Apostila Anatomia Fisiologia
Apostila Anatomia Fisiologia
Apostila Anatomia Fisiologia
FUNDAMENTOS DE ANATOMIA E
FISIOLOGIA HUMANA
SUMÁRIO
MORFOLOGIA ................................................................................................. 11
Células ............................................................................................................. 11
Tecidos ............................................................................................................ 14
Do embrião ao Organismo ............................................................................. 16
Anatomia Humana
Anatomia é a ciência que estuda o organismo em seus níveis micro e macroscópico, e no caso do
homem, destaca-se a Anatomia Humana. Foi com o surgimento do microscópio que os estudos
anatômicos foram melhor viabilizados no campo celular e histológico, ciências que se especializaram, mas
que fazem parte da anatomia, tornando possível conhecer e identificar o que entes era desconhecido.
Anomalias e Monstruosidades
Dentre as diversas importâncias para o estudo da anatomia, temos o conhecimento sobre o
conceito de normalidade, ou seja, estudar o organismo em sua perspectiva normal para enfim reconhecer
quando acontece o anormal. Desta maneira, entramos em dois conceitos importantes para o estudo da
anatomia humana, a anomalia e a monstruosidade.
Anomalia trata-se de um desvio anatômico considerado fora do padrão e que gera alguma
perturbação da função normal. As anomalias podem ser congênitas, quando ocorrem desde o
nascimento, ou adquiridas, ou seja, quando aparecem após o nascimento, como em casos de lesões ou
doenças. Alguns exemplos de anomalias são: lábio leporino, fenda palatina, dedos supranumerários.
Plano Anatômico
O Plano Anatômico têm o objetivo de separar o corpo em partes para facilitar o estudo e
nomear as estruturas anatômicas com relação espacial. Ou seja, através dos planos anatômicos
podemos dividir o corpo humano em 3 dimensões e assim podemos localizar e posicionar todas
estruturas, como mostra a figura 03. Existem os planos: Sagital (1), Coronal (2) e transverso (3).
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Eixos Anatômicos
Os eixos anatômicos são formados pelo encontro de dois planos, como o eixo longitudinal,
encontro entre os planos sagital e coronário, o eixo transversal, encontro entre o plano transverso
e coronal, e o eixo sagital, encontro entre os planos coronário e transverso.
Movimentos Anatômicos
Sem entrar em explicações físicas complicadas e equações, os movimentos envolvem mover uma
entidade do ponto A para o ponto B. O movimento é realizado ao redor de um eixo fixo ou fulcro, e possui
uma direção. Os movimentos anatômicos não são diferentes. Eles usualmente envolvem ossos ou partes
do corpo se movendo ao redor de articulações fixas em relação aos eixos anatômicos principais (sagital,
coronal, frontal, etc.) ou planos paralelos a estes.
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Ramos da Anatomia
Assim como a anatomia humana apresenta suas ramificações, como no caso da morfologia, a
anatomia geral também apresenta diferentes formas de estudo, como as que veremos a seguir:
ANATOMIA SISTÊMICA: se refere ao estudo a nível macroscópico dos sistemas orgânicos, como
por exemplo o sistema digestório, sistema respiratório, sistema nervoso, entre outros.
ANATOMIA TOPOGRÁFICA: é o campo da anatomia que estuda regiões específicas dos organismos
orgânicos, com a finalidade de encontrar relações entre os sistemas anatômicos daquela mesma região.
Fisiologia Humana
A fisiologia é a ciência que estuda o funcionamento do organismo, no caso da fisiologia humana,
o funcionamento e metabolismo do homem. Tudo o que aprendemos em Anatomia Humana, agora
vamos ver funcionando, como se a anatomia fosse um “motor desligado” e a fisiologia um “motor ligado”.
Nesta mesma conotação, temos a nutrição e a hidratação como se fossem o “combustível”, e todo o corpo
humano como se fosse um “carro”.
Sendo assim, cada sistema anatômico possui sua fisiologia específica, de acordo com sua função
no corpo humano, sendo que muitos desses sistemas fisiológicos são integrados, ou seja, funcionam em
sintonia com outros sistemas.
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Capítulo 2 - Morfologia
A célula
A célula é a unidade básica do organismo, ou seja, o menor nível biológico e estruturado do
indivíduo. As células podem ser definidas como as unidades estruturais e funcionais de todos os seres
vivos. Essas estruturas são vivas, carregam a informação genética de um determinado organismo e são
capazes de transmitir essa informação no momento da divisão celular.
