x+y+z =6
Exemplo 48: Resolva o sistema 2x + y + z = 7 .
3x + 2y = 7
1 1 1 6 1 1 1 6 1 1 1 6
Temos que A =
, A =
2 1 1 x 7 1 1 y 2 7 1 , A = e A z =
2 1 7 .
3 2 0 7 2 0 3 7 0 3 2 7
205
Agora, vamos generalizar a Regra de Cramer. Assim, dado um sistema linear com n-
equações e n-incógnitas
a11 x1 + ... + a1n xn = b1
.. .. ,
. .
a x + ... + a x = b
n1 1 nn n n
a11 . . . a1n
.. . . . = 0, então, o conjunto solução é obtido calculando as seguintes
supondo que det
. . ..
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
an1 . . . ann
razões
b1 a12 . . . a1n
a11 b1 . . . a1n
det
.. .. ..
det
.. .. ..
. . . . . .
bn an2 . . . ann an1 bn . . . ann
x1 = , x2 = , assim sucessivamente, ou seja,
a11 a12 . . . a1n
a11 a12 . . . a1n
det
.. .. ..
det
.. .. ..
. . . . . .
an1 an2 . . . ann an1 an2 . . . ann
Denotando por A a matriz dos coeficientes do sistema e Ai a matriz cuja i-ésima coluna é
formada pelos termos independentes, com i = 1, 2, . . . , n, temos os seguintes resultados:
• Se detA = 0, então temos um SPD.
• Se detA = 0 e detA1 = detA2 = · · · = detAn = 0, então temos um SPI.
• Se detA = 0 e detAk = 0 para algum k entre 1 e n, então temos um SI.
206
Posto e Nulidade
Vamos apresentar agora uma técnica que permite resolver (ou discutir) sistemas de equações
lineares que não sejam necessariamente aqueles cujo número de equações coincida com o número
de incógnitas, como visto anteriormente. Para tanto, precisaremos definir alguns conceitos.
Forma Escada
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exemplo 49:
1 0 7 0
0 1 0 0
a)
não está na forma escada, pois acima do número 1 da terceira linha não poderia
0 0 1 0
0 0 0 0
estar o 7. Mas para transformá-la basta multiplicar a terceira linha por −7 e somar o resultado
com a primeira, isto é, L1 → L1 − 7L3 .
1 0 0
b)
0 0 1 não está na forma escada, pois o primeiro elemento não nulo da segunda coluna
0 1 0
ocorre na terceira coluna, enquanto que o primeiro elemento não nulo da terceira coluna ocorre na
segunda coluna. Para deixá-la na forma escada, basta trocar as posições entre a segunda e terceira
linha, isto é, L2 ↔ L3 .
207
0 1 0
c)
0 0 0 não está na forma escada, pois temos uma linha não nula abaixo de uma linha nula,
0 0 1
assim, para transformá-la numa matriz reduzida à forma escada, basta permutar as duas últimas
linhas, ou seja, L2 ↔ L3 .
1 0 0 0
d) não está na forma escada, mas basta dividir a segunda linha por 3 que se torna
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
0 0 3 0
1
reduzida à forma escada, isto é, L2 → L2 .
3
0 1 2 0 1
e)
0 0 0 1 5
está na forma escada.
0 0 0 0 0
1 0 0 0 0
0 1 0 3 0
f)
está na forma escada.
0 0 0 0 1
0 0 0 0 0
Definição 10: Dada uma matriz Am×n , seja Bm×n a matriz linha reduzida à forma escada equi-
valente a Am×n :
I) o posto da matriz A, denotado por p, é o número de linhas não nulas da matriz B
II) a nulidade de A é o número n − p
1 1 1 6
Exemplo 50: Dada a matriz A =
2 1 1 7 , obtenha o posto e a nulidade dessa matriz.
3 2 0 7
208
Vamos utilizar as operações elementares para obter uma matriz na forma escada, isto é,
1 1 1 6 1 1 1 6 1 1 1 6
2 1 1 7 → 0 −1 −1 −5 → 0 1 1 5 →
3 2 0 7 0 −1 −3 −11 0 1 3 11
1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 1
0 1 1 5 → 0 1 1 5 → 0 1 0 2 .
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0 0 2 6 0 0 1 3 0 0 1 3
OBS: contrapondo o item (I), se pA = pC , então o sistema não tem solução (SI).
Esse teorema nos dá indı́cios de que, num sistema em que o número de equações é o mesmo
que o número de incógnitas, a chance desse sistema ter única solução grande. Agora, quando o
número de incógnitas é maior que o número de equações, provavelmente esse sistema terá infinitas
soluções. Por outro lado, quando o número de equações supera o de incógnitas, a probabilidade
desse sistema não ter solução aumenta. Mas são apenas indı́cios, é correto fazer os cálculos, como
veremos nos exemplos a seguir.
209
Exemplo 51: Discuta e resolva quando possı́vel os seguintes sistemas de equações lineares.
x+y+z =6
x + y + z = 6
x+y+z =6 2x + y + z = 7
a) 2x + y + z = 7 b) c) x + y + z = 6 d)
2x + y + z = 7
3x + 2y = 7
3x + 2y = 7
x+y−z =6
a) Lembremos que a matriz ampliada é formada pela matriz dos coeficientes acrescida de uma
coluna formada pelos termos independentes.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1 1 1 6 1 1 1 6 1 1 1 6 1 1 1 6
2 1 1 7 → 0 −1 −1 −5 → 0 1 1 5 → 0 1 1 5
3 2 0 7 0 −1 −3 −11 0 1 3 11 0 0 2 6
1 1 1 6 1 0 0 1
0 1 1 5 → 0 1 0 2 . Assim pA = pC = 3 e n = 3, logo, temos um SPD. Segue que
0 0 1 3 0 0 1 3
1x + 0y + 0z = 1
x=1
0x + 1y + 0z = 2 → y = 2 .
0x + 0y + 1z = 3
z=3
1 1 1 6 1 1 1 6 1 1 1 6 1 0 0 1
b) Temos → → → , assim,
2 1 1 7 0 −1 −1 −5 0 1 1 5 0 1 1 5
Portanto, o conjunto solução é S = {(1, 5 − z, z); z ∈ R}. Esse conjunto solução também
pode ser escrito em função da variável y, ou seja S = {(1, y, 5 − y); y ∈ R}.
210
c) x+y+z =6
Este exemplo é apenas para ilustrar o conjunto solução com grau de liberdade 2. A matriz
escada é a própria matriz ampliada, isto é
1 1 1 6 .
x+y+z =6
2x + y + z = 7
d)
3x + 2y = 7
x+y−z =6
Temos
1 1 1 6 1 1 1 6 1 1 1 6 1 0 0 1
2 1 1 7 0 −1 −1 −5 0 1 1 5 0 1 1 5
→ → →
3 2 0 7 0 −1 −3 −11 0 1 3 11 0 0 2 6
1 1 −1 6 0 0 −2 0 0 0 2 0 0 0 2 0
1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 1
0 1 1 5 0 1 0 2 0 1 0 2
→ → . Note que pA = 4, mas pC = 3,
0 0 1 3 0 0 1 3 0 0 1 3
0 0 1 0 0 0 0 −3 0 0 0 1
como pA = pC , então o sistema é impossı́vel SI e, portanto, não admite solução. Observe que se
tentássemos resolver o sistema, terı́amos o seguinte resultado, x = 1, y = 2, z = 3 e 0 = 1 (o que
é um absurdo). Portanto, a solução é um conjunto vazio, isto é, S = ∅.
211
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, iniciamos nossos estudos sobre as matrizes com as operações de adição e
multiplicação. Na sequência definimos o determinante de uma matriz utilizando o conceito de
permutação, expondo algumas técnicas que facilitam o seu cálculo. Aproveitamos para apresentar
as propriedades dos determinantes e, com o uso de quatro delas, pudemos facilitar o cálculo de
determinantes. É interessante perceber que, apesar da ordem em que foram apresentados os
conteúdos, na prática, várias situações-problema, como na Fı́sica, na Quı́mica, nas Engenharias
e na própria Matemática, recaem em sistema de equações lineares − e esses sistemas podem ser
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
representados por tabelas numéricas denominadas matrizes, cuja estrutura é muito semelhante ao
dos números reais, bem como dos vetores −. Além disso, cada matriz quadrada está associada a
um número chamado de determinante e tal número nos permite resolver e/ou discutir sobre seu
conjunto solução; o valor do determinante também nos dá condições para saber se uma matriz
admite ou não matriz inversa.
O(A) leitor(a) perceberá, nas próximas unidades, como é importante conhecer toda essa
teoria que envolve resolução e discussão de sistemas equações lineares. Caberá a cada um decidir
se utilizará a regra de Cramer, o posto ou nulidade, escalonamento, enfim, independente da técnica,
o objetivo é que se consiga de alguma forma, uma vez identificado um sistema de equações lineares,
exibir o conjunto solução, caso exista.
213
ATIVIDADE DE ESTUDO
x+y 9 30 9
1) Sejam as matrizes A = eB= , calcule os valores de x e y para
−2 x − y −2 16
que se tenha A = B.
i − 3j se i < j
2) Obtenha a transposta da matriz A = [aij ]3×2 tal que aij =
2i + 2j se i j
1 8 0 −5 7 3 0 9
3) Dadas as matrizes A = , B = , C = eD= , cal-
−3 6 4 2 −2 4 11 1
cule:
a) A + B
b) B + C − A
c) 2A − C + 5D − B
d) (A + B) − (C + D)
5 −2 −4
2 1 −3 1 2
4) Dadas as matrizes A = , B =
0 3 2
eC= , calcule:
0 2 5 −3 4
1 7 11
a) A · B
b) C · A · B
−7 0
5) Dada a matriz A = , escreva a matriz B tal que se tenha A + B = 02 , em que 02 é
2 −5
a matriz nula de ordem 2.
−1 2 0 3 −4
6) Sejam as matrizes A = eB= , determine
5 4 1 −7 6
a) A · B
b) B · A
224
214
215
2 1 1 3 −2 −4
a+b a
e) E = f) F =
0 5 −2 g) G =
2 5 −1
b a+b
1 −3 4 0 6 1
2 −3 1 7
−2 −1 4
−2 3 0 4
h) H =
6 −3 −2
i) I =
−1 5 4 −3
4 1 2
2 4 −5 0
3 0 0 0 0
15 13 0 0 0
j) J = −5 π −3 0 0
7 √5 √7 0 0
1 2 −3 8 −1
x 1 2x
10) Dada a matriz A =
0 1 0 , seu determinante é negativo sempre que:
3 7 x
a) −6 < x < 0
b) 0 < x < 6
c) x < 0
d) x > 6
e) −6 < x < 6
x+y−z =1
2x + 3y = 1 4x − 2y = 5 2x − 4 = 3y
a) b) c) d) 2x + 2y − 2z = 2
5x + 7y = 3
−6x + 3y = 1
5y − x = 5
5x + 5y − 5z = 7
226
216
2x − y = −7
2x + y − z = −6
3x − y + z = 0
e) −3x + 4y = 13 f) x − y + 3z = 21 g) x + y − 2z = 0
x + 2y = −1 3x + 2z = 15 5x − 3y + 4z = 0
12) Obtenha o posto das matrizes (ampliada e dos coeficientes), classifique o sistema como SPD,
SPI ou SI e exiba o conjunto solução,caso exista.
−x + y − z = 5
x+y−z =1
x+y+z =7
a) b) 2x + y = 1 c) 2x + y − 4z = 5
x + y − z = 10
x + y + z = −3 3x + 2y − 5z = 2
x+y−z =1
x+y =9
x + y − z + t = 12
d) 2x + y − 4z = 5 e) x−y =5 f) x − y + z − t = 10
3x + 2y − 5z = 6 2x − y = 13 −x − 3y + 3z − 3t = −14
212
LEITURA COMPLEMENTAR
Além disso, temos também outras aplicações, como, por exemplo, em projetos de estruturas
composta por vigas metálicas, que exigem a resolução de um sistema de equações lineares, no qual
o número de equações e variáveis cresce na medida em que se torna mais complexa a estrutura.
