Fí Sica: Pré-Vestibular Cecierj
Fí Sica: Pré-Vestibular Cecierj
Fí Sica: Pré-Vestibular Cecierj
Fí
sica
Física
PRÉ-VESTIBULAR CECIERJ | volume 2
FUNDAÇÃO CECIERJ
Presidente Material Didático
Rogerio Tavares Pires Diretor de Material Didático
Vice-Presidente de Educação Ulisses Schnaider Cunha
Superior a Distância Diretora de Design Instrucional
Caroline Alves da Costa Diana Castellani
Pré-Vestibular Cecierj Diretora de Material Impresso
Diretor Bianca Giacomelli
Luiz Fernando Jardim Bento Projeto gráfico
Elaboração de Conteúdo Cristina Portella e Maria Fernanda de Novaes
Carlos Alberto Faria Leite Ilustração da capa
Eden Vieira Costa Renan Alves
Biblioteca Design instrucional
Any Bernstein, Simone da Cruz Correa de Souza Vittorio Lo Bianco,
e Vera Vani Alves de Pinho Luciana Brito
Revisão linguística
cecierj.edu.br/pre-vestibular-social/ Rosane Fernandes Lira de Oliveira
Diagramação
Maria Fernanda de Novaes
Tratamento de imagens e ilustrações
Renan Alves e Vinicius Mitchell
Produção gráfica
Fabio Rapello
FICHA CATALOGRÁFICA
P922
Pré-Vestibular CECIERJ I. Física I. Volume 2 / Carlos Alberto Faria Leite, Eden
Vieira Costa. – Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2022.
194 p.; 21 x 28 cm.
Esta obra está licenciada com
ISBN: 978-85-458-0267-9 uma Licença Creative Commons
Atribuição - Não Comercial -
1. Pré-Vestibular Cecierj. 2. Fisica. 3. Energia Mecânica. 4. Impulso-movimento. Sem Derivações
4. Colisões. 5. Eletrostática- Lei de Coulomb . 6. Circuitos elétricos. 7. Hi- 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0).
drostática. 8. Temperatura – calor. I. Leite, Carlos Alberto Vieira, II. Costa, Eden Reservados todos os direitos
VIeira. Título. mencionados ao longo da obra.
CDD: 500.2
Proibida a venda.
Referências bibliográficas e catalogação na fonte de acordo com as normas da ABNT.
Texto revisado segundo o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
Fí
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sumário
1. A energia mecânica 7
3. Colisões 25
7. Circuitos elétricos 73
8. Hidrostática 89
Caros Alunos,
Este conjunto de textos foi elaborado de acordo com as necessidades e a lógica do projeto do
Pré-Vestibular Cecierj. Os conteúdos foram desenvolvidos para embasar as aulas semanais, de
modo a abranger todo o conteúdo programático dos vestibulares. É muito importante a partici-
pação efetiva de todos nas aulas presenciais e/ou videoaulas disponibilizadas semanalmente
para todas as disciplinas. Será também disponibilizada, por meio eletrônicos, uma grande
quantidade de material que ilustra e complementa os assuntos expostos nos livros. A leitura
antecipada dos capítulos permitirá que você participe mais ativamente das aulas, potencial-
mente aumentando sua compreensão dos conteúdos.
Aproveite ao máximo o material disponível de maneira adequada e terá mais chances de al-
cançar seus objetivos.
Bons estudos!
Agradecimentos
Os autores agradecem ao Professor Marcos Ribeiro Nascimento pelo suporte na área com-
putacional disponibilizando vídeos e textos com informações complementares, ilustrando os
diversos assuntos abordados no livro texto.
Agradecemos também ao mediador do PVS Pedro Queiros Mansur por sua colaboração na
edição do texto e pela elaboração de aulas em áudio com a resolução de exercícios que são
disponibilizadas para nossos alunos.
6
A energia mecânica
01
(Forças conservativas
- Energia térmica -
Conservação da energia)
metas
Introduzir os conceitos de energia mecânica, de energia térmica e de forças
conservativas, realçando a importância do princípio da conservação da energia.
objetivos
Esperamos que, ao final desta unidade, você seja capaz de:
Introdução
Já estudamos duas importantes formas de energia: aquela que os corpos possuem quando es-
tão em movimento, a energia cinética, associada à massa e à velocidade do corpo; e a energia
potencial, relacionada com a posição do corpo dentro de um campo de forças conservativo,
como o campo gravitacional terrestre.
Essas duas formas de energia estão diretamente ligadas entre si. Para ilustrar esse fato, veja-
mos o exemplo de um carrinho descendo uma ladeira.
Situação 1:
No alto da trajetória (em A), o carrinho possui apenas energia potencial, pois, nesse caso, sua
velocidade inicial é nula e ele ainda não possui energia cinética. À medida que o carrinho
começa a descer, vai diminuindo a altura, com respeito ao solo, por exemplo, e sua energia
potencial vai diminuindo. Ao mesmo tempo, sua velocidade vai aumentando, logo, sua energia
cinética aumenta.
A energia mecânica
física_unidade 1
9
// atenção
A energia mecânica é a soma das energias cinética e potencial de um corpo.
Matematicamente: EM = EC + EP .
Forças conservativas
Dizemos que em torno dos corpos celestes existe um campo de forças. O efeito desses campos,
chamados de gravitacionais, é o de atrair para o seu centro de gravidade qualquer outro corpo
que possua massa e que seja colocado na sua vizinhança. Vimos também que essas forças, que
chamamos de peso, variam com a distância do corpo ao centro de gravidade do astro celeste.
As forças do tipo da força da gravidade são chamadas de forças conservativas, porque quando
calculamos o trabalho para levarmos um corpo de um ponto (A) para outro ponto qualquer (B),
dentro de um campo gravitacional, tanto na ida quanto na volta, e mesmo ainda por trajetórias
diferentes, encontramos sempre o mesmo valor para o trabalho. Se o corpo caminhar através
do campo de forças gravitacionais, por qualquer caminho, e voltar ao mesmo ponto de partida,
ele estará com a mesma energia potencial que tinha antes.
Veja a ilustração a seguir, em que um corpo de massa m caminha do ponto de A até o ponto B,
dentro de um campo de forças gravitacionais, por duas trajetórias, em azul, ou em vermelho. O
trabalho da força peso é o mesmo, quaisquer que sejam as trajetórias.
O mesmo acontece com o campo de forças, quando um corpo e uma mola estão interagindo. As
forças produzidas por molas que obedeçam à lei de Hooke também são conservativas.
10
Resumindo:
A conservação da energia
mecânica
// atenção Continuando a raciocinar a respeito do car-
rinho descendo a rampa, se o atrito nos ei-
Chamamos uma força de conserativa
xos das rodas e o atrito entre as rodas e a
quando o trabalho realizado pela força
sobre um corpo, independe do caminho rampa forem desprezíveis, e se a força de
utilizado para ir de um ponto a outro, resistência do ar também for desprezível,
dentro do campo de forças. não haverá perdas e a energia mecânica
será conservada.
física_unidade 1
11
a) Suponha que o nosso carrinho tenha massa m = 50 kg, que parte do ponto A com
velocidade VA = 2,0 m/s, que hA = 10 m e que ele chega em B onde hB = 6 m. Vamos calcular a
energia cinética, a energia potencial e a energia mecânica do carrinho na posição A. Supor
g = 10 m/s².
Solução:
b) Agora, supondo que não existem forças dissipativas, vamos calcular a energia potencial
e a energia cinética do carrinho na posição B.
Solução:
A energia cinética em B: temos m = 50 kg, mas não conhecemos VB . Vamos, então, utilizar a
equação de definição da energia mecânica e de sua conservação, isto é, vamos utilizar o fato
de que, havendo conservação, temos EMB = EMA = 5,1 × 103 já calculado anteriormente.
EMB = ECB + EPB onde ECB = EMB – EPB = 5,1 × 103 – 3,0 × 103 = 2,1 × 103 J.
12
c) Vamos supor, agora, que existem forças de atrito e que 400 J de energia sejam dissipa-
dos para o ambiente sob a forma de energia térmica, quando o carrinho caminha de A para
B. Vamos calcular a energia mecânica, a energia potencial e a energia cinética em B.
Solução:
Não podemos escrever a conservação da energia mecânica, porque parte dessa energia foi
transformada em energia térmica (a energia mecânica não se conserva quando há atrito). Isto
é, não podemos escrever EMB = EMA .
Mas podemos fazer: EMB = EMA – EPerdida e o princípio geral da conservação da energia será satis-
feito. Assim, no caso:
EMB = EMA – EPerdida = 5,1 × 103 – 400 = 5,1 × 103 – 0,4 × 103 = 4,7 × 103 J.
Na expressão anterior, escrevemos o número 400 sob a forma de potência de 10, para poder-
mos “reduzir” os termos semelhantes (o 103).
A energia cinética em B
onde: ECB = EMB – EPB = 4,7 × 103 – 3,0 × 103 = 1,7 × 103 J.
Observações:
Como, normalmente, as perdas são devidas às forças de atrito, podemos também escrever:
# lá na plataforma
Na Unidade 1 (Vol. 2) de nosso ambiente virtual, no tema A energia mecânica, siga as orientações
para o desenvolvimento da atividade proposta. Acesse por meio do ambiente objetos de apren-
dizagem de simulação computacional, [https://phet.colorado.edu/pt_BR/] da Universidade de
Boulder, Colorado.
física_unidade 1
13
2. Uma esfera de massa 2 kg parte do re- capaz de tornar o fenômeno possível. Con-
pouso do ponto A de um plano inclinado sidere os atritos desprezíveis.
(veja a figura).
Respostas
Dica: no mínimo, teremos no ponto A: ECA = 0
e VA = 0 e a energia que a espera tinha antes 1. 10⁻¹ m = 0,10 m = 10 cm
de chegar no looping se transforou total- 2. a) 10 m/s; b) 6,0 m/s
mente em energia potencial, ao chegar no
ponto A. Note também que hA = 2R. 3. V0 ,mínimo 2 g R
física_unidade 1
02
Impulso e quantidade
de movimento
(momento linear)
metas
Introduzir o conceito de impulso, de quantidade de movimento (ou momento linear) e
sua conservação e estabelecer a relação entre esses conceitos.
objetivos
Espera-se que, ao final desta unidade, você seja capaz de:
Introdução
Matematicamente, escrevemos: I = F ∙ Δt
A quantidade de
tidade de movimento (ou momento linear) e
sua conservação.
movimento (ou
O impulso (também momento linear)
chamado impulsão)
Matematicamente escrevemos: Q = m ∙ V.
física_unidade 2
17
F = m ∙ a;
V
ou F m ;
t
ainda F ∙ Δt = m ∙ ΔV;
onde: F ∙ Δt = m ∙ Vf – m ∙ Vi ;
Finalmente: I = ΔQ.
Ou seja:
// atenção
O impulso exercido pelas forças resultantes sobre um corpo é igual à variação da quantidade de
movimento desse corpo.
Vamos calcular:
Solução:
teremos I = QF – Qi ,
onde I = m ∙ VF – m ∙ Vi ,
ou I = m (VF – Vi).
II V V
Ainda: VFF Vii .
m
m
I 60
Explicitando VF : VVF I V Vi 60 20
20 10
10 20
20 30 m // ss (eq. 2).
30 m
F m
m
i 6 0
6 ,,0
Substituindo a equação (eq. 2) na equação (eq. 1), vem:
m
QF m VF 6 , 030 180 Kg ouN
.S .
s
Para continuarmos nossos estudos, é importante definirmos dois conceitos básicos: sistema e
o sistema isolado.
física_unidade 2
19
// atenção // atenção
Chamamos de sistema a um corpo ou a Sendo nula a resultante das forças ex-
um conjunto de corpos que queremos ternas que agem sobre um sistema, sua
considerar para estudo. quantidade de movimento permanece
constante.
• Sistema isolado
Matematicamente, escrevemos QF = QI (a
quantidade de movimento final é igual à
quantidade de movimento inicial).
// atenção
Situação 3: consideremos um sistema for-
Dizemos que um sistema está mecanica-
mado por um canhão de artilharia do exérci-
mente isolado quando não há forças ex-
ternas atuando sobre ele, isto é, quando to, montado sobre um carrinho, que dispara
a resultante das forças externas sobre o um projétil (nosso sistema é composto pelo
sistema é nula ou desprezível. canhão o carrinho e o projétil). Vamos supor
que o canhão mais o carrinho têm massa to-
tal M = 1.800kg e que ele dispara um projétil
A conservação da com massa m = 12kg, horizontalmente, com
velocidade Vp = 600m/s, em relação ao solo.
quantidade de movimento Vamos determinar a velocidade de recuo do
(ou conservação do canhão, VC.
momento linear)
A lei de conservação da quantidade de mo-
vimento nos diz que:
Solução:
// atenção
Os dados são: massa do carrinho + massa do
A quantidade de movimento total de um
canhão M = 1.800 kg; massa do projétil m = 12 kg;
sistema isolado permanece constante.
velocidade do projétil VP = 600 m/s. pede-se
a velocidade de recuo do canhão (mais o car-
rinho) VC .
Durante a explosão, a queima da pólvora exerce forças sobre o sistema, empurra o projétil para a
frente e o canhão e o carrinho para trás, mas essas forças são internas, não modificando a quan-
tidade de movimento do sistema como um todo. Pela conservação da quantidade de movimento,
QF = Qi, e como no início tínhamos Qi = 0, temos que ter QF = 0. Assim, podemos escrever:
ou M ∙ Vc + m ∙ VP = 0,
onde M ∙ Vc = m – VP .
m VP 12 600
Finalmente, VC 4 ,0 m / s .
M 1.800
O sinal negativo indica que o canhão se movimenta em sentido contrário ao do projétil.
Sabendo-se que, inicialmente, todo o sistema estava em repouso e que o carrinho de massa m1
ficou com velocidade de módulo V1 = 3 m/s, vamos calcular V2 , a velocidade final do carrinho
de massa m2 .
Solução:
Assim, QF = – m1 ∙ V1 + m2 ∙ V2 = 0.
física_unidade 2
21
Matematicamente, escrevemos: Q = m ∙ V.
22
física_unidade 2
23
Respostas
1. d.
2. 14 N.
3. Temos os dados: antes temos a massa m com velocidade V, depois da explosão temos m/2
e m/2 sendo que um deles com velocidade V/3. Pede-se a velocidade da outra metade (que
chamaremos Vf )
Como somente forças internas agem sobre o sistema, vamos usar a conservação do momento
linear antes e depois da explosão.
m V m
Onde mV m V mVf
mV 2m 3V 2mVf
mV V m 2 3V m 2 Vf
2VmV Vm 2 VfV3 m
2 Vf
Dividindo por m, e multiplicando por 2 vem V 3V 2 V3f 2 Vf
2mV
2V 3V2VV3f 2
Vf2V 2VV3 V Vf
V2fV 23V 3VVf
Ou Vf 62V3VV3V
VV 2V 3
f f 6V V
VVff 26VV3 3V
Vf 5V 6V3 3V
Assim VV 6VV 3 V
f f 5
VVff 35V 3
Vf 53V 3
Vf 53V
Finalmente Vf 3
3
4. 0,75 J.
