LIVRO 03 - Ligas Metálicas
LIVRO 03 - Ligas Metálicas
LIVRO 03 - Ligas Metálicas
DOS MATERIAIS
Ronei Stein
Ligas metálicas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Você sabia que apesar da enorme variedade de metais existentes na Terra,
a maioria não é empregada em seu estado puro? Isso ocorre devido às
suas propriedades e seu elevado custo, fazendo com que eles sejam
empregados em forma de ligas, as quais possuem suas propriedades
alteradas em relação ao material inicial. Exemplo disso são as ligas de ferro
e aço, que representam cerca de 90% de todos os metais consumidos
pela indústria desde a Revolução Industrial, quando a invenção de fornos
que permitiam não apenas corrigir as impurezas do ferro, mas também
adicionar-lhes propriedades, contribuiu significativamente para a sua
melhoria a um baixo custo.
Neste capítulo, você vai estudar a classificação das ligas metálicas,
seus diferentes tipos de aço, o que é ferro fundido e quais são os seus
principais tipos, além de conhecer o que são ligas não ferrosas e de que
forma elas se apresentam.
As ligas com baixo teor de carbono são relativamente moles e fracas. No entanto,
apresentam ductilidade e uma tenacidade excepcionais. As aplicações típicas para
estes tipos de aços incluem os componentes de carcaças de automóveis, formas
estruturais (como canaletas) e chapas, que são usadas em tubulações, edificações,
pontes e latas estanhadas (CALLISTER, 2014).
É muito comum a adição de cromo, níquel e molibdênio nas ligas de médio teor
de carbono, pois estas melhoram a capacidade de serem tratadas termicamente,
apresentando várias combinações de resistência-ductilidade. Desta forma, estas ligas
são mais resistentes em comparação aos aços de baixo teor de carbono.
As ligas com médio teor de carbono são utilizadas em rodas e trilhos de trens, en-
grenagens, virabrequins e outras peças/componentes, que necessitam alta resistência,
resistência à abrasão e tenacidade (CALLISTER, 2014).
Os aços com alto teor de carbono, por sua vez, apresentam valores entre
0,60 e 1,7% de carbono, sendo estes mais duros e mais resistentes, porém menos
6 Ligas metálicas
Ferro fundido
Os ferros fundidos são uma família de ligas ferrosas com uma larga gama
de propriedades e, como o nome indica, são passíveis de ser fundidas na
forma desejada, em vez de serem trabalhadas no estado sólido (SMITH;
HASHEMI, 2012). Os ferros fundidos são denominados ligas de ferro-
-carbono-silício, que contêm basicamente de 2% a 4% de carbono e de
0,5% a 3% de silício (Si), os quais passam pela reação eutética durante
a solidificação (ASKELAND; WRIGHT, 2014). Desta forma, estes tipos
de ferros são mais suscetíveis à fundição. Alguns ferros fundidos são
muito frágeis, sendo que a fundição se torna a técnica de fabricação mais
conveniente (CALLISTER, 2014).
Os ferros fundidos brancos são usados devido sua excelente resistência ao desgaste
e à abrasão. A grande quantidade de carbonetos de ferro na estrutura é responsável
pela boa resistência ao desgaste. Os ferros fundidos brancos são usados como matéria
prima dos ferros fundidos maleáveis (SMITH e HASHEMI, 2012).
O tratamento térmico dos ferros brancos para obter ferros fundidos maleáveis é cons-
tituído por duas etapas, segundo Smith e Hashemi (2012):
1. Grafitização: as peças fundidas (vazadas) de ferro branco são aquecidas acima
da temperatura eutetoide (± 940 ºC), mantendo-se a essa temperatura entre 3 a
20 h, dependendo da composição, estrutura e tamanho da peça vazada. Neste
estágio, o carboneto de ferro do ferro fundido branco transforma-se em “carbono
de revenido” (grafita) e austenita.
2. Resfriamento: a austenita do ferro fundido pode se transformar em um dos três
tipos básicos de matriz: ferrita, perlita e martensita.
Figura 2. Desenhos esquemáticos dos principais tipos de ferro fundido: (a) cinzento, (b)
branco, (c) maleável, (d) nodular (ou dúctil).
Fonte: Adaptado de Smith e Hashemi (2012).
Ligas metálicas 9
As ligas não ferrosas são caracterizadas pela sua baixa densidade e alta condutividade
térmica e elétrica, além de uma maior resistência à corrosão em comparação as ligas
ferrosas. As ligas mais utilizadas na indústria são: ligas de cobre, alumínio, magnésio e
titânio. São utilizados também, metais refratários, superligas e metais nobres, sendo
que todas estas serão explicadas neste capítulo.
ASKELAND, D. R.; WRIGHT, W. J. Ciência e engenharia dos materiais. São Paulo: Cengage
Learning, 3. ed. 2014.
CALLISTER, W. D., Fundamentos da Ciência e Engenharia de Materiais: uma abordagem
integrada. Rio de Janeiro: LTC, 4. ed. 2014.
SMITH, W. F.; HASHEMI, J. Fundamentos de engenharia e ciência dos materiais. 5. ed.
Porto Alegre: AMGH, 2012.
Leituras recomendadas
BEER, F. P.; JOHNSTON, R. R.; DEWOLF, J.; MAZUREK, D. Mecânica dos Materiais, 7. Ed.
Porto Alegre: AMGH, 2015.
LAWRENCE, V. V. Princípios de ciência e tecnologia dos materiais. Rio de Janeiro: Elseiver,
10. ed, 1984.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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