Licenciatura em Artes Visuais

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LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS

TCC DE ARTES VISUAIS (2,3,4)

RUI MANUEL TEIXEIRA SANTOS

RA 0375086

POLO - LORENA SP
2022
T r a b a l h o
Monográfico
C u r s o d e
Graduação e
Licenciatura em
Artes Visuais
apresentado à
c o m i s s ã o
julgadora da
UNIP EaD sob
orienta çã o da
Professora
Andrea Cristiane
Barbosa Bruno.
SUMÁRIO
1. SUMÁRIO..............................................................................................
2. JUSTIFICATIVA...........................................................................................
3. ABSTRACT....................................................
4. INTRODUÇÃO..............................................................................................
4.1 CAPITULO 1
4.1 a) O que é uma pedagogia decolonial?........................................................
4.2 CAPITULO 2.........................................................................
5. METODOLOGIA DA PESQUISA...................................................................
6. ARGUMENTAÇÃO E DISCUÇÃO................................................................
7. CONCLUSÕES FINAIS...........................................................
BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................

RESUMO

A Decolonialidade através das artes na escola é um assunto de soberana


importância e que é urgente ser ponderado no contexto educacional atual.
Mesmo sendo assegurado pela Lei nº 11.645/2008 , ainda existem dúvidas e
ausências referente ao seu ensino nas aulas de artes. Analisando algumas
experiências vivenciadas durante a minha trajetória de ensino até chegar ao
curso de licenciatura em artes visuais na Unip, percebi que a decolonialidade
não tem seu espaço reservado assim como mandam os novos tempos
políticos e sociais. É notório também, que existe uma falta de compreensão
da parte dos professores de artes, quanto ás metodologias a serem
abordadas em suas aulas. A partir deste problema surgiu o objetivo deste
trabalho, de se a profundar neste tema, que é a elucidação e compreensão
nas aulas de artes sobre estes problemas históricos na educação brasileira,
assunto este que é enxergado com pouca importância, mas porém é de
relevância elevada. O objetivo geral deste trabalho, veio de uma indagação
por mim vivenciada que é a necessidade dos professores de artes
portugueses da rede de ensino estadual e municipal do Brasil , em
compreender a importância do ensino da pós colonialidade em suas salas de
aulas, e o objetivo específico, nos traz uma reflexão sobre a lei que ampara a
obrigatoriedade do ensino da cultura dos povos originais e cultura afro
descendente nas aulas de artes como conteúdo a ser respeitado por todos os
educadores, e como conteúdo de grande importância para os alunos que
assim por derivação contribui para o progresso da educação de um modo
geral.

JUSTIFICATIVA

Eu escolhi apresentar uma investigação bibliográfica de análise reflexiva


sobre a pedagogia decolonial. Parto de meus estudos e vivências particulares,
estudos estes repletos de diversas observações, leituras e reflexões dos
fenómenos que acontecem contemporaneamente nas sociedades e na vida
dos alunos dentro e fora das instituições. A Arte será nossa luz guia, com ela
e com a energia que nos permeia seguiremos versos o processo de
emancipação de um ensino libertador, de um povo, um ser humano com
origens valorizadas, de varias culturas, numa só, com sua cultura, o deleite e
bastante critica construtiva versos à felicidade e potencia plena criativa.
Mãos á obra e obrigado.

INTRODUÇÃO

2° justificativa, mais pessoal...

Revelo agora um questionamento que foi o percursor de todo o incógnito


filosófico e pedagógico que derivou neste trabalho de curso para que com a
reflexão e o aprofundamento nas pesquisas e coletas de dados eu pudesse
começar a iluminar caminhos e ideias teóricas, tentando contribuir para um
progresso, sentido, nas práticas pedagógicas atuais em salas de aulas e
institutos de ensino brasileiro.

Assim eu me pergunto...-“O que os professores portugueses, lecionando no


Brasil, devem fazer pedagogicamente no ensino brasileiro para transformar
as atrocidades e imposições culturais causadas pela colonização e suas
ramificações ate ao dia de hoje? Qual o meu papel, como colonizador
versando decolonizar?”

Podemos iniciar por analisar uma reportagem do periódico português “Jornal


de Noticias”, um diário português tradicional do norte do pais lusitano que faz
referência a uma critica de uma indígena brasileira sobre o posicionamento e
leviandade praticada pelo povo colonizador quanto ao trabalho que deve ser
feito pelos jovens portugueses sobre o reconhecimento do ocorrido na época
colonial brasileira e que tipo de postura devem assumir para reverter os
males causados e as influencias perpetuadas, que tanto geram discórdias e
retrocesso social, político, económico mas principalmente no campo cultural.

A noticia é a seguinte...

“A ativista indígena Samela Sateré-Mawé defende que Portugal tem uma


"dívida histórica" com os povos nativos do Brasil, face ao período dos
descobrimentos, acrescentando que os jovens portugueses têm agora a
oportunidade de fazer a diferença.
"Queria falar para o pessoal de Portugal que nós, povos indígenas,
continuamos a resistir desde a invasão em 1500, há cerca de 520 anos, mas
as pessoas têm agora uma oportunidade de fazer a diferença, no presente",
disse a ativista de 24 anos, da etnia Sateré-Mawé, que se tornou numa das
vozes femininas mais promissoras do ativismo indígena e ambiental
brasileiros.

"O passado já passou, mas há a oportunidade de fazer diferente agora. Então,


os jovens (portugueses) precisam de ser mais ativos, lutar pelas causas
ambientais e pelos direitos dos povos indígenas", apelou Samela, que é
membro do movimento estudantil "Friday´s for Future" e da campanha SOS
Amazónia.”

Neste contexto surge a minha questão. Eu como Português e professor de


Artes , residente no Brasil á anos, como devo agir pedagogicamente para
aplicar essa educação decolonizadora por meio das Artes? Tenho de fazer
igual aos professores e estudiosos brasileiros que atuam, pesquisam e
praticam seus métodos nesse campo de pesquisa? Por ser descendente de
colonizador, e de toda a sua cultura, minha dedicação e empenho deve ser
equivalente a eles, ou mais mobilizador, potente e incisivo do que os
colonizados? Acredito que sim e que não, não, porque parto do principio que
todos somos iguais como seres humanos de alto valor e sim porque acredito
que minha atuação deva ser primordial (tenho de ser o primeiro a dar o
exemplo de realidade, de verdade e justiça...), necessito de ser profundo no
estudo e reflexão e incansável na consciencialização desse processo de
desconstrução de uma estrutura petrificada culturalmente que impede a
ascensão do intelecto, dos valores etnológicos e biosistémicos originais da
produção cultural de um povo, o povo original brasileiro em todas as suas
maravilhosas vertentes culturais.