Situações como essas, podem ser representadas por sistemas de equações nas quais são analisados
a singularidade da matriz dos coeficientes do sistema e a matriz coluna das forças externas, cujo
objetivo é encontrar a matriz coluna das forças que atuam sobre as vigas.
Outra aplicação é o Método dos Elementos Finitos, com grande aplicação em problemas
de Engenharia, especialmente em problemas de Engenharia Civil e Mecânica, nas quais utilizam-
se de sistemas lineares com inúmeras variáveis, que são resolvidos com auxı́lio computacional,
trabalhando-se com as matrizes dos sistemas.
As matrizes já eram conhecidas, estudadas e apreciadas pelos matemáticos desde XVIII,
devido a sua estrutura algébrica e sua estrita relação com os sistemas lineares, no entanto, com o
desenvolvimento da matemática, suas aplicações têm se tornado bem mais ampla.
Fonte: o autor.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Aqui você encontrará algumas formas de operações com matrizes com auxílio de um software.
<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/chaTecnicaAula.html?aula=1675>
Aqui você encontrará um aplicativo que servirá no emprego dos conceitos de Matrizes na
resolução de Quadrados Mágicos.
<http://www.jogosboole.com.br/tutoriais_mostra.asp?id=19>
No link você tem um pouco da história das matrizes, produto de matrizes e sistemas lineares.
É um material disponível no portal do professor que será de grande valia.
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/EnsMed/expensmat3_1_2.pdf.>
229
218
REFERÊNCIAS
Referências
ANTON, H.; RORRES, C. Álgebra linear com aplicações. Porto Alegre: Bookman, 2008.
BOLDRINI, J. M. et al. Álgebra linear. 3. ed. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1980.
CALLIOLI, C. A. et al. Álgebra linear e aplicações. 6. ed. São Paulo: Atual, 1990.
HOFFMAN, K.; KUNZE, R. Álgebra linear. Traduzido por Adalberto P. Bergamasco. São
Paulo: Polı́gono, 1970.
LIPSCHUTZ, S. Álgebra linear. 4. ed. Traduzido por Dr. Carlos Ivo Doering. Porto Alegre:
Bookman, 2011. Tradução da 4. ed. norte-americana - All Tasks. (coleção Schaum)
STEINBRUCH, A.; WINTERLE, P. Álgebra linear. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1987.
STRANG, G. Álgebra linear e suas aplicações. São Paulo: Cengage Learning, 2013. Tradução
da 4. ed. norte-americana - All Tasks.
219
GABARITO
GABARITO
Unidade III
1) 3)
x = 23 e y = 7 1 3 −5 63
a) c)
1 8 47 11
2)
6 −10 −6 −9
4 6 8 b) d)
At =
5 0 −8 3
−5 8 10
4) 5)
6)
7 −22 −39 −7 0 2 −17 16
a) a)
5 41 59 −2 5 4 −13 4
17 60 79 b) não existe
b)
−1 230 353
7) 8) 8)
a) sim b) e)
b) não é inversa 1/3 1/3 −27/2 5 1/2
B −1 =
−1/9 2/9 E −1 =
23/2 −4 −1/2
8)
c) não existe −17/2 3 1/2
a)
f)
−1 3/2
A−1 = d) −11/30 −1/5 1/30
2 −5/2
0 −2 1 F −1 =
19/60 14/30 1/60
D −1
=
2 3 −2
−1/10 −1/5 1/10
−1 −1 1
9)
a) −22 e) a2 + ab + b2 i) −1099
b) −13 f ) 21 j) 0
c) 46 g) −11
d) −21 h) 100
231
GABARITO
220
10) 11)
−2z + 15 7z − 48
0<x<6 a) S = {(2, −1)} d) S = ∅ f) S = , ,z ;z ∈ R
3 3
b) S = ∅ e) S = ∅
z 7z
c) S = {(5, 2)} g) S = , ,z ;z ∈ R
4 4
12)
a) pA = pC = 2 e n = 3 (SPI) d) pA = pC = 2 e n = 3 (SPI)
S = {(3z + 4, −2z − 3, z) ; z ∈ R}
−2y + 17 3
S= , y, − ;y ∈ R
2 2
e) pA = 3 e pC = 2 (SI)
b) pA = pC = 3 = n (SPD)
S=∅
S = {(0, 1, −4)}
f ) pA = pC = 2 e n = 4 (SPI)
c) pA = 3 e pC = 2 (SI)
S = {(11, z − t, z, t) ; z e t ∈ R}
S=∅
13)
Verifique quando o determinante é nulo, conclua que se k = 1 o sistema é do tipo SPD, mas se
k = 1 o caso é SPI.
Professor Me. Anderson Leandro Zulin
IV
UNIDADE
ESPAÇOS VETORIAIS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Definir espaços vetoriais.
■■ Identificar subespaços vetoriais.
■■ Obter conjuntos que geram um espaço vetorial.
■■ Definir base de um espaço vetorial.
■■ Apresentar o conceito de dimensão de um espaço vetorial.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Vetores
■■ Espaço vetorial
■■ Subespaço vetorial
■■ Combinação linear
■■ Dependência e independência linear
■■ Base
■■ Dimensão
235
222
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Vimos na unidade I o conceito de vetores com as operações de adição e multiplicação
por escalar além de várias propriedades já conhecidas dos números reais. Essas propriedades ou
caracterı́sticas dos vetores, seja no plano ou no espaço, não são exclusividades desses conjuntos, na
verdade, existem outros conjuntos com as mesmas propriedades. Nesta unidade apresentaremos
alguns conjuntos que têm a mesma estrutura algébrica que as dos vetores, chamados de Espaços
Vetoriais; apresentaremos também as condições para que um determinado conjunto munido de
algumas operações possa ser considerado um espaço vetorial.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Seja um conjunto E no qual podemos somar seus elementos e multiplicar esses elementos
por números reais, e que a soma e a multiplicação resultem em subconjuntos ainda pertencentes à
E. Consideremos ainda que essas operações gozem das propriedades de soma e multiplicação dos
números reais, a saber, comutatividade; associatividade; distributividade; existência do elemento
neutro da adição; existência do oposto; existência do elemento neutro da multiplicação.
É possı́vel exibir, encontrar ou até mesmo definir vários conjuntos que gozam dessas pro-
priedades (ou axiomas). Vamos citar alguns exemplos já bem familiarizados por vocês, como os
conjuntos R, R2 e R3 , são os mais simples e conhecidos; os conjuntos de matrizes de mesma ordem,
isto é, M3,2 (R), M2,4 (R), Mm,n (R); o conjunto dos polinômios com coeficientes reais, de grau menor
ou igual a n, E = Pn ; entre outros. Todos esses casos (e outros que não mencionamos aqui), que
possuem uma mesma estrutura, são denotados como espaços vetoriais. Veremos também que diver-
sas vezes o objeto de interesse não é exatamente o espaço vetorial, mas sim um subconjunto dele,
denominado de subespaço vetorial. Para finalizar os estudos desta unidade, definiremos o conceito
de base para um espaço vetorial, bem como o conceito de dimensão de um espaço vetorial.
Introdução
236 UNIDADE IV
223
VETORES
VETORES
A noção de vetor pode ser motivada ou por uma lista de números e ı́ndices ou por meio
de certos objetos da Fı́sica. Os vetores do plano e do espaço são representados por segmentos
orientados. Todos os segmentos que possuem mesma direção, mesmo sentido e mesmo tamanho
(comprimento) representam um mesmo vetor. Por exemplo, vejamos a lista de alguns segmentos
orientados a seguir.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 1 − Segmentos Equipolentes
Podemos perceber que todos são seguimentos equipolentes, isto é, têm mesma direção, sen-
−→
tido e comprimento. Ou ainda, todos são cópias idênticas do vetor v = AB. Esse fato é análogo
ao que ocorre com os números racionais e as frações. Duas frações representam o mesmo número
racional se o numerador e o denominador de cada uma delas estiverem na mesma proporção. Por
exemplo, as frações 25 , 20
8 6
e 15 representam o mesmo número racional.
−→
Ao escrever v = AB, estamos considerando que o vetor é determinado pelo segmento orientado
AB de origem em A e extremidade em B.
Vetores no plano
ESPAÇOS VETORIAIS
237
224
−→
Dados dois pontos P e Q do plano, podemos considerar o segmento de reta orientado P Q,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
−→
com ponto inicial P e ponto final Q. O segmento orientado P Q é um representante do vetor v .
Podemos escolher um representante para o vetor v com origem no ponto (0, 0). Com isso,
temos uma correspondência biunı́voca entre pontos do plano e vetores. Ou seja, cada ponto P (x, y)
−→
do plano é associado a um único vetor v = OP , em que O = (0, 0) e reciprocamente cada vetor do
plano pode estar associado a um único ponto P (x, y).
• O vetor v +u é representado pelo segmento orientado que vai da origem de v até a extremidade
de u.
Vetores
238 UNIDADE IV
225
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 5 − Regra do Paralelogramo
Para qualquer vetor v , o simétrico de v , denotado por −v , é o vetor que tem mesmo
comprimento, mesma direção e sentido contrário ao de v .
Dados os vetores u e v , definimos a diferença de u por v como sendo a soma do vetor u com
o vetor −v , isto é:
u − v = u + (−v ).
Assim, geometricamente, a diferença de vetores pode ser representada conforme figura a seguir.
ESPAÇOS VETORIAIS
239
226
Figura 8
−→ −→
Pelo gráfico, podemos perceber que os segmentos orientados OP e QR são equipolentes.
Assim obtemos, por meio de análise geométrica, que:
a − x2 = x1 − 0 e b − y1 = y2 − 0.
Então,
a = x1 + x2 e b = y 1 + y2 .
Portanto, se u = (x1 , y1 ) e v = (x2 , y2 ) temos que a soma do vetor u com o vetor v é definida como
segue:
u + v = (x1 + x2 , y1 + y2 ).
I) (u + v ) + w
= u + (v + w)
- associativa.
II) u + v = v + u - comutativa.
→
−
III) Existe um único vetor nulo, indicado por 0 , tal que para todo vetor v tem-se:
→
−
v + 0 = v
Vetores
240 UNIDADE IV
227
IV) Para todo vetor v , existe um único vetor −v , simétrico a ele (ou oposto) tal que:
→
−
v + (−v ) = 0
u + v = (1 + 2, −3 + 5) = (3, 2) e
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A multiplicação de um vetor v por um escalar α, indicado por αv , será definida como segue.
−
→
0 , se α = 0.
αv = α vezes o comprimento de v , com mesma direção e sentido de v se α > 0.
α vezes o comprimento de v , com mesma direção e sentido contrário de v se α < 0.
I) α(βu) = (αβ)u.
II) (α + β)u = αu + βu.
III) α(u + v ) = αu + αv .
IV) 1 · u = u.
Prova do item (I), temos α(βu) = α(β(x, y)) = α(βx, βy) = (αβx, αβy) = (αβ)(x, y) = (αβ)u.
ESPAÇOS VETORIAIS
241
228
Se α = 4, temos
4u = 4 · 3, 4 · (−2) = (12, −8)
Se α = −2, temos
−2u = − 2 · 3, −2 · (−2) = (−6, 4)
1
Se α = , temos
3
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1 1 1 2
u = · 3, · (−2) = 1, −
3 3 3 3
Vetores no Espaço
Como no caso dos vetores no plano, definimos as componentes de um vetor v como sendo
as coordenadas (x1 , y1 , z1 ) do ponto final do representante de v que tem ponto inicial na origem.
