Anexo II - Manual Boas Práticas - Hipertensão Arterial
Anexo II - Manual Boas Práticas - Hipertensão Arterial
Anexo II - Manual Boas Práticas - Hipertensão Arterial
Documento de controlo
Siglas e Abreviaturas
Índice
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 5
2. DEFINIÇÃO DO PROCESSO ....................................................................................................................... 6
3. EXPETATIVAS ........................................................................................................................................... 7
4. CIRCUITO DO UTENTE .............................................................................................................................. 9
5. DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL ............................................................. 10
6. COMPETÊNCIAS ..................................................................................................................................... 12
7. AVALIAÇÃO E VIGILÂNCIA DO UTENTE COM HTA ................................................................................. 14
7.1 Consulta de Enfermagem e Registos ................................................................................................... 15
7.2 Consulta Médica e Registos ................................................................................................................. 17
8. RECURSOS .............................................................................................................................................. 19
9. INDICADORES......................................................................................................................................... 20
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................................... 21
1. INTRODUÇÃO
A hipertensão Arterial (HTA) continua, em pleno século XXI, a ser o mais prevalente e importante fator de
risco para as doenças cérebro-cardiovasculares (DCCV) em todo o mundo. Os custos associados à morbilidade
e mortalidade resultantes do seu parcial diagnóstico, a pouca eficácia do tratamento e controlo e ainda a
deficiente prevenção a nível populacional, são um problema em todo o mundo. A necessidade de deteção e
adequado controlo da HTA assume em Portugal particular relevância, nomeadamente porque o acidente
cerebrovascular constitui a principal causa de morte.
Sendo este fator de risco o mais frequente também o seu diagnóstico é simples e pode ser melhorado
nos Cuidados de Saúde Primários. O diagnóstico atempado, a monitorização e o controlo são
fundamentais como estratégias preventivas. Por isso, é de extrema importância a existência de equipas
multidisciplinares de profissionais de saúde, que saibam comunicar e cooperar entre si e com o
utente/familiar/cuidador, no sentido de reduzir complicações crónicas e a morte.
Assim a construção deste manual tem como objetivo, descrever o circuito da pessoa com diagnóstico
de HTA na USF Cartaxo Terra Viva e dar ênfase às atividades que poderão melhorar a qualidade dos
cuidados a doentes com problemas crónicos.
2. DEFINIÇÃO DO PROCESSO
Conjunto de atividades sequenciais de forma contínua e prolongada que visam o diagnóstico precoce,
tratamento integral e monitorização clínica da pessoa com HTA, garantindo a corresponsabilidade de todos
os profissionais de saúde e a continuidade assistencial entre todos os níveis de cuidados de saúde: cuidados
de saúde primários (CSP), cuidados hospitalares (CH) e cuidados continuados integrados (CCI).
Este manual destina-se a todos os utentes com diagnóstico de HTA, sendo critério de exclusão:
• Morte do utente
• Não cumprimento dos critérios de diagnóstico de HTA, excetuando os utentes em que a HTA esteve
presente o tempo suficiente para o risco de complicações ser elevado;
3. EXPETATIVAS
No desenvolvimento deste manual houve uma ponderação sobre as expetativas e necessidades da pessoa
com hipertensão, os seus familiares e cuidadores. De igual modo, também houve uma reflexão em relação
às expectativas e necessidades dos profissionais de saúde que atendem a pessoa com hipertensão e que por
sua vez condicionam a qualidade dos cuidados prestados.
Estas necessidades e expectativas foram obtidas através do desenvolvimento dos programas nacionais e
são, de forma resumida, as seguintes.
• Garantia de agendamento das consultas em tempo útil e que as mesmas não sejam adiadas ou
que, caso o sejam, a remarcação seja rápida e automática;
Equipa Médica:
• Garantia da prestação de informação pertinente, clara e coerente, pela restante equipa à pessoa
com hipertensão;
Equipa de Enfermagem:
Secretariado clínico:
• Encaminhamento das pessoas com HTA adequado aos diferentes níveis de cuidados.
4. CIRCUITO DO UTENTE
De acordo com a DGS o diagnóstico de hipertensão arterial (HTA) define-se, em avaliação de consultório,
como a elevação persistente, em várias medições e em diferentes ocasiões, da pressão arterial sistólica (PAS)
igual ou superior a 140 mmHg e/ou da pressão arterial diastólica (PAD) igual ou superior a 90 mmHg.