De acordo com a Teoria Celular, todos os organismos vivos são formados por células. Em
indivíduos unicelulares, uma única célula constitui todo o corpo do espécime; em seres multicelulares,
são necessárias várias células atuando de modo conjunto para que o corpo seja formado. O homem é um
exemplo de organismo multicelular, e as bactérias são exemplos de seres unicelulares.
Uma célula é formada por algumas partes básicas. Normalmente dizemos que todas as células
possuem membrana plasmática, citoplasma e núcleo. Entretanto, existem células que não possuem essa
última estrutura, aspecto que é, inclusive, uma forma de diferenciar dois tipos de células:
as procariontes e as eucariontes.
As células procariontes são aquelas que não apresentam núcleo celular definido, por isso, o
material genético fica disperso no citoplasma. Já as células eucariontes são aquelas em que o material
genético está presente em um núcleo celular envolto por uma dupla membrana. Além dessa diferença
crucial, podemos citar ainda que as células procariontes não possuem proteínas denominadas de histonas
ligadas a seu DNA e, tampouco, organelas citoplasmáticas membranosas.
O citoplasma, por sua vez, é uma região delimitada pela membrana plasmática. Essa região é
constituída por uma matriz, denominada de citosol, que contém substâncias como aminoácidos,
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nutrientes energéticos e íons. Imersas nessa matriz estão as organelas celulares, estruturas responsáveis
por controlar as diversas atividades da célula.
O Retículo Endoplasmático Rugoso (RER) recebe esse nome devido a sua estrutura rugosa e a
presença de vários grânulos (ribossomos), além disso possui um formato achatado. A sua principal função
é fazer a sintetização de proteínas e transportá-las para outros locais fora da célula. Já os ribossomos irão
sintetizar as proteínas que serão utilizadas no interior da célula.
O retículo endoplasmático liso possui a função de sintetizar lipídeos, a exemplo dos fosfolipídios,
óleos e esteroides (incluindo os hormônios sexuais estrogênio e testosterona), promovendo a
desintoxicação da célula. Além disso, ele desempenha outra função importante que é o metabolismo
celular e a quebra do álcool presente no corpo de quem ingere bebida alcoólica.
Complexo de Golgi
Lisossomos
Os lisossomos são organelas celulares que contêm substâncias digestivas formadas no retículo
endoplasmático rugoso e amadurecidas pelo complexo golgiense. Assim, sua função é digerir moléculas
orgânicas como lipídios, carboidratos, proteínas e ácidos nucleicos (DNA e RNA).
Peroxissomos
Os peroxissomos são organelas celulares que produzem enzimas digestivas, que são responsáveis
pela catalisação do peróxido de hidrogênio, popularmente conhecido como água oxigenada (H2O2). Isso
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porque a água oxigenada é uma substância tóxica para a célula e a sua produção em excesso é prejudicial
à saúde. Por isso, os peroxissomos produzem uma enzima chamada de catalase, capaz de destruir essa
substância.
Mitocôndrias
As mitocôndrias possuem o próprio DNA (se reproduzem sozinhas) e o próprio ribossomo. Estão
envolvidas por uma membrana dupla (interna e externa), chamada de cristas mitocondriais. Elas realizam
a respiração celular e produzem grande parte de energia (ATP) essenciais para manter o funcionamento
das células.
Núcleo
O núcleo é a maior organela existente em uma célula eucarionte, pois ele é responsável por
guardar o material genético, o DNA do ser vivo e comandar tudo que acontece dentro da célula.
Centríolos
Os centríolos são organelas formadas por microtúbulos que vão ajudar os cromossomos a se
separarem na hora da divisão celular (mitose e meiose). Estão presentes também em cílios e flagelos,
auxiliando na locomoção de algumas células.