Escrevemos simplesmente:
v = (x1 , y1 , z1 )
Vetores
242 UNIDADE IV
229
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 11 − Representação de vetor no espaço
Assim como fizemos para vetores no plano, a soma de dois vetores e o produto de um vetor
por um escalar (número real) também são definidas da mesma forma, isto é,
u + v = (x1 + x2 , y1 + y2 , z1 + z2 )
e
se u = (x1 , y1 , z1 ) e α ∈ R, então o produto αu é dado por
Exemplo 3: Sejam os vetores u = (1, −3, 2) e v = (4, 2, 1), vamos determinar u + v , v − u e 3u.
a) u + v = (1 + 4, −3 + 2, 2 + 1) = (5, −1, 3)
b) v − u = v + (−u) = (4 − 1, 2 + 3, 1 − 2) = (3, 5, −1)
c) 3u = (3 · 1, 3 · (−3), 3 · 2) = (3, −9, 6)
ESPAÇOS VETORIAIS
243
230
ESPAÇO VETORIAL
ESPAÇO VETORIAL
Definição 1: (Espaço Vetorial): Considere um conjunto V no qual estão definidas duas operações:
uma adição, que a cada par de elementos u e v de V associa um elemento u + v de V , chamada
soma de u com v e uma multiplicação por escalar, que a cada número real α e a cada elemento
v de V associa um elemento αv de V , chamado produto de α por v. Dizemos que o conjunto V
munido dessas operações é um espaço vetorial real se são satisfeitas as seguintes condições, para
u, v e w de V e para α e β reais:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
I) u + v = v + u - comutatividade.
II) u + (v + w) = (u + v) + w - associatividade.
IV) Para cada v ∈ V , existe um elemento de V , o qual denotamos de −v tal que v + (−v) = 0 -
existência do oposto.
VIII) 1 · u = u.
Os vetores no plano cartesiano, bem como vetores no espaço tridimensional, como visto
anteriormente, formam um espaço vetorial, o conjunto dos números reais também é uma espaço
vetorial. Existem vários conjuntos que têm as mesmas caracterı́sticas dos vetores no plano ou no
espaço, tais conjuntos têm grande aplicação na matemática. Na sequência vamos listar alguns
exemplos de conjuntos que são e outros que não são espaços vetoriais. Para saber se um conjunto
é um espaço vetorial, é necessário verificar todos os 8 itens da definição 1, mas se um deles não for
satisfeito, então não será um espaço vetorial.
Espaço Vetorial
244 UNIDADE IV
231
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Vamos tentar verificar cada item do (I) ao (VIII), no entanto, se algum item não for satis-
feito, podemos parar. Assim, sejam u = (x1 , y1 ), v = (x2 , y2 ) e w = (x3 , y3 ).
I) u + v = (x1 , y1 ) + (x2 , y2 ) = (x1 + x2 , 0) = (∗), por outro lado, temos
v + u = (x2 , y2 ) + (x1 , y1 ) = (x2 + x1 , 0) = (x1 + x2 , 0) = (∗), logo o item (I) é verificado.
III) u + O = (x1 , y1 ) + (0, 0) = (x1 + 0, 0) = (x1 , 0) = u, ou seja, não existe o elemento neutro tal
que u + O = u. Como esse item não é verificado logo o conjunto V não é um espaço vetorial.
Exemplo 5: O conjunto W = {(x, 2x, 3x); x ∈ R} com as operações usuais é um espaço vetorial.
Sejam u = (a, 2a, 3a), v = (b, 2b, 3b), w = (c, 2c, 3c) com u, v, w ∈ R3 e α, β ∈ R, assim
= (a + b, 2a + 2b, 3a + 3b)
= (b + a, 2b + 2a, 3b + 3a)
= v+u
ESPAÇOS VETORIAIS
245
232
II) u + (v + w) = (a, 2a, 3a) + [(b, 2b, 3b) + (c, 2c, 3c)]
= (a + b + c, 2a + 2b + 2c, 3a + 3b + 3c)
= (u + v) + w
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
= (a + 0, 2a + 0, 3a + 0)
= u
= (a − a, 2a − 2a, 3a − 3a)
= (0, 0, 0)
= 0
= (αβ)v
= αv + βv
Espaço Vetorial
246 UNIDADE IV
233
= αu + αv
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VIII) 1 · u = 1(a, 2a, 3a)
= (1 · a, 1 · 2a, 1 · 3a)
= u
0 a
Exemplo 6: Verifique se o conjunto A = ∈ M2×2 ; a, b ∈ R com as operações usuais
b 0
é um espaço vetorial.
0 a1 0 a2 0 a3
Sejam A1 = , A2 = e A3 = matrizes pertencentes a A, α, β e γ
b1 0 b2 0 b3 0
números reais.
0 a1 0 a2 0 + 0 a1 + a2 0 + 0 a2 + a1 0 a2
I) A1 +A2 = + = = = +
b1 0 b2 0 b 1 + b2 0 + 0 b 2 + b1 0 + 0 b2 0
0 a1
= A2 + A1
b1 0
0 a1 0 a2 0 a3 0 + 0 a1 + a2 0 a3
II) (A1 +A2 )+A3 = + + = +
b1 0 b2 0 b3 0 b 1 + b2 0 + 0 b3 0
0 + 0 + 0 a1 + a2 + a3 0 a1 0 + 0 a2 + a3
= = + = A1 +(A2 +A3 )
b 1 + b 2 + b3 0+0+0 b1 0 b 2 + b3 0 + 0
ESPAÇOS VETORIAIS
247
234
0 a1 0 0
III) Dada a matriz A1 = , tome O = e obtemos que
b1 0 0 0
0 a1 0 0 0 + 0 a 1 + 0 0 a1
A1 + O = + = = = A1
b1 0 0 0 b1 + 0 0 + 0 b1 0
0 a1 0 a1
IV) Dada a matriz A1 = , basta tomar −A1 = e obtemos
b1 0 −b1 0
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= αA1 + αA2
Espaço Vetorial
248 UNIDADE IV
235
0 a1 1.0 1.a1 0 a1
VIII) 1.A1 = 1. = = = A1
b1 0 1.b1 1.0 b1 0
Portanto, como os 8 itens estão satisfeitos, concluı́mos que o conjunto A é um espaço
vetorial.
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SUBESPAÇO VETORIAL
SUBESPAÇO VETORIAL
Sejam V um espaço vetorial e W um subconjunto não vazio de V , dizemos que W é um
subespaço vetorial de V , ou simplesmente um subespaço de V , se W , com as operações de adição
em V e de multiplicação de vetores de V por escalares, é um espaço vetorial.
No entanto, não precisamos provar todas as propriedades de espaço vetorial. Como o sub-
conjunto W é parte de V o qual é, por definição, espaço vetorial, basta observarmos as condições
necessárias para que um subconjunto W seja um subespaço vetorial na definição seguinte.
I) Se u, v ∈ W , então u + v ∈ W .
II) Se a ∈ R e u ∈ W , então au ∈ W .
Exemplo 7: Seja V um espaço vetorial, então o conjunto {0}, constituı́do apenas do vetor nulo,
e também todo o espaço V são subespaços de V . O conjunto {0} é chamado de espaço vetorial
nulo.
De fato, é claro que {0} = ∅. Além disso, dados dois elementos de {0}, a soma deles
pertence a {0} (o único elemento que existe para considerarmos é 0) e o produto de um número
real qualquer por um elemento de {0} resulta no vetor nulo, pertencendo, portanto, a {0}.
ESPAÇOS VETORIAIS
249
236
Exemplo 8: Seja V = Rn e sejam i1 , i2 , . . . , ir números naturais tais que 0 < i1 < i2 < · · · < ir
n, o conjunto
W = {(x1 , x2 , . . . , xn ); xir = xi2 = · · · = xir = 0}
Exemplo 10: Considere o espaço vetorial V = M (n, n) formado pelo conjunto das matrizes
quadradas de ordem n; o subconjunto W das matrizes triangulares superiores é um subespaço
vetorial, pois a soma de matrizes triangulares superiores ainda é uma matriz triangular superior,
assim como o produto de uma matriz triangular superior por um escalar.
u + v = (3, 5) ∈ W.
Exemplo 12: Sejam E um espaço vetorial e v ∈ E um vetor não nulo, o conjunto F = {αv; α ∈ R}
de todos os múltiplos de v é um subespaço vetorial de E, chamado a reta que passa pela origem e
contém v.
Subespaço Vetorial
250 UNIDADE IV
237
e1 = (1, 0, 0, . . . , 0),
e2 = (0, 1, 0, . . . , 0),
..
.
en = (0, 0, 0, . . . , 1)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que se podem formar com vetores retirados de um subconjunto X de um espaço vetorial E é, de
fato, um subespaço vetorial.
Exemplo 14: Considere todos os vetores em R2 cujos componentes sejam positivos ou nulos.
Esse subconjunto é o primeiro quadrante do plano xy e as coordenadas satisfazem x 0 e y 0.
Tal conjunto não é um subespaço, mesmo que ele contenha zero e que a soma nos deixe dentro
do subconjunto. A segunda condição para que um subconjunto seja subespaço vetorial é violada,
pois, se o escalar for −1 e o vetor for v = (1, 1), teremos
u + v = (3z1 , y1 , z1 ) + (3z2 , y2 , z2 )
= (3z1 + 3z2 , y1 + y2 , z1 + z2 )
= (3(z1 + z2 ), y1 + y2 , z1 + z2 ) ∈ W
ESPAÇOS VETORIAIS
251
238
αu = α(3z, y, z)
Como espaços vetoriais são conjuntos, um questionamento pertinente seria sobre a união e
a interseção de conjuntos. Será que essas operações preservam a propriedade de espaço vetorial?
Ao longo desta subseção, teremos material para responder a essa pergunta.
Esse exemplo mostra que a união de dois subespaços de um espaço vetorial V não é ne-
cessariamente um subespaço de V . O próximo teorema mostra que a interseção de subespaços é
sempre um subespaço.
Exemplo 18: Considere o espaço vetorial V = R3 , Π1 e Π2 planos distintos passando pela origem.
Note que a interseção Π1 ∩ Π2 é uma reta que também é um subespaço de R3 .
Subespaço Vetorial
252 UNIDADE IV
239
Exemplo 19: Considere o espaço vetorial V = R3 e as retas concorrente r1 e r2 que passam pela
origem. Assim, r1 ∩ r2 = {0} é um subespaço vetorial de R3 , mas r1 ∪ r2 é o feixe formado pelas
duas retas, que não é subespaço vetorial de R3 .
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denotada por U + W , como o conjunto
U + W = {u + w; u ∈ U e w ∈ W }.
Exemplo 20: Considere os mesmos conjuntos U e W definidos no exemplo 17. Temos que
U + W = R2 , e, consequentemente, U + W é um subespaço de R2 . De fato, se (x, y) ∈ R2 , então
x−y y−x x+y x+y
(x, y) = , + , ,
2 2 2 2
COMBINAÇÃO LINEAR
COMBINAÇÃO LINEAR
ESPAÇOS VETORIAIS
253
240
Exemplo 21: O vetor v = (8, 3, 11) do R3 é uma combinação linear dos vetores u1 = (−1, 2, 3),
u2 = (4, 0, 1) e u3 = (2, 1, −2). Para verificarmos essa afirmação, temos que encontrar números
reais a1 , a2 e a3 para que tenhamos
v = a1 u1 + a2 u2 + a3 u3
ou ainda
(8, 3, 11) = a1 (−1, 2, 3) + a2 (4, 0, 1) + a3 (2, 1, −2)
−a1 + 4a2 + 2a3 = 8
2a1 + a3 = 3
3a + a − 2a = 11
1 2 3
escalonando, obtemos
−a1 + 4a2 + 2a3 = 8
8a2 + 5a3 = 19
−33a3 = 33
v = 2u1 + 3u2 − u3 .
W = [u1 , u2 , . . . , un ].
Exemplo 22: O espaço gerado pelo vetor u = (2, −1, 1) em R3 é o conjunto W = {α(2, −1, 1); α ∈
R} já que uma combinação linear de u é um múltiplo escalar de u.
