Resumo Sociologia

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Apesar de seus êxitos, a teoria da dependência foi relegada no debate político e econômico

dos anos 1990 e 2000, quando o neoliberalismo tornou-se hegemônico. Nesse período, sob o
domínio dos paises centrais e das agências multilaterais por eles controladas, a ação do
Estado como agente de desenvolvimento foi rediscutida. Essa rediscussão decorreu, por um
lado, da crise econômica intermacional dos anos 1970 e 1980 (derivada do aumento dos
preços do petróleo e da crise financeira que se abateu sobre países como México, Argentina e
Brasil) e, por outro, da crise fiscal do Estado de Bem-Estar Social. A busca pela superação da
crise dentro do sistema capitalista teve como eixo o resgate dos fundamentos do velho
liberalismoe resultou em uma drástica redução do papel do Estado na economia. Privatizações
foram estimuladas pelas reformas econômicas associadas às condições impostas pelas
agências multilaterais. A maioria dos governos latino-americano os se submeteu ao tripé
desregulação, privatização e abertura econômica como receita para a recuperação de suas
economias.

Contudo, tal como ocorrera no passado, os principios (neo)liberais não foram suficientes para a
promoção do desenvolvimento. Na dinâmica das relações internacionais, os países centrais
continuaram a fornecer auxílio e socorro econômico (financiamentos, empréstimos etc.),
quando necessário, mas sob condições. Além disso, como as nações em desenvolvimento em
geral não produzem os bens, nem serviços, nem mesmo a infraestrutura de que necessitam,
elas estão sempre recorrendo aos capitais, às tecnologias, aos produtos e a outros elementos
oriundos dos paises desenvolvidos. Assim, os paises em desenvolvimento mantêm-se
endividados e obrigados a aceitar as condições impostas pelos paises centrais e pelas
agências multilaterais. Consequentemente, as causas da dependencia se mantêm. Em síntese,
vemos que sob a hegemonia neoliberal o subdesenvolvimento continua existindo, e as nações
desenvolvidas tendem a manter seu padrão de desenvolvimento (apesar das crises que
atravessam, como ocorre desde 2008). Logo, a desigualdade pode ser vista como uma
condição inerente à modernidade. A divisão internacional do trabalho e a própria dinâmica das
relações internacionais retroalimenta o ciclo vicioso que ainda hoje separa os países entre
centro e periferia, desenvolvidos e em desenvolvimento.

Com o fracasso das políticas neoliberais, que deixaram milhões de pessoas desempregadase
empobrecidas apartir dos an os 1990, a questão do desenvolvimento e das soluções para os
problemas ligados a ele voltou a ser debatida. A industrialização crescente de alguns países,
como o Brasil (que antes eram chamados de "subdesenvolvidos" e passaram a ser chamados
de países "em desenvolvimento" e, posteriormente, de "emergentes"), levou a uma situação em
queo crescimento econômico- cujos principais indicadores são o ProdutobInterno Bruto (PIB),
ou seja, os números absolutos das interações comerciais, do consumo (gasto das pessoas,
empresas, Estado) e da produção (de bens e serviços) convivia combelevados indices de
concentração de renda, analfabetismo, fome e mortalidade infantil. Era preciso que as
conquistas da economia se refletissem no aumento do bem-estar, que, por sua vez, deveria ser
definido e medido adequadamente. Foi nesse contexto que o pensamento desenvolvimentista
voltou a se fazer presente, apontando alternativas para os paises e sociedades peiféricos. Uma
das abordagens contemporâneas sobre o desenvolvimento é aquela proposta por intelectuais
como o indiano Amartya Sen e o paquistanês Mahbub Ul Hag (1934-1998), que, em 1993,
criaram um índice que incluia o ser humano e seu bem-estar na avaliação do desempenho
econômico de uma nação: o índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Esse indice, além de
levar em conta a renda (o PIB dividido pelo número de habitantes do país, isto é, o PIB per
capita), considera a expectativa de vida (medida da saúde da população) e os indicadores
relacionados à educação (forma de medir as possibilidades de as pessoas se tornarem
autônomas para aproveitar as oportunidades criadas pela melhoria das condições de renda e
saúde).

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