Sintomas de Estresse em Concluintes Do Curso de Ps
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Resumo
Discute-se o estresse na vida acadêmica de estudantes concluintes de um curso de Psicologia da Região Norte do País.
Metodologicamente, é uma pesquisa exploratória, de abordagem quantitativa, procedimento de campo e transversal,
com amostra composta por 25 acadêmicos do décimo período do curso de psicologia de uma faculdade privada. O
instrumento utilizado foi o Inventário de Sintomas de Estresse de Lipp (ISSL). Os resultados foram analisados de
forma quantitativa por meio da frequência simples e percentual, apontando que 72% dos acadêmicos entrevistados
apresentam sintomas de estresse em um ou mais níveis (alerta, resistência e exaustão), enquanto o restante (28%)
não apresentou sintomas de estresse em nenhum nível. Foi feito ainda recorte de gênero: o sexo feminino apareceu
com maiores níveis de estresse. Em relação à faixa etária, os sujeitos com idades entre 36 a 42 anos mostraram-se os
mais prejudicados. Faz-se recomendação de acompanhamento psicológico dos referidos acadêmicos.
Palavras-chave: estresse; estresse em acadêmicos; formação em psicologia.
Abstract
This paper discusses the presence of stress in the academic life of students finishing a Psychology course in the
North of Brazil. Methodologically, this cross-sectional study made use of an exploratory, quantitative approach, with
field research. The sample was composed of 25 students of the tenth semester of a Psychology course of a private
college. The study made use of the Lipp’s Inventory of Stress Symptoms (LISS). The results were quantitatively
analyzed through simple frequency and percentage, indicating that 72% of the surveyed students display symptoms
of stress in one or more levels (alarm, resistance and exhaustion), while the rest (28%) showed no stress symptoms
at any level. As to gender, females appeared with higher levels of stress, and subjects aged 36-42 years were the most
affected. It is recommended that the said students seek counseling.
Keywords: stress; stress students; psychological training.
* Psicólogo, Mestre em Psicologia/PUCMG, Doutorando em Psicologia pela USAL-AR. Professor das Faculdades Integradas de Cacoal-RO. Email: kebelas-
sis@yahoo.com.br
** Graduada em Psicologia pelas Faculdades Integradas de Cacoal-RO. Email: anasilvapsico@hotmail.com
*** Graduada em Psicologia pelas Faculdades Integradas de Cacoal-RO. Email: marianalopes28@hotmail.com
**** Graduada em Psicologia pelas Faculdades Integradas de Cacoal-RO.
***** Graduada em Psicologia pelas Faculdades Integradas de Cacoal-RO. Email: thay_777@hotmail.com
24 Cleber Lizardo de Assis et al.
como o sigilo e anonimato. Foi entregue o Termo de quência simples e percentual e depois apresentados por
Consentimento Livre e Esclarecido em duas vias, sendo meio de quadros e gráficos.
uma para o participante e outra para as pesquisadoras,
seguindo de aplicação coletiva. Resultados e discussão
Os resultados foram analisados de forma quantita- De acordo com os resultados encontrados na pre-
tiva, com respostas apuradas pela contagem de pontos sente pesquisa, 72% dos acadêmicos entrevistados apre-
em cada item (parte). Depois, os resultados de cada par- sentavam sintomas de estresse em um ou mais níveis
ticipante foram comparados ao escore total para o sexo (alerta, resistência e exaustão), enquanto o restante não
masculino e feminino e quanto à média de idade. apresentava sintomas de estresse em nenhum nível (Grá-
Os resultados foram analisados por meio de fre- fico 1).
Dentre os sujeitos do sexo feminino, 16 apresenta- Pode-se observar no Gráfico 3 que 36% dos sujeitos
ram algum nível de estresse ou a combinação de mais de que estão no nível de resistência correspondem à cate-
um, enquanto cinco sujeitos não apresentaram nenhum goria de idade entre 21 a 25 anos. Na mesma categoria,
nível de estresse. Já em relação ao sexo masculino, dois 20% não apresentam estresse, 4% apresentam resistência/
sujeitos apresentaram dois níveis de estresse: resistên- exaustão e outros 4% apresentam a combinação das três
cia e exaustão e outros dois sujeitos não apresentaram fases. Na categoria de idade entre 26 a 30 anos, 8% estão
nenhum sintoma de estresse. na fase de resistência e 4% não apresentam estresse. De
Em relação ao sexo feminino, os níveis de estresse 31 a 35 anos, 4% estão na fase de resistência e outros 4%
mais evidenciados foram a combinação de resistência e não apresentam estresse. E na categoria de 36 a 42 anos,
exaustão (57,1%), ou seja, esses sujeitos estão nas duas 8% dos sujeitos apresentam a combinação dos níveis
fases. Outros 14,3% estão somente na fase de resistência resistência e exaustão, enquanto 4% estão somente na
e 23,8% não apresentaram estresse. A combinação dos fase de resistência e outros 4% não apresentam estresse.
três níveis foi a menos frequente. Assim, chega-se à conclusão de que os sujeitos com
Esses resultados vão ao encontro dos encontrados idades entre 21 e 25 anos apresentam maior frequência
por Milstedet al. (2009) em sua pesquisa, pois a maioria do nível de resistência. No entanto, dos 36 aos 42 anos,
dos sujeitos encontra-se na fase de resistência, enquanto apesar de a frequência ser menor, o nível de estresse
a fase de alerta foi a menos frequente (Gráfico 2). “exaustão” é mais prejudicial. Portanto, os sujeitos com
idade entre 36 a 42 anos são os mais prejudicados com
o estresse (Gráfico 3).
Faz-se, portanto, recomendação da necessidade de Lipp, M. E. N. (2001). Estresse emocional: a contribuição de estressores in-
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ao estudante maior segurança, proporcionaria o desenvol- Martins, M. G. T. (2007). Sintomas de stress em professores brasileiros. Disser-
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futuro psicólogo pode ser ministrado àquele que breve- Tosi, S. M. V. D., Pacanaro, S. V. & Barrionuevo, V. L. (2008). O inventário
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