Exemplo 23: Se v1 , v2 ∈ R3 são tais que βv1 = v2 para todo β ∈ R, então [v1 , v2 ] será o plano
que passa pela origem e contém v1 e v2 .
Combinação Linear
254 UNIDADE IV
241
Exemplo 24: O subespaço de R3 gerado pelos vetores u1 = (1, 2, 0), u2 = (3, 0, 1) e u3 = (2, −2, 1)
é o plano de equação 2x − y − 6z = 0. Note que os vetores dados satisfazem a equação obtida para
o subespaço gerado por eles.
Vimos que, dado um conjunto de vetores de um espaço vetorial V , o conjunto de todas as suas
combinações lineares é um subespaço vetorial de V . Será que todo subespaço S de V é gerado
por um conjunto de vetores? A resposta para essa pergunta é sim. Na sequência, listamos alguns
exemplos sobre esse questionamento.
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Exemplo 25: Considere o conjunto S = {(x, 2x); x ∈ R}. Note que todos os elementos de S
são da forma (x, 2x) = x(1, 2). Variando o valor de x obtemos diversos elementos do conjunto
S. Ora, se x(1, 2) é a expressão de uma combinação linear de (1, 2), todos os elementos de S são
combinações lineares de (1, 2).
Exemplo 26: Considere S = {(x, x + y, y); x, y ∈ R}. Temos que todos os elementos de S são da
forma (x, x + y, y), mas podemos escrever essa forma de outra maneira, como segue
Assim, os elementos do conjunto S são combinações lineares dos vetores (1, 1, 0) e (0, 1, 1). Podemos
escrever, então, S = [(1, 1, 0), (0, 1, 1)].
Exemplo 27: Agora, considerando S = {(x, y, z); x + y − z = 0}, para encontrarmos os geradores,
observemos que na igualdade x + y − z = 0 obtemos z = x + y. Assim todo elemento de S tem a
forma (x, y, x + y). Prosseguindo do mesmo modo que no exemplo anterior, temos
ESPAÇOS VETORIAIS
255
242
Vimos na seção anterior que um conjunto finito de vetores α gera um dado espaço vetorial
V se cada vetor em V pode ser escrito como uma combinação linear dos vetores de α. Em geral,
pode haver mais de uma maneira de expressar um vetor em V como uma combinação linear de
vetores de um conjunto gerador.
vetorial V só pode ser escrito exatamente de uma única maneira como combinação linear de um
conjunto gerador de vetores. Conjuntos geradores com essa propriedade desempenham um papel
fundamental no estudo de espaços vetoriais.
a1 v1 + a2 v2 + · · · + an vn = 0
De uma outra forma, para vetores linearmente dependentes (LD), temos a seguinte definição:
Definição 5: O conjunto de vetores {v1 , v2 , . . . , vn } é LD se, e somente se, um desses vetores for
uma combinação linear dos outros.
243
Exemplo 30: Os vetores u = (1, 2, 3), v = (4, 5, 6) e w = (7, 8, 9) em R3 são LD. De fato, vamos
analisar a equação
a1 u + a2 v + a3 w = 0,
isto é,
a1 (1, 2, 3) + a2 (4, 5, 6) + a3 (7, 8, 9) = 0
ou ainda
(a1 , 2a1 , 3a1 ) + (4a2 , 5a2 , 6a2 ) + (7a3 , 8a3 , 9a3 ) = 0,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
o que resulta no sistema
a1 + 4a2 + 7a3 = 0
2a1 + 5a2 + 8a3 = 0
3a + 6a + 9a = 0
1 2 3
escalonando, obtemos
a1 + 4a2 + 7a3 = 0
a2 + 2a3 = 0
0=0
o que implica que o sistema admite infinitas soluções, isto é, exitem valores para a1 , a2 e a3
diferentes de zero. Logo pela definição 4 temos que os vetores u, v e w são LD.
Um outro modo de verificar que esses vetores são LD é observar que w = 2v − u. Ou seja,
um dos vetores é combinação linear dos outros e a definição 5 nos diz que, quando isso acontece,
esses vetores são LD.
Lembremos que, dado um conjunto {v1 , v2 , ..., vn }, se todo vetor w ∈ W pode ser escrito como
combinação linear dos vetores v1 , v2 , ..., vn , então dizemos que o conjunto formado pelos vetores
v1 , v2 , ..., vn gera o espaço W . Notação W = [v1 , v2 , ..., vn ].
ESPAÇOS VETORIAIS
257
244
Exemplo 31: Se v1 = (2, −1, 0, 3), v2 = (1, 2, 5, −1) e v3 = (7, −1, 5, 8), então o conjunto de
vetores S = {v1 , v2 , v3 } é LD, pois v3 = 3v1 + v2 .
Exemplo 32: Considere o conjunto S = {v1 , v2 }, em que v1 = (1, 0, 1) e v2 = (0, 1, 1), é LI. De
fato, podemos verificar analisando o seguinte: seja α ∈ R tal que se tenha
v1 = αv2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ou ainda
(1, 0, 1) = (0, α, α)
o que é um absurdo. Com essa análise verificamos que esses vetores não são múltiplos, isto é, um
não é combinação linear do outro. Uma outra forma de verificar será mostrada a seguir. Considere
a equação
α1 v1 + α2 v2 = 0
que resulta em
α1 = α2 = 0.
Exemplo 33: Processo Prático: Considere o conjunto {(2, 1, 1, 0), (1, 0, 1, 2), (0, −1, 1, 4)} de
vetores contidos em R4 , verificaremos se eles são LD ou LI utilizando um processo prático. Primeiro,
formamos com esses vetores as linhas de uma matriz simbólica
2 1 1 0
1 0 1 2 .
0 −1 1 4
245
e, neste caso, como apareceu uma linha toda nula, dizemos que o conjunto dado é LD. Caso não
apareça linhas todas nulas após o escalonamento, dizemos que o conjunto será LI.
O exemplo anterior nos mostra uma técnica interessante. Uma forma mais rápida para verificar a
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dependência de conjuntos de vetores. Isso será de suma importância para a próxima seção, onde
vamos definir Base. Com esse processo descrito no exemplo anterior, poderemos encontrar uma
Base com mais facilidade.
Desenvolvendo, obtemos
ou ainda
(c + d)x2 + (b + 2c)x + a − b + c = 0
ESPAÇOS VETORIAIS
259
246
Mas esse sistema de equações possui infinitas soluções. Uma solução geral para o sistema
pode ser o conjunto S = {(3d, 2d, −d, d); d ∈ R} e, portanto, o sistema possui solução além da
trivial (a = b = c = d = 0). Logo, o conjunto é LD.
BASE
BASE
Vamos introduzir nesta seção dois conceitos essenciais no estudo de Espaços Vetoriais: Base
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e Dimensão. Com esses dois conceitos, podemos esclarecer as estruturas desses espaços.
I) B é LI.
II) V = [v1 , v2 , . . . , vn ].
Assim, uma base deve ser formado por um conjunto LI e também deve gerar o espaço em questão.
Vimos na seção anterior que a base canônica α = {e1 , e2 , e3 } com e1 = (1, 0, 0), e2 =
(0, 1, 0) e e3 = (0, 0, 1) é LI. Esse conjunto também gera R3 , pois qualquer vetor de R3 pode ser
representado como combinação linear da base canônica, isto é, seja u = (x, y, z) ∈ R3 , temos que
u = xe1 + ye2 + ze3 .
O conjunto α = {M1 , M2 , M3 , M4 } é uma base de M (2, 2), isto é, o espaço vetorial das matrizes
quadradas de ordem 2. De fato, basta observamos que o conjunto α gera o espaço M (2, 2), isto é,
dado um vetor qualquer
x y
M =
z w
Base
260 UNIDADE IV
247
Agora precisamos mostrar que o conjunto α é LI. Com efeito, seja a equação
a1 M1 + a2 M2 + a3 M3 + a4 M4 = 0
ou ainda
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1 0 0 1 0 0 0 0 0 0
a1 + a2 + a3 + a4 = .
0 0 0 0 1 0 0 1 0 0
Essa igualdade só ocorre se, e somente se, a1 = a2 = a3 = a4 = 0, portanto, o conjunto α é LI.
Exemplo 36: O conjunto {(0, 1), (0, 3)} não é uma base de R2 , pois é um conjunto LD. De fato,
podemos observar, por exemplo, se u = (0, 1) e v = (0, 3), temos que v = 3u, isto é, são múltiplos,
ou ainda, um é combinação linear do outro.
Exemplo 37: Vamos encontrar uma base do espaço solução do seguinte sistema:
x−y−z−t=0
2x + y + t = 0 .
z−t=0
Em primeiro lugar, vamos obter o conjunto solução desse sistema escalonando-o, isto é:
x − y − z − t = 0
x−y−z−t=0
2x + y + t = 0 ⇒ .
3y + 2z + 3t = 0
z−t=0 z−t=0
ESPAÇOS VETORIAIS
261
248
α , − , 1, 1 = (0, 0, 0, 0)
3 3
(x, y, z, t) = (2y, y, z, y)
= (2y, y, 0, y) + (0, 0, z, 0)
Segue que W = [(2, 1, 0, 1), (0, 0, 1, 0)], o próximo passo é mostrar que esse conjunto é LI. De fato,
sejam α, β ∈ R, tal que
α(2, 1, 0, 1) + β(0, 0, 1, 0) = (0, 0, 0, 0)
ou ainda
(2α, α, 0, α) + (0, 0, β, 0) = (0, 0, 0, 0)
Teorema 3: Sejam v1 , v2 , . . . , vn vetores não nulos que geram um espaço vetorial V , então, dentre
esses vetores podemos extrair uma base de V .
Base
262 UNIDADE IV
249
Uma consequência desses teoremas é que qualquer base de um espaço vetorial finitamente
gerado tem sempre o mesmo número de elementos. Esse número é chamado dimensão de V (e é
denotado por dim V ), assunto abordado na próxima subseção.
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Teorema 5: Dada uma base β = {v1 , v2 , . . . , vn } de um espaço vetorial V , cada vetor de V é
escrito de maneira única como combinação linear de v1 , v2 , . . . , vn .
Exemplo 39: Considere o espaço vetorial R2 e a base β = {(1, 1), (0, 1)}. Tomando o vetor
v = (2, 6), temos que v = 2(1, 1) + 4(0, 1), então
2
[v]β = .
4
1
Exemplo 40: Considere a base β = {(1, 1), (0, 2)} do R2 . Sejam u, v ∈ R2 , se [u]β = ,
3
vamos determinar u. Se v = (2, 5), vamos determinar [v]β .
ESPAÇOS VETORIAIS
263
250
1
Vamos resolver a primeira parte. Como [u]β = , então u = 1(1, 1) + 3(0, 2) =
3
(1, 1) + (0, 6) = (1, 7).
v1
Agora, se v = (2, 5) e [v]β = , então
v2
isto é,
(2, 5) = (v1 , v1 + 2v2 ),
o que resulta em
v =2
1
.
v1 + 2v2 = 5 ⇒ 2 + 2v2 = 5 ⇒ v2 = 3/2
2
Portanto, [v]β = .
3/2
Exemplo 41: Seja β = {2, 1 − t, 1 + t + t2 } uma base de P 2 [t], o espaço dos polinômios em uma
variável de grau 2, vamos determinar as coordenadas de u = t2 − 1 na base β.
u 1
Se β = {b1 , b2 , b3 } e [u]β =
u2 , então
u3
u = u 1 b 1 + u2 b 2 + u3 b 3 ,
isto é,
t2 − 1 = u1 (2) + u2 (1 − t) + u3 (1 + t + t2 ).
O que resulta
t2 − 1 = 2u1 + u2 − tu2 + u3 + tu3 + t2 u3
ou ainda
t2 − 1 = 2u1 + u2 + u3 + (−u2 + u3 )t + u3 t2 .
Base
264 UNIDADE IV
251
3/2
Portanto, [u]β =
1 .