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Tecidos Epiteliais
O epitélio é um dos quatro tipos básicos de tecidos encontrados no corpo humano (os outros três
são: tecido conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso). O epitélio protege as superfícies do corpo;
reveste as cavidades corporais, os ductos dos órgãos e das glândulas, os vasos sanguíneos e os órgãos; e
formam a porção secretora das glândulas. O epitélio é classificado com base no número de camadas de
células que constituem um tecido e incluem:
Tecidos Conjuntivos
Duas classes principais de tecidos conjuntivos são reconhecidas:
• Tecido conjuntivo propriamente dito: inclui o tecido conjuntivo frouxo e denso (organizado em
uma conformação irregular ou regular)
• Tecido conjuntivo especializado: inclui cartilagem, osso, tecido adiposo (gordura), tecido
hematopoiético, sangue e tecido linfoide
O tecido conjuntivo propriamente dito inclui uma variedade de tipos celulares e fibras
emaranhadas em um grupo de substâncias que compreende uma matriz extracelular. O tecido conjuntivo
frouxo é amplamente encontrado abaixo do revestimento epitelial da superfície do corpo e de seus
sistemas de órgãos internos. Junto com a pele, ele é muitas vezes a linha de defesa primária contra as
infecções. O tecido conjuntivo denso possui muitas fibras, mas poucas células e inclui os tendões, os
ligamentos, a submucosa e as camadas reticulares que oferecem sustentação.
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Do Embrião ao Organismo
O desenvolvimento do embrião humano se inicia logo após a fecundação do óvulo pelo
espermatozoide. Na espécie humana, a fecundação do ovócito secundário (também chamado de óvulo)
ocorre no interior do corpo feminino, mais precisamente na tuba uterina.
Logo depois ocorre a gastrulação. Além do aumento no número de células, o embrião cresce em
volume total. Nessa etapa são formados os três folhetos embrionários ou germinativos (camadas de
células que dão origem aos tecidos e órgãos), a ectoderma, mesoderma e endoderma.
Por fim, a organogênese, última fase do embrião. Ocorre a diferenciação dos órgãos e tecidos e o
tubo neural é formado (neurulação) e o embrião é chamado de nêurula. Esse processo ocorre até a oitava
semana de gestação (56º dia). A partir da nona semana, o indivíduo em desenvolvimento passa a ser
chamado de feto e nasce, em média, a partir da 38ª semana de gestação.
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O processo de formação dos órgãos e demais tecidos que compõem o organismo ocorre dentro do
estágio do desenvolvimento embrionário conhecido como organogênese.
Após a formação dos folhetos embrionários e das estruturas características como notocorda e
arquêntero, as células do embrião passam pelo processo de diferenciação celular.
Na diferenciação celular, sinalizadores são enviados e ativados nas células, de forma que elas mudem sua
morfologia e adquiram funções específicas. Após a diferenciação, as células podem se agrupar para
formar tecidos que, por sua vez, formam os órgãos do indivíduo.
Portanto, a partir da gastrulação, o embrião entra na fase de organogênese, onde seus órgãos são
formados. Essa fase permanece até o final do desenvolvimento embrionário.
Os folhetos embrionários são formados na etapa de gastrulação do embrião, mas é na organogênese que
se diferenciam para formar os diversos órgãos e tecidos presentes em um indivíduo.
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Genética e Hereditariedade
A Genética é a parte da Biologia responsável por estudar a transmissão e a expressão dos genes
no organismo e a diversidade genética observada nos indivíduos da mesma espécie e de espécies
diferentes. Observa-se, portanto, que é uma matéria fundamental para o entendimento de todas as áreas
da Biologia, uma vez que é a base de tudo. Com o entendimento de que existiam “fatores” -
posteriormente chamados de genes - que determinavam as características dos organismos, a maneira de
pensar a Biologia mudou. A descoberta de Gregor Mendel, em 1865, foi, sem dúvidas, o ponto inicial e a
maior contribuição para essa parte da Biologia, apesar de ter sido ignorada por anos. Sem apresentar
conhecimento a respeito dos cromossomos e eventos como meiose e mitose, Mendel conseguiu perceber
em seus trabalhos com ervilhas que existiam fatores responsáveis pela hereditariedade.
Componentes Básicos
Cromossomo
Um cromossomo é uma estrutura altamente organizada de uma célula, que contém o material
genético de um organismo. Cada cromossomo é formado a partir de uma única molécula
de DNA extremamente longa, que contém vários genes e outras sequências de nucleotídeos com funções
específicas nas células dos seres vivos.
Nos cromossomos dos eucariontes, o DNA encontra-se numa forma semi-ordenada dentro
do núcleo celular, agregado a proteínas estruturais, as histonas, e toma a designação de cromatina.
Os procariontes não possuem histonas nem núcleo. Na sua forma não-condensada, o DNA pode
sofrer transcrição, regulação e replicação.
