Graphic Memory in Art Museums Pinacoteca
Graphic Memory in Art Museums Pinacoteca
Graphic Memory in Art Museums Pinacoteca
Instituto de Artes
Doutorado
Campinas, 2017
Jade Samara Piaia
Campinas, 2017
Agência(s) de fomento e nº(s) de processo(s): CAPES
Ficha catalográfica
Universidade Estadual de Campinas
Biblioteca do Instituto de Artes
Silvia Regina Shiroma - CRB 8/8180
Título em outro idioma: Graphic memory in art museums : Pinacoteca of the State of São
Paulo
Palavras-chave em inglês:
Pinacoteca do Estado (SP)
Art museums
Graphic arts
Memory in art
Logotypes
Visual communication
Designers
Área de concentração: Artes Visuais
Titulação: Doutora em Artes Visuais
Banca examinadora:
Edson do Prado Pfutzenreuter [Orientador]
Marcos da Costa Braga
Anna Paula da Silva Gouvêia
Andréa de Souza Almeida
Sylvia Helena Furegatti
Data de defesa: 22-08-2017
Programa de Pós-Graduação: Artes Visuais
Banca examinadora da defesa de doutorado
Orientador
Prof. Dr. Edson do Prado Pfützenreuter
Membros
1. Prof. Dr. Edson do Prado Pfützenreuter
2. Prof. Dr. Marcos da Costa Braga
3. Profa. Dra. Anna Paula da Silva Gouvêia
4. Profa. Dra. Andréa de Souza Almeida
5. Profa. Dra. Sylvia Helena Furegatti
Data da defesa:
Campinas, 22 de agosto de 2017.
Agradecimentos
Agradeço:
Ao meu orientador, Prof. Dr. Edson do Prado Pfützenreuter, que me acolheu nesta
jornada da pós-graduação, desde o mestrado até o doutorado, agradeço pelo incenti-
vo e orientações no desenvolvimento da pesquisa.
Aos meus pais, Magali Mendes Piaia e Denivaldo Piaia, pelo amor, incentivo e su-
porte incondicionais que tem me oferecido ao longo da vida.
Ao meu irmão, Danilo Mendes Piaia, pela amizade e apoio na atividade acadêmica
da qual compartilhamos. Agradeço imensamente aos auxílios na revisão desta tese.
Em especial ao meu marido, Paulo Diniz Menegon, pelo amor incondicinal, com-
panheirismo, compreensão nas horas difíceis e por compartilhar comigo as inúmeras
alegrias ao longo desta trajetória da vida.
Aos professores que muito me ensinaram nesta etapa da pós-graduação, Dr. Edson
do Prado Pfützenreuter e aos docentes Marcos da Costa Braga, Priscila Lena Farias
e Luís Cláudio Portugal do Nascimento pela acolhida nas disciplinas da FAU-USP.
Em especial aos docentes Anna Paula Silva Gouveia e Marcos da Costa Braga, pela
leitura e contribuição na banca de qualificação desta tese.
Ao Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade Estadual de
Campinas por me acolher como aluna desde o mestrado.
À CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) pelo
apoio financeiro recebido durante o período final desta pesquisa de doutorado.
À equipe do Centro de Documentação e Memória da Pinacoteca do Estado de São Paulo,
por todo o suporte recebido nas etapas de coleta de dados da pesquisa, à coordenadora
Isabel Ayres Maringelli e aos profissionais Cleber Silva Ramos e Giovana Faviano.
Aos designers que fazem parte da memória gráfica da Pinacoteca e gentilmente me
concederam entrevistas preciosas, Rogério Lira e Carlos Perrone.
Aos funcionários da Biblioteca Monteiro Lobato, Arquivo Histórico Municipal
(São Paulo), Biblioteca Central César Lattes, Biblioteca Mário de Andrade, Centro
de Memória – Unicamp, Biblioteca do Instituto de Artes – Unicamp, Biblioteca do
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas – Unicamp pelos inúmeros auxílios prestados.
Aos funcionários do Cadastro Nacional de Museus e do Instituto Brasileiro de
Museus pelas informações concedidas.
Às equipes de design, comunicação e marketing dos museus MAM-SP, Masp e
Pinacoteca, que cordialmente responderam às dúvidas suscitadas.
Às amizades que fiz ao longo desta trajetória diante dos desafios acadêmicos e às
amizades de longa data, pela paciência durante as ausências. Em especial à amiga
Maria Beatriz Ardinghi, pelas trocas de experiências acadêmicas, à amiga Giovana
Molina McCaffrey, mesmo distante, pelos inúmeros auxílios com traduções no de-
correr da pesquisa, e à amiga Fabiana Grassano pelas consultorias de design editorial.
E a todos que participaram de alguma forma desta fase.
Resumo
Palavras-chave:
Memória gráfica; museu de arte; Pinacoteca; história do design gráfico; identidade
visual; assinatura gráfica.
Abstract
Keywords:
Graphic memory; art museum; Pinacoteca; graphic design history; visual identity;
graphic signature.
Resumen
Palabras clave:
Memoria gráfica; museo de arte; Pinacoteca; história del diseño gráfico; identidad
visual; firma gráfica.
Lista de abreviaturas e siglas
Introdução ......................................................................................................... 12
1
Museus de arte e identidade visual: o contexto paulista ......................... 16
2
Métodos para análise da memória gráfica da Pinacoteca...................... 53
3
A intenção de identidade nos materiais gráficos da Pinacoteca
produzidos até a década de 1930 ................................................................. 69
5
A referência arquitetônica e as mudanças na identidade visual
da Pinacoteca a partir da década de 1990 ................................................. 150
Introdução
considerando desde sua fundação até a atualidade. Para verificação desta hipótese,
fez-se necessário um estudo de caso – que anunciou-se promissor, dada a exuberância
do acervo de materiais dessa instituição – através de uma análise cronológica e quali-
tativa, bem como uma observação acerca das identidades visuais de museus próximos
no cenário geográfico paulistano que parecem estar nesta nova era (MENDES, 2012).
A partir de então, a seguinte questão norteadora foi proposta para a pesquisa:
quais aspectos podem ser revelados, em termos históricos e de design, pelo estudo da
memória gráfica com ênfase na identidade visual de museus paulistanos, voltados so-
bretudo para as artes visuais, considerando a Pinacoteca do Estado de São Paulo como
estudo de caso? Foi possível responder a questão norteadora diante do recorte geográ-
fico proposto, a localização do museu no estado de São Paulo, bem como pela seleção
de uma instituição com um acervo gráfico bastante abrangente e acessível fisicamente.
Lançou-se no decorrer desta tese um olhar aprofundado sobre a memória grá-
fica da Pinacoteca, cujos materiais, devido à exuberância da identidade visual institu-
cional, a disponibilidade e o acesso ao acervo gráfico, bem como o tempo de existência
e preservação do acervo, demonstraram grande potencial para a análise pretendida.
O levantamento desse acervo gráfico e sua tipologia contribuiu para a iden-
tificação de períodos, tendências estéticas e personagens da história gráfica paulis-
tana. A verificação de como os projetos gráficos foram implantados e utilizados pela
Pinacoteca ao longo de um século revelou mudanças no papel do design gráfico pe-
rante esta instituição cultural museológica, bem como as transformações ocorridas no
próprio campo gráfico.
Cabe ressaltar que esta tese não possui um cunho exclusivamente histórico
sobre a trajetória do museu, mas tangencia as questões históricas sob o ponto de vista
do campo gráfico, da memória gráfica, sobretudo com ênfase na assinatura gráfica da
instituição ao longo dos anos. Também não se trata de um estudo fenomenológico,
de questionar a percepção da imagem, da identidade da instituição perante o públi-
co, pois tal modalidade demandaria um estudo exclusivo dedicado a esta abordagem.
Não foram encontrados, até o momento desta pesquisa, estudos aprofun-
dados de memória gráfica tratando-se do acervo gráfico da Pinacoteca. A refe-
rência mais específica que trata desse acervo constitui o catálogo de sua exposição
(MARINGELLI; BEVILACQUA, 2013). Observa-se uma carência de estudos en-
volvendo a cultura material frente aos ricos acervos de memória gráfica brasileira
existentes, campo de estudo ainda bastante recente e que pode ser considerado em
construção, segundo Leschko et al. (2014).
Alguns eventos ocorridos em São Paulo nos últimos anos chamaram a atenção
para a justificativa da abordagem do design perante os equipamentos culturais, mais
precisamente relacionado aos museus de artes. Um exemplo deste tipo de evento foi
o curso, oferecido no MAM-SP, “Arte e Design: campo minado” que, relacionado à
pesquisa de André Stolarski (2012), na ocasião ainda em andamento, iluminava a te-
mática. Na sequência, as três edições do “Seminário Transmuseu” (MINC; MAM,
2012; 2013; 2014), ocorridas no mesmo museu em 2012, 2013 e 2014, colocaram
em pauta debates pertinentes à esta abordagem.
A investigação acerca da memória gráfica da Pinacoteca justifica-se pela ri-
queza de seus materiais. Estes podem revelar processos gráficos, profissionais e em-
presas atuantes na cidade de São Paulo em diferentes períodos a partir de uma in-
vestigação que transcorre sobre uma identidade construída ao longo de mais de cem
anos de impressos históricos.
15
1
Museus de arte e identidade visual:
o contexto paulista
1
Promulgado pela Lei nº 11.904, de 14 de janeiro de 2009 (BRASIL, 2009).
18
Segundo Marcelo Araújo (2012), os museus devem estar voltados para toda
a sociedade, independente de faixa etária ou formação, abordando todos os públicos
de modo educativo na construção do conhecimento. Martin Grossmann, que é pro-
fessor do Departamento de Artes Plásticas da Universidade de São Paulo (USP) e
curador coordenador do Fórum Permanente2 , aborda esta questão em seu artigo “O
Museu de Arte hoje”:
Como ponto de partida poderíamos dizer que o museu de arte hoje é, simul-
taneamente, uma tradição, um espetáculo, um lugar político, uma promoção
social, uma arena para processos de ação sócio-cultural, uma especulação,
uma corporação, uma experiência, bem como alegoria ou metáfora para a
explanação, criação e manutenção de outras dimensões de conhecimento.
O museu se configura assim como complexidade, grandeza modelada por
múltiplas dimensões. (GROSSMANN, 2012, n. p.)
2
O Fórum Permanente é uma associação cultural que opera como uma plataforma para a ação e me-
diação cultural, nacional e internacionalmente, desde 2003, através do site <www.forumpermanente.
org> (GROSSMANN, 2011).
19
O mesmo trabalho traz, a respeito dos museus paulistas, 41 gráficos com dados de
ordem institucional, acervo, acesso do público, caracterização física, segurança e
controle patrimonial, atividades, recursos humanos e orçamento. Entre as questões
abordadas, uma delas se refere às publicações que são desenvolvidas pelos museus.
De acordo com as instituições cadastradas até o ano de 2010, localizadas no
estado de São Paulo, o tipo de publicação mais frequente se refere ao material de di-
vulgação, com 59,5%, quantidade que segue a média nacional para o mesmo tipo de
publicação, que é de 57,8% (IBRAM, MINC, 2011, p. 467). Algumas peças gráficas
aparecem citadas nas respostas, como catálogo do museu, material didático, catálogo
de exposição de curta duração, revista, boletim ou jornal impresso e eletrônico, guia
e anais. Sem detalhar o que seria denominado como “outras” nas respostas, essas
publicações atingem a expressiva proporção de 11,1%.
A delimitação do corpus da pesquisa (BAUER; AARTS, 2002, p. 44) com-
preende o ponto de vista geográfico e a tipologia do acervo. Para o levantamento
inicial tomou-se a definição de museu de arte observando o uso do termo “arte” na
nomenclatura da instituição. Em casos em que no nome do museu não constava o
termo “arte” foi utilizado como filtro de pesquisa a tipologia do acervo: conside-
rando o valor quantitativo do acervo, preenchido pelos responsáveis da instituição
no levantamento feito pelo Cadastro Nacional de Museus (CNM) (IBRAM, 2012),
reteve-se aquelas cujas peças de arte ultrapassam 50% do total do acervo do museu.
Para a seleção do corpus foi considerado a base de dados que contém o levantamento
mais recente realizado pelo CNM, referente ao estado de São Paulo, com data de
corte de agosto de 2012. Segundo esse relatório, até essa data existiam no estado 39
museus voltados às artes3. Embora tenham sido deixados de lado por não se deno-
minarem museus, poderiam ser considerados ainda para a escolha do corpus alguns
grandes centros culturais4 situados na capital, devido à especificidade das exibições,
por receberem exposições de arte constantemente e atraírem um grande número de
visitantes, além de constarem naquele levantamento (IBRAM, 2012).
Importante citar que entre os museus voltados às artes visuais foram deixa-
dos à parte as instituições com acervo e exposições voltadas exclusivamente para a
temática da arte sacra ou religiosa, devido à especificidade do posicionamento desse
tipo de instituição. Lembrando que muitas vezes os museus de artes visuais possuem
como parte de seus acervos obras de arte sacra, entre outros diversos tipos de obras de
arte, caracterizando um acervo diversificado e amplo em termos de estilos artísticos.
O conjunto de documentos contendo dados museológicos nacionais mais re-
centes (BRASIL, 2010; IBRAM, 2011; 2012) não traz uma quantificação por tipo-
logia de museu. A ausência dessa informação foi questionada ao Núcleo do Cadastro
Nacional de Museus5, e obteve-se o conselho de adotar o método citado anterior-
mente, que consiste na observação da nomenclatura do museu, bem como da tipo-
logia do acervo do museu, no caso de esta questão ter sido respondida pelos museus
cadastrados no levantamento do CNM (IBRAM, 2012). A partir disso, direcionou-
se as potencialidades de escolha do corpus aos museus que se denominam de arte, ou
3
Ver anexo: Levantamento: Museus voltados às artes situados no Estado de São Paulo segundo o
Cadastro Nacional de Museus - CNM (IBRAM, 2012).
4
Centro Cultural Banco do Brasil - São Paulo; Centro Cultural São Paulo; Fundação Memorial da
América Latina; Instituto Moreira Salles - Centro Cultural.
5
Via e-mail à chefe do Núcleo do Cadastro Nacional de Museus (NuCNM), Karla Inês S. Uzêda. 25,
mar. 2013.
20
com maior parte do acervo total de peças de arte, e centros culturais que se propõem
a exibir exposições de artes.
O corpus pesquisado foi definido optando-se por museus voltados às artes vi-
suais e situados no estado de São Paulo. Influenciaram nessa definição os fatores:
tempo de atividade do museu; existência de um acervo de memória gráfica; e pos-
sibilidade de acesso e consulta a esse acervo. Diante do levantamento realizado foi
considerado para estudo de caso a Pinacoteca do Estado de São Paulo, que se desta-
cou frente aos outros museus observados devido ao longo período em atividade, mais
de 110 anos, que permite ver o desenvolvimento da identidade ao longo da história,
por possuir um extenso acervo de memória gráfica preservado e acessível através do
Centro de Documentação e Memória da Pinacoteca (Cedoc), e por suas qualidades
culturais e técnicas, em nível nacional.
O primeiro museu do estado de São Paulo, o Museu Paulista, hoje conhecido como
Museu do Ipiranga e vinculado à USP, foi fundado em 7 de setembro de 1895, na
época como Museu de História Natural (MUSEU PAULISTA, s. d.). Seu acervo
inicial contou com a doação de uma coleção particular do Coronel Joaquim Sertório6
e as coleções expostas pelo museu iam “de animais empalhados a mobiliários, não
contemplando as artes plásticas como principal atração” (CINTRÃO, 2011, p. 23).
O primeiro museu dedicado exclusivamente às artes no estado de São Paulo foi a
Pinacoteca, fundada em 1905, que passou a funcionar em duas salas no andar supe-
rior do edifício do Liceu de Artes e Ofícios, a partir de uma doação de obras vindas
do Museu Paulista. Manteve-se como o único museu de artes, segundo definição
IBRAM (2011), até 1947, quando ocorre a fundação do Masp na sede dos Diários
Associados por Assis Chateaubriand. Cabe ressaltar que esses não foram os únicos
lugares que acolheram as artes na capital paulista no início do século XX.
Rejane Cintrão (2011) elenca alguns espaços institucionais que marcaram a
cena cultural na cidade de São Paulo até a década de 1930. Além do Museu Paulista,
foram citados o Liceu de Artes e Ofícios, fundado em 1874, que atuava como um
centro de educação não-formal provedor de aulas e atividades artísticas, a Pinacoteca
do Estado, fundada em 1905, e o Teatro Municipal, inaugurado em 1911, que re-
cebeu a Semana de Arte Moderna, liderada por Mário de Andrade em fevereiro de
1922. Diversas exposições organizadas pela Pinacoteca ocorriam no Liceu, como as
“I e II Exposições Brasileiras de Bellas-Artes (1911 e 1912), a Exposição de Arte
Espanhola (1911) e a Exposição de Arte Francesa (1913), além de algumas mostras
individuais, a exemplo da exposição de Pedro Alexandrino” (CINTRÃO, 2011, p.
83). A autora cita também algumas galerias de arte com importante atuação na cida-
de de São Paulo no início do século XX, como a Galeria Artística, a Galeria Jorge, a
Galeria Blanchon e o Club Commercial (CINTRÃO, 2011).
Havia então uma movimentação cultural com exposições que se concentra-
vam principalmente em uma área da cidade de São Paulo conhecida naquela épo-
ca como “triângulo”, “formada pelas ruas XV de Novembro, Direita e São Bento”
6
Doação realizada pelo Conselheiro Francisco de Paula Mayrink que comprou a residência junto com os
objetos e a coleção do Coronel Joaquim Sertório e a doou ao governo do Estado (CINTRÃO, 2011, p. 56).
21
Cabe ressaltar que, segundo Cintrão (2011), essas mostras eram realizadas
em espaços “alternativos”, tendo existido mais de duzentos deles, boa parte deles
localizados no “triângulo”, no centro de São Paulo. A vida cultural e o mercado das
artes eram bastante movimentados no início do século, criando um forte circuito que
ultrapassava os poucos espaços institucionalizados.
7
Residências como a de Paes de Barros, a Vila Maria – uma chácara de Dona Veridiana Valéria da
Silva Prado –, Vila Kyrial de Freitas Valle e a residência de Dona Olívia Guedes Penteado com seu
Pavilhão Modernista (CINTRÃO, 2011).
8
Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, 1892, Umbuzeiro (PB) – 1968, São Paulo.
9
Achillina Bo, conhecida como Lina Bo Bardi, 1914, Roma (Itália) – 1992, São Paulo.
10
Pietro Maria Bardi, 1900, La Spezia (Itália) – 1999, São Paulo.
22
e da arquitetura, em meados da década de 1950 já se encontrava fortemente defi- Figura [3] Algumas publicações
do Masp, catálogos e boletins.
nido (LEON, 2006). As artes gráficas estavam então pouco organizadas enquanto Fonte: Bardi (1992).
campo intelectual, carecendo de debates e de uma ideologia que viria a partir da
escola de Ulm11, na Alemanha, após a década de 1950. O ensino superior da profissão
começou a se consolidar no país na década de 1960, com a implantação de cursos
pioneiros (BRAGA, 2016) dedicados ao ensino do desenho industrial na Faculdade
de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP)12 , em 1962
em São Paulo, e na Escola Superior de Desenho Industrial (Esdi)13 , em 1963 no Rio
de Janeiro.
Em algumas imagens da sede localizada na rua 7 de Abril foi observado que o
museu se comunicava com o público frequentemente através da denominação “mu-
seu de arte”, conforme imagens da comunicação da entrada e no cavalete de sinali-
zação interna; no cartaz localizado no hall de entrada aparece o nome completo no
cabeçalho; não há uma forma recorrente de assinatura do museu mas há uma prefe-
rência por tipografias sem serifas nessas peças. Cartazes de divulgação de exposições
e catálogos fazem parte do acervo da biblioteca do Masp, incluindo os cartazes de
exposições do acervo em diversas partes do mundo, em que o museu assina o nome
reduzido ou por extenso, sem uma recorrência constante em termos de tipografia.
A nova sede do museu, na Avenida Paulista, nº 1578, foi inaugurada anos
mais tarde, em 7 de novembro de 1968, após dez anos de obras, quando a nomen-
clatura do museu passou a homenagear seu fundador – Museu de Arte de São Paulo
Assis Chateaubriand –, recém falecido (SIMÕES, 2008). Na nova sede o museu ino-
vou ao expor as obras em amplas salas com os painéis de cristal temperado sobre uma
base de concreto aparente, projetados por Lina (BARDI, 1992). O acervo foi tomba-
do em 1969 “pelo antigo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, hoje
Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional – Iphan, tornando-se, deste
modo, um patrimônio protegido” (SIMÕES, 2008, p. 74). Já o edifício foi tombado
em 1982 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico
e Turístico (Condephaat).
O acervo se popularizou internacionalmente através de intercâmbios de obras
em exposições de grandes mestres da arte que rodaram o mundo, possibilitando que
a instituição também recebesse mostras de artistas renomados nacional e internacio-
nalmente, lideradas por Bardi até os anos 1990. Cabe destacar a mostra de design
gráfico com os trabalhos de Milton Glaser, “The Push Pin Style” (BARDI, 1992),
11
Hochschule für Gestaltung (HfG) [Escola Superior da Forma], Ulm, Alemanha.
12 Figura [4] Totem indicativo do
Implantação da disciplina de desenho industrial na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP museu no vão livre do Masp.
(BRAGA, 2016). Sem data. Sem indicação do
13
Inaugurada oficialmente em 10 de junho de 1963 (BRAGA, 2016). fotógrafo. Fonte: Bardi (1997).
24
de grande importância para a área do design, bem como diversas outras mostras e in-
vestidas do Masp, além do IAC, que contribuíram para a difusão do design no Brasil.
O estudo recente de Milene Soares Cara (2013), Difusão e construção do design no
Brasil: o papel do Masp, enumera essas investidas do museu.
Uma reforma estrutural externa foi necessária em meados dos anos 1990
e culminou na pintura das vigas em vermelho, auxiliando na impermeabilização
do concreto (BARDI, 1992), o que marcou a imagem da arquitetura do Masp na
Avenida Paulista definitivamente.
Bardi se afastava e Fábio Magalhães passou a ser o “conservador-chefe” do
museu (SIMÕES, 2008, p. 93). Neste período diversas mudanças administrativas e
organizacionais aconteceram no museu, incluindo a cobrança de ingresso, a criação
de uma loja de produtos do museu e o lançamento da Revista do Masp (SIMÕES, Figura [7] Capa da primeira
edição da Revista Masp, ano 1,
2008). A primeira edição da publicação, que trazia na capa o novo logotipo do museu nº 1, 1992. Original escaneado.
Fonte: acervo pessoal.
com sua sigla, homenageou a Pinacoteca do Estado de São Paulo, com um texto de
Leonor Amarante (1992) que enaltecia seu rico acervo artístico e a atuação de Maria
Alice Milliet.
A assinatura gráfica do Masp foi encomendada por Fábio Magalhães, no
período em que foi curador chefe do museu (1989-1994), ao publicitário catalão
Francesc Petit14. Em um artigo publicado na primeira edição da Revista do Masp,
Petit (1992) descreve o convite e mais à frente fala sobre seu processo criativo:
Quando Fábio Magalhães, diretor do Masp, me convidou para fazer a nova
marca do mais importante museu de São Paulo e, certamente, do Brasil, me
senti duplamente honrado. Primeiro, pelo fato do Fábio ser amigo e conhe-
cedor profundo de todos os designers gráficos do nosso país, e saber com
exatidão as qualidades de cada um deles e as possibilidades criativas de todos
nós. Ele me fez o convite porque sabe que tenho uma visão muito pessoal do
conceito que deve conduzir a criação de uma identidade visual; as minhas
marcas são “ideias”, não importa o estilo, a origem, ou a sua estrutura gráfica
ou construtiva, o importante é que ela “fale”, que cante.
Outra razão da minha satisfação ao receber o gentil convite do Fábio, é por-
que amo o Masp. Devo muito a esta maravilhosa Casa de Cultura paulista,
devo muito ao Professor Bardi e ao Luiz Hossaka, que sempre me recebe-
ram com carinho e me abriram este fantástico museu, como se fosse a minha
própria casa. Lá expus tudo e toda a minha arte, de pintar, de desenhar e
de pensar. Daí criar a marca que tanta falta estava fazendo ao museu é uma
tarefa no mínimo emocionante. Na verdade o Masp jamais precisou de uma
marca, de uma identidade visual, porque tinha o melhor dos símbolos, a me-
lhor das marcas: a do dono; o Professor Bardi é a grande marca do Masp, e Figura [8] Assinatura gráfica do
será sempre. Eu apenas fiz um símbolo gráfico para ser usado como um sinal, Masp desenhada por Francesc
Petit. Original publicado na
Revista Masp, ano 1, nº 1, 1992.
14
Francesc Petit Reig, 1934, Barcelona (Espanha), – 2013, São Paulo. Fonte: Petit (1992).
25
Petit, fundador da agência DPZ em São Paulo, junto com Roberto Dualib e
José Zaragoza, descreve seu processo criativo em relação à marca criada para o Masp:
Como toda criação gráfica exige um processo, cada um escolhe o seu. O meu
é rápido, violento, tumultuado, anárquico e irreverente. Vou desde aquelas
ideias mais formais até as loucas, que são pura bobagem. Como a Paulista
está dentro de mim, da minha vida – sou paulistano daqueles com sotaque de
catalão, isto é um sinal de paulista –, assim, o símbolo criado é a Paulista e o
Museu, um não abre mão do outro; se analisarem com cuidado, perceberão
que não se trata de uma marca, é um desenho da Paulista, é uma ilustração,
poderia até ser uma pintura. Fiz aquilo que sei de melhor em homenagem ao
meu amigo Bardi. (PETIT, 1992, p. 116)
os desenhos do Petit e seu conceito. O máximo que você vai encontrar sobre
o logo são citações de onde ele tirou a ideia que foi dos prédios e da cidade.
Na época que trabalhei lá não haviam registros de algum designer que tenha
trabalhado na comunicação interna até porque essa era uma área nova no
local, por conta disso foi um momento bem difícil, tudo que o museu tinha de
comunicação interna eram favores antes criado por profissionais ou agências,
tanto que nem um computador eu tinha para trabalhar e usava o de uma
funcionária emprestado. Por conta disso senti a necessidade de arrumar a
identidade do museu antes de começar qualquer coisa nova.
Não sei se eles continuaram o trabalho ou se ainda utilizam muitas das coi-
sas que deixei organizado, mas pelo menos na época em que trabalhei lá
deixei pronto uma proposta de identidade, papelaria e até mapa do museu.
(FRANCISCO, 2016)
18
Posteriormente, ao completar 29 anos em 1991, o MAC-USP publicou um extenso catálogo de seu
acervo com 4.856 obras. Ana Mae Tavares Bastos Barbosa estava na diretoria da instituição nessa fase
em que o museu estava prestes a mudar para a sede própria na Cidade Universitária (MAC, 1992).
34
Reflexos da vertente concretista podem ser observados em projetos gráficos Figura [18] Símbolo criado
por Aloísio Magalhães para a
de Magalhães e Wollner. Alexandre Wollner criou um signo para a Filmoteca do Fundação Bienal de São Paulo
MAM-SP em 1954 – posteriormente transformada em Cinemateca Brasileira – que em 1965. Fonte: A Herança
(2003).
seria redesenhado em 1984 e atualizado em 1992 (WOLLNER, 2003). O signo cria-
do por Wollner geometriza um projetor de filmes, a partir de um corte transversal.
Atualmente em desuso, o modelo de projetor é desconhecido por uma geração mais
recente, o que causa uma polêmica pela associação do signo visual ao formato fálico.
Aloísio Magalhães criou o símbolo para a Fundação Bienal de São Paulo em 1965. O
símbolo criado parte das letras minúsculas “b” e “i” e possui uma versão tridimensio-
nal a partir de uma esfera. Na ocasião houve um concurso com participação restrita a
poucos profissionais convidados e Magalhães foi o vencedor (ITAÚ, 2014).
Voltando ao caso do MAM-SP, no mesmo ano em que ficaram sem o acervo
(1963), os sócios planejaram reerguer o museu. O grupo promoveu algumas exposi-
ções em locais diversos e a sede do museu passou por alguns outros endereços na ca-
pital até o retorno ao Ibirapuera, desta vez ocupando o Pavilhão Bahia, abandonado
como antigo depósito da Bienal (HORTA, 1995).
Em 1968, o MAM conseguiu do prefeito Faria Lima o Pavilhão Bahia. A
direção do museu encomendou ao arquiteto Giancarlo Palanti o projeto de
instalação interna no pavilhão, a programação visual do museu e o logotipo.
A mostra Panorama da Arte Atual Brasileira, em 1969, marcou a reinaugu-
ração do museu em sua nova sede. (GAMA, 1998)
Na página anterior:
Figura [20] Catálogos da
mostra “Panorama de Arte
Atual Brasileira” – primeiras e
quartas capas –, realizada no
MAM-SP nos anos de 1970,
1971, 1972, 1973, 1974, 1975,
1976 e 1978 respectivamente.
Originais escaneados. Fonte:
MAM (1970; 1971; 1972; 1973;
1974; 1975; 1976; 1978).
Nesta página:
Figura [21] Catálogos da
mostra “Panorama de Arte
Atual Brasileira” – primeiras
e quartas capas –, realizada
no MAM-SP nos anos de 1979
e 1980, respectivamente.
Primeiras capas com o logotipo
“mam” aplicado: negativado
sobre fundo magenta (1979);
positivo em magenta e preto
sobre capa cinza (1980).
Originais escaneados. Fonte:
MAM (1979; 1980).
“o ‘a’ colorido ora em vermelho ora em azul, no meio dos dois ‘m’ cinza” (1995, p.
36). Observa-se que a fonte Helvetica em peso bold foi utilizada com letras minúscu-
las na composição da sigla, formada pelas iniciais do nome Museu de Arte Moderna,
sinalizando novos tempos na instituição.
O museu foi reinaugurado em 1969 com a exposição “Panorama de Arte
Atual Brasileira”, que se repetiria anualmente até 1981, colaborando significativa-
mente para a formação do acervo do MAM-SP, segundo Rejane Cintrão (1997). Em
1982 a mostra não aconteceu devido à reforma que ocorreu no museu, projetada por
Lina Bo Bardi. A mostra volta a acontecer em 1983 anualmente até 1991, passando
depois a ocorrer a cada dois anos a partir de 1993, modelo que resiste até hoje, com
a nomenclatura de “Panorama da Arte Brasileira”.
Através de alguns catálogos observou-se que, além das aplicações do logotipo
“mam” em versões que mesclavam cinza com os matizes vermelho ou com azul –
aplicados na letra “A” – conforme a proposta de Palanti, houve outros usos da sigla
sobre fundo preto, azul, cinza e bege, com a letra “A” apenas em contorno.
Em diversos catálogos da mostra “Panorama de Arte Atual Brasileira” foi
possível observar o logotipo “mam” que assina os materiais gráficos, com estéticas
bastante variadas. Uma padronização nos catálogos da mostra acontece a partir de
1983, com projeto gráfico de Emilie Chamie, seguido anualmente até o catálogo da
exposição realizada em 1991 (CINTRÃO, 1997).
Chamie padroniza a aplicação do logotipo do MAM-SP nas cores preto e
vermelho, mais próximas ao cinza e vermelho propostos originalmente por Palanti.
Aparentemente em uma tentativa de maior distinção do MAM existente no Rio de
Janeiro, a designer opta por uma associação com as cores da bandeira do Estado de
São Paulo. Até 1989, quando passaram a incluir imagens coloridas, a parte interna
dos catálogos era impressa em preto e branco, com algumas impressões coloridas de
obras em postais, encartadas (CINTRÃO, 1997).
Desta nova fase do MAM-SP fizeram parte muitas atividades como mostras
e retrospectivas, o clube de gravuras, o jardim das esculturas, cursos e workshops.
Em 1992, com o falecimento do presidente Aparício Basílio da Silva, o museu foi
reformulado e a exposição Panorama viria a ser realizada somente em 1993, em uma
nova gestão com Eduardo Levy na presidência e direção técnica de Maria Alice
Milliet. A mostra, que em 1993 contou com o patrocínio do Banco do Estado de São
Paulo (Banespa), passaria a ser realizada a cada dois anos, se repetindo em 1995 já na
gestão de Milú Villela com Cacilda Teixeira da Costa na direção técnica, reinaugu-
rando o espaço do MAM-SP que havia sido reformulado. A Price Waterhouse, que
presta serviços de auditoria e consultoria a empresas do mundo inteiro, patrocinou
o Panorama de 1995, o que possibilitou custear toda a mostra, prêmios e ainda levar
a exposição para exibição no MAM-RJ. A edição de 1997, às vésperas do museu
38
ficando a diagramação correta das informações, papel de fax, envelopes, etiqueta, Figura [27] Páginas do
programa de identidade
pasta, cartão de cumprimentos e bloco de notas. Exemplifica ainda como a assinatura visual do MAM-SP projetado
deve ser aplicada em convite, folheto, capas e lombadas, fornecendo as respectivas por Miocque Warrak Design
em 2003. Fonte: Miocque e
indicações de diagramação do material gráfico. Warrak (2003).
39
40
Nesse guia (MAM, 2013) o logotipo do museu, em sua versão principal, faz Figura [28] Imagens dos
logotipos do MAM-SP
uso de preenchimento gradiente com duas tonalidades de vermelho na letra “a”. A utilizados em épocas distintas:
versão do logotipo com o nome da instituição por extenso, se forem consideradas as em 1983 por Emilie Chamie;
2003 por Miocque Warrak
recomendações de Peón (2009), é um tanto problemática: primeiro por compor uma Design; em 2013 pelo estúdio
Sinlogo. Fonte: MAM (1983);
estrutura de bloco envolvendo o nome por extenso em uma única linha, o que faz com Miocque e Warrak (2003); MAM
que a fonte do nome por extenso fique muito pequena em relação ao logotipo, com- (2013).
prometendo aplicações reduzidas; e segundo pelo espaçamento do conjunto, a área
considerada campo de proteção, que compreende um espaço de não-interferência ao
redor do logotipo, nessa aplicação, foi derivada do espaço estreito entre o “m” e o “a”
do logotipo, prática não recomendada por Péon, que indica tomar “como referência
uma haste de uma das letras do logotipo (evitar letras curvilíneas ou com hastes em
diagonal, como ‘O’, ‘Q’ ou o ‘M’ em algumas famílias por exemplo)” (2009, p. 93).
Uma página específica do mesmo guia denominada “Logos terciários / Na página seguinte:
Versões cromáticas” chamou a atenção. São propostas quatro variações de cores para
Figura [29] Páginas do Guia
preenchimento da letra “a” no logotipo, em uma escala de luminosidade, em que os de identidade visual do MAM-
matizes variam do amarelo, mais luminoso, passando pelo laranja até os tons verme- SP: Logo primário; Logos
secundários; Logos terciários
lho escuro e marrom, menos luminosos. Segundo o guia, estas versões terciárias do - Versões cromáticas; Logo
logotipo devem ser utilizadas de acordo com a publicação, que “vão do caráter infan- composto; Variações logo
composto; Corte do logo;
til até o mais sério, seguindo uma escala de aplicação” (MAM, 2013, p. 9). Aplicações sobre fundos
A eficácia dessa profusão de opções cromáticas no uso do logotipo do MAM- fotográficos; Impressos;
Impressos setor; Ícones.
SP soa duvidosa, tanto na escolha de como cada tipo de publicação se encaixaria Fonte: MAM (2013).
41
42
em uma escala de “seriedade” como propõe o guia, como pela possibilidade de ser
confundida com um erro ou uma falha no processo gráfico por destoar da identidade
cromática predominante nos demais materiais, já percebida pelo público como pró-
pria do museu.