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1
DIMENSÃO
DIMENSÃO
Exemplo 42: Os espaços vetoriais Rn e M (m, n) são espaços vetoriais de dimensão finita. A
dimensão de Rn é n, já que a base canônica de Rn tem n elementos (ver exemplo 13). Por
essa razão, Rn é chamado de espaço n-dimensional. Os espaço vetoriais R2 e R3 são chamados
usualmente de espaços bidimensional e tridimensional, respectivamente. Já a dimensão de M (m, n)
é m · n, já que a base canônica de M (m, n) é formada por m · n matrizes distintas, cada uma das
quais possuindo uma única entrada igual a 1 e todas as demais entradas iguais a 0, ordenadas de
forma semelhante ao que foi visto no exemplo 35, que foi o caso de M (2, 2).
Exemplo 43: Os monômios 1, x, x2 , . . . , xn constituem uma base do espaço vetorial Pn dos po-
linômios de grau n, logo, Pn tem dimensão finita e dim Pn = n + 1.
ESPAÇOS VETORIAIS
265
252
Exemplo 45: O conjunto W = {(2, 1), (−1, 3)} é uma base do R2 . De fato, pelo processo prático,
temos
2 1 2 1
⇒ ,
−1 3 0 7
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logo, o conjunto W é LI e dim W = 2. Podemos também verificar que o conjunto S = {(2, 1), (0, 7)}
também é uma base do R2 . Se quisermos ainda verificar se realmente o conjunto S, por exemplo,
gera o espaço R2 , basta observarmos que se (x, y) ∈ R2 com
x 2y − x
tomando a = eb= , teremos o desejado. Isto é, tomando os valores de a e b descritos
2 14
anteriormente, temos que qualquer conjunto do R2 pode ser escrito como combinação linear dos
elementos do conjunto S.
Exemplo 46: Considere os vetores v1 = (1, −1, 1, 2) e v2 = (−1, 1, −1, 0). Vamos completar o
conjunto {v1 , v2 } de modo a formar uma base do R4 . Como dim R4 = 4, uma base terá quatro
vetores LI. Logo, faltam dois vetores. Basta escolhermos dois vetores de R4 os quais não sejam
combinação linear dos vetores v1 e v2 . Essa tarefa é fácil, dos infinitos vetores existentes, podemos
escolher, por exemplo, v3 = (0, 0, 1, 1) e v4 = (0, 1, 1, 1). Com isso, o(a) leitor(a) pode verificar que
o conjunto {v1 , v2 , v3 , v4 } é LI e, portanto,
{(1, −1, 1, 2), (−1, 1, −1, 0), (0, 0, 1, 1), (0, 1, 1, 1)}
é uma base de R4 .
Teorema 7: Se U e W são subespaços de um espaço vetorial V que tem dimensão finita, então
dim U dim V e dim W dim V . Além disso,
Dimensão
266 UNIDADE IV
253
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1 0 1
0 1 0
temos, pelo processo prático, que esses vetores são LI. Logo dim U = 2.
Da mesma forma que U , temos que W = [(1, 0, −1), (0, 1, −1)] e dim W = 2.
O processo realizado anteriormente foi o escalonamento. Podemos descartar a última linha nula e
ESPAÇOS VETORIAIS
267
254
assim
U + W = [(1, 0, 1), (0, 1, 0), (0, 0, −2)]
isto é,
3 = 2 + 2 − dim(U ∩ W ),
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
logo, dim(U ∩ W ) = 1.
Exemplo 48: Vamos obter uma base e a dimensão do subespaço U do R4 gerado pelos vetores
{(1, 1, 0, −2), (2, 0, −1, −1), (0, 1, −2, 1), (1, 1, 1, −3)}.
Montamos a matriz M dos vetores anteriores e utilizamos o processo prático (reduzi-la por
escalonamento):
1 1 0 −2 1 1 0 −2 1 1 0 −2
2 0 −1 −1 0 −2 −1 3 0 −2 −1 3
M =
∼
∼
0 1 −2 1 0 1 −2 1 0 0 −5 5
1 1 1 −3 0 0 1 −1 0 0 1 −1
1 1 0 −2
0 −2 −1 3
∼
.
0 0 −5 5
0 0 0 0
Vemos que o subespaço U tem base {(1, 1, 0, −2), (0, −2, −1, 3), (0, 0, −5, 5)} e dim U = 3.
Dimensão
268 UNIDADE IV
255
Para respondermos essa pergunta, vamos, em primeiro lugar, escrever esses vetores em forma
de matriz e reduzi-la:
1 2 1 0 1 2 1 0 1 2 1 0
−1 1 0 1 ∼ 0 3 1 1 ∼ 0 3 1 1 .
1 5 2 1 0 3 1 1 0 0 0 0
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Temos que W ∩ U = [(1, 2, 1, 0), (0, 3, 1, 1)] e dim(W ∩ U ) = 2. Logo, como
segue
dim(W + U ) = 3 + 3 − 2 = 4.
ESPAÇOS VETORIAIS
269
256
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, fizemos uma breve revisão sobre os vetores, com suas caracterı́sticas geo-
métricas e também com suas propriedades algébricas. Motivados pela estrutura do conjunto dos
vetores e as operações usuais, foi possı́vel apresentar a definição de espaço vetorial bem como a de
subespaço vetorial, o qual se trata de subconjuntos de espaços vetoriais que são, por si mesmos,
espaços vetoriais também, considerando as mesmas operações definidas no espaço que os contém.
Vimos que, para comprovar que um subconjunto de um espaço vetorial é um subespaço, basta
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
verificar três condições: ser não vazio, ser fechado para as operações de adição e multiplicação por
número real.
Além disso, outro ponto abordado nesta unidade foi a forma de determinar um subespaço
gerado por um conjunto de vetores. Nesse caso, escrevemos um vetor genérico do espaço como
combinação linear dos vetores geradores.
Estudamos também as condições para que um conjunto seja linearmente independente (LI)
ou linearmente dependente (LD). Diferente da forma que foi apresentada na unidade I, no qual
tratava esses conceito em sua essência geométrica, nesta unidade, o foco foi no aspecto algébrico.
Na sequência vimos que um conjunto B gerador de um subespaço W e linearmente independente
é por definição uma base de W . As bases são conjuntos geradores mı́nimos para um subespaço, no
sentido de que se um conjunto tem mais elementos que uma base, então ele é LD, e se tem menos
elementos que uma base de W , então não gera W . Esse número mı́nimo de vetores que compõe a
base é chamado de dimensão d espaço ou subespaço em questão. Além disso, vimos também que
qualquer conjunto LI de um espaço V , com dimensão finita, pode ser completado de maneira a se
tornar uma base para V .
Considerações Finais
270
258
ATIVIDADE DE ESTUDO
Nos problemas de 1 a 4, verificar quais deles são espaços vetoriais; para aqueles que não
são, citar qual axioma que não se verifica.
0 a
5) A = ∈ M (2, 2); a, b ∈ R com as operações usuais.
b 0
a) W = {(x, y); x + y = 0}
b) W = {(x, y); x + y = 1}
c) W = {(x, y); x2 = y}
d) W = {(x, y); −x + 3y = 0}
a) W = {p(x) = a + bx + cx2 ; a, b, c ∈ Z}
b) W = {p(x) = a + bx + cx2 ; a = c = 0}
c) W = {p(x) = a + bx + cx2 ; c = a + b}
b) V = {[aij ]2×2 ; a11 = a22 e a12 = a21 } e W = {[aij ]2×2 ; a11 = a21 e a12 = a22 }
259
1 1 0 1 0 0 0 0
11) Determine se as matrizes A = , B = , C = eD=
0 0 1 0 −1 −1 0 −1
formam uma base de M (2, 2).
12) Considere os vetores u = (1, −1, 1, 4), v = (3, 3, −3, 6) e w = (0, 4, −4, 0). Seja W o subespaço
de R4 gerado pelos vetores {u, v, w}. Complete o conjunto W de modo a esse novo conjunto forme
uma base para R4 .
272
257
LEITURA COMPLEMENTAR
Fonte: o autor.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Material Complementar
274
REFERÊNCIAS 261
Referências
ANTON, H.; RORRES, C. Álgebra linear com aplicações. Porto Alegre: Bookman, 2008.
BOLDRINI, J. M. et al. Álgebra linear. 3. ed. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1980.
CALLIOLI, C. A. et al. Álgebra linear e aplicações. 6. ed. São Paulo: Atual, 1990.
HOFFMAN, K.; KUNZE, R. Álgebra linear. Traduzido por Adalberto P. Bergamasco. São
Paulo: Polı́gono, 1970.
LIPSCHUTZ, S. Álgebra linear. 4. ed. Traduzido por Dr. Carlos Ivo Doering. Porto Alegre:
Bookman, 2011. Tradução da 4. ed. norte-americana - All Tasks. (coleção Schaum)
STEINBRUCH, A.; WINTERLE, P. Álgebra linear. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1987.
STRANG, G. Álgebra linear e suas aplicações. São Paulo: Cengage Learning, 2013. Tradução
da 4. ed. norte-americana - All Tasks.
275
262
REFERÊNCIAS
GABARITO
GABARITO
Unidade IV
1) Não é um espaço vetorial, pois o item (VIII) não é 5) A é um espaço vetorial.
verificado. 6) a) é subespaço vetorial de R2 .
2) O conjunto é uma espaço vetorial. b) não é subespaço vetorial de R2 .
3) Não é uma espaço vetorial, devido ao item (I). c) não é subespaço vetorial de R2 .
4) Não é um espaço vetorial, pois não satisfaz o d) é subespaço vetorial de R2 .
item (VI).
1 0
0 1
b) Base para V é , e dim V = 2
0 1 1 0
1 0
0 1
Base para é W é , com dim W = 2
1 0 0 1
1
0 0 1 1 0
Base para V + W é , , com dim(V + W ) = 3
0
1 1 0 1 0
1
1
Base para V ∩ W é com dim(V ∩ W ) = 1
1
1
263
e) Base para V é
{(1, 1, 1)} e dim V = 1
Base para W é {(0, 0, 1)} e dim W = 1
Base para V + W é {(1, 1, 1), (0, 0, 1)} e dim(V + W ) = 2
Base para V ∩ W é {} e dim(V ∩ W ) = 0
9) 10) 11)
{f, g, h} é LI a) LI Basta verificar que esse con-
b) LI junto gera o espaço das matri-
c) LD zes M (2, 2) e também que é LI.
12) Verifique que esse conjunto é LI e complete com um vetor, por exemplo t = (0, 0, 0, 1).
Professor Me. Anderson Leandro Zulin
V
PRODUTO INTERNO,
UNIDADE
TRANSFORMAÇÕES LINEARES,
AUTOVALORES E AUTOVETORES
Objetivos de Aprendizagem
■■ Definir o produto interno de maneira algébrica.
■■ Reconhecer conjuntos ortogonais e ortonormais.
■■ Definir os conceitos de transformação linear, núcleo e imagem.
■■ Compreender os conceitos de autovalor e autovetor.
■■ Compreender o conceito de polinômio característico de uma matriz e
de uma transformação linear.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Produto interno
■■ Transformações lineares
■■ Núcleo e imagem de uma transformação linear
■■ Autovalores e autovetores
■■ Polinômio característico
279
265
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Motivados pelo resultado do teorema citado anteriormente, nesta unidade que trata da
Álgebra Linear, apresentamos de maneira algébrica alguns axiomas para definir o produto interno
(que não depende do ângulo formado pelos vetores). Tal definição pode ser generalizada para
vetores de qualquer dimensão, por exemplo, para vetores de R4 (espaço vetorial no qual não temos
condições de medir ângulos). Assim, definiremos o produto interno que pode ser aplicado para
vetores de qualquer dimensão. Na verdade, quando os espaços considerados são espaços euclidianos,
o produto interno e o produto escalar são aplicações coincidentes, mas, como veremos, o produto
interno pode ser definido para qualquer espaço vetorial, seja das matrizes, dos polinômios, etc.