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Gene
O gene é um segmento de uma molécula de DNA (ácido desoxirribonucleico), responsável pelas
características herdadas geneticamente. Cada gene é composto por uma sequência específica de DNA
que contém um código (instruções) para produzir uma proteína que desempenha uma função específica
no corpo.
Homozigotos e Heterozigotos
Os seres homozigotos são aqueles que apresentam pares de genes alelos idênticos (AA/aa), ou
seja, possuem genes alelos idênticos. Enquanto isso, os heterozigotos caracterizam os indivíduos que
possuem dois genes alelos distintos (Aa).
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Genótipo x Fenótipo
O genótipo é o conjunto das informações contidas nos genes, desse modo, irmãos gêmeos têm o
mesmo genótipo pois possuem os mesmos genes. Ele representa a constituição genética do indivíduo. Já
o fenótipo é a expressão dos genes, ou seja, é o conjunto das características que vemos nos seres vivos,
por exemplo, a cor dos olhos, o tipo sanguíneo, a cor das flores de uma planta, a cor do pelo de um gato,
entre outras.
DNA
O DNA (ácido desoxirribonucleico) é um tipo de ácido nucleico que possui destaque por armazenar
a informação genética da grande maioria dos seres vivos. Essa molécula é formada por nucleotídeos e
apresenta, geralmente, a forma de uma dupla-hélice.
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Doenças Genéticas
Existem três tipos de doenças genéticas:
Por exemplo, sabemos que a espécie humana possui 23 pares de cromossomos, caso apresente a
falta ou excesso de um deles surge uma doença genética.
Anemia Falciforme
A anemia falciforme é uma alteração genética e com caráter hereditário, na qual as hemácias perdem o
seu formato normal e adquirem a forma de foice. Essa condição dificulta a passagem das hemácias pelos
vasos sanguíneos e compromete a oxigenação dos tecidos.
Daltonismo
O daltonismo é uma herança ligada ao sexo, especificamente ao cromossomo X. Ele caracteriza-se pela
incapacidade de distinguir cores, como o vermelho e o verde.
Síndrome de Patau
A síndrome de Patau ou trissomia do 13 é causada pela presença de um cromossomo a mais no par de
número 13. A doença pode causar uma série de alterações físicas e fisiológicas.
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Síndrome de Turner
A síndrome de Turner é uma doença genética caracterizada pela presença de apenas um cromossomo
sexual X, o que dá origem ao seguinte cariótipo 45, X. Por isso, afeta apenas indivíduos de sexo feminino.
A doença acomete 1 a cada 3.000 nascimentos de mulheres. Além disso, a taxa de aborto pode chegar a
até 97%.
Albinismo
O albinismo é uma doença de caráter autossômico recessivo. Ele compromete a produção da melanina, o
pigmento responsável pela coloração da pele, olhos e pelos. Por isso, as pessoas afetadas apresentam a
pele bastante branca, além de cabelos e olhos claros.
Fenilcetonúria
A fenilcetonúria é uma herança autossômica recessiva. A doença impede a metabolização do aminoácido
fenilalanina, o qual acumula-se no sangue e pode comprometer algumas funções do organismo,
principalmente no cérebro.
Progeria
A progeria manifesta-se na infância e caracteriza-se por ser um envelhecimento acelerado, o qual pode
ser até 7 vezes mais rápido do que o natural. Estima-se que atinja 1 a cada 8 milhões de nascidos. É comum
que as pessoas com a doença vivam até aos 15 anos de idade.
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O genoma traz codificado no DNA dos seus 46 cromossomos as instruções que irão afetar, não
apenas sua estrutura, seu tamanho, sua cor e outros atributos físicos, como também sua inteligência, sua
suscetibilidade a doenças, seu tempo de vida e até alguns aspectos de seu comportamento.
O padrão genético do ser humano contém aproximadamente 3 bilhões de pares de bases químicas.
Decifrar o código genético é compreender as dezenas de milhares de genes que compõem o DNA humano,
tarefa que necessita de muitos pesquisadores empenhados, auxiliados por máquinas de última geração –
o que implica, também, recursos financeiros.
Objetivos
Identificação de genes para doenças, para assim promover diagnósticos e tratamentos precoces.
Assim, mediante o método da terapia gênica, por exemplo, cresce o potencial para o tratamento, e até
mesmo para a cura, de determinadas doenças genéticas ou adquiridas como câncer, por meio do uso de
genes normais para suplementar ou substituir os genes defeituosos.
