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susrdnta 04 LINGUA PORTUGUESA MORFOLOGIA 0 LExICO portugués, amalgam lingistico do latim vulgar da transformado em romango, foi, a partir do século lismos e grecismos)- ‘No contato com as lteraturas francesa e provengal, o vocabulirio dos trovadores herdou galicismos: talan (= vontade), cochon (= vi verges (= vergel), sazon, par Deus, 0 sufixo -age e provengalismos: tendedor(= namorado), mege (= médico), senber, cor (em vez de coracor cousimento (= discrigao), trova, trovador (= senso}, prez (= prego), éu (= grave, com o sentido de pesado, dificil), maloutia (= doen« ae prazer), lousinbar (= lis Le meodadis (f) ‘Uma avassaladora influéncia provencal nas cantigas de amor galego- portuguesas distingue-as das cantigas de amigo, de inspiracio predomi- nantemente folclérica, ainda que nestas também se verifiquem alguns vestigios da influéncia estrangeira. laz ‘Oriundas, na sua quase totalidade, da camada popular, uma ou outra palavra atestaorigem semi-erudita. Assim, destacam-se alguns grecismos ‘como astronomia, fisico, clérigo, carta, igreja, paroco, diabo, anjo, © alguns nomes préprios vindos da literatura eclesidstica, como law, André. Em suas Ligées de Filologia Portuguesa, Carolina Michadlis de Vasconcelos explica: [--] na linguagem arcaica dos trovadores no havia vocabulos eruditos. Apenas alguns provengalismos, fancesismos e galeguismos ‘da prosa nacional, jé houve enorme confusio. Havia jé palaveas eruditas,extraldas do dicionério latino ou helénico, nao alteradas na boca do wulgo. Bess ‘em geral com todas a letras originais, tanto na prosa de notétio -arqueblogos, historiadores, como nos versos dos poetas antigos do século xv - até com letras que em Portugal nunca tiveram fungio privativamente sua”. 005, 27-Caroina Michadis de Vasconcelos, Ligbes de Flologia Portugues, p. 37+ e Impropriamente chamadas galeguismos, pois pertencentes a um perio» do em que tudo era galego-portugués, palavras como xe, adur, al, cas, quis, ende, fex0, senho, felon, ergo, des e per (adverti persistido com essas formas, na lingua portuguesa, podem ser citadas mais exatamente como arcafsmos", PROCESSOS DE FORMAGAO DE PALAVRAS Derivacao Prefixal Era fregiiente no portugués arcaico a troca do prefixo des por es. Exem- plos: esmaiar, espedacar, esterrar, estorvar. Derivacao Sufixal + Derivagio nominal 44) Na formagio dos aumentativos jé se empregava 0 sufixo -om, cor- respondente 20 moderno ~do, segundo se vé em jograron e citolon, aumentativos de jograr ou jogral, citola ou citara. sufixo -inho, que é0 mais geral e freqiientemente usado pela lingua atual para a formagio dos diminutivos, era também ja conhecido 5 Por vezes até, como ainda hoje sucede, de um 6) dimimtivos ona, donzcla onzcinha ogo smocel ou tmocelo -mocelinho mano tmanselou*manselomanseiho mote Frases que om Portugal Antgomente 4 Uniram que Hoje Regularmente se Igroram, de Fre Jonquim de Santa Ros de Viterbo (ed Lisboa, A. J-Femandes Lope, {de A Demanda do Santo Gras, orgasizao plo Padre Augusto Magne (Rio de Jncro,Tmpeensa Nacional, 3944, 90 Digitalizado com CamScanniA usTORIA DA LINGUA FORTUGUESA ©) O portugués arcaico tinha as terminagdes -vi, -bil, substitufdas mais tarde por -vel. Exemplos: sazodvil eb, semihivil Alinda hoje existem formas eruditas, como flébil, habil, nibil c formas derivadas como divisibilidade. + Derivagio verbal A formagio de verbos novos nao se compara a riqueza da derivagio nominal. ‘Todos 0s derivados verbais so verbos em -ar; nisso seguem uma tendén- ia, jé manifesta no latim vulgar, que substitu‘a, por exemplo, studere por studar, estudar, Hi uma s6 excecio: a dos verbos incoativos em -ecer, do latim -escere, Esa derivagdo é de grande vitalidade. Verbos em -ecer