Alguns equívocos tipográficos no uso do texto justificado, segundo Lupton
(2006), aparecem nas versões de logotipo composto, como a obrigação de justificar,
abaixo do logotipo, os nomes dos departamentos, segmentos e áreas do museu, com
orientação para alterar o espaçamento entre as letras até obter o alinhamento justificado
forçado, que pode produzir áreas vazias. As palavras, que segundo o Guia de identi-
dade visual MAM (2013) podem ser consideradas produtos do museu, como “loja”
e a publicação “moderno”, são grafadas antes da sigla “mam”, no peso thin da fonte
Helvetica 35. Nesse caso o equívoco acontece na regra de redução, pois sugere que
todos nomes de produtos do museu tenham 3 cm de largura, independente do tamanho
da palavra, o que gera versões padronizadas na largura mas com diferença na altura do
conjunto e, principalmente, nos tamanhos das palavras e do logotipo “mam”.
O guia traz as versões corretas e incorretas comparadas lado a lado; a área
de arejamento do logotipo, considerando aqui uma medida para delimitar o espaço,
derivada da altura total do logotipo19; redução mínima; orientações para aplicação
parcial do logotipo (corte) em publicações; exemplos de aplicação em fundos foto-
gráficos; as indicações de tipografia que compreendem a fonte Helvetica 85 peso
heavy para uso no logotipo, em títulos e nomes das áreas, Helvetica 35 peso thin
para títulos, subtítulos, e nomes dos produtos do museu, a Helvetica Rounded é
indicada como uma opção descontraída para títulos e subtítulos e a Helvetica Neue
peso regular para textos em geral; e exemplos da linguagem fotográfica que compõe
a identidade do museu.
As aplicações são exemplificadas nos itens de papelaria: cartão de visitas, pa-
pel timbrado, formas de assinar no rodapé e cartão postal; os impressos compreen-
dem exemplos de convites e como diagramar as informações, publicações editoriais e
impressos de cada setor. Na sinalização, os pictogramas, “entendidos como símbolos
gráficos, muitas vezes figurativos, que representam visualmente objetos, ações ou
conceitos, preferivelmente sem recorrer à linguagem verbal” (FARIAS, 2003, p. 3),
relacionados às permissões, proibições e setas de direcionamento, foram redesenha-
dos e as placas de avisos foram normatizadas.
De fato, a identidade do museu tomou uma forma dinâmica com uma maior
integração entre os meios impresso e digital, considerando os exemplos de impressos
no manual e o site atual do museu (MAM, s. d.), bem como o envio de e-mails com a
programação. Uma consequência disso foi que algumas regras de legibilidade que se-
guiam os preceitos do design concretista, prezados pelo guia de identidade utilizado
anteriormente, tiveram de ser descontinuadas. As extensas áreas de fundo preto ou
vermelho dão espaço para a predominância no uso do branco como plano de fundo
da identidade.
A identidade visual atual do MAM-SP, em uso conforme o guia de 2013,
possui pregnância e dinamismo. Os pontos de contato explorados, isto é, as peças
de quaisquer natureza em que a identidade visual aparece (WHEELER, 2008),
remetem diretamente ao museu, com boa visualização do logotipo e padronização
dos elementos tipográficos e cromáticos. Os materiais do museu parecem atuais,
19
A área “x” foi considerada a partir da altura da haste da letra “m”, por apresentar terminações retas e
possibilitar uma medida precisa.
43
Um grande número de museus foi criado na região sudeste após a década de 1960,
com significativo crescimento21 a partir da década de 1980 (SANTOS, 2004). Não
obstante esse fato compreenda um fenômeno mundial, segundo Santos (2004) há
carência de dados acerca das transformações ocorridas no setor de museus brasileiros
no período pós-guerra.
Manifestações de rua, happenings e o uso de audiovisuais aparecem na década
de 1970, bem como novos meios como fotografia, livro de artista, super-8, xerox,
entre outros, modificam o cenário expositivo tradicionalmente dominante, conside-
rando a atuação histórica dos museus nos últimos séculos – predominantemente eu-
ropeus – descrita por Bazin (1969).
Na década de 1990 proliferaram as organizações sociais em que instituições
estatais, como os museus, passaram a ser administradas por grupos privados sem fins
lucrativos, fato que reflete em diversos aspectos, como na gestão e no marketing
cultural dos museus por exemplo. Não se restringindo apenas às instituições do esta-
do de São Paulo, alguns museus e centros culturais brasileiros começaram a ganhar
bastante destaque na cena internacional nos últimos anos por entrarem no circuito
das grandes exposições.
21
A regulamentação da profissão de museólogo, que ocorre em 1984, vem reforçar a atuação do campo
museal no país. A Lei Rouanet de 1991 (BRASIL, 1991) permite que pessoas físicas e jurídicas façam
investimentos na área da cultura com abatimentos da quantia investida em impostos. Em 2009 foram
criados o Estatuto de Museus e o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).
45
22
Jornal investigativo sobre artes fundado em 1990 por Anna Somers Cocks. Publica anualmente um
levantamento sobre visitações do público em exposições e museus de arte em todo o mundo.
23
“29th Bienal de São Paulo”: Diariamente: 6.859; Total: 535.000. Pavilhão Ciccillo Matarazzo, São
Paulo, de 19 de setembro a 12 de dezembro (THE ART..., 2011, p. 23).
24
Contemporary Top Ten (THE ART..., 2011, p. 24).
25
Diariamente: 9.677; Total: 573.691; entrada gratuita. Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de
Janeiro, de 18 de janeiro a 27 de março de 2011 (THE ART..., 2012, p. 35).
26
“Impressionist And Modern Top Ten” (THE ART..., 2012, p. 36).
27
“Elles: Women Artists in the Pompidou”: Diariamente: 5.657; Total: 247.290; entrada gratuita.
Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, de 24 de maio a 14 de julho (THE ART..., 2014, p. 8).
28
“Impressionismo: Paris e a modernidade”: Diariamente: 8.099; Total: 561.142; entrada gratuita.
Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, de 23 de outubro de 2012 a 13 de janeiro de 2013
(THE ART…, 2014, p. 9).
29
“Cai Guo-Qiang: Peasant da Vincis”: Diariamente: 6.409; Total: 264.584; entrada gratuita. Centro
Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, de 7 de agosto a 23 de setembro (THE ART…, 2014, p. 10).
46
30
“Genesis: Sebastião Salgado”: Diariamente: 5.306; Total: 223.618; entrada gratuita. Centro Cultural
Banco do Brasil, Brasília, de 3 de agosto a 20 de setembro (THE ART…, 2015, p. 8).
31
“Salvador Dalí”: Diariamente: 9.782; Total: 973.995; entrada gratuita. Centro Cultural Banco do
Brasil, Rio de Janeiro, de 30 de maio a 22 de setembro (THE ART…, 2015, p. 9).
32
“31a Bienal de São Paulo”: Diariamente: 5.911; Total: 472.000; entrada gratuita. São Paulo, 6 de
setembro a 7 de dezembro (THE ART…, 2015, p. 9).
33
“Burle Marx: a Way of Beauty”: Diariamente: 3.547; Total: 343.511. Pinacoteca do Estado, São
Paulo, de 29 de novembro de 2014 a 22 de março de 2015 (THE ART…, 2016, p. XIV).
34 a
1 “Picasso and Spanish Modernity”: Diariamente: 9.508; Total: 620.719; entrada gratuita. Centro
Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, de 24 de junho a 7 de setembro.
2a “Kandinsky: Everything Starts from a Dot”: Diariamente: 8.292; Total: 441.865; entrada gratuita.
Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, de 28 de janeiro a 30 de março.
3a “Salvador Dalí”: Diariamente: 7.281; Total: 537.754; entrada gratuita. Instituto Tomie Ohtake,
São Paulo, de 18 de outubro de 2014 a 11 de janeiro de 2015 (THE ART…, 2016, p. IX).
47
É sabido que não é de hoje que os museus buscam consolidar uma identidade visual
institucional que os posicione perante seu universo de atuação cultural. O levantamen-
to apresentado anteriormente mostra o “estado da arte” das pesquisas realizadas e traz
algumas questões de identidade visual envolvendo os museus de arte, verificando como
isso tem sido abordado em publicações, encontros e em estudos internacionais.
Inicialmente, uma das publicações não acadêmicas do campo do design que
mais despertaram a atenção quanto à abordagem imagética e abrangência do tema
foi o livro de Wei Yew, Museum & Art Gallerie Graphics (1993), que traz uma ex-
pressiva amostra de projetos de identidade visual para museus e galerias de arte de
países como Austrália, Inglaterra, México, Canadá e Estados Unidos, com imagens
dos programas de identidade em uso, cartazes de exposições, convites e catálogos.
Seguindo os mesmos propósitos, a publicação C/ID: visual identity and branding for
the arts de Emily King e Angus Hyland (2006), exibe uma extensa coletânea de
projetos de branding e identidade visual para clientes da área cultural, como galerias,
museus, teatros e auditórios de diferentes países, mostrando suas principais aplica-
ções. Ambas as publicações são levantamentos visuais inspiradores para a coleta de
dados visuais e análise de identidade visual de museus de arte.
Uma importante referência para iniciar esta pesquisa foi a já mencionada
coletânea Reprograme: comunicação, branding e cultura numa nova era de museus
(MENDES, 2012), que trata o tema do museu pelo viés do branding35 e da comuni-
cação, de sua relação com o público frequentador de hoje e do novo perfil de museus
que vem surgindo, atrelado às tecnologias digitais, trazendo um debate atual e inter-
nacional acerca dessas questões. A pesquisa de Renato Cardilli, Branding e Cultura,
aborda o emprego dessas técnicas de gerenciamento de marca, voltadas inicialmente
ao contexto comercial, no âmbito cultural ao traçar um estudo de caso aplicando-as
ao Centro Universitário Maria Antonia (2012).
Segundo Robert Jones (2012, p. 29) da Wolff Olins, empresa internacional
de consultoria de marcas, “[o]s conceitos ‘museu’ e ‘marca’ não se relacionam de
forma evidente. As pessoas tendem a associar ‘museu’ com integridade institucional,
e ‘marca’ com exploração comercial”, ainda que uma marca abranja a representação
da instituição e esteja presente em todas as suas produções e ações. O autor argu-
menta sobre a necessidade dos museus se tornarem marcas, elencando os exemplos
da Tate Gallery, sediada em Londres com quatro galerias, e do Museu Solomon R.
Guggenheim em Nova Iorque, que possui expansões em Bilbao, Veneza e futura-
mente em Abu Dhabi.
A marca, em sentido estrito, não é apenas o nome, o logo, o design gráfico
e nem mesmo apenas o marketing. É o que uma organização representa, por
meio de tudo o que faz. A marca de um museu deveria, portanto, ser traba-
lhada cuidadosamente em seu programa. Exposições, eventos, mostras da
coleção: tudo deveria ser inspirado pela ideia específica que o museu preten-
de representar. (JONES, 2012, p. 30)
35
A pesquisadora Sandra Ribeiro Cameira colheu depoimentos de profissionais do design acerca da in-
terpretação do termo branding, nos quais os entrevistados concordam “em sua essência, que branding é
um sistema de gerenciamento das marcas orientado pela significância e influência que as marcas podem
ter na vida das pessoas, objetivando a geração de valor para os seus públicos de interesse” (CAMEIRA,
2013, p. 44).
48
As marcas seriam, segundo Jones, essenciais para os museus, assim como para
outras organizações, seja no engajamento com o público e os curadores, como no
financiamento pelos governos e patrocínio pelas empresas corporativas.
André Stolarski (2012) chama a atenção para o branding, visto como uma
cultura, e defende que este deve ser aplicado igualmente às instituições culturais.
Deixemos de lado as concepções que reduzem o branding ao universo da
comunicação, da publicidade ou do simples desenho e da aplicação de logo-
tipos em toda a parte. Para produzir valor tangível através de ativos intangí-
veis, o branding é, em última análise, uma atividade baseada no estímulo de
uma espécie de pensamento e ação compartilhados que podem ser definidos
como cultura. Com efeito, as melhores empresas e profissionais de branding
o definem como uma forma de cultura. Seu maior interesse não está no tama-
nho e na frequência com que logotipos aparecem, mas naquilo que motiva as
pessoas a investirem seus corações e mentes em algo que faz sentido. E apesar
de todas as teorias da conspiração que esse propósito possa nutrir, essas mo-
tivações não se sujeitam facilmente a uma manipulação direta. Ao contrário,
funcionam como forças dialéticas que, ao serem incorporadas às estratégias
corporativas, modificam os contornos, o significado e a própria essência de
produtos e corporações no processo. (STOLARSKI, 2012, p. 57-58)
Para o autor, o viés do branding e a geração de valor de marca devem ser uti-
lizados igualmente pelas iniciativas culturais, como uma ferramenta, em favor destas
iniciativas. Carlos Eduardo Stefano (2012), por sua vez, pontua a necessidade de se
trabalhar a cultura de marca junto aos funcionários do museu, em ações de comu-
nicação interna, pois todos os steakholders36 fazem parte da construção de marca de
uma instituição.
O assunto está longe de se esgotar. O tema da identidade dos museus vem
sendo explorado a fundo mundo afora pelo viés do branding e ações de construção
de marca em instituições culturais. Um artigo publicado por Nail G. Caldwell (2000)
explana questões de marketing e ativos de valor de marca relacionadas aos museus
Guggenheim de Nova Iorque, sobre o qual cita a abertura de franquias do museu
pelo mundo e a constituição de uma identidade global, e do British Museum de
Londres, marca dominante entre os museus e atrações turísticas na cidade. O autor
expõe ainda o processo de gerenciamento dessas instituições como empresas e o estí-
mulo ao fluxo de visitação e comercialização de produtos.
Sobre o consumo de marca de museus e seus subprodutos, Fiona McLean
(2003) aborda a implementação de técnicas de marketing no contexto de museus
e galerias de arte, propondo um plano de marketing aplicável a essas instituições.
Margot Wallace (2006), no mesmo sentido, posiciona os museus como um novo mo-
delo de negócio, que necessita de criação e manutenção de uma marca que o diferen-
cie, defendendo ações de branding como essenciais para estas instituições.
Anna Klingmann (2007), em Brandscapes, parte da colocação do projeto de
espaços arquitetônicos como parte dos processos de marketing, com significante pa-
pel na criação de uma identidade de marca. Aborda a relação emocional na criação
de valor através de uma experiência holística, proporcionada por todas as interações
existentes entre um cliente e uma marca. A arquitetura contemporânea exerce, con-
forme Klingmann, um papel fundamental na criação dessa experiência de envolvi-
mento. A autora aborda o caso do museu Guggenhein, em Bilbao na Espanha, que
36
O termo steakholder, utilizado nas áreas de marketing e estratégia de marcas, define todo o público
que de alguma forma se relaciona com a instituição ou empresa, “os consumidores externos, a mídia
e os consumidores internos (incluindo os empregados, a administração e os principais fornecedores)”
(WHEELER, 2008, p. 44).
49
não somente atrai visitantes pela função e acervo do museu mas também como um
marco arquitetônico na cidade, o que instigou mudanças de renovação urbanística e
influenciou o crescimento econômico local.
Ainda sobre marketing experiencial, Bernd Schmitt (1999) parte de que as
empresas têm cada vez mais deixado os recursos tradicionais do marketing em troca
da criação de experiências para seus clientes, integrando as áreas de informação,
branding e comunicação. O autor afirma ainda que as experiências podem prover
relações sensoriais, afetivas, cognitivas, físicas – comportamento e estilo de vida – e
que podem estar vinculadas a um grupo social ou a uma companhia. Essas experiên-
cias holísticas individuais podem ser proporcionadas pelo que Schmitt chama de
provedores de experiência, tais como a comunicação, o design de identidades visuais
e a mídia eletrônica.
Com exemplos diversos, mas caminhando em um mesmo sentido, os autores
mencionados abordam a questão dos museus por um viés bastante atual. Embora não
seja novidade trabalhar a identidade de museus, esta discussão amplia as possibili-
dades a serem exploradas por essas instituições culturais, algo ainda pouco visto por
aqui, salvo algumas exceções. Conforme foi visto neste capítulo, o MAM-SP se des-
taca bastante nesse aspecto. Talvez por ter enfrentado sérios problemas estruturais no
decorrer de sua história, o museu nunca perdeu sua identidade e soube com maestria
se reerguer e se reafirmar, reconquistando seu reconhecimento e prestígio enquanto
museu de arte. O Masp, apesar de uma atuação mais tradicional, parece caminhar no
mesmo sentido, embora a passos mais lentos. Em alguns exemplos de manifestação
da identidade desses dois museus, e mais à frente no estudo de caso da memória
gráfica da Pinacoteca, aparecem com certa frequência alguns termos específicos do
campo do design que serão explanados a seguir.
O termo “identidade visual” é usado com frequência no decorrer desta tese, princi-
palmente na parte de análise do estudo de caso da Pinacoteca. Segundo Peón, iden-
tidade visual “é o que singulariza visualmente um dado objeto; é o que o diferencia
dos demais por seus elementos visuais” (2009, p. 11). A expressão “identidade visual
institucional” designa, aqui, uma identidade visual pertencente a uma instituição e
que possui “uma série de parâmetros que estabelecem os elementos que lhe dão esta
identidade, pela forma como eles se apresentam e pelos padrões que lhe fazem ter
maior pregnância, a repetição e a uniformidade” (PEÓN, 2009, p. 12).
O estudo de caso realizado compreende um recorte temporal de longa duração
em relação à vida da instituição Pinacoteca, abrangendo documentos datados entre
1912 e 2012, o que trouxe a necessidade de estabelecer uma distinção entre o que se
entende pelo uso dos termos “assinatura gráfica” e “assinatura visual” ao abordar peças
gráficas anteriores à institucionalização do design enquanto campo profissional.
Optou-se pela denominação “assinatura gráfica”, aplicada às diferentes confi-
gurações visuais por meio das quais a Pinacoteca se identifica nos materiais impres-
sos através de processos gráficos mecânicos ou eletrônicos. Segundo o dicionário
organizado por Houaiss e Villar, o termo “assinatura” pode ser entendido como “2.
nome ou marca firmada na parte inferior de um escrito, designando autoria ou apro-
vação de seu conteúdo” e ainda como “4. marca, desenho ou modelo próprio de
50
2
Métodos para análise da
memória gráfica da Pinacoteca
É nesse sentido que se pretende traçar uma história dos artefatos de memória
gráfica da Pinacoteca, na intenção de mapear a construção de sua identidade visual
institucional, incluindo os agentes que tangem a esse processo. Neste caso foram uti-
lizados determinados artefatos materiais enquanto fonte primária de estudos para se
traçar uma análise sobre a linguagem gráfica da Pinacoteca. Escolheu-se materiais
preservados que se caracterizam por serem suportes gráficos, impressos, que têm
potencial analítico, por apresentarem uma sequência cronológica e estarem conser-
vados, para dar pistas reveladoras da trajetória da memória gráfica da Pinacoteca
e suas relações com o campo gráfico que a circunda. A análise aqui empreendida
aborda dados históricos e sociais próprios desse campo, as características físicas de
composição e produção dos materiais gráficos, assim como as condições sob as quais
essa composição e produção se deram. Na medida do possível, foram resgatadas
memórias de fatos pontuais, como parte da história material, através de depoimentos
dos personagens envolvidos com a memória gráfica da instituição.
O termo “memória gráfica” vem sendo utilizado com mais frequência nos úl-
timos dez anos e, em países de língua espanhola e na América Latina, está ligado a
uma linha de estudos envolvendo artefatos visuais e impressos efêmeros, relacionados
com uma identidade de design local, segundo a pesquisadora e docente Priscila Farias
(2014). As pesquisas sobre “memória gráfica” constituem narrativas ligadas à história
do campo gráfico, surgindo paralelamente a campos de estudos já estabelecidos, como
a cultura visual, a cultura impressa e a cultura material. Segundo a autora, os estudos
de memória gráfica partilham de elementos do campo da cultura visual, sobretudo
acerca da coleta de dados visuais e organização dos mesmos em bancos de dados,
além de compartilhar o “interesse em compreender o modo como a sociedade escolhe
ou cria imagens e formas visuais, e, ao mesmo tempo, é em certo sentido refletida em
tais imagens e formas” (FARIAS, 2014, p. 203). A cultura impressa tem sua existência
atrelada a um substrato material, sendo de grande interesse para os pesquisadores em
memória gráfica os aspectos técnicos de produção dos artefatos, relacionados aos mé-
todos de impressão. A perspectiva da cultura material no âmbito dos estudos de me-
mória gráfica abrange a história dos artefatos gráficos e a análise da linguagem gráfica,
o que permite dizer “sobre repertórios, tendências, gostos e sua circulação” (FARIAS,
2014, p. 204). O estudo da memória gráfica explora ainda a dimensão da identida-
de local, o que vem avançando na América Latina, segundo a autora, possibilitando
explorar fatos históricos do design local, que fogem aos acontecimentos globais. Ao
cruzar dados visuais, obtidos através do levantamento e análise de artefatos gráficos,
com informações históricas e sociais a respeito de sua produção, uso, circulação e de
pessoas relacionadas a eles de algum modo, possibilita compreender a expressão de
uma identidade local a partir dos artefatos gráficos.
Nadia Leschko et al. (2014) consideram o campo de estudos de memória
gráfica brasileiro ainda em construção e citam alguns grupos de pesquisas atuantes
no país: em Recife, Pernambuco, há pesquisas envolvendo os rótulos de bebidas e
os métodos de impressão (CAMPELLO; ARAGÃO, 2011); estudos relacionados à
56
tipografia fazem parte de pesquisas desenvolvidas nas capitais São Paulo (FARIAS;
ARAGÃO; LIMA, 2012; ARAGÃO, 2010) e Rio de Janeiro (LIMA, 2009); em
Vitória, Espírito Santo, há estudos a respeito da revista Vida Capichaba (TONINI
et al., 2010); e em Pelotas, Rio Grande do Sul há estudos sobre o Almanach de
Pelotas (SEHN et al., 2012).
O estudo da memória gráfica começa a ter importância recentemente em
pesquisas brasileiras, quando se passa a observar o produto gráfico como um dado
cultural, um tipo de artefato que preserva uma memória que vai além de suas carac-
terísticas físicas e pode ser, ao mesmo tempo, revelada por elas. A intenção é que se
possa chegar em dados históricos através da memória gráfica, a partir das qualidades
visuais e materiais das fontes que não se limitam à bidimensionalidade mas trazem,
por vezes, características materiais tridimensionais, e possibilitam análises da circu-
lação e produção dos artefatos, de repertórios, dos gostos, e ainda dos sentidos que
as pessoas atribuem a eles.
Entende-se que a memória gráfica de um equipamento cultural pode, a prin-
cípio, ser preservada ao longo de suas publicações impressas. Em museus voltados
às artes, como no caso da Pinacoteca, é comum que a memória gráfica seja formada
por catálogos de obras do acervo, catálogo de exposições, e ainda por impressos
como cartazes, convites e folhetos com a programação. Ao se referir às publica-
ções de catálogos editados pela Pinacoteca, Isabel Maringelli e Gabriel Bevilacqua
(2013) relatam no texto “O Museu como Editor” a importância deste tipo de peça
para a memória da instituição.
Se os catálogos adquiriram, a partir do século XX, a função de registro de
uma exposição ou de qualquer outro evento, tendo ao longo dos anos incor-
porado a presença de textos críticos, bibliografias e cronologias, entre outros
elementos extrínsecos ao evento em si, hoje eles adquiriram autonomia e se
apresentam como objetos capaz de estabelecer uma relação do público com
o museu e de divulgar não só a obra de arte, mas também seu contexto de
produção, circulação e apreciação. Essas publicações buscam ainda construir
narrativas que possam traçar uma memória por meio de uma representação
da exposição ou do evento a ele relacionado.
Apesar da ampla e perceptível variação de quantidade, tiragem e formato
das publicações produzidas pelo museu ao longo de sua trajetória, é notá-
vel uma contínua evolução, marcada pela especialização e profissionalização
dessa atividade na instituição. Exemplo disso pode ser constatado na atual
configuração de um padrão estrutural para a edição de catálogos de expo-
sição. A manutenção de um núcleo de pesquisadores e curadores que de-
senvolvem um trabalho constante dentro do programa de pesquisa e crítica
em história da arte, também torna possível a realização de catálogos cada
vez mais completos e abrangentes, trazendo cronologias, biografias, biblio-
grafias, depoimentos, registros fotográficos, relações de documentos e textos
que contribuem para a fortuna crítica das artes visuais. (MARINGELLI;
BEVILACQUA, 2013, p. 10-12)
Além de peças físicas originais preservadas, a memória gráfica pode ser ob-
servada através de registros fotográficos do local, considerando-se a comunicação
externa, fachada, a identificação dos funcionários e a sinalização interna. Entende-
se ainda, enquanto fonte de memória gráfica, além dos suportes impressos bidimen-
sionais e registros fotográficos, os materiais característicos do ponto de comerciali-
zação do museu, compostos de produtos e objetos tridimensionais que carregam a
assinatura gráfica da instituição, tais como os souvenirs.
57
1
De 16 de março a 29 de setembro de 2013.
58
2
A Estação Pinacoteca – localizada no Largo General Osório, 66, São Paulo – ocupa o edifício onde
antes funcionava o escritório da Estrada de Ferro Sorocabana. Esse edifício já sediou anteriormente o
Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo (Deops/SP), entre os anos 1940 e
1983. Além do Cedoc, funcionam na Estação Pinacoteca o Memorial da Resistência de São Paulo, a
Biblioteca Walter Wey, o acervo da Coleção Nemirovsky e o Gabinete de Gravura Guita e José Mindlin
(PINACOTECA, s. d.).
3
Todas as consultas realizadas no Cedoc tiveram auxílio e acompanhamento da coordenadora Isabel
Ayres Maringelli e dos profissionais Cleber Silva Ramos e Giovana Faviano, que foram bastante solíci-
tos à pesquisa.
59
4
Passou a ser cobrada uma taxa de R$ 2,50 por cada solicitação de imagem e, a partir de então, somen-
te os funcionários do Cedoc têm permissão para fotografar e enviar por e-mail as imagens, em resolução
inferior a 300 dpi.
61
6
A consulta às imagens escaneadas dos catálogos da Funtimod, seleção das fontes similares, bem
como o modo de aplicação do método de comparação, tiveram auxílio da pesquisadora Isabella Ribeiro
Aragão, que foi extremamente solícita a esta pesquisa, através de e-mails trocados entre maio e junho
de 2017 – disponíveis na seção “Anexos” desta tese.
63
7
Informações obtidas através do responsável pela Seção de Obras Raras e Especiais da Biblioteca
Mário de Andrade, Rizio Bruno Sant’Ana (2015).
8
A lista mencionada encontra-se na seção “Anexos” desta tese.
9
Biblioteca Infantil Municipal criada em 1936 por Mário de Andrade, renomeada para Biblioteca
Monteiro Lobato em 1955.
64
local foi realizada por funcionários específicos, como no CMU10 e na Bccl11, ambos
localizados na Unicamp, e no Arquivo Histórico de São Paulo. Em outros casos,
como na Biblioteca Monteiro Lobato, houve uma busca prévia realizada por uma
funcionária12 e novas buscas no acervo físico circulante, ainda não cadastrado no
sistema on-line. Os dados textuais das fontes e dos materiais consultados foram fi-
chados13 para auxiliar na organização da pesquisa. Boa parte das informações biblio-
gráficas foram obtidas através dos sistemas de busca on-line. Os dados dos materiais
ainda não cadastrados, que foram encontrados por funcionários que auxiliaram a
pesquisa, foram digitados manualmente.
Em todos os acervos visitados foi permitida a captação das imagens14 solici-
tadas, que se basearam na primeira e quarta capas dos livros ou catálogos e algumas
amostras de páginas internas, quando cabíveis. Por se tratarem de obras raras, em
alguns casos, a capa original havia sido retirada quando a obra passou pelo processo
de reencadernação. As capas foram fotografadas quando preservadas nos originais
ou nas reencadernações e, em alguns casos, foram fotografadas as folhas de rosto.
As imagens foram captadas através de uma câmera fotográfica semi-profis-
sional ou de tablet. Em todas as consultas aos acervos foi necessário o preenchimento
de formulários com os dados da pesquisa e das publicações fotografadas, que ficaram
em posse dos bibliotecários responsáveis.
As observações acerca da existência, ou não, de um repertório visual carac-
terístico dos fornecedores gráficos que trabalharam para a Pinacoteca, bem como da
linguagem visual do campo gráfico adotada nas publicações de cada período fazem
parte das análises que se encontram nos capítulos a seguir.
10
No acervo do CMU, a busca e as captações de imagens foram realizadas pela estagiária da Biblioteca
do CMU, Inayá da Silva Braga dos Santos.
11
Isabella Nascimento Pereira e Fernanda Cristina Festa Mira, bibliotecárias do Acervo de Coleções
Especiais e Obras Raras na Bccl da Unicamp, foram solícitas na assessoria a esta pesquisa.
12
Azilde Andreotti, funcionária da Biblioteca Monteiro Lobato e responsável pelo Acervo Histórico do
Livro Escolar (Ahle), foi extremamente solícita na assessoria a esta pesquisa.
13
Os fichamentos realizados nessas respectivas fontes de dados encontram-se na seção “Apêndice”
desta tese.
14
Na biblioteca Mário de Andrade foi necessário pagar a taxa de R$ 1,00 por captação de imagem do
acervo da Sala de Artes Sérgio Milliet, e caso as imagens fossem de obras raras a taxa seria de R$ 5,00
por imagem. Nas demais bibliotecas não houve cobrança de taxas por captação de imagens.
66
15
Impressos digitalizados pela Hemeroteca Digital Brasileira (FUNDAÇÃO..., s. d.).
67
Penteado (Faap) em 1990, hoje é mestre, docente, e atua como designer gráfico na
Holanda, país para o qual se mudou há mais de vinte anos. O objetivo da entrevista
seguiu na mesma linha da realizada com Perrone, contendo questões relacionadas à
trajetória do entrevistado e que exploram sua relação profissional com o projeto de
assinatura gráfica realizado para a Pinacoteca em foco, assim como questões para
o auxiliar no relato das lembranças e dos personagens envolvidos. A estrutura do
roteiro elaborado encontra-se na íntegra na seção “Apêndices” desta tese.
Devido ao fato de Lira morar atualmente na Holanda, a entrevista foi realiza-
da via internet através do aplicativo Skype, no dia 3 de novembro de 2015. O rotei-
ro planejado foi seguido parcialmente, contemplando alguns desvios para assuntos
correlatos, a fim de esclarecer os principais fatos, além de ressaltar o importante
16
Entrevista: O designer Carlos Perrone e a criação da identidade mais duradoura da Pinacoteca.
Entrevistado: Carlos Eduardo Leite Perrone. Entrevistadora/pesquisadora: Jade Samara Piaia. Data: 1 de
dezembro/2014. Duração: aproximadamente 1h30min. Local: FAAP, São Paulo, SP, Prédio 1 Faculdade
de Artes Plásticas – Diretoria [material não publicado]. Disponível na seção “Apêndice” desta tese.
17
Entrevista: Conhecendo o designer Rogério Lira, criador da primeira assinatura gráfica da Pinacoteca
com um ícone arquitetônico. Entrevistado: Rogério Lira. Entrevistadora / pesquisadora: Jade Samara
Piaia. Data: 3 de novembro / 2015. Local: Campinas, São Paulo, Brasil / Holanda – on-line via Skype.
Áudio [mpeg]. Duração: 48 minutos [material não publicado]. Disponível na seção “Apêndice” desta tese.
68
Devido à natureza dos dados obtidos junto ao Cedoc e o cruzamento destes com as
demais fontes primárias e complementares, bem como considerando a abrangência
temporal necessária, configurou-se um extenso e diversificado montante de mate-
riais gráficos para a análise. Para essa etapa, foram necessários distintos métodos de
abordagem, aqui relatados, de acordo com cada tipologia e importância dos mate-
riais no contexto da pesquisa.
Devido à abordagem se concentrar em um campo de pesquisa ainda não
plenamente consolidado, o contexto metodológico empreendido partiu de procedi-
mentos de coleta, seleção, organização, fichamento e análise já aplicados em estudos
de memória gráfica, cruzados com levantamentos de dados coletados através de
pesquisas bibliográficas e virtuais, coletas de história oral e, quando estes métodos
mostravam-se insuficientes pela escassez de registros, no caso de fatos relativamente
recentes, contatou-se diretamente os setores das instituições relacionados à pesquisa
que pudessem complementar as lacunas. A escassez de trabalhos semelhantes foi
amenizada ao se considerar estudos de alguns pesquisadores tangentes ao campo da
memória gráfica, ainda que enfocassem objetos de estudo completamente distintos.
Houve dificuldades principalmente na consulta às fontes primárias da pesquisa. A
busca no acervo do Cedoc, que era realizada em uma planilha por palavras-chave,
teve de prosseguir em um novo sistema implantado, cujos dados cadastrados mui-
tas vezes dificultavam a busca e a conexão com as peças originais. As condições
de luminosidade insuficientes para captação de imagens no Cedoc também foram
um empecilho, superado posteriormente com a solicitação de digitalização de algu-
mas imagens, cujos códigos estavam visualmente disponíveis nas imagens captadas.
Houve ainda dificuldades para contatar o entrevistado Rogério Lira, cujos dados de
contato disponíveis on-line estavam desatualizados.
A análise da memória gráfica partiu das características de cada peça gráfica
em si, mas também considerou em paralelo os contextos do campo gráfico e da pró-
pria instituição na constituição de uma narrativa que buscou mapear a construção
da identidade visual da Pinacoteca. Seus procedimentos e conclusões, bem como as
imagens dos materiais gráficos, serão explorados nos capítulos seguintes, dedicados
inteiramente à análise. Neles adotou-se uma ordenação cronológica, caracterizando
a identidade da Pinacoteca de acordo com os períodos de mudanças significativas
no âmbito da memória gráfica da instituição. Em cada fase os ofícios e os catálogos
constituem fontes principais analisadas em paralelo, complementadas com os dados
obtidos das demais fontes.
69
3
A intenção de identidade nos
materiais gráficos da Pinacoteca
produzidos até a década de 1930
2005, p. 19). Em 1912, após a 2a mostra de mesmo nome, foi lançado o primeiro
catálogo de quadros. Outros catálogos foram publicados nos anos 1914, 1917, 1921,
1926 e 1938 e serão analisados neste capítulo.
Segundo Cintrão (2011), a Pinacoteca passou a ocupar quatro salas do andar
superior do edifício do Liceu no ano de 1913 e ampliou significativamente seu acer-
vo. A instituição passou a ser subordinada à Secretaria do Governo a partir de 1925
(CAMARGOS; MORAES, 2005, p. 19-20).
O acervo inicial do museu contava com 59 obras de artistas consagra-
dos do Rio e de São Paulo – entre os quais Antônio Parreiras (1860-
1937), Benedito Calixto (1853-1927), Baptista da Costa (1865-1926),
Oscar Pereira da Silva (1867-1939) e Almeida Jr. (1850-1899), parte
delas pertencentes ao Museu Paulista e transferidas à Pinacoteca.
Até 1930 o acervo foi ampliado, a partir de doações privadas e aqui-
sições do Estado. Obras de artistas pensionistas no exterior, como
Victor Brecheret (1894-1955), Anita Malfatti (1889 - 1964) e Wasth
Rodrigues (1891-1957), entre outros, passaram a integrar a coleção
do museu, de acordo com as regras do Pensionato Artístico de São
Paulo. As primeiras obras internacionais passaram a integrar o acervo
por ocasião das exposições de arte espanhola e francesa realizadas na
instituição. (CINTRÃO, 2011, p. 83)
Em suas três primeiras décadas de existência, a composição do acervo da
instituição se ligava aos critérios artísticos da burguesia paulistana. As obras pro-
vinham, em sua maioria, de doações estritamente acadêmicas, recebidas sem
quaisquer critérios de seleção, oriundas das famílias abastadas e dos bolsistas do
Pensionado Artístico do Estado de São Paulo. Constituíam, portanto, uma série
“ainda distanciada das novas manifestações artísticas” (CAMARGOS, 2007, p. 55)
da capital, fato que configurava um cenário de baixa visitação do público, embora a
Pinacoteca ainda fosse o único museu de artes do estado.
Figura [35] Capa do catálogo de 1912 – Pinacotheca do Estado, Catalogo dos Quadros, Em Dezembro de 1912 –
[s.l.;s.n.]. Original escaneado. Fonte: Acervo Cedoc / Pinacoteca de São Paulo.