Aqui serão dados uns passos (não sei se alguém acompanha este caminho
de questões e aventuras), pioneiros na visão incomensurável que este
projeto pretende atentar. Como tornar possível a implementação do projeto?
O convívio, a busca e a depuração das peças, do material recolhido e
levantado nas pesquisas nos levarão a avenidas de redescobrimentos de
possibilidades e essenciais que nos possibilitem encarar as realidades
despóticas politicamente presentes em inúmeras teias sociais por todo o pais,
todo estado, toda a escola e toda a família. Sabemos que “...o direito á
universalidade quer dizer que todo o ser humano do planeta tem o direito a
usufruir da proteção que os direitos humanos expressam. E pela condição da
sua imprescritibilidade todos que tiveram ou tenham até hoje se transtornado,
prejudicado ou sofrido pela ação continua do processo de colonização deve
ainda reivindicar e transformar a realidade ao seu entorno, universalmente.”

O que a historia nos diz? Todas elas. As divergentes, convergentes, as


humanas, as desumanas...tudo isto sociologicamente artístico pesquisado e
humildemente exposto.
O trabalho vai no debate..., no entendimento do que está acontecendo
comunitáriamente, entre uns e outros nas pequenas e grandes manifestações
sociológicas e culturais, quer nas massas, quer nas bibliotecas.

Aqui pretendemos colocar as mãos na massa, no fazer acontecer a ação,


artisticamente bela, verdadeira, subjetiva, metodológica, e embasada em
estudos teóricos e práticos das ciências etnológicas e culturais que se
aprofundarão no estudo do comportamental social, sua predominância
velada e na sua conformidade. Analisaremos também a depressão no
individuo, a rejeição aos povos colonizadores, a subserviência a preceitos
culturais Eurocêntricos históricos, etc, etc.

Esta é a missão...bisbilhotar pelas frestas da vida social do histórico povo


que nasceu e foi “plantado” aqui no Brasil, povo nativo, povo removido, povo
triturado, explorado, estigmatizado, poderoso, resiliente, povo vivo...as
riquezas, as naturezas, as multiculturalidades, as artes, os causos e os
contos farão parte da nossas práticas diárias na metodologia aplicada em
sala de aula . Leituras, debates e manifestações serão expostas e colocadas
ao publico em mostras e aberturas de infinitas possibilidades de continuação.
Esta teoria é o tema principal desta monografia. Com isso coloco aqui o tema
do TC...

A UTILIZAÇÃO DAS ARTES VISUAIS COMO PROCESSO


PEDAGOGICO ARTISTICO DECOLONIZADOR NO BRASIL
SOB O PONTO DE VISTA DOS COLONIZADORES.

Uma questão humana...?

Porque estamos nos destruindo vorazmente? O que está acontecendo no


comportamento humano para que o valor da vida, da natureza, do respeito ao
próximo e da longevidade dos seres seja tão menosprezado? O mundo está
cheio de miséria, guerra e desigualdade! Quem está no poder que influencia
e molda as mentes diversas que atuam socialmente? Esses lideres, tem uma
hegemonia imperialista? O poder está a serviço de quem e do quê?

Observemos o que diz a WWF a esse respeito:


“Nós estamos destruindo o nosso mundo — o único lugar que chamamos de
lar — arriscando nossa saúde, nossa segurança e nossa sobrevivência aqui
na Terra. Agora a natureza está nos mandando uma mensagem desesperada
de SOS e estamos ficando sem tempo."... texto retirado da reportagem
(Destruição da natureza pelo homem tem ritmo 'catastrófico': a dura
advertência de cientistas) BBC news Brasil.

É urgente agir rápido, nossas ações devem estar alinhadas com soluções
para reverter este filme de horror. Levemos em consideração que este artigo
da WWF também nos diz que nos últimos 50 anos destruímos dois terços da
vida selvagem no planeta. A questão para este trabalho é...O capitalismo e
suas historias ancestrais, coloniais, estão influenciando este retrocesso
supersónico ? Essas colonizações e suas lobotomizações predominam até
hoje ao ponto de proteger estas catástrofes? Se é assim, o que fazer e que
tipo de metodologias aplicar?
O ensino deve intervir rapidamente a meu ver. Os recursos humanos,
movimentos sociais, políticas publicas e privadas devem se reunir e combater
com propostas repletas de normas e leis válidas á vida que visem o bem
estar de todos, da vida humana, da fauna, da flora, só para dar alguns
exemplos.
Se a causa de todo esse cenário é a cultura dos grupos sociais e
políticos. Se essas atitudes e regulamentos são elaborados e executados por
pessoas com seus interesses e visões, o colonialismo e seus perversos
impuseram uma tragédia que contribuiu bastante para este aceleramento.
Esse acidente tem de ser freiado desde cedo e é para ontem. A historia da
colonização no Brasil nos informa sobre esse assunto e os portugueses têm
ainda hoje dificuldade para assumir seus comportamentos desumanos. A
jornalista Joana Gorjão escreve o seguinte:

“É difícil olhar para o passado colonial português como tendo sido


violento, de opressões”, contou a jornalista portuguesa Joana Gorjão
Henriques. Autora do livro Racismo em português, lançado no Brasil pela
editora Tinta-da-China, Henriques escreveu dezenas de reportagens
descrevendo a presença ainda intensa das estruturas coloniais de exclusão
presentes em Portugal e na África lusófona.

Para ela, um dos principais desafios do tema continua a ser desconstruir a


“injeção de autoestima” para o povo português e a narrativa de um
“colonialismo brando”, que gera assim um passado mítico e positivo para o
país. Ainda assim, vê que o tema “é cada vez menos tabu” na sociedade
portuguesa e que há “cada vez mais pessoas questionando” essa narrativa
do passado.”...

Enquanto vivi e estudei em Portugal a historia foi contada ás avessas,


condescendente, eurocêntrica, um conto heroico e necessário. Porem,
agora, morando aqui no Brasil há 25 anos a realidade é bastante divergente
dessa narrativa imperialista.

Como estudar esta proposta? É isso que vamos tentar fazer aqui com Arte,
tudo em teoria para experimentar durante a vida. Vamos separar os objetos a
serem pesquisados, quer na arte, quer na pedagogia de ensino, articulando
sempre com os académicos e os fatos populares, sociológicos, sempre
tentando ter o respaldo das ciências, das fés e das humanas mais diversas
possíveis.

Uma descrição estudada do colonialismo...

Para iniciar a abordar o tema decolonialidade é necessário tentar resumir o


que se entende por colonialidade, como é que ela surge, e o que que esse
termo Colonial quer dizer, uma vez que é esse termo “De” é um prefixo que
pressupõe mudança surge dentro de qual contexto? Do contexto da
constituição da colonialidade, e essa colonialidade ela é constituída a partir e
paradigmas de alguns pensadores principalmente da América Latina que vão
trabalhar com o conceito de que é por meio do processo de colonização que
alguns países sofreram a constituição de uma de uma demanda que vai além
da relação política/económica e que era prevista no que comummente se
chamava de colonialismo.
Então dentro do processo de colonialismo havia uma relação muito forte
entre a questão da produção político e económica, para esses pensadores da
colonialidade e da decolonialidade eles vão discutir que dentro do campo da
subjetividade, da formação das pessoas existe a colonialidade que vai além
dessas relações políticas e económicas. Essa colonialidade ela se dá a partir
da constituição dos seres e esses seres uma vez inseridos dentro do
contexto Colonial são moldados por algumas ferramentas e algumas formas
de pensar geralmente do colonizador, então eles vão chamar isso de
colonialidade.
Vamos tentar entender melhor o que que é colonialidade mas antes é
importante ressaltar que para a discussão da colonialidade existe uma tríade
que é necessária entender para que se possa pensar um processo de
Colonial a gente precisa romper com os processos que constituem essa
Tríade e que são as ferramentas e as tecnologias usadas pelo colonizador
para se ter uma dominação e estabelecer o processo de colonialidade sobre
os colonizados. Então dentro dessa discussão eu vou falar de
decolonialidade dentro da educação a partir dessa Tríade que é a de raça, de
gênero e de classe.