5. 0,50 m/s.
6. 2,1 m/s.
Colisões 03
metas
Apresentar o estudo de colisões unidimensionais e fazer aplicações práticas das leis
de conservação da quantidade de movimento e da conservação (ou não) da energia
cinética.
objetivo
Esperamos que, ao final desta unidade, você seja capaz de:
Introdução
Quando um corpo se choca com outro corpo, suas velocidades se modificam e, assim, tanto a
quantidade de movimento, quanto a energia cinética de cada corpo variam. No nosso estudo,
vamos considerar apenas as colisões em uma dimensão, isto é, os movimentos antes e depois
da colisão, que se dão em uma linha reta. Nesse caso, o choque é dito frontal. Vamos conside-
rar dois tipos de colisões: colisões elásticas e colisões inelásticas.
Colisões elásticas
As colisões são ditas elásticas quando nenhuma energia se perde durante o choque, assim,
além da conservação da quantidade de movimento (ou do momento linear), temos a conser-
vação da energia cinética. Isto é:
// atenção
Nas colisões elásticas, tanto a quantidade de movimento (ou momento linear), quanto a energia
cinética do sistema são conservados.
O choque entre bolas de bilhar, de boliche, esferas de aço (bilhas), ou mesmo bolinhas de gude
é uma boa aproximação de uma colisão elástica, pois as perdas de energia durante o choque
são bastante pequenas (embora existam perdas).
física_unidade 3
27
Lembrando que temos dois corpos A e B, os termos com velocidades inicias e veloci-
com velocidades iniciais e finais possivel- dades finais em cada membro da equação.
mente diferentes, podemos escrever:
Assim:
1 1 1 1
mA VAi2 mB VBi2 mA VAf2 mB VBf2 (VAi − VBi)Antes = (VBf − VAf)Depois .
2 2 2 2
Trocando-se a posição dos termos VBf e VAf
mA VAi mBVBi mA VAf mB VBf no segundo membro (temos que trocar os
sinais também). Vem:
1
Eliminando-se o , na primeira equação, (VAi − VBi)Antes = −(VAf − VBf)Depois .
2
pela multiplicação de todos os membros A velocidade (VAi − VBi)Antes é a velocidade re-
por 2 e agrupando os termos semelhantes lativa entre os corpos A e B, isto é, trata-se
nas duas equações, vem: da velocidade de um corpo em relação ao
outro. Vimos, então, na equação anterior,
mA VAi2 mA VAf2 mB VBf2 mB VBi2
que as velocidades relativas se invertem
após o choque elástico, tendo em vista o si-
mA VAi mA VAf mB VBf mB VBi
nal negativo em VAf VBf Depois .
Colocando-se mA e mB em evidência, vem:
Situação 1: uma bola de boliche com massa 4 VAf VBf 4 VAf VBf ( eq.1)
m se movimenta com velocidade de 4 m/s,
quando se choca frontalmente com uma ou- 4 ( VAf VBf ) 4 VBf VAf
tra bola, idêntica à primeira, mas que está
inicialmente em repouso. Supondo o cho- Vemos que as duas equações são iguais a 4.
que elástico, pede-se calcular as velocida- Assim, podemos escrever:
des finais das duas bolinhas.
VAf + VBf = + VBf − VAf
Solução:
ou VAf + VBf − VBf + VAf = 0 ⇒ 2 ⋅ VAf + 0 = 0 ⇒
Foi dado que as massas são idênticas, en- VAf = 0 (eq. 2)
tão, chamando de (A), a primeira bolinha, e
Substituindo-se a equação (eq. 2), na equa-
de (B), a segunda, vamos escrever:
ção (eq. 1), vem:
mA = mB = m. As velocidades iniciais são 4 m/s
4 = 0 + VBf ⇒ VBf = 4 m ⁄ s.
para uma das bolas e zero para a outra. Ve-
jamos uma ilustração do sistema antes do E o resultado do choque frontal entre duas
choque. bolinhas de mesma massa é que elas trocam
de velocidade.
Figura 18.1
Usaremos as equações:
Figura 18.2
Solução:
m 4 m 0 m VAf m VBf
Note que, nesse exemplo, as bolas têm mas-
4 0 ( VAf VBf ) sas diferentes. A primeira, que chamaremos
de bola A, tem massa mA = 2 m e se move
Ou ainda, dividindo os dois membros da com velocidade VAi = 4 m/s. A segunda, que
primeira equação por m: chamaremos de B, tem massa mB = m e está
em repouso, logo VBi = 0. Assim, antes do
choque temos:
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29
Figura 18.3
m 6 2m 0 m VAf 2m VBf
( 6 0 ) VAf VBf
VBf − 6 = 6 − 2 ∙ VBf ,
ou VBf + 2VBf = 6 + 6,
12
3VBf
onde 12 VBf 4 m / s (eq.
(eq.3)3)
3
Substituindo o valor de VBf da (eq. 3) na (eq. 1), vem: VAf = 6 − 2 × 4 = 6 − 8 = − 2 m ⁄ s e o corpo a
passa a caminhar em sentido contrário!
Figura 18.6
Colisões inelásticas
As colisões inelásticas são aquelas em que os corpos sofrem alguma deformação e até mesmo
se aquecem, durante o choque. Isso causa uma perda de energia cinética. Nesse tipo de cho-
que, a quantidade de movimento (Q) é conservada, mas parte da energia se perde na colisão
e EcAntes ≠ EcDepois . Ou seja:
física_unidade 3
31
m V m V m V m V
A Ai B Bi A Af B Bf
# lá na plataforma
Na Unidade 3 (Vol. 2) de nosso ambiente VAi VBi Antes VAf VBf Depois
virtual, no tema Colisões, siga as orien-
tações de desenvolvimento da atividade Onde a primeira equação satisfaz a lei de
proposta. Acesse por meio do ambiente
conservação da quantidade de movimento
objetos de aprendizagem de simulação
e, na segunda equação, cada membro se re-
computacional, [https://phet.colorado.
edu/pt_BR/] da Universidade de Boulder fere às velocidades relativas entre os obje-
Colorado. tos que estão se chocando, antes e depois
do choque, respectivamente.
Perceba como a atividade/recurso dialoga
diretamente com o tema de nossa aula. • As colisões inelásticas
Temos então:
física_unidade 3
33
Respostas
1. b.
2. d.
3. c.
4. c.
física_unidade 3
Eletrostática e
Lei de Coulomb 04
metas
Introduzir os conceitos físicos envolvidos nos fenômenos elétricos, a lei de Coulomb,
e preparar os alunos para o estudo da eletrodinâmica e dos circuitos elétricos
elementares.
objetivos
Esperamos que, ao final desta unidade, você seja capaz de:
Introdução
A eletricidade está presente em nosso dia a dia, na luz que nos ilumina após o pôr do Sol, na
televisão que ligamos para assistir novela, ou futebol, na água gelada que gostamos de tomar
nos dias de calor. Tudo isso seria muito difícil de se fazer, não fosse a energia elétrica. Pro-
duzida, muitas vezes, a quilômetros de distância nas usinas hidrelétricas, termoelétricas ou
nucleares, chega até nós, rapidamente, transportada por grossos fios, normalmente de cobre.
Nosso estudo tratará dos fenômenos da eletricidade, desde seus princípios, até chegar aos
circuitos elétricos que utilizamos em nossas casas. Vamos iniciá-lo introduzindo a noção de
carga elétrica.
Figura 3.1: Vista noturna de parte da cidade do Rio de Janeiro com suas luzes. Fonte: https://commons.wikimedia.org/
wiki/File:Rio_De_Janeiro_-_Rafael_Defavari.jpg. Autor: Rafael Defavari.
A carga elementar
A menor carga possível, chamada carga elementar, é a carga do elétron, que designaremos por e.
Seu valor no Sistema Internacional é: carga do elétron = e = − 1,6 × 10 ⁻¹⁹ Coulomb (C). A carga
do próton é, em módulo, a mesma do elétron.
física_unidade 4
37
Uma maneira bastante interessante e útil de eletricamente neutros, não sendo atraídos
“visualização” de um átomo, que nos dá uma ou repelidos nem entre si nem por elétrons ou
boa ideia sobre sua forma, é o modelo pro- prótons, da forma que esses últimos o são.
posto pelo físico dinamarquês, Niels Bohr,
Prótons → carga positiva
no ano de 1913.
Elétrons → carga negativa
A figura a seguir mostra um esquema do
modelo atômico proposto por Bohr. Neutrons → carga nula
Processos de
eletrização
âmbar em grego, elektron, aliás, que derivam carga negativa. O mesmo ocorre quando pas-
as palavras elétron e eletricidade, usadas samos o pente no cabelo.
diariamente por nós.
Condutores e isolantes
O vidro, o plástico, ou osso de que são fei-
tos os pentes são isolantes elétricos. Os elé-
trons não podem se movimentar livremente,
tanto na superfície quanto no interior dos
isolantes. Dessa forma, quando atritados,
as cargas adquiridas por eles se distribuem
de forma não uniforme em suas superfícies.
física_unidade 4
39
Figura 4.3
Figura 4.4
Na eletrização por contato, o corpo neutro adquire o mesmo tipo de carga que o corpo eletri-
zado, e a carga total permanece a mesma que a inicial. Se os corpos forem idênticos, a carga
final em cada corpo será metade da carga inicial, caso contrário, se os corpos forem diferentes,
as cargas poderão ser diferentes em cada um.
Figura 4.5
A Lei de Coulomb
Ao aproximarmos dois corpos carregados, aparece, entre eles, uma força, chamada força de
Coulomb. Como corpos de mesma carga se repelem e corpos com cargas diferentes se atraem,
as forças têm direções conforme ilustrado na figura a seguir:
Figura 4.6
A força de Coulomb é chamada de força de interação, pois se uma carga q faz força sobre uma
carga Q, a carga Q também faz uma força sobre a carga q, de mesmo módulo, e sentido contrá-
rio à primeira. São forças de ação e reação. A força de Coulomb é diretamente proporcional ao
física_unidade 4
41
• A lei de Coulomb
física_unidade 4
43
• d é a distância entre as cargas, medida a) F₂/₁ tem módulo igual a 2 × F₁/₂, mes-
em metros; ma direção e sentido de F₁/₂;
b) F₂/₁ tem módulo igual a 2 × F₁/₂, mes-
• K é um coeficiente de proporcionalidade
ma direção e sentido contrário ao de F₂/₁;
que depende do meio material onde se
encontram as cargas e as unidades de F, q c) F₂/₁ tem módulo igual a F₁/₂, mesma
e d. K é chamada de constante eletrostá- direção e sentido de F₂/₁;
tica. Seu valor para o vácuo e sua respecti- d) F₂/₁ tem módulo igual a F₂/₁, mesma
va unidade S.I. são: K₀ = 9.10⁹N.m²/C². direção e sentido contrário ao de F₂/₁;
e) F₂/₁ tem módulo, direção e sentido,
diferentes de F₂/₁.
Exercícios c) III;
física_unidade 4
O campo e o
potencial elétrico 05
meta
Introduzir os conceitos de campo e de potencial elétricos.
objetivos
Esperamos que, ao final desta unidade, você seja capaz de:
Introdução
No capítulo anterior, vimos que sempre que colocamos uma carga na proximidade de uma
outra, aparece uma força de interação, proporcional ao produto das cargas e inversamente
proporcional ao quadrado da distância entre as cargas. Neste capítulo, vamos interpretar o
fenômeno da “ação entre as cargas”, como uma propriedade do espaço em torno da carga.
O Campo elétrico
Verifica-se experimentalmente que, sempre que tivermos uma carga (Q) em algum lugar do
espaço, qualquer outra carga (q), colocada na região próxima da primeira, experimentará a
ação de uma força.
Veja na figura a seguir, onde colocamos uma carga (q) em três posições (A, B e C), ao redor de
uma carga (Q), e indicamos a força exercida sobre (q) nesses pontos do espaço.
física_unidade 5
47
Figura 5.1
Veja que, nos pontos A, B e C, a carga q sente forças elétricas diferentes em cada ponto. Uma
noção de campo elétrico pode ser dada pelo conjunto de valores da força elétrica que uma car-
ga (q) sentirá ao ser colocada num ponto qualquer do espaço. O valor dessa força é dado por:
F = q . E
F
E=
q
onde F é a força elétrica sobre uma carga q colocada na região do campo. Assim,
F = q . E
F
E=
q
Pelo exposto acima, vemos que a unidade S.I. de campo elétrico pode ser dada por:
unidade de F newtom N
unidade
de E C.
unidade de q coulomb
Situação 1: numa região do espaço, existe um campo elétrico, sendo sua intensidade em um
determinado ponto P igual a 6,0 × 10⁴ N/C. Calcular a força exercida sobre uma carga q = 30 nC,
colocada nesse ponto do campo.
Solução:
Q.q
Assim, teremos, em módulo: K = q.E
d2
Q
Simplificando o q, temos: E = K
d2
// atenção
Note que nessa expressão do campo elétrico não aparece a carga q. Isso significa que o campo
elétrico existe na região do espaço que estamos considerando, mesmo na ausência de q. O campo
é uma propriedade do espaço.
Figura 5.2
física_unidade 5
49
Figura 5.3
Figura 5.4
50
Situação 3: calcular o módulo, a direção e o sentido do campo elétrico criado por uma carga Q
= 8,0 μC, numa posição P, situado a 2 cm da carga, conforme ilustra a figura a seguir.
Solução:
Q 8, 0 106 72 103
E K 9 109 18 1034 1, 8 108 N / C .
d2
2, 0 10
2 2 4, 0 104
Figura 5.7
O condutor funciona como uma blindagem para campos elétricos externos. Por esse motivo,
algumas peças de rádio e televisão são envoltas por caixas metálicas, ligadas a um fio terra.
Do mesmo modo, estaremos mais protegidos dos raios, em uma tempestade, se ficarmos no
interior de um automóvel. A lataria metálica “blinda” seu interior.
física_unidade 5
51
Figura 5.8
(a) (b)
Figura 5.9
Na Figura 5.9 (a), temos a ilustração de uma única placa, desenhada de perfil e carregada
uniformemente. Nas regiões afastadas das bordas, temos um campo uniforme em ambos os
lados da placa.
52
A diferença de potencial
(ddp) em um campo
uniforme
Situação 4: vamos definir a diferença de
potencial por meio de um exemplo prático.
Considere um campo elétrico uniforme, E,
Figura 5.10 com intensidade de 20 N/C, e dois pontos A
e B, separados pela distância d = 2 metros,
Como carregar placas no interior de duas placas carregadas, con-
forme ilustrado a seguir.
condutoras
Podemos carregar duas placas simplesmen-
te ligando cada uma delas aos terminais de
uma pilha ou de uma bateria de automóvel
por meio de fios condutores. As cargas irão
fluir para as placas e, depois de um tempo
razoavelmente curto, elas ficarão carrega-
das, conforme ilustrado a seguir.
