Teoria Marxista
Teoria Marxista
Teoria Marxista
Karl Marx foi um filósofo e revolucionário alemão. Dedicou sua vida a realizar uma análise
econômica da história, que gerou métodos, teses e conceitos para analisar o capitalismo que ainda hoje
mantêm significativa capacidade explicativa. Marx é o fundador do socialismo científico e, além de
teórico, era militante socialista. Sua obra e seu ativismo tiveram profundo impacto político no mundo e
profundo impacto intelectual nas diversas disciplinas das Ciências Humanas.
Mais-valia e ideologia
A produção é fragmentada e mecanizada, de modo que o trabalhador assalariado não reconhece a sua
contribuição no resultado final. Além disso, o valor agregado ao trabalho por sua intervenção não retorna
para ele em forma de participação nos lucros, pois seu salário é pré-fixado, e a riqueza gerada fica
concentrada nas mãos do capitalista que o contratou. A esse processo Marx chamou de mais-valia. O
trabalhador não recebe um valor equivalente ao seu esforço e à importância de sua participação na geração
daquela riqueza.
E como uma situação de exploração tão evidente é legitimada? Aqui entra o conceito marxista de
ideologia. Para Marx, a ideologia é a falsa consciência. Ela é um falseamento da realidade produzido
pela burguesia para enganar o proletariado, sendo amplamente disseminada pelos meios de educação e
informação de modo que a ideologia dominante pareça ser a única opção. Para Marx, as instituições
burguesas são aliadas de peso nesse processo, principalmente o Estado, que para ele é um gestor das
demandas da burguesia e um guardião da propriedade privada.
Infraestrutura X superestrutura
A estrutura social da sociedade capitalista, para Marx, é dividida em superestrutura e infraestrutura.
A infraestrutura é composta pelas forças produtivas, é a base econômica onde ocorrem as relações de
trabalho. A superestrutura é a base jurídico-política e a base de produção e disseminação da ideologia
burguesa, composta pelo Estado, religião, meios de comunicação, cultura.
Consciência de classe
Marx, ao contrário de outros filósofos de seu tempo, tinha como cerne de sua filosofia a ação. Ele buscava
unir teoria e prática numa ação consciente que modificasse a realidade: a práxis. Portanto, para ele, a
superação das perversidades de miséria, exploração e pobreza geradas pelo capitalismo seria realizada
quando os trabalhadores se organizassem politicamente para mudar esse estado de coisas. Para que isso
ocorresse, era necessário que eles desenvolvessem uma consciência de classe, que não viesse de fora, pois
assim seria adulterada pela burguesia, mas que fosse produzida por eles, uma consciência de si em que as
dificuldades comuns fossem identificadas e os interesses comuns fossem delineados. Assim, sabendo sua
própria condição e idealizando o modelo social que os satisfaria, poderiam se organizar e tornar realidade o
seu desejo de mudança.
Marx delimitou o seu modelo ideal de organização econômica e social: o comunismo, uma sociedade
sem classes e sem Estado na qual pessoas livres pudessem realizar várias atividades sem se prender a
nenhuma delas. O caminho por ele proposto para construir essa sociedade seria a revolução do
proletariado, que, a partir da tomada de consciência de classe, organização e reivindicação, tomaria o
poder político e instituiria o socialismo, isto é, a socialização dos meios de produção mediada pelo Estado
como um período de transição até que a produção e distribuição econômica estivessem equitativas o
suficiente a ponto de o próprio Estado não ser mais necessário. Então se consolidaria o comunismo, em
que a sociedade regularia a produção sem impor uma atividade fixa a ninguém e cada trabalhador
usufruiria do seu trabalho sem desapossar a outrem ou limitar a si mesmo.
Nas palavras de Marx, o homem livre poderia|1|:
“Caçar de manhã, pescar à tarde, pastorear à noite e fazer crítica depois da refeição (...) sem por isso me
tornar exclusivamente caçador, pescador ou crítico”.
Para Marx, o modelo capitalista possuía contradições inerentes que acabariam por derrubá-lo. As relações
sociais desenvolvidas no capitalismo teriam como resultado a revolução socialista.