Quando estudamos sobre cultura e educação devemos pensar que esses


são processos que fazem parte da nossa base de formação enquanto
cidadão e de formação política e de formação subjetiva, então é na escola
que a gente aprende as interações sociais, é na escola que nós somos
moldados por histórias e narrativas que contam o que nós somos e como nós
fomos constituídos, então a escola tem um papel fundamental na construção
desse ser social. Já a cultura ela vai estabelecer essa relação que
aprendemos na escola e com a nossa vivência diária também, o lugar de
onde a gente vem, então juntando essas duas ferramentas, a cultura e a
educação, temos aí a formação dos aspectos políticos sociais de um ser.
Assim a pessoa vai se constituir a partir dessa dessa ideia. É aqui
interessante separar a educação de cultura porque geralmente as pessoas
tendem a colocar a cultura como um processo que está dentro do nosso
processo educacional, mas eu acho que eles se separam. A cultura é um
processo distinto do do processo educacional, este ultimo parte de um lugar
de ensinamento, de um lugar de uma mediação direta, onde existe uma
narrativa e um modelo de ensino que estabelece como é que a gente vai
aprender determinadas coisas. A cultura não! Ela embora exista numa
narrativa, que é uma narrativa que privilegia alguns corpos, em determinados
momentos, são corpos que não se sentem contemplados dentro da proposta
de formação cultural, ela consegue fugir essa norma e estabelece para si
uma relação com uma cultura que ele se identifique, então a cultura a meu
ver é um processo um pouco mais transgressor. Então a educação é um
processo muito mediado e um pouco mais engessado enquanto a cultura ela
tem essa permissividade de que a gente possa estabelecer um processo um
pouco mais transgressor e por isso então eu separo a educação da cultura
para falar da questão de decolonialidade.
A partir dessa ideia, de que a educação é um processo de mediação, existe
uma mediação para o conhecimento, se pretende aqui focar na discussão da
decolonialidade e de como foram construídas narrativas para que as pessoas
possam aprender como se entender como cada um é, só elas foram
construídas em cima de um de um modelo normativo que não contempla
todas as pessoas, principalmente as pessoas que viveram em territórios que
foram colónias, territórios colonizados. Nós temos no processo de
colonização, primeiramente pensando em fazer esta discussão a partir do
Brasil, nós temos os povos originários e também temos os povos que sofrem
a diáspora através do processo de escravização. Esses corpos são trazidos
para o Brasil e a constituição educacional e cultural do Brasil se dá toda a
partir de um ideário branco, português e europeu. Esses corpos então, são
corpos renegados, são corpos que não são entendidos como parte da
sociedade e a partir desse entendimento, de corpos como não sendo parte
da sociedade. Assim a cultura do Brasil vai se moldar através de uma
narrativa que privilegia a história dos vencedores, dos ditos vencedores, e
essa história dos ditos vencedores é a história dos europeus. Então os
europeus vão constituir um Brasil e uma história para o Brasil, a vossa
história, a vossa educação e muitas das vossas manifestações culturais que
são valorizadas como manifestações culturais no nosso período de formação
enquanto país, porém elas são de referência Portuguesa o que quer dizer
então que se identifica uma problemática porque os corpos que são maioria
nesse momento são os corpos que estão fora do que podemos entender
como educação e cultura. Então é importante sempre lembrar que no período
de colónia do Brasil a existência de brancos europeus era pequena, a
população era formada maioritariamente por negros escravizados e povos
indígenas que estavam fugindo também da escravidão e que estavam sendo
caçados por esses brancos, que em tese, na narrativa histórica, na narrativa
eurocêntrica, ela conta que as pessoas que aqui viviam foram descobertas e
precisavam viver um processo civilizatório. Então se percebe que a
constituição da colonialidade ela se dá a partir de uma ideia eurocêntrica da
missão que os europeus têm de se entender enquanto os seres universais e
a missão deles para o resto do mundo no processo civilizatório, onde as
pessoas que não vivem e não pensam da maneira como se pensa na europa
são pessoas consideradas anormais, pessoas consideradas não civilizadas,
e era importante que a europa pudesse então contribuir com o processo de
civilização dessas pessoas e então para esse processo de civilização a
europa usa as ferramentas mais cruéis e mais opressoras possíveis.
O grupo aqui estudado é o grupo “modernidade, colonialidade e
decolonialidade” vai chamar e dividir esse processo em colonialidade do
poder, colonialidade do saber e colonialidade do ser. O discurso eurocêntrico
teria uma proposta colonial de que os outros corpos não tem civilidade
suficiente, não pensam não tem cultura não tem educação e elas precisam
acessar essa cultura e essa educação através do que os brancos têm para
ensinar. Então isso é o que o grupo vai chamar de colonialidade.
Uma vez constituído esse mito da colonialidade e uma história, que é uma
história eurocêntrica, de que as pessoas precisam viver dentro desse modelo
eurocêntrico, muitas atrocidades foram permitidas, a escravidão é uma
dessas atrocidades, a ideia de raça, ela se constitui a partir desse marco,
desse entendimento civilizatório que permite a europa assim o praticar. A
travessia do Atlântico é um processo onde a europa entende que há
territórios para serem descobertos, onde esses territórios contam com povos
não civilizados e esses povos precisam da ajuda da europa para passar por
um processo de civilização. Dentro desse “se lançar” ao Atlântico para
procurar novas terras a europa também já está estabelecendo relação com a
África, com o continente Africano e dentro do continente africano se
estabelece também a partir de ideais, que são ideais extremamente europeus,
por exemplo os ideais iluministas e os ideais cristãos, constitui-se assim a
ideia de que povos negros, povos da África são povos amaldiçoados e não
civilizados e que eles são uma raça inferior. E aí dentro dessa constituição de
raça, inferior, a Europa e o processo de colonização inaugura um modelo
diferente de escravidão que é um modelo onde se estabelece a ideia de
“corpos moeda” os corpos escravizados são corpos levados como objetos,
assim para pensar dentro do processo de educação e cultura dentro deste
contexto que estamos discutindo aqui devemos pensar que a europa nesse
processo de colonização e de estabelecimento da constituição de corpos que
podem ser escravizados, a primeira coisa que eles têm que fazer para poder
justificar a escravização desses corpos é matar toda a cultura que esses
corpos possuem alem de todo o conhecimento e todo saber. Para justificar a
escravidão, por exemplo, a europa ataca um processo que é o processo
educacional e o processo cultural dos povos originários de África e aí a partir
desse processo eles estabelecem que esses corpos podem ser corpos
comercializados, que são corpos que estão prontos para serem moldados
nesse nessa ideia de processo civilizatório, eles entendem que esses corpos
estão prontos para se moldados, para eles, esses corpos são como uma
caixa vazia e que esses corpos precisam de uma difusão de conhecimento
branco para que eles possam evoluir. Só que esses corpos negros no início
dessa discussão não é visto nem como corpos passíveis desse ensinamento,
eles são vistos só como mercadorias que vão contribuir para o melhoramento
da sociedade branca e europeia, então eles vão contribuir como força de
trabalho, percebam que além de matar o processo educacional e o processo
cultural desses povos originários eles também relegam esses povos à
ignorância, tendo esses povos simples e puramente como como mão de obra.
Então para pensar o processo de decolonialidade a gente vai fazer um
processo que é desconstruir essa narrativa que é eurocêntrica e que é uma
narrativa de história única. Nesta visão, os europeus para justificarem essas
atrocidades, entre tantas atrocidades cometidas, a escravidão, eles criam
uma narrativa e uma história única, e nessa história única relegam alguns
corpos à ignorância e assim possibilitam a construção de preconceitos e
descriminação.
É necessário pensar então a decolonização a esse pós Colonial a partir de
uma perspectiva dos povos latinos, e eu como professor português me sinto
impulsionado a entrar nessa luta de estudo e reflexão, na construção em
conjunto com os pesquisadores do “sul global” contribuindo dentro do
possível para reverter toda essa deficiência educacional e cultural até hoje
perpetuada.
Capitulo 1 - O Decolonial através das artes na educação do
Brasil atual, por um Portugal envergonhado e promissor .