O(a) leitor(a) deve se lembrar do conteúdo “funções”, estudado no ensino médio, bem como
na disciplina de Cálculo I, assunto esse que, em sua essência, é uma aplicação (relação binária) que
para cada elemento x de um conjunto (chamado de domı́nio) associa-se um outro elemento y de
outro conjunto (contradomı́nio), e é denotado por y = f (x). Esse último é chamado de imagem
de x pela aplicação f . De maneira análoga, apresentaremos as “transformações lineares”, que são
aplicações que relacionam dois conjuntos, mas nesse caso, esses conjuntos são espaços vetoriais. E,
assim como no estudo das funções, abordaremos alguns casos especiais, a saber, conjuntos que são
associados ao vetor nulo (raı́zes das funções) e o conjunto imagem de uma transformação.
Para finalizar nosso estudo da Álgebra Linear, apresentaremos um conjunto especial cha-
mado de autovetores. Assim, dado um espaço vetorial V e uma transformação linear T , queremos
encontrar vetores v e escalares λ, tais que T (v ) = λv , o conjunto (caso exista) desses vetores é
chamado de autovetores e os valores λ são chamados de autovalores. Para tanto, recorremos ao
cálculo de raı́zes de um polinômio, conhecido como polinômio caracterı́stico, e, principalmente, de
uma análise minuciosa das soluções de sistemas de equações lineares, justificando o estudo realizado
na unidade III.
Introdução
280 UNIDADE V
266
PRODUTO INTERNO
PRODUTO INTERNO
Definição 1: Considere V um espaço vetorial. Um produto interno em V é uma função que a cada
par de vetores u e v em V associa um número real, denotado por u, v, que satisfaz as seguintes
propriedades.
Para quaisquer vetores u, v e w de V e qualquer número real k,
I) v, v 0.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
II) v, v = 0 se, e somente se, v = 0.
III) v, u = u, v.
IV) u + v, w = u, w + v, w.
V) ku, v = ku, v.
u, v = x1 y1 + x2 y2 + · · · + xn yn .
Quando v = 1, dizemos que v ∈ V é um vetor unitário. Todo vetor v = 0 se escreve como
v
v = vw e para que isto ocorra, w tem que ser um vetor unitário, basta colocar w = .
v
Observe o que, dado qualquer vetor v = 0, não unitário, se quisermos encontrar um vetor
1
unitário de mesma direção e sentido que v, basta multiplicarmos v por ; a esse processo
v
chamamos de normalização do vetor v.
267
u 1 u2 v 1 v2
Exemplo 1: Em M2 (R), sendo u = ev= , a relação u, v = u1 v1 + u2 v2 +
u3 u4 v3 v4
1 2 2 0
Isto é, se tivermos u = ev= , então
3 −4 −3 5
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Definição 2: Considere V um espaço vetorial com produto interno. Diz-se que dois vetores v e w
de V são ortogonais (em relação a esse produto interno) se v, w = 0. No caso em que v e w são
ortogonais, escrevemos v ⊥ w.
I) 0 ⊥ v para todo v ∈ V .
II) v ⊥ w implica que w ⊥ v.
III) v ⊥ w para todo w ∈ V , então, v = 0.
IV) Se v1 ⊥ w e v2 ⊥ w, então (v1 + v2 ) ⊥ w.
V) Se v ⊥ w e λ é um escalar, então λv ⊥ w.
Produto Interno
282 UNIDADE V
268
Definição 3: Dizemos que uma base {v1 , . . . , vn } de um espaço vetorial V é base ortogonal se
vi , vj = 0 para i = j, ou em outras palavras, se os vetores dessa base forem dois a dois ortogonais.
Exemplo 3: (Cálculo dos dı́gitos verificadores do CPF): No Brasil, cada pessoa fı́sica possui um
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
único e definitivo número de inscrição no CPF, que o identifica perante a secretaria da Receita
Federal. Tal número de inscrição é constituı́do de nove dı́gitos, agrupados de três em três, mais
dois dı́gitos verificadores. Por exemplo, 643.433.327 − 72.
Os dı́gitos verificadores têm por finalidade comprovar a validade do número do CPF infor-
mado. Tais dı́gitos são obtidos das seguintes operações envolvendo produto interno.
u = (6, 4, 3, 4, 3, 3, 3, 2, 7).
w1 = (10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2),
isto é,
u, w1 = 6(10) + 4(9) + 3(8) + 4(7) + 3(6) + 3(5) + 3(4) + 2(3) + 7(2) = 213.
A seguir, tomamos o resto da divisão inteira desse produto interno por 11. Se o resto dessa
divisão inteira é 0 ou 1, então o primeiro dı́gito verificador é 0. Caso contrário (resto entre 2 e 10),
o primeiro dı́gito verificador é dado por 11−resto.
269
Para o exemplo em questão, a divisão inteira de 213 por 11 resulta em quociente 19 e resto
4. Sendo assim, o primeiro dı́gito verificador é 11 − 4 = 7.
Cálculo do segundo dı́gito verificador: Tomamos um vetor v ∈ R10 , cujos nove primeiros
componentes são os dı́gitos que compõem o número do CPF na ordem dada e o último componente
é o primeiro dı́gito verificador encontrado. Para o exemplo em questão, temos:
v = (6, 4, 3, 4, 3, 3, 3, 2, 7, 7).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
isto é,
v, w2 = 6(11) + 4(10) + 3(9) + 4(8) + 3(7) + 3(6) + 3(5) + 2(4) + 7(3) + 7(2) = 262.
Em seguida, o procedimento é o mesmo para encontrar o segundo dı́gito. Dividindo 262 por 11,
obtemos quociente 23 e resto 9, então o segundo dı́gito é 11 − 9 = 2.
Vimos na unidade I, partindo dos conceitos geométricos dos vetores, que o produto interno
pode ser calculado por meio da equação
Mas a igualdade anterior pode ser vista de uma outra forma, isto é,
u, v
cos θ = .
u · v
Essa última igualdade nos fornece uma maneira de calcularmos o ângulo entre vetores. E
Produto Interno
284 UNIDADE V
270
u, v
−1 1
u · v
ou ainda
|u, v|
1.
u · v
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Teorema 1: (Desigualdade de Cauchy-Schwarz) Se u e v são vetores de um espaço com produto
interno V , então:
|u, v| u · v.
Prova:
Se u = 0, isto é, se u é o vetor nulo, a desigualdade é clara. Suponhamos, então, u = 0. Para
qualquer t ∈ R, temos que
tu + v, tu + v 0,
mas
tu + v, tu + v = tu, tu + v + v, tu + v
logo,
4u, v2 4u2 v2
271
ou
u, v2 u2 v2
ou ainda
|u, v| u · v,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
I) u 0.
II) u = 0 se, e somente se, u = 0.
III) ku = |k|u.
IV) u + v u + v (desigualdade triangular).
Exemplo 4: Considere o vetor v = (−2, 3) ∈ R2 . Temos que a norma do vetor v é dada por
√ √
v = (−2)2 + 32 = 4+9= 13
Exemplo 5: Considere o vetor u = (1, −2, −1) ∈ R3 . Temos que a norma do vetor u é dada por
√ √
u = 12 + (−2)2 + (−1)2 = 1+4+1= 6
0 −1
Exemplo 6: Seja o vetor w = ∈ M2 (R) com produto interno definido no exemplo 1,
2 5
temos que a norma de w é definida com segue:
√ √
w = w, w = 02 + (−1)2 + 22 + 52 = 0 + 1 + 4 + 25 = 30
Produto Interno
286 UNIDADE V
272
√ √
p = p, p = 32 + 62 + (−2)2 = 9 + 36 + 4 = 49 = 7
Agora que sabemos trabalhar com produto interno e norma de um vetor, podemos falar
mais sobre o ângulo entre vetores. Como já foi visto em disciplinas anteriores, ou até mesmo
no ensino médio, temos que cada número real λ ⊂ [−1, 1] corresponde a um único arco θ, onde
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
0 θ π, tal que cos θ = λ, conforme ilustra a figura 3.
E como já foi dito anteriormente, podemos definir o ângulo entre os vetores v e w
como
sendo θ tal que
v , w
cos θ = .
v w
Exemplo 8: Vamos determinar o ângulo entres os vetores u = (1, 2, 0) e v = (−2, 2, 3). Primei-
ramente calculamos de forma separada, para uma certa organização, o produto interno dos dois e,
em seguida, a norma de cada um. Isto é,
√ √
u = 1+4+0= 5
√ √
v = 4+4+9= 17.
273
2 2
cos θ = √ √ = √ .
5 17 85
Considerando u e v dois vetores não nulos de um espaço vetorial V com produto interno
e seja θ o ângulo entre eles, temos, pelo exposto até o momento, que cos θ = 0 se, e somente se,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
u, v = 0. Equivalentemente, temos θ = 90o = π/2 se, e somente se, u, v = 0. Quando o ângulo
formado por dois vetores é de 90o ou π/2 rad (podemos falar ainda em ângulo reto), dizemos que
esses vetores são ortogonais.
Exemplo 9: Considere R3 com produto interno usual e seja W o plano de equação cartesiana
x + y + z = 2.
O vetor u = (1, 1, 1) é ortogonal a W , pois u é um vetor normal a esse plano. Para determinarmos
W ⊥ , devemos encontrar um vetor v que seja ortogonal a todo vetor de W . Uma maneira fácil de
encontrar esse vetor, é observar que se o vetor u = (1, 1, 1) é ortogonal a W , temos que v = k(1, 1, 1)
também será, pois serão múltiplos. Logo, obtemos o vetor v = (k, k, k) ortogonal a todo vetor de
W , com k ∈ R. Portanto
W ⊥ = {(k, k, k); k ∈ R}.
Conjuntos Ortogonais
Produto Interno
288 UNIDADE V
274
Exemplo 10: O conjunto {(1, 2, 1), (2, 1, −4), (3, −2, 1)} é um conjunto ortogonal em R3 com seu
produto interno usual.
Um conjunto ortogonal no qual cada vetor tem norma 1 é chamado conjunto ortonormal.
Se v é um vetor não nulo em um espaço com produto interno, segue, pelo visto nesta unidade, que
o vetor v−1 v tem norma 1. O processo de multiplicar um vetor não nulo pelo inverso de sua
norma para obter um vetor de norma 1 é chamado de normalização. Assim, um conjunto ortogonal
de vetores não nulos pode ser sempre transformado em um conjunto ortonormal, normalizando-se
cada um de seus vetores.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Proposição 2: Todo conjunto ortogonal de vetores não nulos de V é linearmente independente.
A recı́proca do resultado acima é obviamente falsa, pois, por exemplo, o conjunto {(1, 1), (0, 1)}
de vetores em R2 com o produto interno usual é linearmente independente, mas não é um conjunto
ortogonal.
Por exemplo, a base canônica de Rn com o produto interno usual é uma base ortonormal.
Bases ortogonais são importantes porque existe um procedimento padrão para se encontrar
as coordenadas de um vetor qualquer em relação a elas. Considerando V um espaço vetorial com
produto interno, α = {v1 , . . . , vn } uma base ortogonal de V e w um vetor qualquer de V , vamos,
então, calcular as coordenadas de w em relação a α. Sabendo que
w = x1 v1 + x2 v2 + . . . + xn vn
queremos determinar a i-ésima coordenada xi . Para isso, façamos o produto interno dos dois
membros da igualdade acima por vi , isto é,
w, vi = xi vi , vi .
275
(2, 1), (−1, 2) = 2(−1) + 1(2) = −2 + 2 = 0.
Vamos calcular (3, 2) α , isto é, quais são as coordenadas do vetor u = (3, 2) na base α.
Assim, obtemos
8 1
(3, 2) = (2, 1) + (−1, 2).
5 5
Portanto:
8/5
(3, 2) α
= .