Figura 5.12
física_unidade 5
53
O trabalho realizado pela força elétrica para deslocar a carga nos dois metros que separam
A e B será dado por:
Imagine, agora, que queremos mover a carga de volta para o ponto A. Nós teremos que realizar,
também, um trabalho igual a 160 J sobre a carga. Correto?
Podemos então dizer que a carga possui 160 J de energia potencial elétrica, a mais, em A do
que em B.
Na (eq. 1) vemos que o trabalho realizado sobre a carga é proporcional à carga, e na (eq. 2)
τ
que, entre os pontos A e B, a razão entre o trabalho e a carga AB é uma constante, pois tanto
q
E quanto d são constantes.
Unidade de medida: A unidade de medida de ddp no S.I. é o J/C que chamamos de Volt (V). Isso
significa que:
// atenção
Volt é a diferença de potencial capaz de fornecer 1 joule de energia a uma carga de 1 coulomb.
54
Figura 5.13
1 1
A ddp entre os pontos (A) e (B) é dada por VA VB KQ onde dA e dB são as distâncias
dos pontos A e B à carga Q. dA dB
O potencial e o campo
Consideremos, novamente, a região entre duas placas carregadas, onde existe um campo elé-
trico uniforme.
Figura 5.14
Se colocarmos uma carga de prova (q) no ponto A, ela irá se deslocar até B, pela ação da força
elétrica produzida pelo campo. Teremos, então:
τAB
Como pela definição de ddp = VAB temos que VAB = E . d .
q
Observação: a distância (d) deve ser medida na direção do campo, conforme mostrado na
figura anterior.
Situação 5: duas placas planas e paralelas são ligadas aos polos (+) e (−) de uma bateria de
automóvel, de modo que fica estabelecida uma ddp de 12 V entre as placas. Dessa forma, as
cargas fluem da bateria para as placas até que elas fiquem carregadas. Sendo de 10 cm a dis-
tância entre as placas, calcular a intensidade do campo elétrico entre elas.
Solução:
Situação 6: suponha que duas placas planas paralelas, separadas pela distância de 40 cm, são
carregadas, de modo que em seu interior existe um campo uniforme. Pede-se calcular qual ddp
devemos estabelecer entre as placas, para que a intensidade do campo seja E = 200 N/C.
Solução:
Consideremos duas cargas Q₁ (positiva) e Q₂ (negativa) que geram, num ponto P do espaço, os
campos E₁ e E₂, respectivamente. O vetor campo elétrico resultante (E), no ponto P está calcu-
lado na ilustração a seguir:
56
física_unidade 5
57
Observações:
O potencial de um
condutor esférico
carregado
No interior da superfície, o potencial é
constante e, no exterior, diminui, com o in-
versso da distância.
(b)
Figura 5.18
Figura 5.19
Vamos imaginar que um elétron (e) e uma partícula alfa (α) penetrem num campo elétrico uni-
forme, ambos com velocidade V.
O elétron tem carga negativa e a partícula α, que nada mais é que o núcleo do Hélio, tem dois
prótons e dois nêutrons, portanto sua carga é positiva.
Figura 5.20
física_unidade 5
59
O campo entre as placas está orientado Embora a força sobre a alfa seja 100% maior
para cima (na direção e sentido do movi- que sobre o elétron (o dobro), sua massa é
mento que teria uma carga de prova posi- quase 8.000 vezes maior que a do elétron
tiva (lembra?), as partículas estão entrando e, por isso, sua inércia é muito maior, sen-
na região do campo com velocidade inicial do mais difícil fazê-la mudar a direção da
perpendicular ao campo e a aceleração faz trajetória.
a partícula desviar da trajetória original. Va-
Quando a partícula carregada entra no cam-
mos fazer um exemplo numérico.
po com velocidade inicial com a mesma
Situação 7: suponha que a distância entre direção do campo (e da força), ela apenas
as placas da figura anterior seja de 5 cm e a acelera (ou freia), sem mudar a trajetória.
ddp 100 V. Qual será a força elétrica sobre o
Situação 8: vejamos o exemplo em que uma
elétron e sobre a partícula alfa ao penetra-
partícula de massa m e carga q entra em
rem no campo?
um campo uniforme com velocidade inicial,
Solução: V0 com a mesma direção do campo. Neste
caso, a partícula irá adquirir uma aceleração
Vamos nos lembrar que a carga do elétron é
F q.E
e = − 1,6 × 10⁻¹⁹ C e a partícula alfa tem carga a =
= .
m m
qalfa = 2 × 1,6 × 10⁻¹⁹ = + 3,2 × 10⁻¹⁹ C (pois só
os prótons têm carga), e que é dada a ddp,
VAB = 100 V e a distância entre as placas,
d = 2,5 cm = 0,025 m (passando para o S.I.).
e para a α:
τAB
ddp = VA − VB = VAB =
q
física_unidade 5
61
física_unidade 5
06
A corrente elétrica,
os resistores e a
Lei de Ohm
meta
Introduzir o conceito de corrente elétrica, de condutores e de resistores, e a Lei de
Ohm.
objetivos
Esperamos que, ao final desta unidade, você seja capaz de:
Introdução
Nos capítulos anteriores, vimos o comportamento das cargas elétricas e das forças a que são
submetidas quando estão na presença de campos elétricos. Neste capítulo, vamos estudar o
comportamento das cargas quando se movem em circuitos elétricos. Vamos começar nosso
estudo definindo o conceito de corrente elétrica.
A corrente elétrica
No estudo da eletrização, já havíamos visto que, nos condutores, tais como os metais (cobre,
o alumínio, o ferro, o ouro, a platina etc.), embora os átomos estejam fortemente ligados na
estrutura, os elétrons da última camada atômica podem se mover livremente através de todo
o metal. Chamamos de corrente elétrica ao movimento ordenado de cargas em um condutor.
Figura 6.1
física_unidade 6
65
física_unidade 6
67
V ∝ I (a ddp é proporcional à
Os chuveiros elétricos corrente),
Figura 6.4
68
Resistência e resistividade
Nos diversos materiais, a resistência elétri-
ca depende não apenas do material de que
é feito o resistor, mas também de suas di-
mensões. Mesmo os materiais ditos condu-
tores, como os fios de cobre, oferecem uma
resistência à passagem da corrente, prin-
cipalmente se forem muito finos ou muito
compridos. De um modo geral, a resistência
Figura 6.5: Georg Simon Ohm. Físico e matemático depende principalmente:
alemão que desenvolveu a teoria que culminou no
que hoje é conhecido como Lei de Ohm. Fonte: https://
pt.wikipedia.org/wiki/Georg_Simon_Ohm#/media/
• do material;
Ficheiro:Ohm3.gif
• da temperatura;
Atividade // atenção
2. Teste novamente seu conhecimento re- Para uma dada temperatura, a resistência
solvendo as questões a seguir: (Anote as res- é diretamente proporcional ao compri-
postas em seu caderno.) mento (L) e inversamente proporcional à
área de seção reta (S).
a) Calcule a corrente que passa em um
resistor de 4 Ω quando submetido a uma
ddp de 12 volts. Matematicamente, escrevemos:
b) Que ddp devemos aplicar nos termi- L
nais de um resistor de 20 Ω para que se R (R é proporcional a L e inver-
SL
estabeleça uma corrente de 5 A? R
samente
L proporcional a S),
R S.
c) Para que são utilizados os resistores? SL
ou R . ,
S
física_unidade 6
69
onde ρ (a letra grega “rô”) é a constante de de 1.000 vezes maior do que a dos outros
proporcionalidade, sendo uma caracterís- materiais (olhe para as potências de 10), por
tica de cada material e sendo chamada de isso, o carbono é utilizado na fabricação de
resistividade. certos tipos de resistores.
L L
Temos que: R R . Situação 1: os fios para uso residencial são
S S
normalmente vendidos em rolos de 20, 50 e
Em termos de unidades S.I., temos:
100 metros. Vamos calcular as resistências
L m2 de um fio de cobre (Cu, do latim cuprum) e
R Ω Ω .m.
S m
ρ
de um fio de alumínio (Al), ambos com 100
Observe que, quanto mais fino e comprido, m de comprimento, e com 3 cm2 de área de
maior será a resistência oferecida por um seção reta.
fio. Para a instalação de um chuveiro, por
Solução:
exemplo, que consome muita energia, e a
corrente elétrica seja alta, devemos colocar Da tabela anterior temos:
um fio mais grosso do que o utilizado para
acender uma lâmpada. Do mesmo modo,
• resistividade do cobre = ρCu = 1,7 × 10⁻⁸;
quando temos que levar a corrente elétrica • resistividade do alumínio = ρAl = 2,8 × 10⁻⁸.
a uma grande distância, também devemos
colocar um fio mais grosso, para diminuir- Passando a área de seção reta para o S.I.:
mos as perdas. 1 cm = 10⁻² m ⇒ L1 cm² = (10⁻² m)² = 10⁻⁴ m².
R
Logo 3,0 cm² = 3,0 ×S 10⁻⁴ m² (no S.I.)
Na tabela a seguir, temos o valor da resisti-
vidade de alguns materiais conhecidos. L
Sabemos que R . , assim teremos:
S
Tabela 6.1 Para o cobre:
100
Resistividade em
Rcobre 1, 7 108 ,
Material 3 104
Ohm . m e a 20° C
1, 7
ou Rcobre 108 102 104 .
Prata 1,6 . 10⁻⁸ 3
Cobre 1,7 . 10⁻⁸ Finalmente,
8 2 4 2
Alumínio 2,8 . 10⁻⁸ Rcobre O, 57 10 0, 57 10 5, 7 10 3Ω
Tungstênio 5,6 . 10⁻⁸
R O, 57 10 8 2 4
0, 57 10 2
5, 7 10 3Ω .
cobre
Carbono 3,5 . 10⁻⁵
Analogamente, para o alumínio:
8 100 2
Ralumínio 2, 8 10 0, 93 10 9, 3 10 3Ω
Veja que a resistividade do cobre é bem pe- 3 10 4
quena, por isso, a maioria dos fios que 8utili- 100 2
Ralumínio 2, 8 10 4
0, 93 10 9, 3 10 3Ω .
zamos é feita desse material. A resistividade3 10
da prata é um pouco menor que a do cobre, Veja que a resistência do alumínio é um
só que a prata é muito mais cara. Veja tam- pouco maior que a do cobre, mas ambos são
bém que a resistividade do carbono é cerca
70
• t é o tempo.
# lá na plataforma
Em termos de unidades S.I., temos:
q coulomb Na Unidade 6 do Volume 2, em nosso am-
I Ampère A .
t segundo biente virtual, no tema A Corrente Elétri-
ca, os resistores e a Lei de Ohm, siga as
Estudamos a Lei de Ohm: orientações para o desenvolvimento da
atividade proposta. Acesse por meio do
Para uma mesma temperatura, a dife- ambiente objetos de ap rendizagem de
rença de potencial entre os terminais do simulação computacional, [https://phet.
resistor é proporcional à intensidade de colorado.edu/pt_BR/] da Universidade
corrente elétrica. de Boulder Colorado.
física_unidade 6
71
Respostas da unidade
1.
a) I = q/t = 620/124 = 5 A
b) I = q/t, logo q = I . t = 2(A) . 1(s) = 2C.
Circuitos elétricos 07
meta
Introduzir os principais elementos dos circuitos elétricos, caracterizar as ligações de
circuitos em série e em paralelo e a forma de ligação dos diversos elementos.
objetivos
Esperamos que, ao final desta unidade, você seja capaz de:
Introdução
baterias de nossos celulares, e fornece uma
ddp entre dois pontos de um circuito. Seus
símbolos estão representados a seguir.
Quando fazemos a ligação de geradores a re-
sistências e a aparelhos elétricos por meio
de fios condutores de modo a permitir que
a corrente circule por eles, formamos o que
ou
chamamos de circuitos elétricos. Nesta uni-
dade, vamos estudar alguns tipos de circui-
tos e as características dos principais ele-
mentos que normalmente fazem parte deles. Figura 7.3
Figura 7.2
física_unidade 7
75
V R₁ R₂ R₃
I
Figura 7.6
A B C D
Figura 7.8
O amperímetro é o aparelho utilizado para
medir a corrente elétrica que atravessa um
Note que na ligação em série, conforme ilus-
ramo do circuito. Seu símbolo é:
trado na figura acima, a corrente que sai em
D tem que ser a mesma que entra em A. Para
A
demonstrarmos como é feito o cálculo da
resistência equivalente em uma associação
em série, precisamos ter em mente a cha-
Figura 7.7 mada lei da conservação da carga elétrica.
Podemos enunciar a lei do seguinte modo:
Note que o mesmo raciocínio pode ser estendido para os casos com mais de três resistores
em série.
Associação em paralelo
Na ilustração a seguir, vemos a associação de três resistores em paralelo. Chamamos de nó ao
ponto de encontro da ligação de vários elementos do circuito.
R₁
I₁
I I₂ R₂ I
Nó I₃ R₃
Figura 7.9
A “lei dos nós” é uma implicação direta da lei da conservação da carga e nos diz que:
Na associação em paralelo, a corrente será diferente em cada resistor, mas a ddp é comum a
todas elas e podemos, também, escrever:
1
VAB = (Req).I onde I = VAB (eq. 1)
Req
Nesse caso, temos: I = I₁ + I₂ + I₃ + ... (eq. 2) (a lei dos nós)
física_unidade 7
77
V
VAB
AB O circuito é em série. Logo, a resistência equi-
VAB = R₁.I₁, onde II11 ==V AB
I1 = RR valente é dada por: Req = R₁ + R₂ = 4 + 6 = 10 Ω.
R111
V
VAB
= VAB
VAB = R₂.I₂, onde III22 =
= AB Portanto, o circuito acima pode ser substi-
2 R
R22
R 2 tuído pelo seu circuito equivalente, ilustra-
V
VAB
AB
II33 ==V AB do a seguir.
VAB = R₃.I₃, onde I3 = R R 33
R 3
Assim, teremos: Req = 10 Ω
I
VAB VAB VAB
I1 I2 I3 A B
R1 R2 R3
1 1 1 Figura 7.11
I VAB
R
1 R 2 R 3
b) cálculo da corrente.
Comparando as equações (1) e (2), vemos que:
Nesse caso, a corrente é a mesma nos
1 1 1 1 dois resistores e pode ser calculada
Req R1 R2 R3 aplicando-se a lei de Ohm no circuito
equivalente.
E o mesmo raciocínio pode ser estendido VAB 12
para o caso de mais do que três resistores =I
VAB = (Req).I, onde = = 1, 2 A .
Req 10
em paralelo.