...“Abordagens decoloniais tornaram-se temas de pautas essenciais nas


no campo das artes... (PALERMO, 2009), ...na educação, na literatura e em
todas as áreas do campo das ciências humanas”... (MIGNOLO, 2015). De um
novo ponto de vista epistemológico, o decolonial não apenas exige posições
pós-coloniais em relação aos problemas que afetam o mundo contemporâneo,
mas no processo destaca indissociavelmente seu impacto direto através da
construção violenta do modelo de “Poder”, criado pelo colonialismo moderno.
Nesta perspectiva, proliferam, cada vez mais, estudos que procuram
dar visibilidade e protagonismo a barreiras históricas e políticas
marginalizadas, sobretudo (não ingenuamente) descobertas, para que
algumas pessoas, grupos e seus sistemas epistemologicos possam falar
sobre os efeitos negativos de outros.

Como propor estudos dedicados ao tema? Trata-se de compreender - muito


mais do que o próprio colonialismo (como soberania de um povo ou de uma
nação sobre outro) - os efeitos e problemas da colonialidade, a construção da
subordinação, da invisibilidade, da desvalorização, da negação e, em suma,
da rejeição do outro, o não-eurocêntrico.

De fato, as vozes decoloniais não chegam pelo centro do poder, mas da


periferia, "atacando" o saber / poder formado no passado pela dominação
colonial que todos nós fomos e ainda exercemos. Por um lado, esta é uma
luta pelo reconhecimento e reestruturação geopolítica de outros saberes e
outras práticas, distantes das medidas que há muito se aceitam como
verdade e por outro lado, uma luta concreta voltada para a construção de um
psiquismo que se sustenta em outras bases, muito mais integras : a
legitimidade cultural, o fortalecimento da racionalidade anti-hegemônica, a
responsabilidade teórica (e, portanto, política) por meio da produção de
novas histórias, novas realidades..

A cena contemporânea da arte, do conhecimento através do ludico, ancestral,


a educação, a teoria, a estética, a poética artística não podem permanecer
indiferentes a essas questões. Ao contrário, têm produzido no interior do
estudo pedagogico e do pensamento, muitas rupturas atribuídas às posições
decoloniais.

Em função disso, não se pensa apenas uma troca do colonial pelo decolonial,
mas, sobretudo, no movimento contínuo e dinâmico de reposicionar-se, isto
tudo dentro de um campo contra/colonizador que vai da intolerância pela
prática genocida praticada ao garantir assim a multiplicidade (e
heterogeneidade) das práticas que proliferam na cena contemporânea, nos
mais vastos campos de estudos e pesquisas, como já dito, que emergem nas
áreas das artes, da educação, das letras entre outras.

O que é uma pedagogia decolonial?

“É um conceito carregado de sentido pelos movimentos sociais indígenas


latino-americanos e que questiona a colonialidade do poder, do saber e do
ser. Enfim, ele também denota outras formas de pensar e se posicionar a
partir da diferença colonial, na perspetiva de um mundo mais
justo.”...(Pedagogia decolonial e educação antirracista e intercultural no Brasil,
de Luiz Fernandes de Oliveira e Vera Maria Ferrão Candau...Artigos • Educ.
rev. 26 (1) • Abr 2010 )
Eu acredito muito na Arte, na vida plena de cultura, humanamente amorosa,
repleta e condutora da estrutura social, para mim são majestosos preceitos a
orientar todo o ser humano. Sabemos da importância das pedagogias
artísticas no desenvolvimento intelectual de qualquer ser humano, não
admitimos isso academicamente, porem, os livros de boas historias, os
artistas e os sábios sabem-no milenarmente.

Atentemos ao que relata a ,Pedagoga em Arte, Maria Alice Amaral dos


Santos que no seminário internacional de educação da FEEVALE, escreve
em “A ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O
DESENVOLVIMENTO”

- “O pleno desenvolvimento do ser humano se dá por meio da “ARTE”.


Promover arte na educação é possibilitar, é dar liberdade, mas estar atento a
reação da criança durante as atividades, observando o processo como
recurso, explorando os potenciais de criação para que esta venha a contribuir
na aprendizagem. A expressão artística permite a ação entre o cognitivo e o
afetivo e quando se fala de crianças pequenas, elas apresentam uma
espontaneidade maior, facilitando essa expressão, pois a brincadeira se faz
presente o tempo todo e através do contato com as imagens elas se
comunicam facilmente através das linguagens artísticas.”(Maria Alice Amara)

Temos muitas verdades aqui e sabendo disso me proponho a explorar


algumas vertentes das artes e elaborar umas metodologias para sala de aula
como temas e propostas educacionais voltadas para a decolonização de
vários sistemas presentes nas vidas e sociedades que compõem as escolas,
as pessoas, sues bairros, seus costumes e suas consciências.

Vamos entender o processo inteiro, de cabo a rabo, primeiro. As aulas serão


focadas nas atividades artísticas para iniciar as pesquisas. Projetos
arquitetónicos, paisagistas, digitais ou manuais serão a base das respostas,
se construido e confecionando simultaneamente os saberes e entendimentos.
Sem pretensões ou medo de errar, a intenção é que todos participem na
construção de realidades pertencentes á subjetividade de cada um. O que
pode ser elucidado sobre os diversos temas, como isso nos transforma?
Nossa capacidade de desenvolver e reverter situações é incrível, a força
intelectual e artística se fundem num fervilhar de possibilidades e assim
torna-se possível o surgimento de expoentes de civilização, novos modos e
lutas conscientes progressivas em todas as áreas culturais. Aqui podemos
ainda observar o que acrescentam as pedagogas sobre as crianças, mas
podemos ampliar os agentes envolvidos:

“[...] durante as criações ou fazendo atividades de seu dia a dia, as crianças


vão aprendendo a perceber os atributos constitutivos dos objetos ou
fenómenos á sua volta. Aprendem a nomear esses objetos, sua utilidade
seus aspectos formais (tais como linha, volume, cor, tamanho, textura, entre
outros) ou qualidades, funções, entre outros...”