substituiram a muitos vverbos simples antigos em -ir, ou emparelharam-se com eles. Assim, havia ‘no portugués arcaico esubsistem até hoje verbos como guarnecer, guarecer ¢ florescer a par de guarnir, guarir e florr. Cf. texto anotado n° § (v3. Derivagao Regressiva © pronome arcaico xe, que vive ainda no galego como xi ou xe com valor expletivo ou ético, vem de x0, por derivagao regressiva: 0 latino tomou- s€ 0 portugués se. Em combinacdo com *lo desenvolveu-se assim: *se-lo > *se-0 > *sio > xo, de que xe é uma formagio regressiva””. Derivagao Imprépria ;pr6pria era um processo muito freqiiente no portugués ar caico principalmente no caso de verbos substantivados, que se encontrar 9.0L Edwin B, Wiliams, Do Latin ao Poruguls, ed, de Antonio Housiss, 2, Rio de Janie, 1973, 159 (Biblioteca Tempo Uaivtsiii, 37). 6 em construgdes como: “a meu cuidar”, “gram saber” e tantas outras. Cf. texto anotado n° 5. Composigao por Justaposigao e por Aglutinagao © pronome qual, unindo-se & 3* pessoa do singular do presente do indi- cativo do verbo quaerére (quaero - is - sivi ou sii situm - ére), formou 0 composto qualquer. Havia no portugués arcaico tao nitida consciéncia da composi¢ao desse pronome que no raro se colocava outra palavra entre © pronome 0 verbo. Exemplo: Texto anotado [N° 5: Latim, come qual creligo quer, entende. © adjetivo max, quando acompanhava o substantivo, numa composi- sao por justaposigio, podia conservaro Ide origem, como em mal-pecado (a par de mao-pecado), mal-dia e mal-talan. Em mal-barato, mal-ama- nhado, mal-lazerado, mal € advéxbio™. © artigo, sobretudo o definido, quer pela sua atonicidade, quer pelo seu carster essencialmente proclitico, fundia-se em geral com o substan- tivo que ele determinava; esse fendmeno ja se observava no perfodo mais antigo da Iingua e casos houve em que, nessa juncao com 0 substantivo, se perdeu toda a percepgio da existéncia do artigo. Exemplos: aleijao (< a+ lesione), arraia (< a + rai maluta (= uma lta), ametade (a + metade) (arc.). O demonstrativo latino hic, substituido ‘bem cedo po: ogano (= este ano), formado pela justaposigio de hoc com o substantivo anrio. O processo da aglutinagao explica a formagio do pronome x0 (*se-1o > *se-0 > sio > xo) € da preposicio des. A preposigdo arcaica des, segundo Diez, citado por Antenor Nascentes em seu Diciondrio Etimoldgico, € composta de de + ex. José Joaquim ameaga (< a + mina deixou vestigios no advérbio ar 20.CL Jost Joaquim Nunes, Cratomatis Arctic, ed, Lisboa, Clisica, 1943, p.xev. 28-4, Nascents, DiciondioEtimoligico, efi de Meyer Lab, Rio de Jeni, [cep r938- 6s Digitalizado com CamScannsnsTORA DA LINGUA PORTUGUESA ‘Nunes a explica também pelo processo da aglutinagio: “Em substituigo das preposigées que se perderam, a lingua criou outras, recorrendo para jsso aos mesmos processos usados com o advérbio, e portanto umas vezes ajuntou duas ou mais por forma tal que tém quase sempre a aparéncia de ‘um yocabulo tinico, como se vé em des (arc. e pop.) ‘A composi¢ao foi um proceso que muito enriqueceu o léxico da antiga lingua. AS CLASSES DE PALAVRAS Artigos Definidos Provenientes do acusativo masculino ¢ feminino do pronome de- ‘monstrativo Latino (ille ~ ila illud), os artigos definidos assumiam, jé ‘nos primeiros documentos da lingua, as formas 0, a, os, as, lo, la, los, las tas vezes combinavam-se com por, sobre, todos llo < porlo < por lo}, sobelo ou sobolo (< sobello < soberlo < sobre lo), todolos (< todos los) a par de todos los & ambolos {< ambos los) a par de ambos los. Além de lo, la ou o, a, possuia a lingua antiga outro artigo definide: cel, que hoje s6 se emprega precedendo a palavra rei, mas que antigament se antepunha também a conde e alcaide. Quanto a origem de el ha varias ‘opinides: para Ismael