73
Figura [36] Páginas internas do catálogo de 1912 – Pinacotheca do Estado, Catalogo dos Quadros [s.l.;s.n.].
Original escaneado. Fonte: Acervo Cedoc / Pinacoteca de São Paulo.
74
Em publicações do mesmo período, como a capa de um folheto com listas de Figura [39] Exemplo de padrões
no estilo Art Nouveau para uso
preços de envelopes de 1914 (FARIAS, 2005), foi possível identificar semelhanças em livros. Maurice Verneuil,
nos elementos da moldura com finas linhas duplas, cantoneiras e elementos centrais Combinaisons ornementales,
1900. Fonte: Meggs e Purvis
decorativos curvilíneos, esteticamente bastante semelhantes aos utilizados no catá- (2009, p. 264).
logo de 1912. Essa capa traz a assinatura no cabeçalho de “Albino Gonçalves & C.”,
gráfico fundador da Companhia Paulista de Papéis e Artes Gráficas, existente desde
1908, quando funcionava como uma importadora de itens de papelaria e produzia
impressos gráficos.
Entre as publicações do estado de São Paulo levantadas no período de 1910-
19192 , os jornais trazem uma estética visual bastante distinta dos catálogos, devido
1
“Segundo Mello, diretor da Oficina Tipográfica São Paulo e professor de tipografia nos cursos de
design gráfico e design digital da Universidade Anhembi Morumbi, as primeiras impressoras trazidas
para o Brasil pelos portugueses foram as prensas tipográficas manuais utilizadas na Europa. Nelas, os
tipos, feitos de chumbo, eram dispostos, um a um, em um ‘componedor’, instrumento utilizado para
formar as linhas, que depois eram transferidas para um suporte plano de metal, chamado ‘bolandeira’.
Desse modo, era formada uma matriz, também conhecida como chapa. Esse material, então, era entin-
tado e cada folha era impressa individualmente na prensa.” (MEZA, 2008, n. p.)
2
Nesse levantamento foram visualizadas as publicações (SP) entre 1910-1919: A Lanterna; A
Vanguarda; Almanach da Comarca do Amparo; Correio Paulistano; Diário Español; Gazeta Artística; Il
Pasquino; O Combate; O Coronel; O Estado de S. Paulo; O Furão; O Pirralho; O Sacy; Panoplia; Relatório
dos Presidentes dos Estados Brasileiros. Impressos digitalizados pela Hemeroteca Digital Brasileira -
Fundação Biblioteca Nacional (FUNDAÇÃO..., s. d.).
75
ao tipo de publicação informativa que compreendem e, por esse motivo, foram deixa-
dos à parte desta análise. A publicação Gazeta Artística, revista de música, literatura
e belas artes, dirigida por Augusto Barjona, se destacou como uma referência pontual
neste estudo, pois foi uma das publicações observadas do início do século XX que
fazia amplo uso de molduras curvilíneas, além de imagens e ilustrações pictóricas.
As edições de 1909 até 1914 da Gazeta Artística trazem páginas com molduras
no estilo Art Nouveau curvilíneo, envolvendo anúncios, títulos e imagens, bastante
semelhantes às utilizadas no primeiro catálogo da Pinacoteca. Na primeira e segunda
edições da Gazeta Artística, em 1909, não há o registro de quem imprimiu, embora
existam anúncios da Cia. Graphica Paulista com destaque nessas e em diversas outras
edições. Na terceira edição, em 1910, consta assinatura na capa da Typ. Amicucci – S.
Paulo. Na 10a edição da Gazeta Artística, de 1911, consta assinatura da Typ. Hennies
Irmãos – São Paulo em página interna e, em outra página da mesma edição, da Typ.
Amicucci; na 17a edição, de 1911, consta na capa a assinatura da Empreza Graphica
Moderna – Rua Barão Duprat, 19 e 21 – S. Paulo, assinatura que também aparece
em uma página específica da 28a edição, de 1914, no quadro com data de setembro
de 1911. É possível concluir que mais de uma empresa de composição tipográfica
prestava serviços em uma mesma edição e não é possível concluir quem as imprimia,
embora existam anúncios da redação da Gazeta Artística divulgando serviços de im-
pressão em uma oficina própria.
Uma extensa reportagem sobre obras da Pinacoteca foi publicada na 14a edi-
ção da Gazeta Artística, em 1911, com molduras ornamentadas no estilo Art Nouveau,
e quatro imagens de obras do acervo. O primeiro catálogo da Pinacoteca com ima-
gens só seria impresso na década de 1940.
Alguns livros, encontrados nos acervos pesquisados, datados de períodos pró-
ximos, revelam características semelhantes às encontradas no catálogo da Pinacoteca
de 1912. A característica que sobressai é a utilização da moldura linear orgânica, no
estilo Art Nouveau, como elemento decorativo e estruturador nas capas de Geographia
do Estado de São Paulo, impresso nas Escola Profissionais Salesianas em 1906 e de
Souvenir de la fète célébrée a L´Ecole Normale de São Paulo (Brazil), com impressão co-
lorida assinada por Augusto Siqueira em 1907. A moldura com traços mais retilíneos
aparece contornando a imagem impressa na segunda capa do livro Gritos patrioticos,
assinado pela Casa Vanorden em 1911.
76
Embora não haja registro de quem imprimiu o primeiro catálogo da Pinacoteca Figura [46] Capa do livro
Geographia do Estado de São
de 1912, os fatos observados dão pistas de que ele possa ter sido composto com ti- Paulo, impresso nas Escola
pos e ornamentos como os oriundos do estabelecimento gráfico Albino Gonçalves Profissionais Salesianas em
1906. Capa de Souvenir de la
– a posterior Companhia Paulista de Papéis e Artes Gráficas – situado na Rua José fête célébrée a L´Ecole Normale
Bonifácio, 25, com as “officinas” situadas na Rua B. de Duprat, 43. Existia uma pro- de São Paulo (Brazil), impresso
por Augusto Siqueira em 1907.
ximidade geográfica e estilística entre o fornecimento destes materiais e as tipografias Segunda capa e folha de rosto
atuantes em São Paulo. de Gritos patrioticos, impresso
pela Casa Vanorden em 1911.
Contudo, as características visuais da composição do catálogo de 1912 estão Originais fotografados pela
pesquisadora. Fonte: Ahle,
fortemente ligadas às tendências gráficas de seu tempo devido ao uso das molduras Biblioteca Monteiro Lobato;
curvilíneas em estilo Art Nouveau e presença de elementos decorativos. Sua criação Acervo de coleções Especiais
e Obras Raras / Bccl, Unicamp;
parece antes se apropriar de padrões de composição e de uso tipográfico característi- Idem.
cos do campo do gráfico paulistano de então, conforme os exemplos observados3 , do
que configurar algum padrão gráfico específico de orientação interna da Pinacoteca.
Em janeiro de 1914, pouco mais de um ano após a primeira publicação, foi lançado o
segundo catálogo da Pinacoteca com 25 páginas.
O nome da instituição foi grafado como “PINACOTHECA DO ESTADO
DE S. PAULO”, em uma única linha com caracteres maiúsculos. A tipografia utili-
zada na composição dessa assinatura gráfica tem características condensadas e sem
serifas. Essa configuração de assinatura da Pinacoteca, incluindo a grafia, a tipogra-
fia e o posicionamento no cabeçalho, ocupando quase toda a extensão horizontal e
Figura [48] Capa do catálogo de 1914 – Pinacotheca do Estado de São Paulo, Galeria de Bellas Artes em Janeiro de
1914 – Typ. Siqueira, Nagel & C., São Paulo. Original escaneado. Fonte: Acervo Cedoc / Pinacoteca de São Paulo.
79
rodeado por ornamentos, viria a se tornar um padrão nos dois catálogos seguintes,
nos quais a composição tipográfica se manteve idêntica, apenas com uma variação
pontual em alguns espaços entre letras, o que pode ser observado na comparação das
três capas sobrepostas, mais à frente.
A capa do catálogo de 1914 traz uma estrutura gráfica diferente da anterior.
O leiaute é centralizado e bastante ornamentado, agora mais geométrico, retilíneo,
mas ainda em estilo Art Nouveau. Traz uma moldura linear sólida com camadas in-
ternas de ornamentos, linhas paralelas e finas, compondo com cantoneiras quadradas
e ponteiras arredondadas. O título “Galeria de Bellas Artes”, é disposto em formato
de arco e ao centro; a palavra “em” cercada por dois traços longos; e abaixo, forman-
do um arco contrário, a data “janeiro de 1914”. O espaço abaixo foi ocupado por um
elemento de ornamentação, com características orgânicas extremamente rebusca-
das que se diferenciam esteticamente da moldura, posicionado ao centro. Na parte
inferior, em um retângulo integrado à moldura, consta o nome de quem compôs o
material “1914 /Typ. Siqueira, Nagel &C. /Rua Alvares Penteado nº 7 /S. Paulo”.
Cabe observar que a tipografia utilizada no título “Galeria de Bellas Artes”,
com serifa retangular e abrupta, com mais peso que as demais informações no leiaute,
é a mesma que foi utilizada anteriormente no catálogo de 1912, para compor o nome
“Pinacotheca”.
No catálogo publicado em 1917 foi identificada uma estrutura gráfica bas-
tante semelhante à observada anteriormente. A assinatura gráfica da instituição e
o título do catálogo de 1917, “Galeria de Bellas Artes”, estão grafados da mesma
maneira que no catálogo anterior. Abaixo do arco formado pelo título existe um ele-
mento orgânico floral, de característica linear. Na sequência, o subtítulo, “Catalogo
Geral”, aparece grafado em uma tipografia decorativa com características bold e con-
densada, em maiúsculas e versaletes (LUPTON, 2006), com traços paralelos logo
acima das versais. Ocupando o espaço na parte inferior, o mesmo ornamento de ca-
racterística orgânica do catálogo anterior se repete de maneira idêntica. A estrutura
gráfica, organizada através da moldura e do eixo central, se apresenta bastante similar
à publicação anterior e funciona como um padrão visual, apenas os cruzamentos de
linhas e os elementos centrais com traços orgânicos foram modificados. O retângulo
inferior traz Augusto Siqueira em um novo endereço assinando o material “1917 /
Typ. Augusto Siqueira &C. / Rua S. Bento nº 25 / S. Paulo”.
Sabe-se, a partir do estudo de Marcia Razzini (2006), que a tipografia fun-
dada em São Paulo por João Augusto Siqueira teve diferentes nomenclaturas e forte
atuação na produção de livros didáticos. As publicações consultadas pela autora
(...) apresentam as seguintes chancelas editoriais de acordo com o período:
Typographia a vapor Espindola, Siqueira & Comp., de 1894 a 1905; Typ.
Augusto Siqueira & Comp., de 1906 a 1922; Siqueira, Salles & Comp., em
1910; Siqueira, Nagel & Comp., de 1911 a 1915; Siqueira, Salles Oliveira,
Rocha & Comp., de 1927 a 1933; Typographia Siqueira, de 1912 a 1947;
Casa Siqueira, Salles Oliveira & Cia. Ltda., em 1934; Gráfica Siqueira e
Indústria Gráfica Siqueira S/A, nos anos de 1950 e 1960.
(…) Importante salientar que o uso de diferentes nomes por uma mesma em-
presa ao longo dos anos era comum em relação às editoras brasileiras e ge-
ralmente traduzia uma mudança no comando do negócio ou na composição
societária. (RAZZINI, 2006, p. 05-06)
80
Figura [49] Capa do catálogo de 1917 – Pinacotheca do Estado de São Paulo, Galeria de Bellas Artes, Catalogo Geral –
1917, Typ. Augusto Siqueira & C., São Paulo. Original escaneado. Fonte: Acervo Cedoc / Pinacoteca de São Paulo.
81
Figura [50] Capa do catálogo de 1921 – Pinacotheca do Estado de São Paulo, Galeria de Bellas Artes, Catalogo Geral –
São Paulo, Casa Vanorden, 1921. Original escaneado. Fonte: Acervo Cedoc / Pinacoteca de São Paulo.
82
Figura [51] Comparativo entre as assinaturas da Pinacoteca, através de sobreposição de imagens das capas dos
catálogos de 1914, 1917 e 1921. Há uma variação no espaço entre as letras no nome “Pinacotheca do Estado
de S. Paulo”, que pode ser produto de uma provável mudança de ajuste óptico para ajuste geométrico entre as
composições. Fonte: elaboração da pesquisadora.
83
Foram encontrados nos acervos pesquisados alguns exemplares da produção Figura [52] Primeira página do
livro Estatutos [da] Commissão
gráfica do mesmo período, assinadas com diferentes nomenclaturas, relacionadas à Executiva da Estatua ao Padre
Tipografia Siqueira. Feijó, Typ. Siqueira, Salles,
1910. Capa do livro Palestras
Alguns pontos observados nos catálogos da Pinacoteca de 1914 e 1917 tam- pedagógicas, Typ. Augusto
Siqueira & C., 1917. Capa
bém aparecem nessas capas de publicações assinadas pela Tipografia Siqueira: a
do livro Os encantos da roça,
utilização de diferentes fontes tipográficas na composição, três ou até quatro tipos Augusto Siqueira, 1919. Capa
do livro A pobre abelhinha,
distintos; a presença de elementos decorativos ocupando espaços vazios (o ornamen- Typographia Siqueira, 1926.
to da capa de Os encantos da roça, de 1919, é idêntico ao utilizado no catálogo da Originais fotografados pela
pesquisadora. Fonte: AHM;
Pinacoteca de 1917); e a presença da moldura retilínea, envolvendo algumas áreas na Acervo de coleções Especiais
capa do livro Palestras pedagógicas, de 1917, e em A pobre abelhinha, de 1926, consis- e Obras Raras / Bccl, Unicamp;
Idem; Biblioteca Monteiro
tindo em um retângulo único, formado por bolinhas ligadas por uma linha. Lobato.
No catálogo da Pinacoteca de 1921 a estrutura gráfica da capa se mantém, em
relação aos dois catálogos anteriores, mas o material apresenta detalhes particulares.
A moldura, agora composta exclusivamente por elementos geométricos, traz
linhas triplas, elementos centrais, cantoneiras e terminações retilíneas. A assinatura
gráfica da Pinacoteca se mantém na mesma forma de grafia e estilo tipográfico. O
título “Galeria de Bellas Artes” aparece agora em uma fonte sem serifa condensada
e “Catálogo Geral” continua em um tipo com serifa e bold, grafado em maiúsculas e
versaletes, porém sem ornamentação. Mantém a composição visual habitual, em arco
e na orientação horizontal respectivamente, envolvendo o título e o subtítulo. Os ele-
mentos decorativos foram alterados: abaixo do arco aparece um ornamento de difícil
identificação, mas que não chega a ser um símbolo, e na parte inferior foi utiliza-
do um elemento orgânico de bastante simplicidade. O retângulo traz a identificação
gráfica de “S. Paulo / Casa Vanorden / 1921”. A Casa Vanorden dá continuidade à
estrutura gráfica de composição da capa proposta anteriormente pela Typographia
Siqueira, mas utiliza sua própria versão de elementos gráficos esquemáticos e verbais
(TWYMAN, 1979).
Ao pesquisar as publicações da Casa Vanorden do mesmo período foi possí-
vel selecionar quatro amostras singulares: um romance, uma coletânea de artigos de
jornal, um livro de homenagem aos jesuítas e fundadores de São Paulo, e um livro
oficial do governo do Estado.
Essas publicações têm em comum a composição predominantemente centra-
lizada, o uso de distintas fontes tipográficas em uma mesma página ou capa e a uti-
lização de um ornamento gráfico na parte inferior da composição. Nelas, a maneira
como o título e as informações textuais foram exploradas variou bastante, bem como Figura [53] Antiga sede da Casa
Vanorden na Mooca, 1922.
os estilos tipográficos. A folha de rosto da publicação Divisão administrativa e divisas Fonte: Nascimento (2015).
84
municipais do Estado de São Paulo traz o Brasão da República no lugar do ornamento, Figura [54] Exemplos de
publicações da Casa Vanorden:
na parte inferior da página, relacionando a Casa Vanorden a publicações oficiais do capa do livro Redimidos,
governo do Estado. 1918. Folha de rosto de O
problema monetario no Brasil:
Sobre a Casa Vanorden foi possível encontrar em uma reportagem artigos publicados no jornal
‘O Estado de S. Paulo’, em
(NASCIMENTO, 2015), além de seu antigo endereço – Rua Borges Figueiredo, março de 1919, 1919. Capa de
Mooca, São Paulo –, uma referência a esta como uma das mais importantes tipo- Homenagens, 1926. Folha de
rosto da Divisão administrativa
grafias de São Paulo, fornecedora de materiais para repartições públicas federais, e divisas municipais do
estaduais, municipais e estradas de ferro. Seus proprietários, René Vanorden (1881- Estado de São Paulo, 1928.
Originais fotografados pela
1927) e Henrique José Vanorden (1878-1919), nasceram no Rio Grande do Sul e es- pesquisadora. Fonte: Acervo
tudaram na Suíça (MILLS, 2005). Eram filhos de Emmanuel Vanorden, um judeu de coleções Especiais e Obras
Raras / Bccl, Unicamp; Acervo
holandês, livreiro e editor, conhecido por ser o primeiro missionário presbiteriano da Biblioteca Octávio Ianni
naquele estado da federação (SANTOS, s. d.). / Ifch, Unicamp; Acervo de
coleções Especiais e Obras
Na composição do catálogo da Pinacoteca publicado em 1926 as três partes Raras / Bccl, Unicamp; AHM,
Coleção de Obras Raras e
existentes, cabeçalho, área do título central e área inferior, ficam separadas e emol- Especiais.
duradas por retângulos compostos por linhas simples e finas.
Dois conjuntos de elementos decorativos preenchidos em preto parecem unir
o cabeçalho – com a identificação da instituição – à área do título – “Galeria de
Bellas Artes” em formato de arco, grafado em caracteres maiúsculos em tipogra-
fia com serifa e condensada. Nessa assinatura, o nome da instituição foi grafado
completo, “Pinacotheca do Estado de São Paulo”, sem abreviações, mantendo as
características de uso de uma tipografia condensada, mas um pouco mais fina, de
peso mais leve, que a utilizada nas assinaturas anteriores, com diminuição dos espa-
ços entre letras. Um elemento decorativo geométrico, com partes que formam um
quadrado, ocupa um espaço abaixo do título em arco. O subtítulo “Catálogo Geral”,
composto em letras maiúsculas e versaletes – que, nesse caso, parecem ter sido feitas
com maiúsculas de corpo menor –, regulares e sem serifas, foi posicionado entre o
retângulo central e o inferior, sem pertencer a nenhum deles. A tendência de geo-
metrização das formas foi mantida, agora com elementos decorativos em sua maioria
quadriculados, preenchidos de preto, adornando a moldura fina de uma única linha.
As cantoneiras e os elementos centrais derivam dessa mesma linha estética.
No retângulo inferior há um conjunto de elementos pontilhados assim como
a descrição de quem imprimiu o material “Cia. Paulista de Papéis e Artes Graphicas
/ Rua José Bonifácio, 25 / São Paulo”.
Foi na Rua José Bonifácio, 25, centro de São Paulo (onde tudo acon-
tecia), que o imigrante, deixando de ser empregado, instalou a Albino
Gonçalves & Cia. Importadores, com base na extinta firma Riedel &
85
Figura [55] Capa do catálogo de 1926 – Pinacotheca do Estado de São Paulo, Galeria de Bellas Artes, Catalogo Geral – 1926,
Cia. Paulista de Papéis e Artes Graphicas, São Paulo. Original escaneado. Fonte: Acervo Cedoc / Pinacoteca de São Paulo.
86
A Companhia Paulista de Papéis e Artes Gráficas naquela época era conheci- Figura [58] Catálogo de typos
e modelos para carimbos de
da por ser “uma empresa gráfica especializada em trabalhos comerciais, rótulos para borracha, datado de 1914, do
indústrias, folhinhas, cartazes e livros em branco” (COPAG, s. d.), segundo a linha Estabelecimento Graphico
Albino Gonçalves & Cia. Listas
do tempo disponível no site da empresa hoje. de preços dos artigos vendidos
A empresa, fundada em 1908 pelo português Albino Gonçalves, existe até pela Companhia Paulista de
Papéis e Artes Graphicas,
os dias de hoje. Desde 1918 passou a ter a denominação de Companhia Paulista de meados da década de 1920.
Papéis e Artes Gráficas (Copag), sendo a pioneira na fabricação de baralhos no Brasil Fonte: Ribeiro e Brandão
(2008).
(RIBEIRO; BRANDÃO, 2008).
Não foram encontradas publicações da Cia. Paulista de Papéis e Artes
Gráficas datadas desse período. Houve uma solicitação de acesso ao acervo da atu-
al Copag, em São Paulo, mas não se obteve sucesso devido ao acervo neste local
contar somente com baralhos e as demais peças estarem em posse do presidente da
empresa. Outros catálogos e capas de listas de preços dos artigos comercializados
pelo Estabelecimento Graphico Albino Gonçalves & Cia – posterior Companhia
Paulista de Papéis e Artes Graphicas – fazem uso de elementos esquemáticos e ver-
bais (TWYMAN, 1979) com composição centralizada, trazendo uma referência
estética típica dos impressos paulistanos do início do século XX.
Nesses quatro catálogos da Pinacoteca analisados – publicados entre 1914 e
1926 –, a estrutura gráfica configura um padrão de composição de leiaute, mas apre-
senta variações pontuais na escolha dos elementos de ornamentos, esquemáticos
e verbais (TWYMAN, 1979). Três estruturas configuram ocorrências comuns: o
nome da Pinacoteca no topo em uma única linha por extenso utiliza o mesmo estilo
de fonte tipográfica condensada com caracteres em maiúsculo; uma área central,
maior e mais espaçada, com o título da publicação em formato de arco, elementos
decorativos centralizados e subtítulo; o texto centralizado na parte inferior posicio-
nado em um retângulo – exceto no catálogo de 1926, no qual a forma do retângulo
não aparece – contendo a informação de quem compôs e imprimiu o material.
As diferentes empresas que compunham e imprimiam esses catálogos através
da tecnologia de impressão tipográfica plana – a tecnologia de impressão offset viria a
se popularizar no país décadas depois (GORDINHO, 1991) – pareciam compreender
e interpretar o modelo anterior seguindo um padrão nos aspectos mais gerais, mo-
dificando as fontes e os elementos gráficos decorativos, sem promoverem alterações
ousadas na estrutura gráfica das composições ou na assinatura gráfica da Pinacoteca.
O tamanho desses catálogos apresenta variações entre 15x21 cm e 15x23
cm , mantendo uma margem considerável entre a mancha gráfica e as bordas do
4
papel. O papel tipo sulfite e a impressão em preto, unidos à linguagem visual em co-
mum no uso das molduras no estilo Art Nouveau – que passam da herança de alguns
4
Medidas obtidas a partir de originais escaneados, fornecidos pelo Cedoc.
88
traços curvilíneos no catálogo de 1912 e ainda restante nos catálogos de 1914 e 1917,
para a tendência ao retilíneo nas edições de 1921 e 1926 – configuram característi-
cas estéticas típicas deste conjunto.
Os estilos internacionais do final do século XIX e início do século XX, como
Art Nouveau e Art Déco, exerceram influência sobre as artes gráficas brasileiras,
bem como, posteriormente, as tendências modernas e o estilo americano. É possí-
vel aproximar esse grupo de catálogos, assim como as tendências visuais do campo
gráfico brasileiro do mesmo período, a alguns trabalhos do exterior, como os da
Escola de Glasgow, particularmente os de Margaret Macdonald e, ainda, aos traba-
lhos de Peter Behrens, que refletiam tendências geométricas e retilíneas (MEGGS;
PURVIS, 2009). Esses são alguns exemplos de uma tendência visual geral interna-
cionalmente em voga à época, apenas representativos como tal. Periódicos paulistas,
como A Vida Moderna, em 19215 já haviam deixado o excesso de ornamentação
orgânica e utilizavam amplamente molduras finas e geometrizadas, principalmente
em anúncios e molduras de imagens.
5
Nesse levantamento foram visualizadas as publicações entre 1920-1929: A Vida Moderna (SP);
Cine; Correio Paulistano (SP); Diário Español; Diário Nacional; Il Moscone; Il Pasquino; Klaxon; O
Combate (SP); O Furão (SP); O Gigolô: O Sacy; Relatório dos Presidentes dos Estados Brasileiros (SP).
Impresso digitalizados pela Hemeroteca Digital Brasileira - Fundação Biblioteca Nacional (s. d.).
89
– características decorativas indicam que esta é uma tipografia com traços Art
Nouveau, tendência em voga no campo das artes gráficas daquele momento. Dispostas
em três linhas horizontais, as palavras foram centralizadas e interagem com elemen-
tos decorativos, como traços divisores ao redor da palavra “do” ao centro, e abaixo da
palavra “Estado”, seguido por um ornamento que finaliza o conjunto gráfico. Nesse
documento de 1914 a assinatura gráfica aparece no canto superior esquerdo da pági-
na e, nessa configuração visual, compreende uma ocorrência única entre os materiais
impressos encontrados no acervo do Cedoc.
Os papéis, impressos a partir de matrizes tipográficas, trazem a assinatura grá-
fica da instituição e um cabeçalho com espaços destinados para numeração do ofício
e datação. Nos documentos de 1912 e 1914 essas informações foram inseridas ma-
nuscritas sobre os papéis timbrados.
Os textos dos ofícios foram manuscritos em uma estrutura de diagramação si-
milar. A data e a numeração do documento foram inseridas nos campos já designados
para essas finalidades. No corpo do documento, o primeiro item traz o destinatário.
Separado por um longo espaço segue o bloco de texto, cuja primeira linha se inicia
com um recuo considerável no ofício de 1912 e sem recuo no ofício de 1914. Todo o
conteúdo está disposto em um único bloco de texto, seguido pela assinatura do autor
do ofício. A mancha gráfica manuscrita difere entre os dois documentos: o ofício de
1912 apresenta uma estrutura centralizada com linhas mais extensas, enquanto no
ofício de 1914 a mancha gráfica aparece deslocada para o lado direito, concentrando
os textos em uma larga coluna e respeitando a coluna da esquerda, onde se insere a
assinatura gráfica da Pinacoteca e a numeração.
O uso das informações manuscritas acontece somente nos exemplos desse
período, na década seguinte as informações dos ofícios passaram a ser inseridas por
meio da datilografia.
longos espaços laterais. O nome da instituição dividido em três linhas mantém o uso de
caracteres maiúsculos e uma tipografia sem serifa, de peso regular com traço fino, não
mais condensada. Logo abaixo, o endereço “Rua XI de Agosto nº 41” completa esse
bloco de informações. O título “Catálogo” aparece centralizado na área da capa em
letras bem grandes. Centralizada no rodapé consta a informação de quem imprimiu o
material: “1938 / Imprensa Oficial do Estado / São Paulo”. Uma variação observada
na composição dos elementos textuais está ligada ao corpo das letras, que oscila de
acordo com o tipo de informação, conferindo destaque ao título “Catálogo”.
Duas tipografias distintas foram utilizadas nos componentes textuais da capa,
sempre em maiúsculas e sem serifas. Uma delas foi usada exclusivamente para os
caracteres do título – de característica sem serifa e geométrica (LUPTON, 2006),
remetendo às formas pontiagudas da tipografia Kabel – e a outra – sem serifa de
largura estendida – foi utilizada na assinatura gráfica da Pinacoteca e nas demais
informações. A tipografia Kabel apresentava uma família com 10 variações de estilo
segundo o catálogo da Funtimod (ARAGÃO, 2010).
Encontrou-se bastante semelhança – de desenho e peso – entre a fonte utiliza-
da na assinatura gráfica da Pinacoteca e a fonte Grotesca Larga Clara, comparando-
se9 as versais, do catálogo da Funtimod (ARAGÃO, 2017). A partir da comparação
por sobreposição dos arquivos digitalizados, é possível afirmar que esta assinatura
gráfica da Pinacoteca de 1938 tenha sido composta com a fonte Grotesca Larga
Clara do catálogo Funtimod. Segundo Aragão:
Os tipos que mais caracterizam o começo do século 20 são configurados sem
serifa, cuja criação foi impulsionada, entre outros fatores, pelos conceitos
funcionais da Bauhaus e pelos ideias de Jan Tschichold. Sob essa perspecti-
va, a Funtimod manufaturou no Brasil as faces sem serifa geométricas Kabel
9
O comparativo utilizou-se da imagem da assinatura gráfica da Pinacoteca, presente no catálogo
de 1938 (acervo Cedoc / Pinacoteca de São Paulo), comparada através da sobreposição da página da
fonte Grotesca Larga Clara do catálogo FTM I Funtymod – Fundição de typos modernos Ltda. São
Paulo: Funtymod, [1937?] (acervo pessoal da pesquisadora Isabella Aragão), manipuladas através do
software Photoshop.
96
e Futura, respectivamente, da Klingspor e Bauer, assim como vários estilos Figura [70] Primeira capa
preservada dentro de
da Reform-Grotesk, da D. Stempel, e a Grotesca baseada na Breite Grotesk, reencadernação Repartição de
da J.G. Schelter & Giesecke. (2016, p. 202) Estatistica e Archivo. Divisão
judiciaria e administrativa e
Visualmente, a capa rompe com todos os elementos gráficos e tipográficos já districtos eleitoraes do Estado de
São Paulo em 1930, publicado
vistos anteriormente nos catálogos da Pinacoteca. A estrutura simplificada – que traz em 1931. As demais imagens
reflexos da Semana de Arte Moderna de 1922 – era bastante moderna para a época, correspondem às folhas
de rosto das respectivas
devido ao uso da tipografia e ao despojamento dos elementos decorativos, embora publicações, que foram
mantenha princípios projetuais clássicos como a composição centralizada. É possível reencadernadas: Departamento
da Administração Municipal.
que essa renovação na estrutura gráfica, que à época guardava características mini- Relatorio sobre a organização
malistas, estivesse relacionada à estética das publicações da Imprensa Oficial. Para e trabalho do Departamento
de Administração Municipal:
verificar essa possibilidade foi realizado um levantamento de outras publicações da 1930-1933, 1933. Departamento
da Administração Municipal.
Imprensa Oficial no mesmo período. Relatório dos trabalhos da
Conferência dos Prefeitos,
1938. DECRETO nº 9775 de 30
de novembro de 1938, 1940.
Todos impressos pela Imprensa
Oficial do Estado de São Paulo.
As publicações da Imprensa Oficial do Estado Originais fotografados pela
pesquisadora. Fonte: Coleção
A Imprensa Oficial do Estado surge diante da necessidade de impressão dos Actos João Falchi Trinca, CMU; AHM ;
Idem; CMU.
Officiais do Governo, que anteriormente à sua fundação, em 1891, eram realizados
mediante contratos de serviços de periódicos. Também referida por “Typographia
do Estado de São Paulo”, seu maquinário advém da “compra feita, pelo governo do
Estado, do espólio do antigo jornal abolicionista A Redenção, que, com o advento da
Lei Áurea, cumprira seu objetivo” (IMPRENSA..., 1983, p. 22). O Decreto nº 162
de 28 de abril de 1891 oficializa a publicação do Diário Oficial do Estado de S. Paulo
pela oficina tipográfica do Estado (IMPRENSA..., 1983).
A Imprensa Oficial apresentava condições precárias de maquinário, não pos-
suía luz elétrica – utilizava iluminação à gás – e foi resistente às modernizações do pe-
ríodo, como a utilização de máquinas de escrever. Com uma administração conturba- Figura [71] Detalhe das fontes
tipográficas utilizadas nas
da e atuação bastante limitada, funcionou até 1931 no edifício da Rua XI de Agosto folhas de rosto das respectivas
nº 21, quando foi transferida para a Rua da Glória nº 88, configurando-se como um publicações: Departamento
da Administração Municipal.
Relatorio sobre a organização
e trabalho do Departamento de
Administração Municipal: 1930-
1933, 1933. DECRETO nº 9775
de 30 de novembro de 1938,
1940. Impressos pela Imprensa
Oficial do Estado de São Paulo.
Originais fotografados pela
pesquisadora. Fonte:
AHM; CMU.
97
da letra “S”. É possível, portanto, deduzir o uso de uma fonte bastante similar à
Grotesca Normal Meia Preta da Funtimod, mas não precisamente a mesma.
Essas três ocorrências de assinaturas da Pinacoteca são características da dé-
cada de 1930. A composição tipográfica em arranjo curvilíneo pode caracterizar uma
liberdade na composição das assinaturas gráficas desses documentos impressos e re-
fletir uma tendência que pode ser observada no campo das artes gráficas nas primei-
ras décadas do século XX. Alguns detalhes de documentos timbrados de diversas
secretarias de governo, encontrados no acervo do Cedoc, reforçam tal afirmação.
Nos documentos pertencentes à década de 1930 as informações passaram a
ser datilografadas, prática que se estende até os documentos do início dos anos 1990.
Cabe pontuar que a técnica de impressão predominante no campo gráfico até então
era a impressão tipográfica plana, substituída décadas depois pela impressão offset
(GORDINHO, 1991).
No geral, a estruturação das informações compostas em datilografia segue um
padrão envolvendo o cabeçalho, com a data e a numeração do ofício (em dois dos
exemplos), o título ou a menção ao destinatário, o conteúdo e a assinatura do docu-
mento, área com um traço composto em datilografia seguido das informações como o
103
nome ou o cargo de quem assina o documento. O ofício de 1933 contém linhas finas
impressas em toda a folha, a fim de orientar a distribuição das informações. Nele, a
mancha gráfica aparece deslocada para o lado direito, sem a padronização da mar-
gem conforme acontece no lado esquerdo, talvez por seguir as linhas impressas que
respeitam apenas a margem esquerda do papel. Nos ofícios de 1936 são respeitadas
as duas margens em tamanhos diferentes, com exceção de algumas linhas divisórias
de uma tabela e linha de assinatura, que se estendem até o final da página do lado
direito. Esses documentos trazem apenas a assinatura gráfica da Pinacoteca, livre
de menções às secretarias de governo que seriam observadas em larga escala nos
documentos seguintes cronologicamente.
4
Um longo período de influência
política na identidade da Pinacoteca
após a década de 1940
Este capítulo abrange o período que vai da década de 1940 até o final da década
de 1980, fase em que a instituição passa a ser, sucessivamente, subordinada a di-
ferentes órgãos públicos e secretarias de governo, ao passo que se consolida como
museu e, pouco a pouco, conquista sua sede definitiva. Nas duas primeiras dé-
cadas desse período a influência política na identidade da Pinacoteca é flagrante
na presença do brasão das Armas Nacionais e do brasão das Armas do Estado de
São Paulo. Isso se altera nas três décadas seguintes, ao menos do ponto de vista
dos catálogos, quando sua identidade passou a ser associada visualmente ao uni-
verso artístico. Ao longo dessas décadas alguns agentes do campo gráfico exer-
ceram papéis importantes no que diz respeito à memória gráfica da Pinacoteca,
como a Gráfica Paulista de João Bentivegna, as Escolas Profissionais Salesianas,
a Gráfica Canton e a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.
106
Em março de 1947, após a transferência do acervo para sua sede original, a Figura [80] Edifício da
Pinacoteca visto pela Av.
Pinacoteca retorna às atividades na Av. Tiradentes, na Luz. O Liceu foi aos poucos Tiradentes [197?]. Fonte:
Araújo, Camargos, 2007.
sendo transferido para a sede na Rua Cantareira – as duas instituições permanecem
até os dias de hoje nesses locais. Embora estivesse agora em uma sede própria, a
Pinacoteca ainda dividia o espaço físico com a Escola de Belas Artes e o Conselho
de Orientação Artística. A exclusividade no uso do espaço seria atingida somente
muitos anos mais tarde.
Nesse período o acervo foi enriquecido com mais alguns lotes de obras vindos
do Museu Paulista, incluindo as de autoria de Almeida Júnior, e doações de espólio.
107
Uma mudança significativa nas capas dos catálogos publicados na década de 1940
iria influenciar uma série de edições na década seguinte, rompendo com o leiaute das
publicações anteriores.