Formais e informais acrescento. Temos muitas ferramentas na arte para


refletir sobre a decolonização. O estudo transdisciplinar envolve a todos que
pretendem descobrir e conhecer o que importa, o significativo sobre todo o
ocorrido na historia universal do Brasil. As pedagogias infantis já declararam
que todos os sistemas estão envolvidos, desenvolvimento psíquico e meio
social estão interligados na construção do individuo.Tudo e todos importam, é
fundamental a participação da sociedade,dos pais e instituições publicas.
Citando:

“Para que isso ocorra é necessário a colaboração do outro – pais,


professoras, entre outros - sozinha ela nem sempre consegue atingir as
diferenciações, muitas vezes sua atenção é dirigida às características não -
essenciais...”(FERRAZ; FUSARI, 1993, p. 49).

Alguns pensadores e adeptos das ciências humanas serão abordados nesta


iniciativa de trabalho de curso, principalmente Paulo Freire e o sociólogo
Boaventura Sousa Santos mas como já vimos outros serão pesquisados...o
foco é elaborar as criações e registando documentos durante todo o processo
ressaltando pontos que possam suscitar complexos críticos que avancem
nesta mudança de pensamento vigente. Múltiplas disciplinas tem seu
conteúdo interligado com conceitos e máximas coloniais, a matemática e
suas formulas políticas, as religiões e seus cânones dogmáticos, a literatura e
seus desenhos óticos, a musica com seus tons imperialistas e as ciências
com suas verdades hegemónicas podem dramaticamente e expressivamente
contribuir para a emancipação da verdadeira identidade de cada individuo
e/ou seu povo.

Podemos também averiguar que os métodos de ensino ao longo destes


séculos coloniais sempre tiveram problemas para entender e dar razão a
factos e narrativas que fazem parte do saber real dos acontecimentos
relacionados á historia do Brasil.

Almeida já nos elucida sobre esta precariedade


“...Desde décadas antecedentes, o processo de aprendizagem tem sido
permeado por atravancamentos ríspidos, um deles se refere à maneira como
são estabelecidas as suas relações, desencadeando assim problemas
atrozes aos desenvolvimentos cognitivo, psicológico e social do sujeito. Com
efeito, tornando-se objeto de estudo dos mais distintos saberes científicos,
sendo construídos pressupostos sublimes ao seu respeito e, não menos,
controvérsias. Justifica-se porque, à época, os intelectuais objetivavam
compreender o sujeito sob duas principais perspetivas: (1) alguns, senão sob
uma perspetiva natural; (2) outros, senão sob uma perspetiva sócio-histórica
(Filho; Ponce; Almeida, 2009, p. 27).”

Assim, neste TCC proponho mais um meio de introduzir a arte como


veiculo sócio-educativo para agregar forças na desconstrução e elaboração
de práticas e métodos de reflexão e transformação para o crescimento
intelectual e cultural das crianças, jovens e todos os cidadãos que pretendam
emergir dessa bolha fictícia que a colonialidade e seus tentáculos impuseram
até hoje nas diversas esferas políticas, sociais e educacionais brasileiras.

É imprescindível utilizar a arte para empreender este caminho, é necessário


fazer arte consciente e das suas produções e processos de pesquisa e
resgate, o aluno venha a tomar novo alento e consciência sobre o que
realmente aconteceu e quais os motivos ocultos que geraram tais
procedimentos.

Nesse sentido, Gilberto Icle propõe uma Pedagogia da Arte que coloca em
jogo não um ensinar arte, mas:

[...] fazer das artes estratégias, mecanismos, dispositivos capazes de


transformar todos os seus participes. Pedagogia da arte não se resume em
ensinar, em aprender, em ter informações sobre arte, tampouco em exercitar
alguns poucos exercícios ou técnicas artísticas; mas, reorganizar o trabalho e
criar coletivamente obras de arte na Escola ou em espaços diversos de
educação...

É importante situarmos a noção de experiência que têm nos acompanhado,


cuja proposição é a de que “não são os indivíduos que têm experiência, mas
os sujeitos é que são constituídos através da experiência”, como escreveu
Joan W. Scott (1999, p. 27).

Teresa de Lauretis diz que experiência “é o processo pelo qual, para todos os
seres sociais, a subjetividade é construída” (1984 apud SCOTT, 1999, p. 31),
porém, se contrapõe à operação em que:

[...] a pessoa se coloca ou é colocada na realidade social e, assim,


percebe e compreende como subjetivas (que se originam no indivíduo
e se referem a ele próprio) aquelas relações – materiais, económicas
e interpessoais – que são, de fato, sociais, e, numa perspetiva maior,
históricas (De LAURETIS, 1984 apud SCOTT, 1999, p. 31)
O grande pensador Jean Piaget já nos alertava para este processo de troca
do individuo com sua realidade social como forma de crescimento cognitivo e
possíveis desmembramentos possibilitando novos e relevantes
aprendizados...

“Em cada um dos complexos da vida psíquica, quer se trate da inteligência


ou da vida afetiva, das relações sociais ou da atividade propriamente
individual, observa-se o aparecimento de formas de organização novas, que
complementam as construções esboçadas no decorrer do período
precedente, assegurando-lhes um equilíbrio mais estável e que também
inaugure uma série ininterrupta de novas construções (PIAGET, 1999, p. 40).”

A intenção aqui é essa, criar novas e verdadeiras construções culturais, se


utilizando das artes visuais e todo o seu vasto campo onde elas se
materializam ou se evidenciam.

Vamos agora tentar entender melhor os conceitos de colonialidade e de-


colonialidade e colocar estas teorias ao serviço do aprendizado através das
práticas artísticas a que me proponho.

“Colonialismo e educação: reflexões iniciais sobre a (de)colonização


do pensamento

“Originária do contexto anglo-saxónico e vinculada a um questionamento do


domínio colonial sofrido por ex-colónias britânicas, a expressão pós-colonial
passa a designar, a partir de 1970, não mais um «conceito histórico ou
diacrónico», mas um «termo usado pela crítica, em diversas áreas de estudo,
para discutir os efeitos culturais da colonização» (Leite, 2013: 11). Desse
modo, o termo pós-colonialismo passa a ser entendido, por sua vez, como o
conjunto de estratégias (discursivas e performativas) «que frustram a visão
colonial», que resistem «às ideologias colonialistas» (idem). Enfatiza-se, por
isso, o viés ideológico dos processos de colonização, visto que, para
além da dominação política, económica e geográfica, admite-se a existência
de uma dominação simbólica (ou de uma «colonização do pensamento») a
ser, igual e necessariamente, combatida.