Situação 2: no esquema da figura abaixo, os
Situação 1: no circuito esquematizado a se- mesmos resistores de 4 e 6 ohms do exemplo
guir, pede-se calcular: anterior, estão agora ligados em paralelo.
a) a resistência equivalente; R₁ = 4 Ω
I I₁ I
b) a corrente que passa em cada resistor.
A B
R₁ = 4 Ω R₂ = 6 Ω I₂
I
R₂ = 6 Ω
A B
12 V
12 V
Figura 7.12
Figura 7.10
Vamos calcular:
Solução:
a) a resistência equivalente;
a) cálculo da resistência equivalente;
b) a corrente que passa em cada resistor;
78
I = I₁+ I₂ = 3 + 2 = 5 A
Figura 7.14
física_unidade 7
79
elétrica Potência em
Aparelho
Watts
As lâmpadas e os aparelhos eletrodomésti-
Lâmpadas 15; 20; 40; 60; 100
cos não consomem corrente nem carga, mas
sim, energia elétrica. Nas especificações dos Microndas 1450
eletrodomésticos aparece sempre a potên- Televiores 50 a 150
cia consumida e a voltagem a ser aplicada.
Liqudificadoer e
200 a 300
A potência nos dá uma indicação da ener- Processadores
Solução:
O voltímetro e o
O consumo:
amperímetro
Temos: Pot = 5.400 W = 5,4 kW e tempo de
utilização t = 1,5 h (por dia).
E
Como Pot , teremos para a energia con-
t
sumida: O voltímetro é um aparelho que, conforme
o próprio nome indica, mede a “voltagem”,
E = Pot.t = 5,4 (kW) × 1,5 (h) = 8,1 kWh (gasto
isto é, a ddp entre dois pontos do circuito.
por dia).
Para que não se altere a ddp a ser medida,
Em um mês temos aproximadamente 30 ele não pode “roubar” corrente do circui-
dias, logo: to, por isso, os voltímetros devem ter uma
grande resistência interna.
E = 8,1 (kWh) x 30 = 243 kWh (por mês).
Num voltímetro ideal, a resistência interna
O custo mensal:
é infinita e sua ligação é em paralelo.
O kWh custa R$ 0,62.
O amperímetro mede a corrente elétrica que
Como foram gastos 243 kWh o custo mensal atravessa o circuito e, assim, deve ser ligado
será: em série com o circuito, no trecho que dese-
jamos medir a corrente.
Custo = 243 (kWh) x 0,62 (Reais/kWh) = 150,66
Reais (por mês). Para que o amperímetro não modifique a
corrente a ser medida, ele deve ter uma re-
sistência interna muito pequena.
Atividade
Na figura acima, o amperímetro mede a cor-
Tente você! As geladeiras têm dispositivos rente total que passará pelos dois resistores
que ligam e desligam o compressor quando R₁ e R₂, e o voltímetro medirá a ddp em seus
a temperatura interna chega no ponto dese- terminais.
jado. Imagine que uma geladeira com 400 W
de potência fique metade do tempo ligada Num amperímetro ideal, a resistência
e metade do tempo desligada. Qual seria interna é nula e ele deve ser ligado
o consumo de energia e seu custo mensal? em série.
Suponha que o custo do kWh é de R$ 0,62.
No circuito representado na figura a seguir,
vemos uma possível ligação correta do vol-
tímetro (em paralelo) e do amperímetro
(em série).
física_unidade 7
81
Temos 1,5
A função do gerador R
física_unidade 7
83
térmica gerada pela passagem de uma cor- de 110 Volts. Pede-se calcular a corrente que a atravessa
rente elétrica é diretamente proporcional ao e a energia dissipada durante um “banho” de ½ hora.
produto do quadrado da corrente pelo tem-
Solução:
po que ela leva passando pelo material. Ma-
tematicamente, podemos escrever: São dados: Pot = 5.400 W = 5,4 × 10³ W, ddp = V = 110 Volts = 1,1
• ∆t o tempo gasto na passagem. A energia: E = R.I².∆t = 2,2 × 49² × 1,8 × 10³ = 9.507.960 ≅
9,5 × 10⁶ joules.
Ou ainda, lembrando a lei de Ohm, temos: A carga não pode ser criada nem destruída
V = R.I (eq. 1) ao passar por resistores ou outros
elementos de um circuito.
Escrevendo a expressão da potência na for-
ma: Pot = R.I² = R.I.I (eq. 2) • A associação de resistores em série.
R₁ ε = τ/q
Nó I₃ R₃ VAB = ε - r.I
• O efeito Joule
E = R.I².∆t
• A Lei dos nós
(também chamada “lei de Joule”)
Em um nó a corrente total que chega
tem que ser igual à soma das correntes • A potência dissipada pelo efeito Joule
que saem. Pot = R.I² que pode ser escrita como Pot = V.I
I = I₁ + I₂ + I₃ + ... (tendo em vista a lei de Ohm: V = R.I).
(essa é a chamada “lei dos nós”)
física_unidade 7
85
x
R₁ = 10 Ω R₂ = 10 Ω
100 V S
y
F₂ F₃
F1 F2 L1 L2 L3 L4
Fechando-se a chave S, os pontos X e Y são
ligados em curto-circuito. Nesta situação
pode-se afirmar que:
86
Os valores nominais de potência e ddp das lâmpadas são, para os faróis, respectivamente, 40
W e 12 V, e, para as lanternas, 6,0 W e 12 V. Nessa situação, determine:
a) intensidade da corrente total que atravessa a bateria;
b) as intensidades das correntes que passam no farol F₁ e na lanterna L₁;
c) a resistência do farol F₁.
Respostas comentadas
Atividade
São dados: Pot = 400 W = 0,4 kW e t = 12 horas por dia (metade do tempo).
Como kWh custa R$ 0,62. E foram gastos 144 kWh o custo será: 144 (kWh) × 0,62 (Reais/kWh)
≈ 89 Reais (por mês)
Exercícios
1. O circuito descrito na questão é do tipo ilustrado abaixo.
R
I
I I
A B
ε, r
Onde são dados: a “força eletromotriz”, fem = ε = 6,0 V, a resistência interna r = 2,0 Ω e a resis-
tência externa (que chamamos também de “carga”) R = 10 Ω.
Como a bateria não é ideal, pois tem uma resistência interna, a ddp nos seus terminais será
física_unidade 7
87
VAB = ε − r.I
Ou VAB = 6,0 − 2,0.I (eq.1) esta é a mesma ddp na
resistência R.
Assim, pela lei de Ohm VAB = R.I.
Ou, com R = 10 Ω VAB = 10.I (eq.2)
Igualando (eq.1) e (eq.2), obtemos 6,0 − 2,0.I = 10.I
6, 0
Ou ainda =I
6,0 = 10.I + 2,0.I = 12.I ⇒ = 0, 50 A .
12
2.
a) Todos os aparelhos estão submetidos à mesma ddp de 110 Volts.
Pot 100
Para a lâmpada (L) teremos: IL =
Pot = V.IL ⇒ = = 0, 9 A .
V 110
Pot 4.400
Analogamente, para o chuveiro (C): Pot = V.IC IC
⇒ = = = 40 A .
V 110
Pot 330
Para a geladeira (G): Pot = V.IG IG =
⇒ = = 3, 0 A .
V 110
b) Para que o fusível não queime, ele terá que aguentar no mínimo a corrente total no cir-
cuito. Como o circuito é em paralelo, a corrente total é a soma das correntes que passam
em cada elemento do circuito:
Resposta: a.
Resposta: c.
5.
PT 2 40 4 6
a) PTotal = V.ITotal (V é o mesmo para todos os elementos). Logo: IT 8, 7 A .
V 12
PF 40
b) Para o farol: PF V.iF iF 3, 3 A .
V 12
P 6
Para a lanterna: PL V.iL iL L 0, 5 A
V 12
12
c) V RF .iF RF 3, 6 Ω
ω..
3, 3
Hidrostática 08
meta
Estudar os fluidos em repouso, suas principais propriedades e os princípios que regem
as condições de equilíbrio de um fluido.
objetivos
Esperamos que, ao final desta unidade, você seja capaz de:
Introdução
Os líquidos e os gases são chamados, de
um modo geral, de fluidos. A hidrostática
é a parte da física que estuda o comporta-
mento dos fluidos quando estão em repou-
so. Para começar nosso estudo, vamos pri-
meiramente definir alguns conceitos muito
importantes: o conceito de pressão e o de
densidade. Figura 8.2
Figura 8.1 F
P=
A
Agora segure novamente o livro e o lápis,
Figura 8.3
mas dessa vez colocando o lápis com a pon-
ta voltada para a palma da mão e o livro na
A unidade de pressão no Sistema Interna-
outra extremidade do lápis, deixando o li-
cional é o newton/metro², também chama-
vro se apoiar sobre ele. Faça você essa ex-
da pascal.
periência.
Assim: 1 N/m² = 1 Pa.
física_unidade 8
91
área de 2,5 cm². A pressão exercida será, construirmos uma casa, usamos uma “sapa-
então: ta” mais larga sob as colunas, antes de le-
vantar as vigas e as paredes.
10 N
P
F
A 2, 5 cm2
cm
4, 0 N 2 .
A densidade absoluta
Isto é, em cada centímetro quadrado da su- (ou massa específica)
perfície, atua uma força de 4 Newtons.
Água 1,0
hidrostática
Gelo 0,92
Cortiça 0,24
Você já deve ter reparado que ao mergu-
Alumínio 2,7 lharmos num rio, num lago ou numa piscina,
Ferro 7,6 quanto mais fundo estamos, tanto maior é
a pressão que sentimos, principalmente em
Chumbo 11,3
nossos ouvidos. Para uma mesma profundi-
Mercúrio 13,6 dade, a pressão é a mesma, mas “para dois
pontos situados em profundidades diferen-
tes, em um líquido em equilíbrio, a pressão
A densidade da Terra será diferente”.
física_unidade 8
93
A pressão dentro de um
Figura 8.4 líquido
De acordo como princípio de Stevin, para
dois pontos quaisquer A e B dentro de um
líquido, temos:
PB – PA = ρ . g . H
Onde:
como óleo e água. O óleo tem densidade menor e por isso flutua na água. Consideremos um
tubo em forma de U onde colocamos água e óleo, conforme ilustrado a seguir.
Figura 8.6
Situação 2: Um tubo em forma de U contém água até uma certa altura. Em seguida, colocamos
óleo em um dos lados do tubo, de modo que, após o equilíbrio, a situação é como na ilustração
a seguir. Vamos calcular a densidade do óleo, sabendo que ρH2O = 1,0 × 10³ kg/m³.
Figura 8.7
1, 0 103 kg 2 80 mm
Onde: m3
ρóleo ,
2 80 20 mm
160.000 kg
m3
ou: ρóleo 889 kg .
180 m3
Finalmente, ρóleo 8, 89 102 kg .
m3
física_unidade 8
95
g 10 3 kg
Em um experimento, Pascal pegou um tubo ρHg 13, 6 13, 6 13, 6 103 kg 3 no S.I.
cm3 10 m
6 3 m
de vidro fechado em uma de suas extremi- 10 3 kg
10 3 kg g 9, 8 m 3 kg g
dades, encheu-o completamente g de 13
mer- ρ 13, 6 13, 6 13, 6 103
ρHg 13, 6 ,6 13, 6 10s 2 no S.I. ; Hg cm3 10 6 m3
cm 3
10 6
m 3 m3
cúrio, (o mercúrio, Hg, é um metal líquido à
temperatura ambiente) g e depois
9, 8 m 2 emborcou • a aceleração da gravidade: g 9, 8 m s2 ;
s
o tubo em um recipiente mais largo, tam-
• a altura da coluna de mercúrio: h = 760 mm
bém contendo mercúrio. Pascal observou
= 0,760 m.
que o nível do mercúrio no tubo desceu até
ficar na situação ilustrada na figura seguir. Substituindo esses valores na (eq. 1), tere-
mos a pressão atmosférica.
O princípio de Pascal
Chamamos de vasos comunicantes a um sis-
tema composto de recipientes que estão de
alguma forma ligados entre si por meio de
tubos, ou dutos, em sua base.
// atenção
“Se, de alguma forma, aumentarmos a
pressão em um ponto qualquer de um lí-
quido, esse aumento será sentido em to-
dos os pontos do líquido e das paredes
do recipiente”
física_unidade 8
97
11cm
cm22
Vamos imaginar um sistema de vasos co- a
Assim: ff M.g a
M.g.. 11..000
00099,,88
municantes em equilíbrio. Em cada um dos ..
AA 100cm
100 cm22
vasos, existe um êmbolo, como o de uma
1
seringa de injeção, de modo que podemos 800NN 1 98
Onde: ff 99..800 98NN.
100
100
pressionar o líquido no interior dos vasos,
como ilustra o desenho a seguir. Um dos Veja que f é 100 vezes menor que F.
lados tem uma área pequena (a) e o outro
lado uma área maior (A).
O princípio de
Arquimedes
Onde:
• ρL é a densidade do líquido;
densidade do líquido
Você já deve ter tentado alguma vez afun-
dar uma boia, uma bola de borracha, ou Nesse caso, o empuxo é igual ao peso do
uma rolha dentro d’água e verificado que a corpo e ele pode ficar em equilíbrio em
água “empurra” a boia, a bola, ou a rolha qualquer lugar dentro do líquido, conforme
para cima. Essa força que os líquidos fazem ilustrado a seguir.
em todos os corpos que estão mergulhados
neles é chamada de empuxo. Essa força é
a mesma que faz com que os corpos mer-
gulhados em líquidos pareçam mais leves.
Arquimedes foi o primeiro a verificar e des-
Figura 8.13
crever experimentalmente a natureza dessa
força. Podemos enunciar o chamado “prin-
cípio de Arquimedes” do seguinte modo: O corpo tem densidade
“Todo corpo mergulhado em um líquido menor que a do líquido
recebe uma força de empuxo, vertical, diri-
gida de baixo para cima, igual ao peso do Nesse caso, mesmo que você tente “afundar”
volume de líquido deslocado”. o corpo, empurrando-o para dentro do lí-
quido, ao soltá-lo, ele irá subir e ficará flu-
Matematicamente, podemos escrever: tuando, de modo que a parte que estiver
mergulhada desloque um volume de líqui-
Empuxo = PLíquido Deslocado = mLíquido Deslocado . g
do que tenha o mesmo peso do corpo.
(pois P = m . g).
m
Da definição de densidade ρ m ρ.V .
V
m teremos:
Assim, para o empuxo, Empuxo ρL. VD .g
ρ m ρ.V
V
Empuxo ρL. VD .g
física_unidade 8
99
Figura 8.14
Ou: mc . g = ρL . VD . g
Figura 8.16
Assim: mc = ρL . VD
Figura 8.17
Figura 8.15
Neste caso, além do peso do corpo e do em-
puxo exercido pelo líquido, temos a força de
No caso, sendo T a força feita pelo fio, no tração, T, exercida pelo fio.
equilíbrio, temos: E = T + P. No equilíbrio, temos: P = T + E
100
•
Resumo Estudamos o princípio de Pascal
física_unidade 8
101
física_unidade 8
Temperatura e Calor 09
meta
Introduzir os conceitos de temperatura e calor.
objetivos
Esperamos que, ao final desta unidade, você seja capaz de:
Introdução
O estudo da termometria envolve uma série de conceitos, como os de calor e temperatura, dos
quais todos temos uma ideia geral. Entretanto, é necessário definir e conceituar de maneira
bem clara e precisa esses conceitos, para que possamos trabalhar cientificamente e entender
melhor os fenômenos da natureza que os envolvem.