1/5
Produto Interno
290 UNIDADE V
276
TRANSFORMAÇÕES LINEARES
TRANSFORMAÇÕES LINEARES
As funções que a Álgebra Linear está interessada são as cujos domı́nios e contradomı́nios são
espaços vetoriais e que, além disso, preservam as operações de adição de vetores e de multiplicação
de um vetor por um escalar. Isto é, o conteúdo da definição a seguir.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
II) T (av) = aT (v), para quaisquer v em V e a em R.
Em consequência a essa definição, temos que as propriedades (I) e (II) são equivalentes à
seguinte propriedade
T (v1 + av2 ) = T (v1 ) + aT (v2 )
= x1 + ax2 + y1 + ay2
= (x1 + y1 ) + a(x2 + y2 )
= T (v1 ) + aT (v2 ).
277
= (x1 − y1 , y1 − z1 ) + a(x2 − y2 , y2 − z2 )
= T (x1 , y1 , z1 ) + aT (x2 , y2 , z2 )
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
= T (v1 ) + aT (v2 )
Exemplo 14: A função T : R → R, dada por T (x) = 7x, é uma transformação linear. De fato, se
x1 , x2 ∈ R, temos que
Exemplo 15: A função T : R2 → R2 , dada por T (x, y) = (x2 , y), não é uma transformação linear.
De fato, se tomarmos v1 = (1, 0), v2 = (2, −1) e a = 3 temos
= T (7, −3)
= (49, −3)
e
T (v1 ) + aT (v2 ) = T (1, 0) + 3T (2, −1)
= (13, −3).
Transformações Lineares
292 UNIDADE V
278
Exemplo 16: Para determinarmos a transformação linear T : R2 → R3 tal que T (1, 1) = (0, 2, 1)
e T (0, 2) = (1, 0, 1), devemos, pelo teorema 2, verificar que α = {(1, 1), (0, 2)} é uma base de R2 e
calcular as coordenadas de um vetor de R2 na base α. Ora, como α é linearmente independente e
dim R2 = 2, temos que α é uma base de R2 . Além disso, se (x, y) ∈ R2 , então,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(x, y) = a1 (1, 1) + a2 (0, 2)
y−x
e dessa igualdade obtemos a1 = x e a2 = , portanto,
2
y−x
T (x, y) = xT (1, 1) + T (0, 2)
2
y−x
= x(0, 2, 1) + (1, 0, 1)
2
y−x y−x
= (0, 2x, x) + , 0,
2 2
y−x x+y
= , 2x, .
2 2
NÚCLEO
NÚCLEO E E IMAGEM
IMAGEM DE UMA
DE UMA TRANSFORMAÇÃO
TRANSFORMAÇÃO LINEAR LINEAR
O núcleo de T , denotado por N uc(T ) (ou Ker(T )), é o conjunto dos elementos em V , que são
transformados em 0 ∈ U
N uc(T ) = {v ∈ V ; T (v) = 0}.
279
T (x, y, s, t) = (x − y + s + t, x + 2s − t, x + y + 3s − 3t).
Para determinarmos N uc(T ), devemos obter o conjunto de vetores (x, y, s, t) em R4 tais que
x−y+s+t=0
x + 2s − t = 0 .
x + y + 3s − 3t = 0
T (x, y, s, t) = (x − y + s + t, x + 2s − t, x + y + 3s − 3t)
Com isso, vemos que o conjunto {(1, 1, 1), (−1, 0, 1), (1, 2, 3), (1, −1, −3)} gera Im(T ). Mas, colo-
280
Assim, {(1, 1, 1), (0, 1, 2)} é uma base de Im(T ), isto é,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Im(T ) = {(x, x + y, x + 2y); x, y ∈ R}.
AUTOVALORES E AUTOVETORES
AUTOVALORES E AUTOVETORES
281
Exemplo 19: Considerando o operador Reflexão no eixo dos x, isto é, rx : R2 → R2 tal que
rx (x, y) = (x, −y), ou ainda em forma matricial, temos
x 1 0 x
→ · .
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
y 0 −1 y
Geometricamente:
Podemos notar, no exemplo anterior, que o vetor sobre o eixo dos x se manteve inalterado.
De fato, observemos o que segue:
1 0 x x
· = .
0 −1 0 0
1 0 x x
· =
0 −1 y y
Autovalores e Autovetores
296 UNIDADE V
282
ou ainda
x=x
;
−y = y
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e as únicas soluções desse sistema são vetores do tipo (x, 0), ou seja, são os vetores pertencentes
ao eixo dos x.
Exemplo 20: Considere T : R2 → R2 o operador linear dado por T (x, y) = (4x − y, 2x + y).
Queremos determinar c ∈ R e v = (x, y) ∈ R2 , não nulo, tais que T (x, y) = c(x, y), ou seja, tais
que (4x − y, 2x + y) = c(x, y). Equivalentemente, queremos determinar c ∈ R e v = (x, y) ∈ R2 ,
não nulo tais que
4x − y = cx
.
2x + y = cy
283
2x + y = cy ⇒ 2x + 4x − cx = c(4x − cx)
⇒ 6x − cx = 4cx − c2 x
⇒ 6x − 5cx + c2 x = 0
⇒ x(6 − 5c + c2 ) = 0.
não é vetor nulo, logo, temos que resolver 6 − 5c + c2 = 0. Resolvendo essa equação, obtemos c = 2
ou c = 3. Portanto c = 2 e c = 3 são os autovalores de T . Vamos, agora, determinar os autovetores
de T associados a c = 2. Com o sistema que montamos no inı́cio desse exemplo, obtemos
4x − y = 2x
,
2x + y = 2y
o qual é equivalente à equação 2x − y = 0, cujo conjunto solução é dado por {(x, 2x); x ∈ R}.
Assim, os autovetores de T associados a c = 2 são os vetores da forma (x, 2x), com x ∈ R e x = 0.
o qual é equivalente a equação x − y = 0, cujo conjunto solução é dado por {(x, x); x ∈ R}. Por-
tanto, os autovetores de T associados a c = 3 são os vetores da forma (x, x), com x ∈ R e x = 0.
Iv = v = 1v.
Autovalores e Autovetores
298 UNIDADE V
284
Exemplo 22: Considere T : R2 → R2 o operador linear dado por T (x, y) = (−y, x). Se c ∈ R e
v = (x, y) ∈ R2 , v = 0, são tais que T (x, y) = c(x, y), então
equivalentemente,
cx = −y
,
cy = x
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
donde obtemos a equação (c2 + 1)y = 0. Como c ∈ R, a equação (c2 + 1)y = 0 é satisfeita somente
quando y = 0. Mas se y = 0, implica x = 0, como v = 0, logo, concluı́mos que T não tem
autovalores nem autovetores.
POLINÔMIO CARACTERÍSTICO
POLINÔMIO CARACTERÍSTICO
1 1
Exemplo 23: Vamos determinar os autovalores de A = e seus respectivos autovetores
−2 4
associados.
Vejamos, queremos encontrar números reais λ e todos os vetores não nulos v = (x, y) ∈ R2
satisfazendo a equação
Av = λv,
ou seja,
1 1 x x
= λ .
−2 4 y y
285
ou ainda
(λ − 1)x − y = 0
.
2x + (λ − 4)y = 0
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que terá solução não nula se, e somente se, (λ − 1)(λ − 4) + 2 = 0, o que é equivalente a
λ − 1 −1
det =0
2 λ−4
ou, se preferir,
λ − 1 −1
= 0.
2 λ−4
Isto é, se, e somente se, o determinante da matriz associada ao sistema linear for nulo.
ou, equivalentemente, −x + y = 0. O que resulta na solução geral {(x, x); x ∈ R}. Portanto, os
vetores da forma (x, x) são os autovetores da matriz A associados ao autovalor λ = 2.
Polinômio Característico
300 UNIDADE V
286
ou o mesmo que −2x + y = 0, cuja solução geral é dada por {(x, 2x); x ∈ R}. Portanto, os vetores
da forma (x, 2x) são os autovetores da matriz A associados ao autovalor λ = 3.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Notemos no exemplo anterior que o determinante transformou a equação matricial (λIn −
A)v = 0, que contém duas incógnitas, λ e v, na equação polinomial λ2 − 5λ + 6 = 0, que tem
uma variável só. Usaremos o processo apresentado nesse exemplo como o método padrão para
determinar os autovalores de uma matriz A ∈ Mn (R).
−3 1
Exemplo 24: Vamos verificar se os vetores u e v são autovetores de A, em que A = ,
−5 3
1 1
u = e v = .
1 2
Assim, não existe escalar λ ∈ R tal que Av = λv e, consequentemente, v = (1, 2) não é um auto-
vetor da matriz A.
287
4 −1
Exemplo 25: Considere a matriz A = . A matriz caracterı́stica de A é
3 1
λ−4 1
λI2 − A =
−3 λ − 1
e o polinômio caracterı́stico de A é
λ−4 1
PA (λ) = = λ2 − 5λ + 7.
−3 λ − 1
0 −1
Exemplo 26: Consideremos a matriz A = . A matriz caracterı́stica de A é a matriz
1 0
λ 1
−1 λ
e o polinônio caracterı́stico de A é
PA (λ) = λ2 + 1.
Podemos observar que as raı́zes do polinômio caracterı́stico encontrado no exemplo 24 são exa-
tamente os autovalores do exemplo 20. O mesmo ocorre com o exemplo 26 e 23. Esse resultado
não é por acaso. Acontece sempre, logo, podemos falar que as raı́zes não nulas do polinômio
Polinômio Característico
302 UNIDADE V
288
Temos
λ 0 0
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
P (λ) = det(λI3 − A) = det
0 λ−1 0 = λ3 − 3λ2 + 2λ,
0 0 λ−2
−λ 0 0
P (λ) = det(A − λI3 ) = det
0 1−λ 0 = −λ3 + 3λ2 − 2λ.
0 0 2−λ
0 1
Exemplo 28: Dada a matriz A = , obtenha seus autovalores e autovetores.
3 2
Temos que
0 1 1 0 −λ 1
P (λ) = det(A − λI2 ) = det − λ = det = λ2 − 2λ − 3
3 2 0 1 3 2−λ
Autovalores (P (λ) = 0)
temos λ2 − 2λ − 3 = 0 se, e somente se, λ1 = 3 e λ2 = −1.
Autovetor
Para λ1 = 3, temos
Av = λv
0 1 x x
. = 3
3 2 y y
289
y 3x
= .
3x + 2y 3y
Segue que
−3x + y = 0
y = 3x
→ → SPI → y = 3x.
3x + 2y = 3y
0=0
Como v = (x, y), logo, v1 = (x, 3x) é o autovetor associado ao autovalor λ1 = 3, com x = 0.
Av = λv
0 1 x x
. = (−1).
3 2 y y
y −x
= .
3x + 2y −y
Segue que
x+y =0
y = −x
→ → SPI → y = −x.
3x + 2y = −y
0=0
Como v = (x, y), logo, v1 = (x, −x) é o autovetor associado ao autovalor λ2 = −1, com x = 0.
Polinômio Característico
304 UNIDADE V
290
determine:
I) A matriz da transformação.
II) Seus autovalores.
III) Seus autovetores.
Note que
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
T (x, y, z) = (3x − 4z, 3y + 5z, −z)
Para λ1 = 3, temos
3 0 −4 x x
0 3 5 . y = 3. y
0 0 −1 z z
291
3x − 4z 3x
3y + 5z = 3y ,
−z 3z
logo,
3x − 4z = 3x
−4z = 0
3y + 5z = 3y → 5z = 0
−z = 3z
−4z = 0
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
0 0 −4 0 0 0 1 0
0 0 5 0 → 0 0 0 0 .
0 0 −4 0 0 0 0 0
Como pA = pC = 1, logo, o sistema possui solução, mas sendo n = 3 > 1 = p, temos um SPI
(infinitas soluções) com grau de liberdade n − p = 3 − 1 = 2 (variáveis livres). Assim,
0 0 1 0
z=0
0 0 0 0 → 0=0 .
