Todo Pecado Sera Perdoado

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 4

TODO PECADO SERA PERDOADO

Todos os seres humanos, em maior ou menor medida, têm dentro de si um


dom maravilhoso, chamado “consciência”. A consciência é a capacidade de
discernir quanto à qualidade moral de nossas ações; a capacidade de discernir
entre o bem e o mal, o certo e o errado. Temos esta capacidade porque fomos
criados à imagem e semelhança de Deus.
Mas consequentemente, uma das nossas mais profundas e universais
percepções, é que todos nós somos pecadores e carentes de perdão: a nossa
consciência nos mostra isto. Mesmo entre as pessoas que se dizem incrédulas,
quando elas se aquietam e decidem honestamente analisar seu
comportamento, suas decisões, seus pensamentos, as palavras que dizem,
acabam se encontrando errados em muitas coisas, e por isto, no dia em que
Deus, de acordo com o Evangelho, trouxer a julgamento todos os homens,
todos os homens serão igualmente indesculpáveis.
Mas aqui está a grande surpresa deste mesmo Evangelho: assim como ele diz
que todos os homens são pecadores, e que estes pecados são muitos, e muito
grandes, que todos os homens são culpados diante de Deus, também diz que
em Deus há perdão para todos os pecados. Não existe pecado tão grande que
não possa ser perdoado, a não ser que nos recusemos a receber este perdão
de Deus em nossa vida.
Não são poucos os pastores e pregadores que ameaçam os críticos das atuais
"manifestações espirituais" de cometerem o pecado sem perdão, a blasfêmia
contra o Espírito Santo, ou o pecado para a morte. 
É disto que nosso Salvador está falando nos vs. 31 e 32 de nosso texto. Nós já
temos lido, desde o cap. 9, que entre ele e os fariseus estava se
desenvolvendo um conflito cada vez maior; eles já haviam decidido que iriam
matá-lo; e agora, depois que Jesus libertara e curara um homem possesso de
espírito imundo, os fariseus acusavam-no de expulsar demônios pelo poder de
Satanás.
Então Jesus lhes respondeu de duas maneiras: primeiramente, nos vs. 25 a 27,
ele disse que a acusação deles não tinha sentido. Se ele estivesse derrotando
Satanás pelo poder de Satanás, então o reino maligno estaria dividido contra si
mesmo, e em breve estaria destruído. Satanás não lutaria contra si mesmo!
Então o que os fariseus diziam não tinha lógica. Além disto, muitos discípulos
dos fariseus também expulsavam demônios. Desta forma, os discípulos deles
se tornavam seus juízes; mostravam que eles estavam completamente
errados.
Veja: pode acontecer de uma pessoa, num momento de fraqueza até mesmo
dizer algo que não devia em relação a Jesus: Pedro, na noite em que o Senhor
foi traído, chegou a dizer várias vezes que não o conhecia. Jeremias, em seus
momentos de perplexidade e dor, pensou, e não somente pensou, mas falou
do Senhor como um manancial de águas enganosas. Por vezes os crentes
pensam e até chegam a dizer: – “o Senhor não se importa comigo”. Quando
isto acontece, Deus, em sua infinita paciência, está sempre disposto a perdoar.
Mas se uma pessoa, em vez de ver em Jesus uma fonte de salvação, disser
que a obra de Jesus é uma obra do Diabo, então não existe como esta pessoa
ser perdoada. E este era o caso daqueles homens. Então Jesus está dizendo:
– “Olha, se vocês disserem isto (e a boca revela o que se passa no coração),
se vocês disserem que o que eu faço é do Diabo, isto é blasfêmia contra o
Espírito Santo, e não haverá perdão, eternamente”.
Mas veja o que está implícito aqui: se por um lado, para este pecado terrível,
esta recusa em aceitar a Jesus, não existe perdão, por outro lado há esta
promessa gloriosa para todo aquele que crê: todo pecado e blasfêmias serão
perdoados aos homens. É uma declaração estupenda. Porque os nossos
pecados são muitos. E “grandes”. Mas, uma vez que são assim, percebemos
também quão grande é o desejo do Senhor de nos perdoar.
1. TODA OFENSA SERÁ ESQUECIDA
Isto porque uma das facetas pelas quais entendemos a natureza do pecado é
que ele é uma ofensa contra nosso Deus. Por exemplo, em Mateus 6[1] e em
Marcos 11[2], o Senhor Jesus se refere aos pecados como ofensas. E em