Com formato diferenciado e nova padronização gráfica, predomina nas capas
dos catálogos da Pinacoteca da década de 1940 a utilização do brasão das Armas
Nacionais. Pela primeira vez a peça continha no miolo, além da listagem das obras,
algumas poucas imagens de obras de arte, impressas em preto e branco. Todas as edi-
ções anteriores continham apenas a listagem textual das obras do acervo, separadas
por tipo de coleção, e incluíam informações como numeração, autor e título.
A estrutura física dos dois catálogos publicados respectivamente em 1940 e
1942 é muito semelhante. O formato físico foi reduzido para 11,5x15,5 cm aproxi-
madamente. Os elementos gráficos são compostos de duas bordas lineares finas que
contornam a capa, com uma pequena diferença de espessura entre elas, o brasão das
Armas Nacionais e o conjunto de informações. A impressão em apenas uma cor foi
mantida, utilizando-se o preto.
As informações que constam na capa do catálogo de 1940, centralizadas na
metade inferior da capa, são “Catálogo / da / Pinacoteca / do / Estado de S. Paulo”.
O texto foi grafado em letras maiúsculas, com o uso de versaletes nas palavras “da / do
/ de”. A diferença para a capa do catálogo de 1942 é que esta traz a palavra “Brasil”,
complementando o bloco de informações, e o ano “1942”, bastante espacejado entre
os números, no rodapé. A tipografia com serifa retangular abrupta – também chama-
da de egípciana, de estilo realista característico do século XIX e início do XX, segun-
do Brighurst (2005) –, e o peso semibold rompe com o estilo tipográfico utilizado nas
capas anteriores. Nesses dois catálogos a assinatura gráfica da Pinacoteca aparece
108
O brasão das Armas Nacionais se configura como um símbolo nacional, assim como
a Bandeira, o Hino e o Selo Nacional. Foi instituído pelo artigo 8, Decreto nº 4 de
19 de novembro de 1889 (A BANDEIRA..., 1970). Encomendado pelo chefe do
Governo Provisório, Marechal Deodoro da Fonseca, o símbolo, também denomi-
nado “Brasão da República”, foi idealizado pelo engenheiro alemão Arthur Sauer.
Sauer vivia no Rio de Janeiro, onde atuava como técnico e sócio do famoso estabele-
cimento gráfico Casa Laemmert.
1
O comparativo utilizou-se da imagem da assinatura gráfica da Pinacoteca, presente no catálogo
de 1940 (acervo Cedoc / Pinacoteca de São Paulo), comparada através da sobreposição da página da
fonte Memphis Magro do catálogo FTM I Funtymod – Fundição de typos modernos Ltda. São Paulo:
Funtymod, [1937?] (acervo pessoal da pesquisadora Isabella Aragão), manipuladas através do softwa-
re Photoshop.
111
O brasão estampado nas capas dos catálogos analisados compreende uma úni-
ca cor, reproduzido através de um clichê em metal e impresso em tinta preta sobre
papel branco. Nessa versão monocromática cada cor originalmente atribuída ao bra-
são foi substituída por uma hachura equivalente, segundo as leis da heráldica (LUZ,
1999), através das quais a direção e a inclinação das hachuras funciona como um
código, relacionado a cada coloração do esmalte original.
Um problema recorrente no uso de símbolos, como no caso do brasão das
Armas Nacionais, é a descaracterização de sua composição visual à medida em que
é reproduzido. Luz (1999) pontua que distorções gráficas relacionadas ao tamanho e
ao desenho dos elementos que compõem o brasão, bem como alterações dos padrões
da heráldica para reprodução monocromática através de hachuras correspondentes
às colorações originais, podem ser observadas, sendo possível encontrar versões do
símbolo despojadas das hachuras, e ainda, variação da tipografia, do tamanho e da
distribuição das informações em texto na área específica.
Com relação às normas de reprodução técnica do brasão das Armas Nacionais,
no decreto que o instituiu apenas foram citadas as proporções de quinze de altura por
quatorze de largura e a referência à imagem do brasão. Em uma tentativa de ensino do
2
Outras publicações referem-se aos sócios como “Eduard Laemmert” e “Heinrich Laemmert”, gra-
fias que posteriormente foram traduzidas. Eduard fundou a Livraria Universal e, mais tarde, em so-
ciedade com Heinrich, a E. & H. Laemmert – mercadores de livros e de música, também fundaram
a Typographia Universal com importantes publicações gráficas no Rio de Janeiro. Em uma segunda
geração, em 1891 a sociedade incluía outros nomes como Gustave Massow (genro do recém faleci-
do Henrich), Edgon Widmann Laemmert (diretores da livraria) e Arthur Sauer (diretor da oficina
tipográfica), sob a denominação de Laemmert & Cia. (HALLEWELL, 2005, p. 232-248). Sobre
Garnier e Laemmert cabe consultar ainda a publicação Momentos do livro no Brasil (PAIXÃO, 1995).
112
desenho técnico para fins de reprodução, o autor Milton Luz (1999, p. 117-126) faz
passo a passo a reconstrução modular de uma versão atualizada do desenho do brasão.
Segundo a seção III, art. 20 da Lei nº 5.443 (BRASIL, 1968), o uso das
Armas Nacionais é obrigatório no Palácio da Presidência da República e residência
do presidente da República, Câmara dos Deputados, no Senado Federal, no Supremo
Tribunal Federal, nos Tribunais Superiores, nos palácios dos governos estaduais e
nas prefeituras municipais, bem como em edifícios, repartições públicas e escolas
públicas; nos quartéis das forças federais e policiais, bem como em armamentos; e
ainda “nos papéis e expediente das repartições públicas e nas publicações oficiais” (A
BANDEIRA, 1970..., p. 22).
Figura [85] Capa do catálogo de 1950 – Catálogo da Pinacoteca do Estado de S. Paulo, 1950 – João Bentivegna, São Paulo.
Original escaneado. Fonte: Acervo Cedoc / Pinacoteca de São Paulo.
114
Figura [86] Capa do catálogo de 1951 – Secretaria da Educação, Pinacoteca do Estado de S. Paulo, Catálogo, 1951 –
João Bentivegna, São Paulo. Original escaneado. Fonte: Acervo Cedoc / Pinacoteca de São Paulo.
115
Figura [87] Capa de Conferências 1951 – Secretaria da Educação, Pinacoteca do Estado de S. Paulo, Conferências de 1951 –
João Bentivegna, São Paulo. Original escaneado. Fonte: Acervo Cedoc / Pinacoteca de São Paulo.
116
Figura [88] Capa do catálogo de 1954 – Secretaria do Govêrno, Pinacoteca do Estado de S. Paulo, Catálogo, 1954 [s. l.; s. n.].
Original escaneado. Fonte: Acervo Cedoc / Pinacoteca de São Paulo.
117
retangular abrupta, mantendo a fonte utilizada nos dois catálogos anteriores3. Uma
estrela separa o título em vermelho das informações impressas em preto, com o ende-
reço e o ano da publicação no rodapé “Praça da Luz N. 2 / (Pavimento Superior) /
1950”, em tipografia sem serifa.
O catálogo de 1951 segue, em traços gerais, o visual da publicação anterior,
mas traz algumas diferenciações sutis. A estrutura gráfica da composição centraliza-
da foi mantida, mas o cabeçalho contém as informações “Secretaria da Educação /
Pinacoteca / do / Estado de S. Paulo”, separadas por um discreto elemento geomé-
trico linear, indicando o vínculo do museu ao órgão. O brasão das Armas do Estado
de São Paulo, mais ao centro, apresenta diferenças em seu preenchimento, como as
hachuras na estrela particionada e o preenchimento, ao invés do contorno, na folhas
dos ornamentos externos ao escudo. O título da publicação, “Catálogo”, vem logo
abaixo do brasão, em destaque conferido pelo tamanho dos caracteres e área ocupa-
da. As informações textuais continuam impressas em vermelho, porém observa-se a
introdução de uma tipografia reta, sem serifa e de traço contínuo, mantendo o uso
exclusivo de caracteres maiúsculos na grafia. Um conjunto discreto de elementos
gráficos lineares finos separa o título da publicação do ano, localizado no rodapé e
impresso em preto.
A publicação Conferências de 1951, datada de dezembro deste ano, compreen-
de uma estrutura gráfica semelhante ao catálogo publicado no mesmo ano. Manteve
o layout centralizado, a mesma estrutura de composição e tipografias utilizadas nas
informações textuais, assim como as mesmas cores de impressão, sem os traços di-
visores, com uma ressalva relacionada ao uso do brasão. O símbolo utilizado nessa
capa é idêntico ao que aparece na capa do catálogo de 1950, impresso em contorno
monocromático preto.
A última publicação dessa década data de 1954. O catálogo possui estrutura idên-
tica ao publicado em 1951, considerando todos os elementos gráficos utilizados na capa.
Há uma única alteração na informação do cabeçalho, para “Secretaria do Govêrno”.
A impressão permanece em duas cores, e foi mantida a versão do brasão das Armas do
Estado de São Paulo com hachuras e preenchimento nos ornamentos externos.
O brasão das Armas do Estado de São Paulo foi criado tardiamente, em decorrência
do Movimento Constitucionalista em 1932, passando a figurar onde antes vigorava
apenas o brasão das Armas Nacionais. O Decreto nº 5.656, que instituía o brasão de
Armas do Estado de São Paulo, foi assinado pelo Governador Pedro de Toledo em
29 de agosto de 1932 (DIÁRIO..., 1932).
Confeccionado em aquarela pelo pintor José Wasth Rodrigues, em conjunto
com o poeta e heraldista Guilherme de Almeida, a primeira versão do brasão de São
Paulo foi apresentada em 1932 ao Governador Pedro de Toledo, que a aprovou. Foi
solicitado apenas a substituição de “São Paulo” por “Brasilia”, ficando na divisa a
frase “Pro Brasilia Fiant Eximia”4 (STICKEL, 2004, p. 718).
Publicado no Diário Oficial em 30 de agosto de 1932, o brasão das Armas do
Estado de São Paulo foi descrito, de modo a justificar o uso dos elementos simbólicos
3
Catálogos da Pinacoteca publicados em 1940 e 1942.
4
“Pelo Brasil façam-se grandes coisas” (FEDERICI, 1980, p. 52).
118
da heráldica, em texto assinado por Carlos Villalva, Diretor Geral da Secretaria de Figura [89] Brasão das Armas
do Estado de São Paulo, José
Estado dos Negócios da Justiça e Segurança Pública. Wasth Rodrigues, JWR - 1932.
Art. 1º (...) Aquarela sobre cartolina
grossa, 50x37,5 cm. Fonte:
O escudo é o português, como convém a descendentes de portugueses e de Stickel (2004, p. 718).
acordo com o uso já consagrado no Brasil. De uma só cor e de um só metal, Figura [90] Versão
como é de bom estilo em heráldica, ficando, assim, dentro da maior simpli- monocromática do brasão das
cidade e em harmonia com o brasão da cidade de São Paulo. O vermelho, Armas do Estado de São Paulo
esmalte representativo da alvidez, da audácia e da glória, perpetua o valor - 1932. Fonte: Federici (1980,
p. 51).
do povo paulista, que jamais trepidou em afrontar as asperezas da luta e a
derramar seu sangue pelo Brasil e pela liberdade. A prata, metal simbólico da
lealdade e da nobreza, alude também ao tope branco usado tradicionalmente
pelos partidários da Constituição, desde os tempos coloniais, e adotado como
distintivo dos soldados constitucionalistas no atual movimento revolucioná-
rio. Diz bem do caráter ordeiro da nossa gente, que somente quer viver sob o
regime da lei e das garantias jurídicas, pelo qual ainda agora se bate.
As iniciais S. P. significam que o próprio nome São Paulo evoca melhor o
seu valor e as suas glórias do que quaisquer símbolos ou emblemas. O uso de
letras iniciais está consagrado na heráldica desde os tempos antigos, o que se
pode ver no armorial português, e, entre os países na França, que adotou as
letras R. F. pondo de lado símbolos de grande prestígio, que poderia ostentar.
A espada romana, usada pelo apóstolo São Paulo, evoca o padroeiro do
Estado. Lembra ainda o gesto de Amador Bueno, a epopeia das Bandeiras,
Pedro I proclamando a Independência na colina do Ipiranga e, finalmente a
espada que, na hora atual, foi ‘desembainhada em continência à Lei’.
Os ramos de louro e carvalho consagram o valor militar de São Paulo, que
desde os tempos coloniais tem sabido enobrecer as tradições de bravura do
povo brasileiro, e o seu valor cívico, sempre à frente das grandes iniciativas
tendentes a criar para o Brasil uma situação proeminente no concerto dos
povos cultos.
Como timbre, uma estrela de prata: indica que São Paulo é uma das unidades
da federação Brasileira, simbolizadas por 21 estrelas nas armas federais.
119
Cinco anos mais tarde o uso dos brasões estaduais foi suspenso pela
Constituição do Estado Novo, outorgada pelo presidente Getúlio Vargas em 1937, Figura [91] Modelo incorreto
na tentativa de coibir o uso de símbolos que não fossem os nacionais. Os símbolos publicado do brasão das Armas
do Estado de São Paulo. Fonte:
paulistas foram restaurados por meio do Decreto-lei nº 16.349, de 27 de novembro Assembleia... (1948, Anexo nº 4).
de 1946, logo após a publicação da nova Constituição do Brasil, cujo art. 195 libe-
ra estados e municípios a utilizarem símbolos próprios (FEDERICI, 1980). Após o
surgimento da Constituição Estadual, em 9 de julho de 1947, a Lei nº 145, de 3 de
setembro de 1948 (ASSEMBLEIA..., 1948), trouxe um descritivo mais preciso da
heráldica do Brasão do Estado.
O Brasão do Estado de São Paulo é o instituto pelo Decreto n° 5.656, de
29 de agosto de 1932, o qual assim se descreve heraldicamente: em escudo
português de goles uma espada com o punho brocante sobre o cruzamen-
to de um ramo de louro à destra e um de carvalho à sinistra, passados em
aspa na ponta, e costada em chefe das letras S.P., tudo de prata; timbre:
uma estrela de prata; suportes: dois ramos de cafeeiro frutificados, de sua
cor, passados em aspa na ponta; divisa: em listel de goles, brocante sobre o
cruzamento dos suportes, ‘PRO BRASÍLIA FIANT EXIMIA’, de prata.
(ASSEMBLEIA..., 1948)
Essa lei é considerada mais precisa pois torna obrigatória a obediência às re-
gras heráldicas e às normas de reprodução monocromática. Segundo Hilton Federici
(1980), os modos de representação monocromática das tonalidades, de acordo com
os ensinamentos da heráldica, para substituir o metal prata deve ser deixado em
branco (timbre: estrela; figuras: espada, ramos de louro, carvalho e sigla SP; legenda:
palavras “Pro Brasilia Fiant Eximia”); para substituir o vermelho, dito “goles” em
heráldica, deve-se reproduzi-lo por meio de linhas verticais (no campo do escudo;
no listel que embasa a legenda; nos glóbulos de café); para o lugar da cor verde, dita
“sinople” em heráldica, deve-se reproduzi-lo por traços em diagonal, descendo da
esquerda para a direita de quem olha de frente (encontrado nos ramos de café).
Embora correto enquanto padronização monocromática heráldica, o mode-
lo do brasão publicado pela Lei nº 145, de 1948 (ASSEMBLEIA..., 1948), trazia
grosseiras deturpações no desenho e não seguia a estrutura original dos elementos
gráficos que constavam no modelo de 1932, utilizado até então.
Desde que, no ano de 1932, foi instituído o brasão estadual a sua reprodu-
ção vinha se apresentando com pequenos defeitos, facilmente percebidos, e
que se localizavam no timbre (que é a estrela) e nos ornatos exteriores (que
são os ramos de café que ladeiam o escudo). Sabemos que o seu original,
desenhado por José Wasth Rodrigues, está cuidadosamente conservado no
Museu do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Mas a lei de 1948,
que disciplinava a sua reprodução, apresentava um modelo imperfeito, acon-
tecendo que, com isso, o próprio poder público dava o mau exemplo. Daí
essa contínua reprodução errada, pois todos normalmente procuravam ba-
sear-se no modelo oficial que, de origem, era falho. Some-se a isso a natural
ignorância de coisas da heráldica por parte de certos fabricantes de produtos
tipográficos, a que se juntava ainda a nenhuma fiscalização da parte do poder
120
Ainda segundo a autora, foi no final da década de 1950, no governo de Figura [97] Capas de
publicações da gráfica de João
Juscelino Kubitschek, que se deu um importante passo para a indústria gráfica ala- Bentivegna. Caminho de homem,
vancar, através da importação de maquinário e tecnologias que promoveram tan- 1952. A noiva no horizonte,
1953. Documentos interessantes
to a renovação de vários de seus setores como de setores da indústria de insumos. para a historia e costumes de
Nas décadas seguintes a indústria nacional de papel e celulose se expandiria em São São Paulo, 1954. Catálogo dos
documentos sobre São Paulo
Paulo, o que ampliaria o acesso à matéria prima da indústria gráfica, barateando cus- existentes no arquivo do Instituto
tos (BASTOS, 2010). Histórico e Geográfico Brasileiro,
1954. Originais fotografados
Contudo, essas publicações da gráfica de João Bentivegna encontradas não pela pesquisadora. Fonte:
Acervo de coleções Especiais
se assemelham diretamente às características estéticas dos catálogos da Pinacoteca, e Obras Raras / Bccl, Unicamp
que, diante delas, parecem apresentar um leiaute planejado especialmente para a (não catalogado, 2015);
Coleção João Falchi Trinca,
instituição, com traços de documento oficial. Os catálogos da década de 1950 pos- CMU; Idem; Coleção Peter
suem uma ligação sutil com outras produções da gráfica através do uso do preto e do Eisenberg: Acervo de coleções
Especiais e Obras Raras / Bccl,
vermelho na impressão e da distribuição dos elementos na capa, preservando áreas Unicamp.
livres, mas trazem uma moldura linear que demarca a mancha gráfica bastante sin- Na página seguinte:
gela e própria dessas publicações. No que tange aos catálogos, foi possível fazer um Figura [98] Documento
paralelo com as demais publicações das gráficas atuantes para a Pinacoteca, o que timbrado, 1943 - Secretaria
de Estado dos Negócios da
não se concretizou na análise dos documentos oficiais, nos quais não constam men- Educação e Saúde Pública,
ções ou assinaturas das gráficas responsáveis pela impressão. Pinacoteca do Estado de São
Paulo. Original escaneado.
Fonte: Acervo Cedoc /
Pinacoteca de São Paulo.
Nacionais no canto superior esquerdo, na versão a traço para impressão monocromá- Figura [101] Documento
timbrado, 1959 - Secretaria
tica. O cabeçalho do documento é assinado pela “Secretaria de Estado dos Negócios de Estado dos Negócios
da Educação e Saúde Pública” e pela “Pinacoteca do Estado de São Paulo”. do Governo, Pinacoteca do
Estado de São Paulo. Original
O papel timbrado é uma peça gráfica mais simplificada em relação aos catá- escaneado. Fonte: Acervo
logos da Pinacoteca da década de 1940. Foi utilizada uma tipografia sem serifa e há Cedoc / Pinacoteca de
São Paulo.
124
125
126
uma hierarquia dada pelo tamanho dos textos, que confere importância à assinatura Na página anterior:
gráfica da Pinacoteca, maior, composta em uma única linha. Não se sabe qual gráfica Figura [102] Documento
imprimiu o papel timbrado por não constar sua assinatura impressa. timbrado, 1970 - Secretaria de
Cultura, Esportes e Turismo,
Os documentos dessa fase, datados a partir da década de 1950, trazem o bra- Pinacoteca do Estado. Original
são das Armas do Estado de São Paulo, sempre no canto superior esquerdo, como escaneado. Fonte: Acervo
Cedoc / Pinacoteca de
parte do cabeçalho do documento. Como visto anteriormente, o brasão, criado por São Paulo.
José Wasth Rodrigues e Guilherme de Almeida, voltou a ser usado com a restauração Figura [103] Documento
dos símbolos paulistas em 1946, após a publicação da nova Constituição do Brasil, timbrado, 1976 - Secretaria da
Cultura, Ciência e Tecnologia,
que liberou o uso de símbolos próprios por estados e municípios (FEDERICI, 1980). Pinacoteca do Estado. Original
As secretarias às quais a Pinacoteca passa a ser subordinada são diversas, escaneado. Fonte: Acervo
Cedoc / Pinacoteca de
como a “Secretaria de Estado dos Negócios da Educação e Saúde Pública” na dé- São Paulo.
cada de 1940 e início da década de 1950; a “Secretaria de Estado dos Negócios da Figura [104] Documento
Educação” e a “Secretaria de Estado dos Negócios do Govêrno” no decorrer da timbrado, 1977 - Secretaria de
Cultura, Ciência e Tecnologia,
década de 1950. A partir do documento datado de 1959, o endereço e o telefone da Pinacoteca do Estado. Original
Pinacoteca passaram a fazer parte do cabeçalho. escaneado. Fonte: Acervo
Cedoc / Pinacoteca de
Nos documentos timbrados analisados até aqui – datados de 1943, 1950, São Paulo.
1952, 1959 –, uma mesma fonte tipográfica foi utilizada nas assinaturas das secreta-
Figura [105] Documento
rias e da Pinacoteca. A tipografia parece seguir um mesmo padrão de caracteres sem timbrado, 1981 - Secretaria de
Estado da Cultura, Pinacoteca
serifas de traço contínuo, uniforme – características que se assemelham às tipografias do Estado. Original escaneado.
sem serifas transicionais, segundo Lupton (2006) –, e as composições utilizam tra- Fonte: Acervo Cedoc /
Pinacoteca de São Paulo.
ços divisores em tamanhos distintos em cada caso. A distribuição das informações
respeita uma hierarquia existente entre secretaria e Pinacoteca, dada pelo posiciona-
mento na ordem de leitura, espacejamento entre caracteres – que confere diferentes
tamanhos lineares – e tamanho dos caracteres, além do sublinhado que aparece no
documento de 1959.
Nos documentos datados a partir da década de 1970, a instituição passou a
assinar com a nomenclatura “Pinacoteca do Estado”.
No documento timbrado de 1970, a instituição fica subordinada à “Secretaria
de Cultura, Esportes e Turismo” e ao “Conselho Estadual de Cultura”. Nesse docu-
mento, as informações referentes à secretaria foram grafadas em uma tipografia que
se diferencia por uma serifa curta – bilateral, fina e pontuda (BRINGHURST, 2005)
– e um maior espacejamento entre os caracteres que ocupam o cabeçalho; enquanto a
assinatura gráfica da Pinacoteca, o endereço e o telefone compõem um segundo blo-
co, mais curto, cujas informações foram grafadas e um tipo sem serifa, com tamanho
maior na assinatura “Pinacoteca do Estado”.
A versão do brasão das Armas do Estado de São Paulo utilizada no documen-
to de 1970 segue o modelo publicado pela Lei nº 145, de 1948 (ASSEMBLEIA...,
1948), que, como visto anteriormente, continha deturpações que só seriam corrigi-
das em 1971 (ASSEMBLEIA..., 1971).
A Pinacoteca aparece subordinada à “Secretaria da Cultura, Ciência e
Tecnologia” e à “Coordenadoria do Patrimônio Cultural” no documento de 1976,
e respondendo ao “Departamento de Artes e Ciências Humanas” no documento
de 1977. Na ocorrência de 1976 o nome “Pinacoteca do Estado” aparece grafado
com uma tipografia sem serifa, de espessura fina e uniforme, com as letras bastante
espacejadas entre si. No documento de 1977 a composição é bastante semelhante,
porém a tipografia, sem serifas, apresenta características geométricas (LUPTON,
2006). Aparentemente o espaçamento foi ampliado para que as três linhas – con-
tendo o departamento, a assinatura gráfica da Pinacoteca e o endereço – ficassem
127
Em 1966 começa, como se verá, uma fase de diversas mudanças na direção Figura [113] Entrada da
Pinacoteca na Avenida
da instituição, com Silvio Costa e Silva5 assumindo a direção da Pinacoteca por onze Tiradentes com placa turística
meses e, em seguida, sendo substituído por Delmiro Gonçalves, jornalista e crítico. que indica o edifício, final
da década de 1970. Painel
Nesse período uma grande reforma emergencial no edifício fez com que as atividades localizado na escadaria de
no museu diminuíssem e os eventos com exposições de seu acervo em outros espaços entrada da Pinacoteca com a
programação, ao fundo placa
aumentassem, embora o acervo de obras contemporâneas tenha aumentado signi- de parede com as informações
ficativamente com aquisições feitas por Delmiro Gonçalves. O Decreto nº 52.559, “Governo do Estado de São
Paulo / Secretaria de Cultura,
de 12 de Novembro de 1970 (ASSEMBLEIA..., 1970), “reestruturou administra- Ciência e Tecnologia /
Pinacoteca do Estado”, 1977.
tivamente o Museu, aumentando seu quadro de funcionários, enquanto estabele- Fonte: Camargos (2007, p.
cia regras para aquisição dentro de critérios mais rigorosos” e criou ainda um novo 87-88).
Conselho de Orientação Artística, “instância responsável pelas políticas culturais do
Museu” (CAMARGOS, 2007, p. 86).
O edifício ainda era compartilhado com o Serviço de Fiscalização Artística, a
Faculdade de Belas Artes de São Paulo, a Escola de Arte Dramática, o Conservatório
Estadual de Canto Orfeônico, o Liceu de Artes e Ofícios e uma fábrica de brinquedos
(CAMARGOS, 2007). Na sequência o pintor Clóvis Graciano assumiu a Pinacoteca
por um ano, seguido pelo diplomata e crítico de arte Walter Wey, que tomou a frente
da instituição em 1972, período em que a extensa reforma foi finalizada e o museu
reaberto às suas atividades em 1973 (CAMARGOS, 2007). “A partir da década de
1970, tem início a modernização da Pinacoteca, assumindo seu papel relevante no
cenário cultural de São Paulo” (RESENDE, 2011, p. 32).
Depois de um breve período no cargo, substituindo Wey, o escritor Alfredo
Gomes passou a direção da instituição para a historiadora e crítica de arte Aracy
Amaral em 1975, que aí permaneceria até 1979 promovendo uma série de atividades
5
Não foram encontradas informações sobre Silvio Costa e Silva nas bibliografias consultadas.
131
educativas, didáticas e culturais nos espaços da Pinacoteca, além de abrir suas portas
para as tendências construtivas (CAMARGOS, 2007). O pintor, historiador e críti-
co de arte Fábio Magalhães assumiu a direção em 1979 e permaneceu no cargo até
1982, ano em que se efetivou o tombamento do edifício da Pinacoteca:
Finalmente, em 5 de maio de 1982, a Pinacoteca era tombada pelo Conselho
de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico
(Condephaat), garantindo, assim, a preservação de um raro exemplo de ar-
quitetura neoclássica da capital. Requerida na gestão de Aracy Amaral e
efetivada na de Fábio Magalhães, a medida coroava uma fase de intensas
mudanças e aprimoramento, constituindo, ainda, um passo crucial para a
legitimação de uma esfera pública que resultaria, anos mais tarde, no proces-
so de reintegração total do prédio à Pinacoteca do Estado. (CAMARGOS,
2007, p. 102)
Seu sucessor, Maurício Fridman, ficou pouco tempo no cargo, que em ju-
lho de 1983 foi assumido pela historiadora de arte e docente Maria Cecília França
Lourenço, que cunhava uma campanha pela ocupação total do edifício por parte da
Pinacoteca. Nesse ano há registros de uma exposição realizada sobre o próprio museu
e sua história, através de artefatos de memória gráfica, “revelada por meio dos seus
documentos, em cartazes, catálogos, convites e imagens de suas inúmeras mostras,
além de desenhos do escritório de Ramos de Azevedo relacionados ao prédio da
Luz” (CAMARGOS, 2007, p. 103).
Maria Cecília França Lourenço deu continuidade a programas de expo-
sições anteriores que discutiam “o papel da instituição enquanto agente cultural”
(CAMARGOS, 2007, p. 103) com muitos eventos que movimentavam a arena da
Pinacoteca e as salas de exibições. Além disso levou à frente a solicitação da retirada
da Faculdade de Belas-Artes, que ocupava parte do edifício desde 1946. A saída
definitiva dos últimos cursos da Faculdade de Belas-Artes se deu em 1989, quando a
Pinacoteca era dirigida, desde 1988, pela artista plástica Lourdes Therezinha Silva
de Amorim. Posterior a isso, o museu foi interditado por alguns dias por falta de
segurança pelo Departamento de Controle de Uso de Imóveis (Contru) sendo neces-
sário iniciar uma reforma que duraria mais de um ano. Durante esse período o museu
ministrava cursos e oficinas à população. Maria Alice Milliet, curadora, historiadora
e crítica de arte, assumiria em 1989 a direção do museu fechado, ainda em obras
(CAMARGOS, 2007).
132
Figura [115] Catálogo 1960, lombada e capa – Govêrno Carvalho Pinto, Secretaria de Estado dos Negócios do Govêrno, Pinacoteca do
Estado do Serviço de Fiscalização Artística, S. F. A., 1960 – Escolas Profissionais Salesianas, São Paulo. Lombada original fotografada pela
pesquisadora. Capa original escaneada pelo Cedoc. Fonte: Acervo Cedoc / Pinacoteca de São Paulo.
133
Na metade superior da capa, impressa com fundo azul liso, constam as princi-
pais informações textuais. O brasão das Armas do Estado de São Paulo, em sua ver-
são incorreta, conforme Lei nº 145, de 3 de Setembro de 1948 (ASSEMBLEIA...,
1948), reproduzido através de clichê metálico, foi posicionado no canto superior es-
querdo, ao lado dos dizeres “Govêrno Carvalho Pinto / Secretaria de Estado / dos
/ Negócios do Govêrno”, compostos em duas tipografias completamente distintas
– a primeira de característica sem serifa geométrica (LUPTON, 2006), utilizada
para descrever o governo vigente, e a segunda com serifas, definindo a secretaria.
Apresentando baixa qualidade de reprodução, o brasão das Armas do Estado de São
Paulo foi impresso em sua versão monocromática em preto somente com contornos,
no tamanho de 1,7x2 cm.
O nome da instituição foi grafado como “Pinacoteca do Estado”, dispensando
o complemento “de São Paulo”, observado em publicações anteriores, passando a
vigorar em seu lugar o complemento “do Serviço de Fiscalização Artística”. Com
uma tipografia display de cantos arredondados, espessura larga e peso bold, o nome
“Pinacoteca do Estado” foi grafado em caracteres maiúsculos e apresenta um estilo
gráfico que destoa em meio a todas as tipografias utilizadas anteriormente para a fun-
ção de assinar o nome da instituição nas capas dos catálogos. A frase “do Serviço de
Fiscalização Artística” que acompanha o nome “Pinacoteca do Estado” aparece em
menor tamanho, sem destaque visual, e seguido da sigla “S. F. A.”. Esta é composta
em uma tipografia fina com serifas, com alto contraste de preenchimento, ladeada
por três traços horizontais que trazem destaque visual e caracterizam uma forma Figura [117] O símbolo da
campanha do governador
recorrente de identificação, conforme pode ser observado no catálogo seguinte, pu- Carvalho Pinto utilizado para
blicado em 1963. desfile em carro aberto durante
uma visita à Cidade de Colina,
Na metade inferior da capa, sobre fundo branco, foi impresso através de clichê São Paulo, em 1962. Aparecem
metálico, com tamanho e posição de destaque, o símbolo pictórico da campanha do na imagem: “o Governador
Carvalho Pinto, o Prefeito
governador Carvalho Pinto. O símbolo é composto pelo desenho do mapa do esta- João Paro e o candidato José
do de São Paulo, simplificado geometricamente na cor vermelha, coberto por uma Bonifácio Coutinho Nogueira
(dirigindo o Jeep, o Dego Leal)”.
textura em preto que remete às colmeias de abelhas sextavadas. Ao lado aparece a Fonte: Colina SP (2012).
134
Figura [120] Lombada e capa do catálogo de 1963 – Secretaria de Estado dos Negócios do Govêrno, Pinacoteca do Estado do Serviço de
Fiscalização Artística, S. F. A., Catálogo, 1963 – Gráfica Canton, São Paulo. Lombada original fotografada pela pesquisadora. Capa original
escaneada pelo Cedoc. Fonte: Acervo Cedoc / Pinacoteca de São Paulo.
137
Figura [123] Catálogo 1965 – sobrecapa – Pinacoteca do Estado de São Paulo, Catálogo do Acervo, 1965 [s. l.; s. n.].
Original escaneado. Fonte: Acervo Cedoc / Pinacoteca de São Paulo.
139
capa do catálogo da Pinacoteca de 1963, que traz quase que exclusivamente elementos
textuais e apresenta características visuais que remetem a um material do governo.
Foi encontrada uma publicação de cunho religioso, impressa pela Gráfica
Canton, digitalizada e disponibilizada nas versões em imagem e em texto na inter-
net (A LIAHONA, 1955). A revista, datada de dezembro de 1955, intitulada A
Liahona, trazia em sua quarta capa o endereço em que a gráfica funcionou – Rua
Ribeiro de Lima, 332, São Paulo. A rua delimita uma das laterais do Jardim da Luz,
anexo à Pinacoteca. É possível que a escolha dessa gráfica tenha sido influenciada
por sua proximidade. Hoje nesse endereço há um edifício residencial.
contraste entre as áreas grossas e finas, com serifa, remates e terminais ultrafinos, Figura [125] Detalhe da
comparação das letras “N”,
remetendo aos tipos projetados em 1790 por Giambattista Bodoni (1740-1813). “A”, “E” e “O” entre a assinatura
Bodoni desenhou letras “que exibem um contraste abrupto e não modulado entre gráfica da Pinacoteca presente
na sobrecapa do Catálogo do
os traços grossos e finos, além de serifas afinadas como lâminas e desacompanhadas Acervo, 1965, com o catálogo
de apoios curvos”, características também atribuídas a projetos de tipos realizados da Funtimod, fonte Bodoni
– Versais, corpo 24 – design
por Françoise Ambroise Didot na França, em 1784, e por Justus Erich Walbaum na original de Haas (Suíça),
Alemanha, em 1800 (LUPTON, 2006, p. 16). Edmund Thiele, 1927. Fonte:
elaboração da pesquisadora.
Realizou-se a comparação7, através dos arquivos digitalizados em tamanho
real, da fonte presente na sobrecapa do Catálogo do Acervo com as versais da fonte
Bodoni, em corpo 24, do catálogo da Funtimod (ARAGÃO, 2017), por meio da so-
breposição com opacidade em 40%. Foi possível, então, confirmar que a fonte da so-
brecapa se trata da fonte Bodoni. As letras comparadas encaixaram-se com exatidão.
Essa capa rompe com o visual das capas dos catálogos anteriores por explorar
a estética imagética, relacionada diretamente com o conteúdo e a natureza artística
da instituição. A obra de tendências modernistas de Candido Portinari viria a refor-
çar a intenção de renovação do acervo do museu, que tentava deixar para trás a fama
de um acervo de obras estritamente acadêmicas. Segundo Camargos (2007), este
catálogo de 200 páginas foi preparado por Túlio Mugnaini, mas editado e publicado
na gestão seguinte.
Com o golpe militar, Mugnaini foi convocado em ofício de 8 de maio de 1964,
pela Secretaria de Estado dos Negócios do Governo, para prestar informações
a uma comissão que apurava a posição ideológica dos funcionários. Ele não da-
ria seu depoimento, pois foi aposentado compulsoriamente e substituído pelo
jornalista João de Scatimburgo (...). (CAMARGOS, 2007, p. 78)
Figura [127] Catálogo, 1988 – primeira capa – Pinacoteca do Estado, Catálogo Geral de Obras. Imprensa Oficial do Estado S. A. IMESP.
Créditos das fotografias do catálogo: Michael Alves de Lima, Raul Garcez, João Luís Musa. Projeto gráfico da capa: Imesp. Original
escaneado. Fonte: acervo pessoal.