0=0
0 0 0 0
3x − 4z −x
3y + 5z = −y ,
−z −z
logo,
Polinômio Característico
306 UNIDADE V
292
3x − 4z = −x
4x − 4z = 0
3y + 5z = −y → 4y + 5z = 0
−z = −z
0=0
4 0 −4 0 1 0 −1 0
0 4 5 0 → 0 1 5/4 0 .
0 0 0 0 0 0 0 0
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Nesse sistema temos pA = pC = 2, mas sendo n = 3 > 2 = p, logo, o SPI (infinitas soluções) com
grau de liberdade n − p = 3 − 2 = 1. Assim,
1 0 −1 0
x − z = 0
x=z
0 1 5/4 0 → y + 5/4z = 0 → y = −5/4z .
0 0 0 0 0=0 0=0
293
isto é,
−5 2 −1 −2 x 0
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
0 −3 6 −3 y 0
=
0 0 −5 5 z
0
0 0 0 0 w 0
ou, ainda,
−5x + 2y − z − 2w = 0
−3y + 6z − 3w = 0 ,
−5z + 5w = 0
o qual possui como solução geral o conjunto {(−w/5, w, w, w)w ∈ R}. Portando, os autovetores
associados ao autovalor λ = 0 são da forma v = − w5 , w, w, w , com w ∈ R.
Analogamente, os autovetores associados ao autovalor λ = 3 satisfazem a seguinte equação
(3I4 − A)v = 0,
isto é,
−2 2 −1 −2 x 0
0 0 6 −3 y 0
= ,
0 0 −2 5 z 0
0 0 0 3 w 0
Polinômio Característico
308 UNIDADE V
294
o seguinte sistema
(5I4 − A)v = 0,
isto é,
0 2 −1 −2 x 0
0 2 6 −3 y 0
=
0 0 0 5 z 0
0 0 0 5 w 0
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
equivalente a
0 1 0 0 x 0
0 0 1 0 y 0
=
0 0 0 1 z 0
0 0 0 0 w 0
295
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, definimos produto interno: uma importante relação definida em espaços
vetoriais, que associa um número real a cada par de vetores do espaço. A partir da definição de
produto interno, pudemos determinar a norma de um vetor e o ângulo definido por dois vetores.
Vimos, também, o conceito de ortogonalidade de vetores. Na sequência definimos uma função
especial chamada de Transformação Linear, o fato mais relevante é que podemos determinar uma
transformação linear a partir da sua aplicação nos vetores de uma base apenas. Assim, o número
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de informações necessárias a respeito de uma transformação linear, para que a conheçamos com-
pletamente, é igual à dimensão do espaço vetorial no qual ela é definida. Isso é uma especificidade
das transformações lineares: nenhuma outra função permite uma manipulação tão simples. É por
essa qualidade, em particular, que as transformações lineares são, por excelência, as funções usadas
na computação em geral.
Podemos ver que os conteúdos estudados neste curso são aplicados em diversas áreas da
ciência. Nos preocupamos em formalizar os conceitos matemáticos e sugerimos ao(à) leitor(a) que
na sequência de seus estudos, quando se deparar com situações-problema que recaia em situações
envolvendo a Álgebra Linear, lembre-se que existe todo um embasamento teórico para justificar e
resolvê-las quando possı́vel.
Considerações Finais
310
299
ATIVIDADE DE ESTUDO
3) Seja T : R3 → R3 dada por T (x, y, z) = (−z, x + y, z), obtenha uma base para:
a) N uc(T )
b) Im(T )
c) Conclua que dim N uc(T ) + dim Im(T ) = dim R3
a11 a12 1 −3
c) V = M2 (R), W = R, T = a11 + a12 + 2a21 + 2a22 , v =
a21 a22 5 2
a11 a12 1 3
d) V = M2 (R), W = R, T = a11 + a12 + 2a21 + 2a22 , v =
a21 a22 3 −5
6) Determine a dimensão e uma base para o núcleo, a dimensão e uma base da imagem da trans-
formação linear T : R3 → R2 dada por T (x, y, z) = (y − 2z, x − y − z).
311
300
296
LEITURA COMPLEMENTAR
Vamos fazer algumas considerações sobre a leitura de um código de barras: primeiro que
o desenho das barras é totalmente simétrico para a máquina, que o lê usando um feixe de luz
transversal, ao passá-lo “de ponta cabeça”, ela não deveria ler o número na ordem contrária? E, o
que é pior, o operador do caixa, ao digitar o número rapidamente, não poderia cometer um erro
fazendo com que paguemos por um produto muito mais caro do que aquele que estamos comprando?
Na verdade, isso não ocorre. Tanto quando lido numa ordem, como na ordem contrária, o código
sempre é interpretado de forma correta. Mais ainda, quando o operador comete algum erro de
digitação - e todos nós já vimos isso acontecer alguma vez - a máquina simplesmente emite um
som, para avisar que houve um erro.
Se observamos um código de barras, notamos imediatamente que ele é formado por listras
brancas e pretas alternadas, de espessura variável. Há, na verdade, quatro espessuras possı́veis
para essas listras, que podem ser classificadas como finas, médias, grossas ou muito grossas. Vamos
utilizar o sı́mbolo 0 para indicar uma listra branca fina, o sı́mbolo 00 para uma listra branca
média, 000 para uma listra branca grossa e 0000 para uma muito grossa. Da mesma forma,
vamos representar por 1, 11, 111 e 1111 uma listra preta fina, média, grossa ou muito grossa,
respectivamente. Assim, as primeiras quatro listras da figura (sem contar, é claro, as listras que
servem de limite e que aparecem mais compridas na figura), que são uma listra branca grossa, uma
preta média, uma branca fina e uma preta fina respectivamente, podem ser representadas pela
sequência 0001101.
Há dois tipos de códigos, o UPC-A e EAN-13. No código EAN há um dı́gito a cada código,
de modo a permitir a identificação do paı́s de origem do produto. Por exemplo, o código de barras
de todos os produtos produzidos no Brasil começa com a sequência 789, que é a que identifica o
paı́s.
313
297
298
Este é um ótimo vídeo do professor Elon Lages Lima sobre o estudo de Matrizes. Além das opera
ções fundamentais de matrizes, Lima aborda algumas aplicações das matrizes. Tais aplicações
foram abordadas no decorrer deste livro. O vídeo enriquecerá bastante o assunto tratado.
<https://www.youtube.com/watch?v=eEbp3aKFoIA>.
O link a seguir nos dá acesso a uma página com vários exemplos de aplicações de Geometria
Analítica e Álgebra Linear às mais diversas áreas científicas e tecnológicas. Ela está aberta a
contribuições de professores, alunos, ex-alunos e profissionais.
<http://www.mat.ufmg.br/gaal/aplicacoes/aplicacoes.html>
Material Complementar
REFERÊNCIAS 303
Referências
ANTON, H.; RORRES, C. Álgebra linear com aplicações. Porto Alegre: Bookman, 2008.
BOLDRINI, J. M. et al. Álgebra linear. 3. ed. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1980.
CALLIOLI, C. A. et al. Álgebra linear e aplicações. 6. ed. São Paulo: Atual, 1990.
HOFFMAN, K.; KUNZE, R. Álgebra linear. Traduzido por Adalberto P. Bergamasco. São
Paulo: Polı́gono, 1970.
LIPSCHUTZ, S. Álgebra linear. 4. ed. Traduzido por Dr. Carlos Ivo Doering. Porto Alegre:
Bookman, 2011. Tradução da 4. ed. norte-americana - All Tasks. (coleção Schaum)
STEINBRUCH, A.; WINTERLE, P. Álgebra linear. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1987.
STRANG, G. Álgebra linear e suas aplicações. São Paulo: Cengage Learning, 2013. Tradução
da 4. ed. norte-americana - All Tasks.
Referências On-line
#Referências on-line#
1 - <http://mat.ufg.br/bienal/2006/mini/polcino.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2014.
#Referências on-line#
317
304
GABARITO
GABARITO
Unidade V
1) √ √ √ 2)
6 6 6 a) T é uma transformação linear
a) w = , ,
3 6 6
√ b) T é uma transformação linear
√ √
6 109 8 109 3 109 c) T não é uma transformação linear
b) w = , ,−
109 109 109
d) T não é uma transformação linear
3) 5) 6)
a) {(−1, 1, 0)} a) v ∈ nuc(T ) Base para o Núcleo: {(1, 2, 1)}
b) {(−1, 0, 1), (0, 1, 0)} b) v ∈
/ nuc(T ) dim N uc(T ) = 1
4) c) v ∈
/ nuc(T ) Base para Imagem: {(0, 1), (1, −1)}
T (x, y) = 5x − 2y d) v ∈ nuc(T ) dim Im(T ) = 2
7) 8)
a) λ1 = 2 e λ2 = −1 a) λ1 = 0, λ2 = 4 e v1 = (−y, y)
v1 = (2y, y) e v2 = (−y, y) com y = 0 v2 = (y, y) com y = 0
b) λ1 = 1, λ2 = −1, λ3 = 2, v1 = (−z, z, z), b) λ1 = 1, λ2 = 2, v1 = (−y − z, y, z) e
v2 = (0, −3z, z) e v3 = (0, 0, z) com z = 0 v2 = (0, −z, z) com y e z = 0
y
c) λ1 = 6, λ2 = 1, v1 = ,y c) λ1 = 4, λ2 = 2, λ3 = −3, v1 = (x, 0, z, 0),
4
e v2 = (−y, y) com y = 0 v2 = (0, −5t, z, t) e v3 = (0, 0, 0, t) com x ou
z = 0 e t = 0
302
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
Caro(a) leitor(a), escrever as unidades sobre Geometria Analı́tica foi um grande desafio,
visto a enorme responsabilidade, por se tratar de uma das bases da matemática do ensino superior,
e também de extrema importância para as mais diversas áreas de conhecimento, das ciências
exatas e engenharias. A proposta deste material foi apresentar a Geometria Analı́tica de maneira
construtiva, com muitos exemplos e ilustrações que pudessem facilitar a compreensão dos assuntos
abordados.
No inı́cio da unidade 1, fizemos um estudo bem detalhado com os vetores, sua interpretação
geométrica por meio de coordenadas, vimos o conceito de combinação linear, produto interno,
produto vetorial e produto misto. É importante saber que os conceitos sobre vetores e multiplicação
de vetores têm extrema importância para o ramo da Fı́sica, pois essas teorias auxiliam na descrição
de vários fenômenos fı́sicos, desde a mecânica clássica até o eletromagnetismo. No final da unidade
1, estudamos as retas e os planos, deduzimos várias equações, sempre partindo dos conceitos
estudados no inı́cio da unidade, mostrando, assim, a importância dos vetores com suas teorias.
Dando continuidade em nossos estudos, vimos as equações de grau dois com duas variáveis
no plano cartesiano e obtemos as curvas cônicas. E, para concluir, na unidade 2, sobre Geometria
Analı́tica, fizemos um estudo bem detalhado das superfı́cies quádricas, sendo essa última um dos
principais objetivos deste material.
Nas três última unidade, abordamos os conteúdos da Álgebra Linear, que dão sequência
nos estudos da Geometria Analı́tica, no entanto, com foco nas equações lineares, matrizes, com
sua estrutura algébrica “herdadas” dos vetores no plano e no espaço tridimensional. O estudo
desta área é muito importante em alguns cursos. Finalizamos nossos estudos com os autovalores
e autovetores, que podem ser usados para solucionar equações diferenciais que descrevem um
sistema, como ondas, molas e queda de objetos. A Álgebra Linear fornece uma base para cálculos
mais avançados. No decorrer deste livro, vocês puderam perceber que em quase todos os tópicos
discutidos, utilizamos Matrizes ou Sistemas de Equações Lineares. Podemos dizer que as Matrizes
são uns dos alicerces para o estudo da Álgebra Linear.
Espero que o livro apresentado aqui possa, de alguma maneira, ter contribuı́do para seu
aprendizado e, principalmente, tenha dado uma base sólida para continuidade dos seus estudos.