Neurociências e Comportamento Unidade 1 - Aula 1 2

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HISTÓRICO

Bibliografia
Bibliografia
Primeiros estudos anatômicos
Primeiros estudos anatômicos
Consciência 1. Filos. Atributo
altamente desenvolvido na espécie
humana e que se define por uma
oposição básica: é o atributo pelo qual o
homem toma em relação ao mundo (e,
posteriormente, em relação aos
chamados estados interiores, subjetivos)
aquela distância em que se cria a
possibilidade de níveis mais altos de
integração.

Mente versus Cérebro


Cognição. | Do lat. cognitinoe|. S.f.
1. Aquisição de um conhecimento
2. P. ext. Conhecimento, percepção.
3. Jur. Fase processual duma demanda,
em que o juiz toma conhecimento do
pedido, da defesa, das provas, e a
decide, em contraposição à fase
executória

Mente versus Cérebro


Consciência, então, além do processo
de cognição ou “tomada de
conhecimento da própria atividade
psíquica”, definição do Aurélio bastante
semelhante a (1)”ter ciência do seu
ambiente e da sua própria existência,
sensações, e pensamentos”, é a condição
de (2) ser “capaz de pensamento,
volição, percepção”, (3)”conhecer ou
sentir subjetivamente”, (4) ter
“intencionalidade e deliberação”, e (5)
estar “atento ou sensível interiormente”.

Mente versus Cérebro


Neuroanatomia (“o ramo da anatomia que
lida com o sistema nervoso”, ou “ a estrutura
neural de um órgão ou parte”);

Neurobiologia (“o estudo biológico do


sistema nervoso de qualquer de suas partes”);

Neuroendocrinologia (“o estudo da


interação entre o sistema nervoso e as
glândulas endócrinas e suas secreções”);

Neurofarmacologia (“o estudo da ação de


drogas sobre o sistema nervoso”);

Neurociências
Neurofisiologia (“o ramo da fisiologia que lida com
as funções do sistema nervoso”)

Neurogenética (“o estudo de fatores genéticos que


contribuem para o desenvolvimento de distúrbios
neurológicos”);

Neurologia (“a ciência médica que lida com o


sistema nervoso e seus distúrbios”);

Neuropatologia (“o estudo científico de doenças do


sistema nervoso”);

Neurociências
Neuropsicologia (“o ramo da psicologia que lida com a relação entre o
sistema nervoso, especialmente o cérebro, e funções cerebrais ou
mentais como a linguagem, a memória e a percepção”);

Neuropsiquiatria (“o estudo médico combinado de distúrbios


neurológicos e psiquiátricos”);

Neuroquímica (“o estudo da composição química e dos processos do


sistema nervoso e dos efeitos de substâncias químicas sobre ele”);

Neurorradiologia (“o ramo da radiologia que lida com o sistema


nervoso ”ou” o uso de raios X no diagnóstico e tratamento de
distúrbios do sistema nervoso”);

Neurociências
A palavra “autopsia”
significa, de modo estrito,
“ver a si mesmo,” “fazer
uma inspeção pessoal.”
Porém, o seu significado
ficou restrito à dissecação
de um corpo para a
verificação da causa da
morte e, ou da natureza das
doenças; sendo sinônimo de
necropsia, necroscopia.

Estudos anatômicos humanos


Início dos Estudos anatômicos
Hipócrates de Cós
(468-377a.C.),

Estudos anatômicos humanos


Quente Frio

Seco Úmido

Amargo Doce

Alcméon de Crotona (c. 510 a.C.)

Estudos anatômicos humanos


Estudos anatômicos humanos - papiros Edwin Smith
Estudos anatômicos humanos - papiros Ebers
Herophilus (335-280 a.C) e Erasistratus (c. 310-250 a.C) -
primeiras descrições mais detalhadas do cérebro humano,
especialmente dos ventrículos cerebrais – Egito.

Primeiros estudos anatômicos


Para Aristóteles a psique era uma
entidade independente do corpo.
Essa ideía somente foi refutada com
Descartes, já na era moderna (1649),
ou seja, quase duzentos anos depois
Aristóteles
384 a.C. - 322 a.C do término da Idade Média.

René Descartes
(1596 – 1650)

Doutrinas com relação à localização da mente


Pai da doutrina humoral, base da
fisiopatologia geral. Dos quatro
humores fundamentais dependiam
também os temperamentos dos
indivíduos: sanguíneo, colérico,
melancólico e fleumático, cujas
perturbações constituíam a própria
doença

Clarus Galenus, c.(130-200 d.C.),

Estudos anatômicos humanos


.