- Esta luta, este embate, deve ser protagonizado, não só, mas também,
em conjunto com os colonizadores descendentes, que estão interligados com
novas realidades e conhecimentos de renovação epistemologica e comum a
um novo e diferente mundo.

...Ana Paula dos Santos de Sá


A pesquisadora ainda acrescenta em seu estudo...

“Descolonizar a educação: do Eurocentrismo à pluralidade cultural


em nossa leitura, o Eurocentrismo – na condição de «uma específica
racionalidade ou perspetiva de conhecimento que se torna mundialmente
hegemónica, colonizando e sobrepondo-se a todas as demais, prévias ou
diferentes, e a seus respetivos saberes concretos» (Quijano, 2005: 126) –
revela-se, com frequência, o principal aspecto a ser desestabilizado por uma
educação descolonial, haja vista ele figurar, muitas vezes, a ideologia
responsável por manter a esfera escolar presa às amarras do que Semprini
(1999: 81) denomina de «epistemologia monocultural».”

“Nos Estudos Pós-coloniais usa-se frequente a expressão


«decolonial»/«decolonialidade» no lugar de «descolonial»/«descolonização».
Neto (2018: 3) explica que «por descolonização se indica um processo de
superação do colonialismo, geralmente associado às lutas anticoloniais no
contexto de estados concretos, ao passo que decolonialidade se refere ao
processo que busca transcender historicamente a colonialidade, isso é,
subverter o padrão de poder colonial, que permaneceu mesmo após o fim da
situação colonial». Todavia, para os fins deste trabalho essa distinção é
pouco relevante, visto que, ao fazermos referência à «descolonização»,
estamos negando, do mesmo modo, a superação do colonialismo, não
havendo a necessidade de adoção de outro conceito/termo. Em nossa
argumentação, «descolonial» e «decolonial» operam como sinónimos.”

O conceito de decolonialidade surge como uma proposta para enfrentar a


colonialidade e o pensamento moderno, principalmente através dos estudos
do grupo MCD (Modernidade, Colonialidade e Decolonialidade) compostos
por estudiosos como Aníbal Quijano (2005), Catherine Walsh, Edgard
Lander (2005), Enrique Dussel (2000), Nelson Maldonado-Torres (2017) e
Walter Mignolo.

A decolonialidade é considerado como caminho para resistir e desconstruir


padrões, conceitos e perspetivas impostas aos povos subalternizados
durante todos esses anos, sendo também uma crítica direta à modernidade e
ao capitalismo.

O pensamento decolonial se coloca como uma alternativa para dar voz e


visibilidade aos povos subalternizados e oprimidos que durante muito tempo
foram silenciados. É considerado um projeto de libertação social, político,
cultural e económico que visa dar respeito e autonomia não só aos indivíduos,
mas também aos grupos e movimentos sociais, como o feminismo, o
movimento negro, o movimento ecológico, o movimento LGBTqia+, etc

Milena Abreu Avila sobre este assunto também explica que:


“A herança colonial tem estado no centro dos debates, nas práticas
curatoriais, na produção artística e intelectual e na investigação crítica da arte.
Despertar esse debate é uma forma de criar continuamente novos contextos
sobre uma série de questões históricas e sociais, mascaradas e oprimidas.
Esse aspecto também é importante para repensar e desenvolver novas
abordagens institucionais que visem ampliar a representação de gênero, raça,
religião, orientação sexual e minorias históricas.

Mais do que romper com os rótulos de uma mesma visão, é preciso apontar
diferentes formas de ver e figurar o mundo para desestabilizar os processos
ideológicos e estruturais, desconstruindo as narrativas e pensamentos
dominantes. Mudar a paisagem artística colonial também nos proporciona
refletir sobre as limitações das prática e dos discursos ocidentais.

Se a arte ocidental foi importante para construir uma imagem estereotipada


do que é ser indígena no Brasil, então existe uma possibilidade de que pela
arte os indígenas consigam construir uma outra imagem ou desconstruir a
imagem estereotipada (...). A presença (do artista e da arte indígena) tem de
ser no sentido da colaboração, tem de ter uma preparação e discussão séria
sobre essa inserção. O medo de me tornar um totem nesses lugares me faz
refletir sobre toda essa construção que foi a arte brasileira e dos espaços de
arte no Brasil (Denilson Baniwa).

A partir daí, há que reconhecer que as formas de poder coloniais são


múltiplas e que tanto os conhecimentos como a experiência vivida dos
sujeitos marcados pela colonialidade são altamente relevantes para entender
as formas modernas de poder e prover alternativas a elas.

Neste sentido, o giro decolonial não diz respeito a uma gramática da


colonialidade, mas a coloca no centro do debate como componente
constitutivo da modernidade e da de(s)colonização como projeto
(MALDONADO-TORRES, 2008).

Para tanto, há que se lançar mão de uma série de ferramentas conceituais e


metodológicas, um sem número de estratégias contestatórias que busquem
uma mudança radical nas formas hegemónicas atuais de poder e dominação,
destacadamente na construção de conhecimento, nas relações
intersubjetivas e na configuração das instituições. Assim, constituem o
momento mais fundamental do giro decolonial, por um lado, investigar as
formas pelas quais as estruturas de poder continuam produzindo a
colonialidade e, por outro, fomentar a mudança de uma atitude racista,
sexista ou aristocrática para uma atitude decolonial.

Uma vez que, para Maldonado-Torres,

"A descolonização não pode ser realizada sem uma mudança de assunto."
(MALDONADO-TORRES, 2008, p. 68).

Em outras palavras, não existe uma lei universal que torne necessária a
relação entre estética e beleza. Esta foi uma ocorrência europeia do século
18. Por razões complexas, que têm a ver com a construção da Europa a
partir de 1492, universalizou-se a teorização particular da experiência estética
europeia, deslegitimando e ocultando suas experiências de satisfação de
sensações e o gosto pela criatividade na linguagem, nas imagens, nos
edifícios , nas decorações, entre outras, de civilizações não europeias
(MIGNOLO, 2010, p. 13-14).

JOÃO DO AMARAL salienta...

“O colonialismo nos imputou uma ideia de raça estrangeira, diversa e alheia,


observo que há uma impressão identitária de não pertencer a este pais pré
colonial, a esta origem tupi-guarani. Tudo que aqui existe e é originário é de
categoria inferior e estranha, sejam elas de ordem física e material, sejam de
forma ideológica ou intelectual. Esse poder que predomina no nosso
quotidiano visual e psíquico estabelece um embate de força em todas as
instâncias e vertentes de poder político e social. Segundo Quijano ele
observa e ...”

“...utiliza o termo colonialidade do poder para designar a classificação social


da população mundial de acordo com a ideia de raça. Trata-se de uma
"construção mental que expressa a experiência básica da dominação colonial
e que desde então permeia as dimensões mais importantes do poder mundial,
incluindo sua racionalidade específica, o Eurocentrismo." A ideia de raça foi
assumida pelos conquistadores como o principal elemento constitutivo das
relações de dominação que a conquista exigia. Assim, foi classificada a
população da América e, posteriormente, do mundo, a partir desse novo
padrão de poder.

