Resumo História
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A Mundialização da Crise
Após a 1ª Guerra Mundial, os EUA tornaram-se a principal potência
económica do Mundo. Assim, rapidamente se sentiram os efeitos da
Crise de 1929 em outros países. O Governo americano tinha cedido
elevados empréstimos aos países europeus para se recuperarem após a
Guerra. Além disso, importava grandes quantidades de matérias-primas
a países de diversas partes do Mundo. Os EUA funcionavam como
motor de outras economias.
Quando estalou a crise os investidores e o próprio Governo americano
retiraram os capitais que tinham aplicado em bancos e empresas da Europa e
reduziram as suas importações, levando à falência de muitas empresas. A
crise alastrou, assim, ao continente europeu.
A Europa e os EUA, em crise, deixam de comprar matérias-primas a
países de África, da Ásia, da América Latina e da Oceânia. Assim, estes
países entram também em crise. Deu-se uma mundialização da crise.
A década de 1930 ficou marcada por uma quebra acentuada da
produção industrial em todo o mundo capitalista. Das grandes potências
económicas mundiais, apenas a URSS não foi afetada, porque tinha um
modelo económico diferente e fechado - o modelo socialista.
A crise instalou-se rapidamente abalando todos os setores da economia e
causando grande incerteza entre as populações famílias que viviam bem
perderam os seus bens e ficaram sem casa, sem trabalho e sem quaisquer
meios de subsistência. As pessoas esperavam horas em filas para obterem
alguma comida que era distribuída pelo Governo. Neste clima de crise
económica aumentaram as tensões sociais e raciais, a mendicidade, a
criminalidade, os suicídios e muitos outros aspetos de miséria social.
O Descrédito do Demoliberalismo
A crise de 1929, conhecida como Grande Depressão, contribuiu para o
descrédito do demoliberalismo, vigente nos Estados Unidos e em alguns
países da Europa. Proprietários, industriais, agricultores e operários
viram as suas condições de vida degradarem-se dia após dia e, através
de manifestações e greves, exigiam a intervenção do Estado na
economia. O desemprego tornou-se uma realidade, provocando o
agravamento dos problemas sociais.
A Afirmação dos Grupos de Extrema-direita
A Grande Depressão de 1929 pôs em evidência fraquezas do
capitalismo e da democracia liberal. Alguns grupos criticavam
fortemente este modelo económico. Era o caso dos comunistas que,
inspirados pela Revolução Soviética e pelas políticas de extrema-
esquerda, viam a crise como resultado das contradições do capitalismo
e queriam aproveitar o momento, cativando os operários e intensificando
a luta de classes, com vista à revolução.
Por outro lado, nos países derrotados na 1ª Guerra Mundial, como a
Alemanha, ou insatisfeitos com o resultado da Guerra, como a Itália, a
crise sentiu-se de modo ainda mais violento, o que contribuiu para a
formação de grupos de extrema-direita que acusavam os "estrangeiros"
de roubarem os postos de trabalho e delapidarem a economia.
Aumentavam, assim, os apoiantes dos partidos de extrema-direita,
defensores de modelos de governo totalitários, divulgando a ideia de
que só um Estado forte, com um chefe forte, poderia "salvar" o país da
ruína.
Foi neste contexto que se implantaram o Fascismo de Mussolini, na Itália, e
o Nazismo de Hitler, na Alemanha, mas também outros regimes totalitários.
O Fascismo na Itália
A crise económica dos anos 30 colocou em causa o capitalismo liberal e
o parlamentarismo e abriu portas à implantação de governos totalitários.
Na Itália e na Alemanha instalaram-se o fascismo e o nazismo
respetivamente, ambos com ideais semelhantes.
A população destes países, por opção, por formação ou por imposição,
vai seguir os princípios destas ideologias.