Estudos anatômicos humanos


“...forneci demonstrações que
provam que a alma racional fica
alojada no encéfalo; que esta é a
parte com a qual raciocinamos; que
ela contém uma quantidade muito
grade de pneuma psíquico; e que
esse pneuma adquire sua qualidade
especial própria através da sua
elaboração no encéfalo.”

Galeno, foi o primeiro anatomista a descrever os ventrículos cerebrais

Doutrina Ventricular – Cláudio Galeno


1. O primeiro ventrículo seria
relacionado à cognição, ao
pensamento, e a motricidade;

2. O segundo ventrículo seria


relacionado à emoção;

3. O terceiro ventrículo seria


A doutrina ventricular foi relacionado à memória
estabelecida pelo clero no
século IV dC

Doutrina Ventricular – Interpretação das ideias de Cláudio Galeno


Paralelo entre a Doutrina Ventricular e a Santíssima Trindade.

Doutrina Ventricular – Interpretação das ideias de Cláudio Galeno


1. Primeiro ventrículo:
“fantasia” (sensos communis) e
representação.

2. O segundo ventrículo:
imaginação racional e o
discernimento (estimativa)

3. O terceiro ventrículo:
retenção e recordação
Abu Ali Huceine ibne Abdala ibne Sina

Doutrina Ventricular – Avicena


Ventrículo anterior: Reúne as mensagens
dos órgãos dos sentidos, a (fantasia) e a
imaginação (imaginativa).

Ventrículo mediano: local onde ocorre o


pensamento (cogitativa) e o discernimento
(estimativa).

Ventrículo posterior: memória (memoria)


G. Reisch (1503)

Doutrina Ventricular – Gregor Reisch (1503)


Concepções Variadas da Doutrina Ventricular
Os ventrículos humanos não diferiam em formato dos de outros
animais
Andreas Vesalius – Pai da Anatomia Moderna
Leonardo da Vinci
(1452 -1519)

Leonardo da Vinci (1490)


Leonardo da Vinci
(1452 -1519)

Ilustração dos ventrículos feita por Leonardo da Vinci (1490)


Ilustrações dos ventrículos cerebrais feitas por Leonardo da Vinci (1505)
Michelangelo
(1475 -1564)

Anatomia por Michelangelo


Michelangelo
(1475 -1564)

Neuroanatomia por Michelangelo


Michelangelo
(1475 -1564)

Neuroanatomia por Michelangelo


Michelangelo
(1475 -1564)

Anatomia por Michelangelo


Michelangelo
(1475 -1564)

Neuroanatomia por Michelangelo


Michelangelo
(1475 -1564)

Neuroanatomia por Michelangelo


Para explicar como a mente controla o corpo Descartes sugeriu
que a mente estava inserida numa pequena parte do cérebro
denominada de glândula pineal, localizada no centro do cérebro ao
lado de cavidades cheias de líquidos - Os ventrículos cerebrais.

Visão de Descartes acerca da mente


“Os nervos eram
ocos, por onde
circulava o espírito
animal e que a sede
da mente estava
na glândula Pineal”.

Traite de l´Homme (1664)

Visão de Descartes acerca da mente


1° Todo o comportamento
emanava do cérebro;

2º Regiões do córtex cerebral


controlavam funções específicas,
sendo que o córtex cerebral não
agia como um órgão único, mas
Franz Joseph Gall era dividido em pelo menos 27
(1758-1822) órgãos;

3° O centro de cada função,


crescia com o uso.

A doutrina ventricular foi aceita até o século XIX


Mesmo os comportamentos
humanos mais abstratos
como a religiosidade e
generosidade, eram
relacionados a uma
determinada área cerebral,
incluindo até, um “órgão da
morte” presente em
Franz Joseph Gall assassinos.
(1758-1822)

Visão de Franz Joseph Gall acerca da mente


Repartir a mente em pedacinhos era
uma afronta à unidade da alma
exigida pela Igreja e uma ameaça à
unidade do estado.

Em 1805, Gall foi expulso do Estado


de Viena.
Franz Joseph Gall
(1758-1822)

Visão de Franz Joseph Gall acerca da mente


Os ventrículos eram apenas um resultado
acidental das dobras do cérebro, mais
ainda assim atribuía-lhes a função de
formação e circulação dos espíritos
animais.

Thomas Willis
(1621 -1675)

Formação dos Ventrículos


Descoberta de que as
circunvoluções
cerebrais eram uma
constante anatômica
em cada espécie animal.