Identificação de genes para propensão a doenças, para descobrir os genes que aumentam o risco
de alguém ter determinada doença. Um exemplo pertinente é a doença degenerativa esclerose lateral
amiotrófica, que o físico Stephen Hawking possuía, na qual determinados genes, combinados com fatores
ambientais levaram a doença a aparecer. Dessa forma, com o conhecimento dos genes e os distúrbios
que eles propiciam, é possível evitar seu desenvolvimento. Resultados
Resultados imediatos
Foram sequenciados todos os genes, em torno de 25.000 e constituindo pouco mais de 20% do
material genético total humano. Por limitações tecnológicas, cerca de 1% do genoma não pode ser
sequenciado por possuir muitas repetições de bases nitrogenadas (centrómeros e telómeros dos
cromossomas, p. ex.). Também é importante ressaltar que a maior parte do genoma humano parece não
ser codificante e existe provavelmente por razões estruturais e regulatórias.
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Resultados gerais
O PGH já completou a descoberta de mais de 1800 genes de doença, assim como facilita a
identificação de outros genes associados a doenças. Além disso, pelo menos 350 produtos biotecnológicos
resultantes dos conhecimentos gerados pelo PGH estariam passando por ensaios clínicos. As ferramentas
desenvolvidas no PGH continuam servindo para caracterizar genomas de outros organismos importantes.
A eugenia, que é a eliminação de defeitos genéticos em uma população, poderia aumentar, sendo
ela conhecida desde os tempos de Esparta, onde os bebês defeituosos eram jogados em um precipício,
como também na Alemanha de Hitler, onde houve o extermínio nazista.
Conclusão
O Projeto Genoma Humano foi concluído em 2013 e até hoje tem alguns resultados. Foram
encontrados cerca de 25 mil genes, mas não se conhece profundamente nem a maioria deles. O PGH foi
concluído, mas iniciou-se uma nova fase, o Projeto Proteoma, para a descoberta do conjunto de proteínas,
objetivando identificar a função de cada gene, ou seja, a proteína codificada de cada gene. Ademais,
também existe o Projeto Metaboloma, que visa identificar o papel metabólico das proteínas, as vias
metabólicas que elas possuem.
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Sistema Esquelético
O sistema esquelético é constituído de ossos e cartilagens, além dos ligamentos e tendões. O
esqueleto é responsável por sustentar e dar forma ao corpo. Ele também protege os órgãos internos e
atua em conjunto com os sistemas muscular e articular para permitir o movimento.
Outras funções são a produção de células sanguíneas na medula óssea e armazenamento de sais
minerais, como o cálcio. O osso é uma estrutura viva, muito resistente e dinâmica pois tem a capacidade
de se regenerar quando sofre uma fratura.
O esqueleto humano é composto por 206 ossos com diferentes tamanhos e formas. Eles podem
ser longos, curtos, planos, suturais, sesamoides ou irregulares.
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Os ossos dos membros inferiores são responsáveis pela sustentação do corpo e movimentação.
Para isso, eles têm de suportar o peso e manter o equilíbrio.
Ossos do
Características
membro inferior
Fêmur É o osso mais longo do corpo. Tem a cabeça arredondada para encaixar na pelve.
Fíbula É um osso mais fraco, ligado com a tíbia ajuda a mover o pé.
Ossos do pé Os pés têm 26 ossos divididos em: tarsos (7), metatarsos (5) e falanges (14).
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A característica principal dos movimentos das mãos é a ação de pinça, graças ao polegar opositor.
Essa condição permite a realização de trabalhos mais delicados e com maior precisão. Isso possibilita a
escrita, construção de ferramentas, desenhos, entre outras atividades. Em relação a estrutura óssea, a
mão é dividida em três regiões distintas: carpo, metacarpo e falange.
As falanges correspondem aos dedos polegar, indicador, médio, anular e auricular. Ao total,
temos 14 falanges.
As falanges articulam-se com os ossos do metacarpo.
Cada dedo apresenta três falanges. O polegar tem apenas duas falanges.
O crânio é uma caixa óssea que tem como função proteger o cérebro e os órgãos do olfato, da visão
e da audição, além dos órgãos externos do sistema respiratório e digestório. Ele é formado por 28 ossos.
É um dos componentes do sistema esquelético da cabeça e está localizada na parte superior do corpo e
unida ao pescoço.