143
e a coordenação do catálogo são atribuídas a Maria Cecília França Lourenço. As es- Figura [131] Publicações
realizadas pela Imesp
pecificações de produção gráfica não constam no material (PINACOTECA, 1988). na década de 1980.
Esse catálogo abriu espaço para uma imagem gráfica institucional da Respectivamente, em ordem
cronológica: Raízes do
Pinacoteca, sem as antigas subordinações às secretarias de governo, e conferiu gran- militarismo paulista, 1982.
de importância visual à assinatura gráfica da instituição. Neste caso, a referência ao MAC: uma seleção do acervo
na Cidade Universitaria,
governador apareceu nos créditos finais, em forma de texto, e na marca do governo, 1983. Expressionismo no
que foi impressa em tamanho pequeno na quarta capa. Nos créditos finais aparecem Brasil: heranças e afinidades,
1985. TUCA: 20 anos, 1986.
ainda os nomes do presidente da república José Sarney, do ministro da cultura Celso Originais fotografados pela
Furtado, do governador Orestes Quércia, entre outros, e de Lourdes Therezinha pesquisadora. Fonte: Acervo da
Biblioteca Octávio Ianni / Ifch,
Silva Amorim, diretora da Pinacoteca do Estado (PINACOTECA, 1988). Tanto as Unicamp; Acervo da Biblioteca
do Instituto de Artes, Unicamp;
capas externas quanto as páginas internas apresentam um alinhamento visual entre si Idem; Acervo da Biblioteca
e remetem a um projeto gráfico integrado. Octávio Ianni / Ifch, Unicamp.
Nos anos que antecederam a década de 1980 o campo gráfico passou por mudanças
significativas. Após o golpe civil-militar de 1964 e as intervenções do governo ditato-
rial nos sindicatos, a Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) foi fundada
em 1965 em São Paulo e, em pouco tempo, alcançou uma atuação nacional junto aos
empresários do setor gráfico. No final dos anos 1960 foi criado o Grupo Executivo
das Indústrias de Papel e Artes Gráficas (Geipag), “que proporcionou a renovação
do parque gráfico nacional” (GORDINHO, 2002, p. 121) e abriu as portas para a
importação de novo maquinário, período em que o setor passava a contar com uma
maior popularização das impressoras offset.
Duas instituições de ensino técnico foram fundamentais para a ampliação da
oferta de mão de obra especializada: a Escola Senai “Felício Lanzara”, existente
desde 1945, e o Colégio Industrial de Artes Gráficas “Theobaldo De Nigris” (Ciag),
fundado em 1971 – ambas prestaram homenagem a importantes profissionais do se-
tor gráfico em suas nomenclaturas. Essas instituições se fundiram no final da década
de 1970, na atualmente denominada Escola Senai “Theobaldo De Nigris”. Desde
1962 o Centro Educacional Kodak (CEK) foi responsável pelo treinamento de pro-
fissionais na área de fotolitos, tornando-se uma escola de alto padrão tecnológico
(GORDINHO, 2002).
146
A Imprensa Oficial foi fundada em 1891, quando também era denominada Figura [132] Assinatura
gráfica da Imprensa Oficial do
“Typographia do Estado de São Paulo” (IMPRENSA..., 1983). A Imesp, como veio Estado na década de 1980.
a se chamar a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo de 1974 em diante, passou a Presente, respectivamente,
em duas publicações. Raizes
contar com um novo parque gráfico inaugurado no final de 1976 no bairro da Mooca, do militarismo paulista, 1982 –
em São Paulo, que funcionaria no edifício de uma antiga fábrica de calçados. Desde assinatura na quarta capa da
publicação, isolada. MAC, uma
então a Imesp ampliou significativamente seu portfólio gráfico, que iniciou-se com a seleção do acervo na Cidade
impressão dos Diários Oficiais, e passou a atender entidades culturais, filantrópicas e Universitaria, 1983 – a gráfica
assina na lateral da quarta capa
de pesquisas (IMPRENSA..., 1983). com os dizeres “Composição,
[oculto por etiqueta] fotolito e
Em levantamento realizado nas bibliotecas da Unicamp foram encontradas 25 impressão - Imprensa Oficial do
publicações datadas do período da década de 1980 realizadas pela Imesp. Entre os Estado”. Originais fotografados
pela pesquisadora. Fonte:
livros, alguns se destacaram pelas capas impressas em cores. Acervo da Biblioteca Octávio
O uso de ilustrações e imagens predomina nas capas das publicações impres- Ianni / Ifch, Unicamp; Acervo da
Biblioteca do Instituto de Artes,
sas pela Imesp na década de 1980. A impressão com quatro cores prevalece em três Unicamp.
delas, com exceção à capa de Tuca: 20 anos, impressa em três cores sólidas – situação
em que não há mistura de cores através de retículas.
A publicação do MAC-USP, Uma seleção do acervo na Cidade Universitária,
de 1983, é a que mais chama a atenção por trazer na capa uma estética bastante seme-
lhante à que pode ser encontrada nas páginas divisórias do catálogo da Pinacoteca de
1988. Traz em destaque a imagem colorida da obra Auto-retrato (1919) de Amadeu
Modigliani, envolvida por uma fina moldura branca sobre fundo preto. O avanço da
tecnologia gráfica de impressão, bem como sua disseminação no campo gráfico, é refle-
tido em tais capas, que diferem profundamente das publicações de décadas anteriores.
Os jornais e as revistas de grande circulação no país já traziam impressões em
quadricromia. Segundo a definição da Associação dos Designers Gráficos:
Quadricromia por seleção: Art. gráf., método de reprodução de original policro-
mático (arte original, transparência, etc.) através da separação da imagem colo-
rida nas três cores primárias – magenta, amarelo e ciano – e no preto. O processo
resulta em quatro chapas de impressão que, umas sobre as outras, reproduzem,
por ilusão de óptica, todas as cores da arte original. (ABC..., 1998, p. 91)
“Governo Quércia”, junto com o símbolo visual da campanha, composto pela repeti-
ção da silhueta estilizada do mapa do estado de São Paulo.
Observa-se que a Imprensa Oficial tende a acompanhar, de acordo com a
amostra analisada de suas publicações, as tendências gráficas em voga no período.
As capas com imagens ou ilustrações ricamente coloridas demonstram este fato e
chamam a atenção para o acesso à tecnologia de impressão offset e o uso do fotolito
na impressão em quadricromia, que vinha se difundindo cada vez mais, modificando
profundamente o cenário editorial. Tais mudanças refletiram positivamente no catá-
logo da Pinacoteca publicado nessa década, que além da capa, estampada com uma
imagem colorida, trouxe muitas páginas com imagens de obras do acervo, coloridas
ou preto e branco, em uma quantidade nunca vista nas publicações do museu.
5
A referência arquitetônica e
as mudanças na identidade
visual da Pinacoteca a partir
da década de 1990
O último capítulo desta tese traz as análises dos materiais de memória gráfica
mais recentes, pertencentes ao acervo do Cedoc, referentes à década de 1990 e
ao início dos anos 2000. As mudanças observadas nas assinaturas gráficas que se
sucederam na década de 1990, como se verá, podem ser paralelamente relaciona-
das às mudanças na gestão da instituição. Questões de tombamento do edifício e
a conquista da totalidade do espaço, bem como a extensa reforma arquitetônica
comandada pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha – que reestruturou e moder-
nizou o edifício para abrigar o museu –, refletiram na identidade da Pinacoteca
a partir dos anos 1990, quando a instituição passou a ter em sua identidade vi-
sual um signo icônico em referência à arquitetura do edifício. Além da consulta
ao acervo do Cedoc, nessa fase da pesquisa foram entrevistados dois designers
importantes para a consolidação da identidade visual do museu: Rogério Lira,
responsável pela assinatura gráfica da Pinacoteca em 1990, e Carlos Perrone, que
implantou em 1998 um projeto de identidade visual e sinalização na instituição
depois da grande reforma pela qual passou o edifício do museu. Este capítulo
também aborda os projetos de identidade visual recentes, implantados respec-
tivamente em 2011 e 2016. O estudo destes não estava previsto no projeto de
pesquisa inicial, mas, dada sua relevância e relação com a temática abordada, sua
análise também integra este capítulo. Tais projetos não puderam ser observados
naquele acervo – não puderam ser filtrados, coletados e analisados através dos
mesmos métodos – por estarem em uso no decorrer da pesquisa, não pertencendo
ainda, portanto, à memória da instituição, mas refletindo a atualidade, contexto
sob o qual foram observados e relatados a partir de visitas ao museu entre os anos
de 2013 e 2017.
151
Figura [138] Capa: Projeto para recatalogação do acervo, 1990 - Secretaria de Estado da Cultura, Pinacoteca do Estado de
São Paulo. Original escaneado. Fonte: Acervo Cedoc / Pinacoteca de São Paulo.
153
No início da década de 1990 uma composição com uma referência visual ao edifício
da Pinacoteca junto ao nome da instituição passou a assinar materiais de exposições
como convites, cartazes, catálogos, figurando também em documentos oficiais e pa-
péis de fax. No projeto original, assinado pelo designer Rogério Lira, a referência
imagética da fachada do edifício foi estilizada, configurando o primeiro elemento
visual presente na assinatura do museu, cujas qualidades de semelhança visual per-
mitem classificá-lo como um hipoícone imagético (FARIAS, 2003). Contratado pela
diretora da Pinacoteca, Maria Alice Milliet, que assumiu o cargo em 1989 e nele
permaneceu até 1992 (CAMARGOS, 2007), Lira teve a missão de criar uma nova
assinatura gráfica para a instituição.
2
A transcrição completa da entrevista está disponível na seção “Apêndice” desta tese.
3
Confecção realizada através de uma fotocompositora, equipamento que processava recursos tipográ-
ficos de textos através da fotografia (ABC..., 1998, p. 50).
154
um recurso gráfico usual naquele período. A forma verticalizada das letras eleva o
edifício da Pinacoteca, como se fossem pilares. Lira descreve, ao longo da conversa,
o processo criativo citando o uso do desenho antigo já existente e da fonte Garamond
com as distorções:
Ela [Maria Alice Milliet] me deu um desenho preto e branco da fachada,
da frente, deste prédio, e eu reconstruí, redesenhei com caneta nanquim, a
partir de uma fotocópia de um desenho antigo. Aí eu mandei fazer, naquela
época era letra (...) ‘fotoletra’! Tinha uma empresa, ali perto da Antônio de
Queiroz, que você ia lá e eles tinham um catálogo com os alfabetos todos
com as fontes que eles usavam, você escolhia a fonte, levava o texto ‘batido
à máquina’ e eles te devolviam o mesmo texto, na fonte que você escolheu,
tamanho, etc. Você grudava isso, fazia um paste-up, uma colagem com as
formas branco e preto, e entregava isso pro pessoal do fotolito, que preparava
os filmes e imprimia em offset (...). Estou com 49 anos, já faz um tempo.
(...) Era um desenho meio expressivo (...). Ele era bem em baixa resolução. O
que eu fiz foi que eu ampliei, fiz ele ficar um pouco mais gráfico, mais interes-
sante graficamente. Na verdade eu limpei, para ficar bem em alto contraste.
Eu coloquei na época uma tipografia ‘serifada’, e eu tenho até vergonha de
dizer, mas na época era ‘super’ ‘in’ você distorcer a fonte. Era uma coisa nova
você poder distorcer no computador.
(...) Era uma Garamond, com certeza! Fiz aquela tipografia bem comprimi-
dinha, em baixo do prédio, e virou ‘o logo’. Esse logo, não teve uma grande
discussão, ela que aprovava tudo. (LIRA, 2015)
A assinatura gráfica criada por Lira em 1990 foi a primeira a trazer evidências
de um projeto gráfico assumido como design, além de ter sido confeccionada por um
designer profissional. Proposta enquanto um logotipo e uma imagem que funcionam
em conjunto, a composição passou a assinar diferentes materiais da instituição, como
documentos, catálogos, convites, cartazes e folhetos das exposições.
O documento timbrado de 1995 traz um cabeçalho com a assinatura gráfica
da Pinacoteca posicionada à esquerda; o endereço e os números de telefone e fax
foram divididos em três linhas e aparecem alinhados à direita, em fonte com serifas
com espaço entre letras bastante diminuído, com destaque em bold para os números
de telefone e fax. Os elementos do cabeçalho foram separados do restante do docu-
mento por um traço linear divisor. Observa-se no papel timbrado datado de 1995
a substituição da fonte Garamond condensada, proposta por Lira, por uma fonte
com serifas, aparentemente sem apresentar distorções gráficas, acentuando a hori-
zontalidade do conjunto. As informações presentes no documento, que consiste em
uma carta, foram impressas em preto (impressão monocromática) a partir de arquivo
digital elaborado em computador. Composta em uma única coluna, a mensagem
principal ficou concentrada em um grande bloco no centro da página, precedida pela
data, destinatário e assunto, e sucedida por um breve agradecimento.
Uma estrutura bastante semelhante pode ser observada no papel timbrado de
outra instituição, o Museu Paulista da USP. Datado do mesmo período, a identifi-
cação de pertencimento deste documento, através do uso da imagem estilizada da
fachada do edifício do Museu Paulista, está posicionada no cabeçalho, à esquerda;
do lado direito o cabeçalho traz o logotipo da USP e o nome do museu por extenso. O
ofício, pertencente ao acervo do Cedoc, foi composto através de datilografia, técnica
que caía em desuso.
Nesse período, a confecção da mancha de texto dos documentos por meio da
datilografia, que acontecia desde a década de 1930, deu lugar ao computador. As
155
Figura [144] Convite da exposição “Viagem imaginária com Segall: a descoberta do Brasil”, 5 de setembro de 1991.
Assinatura gráfica da Pinacoteca, versão originalmente criada por Rogério Lira. Arte: Rogério Lira. Foto: Rômulo Fialdini.
Original escaneado. Fonte: Acervo Cedoc / Pinacoteca de São Paulo.
158
Figura [145] Catálogo da exposição “Benedito Calixto - Memória Paulista”, 1990, primeira capa. Projeto: Rogério Lira. Original escaneado.
Fonte: Biblioteca do IA, Unicamp.
159
Figura [146] Catálogo da exposição “O desejo na Academia 1847-1916”, 1991, primeira capa. Projeto: Rogério Lira. Original escaneado.
Fonte: acervo pessoal.
160
Ainda na primeira metade da década de 1990 a Pinacoteca passou por uma im-
portante reforma arquitetônica. Projetada por Paulo Mendes da Rocha e Eduardo
Colonelli, durante a gestão do diretor Emanoel Araujo, iniciada em 1992, a reforma
modificou a entrada do edifício, reestruturou o fluxo de circulação e área de luz do
museu e recebeu o Prêmio de Arquitetura Contemporânea Mies Van der Rohe para
a América Latina (CAMARGOS, 2007).
Nessa fase foi fundada a Associação dos Amigos da Pinacoteca, para auxiliar na
captação de recursos e colaborar com as iniciativas do museu (CAMARGOS, 2007).
Em 1992, é criada a Associação dos Amigos da Pinacoteca do Estado, enti-
dade que visa dar apoio à conservação, divulgação e ampliação do acervo do
museu para que a instituição possa se consolidar ainda mais como centro de
referência de atividades e pesquisas artísticas, culturais e educacionais.
(...) Essa opção houve pelo seguinte: fachada de museu é um recurso clássico
e recorrente de marcas de museus do mundo. Então, em marcas gráficas de
museus, quando você vai fazer uma marca gráfica, você tem dois jeitos de fazer
esta marca gráfica, ou você trabalha a parte da fachada, aliás três jeitos, ou você
trabalha apenas tipograficamente, ou você faz outra coisa, mas sempre existe
o recurso da fachada. É uma tradição em design gráfico, eu gosto muito destas
tradições, porque as tradições permitem o redesenho de antigas tradições, elas
vêm acontecendo a partir do tempo e é divertido trabalhar sobre elas.
Então, havia esta marca anterior que eu não sabia de quem era, ela tem uma
natureza um pouco fotográfica, mais fotográfica do que gráfica. A ideia foi
o seguinte: poderíamos ter ‘chutado o balde’ e ter feito outro tipo de marca,
mas foi considerado isto tudo, e tem o seguinte: a Pinacoteca era considerada
um museu histórico de São Paulo, via-se ela como um museu bacana mas das
pinturas acadêmicas, lá na Luz, uma coisa se não antiga, antiquada, mesmo
pelas dificuldades de gestão dela e problemas técnicos terríveis que tinha.
E a ideia foi exatamente a seguinte: houve um pressentimento e havia a in-
tenção reinante de transformar a Pinacoteca em um grande museu, em um
museu conhecido, e Emanoel Araujo é sabido, é conhecido, por não pensar
pequeno. E não é um sonhador, porque ele não faz pequeno também, ele
pensa grande e faz grande. E os contatos internacionais se avolumavam, etc.,
e achamos que fazer uma coisa ‘moderninha’, fazer uma coisa com uma visão
extremamente arrojada de design, ou fashion, ou temporal, etc. e tal, era uma
coisa que havia cabido pouco tempo antes no projeto do museu do Louvre,
que foi feita uma magnífica identidade visual nova, e pelo contrário, lá era
para dizer o seguinte: além da tradição secular nós temos agora um museu
moderníssimo, é um museu que suporta esta inovação gráfica de uma forma
maior. Não que não tenhamos sido inovadores. Fomos, mas fomos formais.
A palavra é formal.
163
Então se optou por fazer esta (...) fachada, por ser uma opção mais formal e
por colocar a frente a materialidade física arquitetônica do museu, se magni-
ficar o projeto do Paulo Mendes da Rocha, porque era isso que estava acon-
tecendo naquela hora. E se tomar como referência a fachada principal da
Pinacoteca, que é a fachada de maior majestade, mas que devido à mudança
urbana de São Paulo, uma das primeiras providências que foram feitas no Figura [150] Assinatura gráfica
projetada por Carlos Perrone
projeto arquitetônico foi virar o eixo da Pinacoteca. Não foi uma reforminha, em 1998 para a Pinacoteca.
eles viraram o eixo, deslocaram a entrada para a Luz, que é uma lateral mais Fonte: acervo pessoal de Carlos
estreita perto do parque, onde tem o recuo de estacionamento menor e, [op- Eduardo Perrone, Desenho
tou-se] fechar por falta de condições a grande fachada da Avenida Tiradentes Lógico (imagem enviada por
e-mail).
do passado e fazer no lugar da antiga escadaria um belvedere metálico.
(...)
Porém, (…) a questão era adequar este desenho a um formato mais construti-
vo. Tirar o caráter de uma ‘iconicidade’ extrema fotográfica, como havia an-
tes onde parece haver sombras, nitidamente, parece ser uma foto ‘solarizada’,
isso seguramente teve sentido em seu tempo; ou seja, deixar de ser um dese-
nho figurativo para ser um desenho de baixa ‘iconicidade pictogramática’ e
de caráter construtivo, já que estávamos falando de arquitetura.
Primeiramente em um desenho de próprio punho foi simplificado e transfor-
mando este ‘ar france’ em blocos, em quadrados, como se fosse um pequeno
engenheiro, ou seja realmente isto daqui deixou de ser uma reprodução foto-
gráfica e passou a ser um desenho em si mesmo, com boa qualidade para repro-
dução em vinil recortado, em serigrafia, em impressão e reduções e foi adotado
pela mesma razão construtiva a letra Pinacoteca em Futura Medium, exata-
mente por ser a mais antiga das modernas – esta letra que daqui a pouco já vai
fazer cem anos, é um sonho futurista, geométrica, tal. Este foi o processo e a
opção era colocá-la como um grande museu e eu acho que este desenho você
fala ‘opa’ quando você olha um prédio neoclássico destes. (PERRONE, 2014)
procedimento padrão seguido pela categoria dos designers gráficos. Muitas distor- Figura [152] Detalhe da fachada
da Pinacoteca com as letras
ções apareceram nas aplicações da assinatura gráfica desenvolvida por Perrone. Ao tridimensionais projetada por
menos três modificações significativas foram observadas no decorrer das análises: a Carlos Perrone, 1998. Créditos:
Eric B. Fonte: acervo pessoal
substituição do “azul marinho” utilizado no desenho da fachada do edifício por preto; de Carlos Eduardo Perrone,
a inclusão do complemento “do Estado de São Paulo” abaixo do nome Pinacoteca, Desenho Lógico (imagem
enviada por e-mail).
em fonte Futura, com caracteres maiúsculos e minúsculos, destoando do logotipo;
um espelhamento do desenho da fachada, modificando as formas peculiares em re-
lação ao edifício e clareando as tonalidades de preenchimento de algumas partes do
desenho. Tais ocorrências de assinaturas gráficas com modificações serão mostradas
e comentadas mais à frente.
Quanto ao manual de sinalização, Perrone enviou alguns exemplares de ima-
gens do projeto que constavam no manual original entregue à Pinacoteca.
Durante a entrevista, Perrone comentou que o projeto para a sinalização
da Pinacoteca teve inspiração nas “tendências do projeto construtivo brasileiro”,
principalmente pela materialidade trabalhada, e abordou em sua fala a referência
165
Embora a identidade visual já tenha sido alterada algumas vezes até os dias
de hoje, as letras-caixas projetadas por Perrone continuam a sinalizar a entrada do
museu abaixo do frontão. A assinatura gráfica de sua criação foi observada em uma
série de documentos no acervo do Cedoc, que demonstrou algumas versões distintas
do projeto original. Figura [157] Três imagens das
Alguns documentos desse período, como o timbrado de 2003, já não se con- letras tridimensionais projetada
por Carlos Perrone para a
figuravam como um material impresso em grandes quantidades em máquinas offset, fachada da Pinacoteca, 1998.
Créditos: Eric B. Fonte: acervo
sendo impressos conforme a demanda, através de impressoras coloridas jato de tinta pessoal de Carlos Eduardo
ou em preto à laser, nos próprios departamentos internos da Pinacoteca, juntamente Perrone, Desenho Lógico
(imagens enviadas por e-mail).
170
com a mancha de texto com o conteúdo do documento. Talvez por este motivo, em
alguns casos a versão utilizada da assinatura gráfica era impressa apenas em preto,
monocromática.
Cabe uma observação a respeito da singela diferença estética no uso da fonte
Futura nas assinaturas gráficas da Pinacoteca e do Masp durante a década de 1990.
No logotipo do Masp, Petit utiliza a versão bold da fonte Futura, que confere acaba-
mento reto nas terminações superiores das letras “M” e “A”, por exemplo. Enquanto
que Perrone opta pela versão medium da mesma fonte, que confere acabamentos
pontiagudos nas letras “A” e “N”, por exemplo. Já a combinação cromática entre
preto e vermelho é explorada em comum pelos quatro museus paulistanos citados no
decorrer desta tese – MAC, MAM, Masp e Pinacoteca –, configurando neste perío-
do um contexto de baixa diversidade identitária. Figura [158] Assinaturas
gráficas: Pinacoteca, Masp,
A gestão de Emanoel Araujo finda em 2002, com o museu já consolidado e MAM e MAC. Fontes: Acervo
pessoal de Carlos Eduardo
reconhecido internacionalmente, quando o museólogo Marcelo Mattos Araújo assu- Perrone, Desenho Lógico;
me a direção da Pinacoteca “no momento em que o Estado, por meio do Contrato Petit (1992); Miocque e Warrak
(2003); Wollner (2003).
de Gestão, transferiu sua administração integral para a Associação dos Amigos da
Pinacoteca, uma Organização Social de Cultura” (CAMARGOS, 2007, p. 126),
transição ocorrida de fato no final de 2005.
Em 2006 foi o ano de comemoração do centenário da Pinacoteca, que foi pre-
miada como melhor instituição museológica pela Associação Brasileira de Críticos
de Arte, conquistando também o prêmio de melhor exposição internacional com
a mostra de Henry Moore, e o de melhor programação (CAMARGOS, 2007).
Sobre a identidade criada para o centenário, sem relação visual com a identidade
da Pinacoteca daquele momento por retomar uma referência visual relacionada à
construção do edifício do museu, cabe citar uma breve análise realizada por Fabio
Mariano e Gilberto Tomé:
Nesse mesmo período, o designer Claudio Novaes elaborou a identidade vi-
sual comemorativa do 1º Centenário da Pinacoteca, que passou a compor os
impressos daquele ano. O sinal foi inspirado na imagem moldada em tijolos
utilizados na construção do prédio de Ramos de Azevedo, uma homenagem
especial às mãos que o construíram. A identidade visual adotou uma única
cor, com diferentes gradações, além de uma fonte humanista, a Trajan, e
composição em arco, remetendo aos primeiros anos de registros impressos da Figura [159] Placa
comemorativa do I Centenário
Pinacoteca. (MARIANO; TOMÉ, 2013, p. 160)
da Pinacoteca, instalada na
entrada do museu. Imagem
A assinatura gráfica projetada por Perrone foi mantida em uso durante quase captada pela pesquisadora,
todo o período da gestão de Marcelo Mattos Araújo – que alterou profundamente a abril de 2017. Fonte:
acervo pessoal.
identidade visual da Pinacoteca pouco antes de deixar o cargo em 2012, para assu-
Figura [160] Assinatura
mir a Secretaria Estadual de Cultura –, mas algumas mudanças foram observadas
comemorativa do I Centenário
com o passar do tempo. Sem que houvesse propriamente uma perda de identidade da Pinacoteca. Fonte:
Maringelli e Bevilacqua
ou a criação de uma nova assinatura, tais mudanças alteravam o desenho, ou ainda o (2013, p. 160).
conjunto aplicado com o nome completo do museu, problemas estes que poderiam
ter sido evitados com um manual de uso e aplicação da assinatura gráfica. Quando
questionado sobre as alterações sofridas pela assinatura gráfica originalmente criada,
Perrone as chama de “deturpações”, mostrando-se preocupado com a gestão de mar-
Na página seguinte:
cas da instituição, o que de fato não ficou a seu cargo:
Figura [161] Documento
Uma identidade visual, ela tem que ter gestão. Ela tem conceituação, ela tem timbrado, 2007 - Pinacoteca
projeto gráfico, ela tem implantação e ela tem que ser gerida, ela tem que do Estado de São Paulo,
ser mantida, se não ela vai para o brejo. Antigamente já ia, hoje em dia que Organização Social de Cultura.
Original escaneado. Fonte:
qualquer um, qualquer funcionário ou não, senta e mexe na marca, por isso Acervo Cedoc / Pinacoteca de
São Paulo.
171
172
ela precisa ser gerida. Por isso que a Nestlé tem uma diretoria internacional Figura [162] Imagens do
só para cuidar da gestão de sua marca, pois é um patrimônio brutal. edifício da Pinacoteca do
Estado de São Paulo visto
Estas coisas aconteceram. Estas coisas são deturpações. Houve sim, na gestão desde a Av. Tiradentes, após
anterior ao Ivo Mesquita, me consultaram para estender este projeto de mar- projeto de reforma de Paulo
Mendes da Rocha, Eduardo
ca para a Estação Pinacoteca, o que seria óbvio. O que eu topei com muita Colonelli, Weliton Ricoy Torres,
disposição. Mas nunca houve a extensão para a Estação Pinacoteca, a exten- 1998. Créditos: Nelson Kon.
são tem que se discutir, que se pensar. Isso não aconteceu nem comigo e ne- Fonte: Archdaily (2015).
nhum outro, mas surgiu uma marca lá, não sei como foi. (PERRONE, 2014)
O desenho criado por Perrone sofreu transformações que foram observadas com
o passar dos anos. Na versão da assinatura gráfica que aparece no papel timbrado de
2007 o desenho da fachada do edifício foi espelhado, configurando uma simetria geo-
métrica e eliminando as particularidades existentes na arquitetura, como as diferentes
quantidades e formatos de janelas em cada lado. Algumas partes foram clareadas atra-
vés o uso de retículas. Não se sabe o motivo que levou a essa alteração, provavelmente
realizada por algum departamento interno da própria Pinacoteca. A fonte Futura, o uso
do vermelho e preto, bem como a estrutura geral da assinatura gráfica foram mantidas
até 2011. Outro ponto importante observado no timbrado de 2007 foi a menção à
“Organização Social de Cultura” logo abaixo do nome “Pinacoteca do Estado de São
Figura [163] Comparação
Paulo”, no cabeçalho, indicando o fim de uma longa era de subordinação às secretarias entre os desenhos de duas
de governo e o início de uma gestão pautada pela sociedade civil. versões da assinatura gráfica
da Pinacoteca, de 2003 e
Cabe observar a comparação entre o desenho do edifício como ele aparece no 2007. Assinatura superior:
projeto original de Perrone, que preserva as particularidades arquitetônicas na geo- Documento timbrado, 2003
- Secretaria de Estado da
metrização, e como ele foi modificado na versão do desenho da assinatura gráfica que Cultura, Pinacoteca do Estado
aparece no documento de 2007, que utiliza retículas e força uma simetria perfeita de São Paulo. Assinatura
inferior: Documento timbrado,
entre as duas partes da fachada do museu. 2007 - Pinacoteca do Estado
de São Paulo, Organização
As extremidades, com janelas duplas no pavimento superior, as janelas infe- Social de Cultura. Originais
riores e a antiga entrada central, transformada em belvedere após a reforma projetada escaneados. Fonte: Acervo
Cedoc / Pinacoteca de
por Paulo Mendes da Rocha, se mantiveram correspondentes nos dois desenhos. As São Paulo.
173
estruturas alteradas foram as três janelas do pavimento superior, do lado esquerdo da Figura [165] Chaveiros de metal
em relevo com assinatura
fachada. Originalmente, na arquitetura do edifício, essas janelas são caracterizadas gráfica projetada por Carlos
por duplas de janelas estreitas, separadas por uma estrutura de alvenaria aparente, o Perrone, com nome completo
do museu, à venda na loja da
que difere das janelas do lado direito do edifício, de modelos maiores horizontalmen- Pinacoteca. Imagem captada
te, que ocupam toda a área destinada à janela, sem a divisão pela coluna de alvenaria. pela pesquisadora, agosto de
2015. Fonte: acervo pessoal.
Na assinatura gráfica observada no documento de 2007 tais janelas foram padroni-
zadas, todas pela largura das maiores, de modo que o desenho do lado esquerdo do
edifício corresponde à estrutura do lado direito. Outra alteração observada foi que
algumas partes, como as janelas, o belvedere metálico e o arco pleno – típico da arqui-
tetura clássica – superior da antiga entrada principal, foram preenchidas por retículas
em cinza, mais claras em relação à estrutura do edifício, representada em preto.
A versão da assinatura gráfica com o desenho da fachada alterado também
foi observada, em muitas publicações, com o preenchimento todo em preto, sem o
uso das retículas, e com o complemento ao nome do museu, aparecendo posicionado
abaixo do nome, em letras maiúsculas e minúsculas.
Todas essas versões da assinatura gráfica projetada originalmente por Perrone,
incluindo a versão original e as alterações que se observam recorrentes após a segunda
metade da década de 2000, estiveram em uso, conforme observado, por um período
que vai de 1998 até 2011, totalizando quase 13 anos. As versões alteradas, chamadas
de “deturpações” pelo próprio Perrone, podem ser consideradas na verdade frutos
do próprio projeto original que, sem a existência de um manual de identidade visual
para regulamentar o uso e controlar as aplicações, deixou em aberto todas as possibi-
lidades de interferência e aplicação sobre a assinatura gráfica.
Os pontos de contato explorados na aplicação dessa identidade foram mui-
tos, saindo dos tradicionais materiais institucionais como documentos e catálogos do
acervo, bem como catálogos, cartazes e convites de exposições, para representarem
a instituição na sinalização interna e em objetos como canecas, chaveiros, canetas,
calendários, camisetas, entre outros itens à venda na loja do museu. A identidade foi
utilizada também no meio digital, no site e em e-mails de divulgação.
Em uso pelo maior tempo seguido em uma grande quantidade de pontos de
contato, essa assinatura gráfica marcou definitivamente uma nova fase da identidade
174
visual da instituição. Com o passar dos anos, o museu cresceu e ocupou toda a estru-
tura arquitetônica daquele edifício, que passou a representar a força simbólica de sua
identidade. O local definitivo, próprio e adequado ao importante acervo que possui,
foi representado e enaltecido como identidade própria da Pinacoteca.
O relato das análises realizadas a partir do recorte de peças envolvendo a me-
mória gráfica da Pinacoteca em documentos oficiais e catálogos institucionais se en-
cerra aqui. Nesse recorte foram incluídas as peças que, até o momento dos últimos
levantamentos – a última coleta de dados no Cedoc ocorreu em agosto de 2015 –,
haviam integrado o acervo e, portanto, a memória gráfica da instituição. O que vem
a seguir faz parte da história recente do museu, não menos importante, mas que
ainda não pertence ao seu acervo de memória gráfica. Tais elementos identitários,
em relação aos quais ainda não se possui um distanciamento temporal suficiente por
estarem ainda em uso, não podem, portanto, ser analisados sob a mesma perspectiva
metodológica no presente momento.
Posto que a memória gráfica, por ser memória, não é fixa e se expande, compondo-se
de elementos que até então entendia-se como contemporâneos, cabe avançar tem-
poralmente o olhar analítico, ultrapassando os limites propostos pelo recorte inicial
da pesquisa para mostrar, com certa brevidade, algumas formas recentes pelas quais
a Pinacoteca passou a se identificar.
Conforme pontuado anteriormente, os dados visuais mais recentes não faziam
parte do acervo do Cedoc na data da última coleta de dados, no ano de 2015. Ali
ainda não constavam peças gráficas institucionais, datadas após o ano de 2011, que
atendessem aos critérios de tipologias definidos no recorte deste estudo, como os
catálogos de obras do acervo e documentos oficiais em papéis timbrados. Este fato
inviabiliza a análise das mudanças de identidade visual mais recentes sob a mesma
perspectiva metodológica, pois, não havendo distanciamento temporal suficiente,
tais formas de identificação ainda não se tornaram memória: continuam em uso pelo
museu desde 2011. A título de atualização desta tese, coube definir as possibilidades
de obtenção dos dados visuais mais recentes para inclusão neste relatório.
Duas mudanças significativas de identidade visual ocorreram nos anos de
2011 e 2016 respectivamente, culminando em outros tipos de fontes de dados visuais.
Em 2011 a Pinacoteca passou a implantar uma significativa mudança de
identidade visual projetada pela agência F/Nazca, com diferenças radicais em rela-
ção à identidade anterior, criada por Carlos Perrone. Os dados visuais relacionados
a esse projeto foram coletados do seguinte modo: algumas imagens do manual de
identidade visual foram obtidas junto ao Cedoc – o material, composto por algumas
folhas soltas, recém recebido foi escaneado, sendo essa a única peça que carregava a
identidade naquele acervo em 2015; foi possível escanear a assinatura gráfica a partir
de livros e observar um catálogo de exposição de obras do acervo da Pinacoteca –
adquirido na loja do museu; algumas sinalizações internas e produtos à venda na loja
do museu foram fotografados pela pesquisadora.
Recentemente a instituição passou por outra mudança radical, implantando
um sistema de identidade visual a partir de 25 de janeiro de 2016, data do aniver-
sário da cidade de São Paulo, escolhida para o lançamento. Foi possível fazer um
175
diversidade, ao invés da pregnância, característica visual endossada nos anos ante- Figura [167] Manual de marca
2011 – medidas e área de
riores. A combinação obrigatória determinada pelo manual define a mesma cor para proteção; tamanho mínimo –,
as letras “PINA” e para o elemento gráfico ao centro do desenho, o arco pleno que se Pinacoteca São Paulo. Original
escaneado. Fonte: Acervo
refere à antiga entrada do edifício, e permite que as cores de todas as outras unidades Cedoc / Pinacoteca de
formais ou caracteres tipográficos sejam alteradas aleatoriamente, desde que mantida São Paulo.
essa combinação, exemplificada no manual, entre as partes do desenho e algumas Na página seguinte:
letras. A falta de contraste das letras amarelas sobre o fundo branco contribui para a Figura [168] Manual de marca
falta de legibilidade, agravada pela má distribuição do espaço, ora por junções, ora 2011 – lâminas de combinação
obrigatória e exemplos de
por buracos de espaços entre as letras do logotipo, e pela alternância de cores entre os combinações de cores –,
Pinacoteca São Paulo. Original
grupos de letras – características que contribuem para a falta pregnância visual desta escaneado. Fonte: Acervo
assinatura como um todo. Cedoc / Pinacoteca de
São Paulo.