Romanos 5:16 o apóstolo Paulo usa esta palavra para se referir ao pecado de
Adão. O pecado ofende ao nosso Deus porque é um desrespeito ao seu
caráter, à sua lei, à sua santidade. E o que acontece quando uma pessoa se
torna ofendida? O que acontece quando uma pessoa desrespeita você? Como
você se sente?
Mas meus irmãos, ao entender isto nós compreendemos também quão grande
é a “humildade do nosso Deus”, pois ele não se mantém ofendido para sempre.
A sua indignação não é eterna. Antes, ele se compraz em apagar nossas
ofensas.
Ofendemos ao nosso Deus de muitas maneiras: AÇÃO, OMISSÃO,
PENSAMENTO, E ATÉ MESMO INCONSCIENTEMENTE.  
Eu poderia multiplicar a lista de ofensas, que são muitas. E que de fato
entristecem o coração do nosso santo Pai. E se, em sua santidade, o Senhor
decidisse voltar suas costas, esconder seu rosto de nós, para sempre, faria isto
com justiça. Mas ele, em sua eterna misericórdia, faz uma coisa sem a qual
simplesmente não poderia haver qualquer relacionamento entre nós: apaga e
esquece a nossas ofensas.
Assim, dizer que Deus perdoa todos os teus pecados significa dizer que ele
esquece, não se lembra, não fica mais levando em conta as tuas
transgressões. Porque na morte de Jesus todas as ofensas foram apagadas.
2. TODA DÍVIDA SERÁ CANCELADA
Outra palavra que a Bíblia usa para descrever nossos pecados é dívida.
“Perdoa-nos as nossas dívidas”, é o que Jesus nos ensina a pedir diariamente.
[4] O pecado também é descrito como dívida na parábola do credor sem
compaixão, em Mateus 18.[5]
Antes de mais nada, é importante entender a diferença entre conta e dívida. A
conta é o valor que deve ser pago por um produto ou serviço adquirido. Já a
dívida é o valor pendente de pagamento de uma conta, seja ela de cartão de
crédito, empréstimo, financiamento, entre outras. Em outras palavras, só há
dívida quando há déficit.
Quanto tempo você levaria para pagar a conta de ofensas infinitas? E digo
infinitas porque, se pecado é uma ofensa à santidade de Deus, uma santidade
que é infinita, o valor desta ofensa também é infinito. Então voltemos: quanto
tempo você levaria para pagar por pecados de valor infinito? E com que você
pagaria? O que você poderia dar em pagamento?
Mas ele pegou esta conta infinita, e com um poder acima de tudo, encravou-a
na cruz, cancelando todas as nossas dívidas. E com isto, veja o versículo 15,
despojou os principados e potestades, publicamente os expôs ao desprezo,
triunfando deles na cruz.
Não são poucos os pastores e pregadores que ameaçam os críticos das atuais
"manifestações espirituais" de cometerem o pecado sem perdão, a blasfêmia
contra o Espírito Santo, ou o pecado para a morte.
Mas, será que a blasfêmia contra o Espírito Santo é duvidar e questionar a
genuinidade destas manifestações? Comecemos examinando o conceito de
"pecado para a morte". O pecado para a morte é mencionado por João em sua
primeira carta: 
 "Há pecado para morte, e por esse não digo que rogue (5.16c)".
 A morte a que João se refere é a morte espiritual eterna, a condenação final e
irrevogável determinada por Deus, tendo como castigo o sofrimento eterno no
inferno. Todos os demais pecados podem ser perdoados, mas o “pecado para
morte” acarreta de forma inexorável a condenação eterna de quem o comete, a
ponto do apóstolo dizer: "e por esse não digo que rogue".
 O que, então, é o pecado para a morte? O apóstolo João não declara
explicitamente a que tipo de pecado se refere. Através dos séculos, estudiosos
cristãos têm procurado responder a esta pergunta. Alguns têm entendido que
João se refere à morte física, e têm sugerido que se trata de pecados que eram
punidos com a pena de morte conforme está no Antigo Testamento (Lv 20.1-
27; Nm 18.22). Não adiantaria orar pelos que cometeram pecados punidos com
a morte, pois seriam executados de qualquer forma pela autoridade civil. Ou
então, trata-se de pecados que o próprio Deus puniria com a morte aqui neste
mundo, como ele fez com os filhos de Eli (2Sm 2.25), com Ananias e Safira (At
5.1-11) e com alguns membros da igreja de Corinto que profanavam a Ceia
(1Co 11.30; cf. Rm 1.32).
 
