Geologia - Unidade 3 - Capítulo 2.4 - : Biologia e Geologia - 11º Ano
Geologia - Unidade 3 - Capítulo 2.4 - : Biologia e Geologia - 11º Ano
Geologia - Unidade 3 - Capítulo 2.4 - : Biologia e Geologia - 11º Ano
O magma é uma substância líquida, constituída, essencialmente, por uma mistura de rochas
num estado de fusão com percentagem variável de gases. Este “líquido rochoso” ocorre a
temperaturas muito elevadas, que rondam valores compreendidos entre os 800 ºC e 1500 ºC.
Por vezes, os magmas possuem algumas substâncias sólidas, cuja presença é explicada
pelas diferentes temperaturas de fusão dos componentes da mistura, isto é, estes materiais
sólidos possuem pontos de fusão mais elevados do que a temperatura a que se encontra o
magma.
A formação de rochas magmáticas está, em grande parte, relacionada com a
mobilidade da litosfera e ocorre, em regra, nos limites convergentes e divergentes das
placas litosféricas. Estes limites correspondem a regiões onde as condições de
pressão e de temperatura permitem a fusão parcial das rochas da crusta e do manto
superior, originando magmas. Por consolidação desses magmas, são geradas rochas
intrusivas, ou plutónicas, e rochas extrusivas, ou vulcânicas, conforme o magma
consolida, respetivamente, em profundidade ou à superfície.
A compreensão da génese das rochas magmáticas é apoiada em estudos de campo e
laboratoriais relativos ao contexto de ocorrência das rochas e à caracterização da sua
composição mineralógica e textural.
Tipos de Magmas
Há diferentes tipos de rochas magmáticas. Os nomes dessas rochas baseia-se na textura e
na composição que apresentam. Estas propriedades refletem o modo como se formaram; no
entanto, todas elas provêm de três tipos fundamentais de magmas: basáltico, andesítico
e riolítico.
Magmas basálticos – estes magmas são expelidos, principalmente, ao longo dos ríftes e dos
pontos quentes, tendo-se originado a partir de rochas do manto. Admite-se que o magma
basáltico resulta da fusão parcial de uma rocha constituinte do manto, o peridotito. Este tem
uma composição próxima da do basalto, mas mais rica em minerais ferromagnesianos.
Nos pontos quentes, situados nos oceanos, por vezes, fluem grandes quantidades de magma
basáltico, constituindo ilhas como as do Hawai. Nestas zonas ascendem plumas quentes
oriundas do manto profundo, talvez mesmo da zona de separação entre o manto e o núcleo
terrestre, que ao subirem devido a descompressão podem originar magma que atravessa a
placa litosférica, alimentando vulcões dos pontos quentes.
A viscosidade do magma depende da densidade, da riqueza em sílica, da temperatura e da
quantidade de fluidos que contém.
Em muitos casos, porém, o magma proveniente do manto acumula-se em câmaras
magmáticas a uma profundidade de 10 km a 30 km, permitindo a génese de rochas
plutónicas chamadas gabros.
Quando a velocidade de ascensão do magma é superior à de arrefecimento, o magma pode
chegar à superfície sem ter consolidado e, neste caso, verificam-se erupções de lava que, por
solidificação, originam rochas vulcânicas. Muitas vezes, essas rochas são basaltos cuja
textura revela duas faces de formação: uma durante a ascensão, que possibilita a génese de
cristais em desenvolvimento, e outra mais rápida, já à superfície ou próximo dela, conducente
à formação de cristais microscópicos e, por vezes, mesmo de algum material não cristalizado.
Figura 6 – Importância da presença de água na formação de magmas andesíticos nas zonas de subducção.
Magmas riolíticos – admite-se que os magmas riolíticos se originam a partir da fusão das
rochas constituintes da crusta continental. Estes magmas tendem a ser muito ricos em gases,
porque resultam da fusão das rochas da crusta continental, ricas em água e dióxido de
carbono.