A energia interna
As moléculas de todos os corpos que nos cercam estão em constante movimento, tanto nos
gases como nos sólidos e nos líquidos. Estando em constante movimento, existe uma energia
cinética associada a esse movimento molecular que chamamos de energia interna do corpo.
Podemos variar a energia interna da água em uma chaleira colocando-a no fogo. Com o aumen-
to na agitação das moléculas, aumenta sua energia térmica. Por outro lado, podemos diminuir
a energia interna de um refrigerante, por exemplo, colocando gelo dentro dele, pois a agitação
térmica das moléculas do refrigerante irá diminuir à medida que ele esfria.
O calor
Até o século retrasado pensava-se, erroneamente, que o calor era uma espécie de “fluido”
chamado “calórico”, que cada corpo tinha uma certa quantidade desse fluido em seu interior,
e que esse fluido podia passar de um corpo para outro.
Quem finalmente demonstrou, experimentalmente, que o calor era uma forma de energia e
que havia um equivalente mecânico dessa energia, foi James Prescott Joule. Em 1845, Joule
apresentou um trabalho na Royal Society of England com os resultados de um experimento, no
qual uma roda contendo várias pás era colocada para girar em um recipiente contendo água.
física_unidade 9
105
O movimento mecânico das pás dentro do recipiente aumentava a temperatura da água, o que
podia ser medido por meio de um termômetro.
Figura 9.1: a experiência de Joule demonstrou a transformação de energia mecânica em energia térmica (calor).
Calor é uma forma de energia que passa de um corpo que está a uma temperatura
maior, para um outro corpo que está a uma temperatura menor. Calor é uma
energia em trânsito.
A caloria
Uma unidade bastante comum para o calor é a caloria:
1 cal = 4,186 J
106
Medindo a temperatura –
A ddp nessa “junção” varia com a tem-
peratura. A ddp (voltagem) é a grandeza
o termômetro termométrica.
física_unidade 9
107
Figura 9.3
As escalas Celsius
A escala mais comum no Brasil é a escala Celsius, criada por Anders Celsius (1701–1744). Para
construir sua escala, Celsius escolheu dois fenômenos que, sob pressão atmosférica normal,
ocorrem sempre à mesma temperatura: a temperatura de fusão do gelo, que chamaremos θg
(leia-se teta g), à qual Celsius atribuiu o valor 0° C (zero graus celsius), e a temperatura de
ebulição da água, também chamada de “ponto do vapor”, que chamaremos θv (teta v), à qual
foi atribuído o valor de 100° C (cem graus celsius). Dividindo-se a coluna em cem partes, por
exemplo, cada traço corresponderá a um grau celsius (também chamados de graus centígra-
dos). Note-se que, ao fazermos essa divisão da escala em partes iguais, estamos supondo que
a variação no comprimento da coluna é diretamente proporcional à temperatura.
Figura 9.4
A escala Fahrenheit
Nos países de língua inglesa, é muito comum a utilização da escala Fahrenheit, criada por Daniel
Fahrenheit (1686 –1736), que possui valores fixos diferentes dos de Celsius.
108
Na escala Fahrenheit, os pontos do gelo e do vapor são, respectivamente, θg = 32° F (32 graus
fahrenheit) e θv = 212° F (212 graus fahrenheit). Podemos estabelecer a relação entre as leitu-
ras nas duas escalas do seguinte modo:
Figura 9.5
C 0 F 32
100 0 212 32
C F 32
100 180
C F 32
5 9
Obs.: usando esse procedimento de relacionar intervalos de temperaturas, você poderá encon-
trar a relação entre uma escala arbitrária (isto é, uma escala qualquer) e a escala Celsius ou
outra escala qualquer, desde que conheça três pontos que correspondam à mesma tempera-
tura nas duas escalas (como você verá no exercício proposto número 1).
física_unidade 9
109
Tabela 9.1
# lá na plataforma
Substância
Calor específico em
(cal/g°C)
Como gelar latinha em 1
minuto?
Água líquida 1,00
Chumbo 0,031
Mudança de fase-
O calor específico da água, na sua forma lí-
quida, é um dos maiores da natureza. Dessa
calor latente (L)
forma, a água troca grandes quantidades de
calor com pouca variação de temperatura.
Esse fato torna a água um importante regu-
lador térmico de nosso planeta. Nos lugares Quando uma substância muda de fase, por
onde há abundância de água, como em cida- exemplo, de sólido para líquido, de líquido
des à beira-mar, a diferença de temperatura para vapor, ou vice-versa, sua temperatura
física_unidade 9
111
QCEDIDO+ QRECEBIDO= 0
física_unidade 9
113
Figura 9.8
irradiação
A propagação (ou condução) de calor entre
dois corpos pode ser realizada mesmo sem
contato físico entre eles, por irradiação de
114
Resumo
Figura 9.10
física_unidade 9
115
# lá na plataforma
Em nosso ambiente virtual, você encontra-
rá conteúdos para aprofundar o conheci-
mento sobre o tema Temperatura e calor.
Acesse os objetos de aprendizagem de si-
mulação computacional produzidos pela
Universidade do Colorado. Siga as instru-
ções das atividades propostas e perceba
como os recursos dialogam diretamente
com o tema de nossa aula. Estarão dispo- 4. Sobre uma placa de parafina de espessu-
níveis também exercícios para fixação do ra uniforme são colocadas duas esferas de
conteúdo e um podcast com a resolução mesma massa, aquecidas até alcançarem a
comentada dos exercícios. Confira! mesma temperatura. Uma esfera é de ferro
e a outra é de chumbo. Qual delas fundirá
maior quantidade de parafina?
Exercícios Dados os calores específicos: cFe = 0,11 cal/
(Anote as respostas em seu caderno.) g°C; cPb = 0,031 cal/g°C.
1. Colocamos em um mesmo recipiente três 5. Que massas de água a 12°C e 52°C deve-
termômetros: um Celsius, um Fahrenheit e mos misturar para obtermos 10 kg de água
um Kelvin. Aquecemos o sistema até que a a 22°C?
116
física_unidade 9
Dilatação térmica 10
meta
Conceituar a dilatação térmica dos sólidos e líquidos, em casos simples, com exemplos
da vida cotidiana.
objetivos
Esperamos que, ao final desta unidade, você seja capaz de:
• caracterizar a dilatação térmica dos líquidos em geral e da água, como um caso par-
ticular.
118
Introdução
Conforme vimos anteriormente, a temperatura pode ser definida como sendo uma medida do
grau de agitação térmica das moléculas do corpo. Quanto maior for essa agitação, tanto maior
será a sua temperatura. Sendo assim, de um modo geral, quanto maior for a temperatura,
maior será o volume desse corpo. Se por outro lado, diminuirmos a temperatura de um corpo,
na grande maioria dos casos, ele sofrerá uma contração, denominada contração térmica.
Para estudarmos a dilatação térmica, vamos dividir os assuntos em dois tópicos: o primeiro,
a dilatação térmica dos sólidos, subdividido em: dilatação linear, dilatação superficial e dila-
tação volumétrica; e o segundo, a dilatação térmica dos líquidos. Os líquidos, como sabemos,
não têm forma própria, eles ocupam o espaço com a forma do recipiente que os contém. Sendo
assim, apenas a sua dilatação volumétrica terá algum interesse de estudo.
Figura 10.1: Juntas de dilatação da ponte Golden Gate (Califórnia, EUA), utilizadas para absorver a variação
volumétrica dos materiais e os efeitos inerentes a cada tipo de estrutura. Fonte:https://commons.wikimedia.org/
wiki/File:Expansion_joint_Golden_Gate_Bridge.jpg.
Dilatação linear
física_unidade 10
119
Assim, escrevemos:
ΔL = Li.α.Δθ
Onde:
Chumbo 27 . 10⁻⁶
• para o chumbo β = 2 × 27 × 10⁻⁶ C⁻¹ = 54
× 10⁻⁶ C⁻¹.
Vamos considerar uma placa que tem área Ai , Vamos considerar um paralelepípedo, com
à temperatura θi e área Af ,à temperatura θf . volume Vi , à temperatura θi, evolume Vf , à
temperatura θf , conforme ilustrado na figu-
ra a seguir.
Figura 10.2
ΔA = Ai . β . Δθ Figura 10.3
Onde:
Nesse caso, temos que:
• ΔA = (Af − Ai ) = área final – área inicial
ΔV = γ . Vi . Δθ
(variação na área);
onde γ (gama) é o coeficiente de dilatação
• β = coeficiente de dilatação superficial;
volumétrica. Seu valor é aproximadamente
• Δθ = (θf − θi ) = variação na temperatura. igual ao triplo do coeficiente de dilatação
linear para o mesmo material: γ = 3 × α.
física_unidade 10
121
O caso da água
A água apresenta uma peculiaridade no seu
coeficiente de dilatação. Se aquecermos um
certo volume de água partir de 0°C, entre a
temperatura de 0°C e 4°C a água se contrai,
diminuindo o volume, ficando mais densa.
Depois, se continuarmos a aquecer a água,
ela vai começar a se dilatar, como fazem, de
um modo geral, os outros sólidos e líquidos. Figura 10.5: As focas nadam abaixo do gelo no polo
norte. Esta da fotografia, está na Reserva da Biosfera
À temperatura de 4°C, a água é mais densa, da Unesco Nordaust-Svalbard, Kløverbladbukta,
Wahlenbergfjorden, Svalbard, Noruega.Fonte: https://
ocupando o menor volume. No gráfico a se- www.flickr.com/photos/hoppy1951/15096072562/.
guir, está representado qualitativamente o Créditos: Allan Hopkins.
volume de uma certa quantidade de água
(em unidades arbitrárias u.a), em função da
temperatura.
E quanto aos gases?
Os gases apresentam um comportamento
térmico bastante diferenciado em relação
aos sólidos e líquidos, e serão estudados
com maiores detalhes numa unidade à parte.
Resumo
Figura 10.4
Nas regiões geladas, como no Polo Norte da Nesta unidade, estudamos o comportamen-
Terra, a água vai congelando na superfície to dos sólidos e dos líquidos quando sub-
do oceano Ártico, enquanto a água a 4°C, metidos a variações de temperatura, prin-
mais quente do que o gelo, afunda, por ser cipalmente no que diz respeito à dilatação.
mais densa, permitindo que sob o gelo exis-
ta uma grande quantidade de vida marinha, • Estudamos a dilatação linear, onde:
como focas, leões marinhos e muitas outras
ΔL = Li . α . Δθ onde Lf = Li . (1 + α . Δθ)
espécies. O fato de a água possuir um dos
maiores calores específicos dentre as subs- • A dilatação superficial, onde:
tâncias conhecidas e o de ser mais densa a
4°C têm uma importância fundamental no ΔA = β . Ai . Δθ onde Af = Ai . (1 + β . Δθ)
equilíbrio do clima da Terra e, portanto, na
• A dilatação volumétrica, onde:
sobrevivência de todas as espécies animais
que nela vivem, incluindo a nossa. ΔV = γ . Vi . Δθ onde Vf = Vi . (1 + γ . Δθ)
física_unidade 10
123
Dicas: veja que uma placa de 500 cm² foi ti- 4. São dados: a dilatação, ∆S = 2,4 cm²; a va-
rada de uma placa maior, quadrada, que ti- riação de temperatura, ∆θ = 100 °C; e o coe-
nha 30 cm de lado. O problema pede a área ficiente de dilatação linear, α = 1,2 × 10⁻⁶°C⁻¹.
final da peça “restante”. Note também que
Pede-se a área da placa antes do aqueci-
o problema é de dilatação superficial, mas
mento, Si .
o que foi dado é o coeficiente de dilatação
linear. Cuidado! Solução:
4. (MACK-SP) Uma placa de aço sofre uma Precisamos do coeficiente de dilatação su-
dilatação de 2,4 cm², quando aquecida em perficial, Assim:
100°C. Sabendo que o coeficiente de dilata-
ção linear médio do aço, no intervalo con- β = 2α = 2 × 1,2 × 10⁻⁶ = 2,4 × 10⁻⁶°C⁻.
siderado, é 1,2 × 10⁻⁶ °C⁻¹, podemos afirmar A resposta está em m², assim vamos passar
que a área da placa, antes desse aqueci- o dado da dilatação, ∆S = 2,4 cm², para o S.I..
mento, era:
Temos: 1 cm = 10⁻² m
a) 200 m² ; d) 1 m² ;
b) 100 m² ; e) 0,010 m². Ou: (1 cm)² = (10⁻² m)² elevando ambos os
membros ao quadrado.
c) 2 m² ;
Ainda: S − Si = Si β ∆θ
Respostas
Onde: ∆S = Si β ∆θ
1. e. S 2, 4 10 4
Assim: Si 10 4
10 6
10 2
β θ 2, 4 10 6 100
2. d. A dilatação no diâmetro do furo e do S 2, 4 10 4
Si 10 4
10 6
10 2
física_unidade 10
A reflexão da luz 11
meta
Introduzir os principais conceitos da óptica geométrica e estudar suas aplicações aos
espelhos planos e esféricos.
objetivos
Esperamos que, ao final desta unidade, você seja capaz de:
Conceitos
fundamentais
Figura 11.2: o observador, isto é, uma pessoa que olha
para a paisagem representada na figura, pode ver os
objetos e a Lua porque eles refletem a luz do Sol em
todas as direções.
física_unidade 11
127
Princípio da propagação
retilínea da luz
Num meio transparente e homogêneo, a luz
caminha em linha reta.
Figura 11.3
Feixe luminoso
Chamamos de feixe luminoso a um conjunto
de raios de luz. Os feixes luminosos podem
ser divergentes, convergentes ou paralelos. Figura 11.5
Veja os exemplos ilustrados a seguir.
Nesta situação ilustrada acima, o observa-
dor não pode ver a vela atrás do objeto, no
caso, a torre de um computador.
Princípio da
independência dos raios
Figura 11.4 luminosos
Quando dois raios ou feixes luminosos se cru-
Princípios da óptica zam, cada um deles segue seu caminho, sem
Princípio da reversibilidade
O caminho que um raio luminoso percorre entre dois pontos quaisquer de sua trajetória é o
mesmo nos dois sentidos. Vejamos o exemplo de um raio luminoso que se reflete num espelho.