Funções do crânio
As principais funções do crânio são:
O processo de formação óssea se inicia por volta das primeiras 6 semanas de vida e termina
no início da vida adulta. No entanto, o osso sofre continuamente um processo de remodelação, onde
parte do tecido existente é reabsorvido e novo tecido é formado.
No entanto, nesse processo são produzidas lacunas e pequenos canais que aprisionam os
osteoblastos na matriz óssea. Essa ação transforma os osteoblastos em osteócitos, que são essas
células presentes no osso já formado. Outro tipo de células ósseas, os osteoclastos, são responsáveis
por absorver o tecido ósseo formado. Os osteoclastos agem na porção central da matriz óssea e
formam o canal o medular.
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Em situações em que os ossos são submetidos à pressão maior do que a sua resistência, eles
podem se romper. As fraturas podem acontecer também por estresse, quando pequenas pressões
atuam repetidamente no local. Outra situação que pode causar fraturas é por doença, como é o caso
da osteoporose, condição em que o osso sofre desmineralização perdendo cálcio para o sangue. Na
superfície do local em que ocorreu a fratura é formado um coágulo de sangue, morrem células e a
matriz óssea é destruída.
Uma intensa vascularização toma conta do local e há proliferação de células precursoras das
células ósseas originando um tecido reparador, nessa região é formado um calo ósseo. Dependendo
do tratamento e das atividades realizadas pela pessoa, com o passar do tempo, o calo será substituído
pelo osso esponjoso e, mais tarde pelo osso compacto, reconstituindo o tecido como era antes.
Pela forma, os ossos são classificados em cinco principais tipos: longos, curtos, planos,
irregulares e sesamoides.
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Articulações
As articulações são junções entre os ossos. Três tipos de articulações são identificadas em
humanos:
• Fibrosas (sinartroses): ossos unidos por um tecido conjuntivo fibroso (os exemplos incluem as
suturas de alguns ossos do crânio, as ligações fibrosas entre alguns ossos longos e as gonfoses (dentes na
mandíbula e na maxila);
• Cartilagíneas (anfiartroses): ossos unidos por uma cartilagem ou por uma cartilagem e um tecido
fibroso; inclui os tipos primária, sincondrose (cartilagem epifisial dos ossos em crescimento) e secundária,
sínfise (disco intervertebral entre as vértebras adjacentes da coluna vertebral);
• Sinoviais (diartroses): ossos unidos por uma cavidade articular preenchida com líquido sinovial e
revestida por uma cápsula, com uma cartilagem articular revestindo as superfícies opostas.
Geralmente, quanto mais movimento ocorre em uma articulação, maior é a vulnerabilidade desta
articulação em sofrer uma lesão ou deslocamento. As articulações que permitem pouco ou nenhum
movimento oferecem maior sustentação e resistência.
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Sistema Muscular
O Sistema Muscular é o conjunto de músculos que nos permite movimentação do esqueleto,
produção de calor, postura e sustentação do corpo. Existem dois tipos de tecidos musculares - liso e
estriado, sendo o estriado dividido em estriado cardíaco e estriado esquelético.
Músculo liso: fibras alongadas, sem estriações, fusiformes, núcleo centralizado e movimentos
involuntários. Ex: órgãos internos.
Músculo estriado cardíaco: fibras estriadas ramificadas, núcleo centralizado e discos intercalares,
contração rítmica involuntária. Ex: coração.
O movimento dos músculos é controlado pelo sistema nervoso. Existem mais de 600 músculos no
corpo humano, variando entre 600 a 630. O sistema nervoso recebe as informações do corpo e reage de
acordo com elas. Facilmente se percebe que qualquer problema ou alteração existente no corpo afeta o
sistema nervoso.
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Tipos de musculatura:
Tipos de controle:
a. Voluntário
b. Involuntário
c. Hormonal
Contração Muscular
O cérebro envia sinais, através do sistema nervoso, para o neurônio motor que está em contato
com as fibras musculares. Quando próximo da superfície da fibra muscular, o axônio perde bainha de
mielina e dilata-se, formando a placa motora. Os nervos motores se conectam aos músculos através das
placas motoras. Com a chegada do impulso nervoso, as terminações axônicas do nervo motor lançam
sobre suas fibras musculares a acetilcolina, uma substância neurotransmissora.
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A contração muscular segue a "lei do tudo ou nada". Ou seja: a fibra muscular se contrai
totalmente ou não se contrai. Se o estímulo não for suficiente, nada acontece. Para que o
músculo se movimente ele precisa ser inervado. Essa inervação é realizada por um neurônio
motor somático.