Numa rocha magmática, a génese dos diferentes minerais que a constituem não é
simultânea, porque os diferentes minerais têm diferentes temperaturas de cristalização.
Os magmas são misturas de líquidos, gases e minerais no estado sólido. Durante a
consolidação do magma, verificam-se fenómenos de cristalização de certos componentes
magmáticos, originando minerais, sublimação de vapores ou ainda fenómenos de
vaporização de fluidos com deposição de substâncias dissolvidas, de acordo com as
mudanças de pressão e de temperatura que vão decorrendo durante o processo.
Formação de minerais
A estrutura cristalina implica, pois, uma disposição ordenada dos átomos ou iões, que formam
uma rede tridimensional que segue um modelo geométrico regular e característico de cada
espécie mineral.
Nos cristais, cada partícula é um átomo ou ião que ocupa uma posição de modo a ordenar-se
no espaço segundo uma rede própria, ficando depois a oscilar em torno da sua posição de
equilíbrio.
Propriedades como a clivagem, condutibilidade calorífica e mesmo as diferenças de dureza
verificadas em diferentes direções numa mesma face de um cristal são facilmente explicadas
à luz da teoria reticular. Essas propriedades dependem das forças que ligam as partículas
entre si.
Aproximadamente 95% da massa e do volume da crusta terrestre são formados por minerais
pertencentes ao grupo dos silicatos.
A estrutura mais comum de todos os silicatos é o ião (SiO 4)4-.
Os tetraedros de (SiO4)4-, geralmente, têm tendência para se polimerizar, isto é, para se ligar
uns aos outros de modo a formarem conjuntos complexos. Os diferentes tipos de
polimerização caracterizam diferentes tipos de silicatos. A natureza das partículas e a forma
Isomorfismo e polimorfismo
A um conjunto de minerais como estes, que, mantendo constante a sua estrutura interna,
variam de composição química, chama-se série isomorfa ou solução sólida, e os cristais
constituídos designam-se por cristais de mistura, misturas sólidas ou misturas isomorfas.
Na substituição do Na+ por Ca2+, os iões permutados têm volume idêntico e carga elétrica
diferente. A geometria do conjunto mantém-se, mas não a neutralidade elétrica. Como a
neutralidade é uma condição indispensável, quando tal acontece substitui-se ao mesmo
tempo outro tipo de ião da rede cristalina, de modo que a dupla substituição respeite essa
neutralidade elétrica. Assim, na rede o Na + é substituído por Ca 2+, de tamanho semelhante, e,
Polimorfismo – podem ainda ocorrer na Natureza minerais que apesar de terem a mesma
composição química apresentam redes cristalinas diferentes. Este fenómeno é designado por
polimorfismo. O carbonato de cálcio (CaCO 3), por exemplo, pode formar dois minerais
diferentes, a calcite e a aragonite.
Também o carbono pode cristalizar, originando dois minerais diferentes, o diamante e a
grafite, com arranjos diferentes dos átomos de carbono que os constituem.
Figura 13 – Condições de formação do diamante e da grafite. O segmento representado pela cor vermelha
marca os limites de estabilidade entre a grafite e o diamante, nas condições indicadas no gráfico.
A influência de dois fatores ambientais, a temperatura e a pressão, fazem com que o carbono
possa originar dois minerais diferentes. Para baixas pressões, o carbono cristaliza com uma
estrutura estável originando grafite. O termo estável significa que o mineral está em equilíbrio
com o ambiente, não tendendo a modificar a sua composição ou a sua estrutura. A altas
Uma das propriedades que permitem dar ideia da composição mineralógica das rochas é a
tonalidade geral que apresentam. Minerais como o quartzo, feldspatos (ortóclase e
plagióclases) e moscovite são minerais de cores claras e pouco densos, chamando-se
minerais félsicos (feldspato + sílica). A biotite, as piroxenas, as anfíbolas e a olivina, pelo
facto de serem ricas em ferro e em magnésio, apresentam cores escuras e são designadas
por minerais máficos (magnésio + ferro).