A perspetiva de superioridade/inferioridade além de estar na base do


conceito de superioridade étnica, também implica a superioridade epistêmica.
O conhecimento produzido pelo homem branco é geralmente qualificado
como científico, objetivo e racional, enquanto que aquele produzido por
homens de cor (ou mulheres) é mágico, subjetivo e irracional. Esta dimensão,
a colonialidade epistêmica ou do saber, não apenas estabelece o
Eurocentrismo como perspetiva única de conhecimento, mas também
descarta as outras produções intelectuais.”

Mais uma justificativa...

Assim sendo há uma necessidade urgente de utilizar a arte como uma


disciplina relevante que resgate os valores e os princípios verdadeiros que
guiem e libertem esse pensamento oprimido e recalcado que impede os
seres, principalmente os nossos jovens estudantes, de se estabelecer e se
realizar de forma potente e inovadora em relação ás suas ancestralidades e
ao reconhecimento de sua verdadeira pátria mãe.

Usando o teatro, a pintura, a fotografia, a escultura, a literatura (como por


exemplo a poesia e o cordel), a dança e a xilografia entre outros, o
pensamento critico e o conhecimento libertador pode e deve ser aflorado. É
necessário se humanizar, se valorizar como detentor de historia própria, rica
e desvinculada dos opressores (colonizadores)... segundo Paulo Freire uma
luta nova e diferente da atual...”...A luta pela humanização, pelo trabalho livre,
pela desalienação, pela afirmação dos homens como pessoas, como seres
para si, não teria significação. Esta somente é possível porque a
desumanização, mesmo que um fato concreto da historia, não é,porém,
destino dado, mas resultado de uma “ordem” injusta que gera a violência dos
opressores e esta, o ser menos.”

Não queremos ser mais que ninguém, nem menos que os senhores,
queremos ser comuns, iguais em valor, possibilidades, criatividades e
realizações. Como ver todos estes aspectos em diversos campos
académicos? Na economia, na atividade política, no meio ambiente, na
etnologia, na religião e nas artes por exemplo...o agir metodológico tem de
estar alinhado com a desconstrução do que está vigente até hoje em grande
maioria de políticas e ações sociais, graças ao colonialismo. O racismo é
preocupante, o descaso pelos povos originários é temeroso, o ataque ao
meio ambiente e apocalíptico, o ódio social por motivos religiosos gerador de
guerras e conflitos eternos, as ideologias políticas e sociais, a miséria social
em favelas, quilombos e sertões, a desigualdade social, as políticas
afirmativas, o imperialismo, as corporações financeiras que impõem seus
sistemas totalitários, a propriedade, a miscigenação e os direitos humanos
são alguns dos aspetos onde se deve aprofundar nosso empenho
educacional para reverter essas realidades. É inadmissível tanto “disparate”
em pleno séc. 21 onde a tecnologia, a informação é tão ampla e acessível a
todos os seres humanos racionais. Há que agir contra esse sistema
impotente e cerceador que captura mentes e os intelectos de nossos alunos
e futuros cidadãos brasileiros ativos.

Se maioria dos portugueses não se preocupam com as


responsabilidades que lhe são legadas causadoras destes problemas atuais,
eu me importo muito, e como tal me compete fazer o que me for possível
para reverter este quadro, para transformar este triste espolio.

Vamos, com atividades artísticas, valorizar todos estes aspectos


oprimidos e sucateados nestes múltiplos campos sociológicos.

- 1° a valorização dos povos nativos, os indígenas.

Sabemos da imposição valorosa que a cultura europeia teve sobre a


importância e a qualidade das artes nativas durante a colonização e que
repercute até hoje em escolas e universidades. Picasso e Monet são os
ícones da pintura genial, o Louvre é um lugar sagrado de conhecimento e
estética, a arte sacra é dominante em mentes e corações fidalgos, tudo isto
muito rentável e culto e em contrapartida as crenças e os mitos ancestrais de
tribos milenares, fundadores de civilizações e culturas primitivas das florestas
brasileiras são simplesmente descartados e delegados para patamares
inferiores e não produtivos. Está tudo trocado, os europeus e demais
colonizadores só destroem e furtam com suas praticas culturais, os povos
originários fazem o oposto, preservam, respeitam e contribuem para um
futuro económico/ambiental bem melhor para os demais e para o planeta.
Os pintores indígenas pintam suas almas ancestrais que estão
relacionadas com seu meio ambiente, com o amor pela preservar, pelo
respeito á vida da natureza, dos ecossistemas funcionando em sua plenitude
e isso deve ser preservado e difundido nas escolas para o maior numero de
alunos nas escolas atuais.
“As pinturas feitas pelos indígenas carregam uma história com uma
ancestralidade muito grande por trás de cada uma delas. Essa arte indígena
está muito além do valor estético, ela obedece a preceitos mágicos
simbólicos e cosmológicos da sociedade que a representa.” - Rebeca Rocha
- Assessoria de Comunicação da UFPA...

“Os desenhos feitos pelos índios possuem significados referentes ao


prestígio dos antepassados nas gerações presentes.
Não há instituição nem burocracia. A arte indígena é simbolizada por danças,
ritos, músicas, apetrechos e o ornamento é muito importante para tais
expressões.

“A arte indígena está presente na essência do povo brasileiro, sendo


um dos pilares para a cultura do país. Cultura que é resultado da mistura de
vários grupos, dentre eles os povos indígenas - os primeiros habitantes do
território nacional.”

Através do resgate, do estudo e pesquisa indígena os alunos serão


orientados a conhecer e compreender as realidades de seus povos
originários, desenhando e pintando com as mesmas técnicas que os
indígenas usam e retratando todos os valores que as obras e produções
representam para estes. A desconstrução do pensamento e valor
eurocêntrico começa assim a ser dissipado e substituído por algo mais
verdadeiro no que se refere a raízes e bases culturais.

- 2° na esfera geográfica e económica

Todos sabemos da supressão de riquezas que o Brasil sofreu antes,


durante e após a colonização, o valor subtraído em todos os campos é
incomensurável para os cofres nacionais.
Se falarmos só do ouro, podemos dizer que:...”Quando o Brasil fazia
parte de Portugal, Lisboa extraiu centenas de navios carregados de nosso
ouro – e também prata e diamantes. Entre as décadas de 1690 e 1750, em
especial, o fluxo de metal e pedras preciosas foi intenso. Os portugueses
usaram boa parte disso para pagar dívidas na Europa toda, mas ainda hoje
continuam tendo uma das maiores reservas de ouro do planeta.”
fonte//gazeta do povo

CAPITULO 2 - AS OBRAS DE ARTE DE UMA “REAL” DECOLONIALIDADE

Para que o ensino das Artes Visuais adote um caráter decolonial e


transponha a hegemonia eurocêntrica, devem ser incluídos no fazer
pedagógico obras marginalizadas e que não obedecem a perspectiva estética
estabelecida pelos europeus e norte-americanos, em vez disso serão
estudadas obras que foram criadas por artistas que estão inseridos em
grupos subalternos, como indígenas, negros, mulheres, lgbtqia+,
candomblecistas, etc. Ademais, é importante elaborar práticas que “se voltem
também para o território latino-americano, como forma de conhecer,
reconhecer e problematizar a nossa produção artística/poética” (MOURA,
2016, p. 310) consideradas “na visão colonizadora, as imagens, os artefactos
e as identidades dos atrasados, dos primitivos, dos bárbaros que necessitam
ser modernizados e civilizados.” (MOURA, 2016, p. 308), contudo são
produções potentes que carregam a história de um o povo que foi e segue
sendo negligenciado e violentando.