Pierre Gratiolet François Leuret


(1814-1865) (1797-1851)

Circunvoluções cerebrais
Pierre Flourens Experimentos com
(1773 – 1831) Pombos

Pierre Flourens (1823-1924) - pai da pesquisa experimental cerebral


Área de Broca, relacionada com a expressão da fala
Carl Wernicke
(1848 – 1905)

Área de Wernicke
Friedrich Goltz
(1834 –1902)

Holismo vs Localizacionismo
Friedisch Gortz - 1890
J. Hughlings Fazia lesões localizadas no cérebro dos
(1863 e 1875) cachorros e os mantinham vivos por
longos períodos

Lesões no cérebro – função das diferentes porções


Karl Lashley
(1890 – 1958)

Experimentos de Lashley com ratos


Karl Lashley
(1890 – 1958)

Leis de Funcionamento Cerebral


Lei da equipotencialidade: designa a
capacidade de qualquer porção intacta de
uma área funcional desempenhar, sem
perda de eficiência, as funções normais
desta.

Lei de ação de massa: a eficiência do


desempenho de uma função complexa
diminui proporcionalmente com a
Karl Lashley extensão da lesão em áreas não
(1890 – 1958) especializadas do cérebro.

Leis de Funcionamento Cerebral


Theodor Schwann Os tecidos animais e vegetais são
(1810 e 1882) compostos por uma unidade básica – a
célula.

Teoria Reticular vs Teoria Neuronal


Foi o principal responsável por
demonstrar a validade da teoria
neuronal e a existência de espaços entre
Santiago Ramón e Cajal
as células nervosas (sinapses).
(1852 – 1934)
Ilustração de Santiago Ramón e Cajal
Charles Sherrington
(1857 – 1952).

Nomeou os espaços intercelulares dos neurônios de “sinapses”


Harvey Cushing
(1869 – 1939)

Estimulava o córtex de pacientes sob anestesia


Eletroencefalograma

Monitoramento da oscilações elétricas espontâneas no cérebro


Eletroencefalograma

Relação entre o eletroencefalograma e o estado mental


Técnica patch clamp
Tomografia por Emissão de Pósitrons - Metabolismo
Imageamento Anatômico por Ressonância Magnética
”Self ”
1. Proto-self
2. Self do núcleo
3. Self autobiográfico

António Rosa Damásio


(1944 – ).

Conceito de Proto-Self
”Proto -self ”
O seu "proto self" é a coleção de mapas
do cérebro que representam o estado
interno do seu corpo, sua corrente
sanguínea, o que ocorre no seu coração,
na sua postura e assim por diante. O
"proto self" é algo que você não presta
realmente atenção a não ser que algo
chame a sua atenção no corpo -

António Rosa Damásio


(1944 – ).

Conceito de Proto-Self
”Self do núcleo”
“Uma vez que você foca um objeto, como eu conversando com
você, esse objeto é representado em seu cérebro. E, por sua vez,
irá modificar fisicamente a forma como você está. Por exemplo,
você me olha e posiciona a cabeça e o pescoço de forma a construir
uma percepção adequada de mim. Assim, o que você tem na cabeça
agora são duas representações - uma dos sistemas internos de seu
corpo em um estado de mudança e uma do objeto externo, ou seja,
eu. Além disso, há outro nível no cérebro em que essas
representações confluem e seu relacionamento é mapeado. Esse é
o início do seu "self do núcleo" -um sentimento muito simples, do
aqui e agora, de que você existe como um organismo.

Conceito de Self do Núcleo


”Self autobiográfico”
Esse tipo de representação dispositiva que descreve nossa
autobiografia envolve um conjunto de fatos que definem uma
pessoa - o que fazemos, do que e de quem gostamos, quais tipos de
objetos usamos, que locais costumamos frequentar, que tipo de
interação temos com o ambiente que nos rodeia, onde moramos e
com quem trabalhamos, quem somos e quem são nossos amigos,
quais seus nomes e nomes de parentes próximos e distantes etc. O
"self autobiográfico", portanto, depende das lembranças
sistematizadas de situações que ocorrem durante o processo de
vigília ao longo de toda a vida de um indivíduo, gerando aquilo
que Damásio denominou de "memória autobiográfica".

Conceito de Self autobiográfico


Estudos anatômicos
Oração ao Cadáver Desconhecido
"Ao curvar-te com a lâmina rija de teu bisturi sobre o cadáver
desconhecido, lembra-te que este corpo nasceu do amor de duas
almas; cresceu embalado pela fé e esperança daquela que em seu
seio o agasalhou, sorriu e sonhou os mesmos sonhos das crianças e
dos jovens; por certo amou e foi amado e sentiu saudades dos
outros que partiram, acalentou um amanhã feliz e agora jaz na fria
lousa, sem que por ele tivesse derramado uma lágrima sequer, sem
que tivesse uma só prece. Seu nome só Deus o sabe; mas o destino
inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de servir a humanidade
que por ele passou indiferente."
Karl Rokitansky (1876)
Ao cadáver, respeito e agradecimento.

Oração ao cadáver desconhecido

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