177
178
Partindo das categorias da Gestalt, enquanto teoria da percepção, embora Figura [169] Catálogo da
exposição das obras do acervo
exista uma ordem e uma proximidade na distribuição das formas das janelas e da da Pinacoteca “Arte no Brasil:
antiga entrada no desenho inspirado na fachada do edifício da Pinacoteca, acontece uma história na Pinacoteca de
São Paulo”. Original escaneado.
uma segregação cromática entre as múltiplas unidades que tentam formar o todo, Fonte: acervo pessoal.
dificultando a percepção do fechamento do desenho como pertencente ao edifício
(GOMES FILHO, 2004). O desenho que antes, na versão geométrica proposta por
Perrone em 1998, se referenciava diretamente à fachada do edifício da Pinacoteca
pela estrutura, coerência visual, fechamento e semelhança, que culminavam em um
alto grau de unificação das partes, perde força no desenho de 2011 e apresenta um
baixo grau de unificação, dificultando seu entendimento por semelhança. A par-
tir dessas observações é possível entender que o desenho na assinatura gráfica da
Pinacoteca de 2011 representa o museu de modo sutil e com certa distância, inefi-
ciente no sentido da representação. A assinatura gráfica se sobressai pelo ar jovial,
dado pela profusão da paleta cromática, mas também pela difícil leitura do nome da
instituição – que pode ser lido com as quebras “PINA” “C” “O” “TE” “CA” – que,
embora receba total destaque na composição, acaba diminuído pelos problemas pri-
mários de legibilidade e pregnância citados.
A representação visual encontra um elo metafórico, embora bastante frágil
formal e cromaticamente, com a estrutura arquitetônica do museu, cujo desenho foi
diminuído em termos de proporção visual, ocupando pouco mais de 50% da largura
total do conjunto, conforme demonstra a página de medidas e área de proteção do
manual da identidade visual de 2011. A referência ao estado de São Paulo, foi gra-
fada sem menção do termo “estado”, embora em materiais digitais e em publicações
dessa fase se faça menção à nomenclatura completa “Pinacoteca do Estado de São
Paulo”. Outros problemas de distribuição do espaço e equilíbrio fazem parte da es-
trutura do conjunto, que permaneceu em uso por cerca de 4 anos.
179
6
A exposição “Arte no Brasil: uma história na Pinacoteca de São Paulo” fica em cartaz até 31 de de-
zembro de 2019.
180
digital. As palavras “São Paulo” foram substituídas por “Loja / Shop” na entrada da
loja do museu, e ainda por “110 Anos” em uma versão comemorativa, usada apenas
nas cadernetas à venda no museu, versões que não foram observadas no manual de
identidade fornecido pela agência F/Nazca. A sobriedade de uma identidade de um
museu consolidada fica para trás e dá lugar ao novo, à novidade – que dura pou-
co. Com a troca de gestão em que a direção da Pinacoteca foi assumida por Tadeu
Chiarelli, esta identidade foi substituída por outra, renovada por inteiro.
8
Página que pode ser acessada em: <https://www.facebook.com/PinacotecaSP/>.
9
Página que pode ser acessada em: <http://pinacoteca.org.br/>.
10
O projeto da marca da cidade do Porto pode ser conferido na íntegra no portfólio do White Studio de
Portugal (WHITE, s. d.).
182
Segundo a nota de Chiarelli, a Pinacoteca já era chamada de “Pina” por seus Figura [173] Site da Pinacoteca.
frequentadores, o que dividiu opiniões nos comentários das reportagens. Embora Imagem captada em maio de
2017. Fonte: acervo pessoal.
alguns tenham gostado da novidade, não parece ser comum do público frequentador,
a julgar pelos comentários, chamar a Pinacoteca de “Pina_”, palavra que além de
representar um nome, traz um significado muito pertinente ao museu. Paulo Vicelli,
diretor de relações institucionais do museu, disse que muitas pessoas não sabem o
significado da palavra Pinacoteca (CUNHA, 2016). É possível que o museu queira
ampliar seu público com tal mudança, mas para isso de fato acontecer há um longo
caminho cultural a ser percorrido, o que deveria ter antecedido ao novo nome.
Apesar da repercussão midiática no lançamento, a identidade visual foi obser-
vada, em um primeiro momento, apenas em peças digitais. No site da Pinacoteca o
nome “Pina_” e o uso do branco e preto, sem a presença dos elementos figurativos,
apresenta um visual limpo. O desenho da fachada aparece algumas vezes em peças Figura [175] Detalhes do
Pina_ Guia Visual, Pinacoteca
como banners rotativos. do Estado de São Paulo. F/
Na página do Facebook da Pinacoteca as postagens diárias que divulgam Nazca, 2016. Fonte: Núcleo de
Comunicação e Marketing da
obras do acervo, frases e ações, por exemplo, trazem, na maioria das vezes, assina- Pinacoteca.
turas diferentes. No primeiro exemplo, à esquerda, a postagem divulga uma obra da
semana e o desenho da fachada do museu vem acompanhado, ao lado, do nome por
extenso “Pinacoteca de São Paulo”. No segundo exemplo de postagem, que traz
uma “frase da semana”, o nome aparece deslocado e distante do desenho da facha-
da. E a terceira postagem, de uma ação educativa chamada de “Educateca”, traz os
elementos em verde, e é assinada apenas com o desenho da fachada, sem a grafia
do nome. A imagem fixa de perfil da página traz o logotipo “Pina_” junto a todas as
postagens. Nas postagens mais frequentes não foram observados o uso dos demais
desenhos apresentados no lançamento da identidade visual, vistos apenas em posta-
gens esporádicas.
O desenho da fachada da Pinacoteca, do modo como foi representada na
identidade visual de 2016, pode ser descrito como um hipoícone diagramático, se-
gundo Farias (2003). Compreende um retorno aos preceitos geométricos no desenho
proposto por Perrone, em 1998, por meio das partes e do conjunto como um todo
que, através do fechamento visual, relaciona o desenho diretamente por semelhan-
ça estrutural com a arquitetura do edifício do museu. A espessura única presente
no contorno e nos elementos internos dispensam uma comparação fiel à arquitetura
existente e fazem com que o desenho tenha uma personalidade própria, deixando
qualquer semelhança fotográfica para trás, funcionando como um ícone que traz uma
síntese visual de sua arquitetura.
Apesar das visitas constantes à Pinacoteca e ao Cedoc, algumas dúvidas per-
maneciam, principalmente pertinentes ao departamento interno que cuida da iden-
tidade visual da instituição. Foram feitos alguns questionamentos via e-mail a esse
respeito a Patrícia L. Ewald, analista de comunicação e marketing da Pinacoteca,
que esclarece:
A Pinacoteca tem um núcleo de Comunicação e marketing, sob responsabi-
lidade da Diretoria de Relações Institucionais, que cuida também da capta-
ção de pessoas físicas e jurídicas. O núcleo é interno e não saberíamos dizer
quem implantou. Ele atua cuidando de todas as frentes que envolvem a ‘mar-
ca’ Pinacoteca, todas as frentes de comunicação do museu e que envolvem
contato com o público, cuida também da parte de eventos e da loja da Pina
(desenvolvimento de produtos e divulgação da marca). (EWALD, 2017a)
184
A equipe é “enxuta”, segundo Patrícia Ewald, e possui cerca de seis pessoas, Figura [176] Detalhes do
Pina_ Guia Visual, Pinacoteca
entre analista de comunicação e marketing, assessora de imprensa, designer, editora, do Estado de São Paulo. F/
áudio visual / eventos e uma coordenadora geral. A funcionária esclarece as princi- Nazca, 2016. Fonte: Núcleo de
Comunicação e Marketing da
pais atividades desenvolvidas internamente e cita as terceirizadas pelo departamento: Pinacoteca.
As atividades do núcleo são: desde materiais de exposições (convites, banners,
etc), redes sociais, assessoria de imprensa, materiais diversos para outros nú-
cleos do museu, sinalização dos prédios, recepção e orientação de eventos no
museu, contato em canais oficiais (Fale Conosco do site e fichas de manifes-
tação da recepção), comunicação interna com funcionários do museu, ações
de publicidade, gestão das pesquisas de perfil de público e satisfação e parce-
rias diversas sempre com intuito de divulgar o museu. Além disso, o núcleo
cuida de ações periódicas como relatório de suas ações para a Secretaria de
Cultura, a quem sempre notificamos como está o andamento do cumprimen-
to de metas estabelecidas entre a Secretaria e a APAC (Organização Social
que administra a Pinacoteca).
Temos como empresas parceiras, com quem trabalhamos juntos: uma agên-
cia de publicidade que desenvolve as campanhas publicitárias, identidade
visual, anúncios para meios diversos e outras ações diversas; uma empresa
para cuidar do site da Pinacoteca, em seu desenvolvimento e manutenção;
uma empresa que desenvolveu e faz a manutenção periódica do aplicativo
da Pinacoteca; e uma empresa que é responsável pelo sistema de pesquisa
espontânea (um totem eletrônico em cada prédio). (EWALD, 2017a)
Não há no momento, nenhuma intenção de mudá-la novamente. Figura [178] Acima: banners
Implantamos esta identidade entre 2015 e 2016 sem data para alterá-la de externos na Pinacoteca.
novo. (EWALD, 2017b) Imagens captadas pela
pesquisadora, maio de 2017.
Fonte: acervo pessoal.
Pode-se entender, a partir da fala de Patrícia, que houve um consenso interno
a respeito da inadequação da identidade colorida e frágil implantada em 2011, e que
as mudanças de identidade visual não estão obrigatoriamente atreladas às gestões
que se sucedem – embora as análises mostrem uma conexão muito forte entre as
mudanças na gestão e as trocas de identidade após a década de 1990, salvo a exceção
da gestão de Ivo Mesquita. Entretanto, as mudanças constantes de identidade visual
demonstram que tampouco há internamente uma política de manutenção e gestão
da identidade institucional vigente, o que impediria que novos gestores da instituição
a alterassem aleatoriamente sem que houvesse uma necessidade real de repensá-la.
O manual citado por Patrícia compreende o guia da nova identidade visual –
denominado pela agência F/Nazca de Guia Visual –, que, como explica, está ainda
incompleto nas informações textuais e detalhamentos técnicos. O Guia Visual de
Figura [179] Sinalização do
2016 disponibilizado apresenta: desenhos dos elementos gráficos separadamente e elevador. Imagem captada pela
pesquisadora, maio de 2017.
as fotografias dos objetos e detalhes arquitetônicos que inspiraram os desenhos de Fonte: acervo pessoal.
pictogramas; patterns criados a partir dos pictogramas reproduzidos múltiplas vezes;
Na página seguinte:
a assinatura da Pinacoteca, como grafar o nome reduzido e completo, e os tamanhos
mínimos; a tipografia e demonstra como utilizá-la; o desenho da fachada do edifício Figura [180] Sinalização interna
da Pinacoteca e painel de
da Pinacoteca e da Estação Pinacoteca, seguindo o estilo de desenho dos demais ele- entrada da exposição da Coleção
Roger Wright. Imagens captadas
mentos arquitetônicos da identidade, descrevendo-os como “símbolos principais”; pela pesquisadora, maio de
pictogramas funcionais indicando banheiros, escadas, elevador, entre outros, e placas 2017. Fonte: acervo pessoal.
para sinalização; postes para redes sociais; banners de exposições; e produtos da loja. Figura [181] Totem digital, tapete
Quase a totalidade dos itens mencionados não comporta ainda um texto descritivo. e balcão localizados na entrada
da Pinacoteca. Imagens captadas
pela pesquisadora, maio de 2017.
Fonte: acervo pessoal.
188
visto que não necessariamente atende a necessidades reais do museu, podendo ser
interpretado ainda como falta de originalidade. Um ponto positivo da identidade
visual atual da Pinacoteca é a aparente reconsideração das características de dese-
nho da fachada do museu e da fonte utilizadas no projeto da assinatura gráfica de
autoria de Carlos Perrone, em 1998. Isso faz com que, em partes, o projeto de 2016
atualize uma identidade do museu que vigorou durante um período considerável,
agora modernizada com a inclusão de novos elementos gráficos em uma identidade
190
Considerações Finais
Ao abordar as identidades visuais de museus de arte a partir de sua memória gráfica foi
necessário traçar o contexto, envolvendo a formação do cenário artístico, do surgimen-
to e desenvolvimento dos principais museus da cidade de São Paulo no século passado.
As histórias do Masp e do MAM-SP foram, portanto, recuperadas para que se pudesse
situar o surgimento e desenvolvimento da Pinacoteca no cenário paulistano.
O panorama mencionado, ao atentar também para a atuação do Masp e do
MAM-SP, trouxe, acima de tudo, referências visuais e particularidades acerca da
memória gráfica dessas instituições. O Masp, que assinava seu nome por extenso sem
uma recorrência constante em publicações caracterizadas muitas vezes por imagens
de obras de arte de seu acervo, passou a ter uma assinatura gráfica própria partir da
década de 1990. O projeto de Francesc Petit, que compreendia a sigla Masp junto ao
desenho que remete à Avenida Paulista, perdurou até há pouco tempo atrás, sendo
usado atualmente sem os elementos visuais, em uma atualização proposta pelo desig-
ner Raul Loureiro.
No caso do MAM-SP observa-se nos materiais gráficos uma identidade vi-
sual predominantemente institucional, implementada desde o final da década de
1960, através de uma assinatura gráfica proposta por Giancarlo Palanti, após a doa-
ção de todo o acervo que quase o extinguiu e a retomada do museu por um grupo
de artistas. A assinatura gráfica passou por atualizações no decorrer de seu uso por
Emilie Chamie na década e 1980, e pelos estúdios Miocque Warrak Design em 2003
e Sinlogo em 2013, sem perder suas características de origem. A permanência du-
radoura dessa assinatura na identidade visual do museu até a atualidade mostrou-se
pioneira entre os museus paulistanos observados.
O MAC-USP, que surge a partir dessa doação vinda do MAM-SP na década
de 1960, passa a ter um logotipo criado por Alexandre Wollner na década seguinte,
utilizado até hoje.
Foi necessário adotar uma definição de “assinatura gráfica” que designasse um
nome, de instituição por exemplo, que poderia envolver ou não elementos gráficos com
características diversas. O estudo empreendido exigia que ela pudesse ser usada para se
referir tanto a exemplos de assinaturas pertencentes às artes gráficas e às composições
por processos analógicos, quanto para se referir a projetos atuais realizados por desig-
ners e compostos a partir de softwares, pertencentes ao meio impresso, pois, devido à
abrangência temporal, o escopo de memória gráfica de museus de arte observado era
muitas vezes anterior à institucionalização do campo do design no país.
A análise da memória gráfica da Pinacoteca a partir do acervo do Cedoc vol-
tou-se para as características de cada peça gráfica em si, tangenciando importantes
momentos históricos da instituição, cujos resultados das aplicações metodológicas
193
são expostos nos Capítulos 3, 4 e 5 desta tese. A partir do levantamento, coleta, sele-
ção, organização, fichamento e análise das fontes, a identidade visual da Pinacoteca
foi caracterizada de acordo com os períodos de mudanças mais significativos no âm-
bito da memória gráfica da instituição. Os documentos oficiais e os catálogos de
obras do acervo constituíram fontes analisadas paralelamente, complementadas com
os dados obtidos junto às demais fontes cruzadas neste percurso, como os acervos
de obras raras de bibliotecas paulistas e entrevistas pessoais com os profissionais do
campo. Levou-se em conta ainda os contextos do campo gráfico e da própria institui-
ção, na constituição de uma narrativa que buscou mapear a construção da identidade
visual da Pinacoteca.
Retomando alguns tópicos expostos no decorrer da tese, é importante desta-
car que nas primeiras publicações de catálogos da Pinacoteca, desde 1912, a estética
de suas capas estava relacionada à tendência visual dos projetos gráficos daquele
período, como naqueles publicados entre 1912 e 1926, nos quais se vê a passagem de
um estilo Art Nouveau com molduras e ornamentos curvilíneos para uma tendência
de molduras retilíneas e ornamentos geometrizados. Uma intenção de identidade é
percebida nos materiais, devido à constância das composições tipográficas com ele-
mentos verbais, esquemáticos, fortemente influenciada por tendências estilísticas em
voga. Composições recorrentes na assinatura gráfica da Pinacoteca, na padronização
da nomenclatura da instituição como “Pinacotheca do Estado de S. Paulo” – tanto
em sua grafia quanto em sua composição tipográfica bastante similar no período en-
tre 1914 e 1926 –, contaram com a participação dos agentes gráficos identificados,
como a Tipografia Siqueira Nagel, a Tipografia Augusto Siqueira, a Casa Vanorden
e a Cia. Paulista de Papéis e Artes Gráficas, cujas demais publicações realizadas no
mesmo período, como foi apontado, visualmente se assemelhavam às realizadas para
a Pinacoteca.
A capa do catálogo da Pinacoteca de 1938 rompe visualmente com as refe-
rências anteriores, ao apresentar uma estrutura gráfica simplificada, moderna para a
época, devido ao uso das fontes tipográficas sem serifas e ao despojamento dos ele-
mentos decorativos, implementados pela Imprensa Oficial.
Nos documentos oficiais observados, datados entre 1912 e 1936, o modo de
composição das assinaturas gráficas apresentou variações de tipografias, no uso de
elementos esquemáticos discretos e leiaute distintos, que foram desde composições
lineares em uma ou três linhas, até arranjos em arco com a padronização da no-
menclatura da instituição, recorrentes na década de 1930. O cruzamento com dados
visuais de documentos oficiais impressos de secretarias de governo dessa mesma dé-
cada possibilitou encontrar semelhanças nas composições de arranjos em arco.
Mais tarde, as estruturas gráficas estiveram ora associadas ao vínculo com
determinada gráfica, como nos catálogos produzidos pela Gráfica Paulista de João
Bentivegna nas décadas de 1940 e 1950, ora, conforme os diversos períodos de
administrações ou legislações vigentes, ligadas, por exemplo, ao uso do brasão das
Armas Nacionais e do brasão das Armas do Estado de São Paulo – que apareceram
tanto em catálogos como nos documentos oficiais. A Pinacoteca foi subordinada a
diferentes secretarias do governo do Estado, e ao Serviço de Fiscalização Artística
em alguns momentos, a partir da década de 1940, o que pode ser reflexo da compra
de seu edifício pelo Estado, em 1944. Esta forma de gestão do museu refletiu, sem
dúvidas, no modo como a instituição assinava graficamente seus documentos, por
exemplo nos timbrados, que se assemelhavam aos materiais das próprias secretarias.
194
O ponto mais agudo desta fase foi em 1960, quando um catálogo de obras do acervo
trazia na capa claramente uma propaganda política do governo Estadual de então.
Felizmente o cenário se modificava cinco anos mais tarde, com o primeiro
catálogo que trazia a imagem de uma obra de arte colorida em uma sobrecapa, inau-
gurando um período de maior autonomia institucional observada nos materiais gráfi-
cos. Este fato se repetiria no catálogo de 1988, com destaque para outra obra de arte.
A partir da década de 1980 observou-se nos catálogos dos museus MAM, Masp e
Pinacoteca o uso frequente de imagens coloridas, refletindo uma popularização das
reproduções em quadricromia através do sistema off-set. Nesse período, museus como
o MAM-SP e o MAC-USP já usavam assinaturas gráficas que os identificariam de
modo padronizado, observadas em materiais impressos e de comunicação visual em
suas sedes. O público das artes na capital já se acostumava com as Bienais, cujos ma-
teriais gráficos tangenciavam os campos das artes e do design, ali imbricados.
Uma mudança de paradigma na identidade visual da Pinacoteca ocorre na
década de 1990, e vem definitivamente alterar este cenário. Após o tombamento
do edifício e a conquista da exclusividade de uso de seu espaço, o projeto gráfico
de Rogério Lira, em 1990, fez a conexão do nome da Pinacoteca com a referência
arquitetônica imagética de seu edifício. Na mesma década, o museu passa por uma
importante reforma arquitetônica, que moderniza o edifício e abre espaço para re-
ceber grandes exposições internacionais, ampliando significativamente sua atuação
– cujos reflexos se dariam em todas as instâncias, incluindo sua identidade visual em
materiais gráficos e de sinalização, com o projeto do designer Carlos Perrone. Essa
assinatura gráfica da Pinacoteca teria a mais longa duração, mantendo-se em uso por
cerca de 13 anos. Em um panorama mais recente, observou-se que esta relação entre
a identidade visual do museu e sua arquitetura vem sendo atualizada e permanece
em voga. Cabe lembrar que em 2005 a Pinacoteca deixou de ser gerida como uma
repartição pública e passou a ser administrada integralmente pela sociedade civil
através da Associação Amigos da Pinacoteca, fundada em 1992.
Não mais na mão de designers, ficando a cargo de uma agência de publicidade
em um acordo sem custo para a Pinacoteca, a identidade visual foi reformulada em
2011, a partir de uma assinatura gráfica bastante variada cromaticamente. Houve uma
troca de gestão nesse período que manteve a identidade então vigente sem alterá-la.
A última identidade visual [2016], desenvolvida após a troca de gestão mais recente,
apresenta um retorno às referências arquitetônicas em um sistema múltiplo de identida-
de, alinhado com tendências contemporâneas de projetos de identidade visual.
As mudanças de identidade da Pinacoteca refletem a dinâmica da instituição,
em momentos políticos e históricos distintos. Retornando à hipótese central enun-
ciada no início deste estudo, é possível afirmar sua plausibilidade ao confirmar que a
Pinacoteca de fato buscou nas últimas décadas transmitir ao público uma mudança
de postura do museu. O que inicialmente era apenas uma galeria de quadros instala-
da em uma sala do Liceu, ou uma sala de quadros, segundo sua própria denomina-
ção, adquire status de museu de arte e conquista seu espaço próprio, cuja atuação se
abre para além das artes acadêmicas praticadas no país nos séculos XIX e XX, para
expor arte moderna, pós-moderna e contemporânea, projetos educativos, além de
abarcar renomadas exposições internacionais com recordes de público. Em muitos
momentos, longe de possuir uma identidade visual compatível com a importância
da instituição, os documentos impressos revelaram uma memória atrelada principal-
mente às mudanças de políticas de gestão do museu, refletindo fatos de sua história
195
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______ Catálogo. São Paulo: Gráfica Paulista, 1940.
______ Catálogo. São Paulo: Gráfica Paulista, 1942.
______ Catálogo. São Paulo: João Bentivegna, 1950.
______ Catálogo. São Paulo: João Bentivegna, 1951.
______ Conferências de 1951. São Paulo: João Bentivegna, 1951.
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______ Catálogo. São Paulo: Escolas Profissionais Salesianas, 1960.
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tendance numbers worldwide. U. ALLEMANDI & CO. PUBLISHING LTD. EVENTS, POLITICS AND ECONOMICS
205
MONTHLY. EST. 1983, VOL. XXV, Nº 278, APRIL 2016. Disponível em: <http://www.museus.gov.br/wp-content/
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206
Apêndices
E) ENTREVISTA:
Conhecendo o designer Rogério Lira, criador da primeira
assinatura gráfica da Pinacoteca com um ícone arquitetônico.
G) ENTREVISTA:
O designer Carlos Perrone e a criação da identidade mais
duradoura da Pinacoteca
H) Linha do tempo:
Memória gráfica da Pinacoteca 1910-2010
207
*Obrigatório
Outro:
Data do material
mm/dd/yyyy
Tipo de papel
Sulfite, fosco
Couchê, brilho
Jornal
Outro:
Cores
P/B
1 cor (sem ser preto)
2 cores
3 cores
4 cores
208
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Nomenclatura da instituição
Pinacotheca do Estado
Pinacoteca do Estado
Pinacotheca do Estado de S. Paulo
Pinacoteca do Estado de S. Paulo
Pinacotheca do Estado de São Paulo
Pinacoteca do Estado de São Paulo
Não
211
Não
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
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100% concluído.
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212
*Obrigatório
Outro:
Data do material
mm/dd/yyyy
Tipo de papel
Sulfite, fosco
Couchê, brilho
Jornal
Outro:
Cores
P/B
1 cor (sem ser preto)
2 cores
3 cores
4 cores
214
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Nomenclatura da instituição
Pinacotheca do Estado
Pinacoteca do Estado
Pinacotheca do Estado de S. Paulo
Pinacoteca do Estado de S. Paulo
Pinacotheca do Estado de São Paulo
Pinacoteca do Estado de São Paulo
Pinacoteca
Pinacoteca São Paulo
Outro:
Em três linhas
Outro:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
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218
"PINACOTHECA"
Documentos Tipos móveis em Pinacotheca Somente Linear / Em uma única Não de aplica Não se Não se
27/11/1912 Sulfite, fosco P/B A4 10% Iguais Normal Sem Serifa Regular Preenchimento Aparece sozinho Superior Central Sim Somente inferior Geométricos Traços divisores Não Não Não Não
diversos / frente metal do Estado maiúsculas Horizontal linha (somente 1 linha) aplica aplica
"Transição"
Paste-up, Pinacoteca Não se aplica Aparece junto ao brasão estadual, Desenho negativa-
Documentos Somente Linear / Em uma única Com Serifa, Não interagem Não se Não se Imprensa Oficial
01/01/90 Sulfite, fosco Xerografia, P/B A4 20% do Estado de Iguais (quando utiliza Normal Regular Preenchimento aparece junto ao logotipo/sinal gráfico de Central Central Sim Figurativos do do edifício da Sim Não Não
diversos / frente maiúsculas Horizontal linha Datilografia com o texto aplica aplica do Estado
Datilografia São Paulo somente 1 linha) uma secretaria estadual Pinacoteca
"Icônica"
Documentos Somente Linear / Em uma única Aparece junto ao logotipo/sinal gráfico de Não se Não se
20/01/03 Sulfite, fosco Offset, ou Laser P/B A4 10% Pinacoteca Iguais Justificado Normal Sem Serifa Regular Preenchimento Superior Esquerda Sim Não interagem Geométricos Traços divisores Sim Não Não Não
diversos / frente maiúsculas Horizontal linha uma secretaria estadual aplica aplica
Documentos Somente Linear / Em uma única Aparece junto ao logotipo/sinal gráfico de Não se Não se
26/04/03 Sulfite, fosco Jato de tinta 4 cores A4 10% Pinacoteca Iguais Justificado Normal Sem Serifa Regular Preenchimento Superior Esquerda Sim Não interagem Geométricos Traços divisores Sim Não Não Não
diversos / frente maiúsculas Horizontal linha uma secretaria estadual aplica aplica
"Atual"
AHLE - Acervo Histórico do Livro Escolar / Biblioteca Monteiro Lobato, São Paulo
ALMEIDA, Presciliana Duarte de. O livro das aves: chrestomathia em prosa e verso, leitura amena, divertida e de interesse geral,
obra adornada com grande numero de gravuras, especialmente dedicada ao professorado brasileiro e á mocidade das escolas. São
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220
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coleções Especiais e Obras Raras / Biblioteca Central César Lattes, Unicamp.
CATALOGO dos documentos sobre São Paulo existentes no arquivo do Instituto Historico e Geografico Brasileiro. São
Paulo: João Bentivegna, 1954. 354 p. Coleção Peter Eisenberg: Acervo de coleções Especiais e Obras Raras / Biblioteca Central
César Lattes, Unicamp.
GONÇALVES, Emilio. Os grandes bandidos. São Paulo: Casa Vanorden, 1919. 246 p. Coleção Oficina do Livro: Acervo de
coleções Especiais e Obras Raras / Biblioteca Central César Lattes, Unicamp.
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OLIVEIRA, Sebastião Almeida. Garcia Redondo. São Paulo: João Bentivegna, 1942. Acervo de coleções Especiais e Obras
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PAOLIELO, Domingos. Caminho de homem. São Paulo: João Bentivegna, 1952. Acervo de coleções Especiais e Obras Raras
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PINTO, Adolpho Augusto. Homenagens. São Paulo: Vanorden, 1926. Acervo de coleções Especiais e Obras Raras / Biblioteca
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PINTO, Sylviano. Redimidos. São Paulo: Casa Vanorden, 1918. Acervo de coleções Especiais e Obras Raras / Biblioteca
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QUEIROZ, J. S. da Fonseca. Encantos da roça, Os. São Paulo: Augusto Siqueira, 1919. Acervo de coleções Especiais e Obras
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REDONDO, Garcia. Carícias - viagens pelo paiz da ternura botanica amorosa; 3ª ed. correcta e augmentada. São Paulo: Casa
Vanorden, 1911. Acervo de coleções Especiais e Obras Raras / Biblioteca Central César Lattes, Unicamp (não catalogado, 2015).
REDONDO, Garcia. Carícias; 3ª ed. São Paulo: Casa Vanorden, 1911. Acervo de coleções Especiais e Obras Raras / Biblioteca
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ROSCHINI, Gabriel M. Vida e escritos de Fernanda Paula Lorenzoni. São Paulo: Gráfica Paulista de João Bentivegna,
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RODRIGUES, Leda Maria Pereira. A Instrução feminina em São Paulo: subsidios para sua historia ate a proclamação de
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Estado de São Paulo, 1986. Acervo da Biblioteca Octávio Ianni / Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Unicamp.
E) ENTREVISTA:
Introdução
Rogério Lira é graduado em Educação Artística na Faculdade Armando Álvares Penteado (Faap) –, e fez mestrado em Design
na Holanda. Além da Pinacoteca trabalhou para a MTV – Music Television – em São Paulo, com atuação mais voltada ao
design digital. Hoje atua como docente e designer em Amsterdã, cidade onde reside atualmente.
JP: Quando se iniciou efetivamente o projeto de identidade para a Pinacoteca? Quem o convidou para este projeto?
RL: A Pinacoteca foi meu primeiro cliente. Meu primeiro cliente mais formal. Fui contratado pela Maria
Alice Milliet, que era a diretora da Pinacoteca na época. A Pinacoteca estava, se não me engano, fecha-
da, em uma fase down naquela época em que a Maria Alice foi contratada ou escolhida para ser diretora.
Vou contar uns passos pra trás, pois pra mim é meio curioso. Eu gostava muito de design gráfico e de artes gráficas. Eu estudei
Educação Artística na Faap, meu plano era ser artista gráfico autônomo. Mas eu sempre gostei de artes gráficas e achava
que era mais interessante, estrategicamente falando, ter uma formação de artista e trabalhar com artes gráficas, do que ter
uma formação como outros comunicadores visuais, imaginei que isso fosse me fazer um profissional mais interessante (...).
E eu, de fato colhi os frutos disso, acho. Ao longo da minha carreira o meu trabalho sempre foi bem autônomo, bem livre,
sempre trombei com colegas que eram tecnicamente muito mais aguçados e tinham muito mais experiência comercial,
mas eu acabei sempre tendo oportunidades interessantes por ter esse pensamento um pouco mais artístico e autônomo.
Enquanto eu estudava na Faap, eu era ‘super’ duro, como todo bom estudante. Eu fazia uns cadernos para vender.
Fazia esses cadernos em casa, eu criava umas folhas com fotocópia e com colagens, levava numa gráfica que tinha na
Rua Antônio de Queiroz, na frente do meu estúdio, meu primeiro estúdio, e imprimia umas 500 folhas. Eu fazia uma
capa pintada à mão, era meio ‘Jackson Pollock’, uma coisa meio pintada com estopa. Eu pegava os caderninhos e le-
vava para vender na Faap. Era um fracasso, eu vendia depois da aula e tal, coisa de quem não tem noção de business.
Me ocorreu tentar vender na loja do MAM [Museu de Arte Moderna de São Paulo], no Ibirapuera. Peguei os ca-
dernos, fui lá e falei como eu faço para vender aqui? Me falaram para deixar em consignação, que ‘a gente tem um
conselho para avaliar e falar se você pode vender aqui ou não’. Tá bom. Aí eu fiz e deixei os cadernos lá. Eles liga-
ram e falaram que de fato eles gostaram muito e iriam vender os cadernos. Foi o primeiro contato com um museu.
Uma das pessoas desse conselho [do MAM-SP], que escolheu meus cadernos, era a Maria Alice Milliet. Ela esta-
va fazendo doutorado na época sobre a Lygia Clark. Ela me ligou, falou olha eu sou estudante de Arte, estou fa-
zendo doutorado sobre a Lygia Clark e tenho uma edição de 12 livros, que vai ser a minha tese, e eu queria te
contratar para fazer pra mim estes livros, uma edição à mão, por causa dos cadernos. Então eu produzi pra ela es-
tes doze livros, ‘grossões’, com molas, era ‘super’ original e interessante. Ela gostou muito, ficamos amigos e tal.
Ai ela virou diretora da Pinacoteca e me chamou e falou olha, estou pegando este museu, está precisan-
do de tudo, e eu vou precisar de um artista gráfico para fazer catálogos, tudo pra mim. Você quer? Eu fa-
lei claro que eu quero – morrendo de medo. Foi por acaso que as coisas se conectaram. Não é nem jus-
to eu falar que a Pinacoteca foi meu primeiro cliente. A Maria Alice Milliet foi minha primeira cliente. Ela de
fato apostou em mim, ela viu que eu tinha talento, que eu tinha uma maneira de pensar que pra ela era interes-
sante, e apareceu essa oportunidade na Pinacoteca. Eu entrei bem verde, com pouca experiência nessa história.
Eu fiz primeiro um livro para a exposição do Benedito Calixto. A primeira leva de exposições que a
Pinacoteca fez, era uma sobre o Benedito Calixto, “Memória Paulista” acho, teve umas três ou quatro ou-
tras exposições que reabriram a Pinacoteca. Pra isso eu fiz este livro, que era um catálogo. Fiz uma série
de folhetos quadrados (...). Era uma pastinha quadrada, com uma espécie de uma bolsa dentro, e tinham uns
225
3 ou 4 folhetos das exposições. Então foram um livro e os três ou quatro folhetos desta pastinha (...). Eles são pre-
to e branco, são bem gráficos, a tipografia era bem ousada, pra mim na época era uma delícia experimentar.
Então quando abriu a Pinacoteca, eu tive que resgatar o logo, ela achou em algum lugar um desenho an-
tigo do prédio, inclusive o prédio era para ter uma cúpula em cima que acabou não sendo construída.
Ela me deu um desenho preto e branco da fachada, da frente, deste prédio, e eu reconstruí, redesenhei com caneta nan-
quim, a partir de uma fotocópia de um desenho antigo. Aí eu mandei fazer, naquela época era letra (...) ‘fotoletra’! Tinha
uma empresa, ali perto da Antônio de Queiroz, que você ia lá e eles tinham um catálogo com os alfabetos todos com
as fontes que eles usavam, você escolhia a fonte, levava o texto ‘batido à máquina’ e eles te devolviam o mesmo texto,
na fonte que você escolheu, tamanho, etc. Você grudava isso, fazia um paste-up, uma colagem com as formas branco e
preto, e entregava isso pro pessoal do fotolito, que preparava os filmes e imprimia em offset (...). Estou com 49 anos já
faz um tempo.
JP: Então você teve contato com uma fotocópia de um desenho antigo, não era uma foto do prédio?
RL: Um desenho. Era um desenho meio expressivo (...). Ele era bem em baixa resolução. O que eu fiz foi que eu ampliei, fiz
ele ficar um pouco mais gráfico, mais interessante graficamente. Na verdade eu limpei, para ficar bem em alto contraste.
Eu coloquei na época uma tipografia ‘serifada’, e eu tenho até vergonha de dizer, mas na época era ‘super in’ você dis-
torcer a fonte. Era uma coisa nova você poder distorcer no computador.
JP: Era uma Garamond? Ou no estilo da Garamond?
RL: Era uma Garamond, com certeza! Fiz aquela tipografia bem comprimidinha, em baixo do prédio, e virou ‘o logo’.