de Lima Coutinho e Carolina Michaélis de Vaseon” Portugues, 9.208), 66 en 1 é de origem espanhola; Leite de Vasconcelos e Antenor Nascentes explicam-no como forma apocopada de elo e J. J. Nunes explica: “Nao ‘me parece que a mesma forma latina illu-tivesse produzido, sob influéncia idéntica,a préclise, duas diferentes, antes afigura-se-me que ele represente apenas 0 caso nominativo desse pronome, ou seja, o pessoal masculino da 3+ pessoa, que nos escritos antigos aparece escrito ora na sua forma plena, isto é, com -e, ora sem ele”, [Nas expressdes arcaicas almeos ou almitos, aldemeos ou aldemitos, alfim, alvez, 0 al equivale & preposi¢ao a mais o artigo lo, la, tendo caido 0.0 04 0.4 devido ao carter proclitico do artigo e também porque tais construgdes soavam como se fossem uma tinica palavra. Nesse caso, 0 -I-nao desaparecia por nao se encontrar entre vogais. ‘Todavia, talvez por influéncia do castelhano, essa supressio no se deu em expresses como: a la fé, a la par, a la mira, tamalavez, a cabo la mar, a las mil maravilbas e outras. Costumava-se omitir 0 artigo definido antes de substantivos designa- tivos de coisas personificadas ou de contetido semantico muito abrangente, ‘0u, ainda, antes de verbos substantivados. Exemplo: ‘Texto anotado 1N* 1: baylava corpo velido, Indefinidos © artigo indefinido, proveniente do numeral cardinal a seguinte e latin lati 5 portugués lssico ulgar areaico ‘tual um ‘ine a um unas as Gas wumas +33.Compéndio de Gramubia HistricaPortguess 252, 6 Digitalizado com CamScannisrOnia DA shu PORTUGUESA Exemplos: ‘Textosanotedos N° 8:his, bia, hua Neg: hus Até pelo menos o século xv, persistiu a antiga forma masculina iu, ‘que depois se reduziu & forma atual: wn; mas na femi zasio, depois do século xvi, produziu um -m- sob influéneia do w nasal 1a iia, @ nasali- (assimilagao incompleta). Substantivos Foi no fim do século xt ou inicio do século x111 que os nomes préprios de pessoas se fixaram e “au prénom, seul indiqué jusque-Ia, s’ajoute doré- navant une deuxiéme appelation, tirée de la profession, de état, ou d’un sobriquet". Assim: Lourenco Annez Redondo, Mem Muniz Honrado, Afonso Eanes de Coton. “Também era costume indicar a filiago, aglutinando-se -ci ao nome do pai. Assim: Gongalo Fernandici = Gongalo, filho de Fernando. Esta desinéncia, que iva, abrandou-se em -z, que hoje é geral- mente -s: Rodriguici > Rodriguez > Rodrigues". Exemplo: Texto anotado Neg: Estevez Adjetivos Os adjetivos no portugués arcaico registram, em sua grande maioria, um estagio da evolucao metaplistica do acusativo dos adjetivos la Exemplos: 4: Laine Host, Troadous et cours demon, $e, te, at Pees Unneiai France, 1966 p39. ice Preis, Grammatce Hore, 2c, mth, S80 Palo, Serio de Ob TO 94 162. oe | | | ‘Textos anotados IN* 5: « boro < bonum Ne 8+ maa < mala < malam Neg: mayor « majore < majorem Flexo dos Substantivos e Adjetivos Genero lferentes: os substantivos fim, mar, + Substantivos arcaicos de géneros di coragem, linguagem planeta e cometa eram femininos e tribo, gente, e linhagem, masculinos. Femininos dos nomes em -dor, -for, -or, ol, -nte, és: 05 nomes com estas terminacées eram uniformes (ou bigéneres): sabedor, entendedor, sfante, portugués. CE. texto anotado n° 3: 5a que eram biformes. pastor, senhor, espanh senhor. Constitufam excegGes cortés e montes, Observacies: | a) A forma portugués continuou invaridvel por muito tempo ¢ subsiste no advérbio portuguesmente. b) Raramente aparece nos Cancioneiros a forma senhora. + Feminino dos nomes em -om: no portugués arcaico os nomes em -om faziam o feminino em -6a ou -6a. Exemplos: infangoa infangom = O n, segundo a regra, nasalou a vogal precedente, caindo depois a ressonincia nasal. Todavia alguns nomes, como mocetao, comilio ¢ glutdo, conservam ainda 0 n primitive no feminino. Nimero Provindo tanto 0s substantivos como os adjetivos do caso acusativi continuam naturalmente uns ¢ outros a adotas, na formacio do plural, as desinéncias em uso na Lingua latina, isto é: 6 Digitalizado com CamScannsusrénia 94 UtcuA PoRTUGUTSA -s nos nomes terminados em vogal. es nos nomes terminados em consoante. Exemplos: ‘estos anotados Ne pportugueeses Ns: coragées Nex: reictores secollaces Observagéo: “Os nomes que atualmente terminam em -al,-ol no v. port. de acordo com a tradico latina, em -al capitales, sol-soles, paul-paules. Do século xvi em di intervocilico, fixaram-se os plurais ~capitaes, soers, paues. O |, entretanto, resistiu nas seguintes palavras, que constituem atualmente exceges: males, reales, cales, cénsules”**, + plural em -es de nomes terminados em se 2: nomes terminados em s € -zque modernamente nao se modificam no plural, no portugues arcaico formavam o plural com 0 acréscimo de es. faziam o plural Observagio: As formas plurais modernas explicam-se pelas antigas, tendo havi- do a queda da vogal posténica ¢ a assimilagao do -z ao -s: simprezes > simprez's > simples. + plural dos nomes em -io: devido & nasalidade comunicada pelo & vogal anterior, as terminagGes latinas -anu, -ane,-one e-udine sofreram. a seguinte transformagio: Latin Portugués ane > a 26,Bduardo Catlos Perera, obra cit, 243. cuding > be [A diferenga entre essas terminagées manteve-se até o século xv. No plural continuava a distinglo origindria: frre : Assim: pagans > panes > smaticadines > Exemplo: ‘Texto anotado w Entretanto, na segunda fase, freqiientemente confundiam ~do e -om, resultando dai que alguns dos nomes em ~do faziam 0 seu plural como se terminassem em -om e vice-versa. A confusio entre estes plurais na ingua arcaica é causa de terem ainda hoje algumas palavras, além do plural préprio, outro por analogia. Exemplos: aldedos, aldedes, aldedess andes etc. anciaos, ancides, ancides; and Assim também se devem explicar as formas arcaicas sdes, does dom), certamente por analogia com os nomes de tema em consoante (7), como ligao (arc. ligom), ledo (atc. leom) etc. ¢ carvGos, que ocorrem ao lado das regulares: sons, dons e carves. “Pelo mesmo motivo vero, capitao outros fazem no plural verdes, capitdes, apesar de terem o tema em 6, tendo sido a desinéncia des a preferida pelo povo para a formagao do plural dos rnomes que hoje terminam em ao € antigamente faziam em om”, Digitalizado com CamScannisroMA DA Lixcua ponrucuEsA * plural arcaico em -ees: aos atuais plurais em -eis e éis correspondia o plural arcaico em -ees (proveniente de -iles, les). Exemplos: Latins Portugués arcaico fides fees iis fossles fossees foscis Grau ‘A substituigdo de formas sintéticas do comparativo e do superlativo por formas portugués arcaico. Embora o portugués arcaico mantivesse v. sintéticos latinos nas formas: melhor, pior, maior ou mare meor ou menor, pronunciadas com o fechado, tinha preferéncia pelas formas analiticas de gradagio dos adjetivos ¢ também dos advérbios, construindo-as com ‘mais ou chus, meos ou menos, tam e mui. Exemplos: cas, que principiara no latim vulgas, consumou-se no igios dos comparativos ‘Textos anotados 1N* 5: mui bdo, fam muito (= muits ide, melhores caualeizos 30), mu melhor, mui bem Os superlativos em -issimo, -limo ¢ -rimo s6 penetraram na lingua portuguesa, no século xv, por influéncia erudita, Pronomes Pessoais ‘Morfologicamente era o mesmo de hoje 0 pronome de primeira pessoa do singular, eu; a proniincia, todavia, era'com e aberto. 