A imagem abaixo apresenta a classificação da HTA em três graus, e a definição de hipertensão sistólica
isolada – valores de PAS iguais ou superiores a 140mmHg e PAD inferiores a 90 mmHg.
Em cada consulta a pressão arterial (PA) deve ser avaliada, pelo menos duas vezes, com um intervalo
mínimo entre elas de um a dois minutos, sendo registadas no processo clínico o valor mais baixo registado
da PAS e da PAD. Considerar uma terceira medição se houver uma grande discrepância entre os dois valores
iniciais medidos e assinalar essa diferença no processo clínico.
Como regra, o intervalo entre consultas poderá ser tanto maior quanto mais próximos da normalidade
estejam os valores de PA. No entanto, segundo a Norma nº 020/2011 de 28/09/2011 atualizada a
19/03/2013, a pressão arterial deve ser reavaliada com a seguinte periodicidade:
6. COMPETÊNCIAS
SECRETÁRIO
COMPETÊNCIA CLÍNICO ENFERMEIRO MÉDICO
Acolher o utente na USF Cartaxo Terra Viva ✓
Marcar consultas por telefone, correio eletrónico ou presencialmente ✓ ✓ ✓
Efetivar ou anular as consultas ao utente ✓
Orientar o utente para consulta do respetivo enfermeiro/médico ✓
Rececionar os pedidos de receituário e entregá-los ao utente ✓
Detetar casos ✓ ✓
Avaliar global e periodicamente o doente hipertenso ✓ ✓
Educar para a saúde - promoção de estilos de vida saudáveis ✓
Contribuir para a adesão ao regime terapêutico ✓
Validar os conhecimentos acerca da gestão do regime terapêutico ✓ ✓
Promover a adesão ao cumprimento do Programa Nacional de Vacinação e vacinas extraplano ✓
Promover a autovigilância, através da medição da Tensão arterial ✓ ✓
Efetuar o registo dos parâmetros avaliados e de outros dados clínicos relevantes no SClinico ✓ ✓
Motivar para a consulta de vigilância uma vez por semestre ✓ ✓
Instituir tratamento (farmacológico e não farmacológico) e revê-lo periodicamente ✓
Prescrever a medicação necessária até à próxima consulta agendada ✓
Controlar a evolução e de eventuais complicações ✓
Elaborar relatórios clínicos e atestados médicos ✓
Referenciar para os cuidados de saúde secundários ✓
Informar o utente sobre locais onde efetuar exames complementares de diagnóstico ✓
Prestar esclarecimentos em ao funcionamento da USF Cartaxo Terra Viva e horários ✓ ✓ ✓
Articular com a equipa multidisciplinar de profissionais de saúde ✓ ✓ ✓
• Consultas médicas por ano: 2 a 4 consultas por ano, dependendo do grau de controlo tensional;
• Consultas de enfermagem por ano: 2 a 4 consultas, de acordo com o controlo tensional.
Avaliação semestral:
Avaliação anual:
✓ Hipertensão
✓ Gestão do Regime Terapêutico
✓ Comportamento de Adesão
✓ Autovigilância
✓ Adesão á vacinação
✓ Excesso de peso
✓ Acolhe o utente;
✓ Monitoriza Pressão Arterial e parâmetros antropométricos;
✓ Regista avaliação laboratorial (MCDT levados pelo utente);
✓ Esclarece dúvidas levantadas pelo utente;
✓ Prescreve MCDT, farmacoterapia (quando em curso), tendo em conta a data da próxima consulta
do utente;
✓ Agenda da próxima consulta de HTA;
✓ Regista eventuais efeitos secundários de farmacoterapia, referidos pelo doente
✓ Emergências hipertensivas.
8. RECURSOS
Para a consulta de hipertensão são necessários recursos essenciais para as diferentes atividades a
desenvolver, sejam instalações que respeitam os direitos da pessoa com HTA à privacidade, intimidade,
conforto e segurança, bem como a existência de materiais e equipamentos, incluindo sistemas de informação
e comunicação. Estes encontram-se descritos no quadro abaixo.
9. INDICADORES
Indicadores de Monitorização
Indicadores de Processo
Satisfação do cidadão