Figura 11.7
A câmara escura
Uma aplicação interessante do princípio da propagação retilínea da luz é a câmara escura. Ela
pode ser feita com uma caixa qualquer, de papelão, onde, num dos lados fazemos um pequeno
orifício por onde pode passar a luz. No interior dela colocamos uma folha de papel vegetal ou
papel “manteiga” onde se formarão as imagens dos objetos colocados à frente da câmara. Na
parte posterior, fazemos um orifício, um pouco maior, por onde podemos observar a imagem,
conforme ilustrado a seguir.
Figura 11.8
Podemos usar a semelhança de triângulos para calcular o tamanho da imagem formada. Con-
siderando os triângulos ABC e A’B’C, podemos escrever:
física_unidade 11
129
Figura 11.10
Solução:
DE EF
h
80 m
h
30 cm 80 m
A reflexão da
h 24m
AB BC 30cm 100 cm 100 cm
luz - espelho
DE EF h 80 m 30 cm 80 m
h h 24m.
AB BC 30cm 100 cm 100 cm
Espelho
chuva na atmosfera, depois que a chuva se foi e o
Sol reaparece. Elias National Park, Alaska. Fonte:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Double-
alaskan-rainbow.jpg. Créditos: BokicaK.
Chamamos de espelho a qualquer superfície
polida. A superfície da água em uma bacia,
ou mesmo em um lago, quando a água está
bem parada, funciona como um espelho, e
podemos ver a imagem dos objetos que se
encontram ao redor da superfície. Para es-
tudarmos as leis que regem o fenômeno da
reflexão da luz, vamos primeiramente defi-
nir os conceitos de normal, ângulo de inci-
dência e ângulo de reflexão.
física_unidade 11
131
Figura 11.13
Figura 11.14
Temos:
Usando a lei da reflexão, vamos traçar al-
• a normal (N), que é uma reta imaginária,
guns raios luminosos que partem do objeto
perpendicular à superfície (normal sig-
e encontram o espelho. Para cada um dos
nifica perpendicular);
raios, fazemos i = r.
• ângulo de incidência (i), que é o ângulo
que o raio incidente faz com a normal;
Exemplo
Resumo
Figura 11.16
• Nesta unidade, estudamos os conceitos
fundamentais da óptica geométrica.
Solução:
física_unidade 11
133
a) d)
Respostas
c) 1. 75 km/h.
2. d.
3. a.
4. (PUC/MG - adaptado) Coloca-se um ob-
jeto, representado por uma seta, entre uma 4. b (lembre-se do princípio da propagação
lâmpada e um anteparo, conforme ilustrado retilínea da luz).
na figura a seguir. Pede-se indicar a figura
5. e.
que melhor pode representar a sombra do
objeto projetado no anteparo.
a) b) c) d) e)
física_unidade 11
A reflexão da luz –
espelhos esféricos 12
meta
Aplicar os conceitos da óptica geométrica no estudo dos espelhos esféricos.
objetivos
Esperamos que, ao final desta unidade, você seja capaz de:
O foco e o centro de
curvatura
O centro de curvatura é o centro da esfera da
qual tiramos as “calotas” que formam nos-
sos espelhos, e o raio de curvatura, a distân-
cia do centro da esfera até a superfície.
Figura 12.1
R
f =
2
Figura 12.2
física_unidade 12
137
Figura 12.3
A abertura é o ângulo (A) com lados que Em nosso estudo, vamos considerar apenas
passam pelo centro e pelas bordas do espe- os espelhos de pequena abertura e objetos
lho, conforme ilustrado a seguir. colocados próximos ao eixo principal, pois,
caso contrário, a imagem também perderá
nitidez e definição.
Figura 12.7
Características da imagem:
Figura 12.6
Vamos representar um objeto por uma seta. • a imagem é invertida em relação ao ob-
Isso nos facilita na hora de ver se a imagem é jeto;
direita, isto é, se tem a mesma orientação do
objeto, ou se é invertida em relação ao ob- • a imagem é maior do que o objeto.
jeto, pois, nesse caso, a seta que representa
a imagem terá sentido inverso ao do objeto.
física_unidade 12
139
Figura 12.9
Figura 12.10
140
Figura 12.12
Num espelho convexo, para objetos reais, a imagem é sempre: virtual, direita e menor que o
objeto.
Como vimos na unidade anterior, quando colocamos um objeto na frente de um espelho plano
(“objeto real”) sua imagem estará atrás do espelho, sendo formada por prolongamentos dos
raios incidentes (“imagem virtual”).
É possível também obter uma imagem real em um espelho plano, se o objeto for um objeto vir-
tual. Por exemplo, podemos projetar uma imagem de uma lente convergente atrás do espelho.
Essa imagem passará a ser um objeto virtual para o espelho, e a imagem final poderá ser então
uma imagem real. Veja as ilustrações a seguir.
Figura 12.13: ao colocarmos um espelho plano que intercepta os raios luminosos provenientes da lente, ele os reflete,
e a nova imagem se forma na frente do espelho (a imagem é real). Veja a ilustração a seguir.
Figura 12.14
física_unidade 12
141
O mesmo artíficio de utilizar uma lente Essa é uma relação válida, não apenas para
pode ser feito com um espelho convexo, no os espelhos esféricos, mas para os instru-
lugar do espelho plano, para obtermos uma mentos ópticos em geral, como a câmara
imagem fiinal real. escura que estudamos anteriormente.
Figura 12.15
Solução:
Convenção de sinais
para a solução
São dados: P = 60 cm; f = 20 cm e O = 10 cm.
de problemas
Para calcular a posição da imagem (P'), uti-
lizamos a equação dos pontos conjugados e
separamos o P':
1 1 1 1 1 1 Pf
f P P' P' f P fP Podemos determinar, por meio de uma con-
fP 20 60 1200 venção de sinais, todas as características da
P é um múltiplo
(aqui fP
comum 30
dos cm
denomi-
P f 60 20 40 imagem, sem ter que fazer a solução gráfica.
nadores das frações do segundo membro da
I p´ oP ' 10 30 300 As próprias equações da ampliação e dos
equação). I 5, 0 cm.
o P P 60 60 pontos conjugados podem nos indicar se a
imagem é real, ou virtual e se é direita, ou
física_unidade 12
143
invertida. Vejamos como fazer isso: vamos está de “cabeça para cima”). Pede-se P' e O.
estabelecer um critério de sinais, de acordo Para calcular P', aplicamos a equação dos
com a orientação dos eixos x e y, conforme pontos conjugados:
ilustrado na figura a seguir:
1 1 1
f P P'
1 1 1
Onde:
P' f P
1 1 1
f P : P' 1 1 1
Assim
P' 40 120
1 1 1 1 1 1
1 3 1 4
f P P' POu:
' f P
P' 120 120
1 1 1 1 1 1
120
Finalmente:
P' 40 120 P 30 cm
P ' 12.18
Figura f P 4
1 3 1 4
1 1 1 I P PI 30 10 300
Convenção: P' 120 120 O 2, 5 cm.
P' 40 120 Para 120 O P P
o cálculo do tamanho da imagem (O),120 120
1 3 1 4 P 30 cm
• P, P' e f serão Ppositivos
' 120
quando estive-
120
usamos 4 a equação da ampliação:
rem à frente do espelho (sendo então, I P PI 30 10 300
120 O 2, 5 cm.
reais); P 30 cm O P P 120 120
4
I P PI 30 10 300
• os tamanhos do objetoOe da imagem 2, 5 cm.
O P P 120 120
serão positivos, quando estiverem para
cima, e negativos, quando estiverem O sinal positivo indica que a imagem tem a
para baixo. No caso da figura acima, O é mesma orientação que o objeto. A imagem é
positivo e I é negativo. direita, com respeito ao objeto. Se o objeto
I P 1 1 1 estivesse de “cabeça para baixo” a imagem
Devemos escrever então: com
O P f P P 'também estaria.
I P 1 1 1
. Veja o exemplo a seguir. Faça você a solução gráfica, utilizando régua
O P f P P'
e lápis, no próprio desenho abaixo, e confira
Situação 2: um espelho esférico convexo
as respostas do exercício anterior.
tem raio de curvatura R = 80 cm. Determine
o tamanho, a posição e a natureza da ima-
gem que este espelho fornece de um objeto
real, com 10 cm de comprimento, colocado
sobre o eixo principal, a 120 cm do espelho.
Solução:
Resumo
# lá na plataforma
Em nosso ambiente virtual, você encon-
trará conteúdos para aprofundar o co-
nhecimento sobre a segunda parte do
Nesta unidade, estudamos os espelhos es-
tema A reflexão da luz, que trata de Es-
féricos de pequena abertura. Estudamos a pelhos esféricos. Será possível acessar
formação de imagens graficamente, onde objetos de aprendizagem de simulação
vimos os raios principais: computacional produzidos pela Univer-
sidade do Colorado. Siga as instruções
• os raios paralelos ao eixo principal pas- das atividades propostas e perceba como
sam pelo foco após refletir no espelho; os recursos dialogam diretamente com o
tema de nossa aula. Estarão disponíveis,
• os raios que passam pelo foco saem pa- também, exercícios extras e podcasts.
ralelos ao eixo principal, após a reflexão; Confira!
R
f =
2
física_unidade 12
145
meta
Introduzir os conceitos físicos envolvidos nos fenômenos da refração.
objetivos
Esperamos que, ao final desta unidade, você seja capaz de:
Introdução
menos, de acordo com o que chamamos de
índice de refração do meio.
Quando um raio, ou um feixe luminoso inci- Índice de refração (n) de um meio é a razão
de na superfície de um meio transparente, entre a velocidade de propagação da luz no
ele sofre um desvio em sua trajetória. Isso vácuo (c) e a velocidade de propagação da
se deve ao fato de a velocidade da luz ser luz no meio (V).
diferente em meios diferentes, o que causa
um atraso ou um adiantamento no feixe lu- c
Assim, temos: n = , onde c = 3,0 × 10⁸ m/s
c V
minoso, quando ele incide na superfície de n = da luz no vácuo).
(velocidadeV c
separação dos dois meios. n = = 1
c vácuo c
Logo: nvácuo= = 1 .
Experimente colocar um lápis, até sua me- c
tade, dentro de um copo d’água. Você verá
que o lápis parece quebrado, pois a luz pro- Leis da refração
veniente da parte do lápis que está mer-
gulhada desvia de sua trajetória normal ao
passar da água para o ar. O mesmo acontece
quando observamos qualquer objeto que
esteja dentro d’água. Eles parecem estar Considere um raio luminoso se propagando
mais acima do que estão na realidade. de um meio (1) para um meio (2), conforme
ilustrado na figura abaixo. O raio incidente
(I) forma o ângulo θ₁ com a normal à su-
perfície no ponto de incidência. Chamamos
esse ângulo de ângulo de incidência. Após a
refração, o raio refratado (R) forma o ângulo
θ₂ com a normal. Chamamos esse ângulo de
ângulo de refração.
Figura 13.1
Índice de refração
Figura 13.2
física_unidade 13
149
senθ1 n2
n1 senθ1 n senθ ou .
senθ2 n1
Figura 13.3
Relação geral
Para dois meios quaisquer (1) e (2), existe
A Lei de Descartes-Snell uma razão constante entre os senos dos ân-
gulos de incidência (θ₁), o ângulo de refra-
Vamos considerar um raio luminoso (I) que ção (θ₂) e a velocidade da luz, qual seja:
incide na superfície de separação de dois
meios transparentes à luz, meio 1, com ín-
senθ1 V1
dice de refração n₁, e que se refrata ao pas- onde V₁ e V₂ são as velocidades
senθ2 V2
sar para o meio 2, com índice de refração n₂, da luz em cada meio.
maior do que n₁ .A figura a seguir ilustra o
trajeto do raio luminoso nesse caso. Situação 1: numa refração, o raio incidente
se propaga no ar, que tem índice de refra-
ção muito próximo do índice de refração do
vácuo (nAR ≈ nVÁCUO = 1) , e o raio refratado se
propaga na água, cujo índice de refração é
n = 1,33. Sendo o ângulo de incidência igual a
45°, pede-se determinar o ângulo de refração.
Solução:
n₁ senθ₁ = n₂ senθ₂
150
Onde:
2
1, 0
n1 senθ1 1, 0 sen45 2 1, 0 0, 71
senθ2 0, 53.
n2 1, 33 1, 33 1, 33
Numa tabela, calculadora, ou em alguns celulares com a aplicativo de calculadora, podemos
verificar qual é o arco que tem como seno o valor 0,53. Devemos tomar cuidado para colocar a
calculadora no modo rad. Encontramos então sin⁻¹(0,53) = 32.
Assim, temos θ₂= 32° (e vemos que o raio refratado se aproxima da normal, pois θ₂ θ₁).
Para o mesmo caso anterior: entre o ar e a água, sendo dadas as velocidades de propagação
da luz nos dois meios, VLUZ, AR = 299.792,4 km/s e VLUZ,ÁGUA = 225.407,9 km/s, vamos determinar o
2
ângulo de refração para um ângulo de incidência de 45°. Dado: sen45 0, 71 .
2
Solução senθ1 V1
2 senθ2 V2
sen45 0, 71 senθ1 V1
2
Usando a equação geral: , senθAR VAR senθAR .VÁGUA
senθ1 V12 senθ2 V2 senθÁGUA
sen45 0, 71 senθÁGUA VÁGUA VAR
Teremos:
senθ2 V22
sen sen45 VÁGUA 0.71 225.407, 9
sen θARθ1 VV1 AR senθAR .VÁGUA senθÁGUA 0, 53.
sen θ V senθÁGUA , VAR 29
99.792, 4
senθÁGUA2 V2ÁGUA VAR
senθAR VAR 45 V senθ .V
sen ÁGUAθÁGU0
sen .71 225AR.407ÁGUA
,9
Onde:
sen θ
senθÁGUA VÁGUA A
VAR 0, 53.
ÁGUA
VAR 29
99.792, 4
sen45 VÁGUA 0.71 225.407, 9
senθÁGUA 0, 53.
VAR 29
99.792, 4
Da mesma forma que na solução anterior, encontramos o arco cujo seno é (0,53) = [sin⁻¹ (0,53) =32].
Então, temos o ângulo de refração θ₂= 32°.
Ângulo limite
Quando o segundo meio tem um índice de refração menor do que o primeiro (n₂ < n₁), temos:
senθ1 n2
1 senθ senθ θ1 θ 2.
senθ2 n1
física_unidade 13
151
Figura 13.5
Figura 13.6
n₁.senθ₁ = n₂.senθ₂
Formação da
imagem em lentes
esféricas delgadas
física_unidade 13
153
Figura 13.12
b) colocar um sistema de duas lentes • os raios que passam pelo foco e saem
perfeitamente superpostas, fabricadas paralelos ao eixo principal (2);
com vidros de materiais diferentes e
apropriados, com índices de refração
• os raios que passam pelo centro da
lente,não se difratam e seguem em
diferentes; de modo que a aberração
linha reta (3).
causada pela primeira lente seja
compensada quando da passagem da Vamos, então, fazer a construção geométri-
luz pela segunda lente. ca das imagens fornecidas pelas lentes es-
féricas delgadas, para objetos retilíneos co-
locados perpendicularmente ao eixo óptico
da lente. Nas duas próximas figuras a seguir,
identificamos os raios principais por (1), (2)
e (3), conforme descritos anteriormente.