Dentre os inúmeros caminhos possíveis e viáveis dentro da arte para


exteriorizar este novo entendimento sobre a colonização e suas entranhas
presentes ate hoje, escolherei ferramentas de produção cultural que estejam
de alguma maneira em prática comum com os jovem atuais em relação ás
novas tecnologias e equipamentos que estes tenham mais intimidade e
facilidade na sua manipulação assim podendo extrair todo o potencial
possível para a realização de releituras das obras e trabalhos referentes aos
episódios mais marcantes e relevantes que venham a surgir ao longo da
pesquisa efetuada por eles dentro do projeto.

A partir deste momento as novas tecnologias entram em ação, todos os


alunos atualmente possuem um aparelho celular, capaz de captar imagem e
produzir conteúdo de significativa qualidade. O registro de situações sociais
dentro de suas comunidades e ambientes familiares serão refletidos e
analisados no projeto para que após a constatação dos problemas a reflexão
das causas sejam interligadas e assim detetadas como referentes ao longo
processo colonial que insiste em manter esses problemas existentes até hoje
sem a preocupação em encontrar uma solução para a comum prática que
gera tanta precariedade e arbitrariedade social, económica e cultural.

Aqui está em pratica o vídeo e a fotografia, ou seja o cinema e toda a


sua peculiaridade e importância para o campo artístico dentro das salas de
aulas e na formação de alunos capacitados em utilizar e produzir material
dentro de uma categoria bastante valorizada no mercado de trabalho
atualmente.
A captação de imagens, os conceitos de planos, sequencias e processo
narrativo, o teor técnico na edição e exploração das novas midias para o
estudo da computação e softwares que ajudem e demonstrem toda a
capacidade que elas representam nos dias atuais para a formação dos
indivíduos nesta época digitalizada e computacional.

O desenho e o grafite também farão parte deste projeto como


ferramenta de reflexão e transformação de um pensamento colonial. A
releitura de obras históricas do período colonizador se faz necessário para
que os alunos entendam os contextos em que essas obras foram realizadas,
quais os seus propósitos e as consequências que elas repercutiram e
repercutem até hoje na sociedade, nos círculos hegemónicos da
intelectualidade contemporânea e como foram centrais na implantação de
uma imagem distorcida dos fatos e realidades eurocêntricas perpetuadas.
Como essas influenciaram a subordinação e o castramento de toda uma
sociedade, época e desenvolvimento civilizatório do Brasil. O desenho em
toda a sua multiplicidade de expressões tem a capacidade de proporcionar a
manifestação do mais profundo interior da subjetividade dos alunos, suas
visões, suas angustias, suas revoltas e seus gritos de liberdade e justiça tão
necessários para a formação individual de cada.

E por fim a poesia como manifestação artística literária. Toda esta


linguagem e modo de se exprimir será direcionado para o formato poético
narrativo. O estudo da ancestralidade, do folclore de povos originários,
culturas afro e todas a sua riqueza literária e cultural permeará o lúdico desta
experiência pedagógica. Artistas diversos que através de suas palavras
constroem um muro de luta e resistência aos avanços das arbitrariedades
impostas pelos “senhores” ao longo das épocas em seus territórios, atacando
e dizimando sem cessar, suas riquezas, seus entes queridos e toda uma
cultura valiosa que tanto se perde a cada dia em que se encontra no
ostracismo político e social. Os métodos de pesquisa sobre os autores
relevantes que estão no fronte desta discussão, serão escolhidos pelos
participante mediante a importância que estes se identifiquem com as causas
e assuntos abordados. A escrita, a leitura e a composição dramaturgica são
de significativa importância para o lapidar da riqueza intelectual do formando,
o contato com as obras de denuncia e proposta de subversão permite a este
se posicionar de modo mais afirmativo nos problemas que estuda e também
nas suas infinitas relações quotidianas quer institucionais quer de âmbito
pessoal.

Considerações finais
A partir da análise realizada, concluímos afirmando que os referenciais
presentes na presente legislação possibilitam a abertura a uma crítica
decolonial, na medida em que expõem a colonialidade do saber e, ao mesmo
tempo, propiciam a explicitação da colonialidade do ser, ou seja, possibilitam
a mobilização em torno das questões veladas do racismo presente nas
práticas sociais e educacionais no Brasil
Outro aspecto que pôde ser evidenciado é o fato de pôr em discussão,
nos sistemas de ensino e no espaço comunitário, a questão do racismo
estrutural, ou seja, a operação teórica que privilegiou a afirmação dos
conhecimentos produzidos pelo ocidente como os únicos legítimos e com
capacidade de acesso à universalidade e à verdade.
O racismo epistêmico considera os conhecimentos não-ocidentais como
inferiores. No entanto, atualmente já não é possível negar a existência de
histórias e saberes epistemológicos fora dos marcos conceituais e
historiográficos do ocidente. Almejar desenvolver uma reflexão sobre o
ensino de história e suas bases epistemológicas a partir da perspectiva
"outra" proposta pelo grupo "Modernidade/Colonialidade" requer operar uma
mudança de paradigma como pré-condição para o reexame da interpretação
da história brasileira. Essa mudança de paradigma implica também a
construção de uma base educacional "outra" para se pensar os currículos
propostos pela presente legislação, ou seja, novos espaços de debate,
interculturais, críticos e uma pedagogia decolonial.
Por fim, podemos considerar que a lei 10.639/03 pode criar condições,
dependendo das perspetivas adotadas pelos sujeitos envolvidos, para o
estabelecimento, no contexto educacional brasileiro, de conflitos, confrontos
e negociações educacionais, pondo em evidência a diferença através do
pensamento crítico de fronteira, como fundamentado por Walter Mignolo, pois
essa legislação

BIBILIOGRAFIA

- ”DESCOLONIZAR A EDUCAÇÃO É PRECISO” Significados de uma


perspetiva pós-colonial de educação

-PAULO FREIRE - PEDAGOGIA DO OPRIMIDO - editora Paz e terra - 2019

- MCD (Modernidade, Colonialidade e Decolonialidade)... Aníbal Quijano


(2005), Catherine Walsh, Edgard Lander (2005), Enrique Dussel (2000),
Nelson Maldonado-Torres (2017) e Walter Mignolo.

-Pedagogia decolonial e educação antirracista e intercultural no Brasil - Luiz


Fernandes de Oliveira e Vera Maria Ferrão Candau
-(Destruição da natureza pelo homem tem ritmo 'catastrófico': a dura advertência de cientistas) BBC
news Brasil

(Destruição da natureza pelo homem tem ritmo 'catastrófico': a dura


advertência de cientistas) BBC news Brasil

PS

Atenciosamente Rui Santos...com os comprimentos a todos mas em especial


à professora e orientadora...Andrea Cristiane Barbosa Bruno

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