Existem dois fatores importantes para que a contração se inicie e permaneça: íons Ca2+ e
moléculas de ATP (energia). O cálcio está armazenado no retículo sarcoplasmático e o ATP é produzido
pelas mitocôndrias em um metabolismo aeróbico, ou também no citoplasma através do metabolismo
anaeróbico fermentativo ou por ação da enzima creatina cinase sobre a fosfocreatina. Tendo íons cálcio
e moléculas de ATP no citoplasma, com livre acesso aos miofilamentos que constituem os sarcômeros, a
contração se inicia.
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Sistema Tegumentar
Sistema tegumentar é o conjunto de estruturas que formam o revestimento externo dos seres
vivos. Esse revestimento externo é chamado de tegumento ou integumento e nos vertebrados também é
chamado de pele. O sistema tegumentar é composto pela pele e anexos (glândulas, unhas, cabelos, pelos
e receptores sensoriais) e tem importantes funções, sendo a principal agir como barreira, protegendo o
corpo da invasão de microrganismos e evitando o ressecamento e perda de água para o meio externo.
Funções do Tegumento
Envolve e protege os tecidos e órgãos do corpo;
Protege contra a entrada de agentes infecciosos;
Evita que o organismo desidrate;
Controla a temperatura corporal, protegendo contra mudanças bruscas de temperatura;
Participa da eliminação de resíduos, agindo como sistema excretor também;
Atua na relação do corpo com o meio externo através dos sentidos, trabalhando em conjunto com
o sistema nervoso;
Armazena água e gordura nas suas células.
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O suor é produzido dentro das glândulas em quantidade que chega a 10 litros por dia. Apesar da
composição aquosa e ser inodoro, o suor pode cheirar mal ao entrar em contato com as bactérias
presentes na pele. A transpiração é um processo constante. No verão, um adulto pode perder, em média,
entre 2 e 2,5 litros de água pelo suor. Homens geralmente suam mais do que as mulheres, pois as
glândulas masculinas são mais ativas.
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Sistema Endócrino
O sistema endócrino é um conjunto de glândulas. Estas glândulas secretam variadas hormonas,
que viajam para órgãos alvo específicos através da corrente sanguínea. As hormonas têm funções
específicas, como regular o crescimento, o metabolismo, a temperatura e o desenvolvimento reprodutivo.
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Hipotálamo e Hipófise
O hipotálamo conecta o sistema
nervoso ao sistema endócrino sintetizando
a secreção de neuro hormônios (também
chamado de "liberador de hormônios")
sendo necessário no controle da secreção
de hormônios da glândula pituitária —
entre eles, liberação da gonadotropina
(GnRH). Os neurônios que secretam GnRH
são ligados ao sistema límbico, que está
envolvido principalmente no controle das
emoções e atividade sexual. O hipotálamo
também controla a temperatura corporal, a fome, sede, e os ciclos circadianos.
Hipófise (também denominada glândula pituitária) é uma glândula endócrina com cerca de
1 cm de diâmetro alojada na sela túrcica (A sela turca protege a hipófise, mas deixa um espaço
bem pequeno para expansão) ou fossa hipofisária do osso esfenoide na base do cérebro. Está
localizada abaixo do hipotálamo e posteriormente ao quiasma óptico, sendo ligada ao hipotálamo
pela haste pedúnculo hipofisário ou infundíbulo, é envolvida pela dura-máter (exceto o
infundíbulo). A hipófise é considerada uma "glândula mestra", pois secreta hormônios que
controlam o funcionamento de outras glândulas, sendo grande parte de suas funções reguladas
pelo hipotálamo.
Tireoide e Paratireoide
A tireoide é uma glândula localizada na região anterior do pescoço, formada por dois lobos
e o istmo, que liga o lobo esquerdo com o direito, fazendo com que a glândula tenha um formato
semelhante ao de uma borboleta. As paratireoides são quatro glândulas, localizadas atrás da
tireoide. Produzem um hormônio que controla a quantidade de cálcio presente no sangue.
Disfunções na produção do paratormônio (PTH) podem gerar a hipercalcemia (excesso de cálcio)
ou a hipocalcemia (deficiência de cálcio).