Lentes convergentes
Figura 13.15 O objeto está situado entre o infinito e 2f: a
imagem é real, menor, invertida e se forma
c) cobrir toda a lente com um “filme entre o foco (f) e 2f.
fino”. Um tipo de material transparente
com propriedades ópticas especiais,
que é vaporizado sobre a lente em uma
câmara de vácuo, que não permite a
passagem das cores que refratam mais
(normalmente na região do violeta) e que
também elimina reflexos indesejáveis. Figura 13.16
São eles:
O objeto está situado entre as distâncias
• os raios que vêm paralelos ao eixo prin- 2f e f da lente: a imagem é real, invertida e
cipal e passam pelo foco (1); maior. Forma-se entre 2f e o infinito.
física_unidade 13
155
A ampliação e a
equação dos pontos
conjugados
Figura 13.18
a) 120 cm da lente;
Figura 13.20
b) 8,0 cm da lente.
Solução:
Lentes divergentes
a) Temos f = 40 cm, p = 120 cm e pede-se:
O objeto está situado entre o infinito e a len- p', a ampliação e a natureza da imagem.
te. A imagem é virtual, direita e menor. Elase
Cálculo da posição:
forma entre a lente e o foco imagem (f').
1 1 1 1 1 1 1 1 1 31 2
f P P' 40 120 P ' P ' 40 120 120 120
120
1 1 1 1 1 1 1P 1 160 cm
31 2
1 12 1 1 1 1 1 1 1 31 2
f P P' 40 120 P ' P ' 40 120 120 120
120 f P P' 40 120 P ' P ' 40 120 120 120
P 60 cm 120
2 P 60 cm
Figura 13.21 2
Cálculo da ampliação: (usando o valor de p' menor, direita ou invertida) fazendo um es-
calculado anteriormente) boço do problema. De preferência com ré-
gua e lápis, colocando todos os elementos:
I P 60 foco, centro, eixo principal etc.
ampliação 0, 5
O P 120
I P 10
ampliação 1, 25
O P 8, 0 # lá na plataforma
Note que: O que acontece dentro
• a ampliação é positiva, assim a imagem dos seus olhos?
(I) é direita;
Este vídeo mostra um pouco sobre como
• a ampliação é maior do que um, logo a o fenômeno da visão ocorre e como os
olhos, que são os órgãos responsáveis
imagem (I) é maior do que o objeto (O).
pelo sentido da visão, recebem e proces-
Atenção: você pode sempre conferir a na- sam os estímulos visuais. https://www.
youtube.com/watch?v=VI3Qyjmuo0s&ab_
tureza da imagem (virtual ou real, maior ou
channel=INCR%C3%8DVEL.
física_unidade 13
157
Os defeitos da visão
Uma pessoa normal, sem defeitos da visão, pode ver os objetos distantes com a vista relaxada,
sem esforço algum. Já pessoas com miopia ou hipermetropia precisam forçar a vista, contrain-
do ou relaxando o cristalino. Uma parte desses defeitos é devida a pequenas distorções na
forma da córnea e pode ser corrigida por meio cirúrgicos.
As figuras a seguir nos mostram, esquematicamente, três pessoas olhando para um objeto
distante. Para um olho normal, a imagem se forma sobre a retina, como em (a). No olho hiper-
metrope, a imagem se forma depois da retina, como na figura (b). No olho míope a imagem se
forma antes da retina, como na figura (c).
Figura 13.23
É fácil entender que a correção para a hipermetropia (caso b) deve ser feita com lentes convergen-
tes. Observe na figura a linha tracejada, representando a trajetória dos raios sem os óculos, e a
linha contínua, depois de colocada a lente corretora. O que ocorre, com o uso da lente convergente
no caso da miopia, é que os raios de luz passam a convergir mais adequadamente para a retina.
Figura 13.24
A correção da miopia (caso c) deve ser feita com lentes divergentes. Aqui, também, a linha tra-
cejada representa a trajetória dos raios luminosos antes da colocação da lente corretora para
a miopia. No caso da miopia, a lente divergente, então, faz com que a luz que alcança o olho
humano divirja, a fim de alcançar a retina.
Figura 13.25
158
O astigmatismo.
Existe um outro defeito de visão, o astigmatismo, que pode ser corrigido com lentes cilíndricas,
tendo em vista que o defeito não tem simetria esférica, pois o olho astigmata tem focos dife-
rentes, em planos diferentesperpendiculares à córnea. As lentes cilíndricas são capazes ajudar
a ajustar a visão das pessoas ditas astigmatas.
Instrumentos ópticos
Vamos tomar como exemplo de instrumentos ópticos a lupa, a luneta astronômica, a luneta de
Galileu, o microscópio e o telescópio refletor de Newton, nas suas formas mais simples.
A lupa
A lupa é simplesmente uma lente convergente que utilizamos para observar os objetos bem
de perto e maiores. O observador deve colocar a vista bem próximo da lupa e depois procurar
colocar o objeto em foco.
Quanto menor for a distância focal da lupa, maior será seu aumento. O problema para a obtenção
de uma grande ampliação é que, para a lente ter uma pequena distância focal, ela tem que ter
as faces muito curvadas, e isso causa problemas de aberrações, fornecendo imagens distorcidas.
A luneta
A luneta nos permite observar objetos muito distantes. Elas são compostas por duas lentes:u-
ma chamada de ocular, da qual nos aproximamos o olho, e a outra chamada de objetiva, com
física_unidade 13
159
a qual miramos o objeto que desejamos observar. A objetiva tem uma grande distância focal
(FOB), e a ocular tem uma pequena distância focal (FOC). Veja o esquema da luneta, a seguir.
Figura 13.27
Ao fazermos coincidir os focos (FOB) e (FOC), os raios emergirão da ocular de modo paralelo,
permitindo uma observação com a vista relaxada, sem forçar. O comprimento da luneta deverá
ter então um comprimento igual a (FOB + FOC).
Assim sendo, se você construir uma luneta com FOB = 60 cm e FOC = 3 cm, a ampliação dessa lu-
neta será de 60/3 = 20 vezes. O comprimento da luneta deverá ser de no mínimo 60 + 3 = 63 cm.
A luneta de Galileu
A luneta também pode ser construída com a lente ocular divergente, como a luneta construída
por Galileu. Isso permite observar uma imagem direita, o que é muito bom para observações
terrestres.
Figura 13.28
160
Figura 13.29
fOB
A ampliação também é dada por: A =
FOC
O microscópio
Veja o esquema do microscópio na figura a seguir.
Figura 13.30
Os microscópios mais simples também são construídos com duas lentes, uma objetiva e uma
ocular. Nos microscópios, a objetiva deve formar uma imagem real e maior possível do objeto.
Assim, devemos colocar o objeto um pouco além do foco da objetiva, de modo que a imagem,
que já é bastante grande, pode ser observada através da ocular que a ampliará mais ainda.
A objetiva forma uma imagem y' do objeto y. Essa imagem (y') serve de objeto para a ocular,
formando a imagem final y'' muito aumentada.
física_unidade 13
161
Podemos usar a equação dos pontos conju- • Vimos a relação constante entre as ve-
gados 1/f = 1/p + 1/p' duas vezes, para cal- locidades da luz nos dois meios:
cular a posição final da imagem. Na primei-
Para dois meios quaisquer (1) e (2), existe
ra vez, encontramos a posição da imagem
uma razão constante entre os senos dos ân-
fornecida pela objetiva, que passa a ser o
gulos de incidência (θ₁) e o ângulo de refra-
objeto para a ocular.
ção (θ₂):
senθ1 V1
Resumo
onde V₁ e V₂ são as velocidades
senθ2 V2
da luz em cada meio.
Índice de refração (n) de um meio é a razão A lupa, onde a ampliação angular é dada
entre a velocidade de propagação da luz no por:
25 cm Distância mínima de visão
vácuo (c) e a velocidade de propagação da A
f Distância focal da lupa
a
luz no meio (V).
A luneta e o telescópio refletor, onde a am-
c
Assim: n = onde c = 3,0 × 10⁸ m/s (veloci- pliação angular é dada por:
cV
n =
dade da luz no vácuo). fOB Distância focal da objetiva
V c A
= = .
nvácuo= = 1 FOC Distância focal da ocullar
cc
Logo: nvácuo= = 1 .
c
• Estudamos as leis da refração:
A primeira lei
Exercícios
(Anote as respostas em seu caderno.)
física_unidade 13
163
e)
a)
b)
2. ¾ = 0,75.
c)
3. 49°.
4.
a) p' = 60 cm, comprimento I = 1,0 cm,
imagem real invertida;
d)
b) p' = 80 cm, comprimento I = 2,0 cm,
imagem real invertida;
c) p' = 200 cm, comprimento I = 8,0 cm,
imagem real invertida;
d) p' = 10 cm, comprimento I = 2,5 cm,
imagem virtual direita.
164
6. a.
7. a) – 0,50; b) + 1,25.
8. e.
9.
Pela figura, vemos que α tem que ter 60°, assim θ₁ tem 30° e, como o raio não deve sair, este
é o ângulo limite. Logo, θ₂ = 90°. Aplicando-se a lei de Descartes-Snell (n₁.senθ₁ = n₂.senθ₂)
teremos, no mínimo:
nAR .sen900 1 1
n1 .sen30nAR sen900 n1 n1 2.
sen30 1
2
física_unidade 13
O comportamento
térmico dos gases 14
meta
Introduzir os principais conceitos envolvidos no estudo dos gases perfeitos, suas
transformações e as principais leis da termodinâmica.
objetivo
Esperamos que, ao final desta unidade, você seja capaz de:
Introdução O mol
Para especificarmos a quantidade de um
A Física é a ciência que pesquisa as leis gás, é importante nos lembrarmos do con-
do universo com respeito à constituição, ceito de mol.
interações e transformações da matéria e
da energia. O estudo dos gases tem como Chamamos de mol ou mole a quantidade
objetivo nos capacitar para avaliar as con- de matéria que contém um número
sequências provocadas por alterações nos específico e invariável de partículas.
parâmetros físicos de um gás localizado em As partículas a que nos referimos podem
um sistema fechado. Entender, por exem- ser átomos, moléculas ou íons.
plo, o que ocorre na panela de pressão que
O mol é a unidade que o Sistema Internacio-
usamos para fazer feijão no dia-a-dia.
nal de Unidades (S.I.) utiliza para a grandeza
As principais características dos gases são “quantidade de substância”: 1 mol contém
suas compressibilidades e suas expansibi- 6,02214076 × 10²³ entidades elementares,
lidades. Os gases são fluidos e ocupam ra- como veremos a seguir.
pidamente todo o espaço do recipiente no
qual os colocamos. O estado de um gás é O número de Avogadro
caracterizado pelo valor da Pressão (P) a
que está submetido, pela sua temperatura O número característico de partículas con-
(T) e pelo volume (V) que ocupa. Nesta uni- tido em um mol de qualquer elemento é
dade, vamos estudar as relações entre essas o número de Avogadro (NA). Seu valor é:
três grandezas, em uma determinada quan- NA = 6,023 × 10²³.
tidade de gás.
Principais grandezas
envolvidas em
nosso estudo
No estudo dos gases, precisamos lançar Figura 14.1: O número de Avogadro, ou constante
de Avogadro, foi batizado com esse nome em
mão de algumas grandezas físicas que são homenagem ao Físico italiano Avogadro (1776-1856),
também muito utilizadas na Química: o grande contribuidor da teoria molecular. Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Amedeo_Avogadro#/
mol, o número de Avogadro e a molécula- media/Ficheiro:Avogadro_Amedeo.jpg.
-grama. Para tanto, passaremos a definir
essas grandezas. Vamos tomar como exemplos os elementos
oxigênio e hidrogênio: um mol de oxigênio
contém 6,023 × 1023 moléculas de oxigênio;
física_unidade 14
167
Note que a expressão da lei dos gases perfeitos pode ser escrita basicamentede três modos:
PV m
= nR=ou pV T ou ainda PV = nRT .
T M
Atenção: a temperatura T deve ser sempre expressa em Kelvin (K).
PV
Como a relação é= uma
nR constante, podemos escrever para dois estados diferentes do mes-
T
mo gás: estado inicial (Po; Vo; To) e outro estado qualquer (P; V; T).
Aplicando-se a lei geral dos gases perfeitos e dividindo-se as expressões membro a membro,
teremos:
PoVo nRTo PV PoVo
= ou ainda =
PV nRT T To
Transformação isotérmica
Se durante uma transformação realizada por ou sobre um gás a temperatura permanecer cons-
tante, (T = To), a transformação é chamada de isotérmica, e a expressão se torna PV = PoVo , sen-
do chamada de lei de Boyle.
física_unidade 14
169
Transformação isobárica
V Vo
Se a pressão permanece constante, a transformação é chamada isobárica, e temos: = .
T To
Noções de termodinâmica
A termodinâmica é a parte da física que estuda as causas e efeitos das mudanças da pressão
do volume e da temperatura, principalmente sobre os gases, como, por exemplo, as mudanças
que ocorrem dentro dos cilindros dos motores à explosão dos automóveis, ou das máquinas a
vapor. Nesta seção, abordaremos brevemente o trabalho realizado sobre um gás, o trabalho rea-
lizado por um gás, bem como a primeira e a segunda leis da termodinâmica e o ciclo de Carnot.
Imagine um cilindro contendo um gás e um êmbolo móvel que mantem o gás dentro do cilin-
dro, conforme ilustrado a seguir.
170
A 1ª lei da termodinâmica
ou princípio de Joule
Quando um sistema físico recebe (ou cede)
uma quantidade de calor (Q) e um trabalho
é realizado por ele ou sobre ele, sua energia
interna (U) varia de acordo com: ∆U = Q − W.
• Na situação (2), o êmbolo comprime o Q negativo (−) ⇒ calor é cedido pelo sistema;
gás ⇒ o trabalho é realizado sobre o gás.
W positivo (+) ⇒ trabalho é realizado pelo
sistema;
Quando a pressão varia
W negativo (−) ⇒ trabalho é realizado sobre
durante o processo o sistema.
Nos casos em que pressão varia durante
o processo, o trabalho (W) será dado pela O ciclo de Carnot
“área” sob o gráfico de P versus V, conforme
ilustrado a seguir. As chamadas máquinas térmicas, como uma
máquina a vapor ou um motor a explosão,
funcionam por meio de algum tipo de trans-
formação envolvendo a energia sob a forma
de trocas de calor e funcionam em “ciclos”,
isto é, durante o funcionamento da máqui-
na, ocorre uma transformação, seguida de
outra, depois outra, até que se volte ao es-
Figura 14.6
tado inicial de pressão, volume e tempera-
• Se a transformação for de (a) para (b), o tura dentro da máquina, perfazendo um ci-
gás está se expandindo (o volume está clo, que, então, repete-se.
aumentando): ele realiza trabalho.