Esse logo... não teve uma grande discussão, ela que aprovava tudo. A Pinacoteca estava bem em baixa, eu tenho qua-
se certeza que ela estava fechada na época (...). Tenho quase certeza que ela estava fechada e que foi a Maria Alice
Milliet que reabriu, o museu estava meio largado, e ela fez o museu ficar muito ativo, visível. Me falaram que este ca-
tálogo, do Benedito Calixto, ganhou um prêmio como o melhor catálogo do ano, (...) mas eu não verifiquei. Eu ainda
não me via como designer gráfico ainda, foi só quando eu vim pra Holanda que eu me senti mais digno do título (...).
Fiz essa série de folhetos, fiz esse livro, lançou-se a Pinacoteca. Um ano depois, numa outra fase, o Ivo Mesquita era o
curador, trabalhando para a Maria Alice Milliet. Ele fez a curadoria de uma exposição chamada “Desejo na academia”.
Maravilhosa, eram obras eróticas de pintores acadêmicos, obras que foram encontradas depois [do falecimento dos pin-
tores] pela família, eram obras não oficiais. Eu fiz um catálogo lindo pra ele, um livro, e uma série de folhetos novos. Foi
uma segunda leva de trabalhos para a Pinacoteca. Acho que eu fiz cartão de visita também. Mas minha função principal
foi fazer a parte gráfica da reabertura da Pinacoteca e mais uma leva seguinte depois, fiz os dois livros e vários folhetos
para as exposições. Aí eu comecei a trabalhar na MTV em São Paulo. A MTV estava contratando e eu pulei de alegria
da oportunidade, eram coisas mais gráficas, de movimento, e a MTV me selecionou como parte da turma que inaugurou
as operações da MTV (...). E isso me afastou da Pinacoteca, me afastou da Maria Alice Milliet, e eu tive que, aos pou-
cos, largar e me movi para a televisão. Fiquei 4 anos trabalhando na MTV, era muito livre, muito aberto, experimental.
JP: E ela já tinha essa marca cambiante?
RL: Sim, tinha sim [parte suprimida por não se adequar ao contexto].
RL: Aqui na Holanda eu fiz o mestrado em Design, e de fato me senti qualificado. Na verdade eu já era, eu tenho o maior
carinho por aquele trabalho inicial.
JP: Chegou a existir um briefing? O briefing tinha alguma relação com a questão da recente apropriação total do prédio,
tombado como patrimônio público?
RL: Não teve briefing. Ela era uma ‘mecenas’ e eu era o ‘artista’. Nosso relacionamento era assim. Eu lembro um momento
que tive uma discussão inesquecível, e eu propus alguma coisa que ela não gostou. Ela falou: ‘Eu não gosto disso, mas
você é o designer, eu não vou interferir, o trabalho é seu. E eu respeito a sua decisão, mas não é o meu favorito.’ Ela dava
bastante palpite, claro. Mas ela foi uma das clientes mais bem educadas que eu tive na vida, de respeitar a visão do de-
signer. Pode até dizer que foi produto de uma amizade, de um respeito profissional mútuo. Ela falava muito sobre arte.
Eu aprendi bastante. Além de mecenas, ela era uma espécie de mentora pra mim. Pra mim, uma relação cliente-designer
muito nobre.
JP: E em algum momento ela falou dessa apropriação do prédio? Que eles queriam mostrar isso ou não, ficou a seu critério?
RL: Não falou. Ficou a meu critério e ela gostou. Eu era muito prolixo, trabalhava muito, mostrava muitos esboços e ela gos-
tava, dava palpite, falava gostei, não gostei. Mas foi decisão minha e que ela gostou.
226
ocorreu de ir lá pesquisar livros dessa época, do Benedito Calixto, século XVIII, XIX. Era uma coisa bem intuitiva. Eu
achei um livro lindo, pequenininho, que tinha um espelho, a forma básica da página, (...) a mancha gráfica, era ‘super’
específica, porque o bloco de texto era bem pequeno na página e tinha uma margem gigante em volta. E o livro do
Benedito Calixto eu me inspirei diretamente nisso, e também que eram ilustrações coladas, isso foi um luxo que ela me
proporcionou. O livro foi impresso em uma cor, se não me engano uma espécie de marrom. Não era preto. Foi uma das
primeiras coisas que eu fiz sem usar preto, que eu gosto até hoje de fazer isso. As fotos eram impressas coloridas e coladas
à mão. Eu imprimi em cada página uma moldura preta e eles imprimiram, cortaram as fotos e tinha uma mesa na gráfica
que as pessoas ficavam colando. Acho que por isso que foi tão apreciado este projeto. [parte suprimida por não se adequar
ao contexto]
JP: Você não trabalhou mais para museus depois da Pinacoteca?
RL: Trabalhei para um museu na Holanda depois, não no Brasil.
JP: Fale da relação do museu com o designer gráfico. Você acha que isso tem sofrido mudanças, em termo de participação,
de importância, ao longo dos anos?
RL: Absolutamente! Sem dúvida nenhuma. É difícil pra eu dizer pela questão da minha mudança para a Holanda. Coisas que
eu vi por aqui, na Holanda é mais tradicional, a relação do designer autônomo com a cultura, com as artes, é muito mais
sólido, historicamente falando, é até uma das razões para eu morar aqui. Eu acho que qualquer instituição cultural hoje
em dia descobriu que tem que cuidar da sua identidade visual, é importante, que é uma coisa lucrativa, que te favorece
enquanto instituição cultural. Eu acho que todas, ou a maioria delas, descobriu que não é um detalhe, não é um enfeite,
mas que é algo essencial para o seu perfil, enquanto agente dessa cultura (...). É reconhecimento. Porque a competição
pela atenção é muito importante. Hoje em dia tem muito mais museus, muito mais canais, muito mais tudo. Essa concor-
rência acho que define o papel do designer no mundo inteiro. A gente tem essa posição estratégica de poder proporcionar
isso para estas organizações todas. [parte suprimida por não se adequar ao contexto]
JP: E você tomou conhecimento das outras assinaturas visuais da Pinacoteca?
RL: Sim, não muito de propósito, mas eu acabei aos poucos vendo.
JP: Teve duas importantes mudanças. O projeto do Carlos Perrone, geometrizando a estrutura do prédio e utilizando a fonte
Futura, ficando ao todo uns 10 anos em uso. E um novo projeto feito pela F/Nazca, uns anos atrás, que eles tiram a ca-
racterização do prédio e dão vida dentro dele, eles ‘acendem’ umas luzes coloridas nas janelas. E o que você achou desta
nova versão?
RL: Eu gostei viu. Eu achei a entrada das cores ‘super’ interessante, (...) e o fato de ela ter algumas versões subtraídas e tal. Me
pareceu uma marca mais dinâmica do que era antigamente, talvez. Enfim, sempre tem um ‘ciumezinho’, parece um ex-
namoro. E eu tenho uma relação muito romântica com a Pinacoteca. Porque tem a ver com a minha juventude, tem a ver
com a apreciação da Maria Alice Milliet pelo meu trabalho. Então você tem pela primeira vez um cliente que te admira
e te respeita, e pra mim, você percebe pelo meu discurso, foi muito importante. E eu na época, não sabia o que eu estava
fazendo. Na época, acho que eu fiz um trabalho muito bacana sem saber o que eu estava fazendo, foi totalmente intuitivo
(...). O que eu tenho um orgulho indevido, é que eu acho a Pinacoteca agora, a qualidade do museu é impressionante.
E isso me deixa ‘super’ feliz. Apesar de eu não ter nenhuma filiação de nenhuma espécie com eles, me sinto bem de eles
estarem tão bem estruturados (...).
FIM.
228
G) ENTREVISTA:
Introdução
Carlos Eduardo Leite Perrone é nascido em São Paulo, graduado em Arquitetura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie
e mestre em Comunicação pela Universidade Paulista. É docente na Faculdade Armando Álvares Penteado (Faap), nos cur-
sos de Desenho Industrial e Arquitetura, instituição em que coordena cursos de Pós-graduação e Extensão. Como designer,
elabora e executa projetos de comunicação ambiental, identidade visual e editoriais em seu próprio estúdio, Desenhológico,
em São Paulo. Dirigiu o Departamento de Museus e Arquivos do Estado de São Paulo, ocupando-se da gestão de instituições,
curadoria e coordenação de exposições. Possui três livros publicados pelas editoras Senac, Rosari e Folha de São Paulo. Na
Copa do Mundo da França, integrou o júri internacional do concurso de cartazes “Football, culture du siècle”, reunido em St.
Denis, Paris. Teve trabalhos expostos e publicados: “Le Brésil à l’ Affiche”, Chaumont/FR - Cartazes de Propaganda Cultural,
Instituto Tomie Ohtake. Projetou a identidade visual mais duradoura da Pinacoteca do Estado de São Paulo, utilizada pela
instituição entre os anos de 1998 e 2011.
JP: Vamos falar sobre a identidade visual da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Nas informações pesquisadas consta que
o senhor criou a identidade visual da Pinacoteca em vigor no período entre 1998 e 2011. Consta ainda que ela foi cria-
da entre 1997 e 1998. Gostaria de saber: quando se iniciou efetivamente este projeto? Quanto tempo durou e quem o
convidou?
CP: Os períodos estão certos, acho que a época é essa mesmo. Quem me convidou foi o Emanoel Araujo, então diretor da
Pinacoteca.
JP: O processo entre ele te convidar e você criar, isso foi muito longo, foi extenso o seu trabalho para a instituição?
CP: Não, não foi, porque estava o Emanuel [Araújo], como você sabe, na gestão do Ricardo Ohtake na Secretaria da Cultura
[da cidade de São Paulo, quando] iniciou-se o trabalho de reforma da Pinacoteca do Estado, que estava num estado
deplorável. A reforma física do prédio foi acompanhada de uma transformação em termos de museu também, decisiva,
porque é tão importante quanto uma transformação em termos de museu. E nessa época estava terminando a parte fun-
damental da reforma, que ainda continuou um pouco depois, e estava se aproximando a data de uma inauguração formal,
mas ainda em obras. Houve-se por bem se fazer uma nova identidade visual para a Pinacoteca, que o Emanuel pensou e
me chamou. Uma identidade visual mesmo, não é um logotipo, não é uma marca só, ou seja, não só um logotipo, como
todo um projeto de sinalização; que fosse um projeto ambiental que tivesse a ver com o novo momento da Pinacoteca
do Estado e com a reforma efetuada na época segundo um projeto internacionalmente reconhecido de Paulo Mendes da
Rocha e Eduardo Colonelli – que dá aulas aqui na Faap, no curso de arquitetura – segundo um projeto internacionalmente
reconhecido de intervenção em interiores já existentes de valor histórico e transformação em um museu efetivo e atuante.
Este trabalho de identidade visual, marca e sinalização, foi feito de maneira bastante livre, com bastante prazer, de manei-
ra muito desenvolta, tendo sempre o apoio e a aprovação imediata não só do Emanoel Araujo, evidentemente, como tam-
bém evidentemente que esse projeto foi conversado, foi mostrado, não era obrigatório, ninguém pediu, mas eu me dirigi
ao Paulo Mendes da Rocha e ao Eduardo Colonelli mostrando para eles o projeto de sinalização, antes da implantação.
Porque o projeto de sinalização, tal qual como nós concebemos, ele não faz parte, como concebem setores de publicidade
e marketing frequentemente, como algo superficial tão efêmero – claro, efêmero tudo é, os prédios também são – como
algo tão superficial e efêmero, que seja algo a ver com a imagem de uma instituição, mas no caso de um prédio memorá-
vel, histórico, do Ramos de Azevedo, com a história que teve, com o projeto de conservação e transformação do Paulo
Mendes da Rocha, era importante que a sinalização, que foi desmontada em 2011, tivesse uma coerência com essa
231
arquitetura. Faz parte da arquitetura mas também não é um adereço como latas de lixo ou um porta-guarda-chuvas que
tem em portas, ou algo assim, na medida que é algo que é fixado nas paredes, que tem uma dependência direta com sis-
temas de orientação do prédio, e o que é muito mais importante do que o sistema de orientação, em caso de sinalização;
é uma conversa simbólica, e não funcional, com a arquitetura do prédio que eu conheci e conheço muito bem.
JP: A sinalização você falou que foi proposta antes mesmo que ele te solicitasse?
CP: Não. A identidade visual e a sinalização, eu fui procurado pelo Emanoel Araujo, sendo convidado para fazer por inicia-
tiva do Emanoel Araujo, ou digamos, do Emanoel Araujo personificando, mas da instituição da Pinacoteca do Estado,
certamente vinha de uma concordância com diversas instâncias que dirigem e mantêm a Pinacoteca.
JP: E o que dizia o briefing? Era um briefing de redesenho de um sinal gráfico já existente?
CP: Por parte do cliente? Não teve briefing. Não teve briefing porque não era necessário o briefing. Eu conhecia bastante todos os
componentes. 1: A arquitetura do Paulo Mendes da Rocha. 2: O prédio da Pinacoteca. 3: O acervo da Pinacoteca. 4: O que
se pretendia para a Pinacoteca. 5: O Emanoel Araujo, sua gestão e onde ele queria chegar com o projeto de um novo museu.
JP: Na verdade você acabou antecipando um pouco a próxima questão. Pesquisei e encontrei a informação que você foi
Diretor do Departamento de Museus e Arquivos da Secretaria de Estado da Cultura entre 1993 e 1995. De certa forma
você chegou a participar da reforma do prédio [da Pinacoteca] enquanto arquiteto ou enquanto diretor desse departa-
mento? E se isso refletiu de alguma maneira na identidade visual criada?
CP: Eu sou designer gráfico, sou formado em arquitetura mas sou designer gráfico. Eu atuo em projetos de de-
sign gráfico desde 1979 aproximadamente, há muito tempo. Sendo que, pelo fato de eu ter formação em ar-
quitetura, trabalhei em projetos, tive atividades de projetos, depois não tive mais logo no início. Foi guar-
dado com muito carinho essa questão da sinalização predial, depois comunicação visual ambiental, depois
wayfinding, e hoje com a terminologia de wayshowing, que não é a mesma coisa mas tem a ver, é um mundo [que]
vai se complexificando. Então, eu já tinha tido participação em diversos projetos de sinalização, nunca parei de pro-
jetar, sempre tive meu escritório durante todo o tempo em que eventualmente eu desenvolvi alguma outra função.
Durante um ano e meio, que foi o ano de 1993 e 1994, em 1995 eu já não estava mais lá, na verdade se você olhar
1995 é a data oficial da saída. Assim como a data no meu diploma, no meu histórico escolar esta lá a data que eu
terminei o curso de arquitetura em 1973, na verdade eu terminei em 1972, em 1973 saiu o documento, as entregas.
Mas enfim, sempre tem um delay. Na verdade a época de 1993 e 1994 foram anos de trabalho muito intenso, exa-
tamente pelo fato do secretário da cultura ser o Ricardo Ohtake, que é designer gráfico, com uma atuação projetual.
Ele assumiu e ele me convidou para assumir o então Departamento de Museus e Arquivos, que depois foi fraciona-
do, virou outra coisa, separou-se. Imediatamente o foco da gestão do Ricardo Ohtake foi o foco, sobre todas as ne-
cessidades, mas primordialmente sobre a questão dos museus. Sobre a questão dos museus onde houve realmente
um trabalho muito intenso, ainda mais sabendo que nós teríamos um período meio curto de atuação, atuamos mui-
to rapidamente. Então esse processo de reforma da Pinacoteca foi acionado pelo Ricardo Ohtake e sua parte fun-
damental que foi a cobertura e o projeto mental, o projeto intelectual foi feito na gestão do Ricardo Ohtake, dando
depois consequência em gestões seguintes este acabamento. Porque naquele momento, quando foi iniciado aquela
reforma, ela foi iniciada evidentemente dentro do contexto do Departamento de Museus. Foi uma iniciativa do se-
cretário, da Secretaria de Cultura mas dentro do departamento de museus porque é museu, se tratava de um museu.
Naquele momento a coisa era urgente porquê chovia dentro da Pinacoteca. PRESTE ATENÇÃO JADE, eu não falei que
tinha goteiras, eu não falei que tinha umidade, eu não falei que tinha água no chão, eu falei que CHOVIA, chovia mes-
mo, chovia mesmo! Chovia mesmo, sendo que tinha locais do acervo que havia bacias, conjuntos de bacias pelo chão, es-
tava uma coisa realmente... Então eu posso dizer que a elaboração intelectual de um novo projeto de museu pelo Emanoel
Araujo, a escolha e contratação nessa mesma época do inicio do Paulo Mendes da Rocha (com Adulanis com esse proje-
to), e a troca da cobertura da Pinacoteca para que não chovesse e se fizesse o fundamental, foram os gestos fundamentais.
Eu diria que a Pinacoteca foi inaugurada duas vezes, uma vez nesse momento, (...) porque daí esta-
va selado o destino, a menos que ocorresse uma desgraça, o que felizmente não ocorreu, e uma ou-
tra inauguração quando ficou realmente pronta. Eu tive o privilégio de estar presente nas duas.
Se o fato depois, na virada do ano, eu iniciei em janeiro de 1995, já fora do Departamento de Museus, retornei ao meu
escritório, de onde eu nunca saí na verdade mas estava com esta grande atividade. Eu não sei se em 1996, mas eu acho
que foi em 1996 que o Emanuel sinalizou esta questão. Eu conheci Emanoel Araujo naquelas circunstâncias, mas depois
deixei de ter qualquer relação orgânica com ele, nesse momento ele já conhecia meu trabalho, etc. e tal. Evidente que
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nesse período, eu que já conhecia de longa data a Pinacoteca, que o primeiro contato mais frequente com a Pinacoteca
foi na gestão do Fábio Magalhães e depois daí para frente eu sempre fui frequentador de museus e da arquitetura, eviden-
temente que eu estava completamente conhecedor das questões pertinentes da Pinacoteca para fazer qualquer trabalho
gráfico lá dentro.
JP: Sobre o novo desenho do edifício na identidade da Pinacoteca. O novo desenho do edifício foi inspirado na planta arqui-
tetônica, em fotografias ou no antigo desenho? Você usou algo como base para fazer esse sinal gráfico?
CP: Você está se referindo à maneira técnica como foi feita?
JP: Sim.
CP: Usei. Usei sim. Eu consegui na Pinacoteca um fac-símile do desenho arquitetônico técnico de fachada dos escritórios do
Ramos de Azevedo e esta ampliação que eu consegui foi a partir de um desenho que eu fiz manual, em grande formato.
Sobre esta ampliação que surgiu o desenho relativo a essa fachada da Pinacoteca. Se referindo à parte de desenho.
JP: Sua visão e seu conhecimento enquanto arquiteto ajudaram de alguma maneira neste projeto? Fale sobre o processo
criativo deste projeto.
CP: Ajudaram. Eu devo dizer porquê que houve esta opção. Essa opção houve pelo seguinte: fachada de museu é um recurso
clássico e recorrente de marcas de museus do mundo. Então, em marcas gráficas de museus, quando você vai fazer uma
marca gráfica, você tem dois jeitos de fazer esta marca gráfica, ou você trabalha a parte da fachada, aliás três jeitos, ou
você trabalha apenas tipograficamente, ou você faz outra coisa, mas sempre existe o recurso da fachada. É uma tradição
em design gráfico, eu gosto muito destas tradições, porque as tradições permitem o redesenho de antigas tradições, elas
vêm acontecendo a partir do tempo e é divertido trabalhar sobre elas. Então, havia essa marca anterior que eu não sabia
de quem era. Ela tem uma natureza um pouco fotográfica, mais fotográfica do que gráfica. A ideia foi o seguinte: pode-
ríamos ter “chutado o balde” e ter feito outro tipo de marca, mas foi considerado isto tudo, e tem o seguinte: a Pinacoteca
era considerada um museu histórico de São Paulo, via-se ela como um museu bacana mas das pinturas acadêmicas, lá na
Luz, uma coisa se não antiga, antiquada, mesmo pelas dificuldades de gestão dela e problemas técnicos terríveis que tinha.
E a ideia foi exatamente a seguinte: houve um pressentimento e havia a intenção reinante de transformar a Pinacoteca
em um grande museu, em um museu conhecido, e Emanoel Araujo é sabido, é conhecido, por não pensar pequeno.
E não é um sonhador, porque ele não faz pequeno também, ele pensa grande e faz grande. E os contatos internacio-
nais se avolumavam, etc., e achamos que fazer uma coisa “moderninha”, fazer uma coisa com uma visão extrema-
mente arrojada de design, ou fashion, ou temporal, etc. e tal, era uma coisa que havia cabido pouco tempo antes no
projeto do museu do Louvre, que foi feita uma magnífica identidade visual nova, e pelo contrário, lá era para dizer o
seguinte: além da tradição secular nós temos agora um museu moderníssimo, é um museu que suporta esta inovação
gráfica de uma forma maior. Não que não tenhamos sido inovadores. Fomos, mas fomos formais. A palavra é formal.
Então se optou por fazer esta opção de fachada por ser uma opção mais formal e por colocar à frente a materialidade física
arquitetônica do museu, se magnificar o projeto do Paulo Mendes da Rocha, porque era isso que estava acontecendo
naquela hora. E se tomar como referência a fachada principal da Pinacoteca, que é a fachada de maior majestade, mas
que devido à mudança urbana de São Paulo, uma das primeiras providências que foram feitas no projeto arquitetônico
foi virar o eixo da Pinacoteca. Não foi uma reforminha, eles viraram o eixo, deslocaram a entrada para a Luz, que é
uma lateral mais estreita perto do parque, onde tem o recuo de estacionamento menor e, se fechar por falta de condi-
ções, a grande fachada da Avenida Tiradentes do passado e fazer no lugar da antiga escadaria um belvedere metálico.
Aliás foi pouco antes do fechamento desta fachada, antes da reforma iniciar, uma das coisas que acontece-
ram foi um dos maiores artistas plásticos do país estava entrando na Pinacoteca e soltou um pedaço do for-
ro do teto e caiu ao lado dele. E nós escapamos de uma coisa horrível, a situação estava complicada. Porém,
como a questão era adequar este desenho a um formato mais construtivo... Tirar o caráter de uma “iconicida-
de” extrema fotográfica, como havia antes onde parece haver sombras, nitidamente, parece ser uma foto “sola-
rizada”, isso seguramente teve sentido em seu tempo; ou seja, deixar de ser um desenho figurativo para ser um de-
senho de baixa “iconicidade pictogramática” e de caráter construtivo, já que estávamos falando de arquitetura.
Primeiramente em um desenho de próprio punho foi simplificado e transformando este ‘ar france’ em blocos, em qua-
drados, como se fosse um pequeno engenheiro, ou seja realmente isto daqui deixou de ser uma reprodução fotográfica e
passou a ser um desenho em si mesmo, com boa qualidade para reprodução em vinil recortado, em serigrafia, em impres-
são e reduções e foi adotado pela mesma razão construtiva a letra “Pinacoteca” em Futura Medium, exatamente por ser
a mais antiga das modernas – esta letra que daqui a pouco já vai fazer cem anos, é um sonho futurista, geométrica, tal.
233
Este foi o processo e a opção era colocá-la como um grande museu e eu acho que este desenho você fala “opa” quando
você olha um prédio neoclássico destes.
JP: Quais foram as cores originais sugeridas para a assinatura da Pinacoteca?
CP: O certo seria eu falar em escalas Pantone, mas elas não estão aqui disponíveis agora, então descrevendo poeticamente, foi
um bordô, (...) por causa deste bordô escuro bastante usado nas chapas metálicas internas da reforma, é uma cor que é
recorrente lá dentro, e um azul marinho também escuro, para não se usar preto. Isso quanto à “logotipia”, quanto à marca
gráfica. Quanto à sinalização a conversa foi diferente, já tenho outras lógicas.
JP: Foram propostas outras cores para a sinalização?
CP: É que sinalização é outro universo. Sinalização eventualmente pode ter uma referencia à cor da marca gráfica da institui-
ção, mas não é obrigatória, como não é bom, não é assim que funciona. Ela tem outra codificação de cores, outra paleta,
etc., no qual algumas delas se repetem evidentemente, do qual faz parte este azul marinho, enfim, mas existem outras.
JP: O projeto foi feito no computador? Que software utilizou na época?
CP: Foi. Olha não me lembro, mas isso não é importante.
JP: Porque o anterior parece não ter sido feito em softwares gráficos.
CP: Já estamos no momento da computação gráfica, foi um desenho manual meu, aliás eu trabalho assim sempre. Um dese-
nho manual que depois foi retrabalhado, daí reduz, amplia, espaça, põe branco, tira branco, acerta linha.
JP: Você chegou a fazer um manual para o uso desta identidade? O que tinha especificado neste manual? Qual era a com-
plexidade do projeto?
CP: A marca gráfica não precisa de manual de uso. Você entrega as artes finais, tamanho mínimo, tamanho máximo, e está
resolvida a questão. Houve um manual sim, relativo à sinalização. A sinalização implica em complexidade, variações,
materiais diversos.
JP: E este manual de sinalização foi entregue junto com a marca?
CP: Sim.
JP: Foi entregue em suporte físico ou digital?
CP: Físico, impresso.
JP: Fora a identidade e a sinalização, você chegou a fazer mais trabalhos para a Pinacoteca? Quais? Cartazes, convites, ca-
tálogos de exposições?
CP: Nunca, nunca mais entraram em contato depois disso. Emanuel não ficou mais muito lá e depois saiu. Uma vez até houve um
contato mas que não prosperou. Nunca procuraram, eu também nunca procurei. Para falar a verdade, eu entrei em contato
com a Pinacoteca de minha livre iniciativa uma vez neste período de lá até hoje, que foi ao início da gestão anterior, do Ivo
Mesquita, que fiz um contato com ele descrevendo algo parecido com isto, porque me preocupa isso aqui. Porque isso aqui
[letras tridimensionais da fachada] é o que restou da primeira sinalização, mas tem uma característica escultórica, específica.
Este logotipo da Pinacoteca que foi feito numa letra, uma tipografia especial criada por nós, uma tipografia volumétrica,
é algo que esta lá desde o início e que já grudou na estrutura do prédio. Existia em desenhos, em camisetas, em desenhos
infantis, em cartões, em jornais, em publicidade, imobiliárias da região, então é algo que sempre me preocupou que pu-
desse ser retirado, na medida em que no Brasil as mudanças de gestão se sobrepõem à necessidade de mudança de iden-
tidade visual. Quer dizer, as identidades visuais são frequentemente de gestão e não do prédio. É claro que uma gestão faz
a identidade visual e ela deve ser celebrada para sempre por isso. E é claro que também as identidades visuais, as marcas,
elas, como os prédios e as pessoas, num certo momento, elas precisam sofrer um certo redesenho, o que é saudável; que
se chame, se possível, quem fez o primeiro para redesenhar, ou que se chame outro designer competente, sem problema
nenhum, se passando um briefing do redesenho da manutenção da tradição. Posto que um prédio não é um produto, um
prédio não é uma marca de chocolate, mesmo as grandes marcas de produto etc. e tal eles resguardam a sua identidade
básica e no produto eles se adequam as vezes a um verão qualquer. Eu entrei em contato lembrando deste histórico, só
isso. Agora estamos com uma nova gestão que acabou de entrar, é o Tadeu Chiarelli, porque realmente é uma coisa que
já pertence ao prédio esta fachada.
JP: E o contato foi para que eles mantivessem?
CP: Eu não falei nestes termos. Mas eu passei um material histórico descrevendo como isso surgiu, falando o que eu acha-
va do presente e me colocando à disposição para proceder uma limpeza e repintura, manutenção disso aqui [as letras
234
tridimensionais da fachada]. Eu me ofereceria para dirigir estes trabalhos, como frequentador da Pinacoteca e cidadão
de São Paulo, como trabalho voluntário, evidentemente eles pagariam a tinta. Não aconteceu.
JP: Chegou a fazer algum ajuste da identidade da Pinacoteca após sua implantação? Pois existem algumas versões em tons
de cinza distintos com o vermelho.
CP: Uma identidade visual, ela tem que ter gestão. Ela tem conceituação, ela tem projeto gráfico, ela tem implantação e ela
tem que ser gerida, ela tem que ser mantida, se não ela vai para o brejo. Antigamente já ia, hoje em dia que qualquer
um, qualquer funcionário ou não, senta e mexe na marca, por isso ela precisa ser gerida. Por isso que a Nestlé tem uma
diretoria internacional só para cuidar da gestão de sua marca, pois é um patrimônio brutal. Estas coisas aconteceram.
Estas coisas são deturpações. Houve sim, na gestão anterior ao Ivo Mesquita, me consultaram para estender este projeto
de marca para a Estação Pinacoteca, o que seria óbvio. O que eu topei com muita disposição. Mas nunca houve a exten-
são para a Estação Pinacoteca, a extensão tem que se discutir, que se pensar. Isso não aconteceu nem comigo e nenhum
outro, mas surgiu uma marca lá, não sei como foi.
JP: No período que você fez este trabalho, a identidade visual da Pinacoteca, quais designers eram suas referências?
CP: Não tive nenhuma referência para o projeto de identidade. Para a sinalização sim! Para a sinalização a referencia é evi-
dente, é o projeto construtivo brasileiro. Embora a Pinacoteca tenha em sua alma a manutenção do acervo acadêmico
paulista do século XIX, esse é o seu coração, nessa modificação achamos interessante fazer uma sinalização que saísse
totalmente de qualquer padrão neoclássico ou passadista e se fixasse, não numa contemporaneidade, porque você fazer
uma coisa “estilo hoje”, quer dizer que amanhã ela será “estilo ontem” e depois de amanhã ela será “estilo anteontem”.
Então achamos que o projeto construtivo brasileiro seria uma referência bastante interessante, quer queira quer não,
tenha data ou não tenha, é algo que tem uma certa perenidade. A sinalização foi feita totalmente em aço, com cores cha-
padas sobre a parede, com pequenas alturas diferentes, com algum relevo de maneira que elas não parecessem com peças
decorativas, não concorressem com a obra, mas que tivessem uma presença dizendo: “isso é um museu e aqui estamos
fazendo arte”. Essa sinalização foi montada utilizando-se basicamente chapas de aço, metálicas, dobradas, em referência
ao projeto construtivo brasileiro que passa por muitos artistas, como Amilcar de Castro, Tarsila, entre outros. [Perrone,
ao manusear as miniaturas das letras do alfabeto da fachada da Pinacoteca, comenta]. Sobre as letras em miniatura da
fachada foi feito o alfabeto inteiro, de maneira idêntica à da fachada, em aço. Tomamos as letras do logotipo para es-
crever lá na frente “Pinacoteca”. Mas é preciso saber de arquitetura, pois trabalhar com sinalização sem saber de bens
arquitetônicos gera problemas, gera coisas sem qualidade, porque você está trabalhando a interface com a arquitetura.
O prédio neoclássico, ele tem um padrão tradicional de inscrição que, salvo uma inovação bastante grande, que não era o
caso no momento, é a de estar escrito o nome na parte superior do portal principal, no frontão, como nos antigos prédios
neoclássicos do século XVIII e XIX, muitos estão escritos no concreto, a inscrição já é feita durante a obra. O prédio da
Pinacoteca, sendo um prédio inacabado e havendo a opção do Paulo Mendes de manter este tijolo exposto, pois isso já
fazia parte da identidade visual da Pinacoteca (quer dizer, o Paulo Mendes já está tratando da identidade visual). Então
optou-se por este tom “bordô”, que estaria visível ali contra o tijolo, fazendo parte do prédio, de uma maneira bastante
flagrante. Como a entrada é lateral, há uma desproporção entre o portão lateral e as escadas, e a distância entre a calçada
até lá. Nesse negócio do prédio neoclássico ter a inscrição em cima, você tem um longo caminho até ele, avista de longe,
tem uma praça, e lá [na Pinacoteca] não, você chega e já está em cima. Então surgiu a ideia: vamos dar uma inclinação
nas letras-caixas de maneira que elas se virem para quem está entrando, para baixo. Ao mesmo tempo, ao fazer a primeira
maquete, percebemos que tínhamos descoberto uma escultura, que as letras tinham uma importância e beleza em si. A
visualização ia mudando, quando visto pela lateral vira uma escultura de uma outra natureza. Por isso que ela tem uma
graça isoladamente, vira uma escultura, já não é mais um “N”. Então foi dessa maneira que ela foi concebida.
JP: Esta reforma alterou a fachada de alguma maneira ou ela se manteve idêntica?
CP: Idêntica não, mas ela manteve-se totalmente reconhecível. A fachada, ela foi limpa, foi tratada, mas houve esta preo-
cupação, pois muitas janelas foram fechadas com chapas de aço pelo lado de dentro. Então, tecnicamente você poderia
abri-las. O museu do século XIX é um museu que abre de dia e que precisa de muita luz para que você possa enxergar
dentro. Sendo que a luz é o inimigo número um do museu contemporâneo, ela queima, marca paredes. Então se quiserem
abrir um dia é possível, mas sem deformar o prédio e sem que as janelas deixem de serem vistas do lado de fora. Não dá
aquele aspecto de casa fechada. Onde teve mais modificação foi do lado da Tiradentes, que teve a retirada da escadaria e
a instalação do belvedere. É bonito pensar que tudo isso foi feito em aço, claro que é algo permanente, mas o aço contém
em si a ideia do eventual desmonte. Então você não imagina que possa ser desmontável o prédio da Bienal, mas a Torre
235
Eiffel você imagina que ela possa ser desmontada. O aço contém esta ideia de que ele possa ser remanejado, o que é
brilhante na ideia do arquiteto.
JP: Como você vê a relação da Pinacoteca enquanto ícone arquitetônico e equipamento cultural, o primeiro museu do estado
de São Paulo, e a cidade de São Paulo?
CP: Isso é um percurso histórico que é o que se conhece através das narrativas da Pinacoteca. Mas o prédio é um marco vi-
sual. Desde criança, sem saber que era a Pinacoteca, eu reconhecia aquele prédio muito grande, de tijolos.
JP: Entre 1998 e 2011, compreende o período em que a identidade visual foi utilizada e gerida pela instituição. Como você
vê este período de utilização da identidade mais duradoura da Pinacoteca, com reflexos até os dias de hoje?
CP: Ela foi a primeira cara gráfica da instituição, que quando o Emanoel Araujo saiu, já começou a ser perturbada. Quando
o Emanuel foi substituído, havia no hall de entrada, um diretório, ou seja dentro dos padrões da sinalização geral, um
sistema com a mesma tipografia e que tinha uma relação sim, com os desenhos do [Luiz] Sacilotto, falando do projeto
construtivo brasileiro, esta era a inspiração. Havia um diretório que marcava toda a disposição geral dos andares [do
prédio]. Quando Emanuel saiu, se manteve o restante, mas logo em seguida essa sinalização deste diretório foi alte-
rada. Ele não foi retirado, o que seria um direito, ele não foi redesenhado, o que também seria um direito da gestão
da Pinacoteca, se dirigir ao autor e falar que não estão mais satisfeitos por tais motivos e queremos uma reformulação
disso. Ele foi retirado sem consulta, foi recortado e ficou mutilado por muito tempo. O resto da sinalização foi parada.
Quando houve a inauguração de uma nova sala de conservação Emanoel Araujo, com um pequeno corredor, foram
pedidas algumas placas novas, pois lá em baixo não tinha sinalização. A sinalização não foi completa. Sempre foi uma
sinalização de poucos sinais. Sempre foram sinais básicos, que eu me lembre foram colocados menos da metade da sina-
lização pretendida. Não foi por desleixo, foi por questão de tempo. Já que inaugurou rapidamente, foram colocados sinais
definitivos e de qualidade, “quais são os imprescindíveis, depois colocamos os outros”, o que nunca aconteceu. Depois
dessa mudança de sala, desta extensão, não houve mais contato.
JP: E a sua opinião de como ela foi utilizada e aplicada pela Pinacoteca nos materiais gráficos, como cartazes, catálogos, entre outros?
CP: Foi corretamente. Muito corretamente. Foi reproduzida em diversas camisetas. Em camisetas feitas por artistas, nas pe-
ças gráficas de lá, eles faziam a camiseta preta com a marca em vermelho que era muito bonita, eu ainda tenho duas que
eu até economizo, de vez em quando eu uso, para não gastar. Não tenho nada a ver com isso, eles mesmos que fizeram.