4° Empregava-se o pronome de terceira pessoa ef ao lado de elle (< Elle tornou-se el devido a préclise. O plural deste pronome se fez. cons0- ante a regra dos vocébulos terminados em vogal, ou seja, com a adigio de um -s, abandonando o respectivo plural latino. n Os pronomes obliquos thie his eram as formas arcaicas dos pronomes de terceita pessoa: Ihe e lhes. ‘Mego, tego, de mec, tect, {formas devidas & influéncia dos pronomes mi, da preposigdo com. ; © latim secum (se cum), decerto por analogia com micum e ticurn, se também em sicum, dai resultando as formas duplas s¢go ito tempo se empregaram simultaneamente. Sigo empregavam-se ao lado de migo, tigo ti) ora s6s, ora precedidos ‘convertet e sigo que durante 2 , mmedés significava “consigo mesmo” ou “consigo mesma”. ‘Nos textos arcaicos mego ou migo, tego 01 tigo, sego ou sigo, nosco ‘vosco aparecem freqiientemente sem a preposicéo com. + pronome ti, quando sepuido dea ot 0, sofreu a influéncia dessas vogais e se palatizou em cha ou cho, donde se originou a forma che que, no perfodo arcaico, equivalia ao dativo ético. ‘Além de tie de si havia tim ¢ sim por analogia com mim. Nos, vos, 0, a, 05 € as apresentavam jé a forma que tém hoje. Ao lado de 0, a, 0s e as havia também lo, la, los e las. "No € 0 mesmo pronome arcaico fo. Quando as formas acusativas do latim vulgar de file eram justapostas a formas verbais terminadas em 7, 01 se tornow 7 por assimilacZo, havendo depois simplificagao das geminadas. Quando as formas acusativas (de fle) eram justapostas a umas poucas pa- ago ocorrias assim: non no", lavras terminadas em m, a mesma modi © pronome arcaico xe, que vive ainda no galego como xi ou xe, com expletivo ou ético assim como che (< cha, cho < ti +a, ti +0), vem de xo, por formacao regressiva: o sé latino tornou-se o portugués se. Em combinagio com lo desenvolveu-se assim: *se-lo > *se-0 > *sio > xo, de que xe € uma formagio regressiva””. Exemplos: a Digitalizado com CamScannsusTORIA DA LINGUA PORTUGUESA Possessivos Por analogia com o possessivo formaram-se também teu e seu (do latim titu-e situ). Em textos antigos aparecem os pronomes meu, feu, seu escritos também me0, to e seo ¢ algumas vezes ‘mou, tou € som. No feminino subsistiram as mesmas formas latinas referentes a 2° ¢ 3? pessoa do singular (tua-, sua-). © mesmo nio ocorreu com mea-, cujo no lati vulgar, talvez por dissimilagio, por se encontrar diante de a (hiato): mia. Este pronome mia, que também se escrevia mba e se pronunciava mid, transformou-se em mia, de onde provém minha, que j se encontra no portugues arcaico. @ se transformara em i, Observagées: a) “Estas trés formas mia, tua, sua, quando seguidas de converteram-se, j4 no latim vulgar, em virtude de pi ta, sa, sendo aquelas empregadas, quando tdnicas, e, estas, quando ftonas; note-se, porém, que esta distingao entre formas ténicas ¢ tonas nao era rigorosamente observada na antiga lingua, que por vezes empregava as primeisas em casos em que se deveriam esperar as segundas, ou seja, quando antepostas a um substantivo. Exemplos: sa alma, ma mio, ma madre, sa linhagem, sa molher, sa avoo 2 pat de: mha madre, sua avoo, mha mao propria”. 5) Alguns possessivos empregavam-se substancialmente em algumas expressées, como: pollo mex, pollo teu, pollo seu etc. com o sentido de: “por meu interesse”, “por minha causa” etc. ©) Nossoevosso eram os pronomes correspondentes a primei " da pessoa do plural, provenientes de nostru(m) ¢ vostru(m). (O latim a segun- 30.Jost Joaquim Nones, Compéndio de Gramtca Histrica Portuguesa, 242 ” classico vestrums, decerto por analogia com nostrum, transformou-se ‘nostro era usado apenas na locugio Nostro Senbor, quan- do refetida a divindade; quando se tratava da pessoa do rei no se usava nostro, mas dizia-se “nosso senor el-rey”. ° ‘A forma feminina do pronome: vossa, certamente por seu constante uso no tratamento: vossa mercé, perdeu a silaba final, restando 0 pronome de tratamento vocé ao lado de