Sempre ocorrem perdas durante o fun-
• Se a transformação for de (b) para (a), o cionamento das máquinas, nenhuma de-
gás está sendo comprimido: está sendo las consegue uma eficiência de 100%, mas
realizado trabalho sobre o gás. existe um tipo de ciclo que se aproxima do
física_unidade 14
171
# lá na plataforma
Lá na Plataforma, assista o vídeo Máqui-
na de Carnot, do canal Termodinâmica da
Universidade Federal Fluminense. No ví-
deo, o professor Jorge Sá Martins explica
o funcionamento de uma máquina térmi-
ca que opera no Ciclo de Carnot.
Resumo
Figura 14.7
• A molécula-grama
física_unidade 14
173
pondentes aos estados indicados, podemos Dica: utilize a equação dos gases perfeitos
afirmar que: na forma adequada.
a) P d) 2P
b) P/2 e) 3P
c) P/3
2. 4,0 × 10⁻¹ m³
3. 373 K (100°C)
4. a) compressibilidade e expansibilidade
b) forças atrativas
d) P.V = n.R.T
5. 4,0 atm.
6. d.
7. b.
8. c.
física_unidade 14
Ondas 15
meta
Introduzir o conceito de onda, suas principais propriedades, características e tipos.
objetivos
Esperamos que, ao final desta unidade, você seja capaz de:
Introdução
Na natureza, podemos observar vários tipos
de ondas. Quando jogamos uma pedra em
um lago, ou num rio de águas calmas, po-
demos observar a perturbação causada pela
pedra se propagando em círculos concêntri- Figura 15.1: as ondas concêntricas propagam-se em
cos e caminhando em todas as direções da todas as direções.
física_unidade 15
177
Figura 15.5
física_unidade 15
179
Período
O período (T) é o tempo que cada ponto do
meio leva para executar uma oscilação com-
Figura 15.9: A corrente elétrica passando pelo
filamento na lâmpada incandescente faz a lâmpada pleta. Na figura anterior, o ponto P teria se
brilhar. O uso desse tipo de lâmpada tem sido deslocado de + A até − A e voltado a + A, no
descontinuado devido à baixa eficiência elétrica.
Fonte: https://pxhere.com/pt/photo/1548081. tempo de um período.
180
Frequência
A frequência (f) é o número de oscilações que cada ponto do meio executa, por unidade de
tempo. Lembrando que o período (T) é o tempo para uma oscilação completa, teremos:
número de oscilações 1 1
frequência = = = isto é f
tempo T T
Unidade de frequência
No Sistema Internacional de Unidades a frequência é medida em 1/s ou s⁻¹, que nós denomi-
namos de Hertz (Hz). Vejamos:
1 1 1
f Unidade de f s Hz .
1
T unidade de tempo s
O comprimento de onda
Comprimento de onda (λ) é a distância entre dois pontos consecutivos da onda que têm as
mesmas características (mesma fase).
Podemos medir o comprimento da onda, por exemplo, entre duas cristas, ou entre dois míni-
mos, ou entre dois pontos consecutivos quaisquer, com exatamente as mesmas características
(mesma fase). Veja a ilustração a seguir.
Figura 15.11
Em (a), λ foi tomado entre dois máximos; em (b), entre dois pontos consecutivos de mesma
fase e, em (c), entre dois pontos onde a oscilação passa pelo zero de amplitude, também com
mesma fase.
física_unidade 15
181
A velocidade da onda
Velocidade da onda (V) é a velocidade com que a perturbação caminha no meio. Num mesmo
meio, a velocidade é constante, desde que o meio tenha sempre as mesmas propriedades
em todos os pontos (seja homogêneo) e em todas as direções (seja isotrópico).
Repare que quando houver decorrido um tempo igual ao período (T), a onda terá caminhado
uma distância igual ao seu comprimento de onda (λ). Assim, como a velocidade da onda é
constante nos meios homogêneos, temos:
S λ
V V
t T
1
Como f = , teremos também V = λ . f.
T
Situação 1: calcular o comprimento de uma onda de rádio cuja frequência é de 1.500 kHz.
Solução:
Temos f = 1.500 kHz = 1.500 × 10³ Hz = 1,5 × 10⁶ Hz. Lembrando que as ondas de rádio são ondas
eletromagnéticas, que, portanto, viajam na velocidade da luz = 300.000 km/s, teremos tam-
bém: V = 300.000 km/s = 300.000 × 10³m /s = 3,0 × 10⁸ m/s (passando para o S.I.). Assim:
λ. f λ V 3 108
V 2, 0 108 6
2, 0 102 λ 200 m
f 1, 5 106
Situação 2: as ondas sonoras caminham no ar com velocidade de aproximadamente 340 m/s.
Calcule a frequência de uma onda sonora cujo comprimento de onda seja λ = 1,7 cm.
Solução:
m
m λ
Temos: V
V 340
340 e eλ 11,, 77 cm
cm 11,, 77 10 m (passando para o S.I.)
10 2 m
2
ss
V
V 340
340 340
340
Assim: com V
V λλ.. ff ff 22,, 0
0 10
4
104 20..000
20 000 Hz
Hz 20
20 KHz
KHz .
λλ 11,, 77 10 2
10 2 170
170 110
04
4
Observação: essa é a maior frequência que o ouvido humano normal pode ouvir. Acima de
20 kHz, os chamados ultrassons, nós não podemos ouvir, assim como não podemos ouvir sons
com frequências inferiores a 20 Hz, (infrassons).
Atividade
A frequência da nota musical lá fundamental é de 440 Hz. Lembrando que a velocidade do som
no ar é de, aproximadamente, 340 m/s, qual é o comprimento de onda do lá quando se propa-
ga no ar (a solução se encontra no final da unidade)?
182
A superposição de ondas
Muitos são os casos em que duas ou mais ondas são emitidas ao mesmo tempo e se encontram
em algum ponto do espaço. Quando isso ocorre, dizemos que houve uma superposição de
ondas. Para ilustrar o que ocorre quando duas ou mais ondas se superpõem em um lugar do
espaço, vamos tomar como exemplo pulsos de onda em uma corda. Veja o que ocorre:
Figura 15.12
Veja agora quando os pulsos também caminham na mesma direção e em sentidos opostos,
mas um deles tem a fase invertida.
Figura 15.13
física_unidade 15
183
O principal meio de comunicação entre nós é a nossa fala. Não devemos nos esquecer tam-
bém que entre os animais existe uma grande comunicação por meio de sons. Podemos ouvir
os pássaros se comunicando por meio de seu canto, ao amanhecer. Cada pássaro sabe quem
é seu par! Vamos estudar mais três importantes características das ondas sonoras: a altura, a
intensidade e o timbre.
A altura é a qualidade que nos permite distinguir um som grave (de baixa frequência) de um
som mais agudo (de mais alta frequência). Ela nos permite distinguir as notas musicais: dó, ré,
mi, fá, sol, lá, si, dó. A intensidade nos permite distinguir um som mais intenso (dizemos na
prática mais alto) de um som mais baixo. A intensidade está diretamente relacionada com a
amplitude e a energia transportada por uma onda.
Figura 15.14: em um piano, os sons mais agudos são representados pelas notas localizadas nas
teclas mais à direita do teclado e os mais graves, nas teclas mais à esquerda do teclado.
O timbre é a qualidade que nos permite distinguir dois sons, emitidos por fontes diferentes,
mesmo que eles tenham a mesma frequência e mesma amplitude.
Os sons emitidos por uma fonte, como a voz de uma pessoa em particular, ou por um deter-
minado instrumento musical, são normalmente uma mistura de várias ondas mais simples,
chamadas harmônicos fundamentais. Esses harmônicos resultam em uma onda, por vezes,
bastante complexa. Cada instrumento musical, assim como cada pessoa, emite sons com uma
característica especial. Cada um tem o seu conjunto de harmônicos fundamentais cuja super-
posição resulta no seu timbre característico. Todos nós podemos distinguir a voz de Roberto
Carlos da voz de Martinho da Vila, mesmo que estejam cantando a mesma música, no mesmo
tom e mesma intensidade.
A seguir mostramos como exemplo, ondas de mesma altura (mesma frequência) e mesma am-
plitude (mesma intensidade), emitidas por uma flauta e por um clarinete.
184
Figura 15.15
A diferença entre elas está nos harmônicos fundamentais que cada instrumento emite e cuja
superposição resulta no som final que ouvimos. A diferença está no timbre!
Resumo
• quanto à sua direção de propagação e a direção da vibração, elas podem ser: trans-
versais, quando a direção das vibrações são perpendiculares à direção de propagação,
ou longitudinais, quando a direção da vibração tem a mesma direção da propagação.
O período (T) é o tempo que cada ponto do meio leva para executar uma oscilação completa.
A frequência (f) é o número de oscilações que cada ponto do meio executa, por unidade de
tempo.
1 1 1
Assim f Unidade de f s s Hz .
1
T unidade de tempo
O comprimento de onda (λ) é a distância entre dois pontos consecutivos da onda que têm as
mesmas características (mesma fase).
física_unidade 15
185
S λ
Temos: V
t
V
T Exercícios
1
E como f = , teremos também V = λ . f.
T 1. Considere pulsos de ondas planas pro-
• Estudamos a superposição de ondas. pagando-se da esquerda para a direita,
representadas as posições das cristas das
Quando duas ou mais ondas se superpõem ondas em intervalos de tempos consecuti-
em um lugar do espaço, o resultado da su- vos e iguais a um período. Responda o que
perposição é a soma algébrica dos efeitos se pede:
que cada uma delas produziria se passasse
sozinha naquele ponto. Após a superposi-
ção, cada onda continua a se propagar man-
tendo suas características originais.
Respostas da unidade
Atividade
Temos: V = 340 m/s; f = 440 Hz. Então:
λ. f λ V 340
V 0, 77 m 7 cm.
f 440
Exercícios
1.
a) A frequência é a mesma.
b) No meio A.
c) No meio A.
2. 83 m.
3.
4. e.
física_unidade 15
Ondas estacionárias -
tubos e cordas vibrantes 16
meta
Introduzir o conceito de ondas estacionárias e estudar sua formação em cordas
vibrantes e tubos sonoros.
objetivos
Esperamos que, ao final desta unidade, você seja capaz de:
Introdução
Nesta unidade, estender emos nosso estu-
do a respeito das ondas. Já vimos, de um Figura 16.2
modo geral, as principais características
das ondas em uma corda, na água, das on- Após refletir na parede, o pulso volta in-
das sonoras e das ondas eletromagnéticas. vertido. Ao encontrar o ponto onde a corda
Vamos agora compreender um pouco a res- está presa, a parte da corda não pode mais
peito da reflexão de pulsos e o conceito de subir e é refletida por baixo. O pulso se in-
ondas estacionárias. verte. Dizemos que o pulso inverte a fase.
Figura 16.3
física_unidade 16
189
Figura 16.6
Figura 16.7
física_unidade 16
191
Veja, em cada um deles, as relações entre observado que alguns sons (mais graves)
o comprimento de onda λ e o comprimento ressoam que é uma beleza! Quando isso
do tubo L: ocorre, é porque dentro da caixa forma-
da pelas paredes, teto e piso do banheiro,
aquele som, com uma frequência caracte-
rística, tem um comprimento de onda que
cabe exatamente na caixa. O som parece
bem mais intenso. Formou-se uma onda es-
tacionária no banheiro. A nossas vozes, ou
som que emitimos fica “ressoando”. Nesses
casos dizemos que houve uma ressonância.
Situação 2: uma corda de cavaquinho tem mais fina, mais agudo ele é. Isto se deve ao
30 cm de comprimento. Calcule a frequência fato de que a velocidade de propagação das
do terceiro modo de vibração, sabendo que ondas na corda depende da força aplicada e
a velocidade de propagação de uma onda da densidade linear da corda. A densidade
nessa corda é de 360 m/s. linear representada por μ, (letra grega mi) é
definida como:
Solução:
massa M
" densidade linear " ou seja μ
Foram dados: L = 30 cm e V = 360 m/s. unidade de comprimento L
massa M
" densidade
O terceiro modolinear "
de vibração em de
uma corda ou seja μ cujas unidades são g/cm ou,
unidade comprimento L
está representado na figura a seguir. kg/m (no S.I.).
V Exemplo
Então, com V λ . f temos f (falta o λ).
λ
Vamos calcular λ usando λ a
2 figura,
L 2 30 onde ve- Uma corda vibrante com 2,0 m de compri-
L 3 V λV 20 cm 0, 20 m. e massa de 4,0 g está presa em uma
V λque:
. f Vtemos
λ . f ftemos f mento
mos λ2 λ 3 3
mesa e, por meio de uma roldana, depen-
λ λ 2L V 2 2360
30
L 2 130
L 3 L λ3 f λλ 0, 20 0 20.800 Hz
cm 20 201,m
0, cm 8.0kHz
, 20 m. duramos um peso de 16,2 N de modo a ten-
2 23 33 3
V 360V 360 sionarmos a corda, conforme ilustra a figura
f
Assim: f 1.800 Hz 1, 8Hz
1.800 kHz1, 8 kHz .
λ 0, 20
0
λ 0
0, 20 a seguir.
A velocidade da
onda numa corda
Figura 16.13
Você já deve ter reparado que, para afinar a
corda de um violão, ou qualquer outro ins-
Pede-se calcular: a) a velocidade das ondas
trumento de cordas, nós temos que apertar
na corda e b) a frequência da vibração da
ou afrouxar a corda, isto é, temos que apli-
corda.
car uma força de tração na corda de manei-
ra que ela vibre com a frequência desejada. Solução:
Deve ter reparado também que as cordas
têm espessuras diferentes, quanto mais a) A velocidade: a força de tensão na
grossa a corda, mais grave é o som, e quanto corda é igual ao peso P, que utilizamos
para esticar a corda, assim F = 16,2 N. A
densidade linear da corda é:
física_unidade 16
193
M 4, 0 g 4, 0 10 3
kg Supondo que a corda está presa à parede
μ 2, 0 10 3 kg / m
L 2, 0 m 2, 0 m por meio de uma argola e uma haste, obser-
g 4, 0 10 3 kg 4/,,02m g 4, 0 10 3 kg
3 vamos que:
V 2, F0μ 10M 3 kg16 . 8 1 10 8 2,
100 0 10
90 m
3
kg ./m
m 2, 0 m μ L2, 02, 010m3 2, 0 m s
416, 0, 2g 4, 0 10 3 kg 3 m 16, 2
8 1 10Logo: V82100, 0 F 1090 .
3
kg /s m 8 1 10 3 8 100 90 m s .
2,20, 0 10m
3
2, 0 m μ 2, 0 10 3
16, 2
8 1 10 3
8 100 90 m s .
2, 0 10 3
3. 342 m/s
Exercícios 4. 95 Hz, 285 Hz e 475 HZ
física_unidade 16