A Igreja Católica fez uma classificação de pecados veniais e pecados mortais,
incluindo nos últimos os famosos sete pecados capitais, como assassinato,
adultério, glutonaria, mentira, blasfêmia, idolatria, entre outros. Este tipo de
classificação é totalmente arbitrário e não tem apoio nas Escrituras.
ficamos em dívida para com Deus por todos os nossos pecados. Por todas as
coisas boas que temos a obrigação de fazer, e nos omitimos. Mas o nosso
Deus maravilhoso não tem prazer em que vivamos aflitos sob o peso das
nossas dívidas para com ele; ao contrário, deseja que sejamos livres deste
fardo. E da mesma forma que esquece as nossas ofensas, também cancela as
nossas dívidas na cruz de Jesus Cristo.
Acho que o texto que diz isto de modo mais claro, com todas as letras, está na
carta aos Colossenses.
Cl 2:13-15
13 E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela
incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando
todos os nossos delitos; 14 tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra
nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o
inteiramente, encravando-o na cruz; 15 e, despojando os principados e as
potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz. 
A interpretação que nos parece mais correta é que João está se referindo à
apostasia, que no contexto de seus leitores, significaria abandonar a doutrina
acerca de Cristo que eles tinham ouvido e recebido dos apóstolos, e seguir o
ensinamento dos falsos mestres que estavam se infiltrando naquela igreja.
Estes mestres negavam a encarnação e a divindade do Senhor Jesus. “Pode-
se inferir do contexto que este pecado não é uma queda parcial ou a
transgressão de um determinado mandamento, mas apostasia, pela qual as
pessoas se alienam completamente de Deus” (Calvino). 
Trata-se, portanto, de um pecado doutrinário, cometido de forma voluntária e
consciente, similar ao pecado de blasfêmia contra o Espírito Santo, cometido
pelos fariseus, e que o Senhor Jesus declarou que não haveria de ter perdão
nem aqui nem no mundo vindouro (cf. Mt 12.32; Mc 3.29; Lc 12.10). Em ambos
os casos, há uma rejeição consciente e voluntária da verdade que foi
claramente exposta. No caso dos fariseus, a blasfêmia foi chamar
deliberadamente Jesus de endemoninhado quando estava claro que Ele agia
pelo poder do Espírito. 
No caso dos leitores de João, a apostasia seria mais profunda, pois os que
pecaram para a morte tinham participado das igrejas cristãs, como se fossem
cristãos, participado das ordenanças do batismo e da Ceia, participado dos
meios de graça. À semelhança dos falsos mestres que também, antes, tinham
sido membros das igrejas, apostatar seria sair delas (1Jo 2.19), se juntar aos
pregadores heréticos e abraçar a doutrina deles, que consistia numa negação
de Cristo. 
Tal pecado era “para a morte” porque consistia na rejeição final e decidida
daquele único que pode salvar, Jesus Cristo. “Este pecado leva quem o comete
inexoravelmente a um estado de incorrigível embotamento moral e espiritual,
porque pecou voluntariamente contra a própria consciência” (John Stott). 
É provavelmente sobre pessoas que apostataram desta forma que o autor de
Hebreus escreveu, dizendo que “é impossível outra vez renová-los para
arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho
de Deus e expondo-o à ignomínia” (Hb 6.4-6). Ele descreve essa situação
como sendo um viver deliberado no pecado após o recebimento do pleno
conhecimento da verdade. Neste caso, “já não resta sacrifício pelos pecados;
pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a
consumir os adversários” (Hb 10.26-27). Este pecado é descrito como calcar
aos pés o Filho de Deus, profanar o sangue da aliança com que foi santificado
e ultrajar o Espírito da graça (Hb 10.29), uma linguagem que claramente
aponta para a blasfêmia contra o Espírito e a negação de Jesus como Senhor e
Cristo (ver também 2Pd 2.20-22, onde o apóstolo Pedro se refere aos falsos
mestres).
 Não é sem razão que o apóstolo João desaconselha pedirmos por quem
pecou dessa forma.
 
Alguém pode perguntar se Deus fecharia a porta do perdão se pessoas que
pecaram para a morte se arrependessem. Tais pessoas, porém, não poderão
se arrepender pois simplesmente não desejam mais se arrepender. “Tais
pessoas foram entregues a um estado mental reprovável, estão destituída do
Espírito Santo, e não podem fazer outra coisa senão, com suas mentes
obstinadas, se tornarem piores e piores, acrescentando mais pecado ao seu
pecado” (Calvino).
 Notemos que nestes versículos João não chama de “irmão” aquele que peca
para a morte. Apenas declara que há pecado para a morte e que não
recomenda orar pelos que o cometem. É evidente que os nascidos de Deus
jamais poderão cometer este pecado.

Você também pode gostar