Conforme o predomínio de um ou de outro grupo de minerais, as rochas apresentam
tonalidades diferentes.
Quando os minerais predominantes são félsicos, como no caso das rochas ácidas, essas
rochas são claras e designam-se leucocratas. Se os minerais predominantes são máficos, o
que acontece nas rochas básicas, as rochas resultantes designam-se por melanocratas. Se
as rochas apresentam coloração intermédia, designam-se mesocratas.
Quando são constituídas exclusivamente por minerais félsicos ou por minerais máficos, as
rochas designam-se hololeucocratas e holomelanocratas, respetivamente.
Rocha com textura fanerítica – rocha formada por cristais relativamente desenvolvidos e
visíveis a olho nu. Este tipo de textura é característico das rochas intrusivas/plutónicas e pode
apresentar aspetos variados.
Riolito e Granito
Quando ocorre o choque entre duas placas continentais com consequente formação
de cadeias montanhosas, o forte atrito que se verifica nas zonas profundas da região
vai produzir um aumento de pressão e de temperatura, que irá provocar a fusão das
rochas constituintes da crusta. Desta forma, o magma resultante será muito rico em
sílica. Neste ambiente geodinâmico formam-se dois tipos mais comuns de rochas
magmáticas ácidas, o granito e o riolito.
Uma grande parte do manto superior é constituída, essencialmente, por peridotito, uma
rocha holomelanocrata, rica em minerais máficos, como a olivina e a piroxena. Quando
uma porção de peridotito se desloca na astenosfera, com um sentido ascendente, a
diminuição de pressão provoca a fusão de minerais ferromagnesianos, possibilitando
assim a formação de um magma de composição basáltica. As duas principais rochas
geradas a partir deste tipo de magma são os basaltos e os gabros.
Em locais de colisão de uma placa continental com uma placa oceânica, com
subducção desta última, o magma resultante provem da fusão parcial de partes do
manto e da crusta sob condições especiais de temperatura e pressão. Estas condições
são o resultado da forte fricção que ocorre durante o movimento mergulhante da crusta
oceânica sob a crusta continental. A acrescentar a este mecanismo, a água contida
nos sedimentos que fazem parte da placa oceânica contribui para a formação de uma
região aquosa. Deste modo, o magma tem tendência para adquirir composição
química intermédia, designando-se por magma andesítico. As rochas que,
geralmente, se formam a partir deste magma são o andesito e o diorito.
Embora existam apenas três tipos fundamentais de magmas, podem encontrar-se diversas
famílias de rochas magmáticas. Um só magma pode originar diferentes tipos de rochas, visto
ser constituído por uma mistura complexa que, ao solidificar, forma diferentes associações de
minerais. Como a cristalização desses minerais ocorre a temperaturas diferentes
(formação sequencial de minerais), formam-se durante o processo diferentes associações
de cristais e um magma residual (magma que não cristalizou). A composição do líquido
residual vai-se modificando conforme a temperatura vai baixando, podendo originar-se rochas
diferentes a partir do magma original. Pode, então, afirmar-se que existe uma diferenciação
magmática por cristalização fracionada, isto é, realizada em tempos diferentes.
Segundo Bowen, existem duas séries de reações que se designam, respetivamente, por
série dos minerais ferromagnesianos ou série descontínua e série das plagioclases ou
série contínua. Estas séries refletem fenómenos que ocorrem simultaneamente à medida
que a temperatura do magma vai baixando.
As últimas frações do magma, constituídas por água com voláteis e outras substâncias
em solução, como sílica, a plagióclase sódica e o feldspato potássico, que constituem
as soluções hidrotermais, podem preencher fendas das rochas, onde os materiais
remanescentes cristalizam, formando estruturas chamadas filões. Os filões podem ser
constituídos por um só mineral ou por vários minerais associados.