A Itália estava a viver uma crise económica e social. Assustados com a
insegurança, com a contestação operária e com a hipótese do comunismo se
impor, industriais e proprietários passaram a apoiar o Partido Nacional
Fascista, liderado por Mussolini.
Este partido organizava milícias armadas, os “camisas negras”, para
perseguir de forma violenta sindicalistas, grevistas e membros dos
partidos de esquerda. Mussolini prometia repor a ordem e recuperar
a economia do país, mensagem que foi cativando cada vez mais
pessoas.
Em 1922, o rei de Itália, Vítor Manuel III, receando uma guerra civil,
convidou Mussolini a formar governo. Em 1924, realizaram-se eleições
que, com a ajuda de diversas fraudes, deram a maioria dos lugares no
Parlamento ao Partido Nacional Fascista. Mussolini, o duce (chefe),
passou a governar de forma autoritária e tornou-se senhor absoluto da
Itália.
O Nazismo na Alemanha
Após a Guerra, a Alemanha passou a ser governada por um regime
democrático que ficou conhecido por República de Weimar. Este
governo sofria grande oposição: era acusado de ter aceitado o Tratado
de Versalhes sem defender os interesses da Alemanha e era
responsabilizado pela situação de crise económica e contestação social
em que o país vivia.
Foi neste clima de descontentamento que o nazismo se afirmou através do
Partido Nacional Socialista ou Partido Nazi.
Liderado por Adolf Hitler desde 1921, este partido, baseado numa forte
propaganda nacionalista, reuniu cada vez mais seguidores. Defendia a
ideia de uma Alemanha forte e rica, mas só para "verdadeiros" alemães,
assumindo um carácter racista e de antissemitismo. Combatia o
comunismo e opunha-se à democracia em geral.
Tal como acontecera em Itália, também na Alemanha estas ideias
agradaram a muitos cidadãos, desgastados por anos de crise. Vastos
grupos da sociedade alemã começam a considerar que os nazis, pela
sua organização e eficácia, seriam a melhor solução para o país. Alguns
grupos de intelectuais e defensores do comunismo continuaram a tentar
fazer-lhe oposição.
Em 1933, o Presidente da República nomeou Hitler chanceler (chefe do
Governo). Nas eleições de 1934, Hitler recorreu a uma forte propaganda
financiada por comerciantes, banqueiros e industriais e foi eleito também
Presidente da República, passando a acumular os dois cargos.
As Particularidades do Nazismo
Os princípios políticos defendidos pelo Partido Nazi eram os do fascismo, mas
com algumas particularidades. Hitler fazia propaganda da ideia que os Alemães
tinham sido humilhados pelos estrangeiros no Tratado de Versalhes e deveriam
acabar com as injustiças de que foram vítimas.
Para tal defendiam a conquista de um “espaço vital”, de uma grande
Alemanha que permitisse o crescimento da “raça ariana”. O nazismo
assumia-se, assim, como racista, antissemita e genocídio, agindo
sobretudo contra os Judeus vítimas de perseguição, expulsão e,
mais tarde, extermínio, no trágico Holocausto.
A Propaganda e a Censura
O fascismo impôs-se recorrendo sobretudo a dois meios:
a propaganda
a censura
As ideias fascistas eram veiculadas através de hábeis programas de
propaganda divulgados em cartazes, na rádio e na novidade da época - a
televisão. Para incutir na juventude e na população em geral as ideias do
regime, foi criado todo um sistema de educação que promovia as ideias
fascistas e foram fundadas instituições como a Juventude Hitleriana.
Para intimidar, perseguir e punir os opositores instalando um "equilíbrio pelo
medo" foram proibidos os partidos de oposição e os sindicatos e foram criados
organismos de censura, uma polícia política. Um dos aspetos que mais
chocaram o mundo, pela violência que representaram, foi a criação de
campos de concentração, que serviram fundamentalmente para a
perseguição, encarceramento, tortura e massacre de Judeus e não "arianos".