vossemecé. Exemplos: ‘Textos anotados IN? 2: meu amigo, mia sanha [Ne 3: sa senor, voseo ben N° 4: mia pousada 1eu cuyda, Nostro Senor Demonstrativos Este (< iste), esse (< Ipse), esto (< istud), ess0 (< ipsum), ef ou ele (< elo ou lo (¢ illud) as formas compostas aquel ou aquele (< eccu aqueste (< eccu Iste), aquesse (< eccu Ipse), aquesto (< ecu istud) © aquelo (< eccu illud) além de medés (< *medesse < metipse < ego met ipse) e meesmo (< metipsimu < ipsimus < ipsissimus < ipse issimus) eram 05 demonstrativos mais usados no portugués arcaico. Observagdes: 4) Embora raramente se encontre medeses, a forma arcaica medés, muito usada, era quase sempre invaridvel, como a maioria dos nomes em -és. Até 0 século xv no havia muita diferenca entre as formas simples fe compostas dos demonstrativos; assim, aqueste, aquesse, aquele, aquesto, *aquesso, aquelo usavam-se como sindnimas de este, esse, el on ele, esto, ess0 € elo. Mais tarde, todavia, as compostas desa- 6) 2s Digitalizado com CamScanninsv6n1A DA LINGUA PORTUGUESA pareceram de uso, com excerio de aquele que suplantou a forma simples el ou ele porque esta, bem cedo, passoua suprir a 3* pessoa dos pronomes pessoais. Ende (do advérbio latino inde), reduzido a en por prdclis isso, disto, a respeito disso. Sua -acao gramatical € disc I ‘Nunes ora classifica-o como advérbio (Compendio de Gramdtica Histé. rica Portuguesa, p. 343), ota como pronome demonstrativo (Crestomatia Arcaica, pp. 226 e 564) ¢ Peixoto da Fonseca prefere analisé-lo como pro- nome pessoal". O francés eo italiano, linguas em que essa forma persste (ene ne), consideram-na pronome pessoal. O fato é que j& no portugués arcaico comegou a sua substituigdo por um complemento preposicionado. £ 0 que se conclui, comparando esses dois exemplos: “tod’ome que em seja sabedor” (v. 28 ~ fexto anotado n° s) e “de que non sera sabedor” (v. 27 ~cantiga 486 de Il Canzoniere Portoghese della Biblioteca Vaticana), que de en, forma encurtada de outra, ende, com a qual coe- \gua atual apenas conserva o seu composto aquém, que outrora concorria com aquende, Exemplos: \*7: alles esto fallando,e vio esto, nom Ihe aprouue hende, aaquella casa, depois ue esto disse [N° 8: esta augua, a tra fazia esto, 0 cratofezeo, assy, esta batalha, aquestahestorisy este doutor, esto sse demostra esta cidade, d'esto se segue gram dapno, essa gidade, estes liusos {38 “Pode também considerarse como pronome indefnido segundo J.J. Nunes. ende ow om det 4 price (do advtbio latino nde), de signicado dela dels delas, dso ety med talve pr ns” (Nopdes de Histria da Lingua Portuguesa, p72). 38:CE, Jos Joaquim Nunes, Camtigas d’Armigo dos Trovadores Galego portugues ico ‘acompanhada deintrodusio, comentisis,varanese glssiio, Coimbra, Imprensa da dade, 1938, 3 voles ver vol p. 376 6 Indefinidos ‘Alem dos indefinidos que hoje se enumeram, empregavam-se: atal eatanto < tale ecantu- ‘nulho (nulhos, nulha, nulhas) < sulla alia < *aliqu’una- ou *alicuna- nengau ow ningiu < ec unu- nengia ou ningia < rec una- niu ou atu < 1 Go («nec bu) < guisque < ‘quem quaerie < ‘que quaerie « ‘quale quaerit ‘quantoquer < quanto-quaerit ‘qualxequer ou quabxiquer < quate xe quaesit uexiquer < que xe quaerit quemsxiquer (on quenxiquer, < ‘quem xe quaerit < quanta < ali-quannu- < jam quantum < iquod rem < sing(u}los* Observagies: 4) © pronome atal usava-se também posposto a outro, ora junto ora separado dele pela palavra que: outro tal ou outro que atal. As formas atal e atanto documentam-se ainda em escritos do século xvi, 6) O indefinido nulho (= nenhum}, que figurava com muita freqiiéncia na poesia dos trovadores, nio pode ser explicado diretamente da forma latina nullu, porque a evolugio de ll para Ih era contréria a0 33.0 mubsaniv rem («cose ito emprepo no port