Quem aplicava, aplicava muito bem. Pode ter ocorrido um desvio ou outro, como esse que você me mostrou [foi mos-
trado ao designer uma versão da assinatura visual criada por ele com preenchimento do desenho em diferentes tons de
cinza], mas isso é difícil. São coisas que acontecem, estes desvios acontecem, uma hora sai, tem correria, qualquer um
aplica, tudo está na mão de todo mundo. Mas em geral, foi muito bem aplicado.
JP: E quanto ao uso em preto. Tinha alguma previsão de uso do preto no lugar do azul?
CP: Eu acho que tinha sim. Não tem problema quanto a isso.
JP: E você tem um exemplar deste manual?
CP: O manual não. Eu tenho algumas partes. O projeto foi feito de maneira bastante operacional. Tenho algum material di-
gital, especificação de cores, etc. Eu te envio por e-mail [...].
JP: Vou verificar se eles têm este manual lá no acervo do Cedoc da Pinacoteca.
CP: Olha eu não sei se tem, não sei te dizer. A marca foi muito bem aplicada, a sinalização interna foi mantida. Eu acho que
esta fachada, a impressão que dá, é que ela atravessou o século sem ser limpa ou repintada, era um bom motivo agora.
Mesmo assim ela resiste.
JP: Você acredita que o papel do designer frente às instituições museológicas tem sofrido alguma mudança, em termos de
participação, de importância por exemplo, ao longo dos anos?
CP: Ah sim, só um minutinho, lembrei de algo. [...] Não tenho o que dizer sobre isso.
JP: Para encerrar: O que você acredita que levou à substituição do projeto de identidade de sua autoria pelo novo projeto
criado pela agência F/Nazca? Particularmente, qual sua opinião sobre este novo projeto?
CP: Acho que, de uma maneira geral, passado um tempo, projetos exigem um redesenho. Na medida do possí-
vel, é interessante chamar o próprio autor e solicitar um redesenho. Por uma questão qualquer, desde a mais obje-
tiva à mais subjetiva, pode ser chamado outro designer com a mesma experiência. Pessoas do meio do design grá-
fico, não pessoas da gastronomia, nem do marketing, nem da publicidade, nem da biotecnologia, que são essas
236
todas estas atuações absolutamente respeitáveis e das quais a gente precisa na sociedade. Então pode ser feito um
redesenho. Pode-se optar por uma mudança radical em marca e sinalização no local se isso for acompanhado por
uma mudança também radical do local, se o museu fizer um outro prédio, se houver uma extensão da arquitetura.
No caso, porque foi mudado eu não sei. A sinalização pertence à instituição, que é pública, não perten-
ce à gestão e nem ao designer. Não entendi que sinal a Pinacoteca estava passando ao mudar a sua marca.
É um prédio centenário, em que a arquitetura do prédio é um projeto do Ramos de Azevedo, histórica e da me-
lhor qualidade, que teve esta reforma exemplar do arquiteto Paulo Mendes da Rocha que ganhou Pritzker, prê-
mio distinguido da arquitetura mundial. Então qualquer que seja sua marca gráfica, qualquer que seja seu logo-
tipo, sua sinalização, deverá estar à altura da arquitetura: não digo que tenha que ser formal, pomposo, antigo, não
é isso. Mas tem que ter este peso atraente que a instituição tem, para continuar se afirmando como um museu in-
ternacional, que cada vez mais ela é. Então, não pode ter uma comunicação gráfica ligeira. Uma comunica-
ção gráfica que tenha conotação de marca de produto. A Pinacoteca não precisa ser engraçadinha para crianças
e jovens gostarem. Eles já gostam da Pinacoteca. Nem mesmo para escolas infantis eu recomendo uma coisa mui-
to ligeira. Não acho desagradável a sinalização interna, mas ela não dialoga com a arquitetura agregando identidade.
Já quanto ao logotipo, à marca gráfica, ele tem uma variação de cores inexplicável. Depois ela tem mutilações tipográ-
ficas que não se sustentam, sugerindo uma letra russa ou grega aqui no meio. Há uma fracionamento: primeiro PINA
(Bausch?), depois há um acidente, depois tem um TE depois tem CA. Há um fracionamento, quando o que se espera
de um museu é restauração, exposição e conservação: cultura e educação. E há também as janelinhas coloridas que
remetem a instituições de tradições populares brasileiras, de folclore talvez. Um outro contexto. [Resposta editada pelo
entrevistado.]
JP: É isso, você quer falar algo a mais sobre seu trabalho, sobre a instituição?
CP: É isso mesmo. Tá certo? [...] Eu quero falar algo sim. [E a conversa continuou mais alguns minutos, de maneira informal.]
FIM.
237
H) Linha do tempo:
Memória gráfica da Pinacoteca 1910-2010
Esta linha do tempo se constitui de documentos impressos e catálogos de obras que
trazem a identidade institucional da Pinacoteca através de sua assinatura gráfica.
1990
2000
2010
1910
1920
1930
1940
1950
1960
1970
1980
A influência política predomina nos catálogos institucionais e documentos oficiais através do uso dos brasões e da subordinação às secretarias de Os designers Rogério Lira e Carlos Perrone criaram ícones A agência de publicidade
Uso de ornamentos decorativos, que vão do estilo
Exemplos despojados Governo do Estado durante quatro décadas. arquitetônicos que remetem à fachada do edifício nas F/Nazca criou as assinaturas
Art Nouveau curvilíneo ao retilínio, predominaram
de ornamentos. assinaturas gráficas. gráficas mais recentes.
nas duas primeiras décadas. Os catálogos passaram a trazer obras de arte nas capas, com a menção ao Governo do
Estado nas páginas internas.
Detalhe, Projeto para recatalogação Detalhe, ofício 2003 Assinatura gráfica da
Catálogo 1912 - [s.l.;s.n.] Catálogo 1921 - Casa Detalhes, ofícios 1933 e Catálogos 1940 e 1942- Catálogos 1950, 1951 e 1954 Catálogo 1960 - Escolas Detalhes, ofícios 1970, 1976 Detalhe, ofício 1981 do acervo, 1990 Detalhe, ofício 2007 Pinacoteca, 20112 -
Catálogo 1914 - Typ. Vanorden 1936 (dois exemplos) Gráfica Paulista João - João Bentivegna Profissionais Salesianas e 1977 Catálogo 1988 - Imprensa Detalhe da assinatura gráfica Detalhe da assinatura gráfica F/Nazca
Siqueira, Nagel & C. Catálogo 1926 - Cia. Catálogo 1938 - Bentivegna Detalhes, ofícios 195[?], Catálogo 1963 - Gráfica Oficial da Pinacoteca no cartaz de da Pinacoteca com nome Elementos da assinatura
Catálogo 1917 - Typ. Paulista de Papéis e Imprensa Oficial do Detalhe, ofício 1943 1952 e 1959 Canton do Estado S. A. IMESP divulgação da exposição completo e relevo em braile, gráfica da Pinacoteca, 20163
Augusto Siqueira & C. Artes Graphicas Estado Catálogo 1965 - [s. l.; s. n.] temporária “Benedito Calixto - 2009 - Programa Educativo - F/Nazca
Detalhes, ofícios 1912 Memória Paulista”, 1990 - Públicos Especiais2
e 1914 Rogério Lira
Detalhe, ofício, 1995
Assinatura gráfica, 1998 -
Carlos Perrone1
Fonte: Acervo Cedoc / Pinacoteca de São Paulo. 1Acervo pessoal de Carlos Eduardo Perrone, Desenho Lógico. 2Maringelli e Bevilacqua, 2013. 3Pinacoteca [s. d. c.].
238
Anexos
Manual Masp
Iago da Silva Francisco <iago.valentine@gmail.com> 21 de novembro de 2016 09:22
Para: Jade Piaia <jadepiaia@gmail.com>
Jade,
Desculpa a demora eu perguntei antes para o museu se podia passar essas informações e só me
responderam no sábado.
Respondendo as suas perguntas.
Enquanto trabalhei lá pesquisei sobre o logo através do acervo dentro do museu como notícias de jornais
antigos e papéis, na época o Petit apenas criou o logo, sem manual apenas a marca. Anos depois (muitos
anos mesmo) uma agência criou um por livre vontade par ao museu, porém ele possuia várias coisas erradas
como a própria construção do logo. E isso foi o que me motivou na época de querer montar um manual pelo
menos mais correto com os desenhos do Petit e seu conceito. O máximo que você vai encontrar sobre o logo
são sitações da onde ele tirou a ideia que foi dos prédios e da cidade.
Na época que trabalhei lá não haviam registros de algum designer que tenha trabalhado na comunicação
interna até pq essa era uma área nova no local, por conta disso foi um momento bem difícil, tudo que o
museu tinha de comunicação interna eram favores antes criado por profissionais ou agências tanto que nem
um computador eu tinha para trabalhar e usava o de uma funcionária emprestado. Por conta disso senti a
necessidade de arrumar a identidade do museu antes de começar qualquer coisa nova.
Não sei se eles continuaram o trabalho ou se ainda utilizam muitas das coisas que deixei organizado, mas
pelo menos na época em que trabalhei lá deixei pronto uma proposta de identidade, papelaria e até mapa do
museu.
Existe uma diretora da área de Comunicação que começou essa evolução no museu o nome dela é Renata,
vou te passar o contato, ela é aberta para dar informações e pode te ajudar bastante com isso.
https://mail.google.com/mail/u/0/?ui=2&ik=5951263770&view=pt&msg=158869f4c574a01d&q=iago&qs=true&search=query&siml=158869f4c574a01d 1/1
240
Desculpe a demora em lhe responder, no último ano mudei de departamento, hoje respondo pela área de
recursos humanos do museu!
Copio o Fábio Polido, que deu continuidade a algumas das minhas atividades no departamento de
comunicação. Ele pode complementar com as demais informações, e adianto abaixo uma parte.
Fico feliz em saber que se interessa pelos trabalhos que estamos desenvolvendo aqui no museu!
Abraços, Renata
(abaixo segue)
Sou pesquisadora e atualmente trabalho na minha tese de doutorado (Unicamp), na qual pesquiso a
identidade visual de museus de arte. Estou escrevendo sobre o caso do Masp. Muitas informações já foram
obtidas através de levantamento bibliográfico, da revista número 1 do Masp com texto do Petit, mas as
questões envolvendo o departamento de design, se ele existe no Masp, sua história e atualidade, estão em
aberto. Quem me passou seu contato foi o Iago, que já trabalho aí no Masp, quando o escrevi perguntando
sobre o manual de identidade.
Gostaria de saber especificamente sobre o setor de design do museu, pois há pouquíssimas informações à
respeito.
Gostaria de saber se existe o setor de design do Masp, se independente ou vinculado à outro setor? Quem o
implantou? como ele atua?
R: A área de comunicação e relacionamento do MASP foi implantada em 2009, com a minha efetivação como
funcionária do museu. Como iniciei as redes sociais do MASP, Twitter e depois Facebook, faziase necessária
a criação de layouts para as nossas publicações, para atrairmos a atenção dos seguidores. Com isso, alguns
estagiários de design foram contratados entre 2010 e 2014, ficando as artes das publicações sob a criação
dos estagiários de Design e a minha aprovação.
Com a mudança de gestão e reestruturação do MASP em 2014, houve uma reestruturação da área, passando
a se chamar Comunicação e Marketing, e foram iniciadas as primeiras campanhas de comunicação
envolvendo diversas mídias on e offline (por meio de permutas diversas, que o Fábio pode lhe explicar
https://mail.google.com/mail/u/0/?ui=2&ik=5951263770&view=pt&msg=15c5a1aefa117bf0&search=inbox&siml=15c5a1aefa117bf0 1/2
241
melhor). Neste momento é criada também a área de Design, sob a direção do designer Raul Loureiro,
colaborador do museu desde 2014. O Raul está trabalhando desde então na nova identidade visual do
museu, o logotipo MASP foi simplificado, e hoje é utilizado sem o ícone dos prédios da paulista, somente a
parte escrita MASP. Foi criado então, no começo de 2015, um novo manual de identidade, que envio
anexado.
Hoje a área de Design conta com 3 colaboradores, que respondem por todas as artes de campanhas
publicitárias, comunicação visual de exposições e demais programas para o público, publicações, entre outras
peças. Desta forma, conseguimos trabalhar de maneira alinhada toda a comunicação do museu.
Fábio pode te dizer mais sobre as agências que colaboram com o MASP neste momento.
Quais são as atividades principais desenvolvidas por este setor e quais são terceirizadas para outras
empresas?
: O Fábio pode te responder melhor.
R
Há alguma publicação sobre a identidade do Masp, ou este tema foi abordado em algum livro institucional
sobre o museu?
: Acredito que somente aquela entrevista com o Petit mesmo, na ocasião da apresentação do primeiro logo.
R
Gostaria ainda de confirmar se o guia de identidade visual produzido pelo designer Iago Francisco ainda é o
mais recente utilizado pelo setor.
: Não mais.
R
[Texto das mensagens anteriores oculto]
https://mail.google.com/mail/u/0/?ui=2&ik=5951263770&view=pt&msg=15c5a1aefa117bf0&search=inbox&siml=15c5a1aefa117bf0 2/2
242
Compartilho com você as minhas respostas. Caso algum tópico não tenha ficado 100% claro, por favor, me
sinalize?
R: O núcleo de comunicação e relacionamento do MASP foi implantada em 2009, com a minha efetivação
como funcionária do museu. Como iniciei as redes sociais do MASP, Twitter e depois Facebook, faziase
necessária a criação de layouts para as nossas publicações, para atrairmos a atenção dos seguidores. Com
isso, alguns estagiários de design foram contratados entre 2010 e 2014, ficando as artes das publicações sob
a criação dos estagiários de Design e a minha aprovação.
Com a mudança de gestão e reestruturação do MASP em 2014, houve uma reestruturação do núclo,
passando a se chamar Comunicação e Marketing, e foram iniciadas as primeiras campanhas de comunicação
envolvendo diversas mídias on e offline. Neste momento é criado também o núcleo de Design, sob a direção
do designer Raul Loureiro, colaborador do museu desde 2014. O Raul está trabalhando desde então na nova
identidade visual do museu, o logotipo MASP foi simplificado, e hoje é utilizado sem o ícone dos prédios da
paulista, somente a parte escrita MASP. Foi criado então, no começo de 2015, um novo manual de identidade,
que envio anexado.
Hoje o núcleo de Design conta com 3 colaboradores, que respondem por todas as artes de campanhas
publicitárias, comunicação visual de exposições e demais programas para o público, publicações, entre outras
peças. Desta forma, conseguimos trabalhar de maneira alinhada toda a comunicação do museu.
F: O núcleo de design está vinculado a diretoria artística, sob supervisão do diretor artístico, Adriano Pedrosa.
No entanto, o design atende às demandas de uma série de núcleos do museu, como:
Na maior parte dos casos, os núcleos demandam os criativos para a Comunicação, que faz a interface com o
design a partir de um briefing, que se integra aos esforços de pulverizar e tornar pública essas informações
ao grande público.
R: pela área de Design: Raul Loureiro (continua como coordenador da área), Alice Viggiani (não está mais),
Mariane Klettenhofer e Victor Kenji Ortenblad.
Quais são as atividades principais desenvolvidas por este setor e quais são terceirizadas para outras
empresas?
F: Todas as interfaces e criativos são desenvolvidos pelo núcleo de design, sem exceção.
https://mail.google.com/mail/u/0/?ui=2&ik=5951263770&view=pt&msg=15c9dd523d4e0703&search=inbox&siml=15c9dd523d4e0703 1/3
243
http://masp.art.br/masp2010/pdf/atividades_2016.pdf
http://masp.art.br/masp2010/pdf/atividades_2015.pdf
Há alguma publicação sobre a identidade do MASP, ou este tema foi abordado em algum livro
institucional sobre o museu?
R: Acredito que somente aquela entrevista com o Petit mesmo, na ocasião da apresentação do primeiro logo.
F: Também não tenho conhecimento sobre qualquer publicação nesse sentido.
https://mail.google.com/mail/u/0/?ui=2&ik=5951263770&view=pt&msg=15c9dd523d4e0703&search=inbox&siml=15c9dd523d4e0703 2/3
244
O MASP, no entanto, possui uma parceria com a agência BETC do Brasil, que nos auxilia estrategicamente na
criação de algumas campanhas e na veiculação de mídias de exterior, como os anúncios para Relógio de Rua,
JCDecaux.
Gostaria ainda de confirmar se o guia de identidade visual produzido pelo designer Iago Francisco
ainda é o mais recente utilizado pelo setor.
R: Não mais. Em anexo o manual de aplicação da marca, que é uma versão simplificada para uso. O manual
de identidade ainda não foi finalizado em toda a sua complexidade.
masplogo_OFF.pdf
12K
https://mail.google.com/mail/u/0/?ui=2&ik=5951263770&view=pt&msg=15c9dd523d4e0703&search=inbox&siml=15c9dd523d4e0703 3/3
245
Cara Jade,
Agradecemos seu interesse no MAM. Esperamos que abaixo encontre as respostas necessárias
para seu trabalho.
Minha mensagem se direciona ao setor de design do MAM. Desde quando ele existe? Quem o
implantou?
A área de design existe desde 2014. A implantação foi feita pelo superintendente do museu
Bertrando Molinari.
Quais são as atividades principais desenvolvidas por este setor e quais são terceirizadas para
outras empresas?
Cuidar da correta aplicação da marca do museu em projetos visuais e criar materiais visuais,
impressos ou digitais, para comunicação Institucional como por exemplo: diagramação da revista
trimestral ModernoMAM, alimentação do site e sinalização e comunicados internos. E
comunicação das áreas Educativo, Sócios, Clubes de Colecionadores, Núcleo Contemporâneo,
LinhaMAM vendida na loja do museu e material de captação de recursos para o museu, citando
as principais áreas. São terceirizados criação de catálogos, projetos expográficos e a
programação do site.
Há alguma publicação sobre a identidade do MAM, ou este tema foi abordado em algum livro
institucional sobre o MAM?
Existe o manual de identidade produzido pela empresa Sinlogo que fez o último redesign da
marca do MAM. Também há uma publicação da DPZ com campanhas do MAM na época em
que a agência cuidava da conta do museu, sendo possível encontrálos em nossa biblioteca,
além de encontrar pesquisas de graduação e pósgraduação na área de comunicação e
marketing sobre o MAM.
Gostaria ainda de confirmar se o guia de identidade visual produzido em 2013 ainda é o mais
recente utilizado pelo setor.
Sim.
museus de arte
CNM Cadastro Nacional de Museus <cnm@museus.gov.br> 25 de março de 2013 09:57
Para: Jade Piaia <jadepiaia@gmail.com>
Prezada Jade,
Bom dia.
Atendendo à sua solicitação encaminhamos anexa, planilha com os museus do estado de São Paulo constantes do
Cadastro Nacional de Museus ‐ CNM.
Ressaltamos que os dados por nós encaminhados, ao serem publicados em quaisquer meios, devem obrigatoriamente
ser acompanhados da citação da fonte de origem: Cadastro Nacional de Museus – Sistema Brasileiro de Museus e
Ins tuto Brasileiro de Museus.
Atenciosamente,
cnm@museus.gov.br
(61) 35214334
museus de arte
CNM Cadastro Nacional de Museus <cnm@museus.gov.br> 5 de abril de 2013 14:50
Para: Jade Piaia <jadepiaia@gmail.com>
A Karla encontra‐se de férias então vou tentar atender a sua demanda enviando o que temos disponível que pode ser ú l a sua
pesquisa.
Envio anexo uma planilha que além dos dados enviados pela karla estão também dados de pologia de acervo e público. Vale
ressaltar as seguintes questões:
Alessandra Garcia
Museóloga
cnm@museus.gov.br
(61) 35214329
G) Levantamento: Museus voltados às artes situados no estado de São Paulo segundo CNM
1. Pinacoteca Municipal - São José do Rio Preto;
2. Museu da Porcelana Adelino dos Santos Gouveia - Pedreira;
3. Museu de Arte Moderna de São Paulo;
4. Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado;
5. Museu de Artes Plásticas Quirino da Silva - Mococa;
6. Museu Brasileiro da Escultura – Marilisa Rathsam;
7. Casa da Xilogravura – Campos do Jordão;
8. Pinacoteca do Estado de São Paulo;
9. Museu de Arte e Cultura de Caraguatatuba;
10. Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand;
11. Museu Universitário de Arte - UNICAMP - Campinas;
12. Museu de Arte Primitivista José Antônio da Silva – São José do Rio Preto;
13. Museu Municipal de São José dos Campos;
14. Museu da Casa Brasileira;
15. Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo;
16. Museu de Olaria João do Monte - Valinhos;
17. Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo - Palácio dos Bandeirantes;
18. Conjunto Cultural da Caixa/SP - Museu da Caixa;
19. Museu Lasar Segall;
20. Coleção de Artes Visuais/Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo;
21. Museu Municipal Olympia Maffei Olivastro - Matão;
22. Museu Histórico Terrige Trebbi - Miguelópolis;
23. Museu de Arte – Paraguaçu Paulista;
24. Museu de Arte de Ribeirão Preto Pedro Manuel Gismondi;
25. Museu de Arte Contemporânea de Campinas José Pancetti;
26. Museu das Artes Gráficas;
27. Museu de Arte Popular - Diadema;
28. Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba;
29. Museu de Arte Contemporânea Itajahy Martins - Botucatu;
30. Casa de Cultura Marcelo Grassmann – São Simão;
31. Museu de Ciências e Artes do Instituto Mairiporã;
32. Museu de Arte Contemporânea de Americana;
33. Laboratório das Artes de Franca;
34. Museu de Arte Histórica de Assis;
35. Instituto Tomie Otake;
36. Museu Belas Artes de São Paulo;
37. Museu de Arte Naïf – São José do Rio Preto;
38. Museu Olho Latino - Atibaia;
39. Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo - Palácio do Horto.
Boa tarde,
Temos uma lista com museus que foram referenciados como sendo Museus de Arte:
Ainda não tivemos tempo hábil para uma verificação "in loco" mais rigorosa.
atenciosamente
Bom dia,
Meu nome é Jade, sou pesquisadora da Unicamp (doutoranda/IA) e tomei
contato com o levantamento dos museus do estado de São Paulo que vocês
disponibilizam online.
Faço parte atualmente de uma pesquisa que envolve todos os museus de artes
do estado. Para isto, gostaria de saber se vocês poderiam me disponibilizar
esta relação, composta apenas pelos museus de arte do estado.
Verifiquei que quando utilizo o filtro automático "contendo a palavra arte"
os resultados se baseiam apenas na nomenclatura e não na maioria da
tipologia do acervo.
Obrigada,
Jade
--
Jade Piaia
19.99156.0636
be.net/jadepiaia
Currículo Lattes <http://lattes.cnpq.br/3875761760830296>
[Texto das mensagens anteriores oculto]
2 anexos
C.htm
2K
Jade Samara Piaia, discente do curso de Pós-gradução em artes visuais pela Universidade de
Estadual de Campinas - UNICAMP, portadora da cédula de identidade RG nº 28544779-8 e
inscrita no CPF/MF sob nº 309229428-97, responsabilizo-me pela utilização do(s) material(is) a
seguir descrito(s), parte integrante do Acervo da Pinacoteca de São Paulo, exclusivamente para
uso na tese de doutorado de minha autoria, intitulada Memória Gráfica em Museus de Arte:
Pinacoteca do Estado de São Paulo, observados os artigos 33 e 46, III, da Lei nº 9.610/1998.
Descrição do m aterial
Ofício de 1912 – B.51.01.0012; ofício de 1914 – B.51. 01.0024; ofício de 1933 – B.51.02.0038;
ofício de 1936 – B.51.02.0087; ofício de 1943 – B.51.03.0054; ofício [195?] – B.51.04.0031; ofício
1/2
258
As restrições acima indicadas serão aplicáveis conforme o(s) Material(is) utilizado(s) pelo
signatário, nos termos deste documento.
2/2
259
260
Jade,
Segue em anexo uma lista com as referências bibliográficas e o nome das bibliotecas onde podem ser
encontradas.
Como eu disse, o período que você pesquisa é o mais difícil para localizar editoras na Biblioteca Mário de
Andrade, devido ao fato de muitas obras ainda não estarem no catálogo on line.
Você verá que a maioria das obras está localizada no Arquivo Histórico Municipal, na Biblioteca Monteiro
Lobato ou no Centro Cultural São Paulo, pois como estas bibliotecas têm acervos menores, já
conseguiram catalogar a maioria da coleção.
Atenciosamente,
Bruno
Mensagem original
De: Jade Piaia [mailto:jadepiaia@gmail.com]
Enviada em: sábado, 15 de agosto de 2015 11:41
Para: Rizio Bruno Santana
Assunto: Consulta de obras raras para pesquisa
“Estadas
[Texto mensagem, incluindooculto]
mensagens anteriores seus anexos, é confidencial e seu conteúdo é restrito ao destinatário da
mensagem. Caso você a tenha recebido por engano, queira, por favor, retornála ao destinatário e apagála
de seus arquivos. É expressamente proibido o uso não autorizado, replicação ou disseminação da mesma.
As opiniões contidas nesta mensagem e seus anexos não necessariamente refletem a opinião do órgão
emissor”.
Editoras SP.doc
48K
261
Barreto, Arnaldo de Oliveira. A pobre abelhinha. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado: 90 anos de produção gráfica,
Typographia Siqueira, 1926. 84 p. / Biblioteca Monteiro 1891-1981. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 1983.
Lobato 808.89928 B273p 295 p. / Arquivo Histórico de São Paulo 015.8161053 I34i /
Bib. Mário de Andrade Col. SP 015.8161 I34i (Catálogo que
Dantas, Macedo. A outra face de São Paulo: aspectos
descreve as mais de 2.800 publicações da Imprensa Oficial,
da assistencia social no Estado de São Paulo. São Paulo:
desde 1891, indicando as bibliotecas em que se encontram;
Typographia Siqueira, 1937. 146p. / Arquivo Histórico de
inclui a Biblioteca Mário de Andrade.)
São Paulo CORE 361.7098161 D192o
GRÁFICA PAULISTA
VANORDEN
Guisard, Felix. Ubatuba. São Paulo: Gráfica Paulista, 1940.
São Paulo (SP). Prefeitura. Relatorio de 1900 apresentado
331 p. / Biblioteca Mário de Andrade CG 981.412 G966u
á Camara Municipal de São Paulo. São Paulo: Vanorden,
1901. 102 p. / Arquivo Histórico de São Paulo CORE
352.16098161 R382 1900 e. 1 / e. 2 (O Arquivo Histórico SALESIANA / ESCOLAS PROFISSIONAIS
tem todos os relatórios anuais até 1922, pela mesma editora) SALESIANAS
Nogueira, José Luís de Almeida. A academia de S. Paulo, Almeida, Presciliana Duarte de. O livro das aves : chrestoma-
primeira série : tradições e reminiscencias: estudantes, estu- thia em prosa e verso, leitura amena, divertida e de interesse
dantões, estudantadas. São Paulo : Vanorden, 1907. iii, 331 geral, obra adornada com grande numero de gravuras, espe-
p. / Arquivo Histórico de São Paulo 378.8161 N778a 1 cialmente dedicada ao professorado brasileiro e á mocidade
São Paulo (Estado). Repartição de Estatistica e Archivo das escolas. São Paulo : Escolas Profissionais Salesianas, 1914.
do Estado. Divisão administrativa e divisas municipaes do 468 p. / Biblioteca Monteiro Lobato AHLE 869.8 A447L
Estado de S. Paulo. São Paulo: Vanorden, 1908. 410 p. Santos, Lúcio José dos. A inconfidência mineira: papel de
São Paulo (Estado). Repartição de Estatistica e Archivo do Tiradentes na inconfidencia mineira. São Paulo: Escolas
Estado. Divisão administrativa e divisas municipais do Estado Profissionais Salesianas, 1927. xx, 629 p., [13] p. de lâms. /
de São Paulo. 3. ed. São Paulo: Vanorden, 1928. 295 p. / Biblioteca Mário de Andrade CG 981.03 S237i
262
O) Publicações dos estudos sobre fontes utilizadas em S.P., séc. 19 - Isabella Aragão
6/21/2017 Gmail - Publicações dos estudos sobre fontes utilizadas em SP, séc. 19
Oi, Jade,
que interessante,
sem identidade visual definida ainda, ne.
No meu doutorado, eu
comparei versoes das mesmas fontes
sobrepondoas em arquivos do Photoshop
para concluir se era a mesma ou nao.
Um beijo
2 anexos
https://mail.google.com/mail/u/0/?ui=2&ik=5951263770&view=pt&msg=15c117a7fdb48837&q=isabella.aragao%40gmail.com&qs=true&search=query&siml=… 1/2
264
6/21/2017 Gmail - Publicações dos estudos sobre fontes utilizadas em SP, séc. 19
Oi, Jade,
A face se chama Grotesca Larga Clara,
o nome inclui caracteristicas de peso e largura.
Para se referir ao corpo, escreveria
Grotesca Larga Clara corpo 20 ou
Grotesca Larga Clara 20 pt.
https://mail.google.com/mail/u/0/?ui=2&ik=5951263770&view=pt&msg=15c59aae1dcf4537&q=isabella.aragao%40gmail.com&qs=true&search=query&siml=1… 1/1
265
isabella.aragao@gmail.com
sent you some files
4 files, 152 MB in total Will be deleted on 6 June, 2017
Download link
https://wetransfer.com/downloads/763632d8f8476bcc08b79f67964902
4720170530134814/44790def0da908b48736f17b71f56ab5201705301
34814/36c7d0
4 files
Jade_Bodoni.psd
Jade_GrotescaNormalClara.psd
Jade_GrotescaNormalMeiaPreta.psd
Jade_Memphis.psd
To make sure our emails arrive, please add noreply@wetransfer.com to your contacts.
https://mail.google.com/mail/u/0/?ui=2&ik=5951263770&view=pt&msg=15c59b6f4b6d29c4&search=inbox&siml=15c59b6f4b6d29c4 1/2
266
Catálogo FTM I Funtymod – Fundição de typos modernos Ltda. São Paulo: Funtymod, [1937?] (acervo pessoal da pesquisadora Isabella Aragão).
267
Catálogo FTM I Funtymod – Fundição de typos modernos Ltda. São Paulo: Funtymod, [1937?] (acervo pessoal da pesquisadora Isabella Aragão).
268
Catálogo FTM I Funtymod – Fundição de typos modernos Ltda. São Paulo: Funtymod, [1937?] (acervo pessoal da pesquisadora Isabella Aragão).
269
Catálogo FTM I Funtymod – Fundição de typos modernos Ltda. São Paulo: Funtymod, [1937?] (acervo pessoal da pesquisadora Isabella Aragão).
270
Catálogo FTM V Catálogo tipos Funtimod. São Paulo: Funtimod, [entre 1958 e 1963] (acervo pessoal da pesquisadora Isabella Aragão).
271
JADE
boa noite
envio agora anexado
caso queira
poderá me ligar no estúdio
t 3663 6632
(deixe sempre recado)
bom trabalho!
cPerrone
https://mail.google.com/mail/u/0/?ui=2&ik=5951263770&view=pt&search=cf&cf1_from=desenhologico%40desenhologico.com.br&cf1_sizeoperator=s_sl&cf… 1/2
274
https://mail.google.com/mail/u/0/?ui=2&ik=5951263770&view=pt&search=cf&cf1_from=desenhologico%40desenhologico.com.br&cf1_sizeoperator=s_sl&cf… 2/2
275
JADE
boa noite
recebeu os dois emails?
o crédito é:
Carlos Eduardo Perrone
DESENHOLÓGICO
as fotos
creio que são de Eric B
(faz tempo…)
informeme por favor
a cada vez
o uso dessas imagens
obrigado
cPerrone
Obrigada,
Jade
Jade Piaia
19.99156.0636
be.net/jadepiaia
Currículo Lattes
PINACOTECAcontinuação
Carlos Perrone <perrone@desenhologico.com.br> 26 de abril de 2015 14:46
Para: JADE Piaia <jadepiaia@gmail.com>
6 anexos
PastedGraphic1.pdf
159K
PastedGraphic2.pdf
185K
PastedGraphic3.pdf
416K
PastedGraphic4.pdf
2057K
PastedGraphic5.pdf
333K
PastedGraphic6.pdf
426K
https://mail.google.com/mail/u/0/?ui=2&ik=5951263770&view=pt&q=perrone&qs=true&search=query&msg=14cf7ea43dcb12bc&siml=14cf7ea43dcb12bc 1/1
277
REVISADO
Carlos Perrone <perrone@desenhologico.com.br> 3 de outubro de 2015 13:37
Para: JADE Piaia <jadepiaia@gmail.com>
JADE
boa noite
envio abaixo anexado arquivo revisado com algumas correções necessárias e extração de coisas
excessivamente coloquiais, resultados da descontração de nossa ótima entrevista. Está mantido o espírito da
fala. Parabéns pela transcrição e pelo trabalho.
Dê notícias.
Abraço.
cPerrone
t 3663 6632
2 anexos
JADPIAIA_PIN_REV.docx
121K
JADPIAIA_PIN_REV.pdf
52K
https://mail.google.com/mail/u/0/?ui=2&ik=5951263770&view=pt&q=perrone&qs=true&search=query&msg=1502fa370ba8b9b1&siml=1502fa370ba8b9b1 1/1
278
Oi Jade,
Em anexo um guia com nossa identidade visual. Sobre este guia; 1 ele não está finalizado,
estamos em processo final de desenvolvimento dele, por isso em alguns lugares haverá um
texto de marcação (lorem ipsum), mas a essência da marca está nele; 2 contamos que o uso
deste Guia seja exclusivamente acadêmico, por gentileza.
R: Infelizmente não temos como fornecer essa informação. São diversos profissionais
ao longo do tempo, as pessoas que estão aqui hoje tem entre 4 e 2 anos de casa. Por
isso, infelizmente não sabemos todas as configurações. Podemos dizer que o núcleo
tem uma analista de comunicação e marketing, uma assessora de imprensa, um
designer, uma editora voltada especificamente para catálogos e folders de exposições,
uma pessoa responsável pelo áudio visual e eventos, e uma coordenadora de toda a
equipe. A equipe da loja tem 3 vendedores.
Quais são as atividades principais desenvolvidas por este setor e quais são terceirizadas para outras
empresas?
divulgar o museu. Além disso, o núcleo cuida de ações periódicas como relatório de
suas ações para a Secretaria de Cultura, a quem sempre notificamos como está o
andamento do cumprimento de metas estabelecidas entre a Secretaria e a APAC
(Organização Social que administra a Pinacoteca) ;
Há alguma publicação sobre a identidade da Pinacoteca, ou este tema foi abordado em algum livro
institucional sobre o museu?
Temos o material anexo que explica nosso nova identidade visual, vigente desde
Janeiro/2016. O Manual da Marca oficial está em elaboração.
Como comentado acima, temos uma agência de publicidade, a F/Nazca, que trabalha
conosco no sistema pró bono, ou seja, nos atendem gratuitamente; e a assessoria de
imprensa é feita internamente, com uma pessoa especificamente para isso na equipe.
Abraços,
Patrícia L. Ewald
Analista de Comunicação
Comunicação e Marketing
55 11 33355368
pinacoteca.org.br
brandbook_pina_2017.pdf
13219K
280
Oi Jade,
Na realidade, não houve mudança a cada gestão, elas não estão atreladas a isso. A última
que ocorreu foi em 2010/2011, na gestão do então diretor Marcelo Mattos Araújo.
Ela ficou ativa até 2015 quando o diretor que permaneceu aqui nos anos de 2015 e 2016,
Domingos Tadeu Chiarelli, levantou a possibilidade de renovarmos a identidade para esta
que te enviei no manual.
Isso após diagnosticar que seria interessante uma identidade que trouxesse leveza,
modernidade, mas que ao mesmo tempo, mantivesse toda a credibilidade e perfil histórico da
Pinacoteca.
A identidade anterior, feita em 2011, era muito bonita e foi feita pela mesma agência que
desenvolveu esta última, mas ela acabou sendo vista como muito “fun”, colorida, com uma
descontração que passava levemente do que é a Pinacoteca.
Abraços,
Patrícia L. Ewald
Analista de Comunicação
Comunicação e Marketing
55 11 33355368
pinacoteca.org.br
281