asco ecoexsia com substantive 34:0 grup gf pss a Bh "Em senhor deta sin lh 0 conto nos. Ao lado de senos havi a formas tenhose sendos. (scales) 3 natal antecedent, que depois fo abrorvida pelo que subsist em espanbol, corre deerto a dsimiagdo 7 Digitalizado com CamScannMISTORIA DA LINGUA PORTUGUESA génio da lingua; cré-se que foi importado do provengal ou do cas- telhano, “Nao parece ter sido longa a sua vida e em seu lugar ficou mul, de significasao ¢ emprego um tanto diversos, pois, enquanto o arcaico era sindnimo de ‘nenhum’ e antecedia 0 substantivo, 0 de hoje vale por ‘de nenhum valor’ **5. Em castelhano escreve-se ‘mas pronuncia-se mulho. Além de nulho, existia também nul. (Ex. texto anotado n° 3, nota 10.) Nengiiu e nenbum empregavam-se como pronomes substantivos pronomes adjetivos. d) O pronome indefinido quis, que ainda tinha aparéncia de latinismo, cra tipicamente galego. Com a mesma significagao de quis conhecia- se 0 pronome cada, origindrio da preposi¢ao grega katd, de se distributivo, a qual parece ter sido vulgarizada nas regides do Mediterraneo pelos mercadores gregos. Os indefinidos arcaicos quis, quis cada um e quis qual tem todos a mesma significagio: cada um, alguém. ¢) Quemquere quequer eraminvaria pessoa”, ¢ quequer, “qualquer coisa”. A Opronome qual (< quale-), unindo-se a 3* pessoa do singular do pre- sente do indicativo do verbo quaerére, formou o indefinido qualquer. Entretanto, nessa época, era comum colocar outra palavra entre 0 pronome ¢ 0 verbo. Exemplo: quemquer significava “qualquer Texto anotado NP s:e Latim, come qual ereligo quer 8) Quantoquer designava quantidade e qualquer, qualidade. bh) Qualxequer ou qualxiquer, quemxiquer ou quensiquer e quexiquers compostas pelo acréscimo do pronome xe as form tentes, subsistiram ao lado destas, como sinénimas, até o século XVI i) Jé-quanto ejé-que tinham o sentido de “um pouco”, “alguma coist"»® ‘alquanto significava “muito” e “um pouco” (= uma certa quantidade)- Esses indefinidos exerciam também as fungées de advérbio. 435-Jost Joaquim Nunes, Compandio de Gramitca Hstrica Portuguesa, p.263- 8 j) Algorem ou algorrem sio composigdes pleonisticas, pois significam ‘o mesmo que seu primeiro elemento componente: “algo” (= alguma coisa). ‘A palavra todo, usada como pronome substantivo, com o sentido de tudo, ¢ como pronome adjetivo, com o sentido de todo, como ainda corre no galego eno castelhano, apresentava nos dois casos a mesma forma, até o comeco do século xv1. A criagao do pronome substantivo invariével tudo é de data relativamente recente. senlhos, senhos e sendos sao vestigios do numeral distributivo ‘singulos. Significavam no portugués arcaico: “cada um o seu”, “um Em espanhol moderno sendos e senhos esto assim ‘adj. pli diz-se de dois objetos da mesma natureza, m) a cada ur dicionarizad: pertencentes a duas pessoas, cada uma das quais leva o seu’ ‘Al como pronome substantivo indefinido significava “outra coisa”. Exemplo: cobras, porque ll dizem com as lingnoas c al teem nos seus 0) O substantive rem, precedido de negativa ou da preposicéo “sem”, cequivalia a0 indefinido jé entio existente: “nada"”. Unido a algo, deu-nos o pronome indefinido arcaico algorrem (= alguma coisa) p) Nemigalha e namigalha também equivaliam ao indefinido “na Migalha representava *micacula, diminutive’ do substantivo {= migalha, pedacinho); precedido de nem (nem-migalha) deu, por dissimilagao, nemigalha ou namigatha, Exemplos: ‘Tertos anotados (vide nota x2), mit tanto Sgurada em s6.Nove Diccionario Heypankol-Porapues ¢ PortguesHespanol com a prondn pare. babes as ings pelo Vaconde de Wii, Buenos Aires, Edorial Sophos, [944] s7-Proveninte do ajo verbal mat. » Digitalizado com CamScann
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