Glândula Suprarrenal
Elas são glândulas endócrinas, responsáveis pela produção de importantes hormônios, tais
como a adrenalina e noradrenalina, que atuam em vários órgãos e participam do funcionamento
do organismo. Na glândula suprarrenal são reconhecidas duas regiões distintas a medula e o
córtex.
Elas são glândulas endócrinas, responsáveis pela produção de importantes hormônios, tais como
a adrenalina e noradrenalina, que atuam em vários órgãos e participam do funcionamento do organismo.
Na glândula suprarrenal
Hormônios das glândulas adrenais: Os principais hormônios produzidos e liberados pelas glândulas
adrenais são:
Aldosterona: Atua no equilíbrio dos líquidos, especialmente de sódio e potássio no plasma
sanguíneo.
Cortisol: Conhecido como o "hormônio do estresse", é responsável por controlar o estresse e atua
na manutenção dos níveis de açúcar no sangue e da pressão arterial.
Adrenalina: Atua como um mecanismo de defesa do organismo, preparando-o para uma situação
de emergência, especialmente em situações de estresse.
Noradrenalina: Contribui na preparação do corpo para uma determinada ação em momentos de
sustos, surpresas ou fortes emoções.
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Pâncreas
A O pâncreas é uma glândula que faz parte do sistema digestivo e endócrino. O pâncreas
produz o suco pancreático que age no processo digestivo, pois possui enzimas digestivas. Esta
glândula também é responsável pela produção de hormônios como, por exemplo, insulina,
somatostatina e glucagon. O pâncreas é formado por três partes básicas: cabeça, corpo e cauda.
A cabeça é porção mais volumosa do pâncreas.
Pelo fato do pâncreas apresentar duas porções, a exócrina e a endócrina, cada uma delas
possui funções diferenciadas.
Hormônios da Puberdade
Na puberdade, ocorre estímulo na produção de testosterona, nos meninos, e de
progesterona e estrogênio, nas meninas. Puberdade é o nome dado ao período de transição entre
a infância e a fase adulta e acontece em meninas entre os 8 e 13 anos de idade e em meninos
entre 9 e 14 anos. Essa fase é marcada, principalmente, pelo desenvolvimento dos caracteres
sexuais secundários e o início da fase reprodutiva, tanto do homem quanto da mulher. Nas
meninas, o primeiro sinal da puberdade é o surgimento do chamado broto mamário, enquanto
que nos meninos é o aumento dos testículos.
- A gastrina faz com que o estômago produza ácido que dissolve e digere alguns alimentos.
Também é necessária para o crescimento normal da mucosa do estômago, intestino delgado e cólon.
- A secretina faz com que o pâncreas secrete um suco digestivo rico em bicarbonato. Estimula o
estômago a produzir pepsina, uma enzima que digere as proteínas, e o fígado para que produza bile.
- A colecistocinina faz com que o pâncreas se desenvolva e produza as enzimas do suco pancreático
e faz com que a vesícula biliar se esvazie.
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Sistema Digestório
O sistema digestório é o sistema do corpo humano responsável por garantir o processamento do
alimento que ingerimos, promovendo a absorção dos nutrientes nele contidos e a eliminação do material
que não será utilizado pelo corpo. Esse processamento é garantido graças à ação dos vários órgãos que
compõem o canal alimentar, bem como pela presença de glândulas acessórias, que sintetizam substâncias
que são essenciais no processo de digestão.
Os órgãos que compõem o sistema digestório são a boca, a faringe, o esôfago, o estômago, o
intestino delgado, o intestino grosso e o ânus. Já as glândulas acessórias desse sistema são as glândulas
salivares, o pâncreas e o fígado.
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Os órgãos que compõem o sistema digestório são a boca, a faringe, o esôfago, o estômago, o
intestino delgado, o intestino grosso e o ânus. Já as glândulas acessórias desse sistema são as glândulas
salivares, o pâncreas e o fígado.
→ Boca
A boca é o local onde a digestão começa. Nossos dentes promovem a digestão mecânica, garantindo que
o alimento seja rasgado, amassado e triturado. Além da atuação dos dentes, o alimento na boca sofre a
ação da saliva, a qual é secretada pelas glândulas salivares. A saliva contém a enzima amilase, também
conhecida por ptialina, que promove o início da digestão dos carboidratos. A língua também é importante
nessa etapa, garantindo que o alimento se misture à saliva e forme o chamado bolo alimentar. É a língua
também que ajuda na deglutição do bolo alimentar, empurrando-o em direção à faringe.
→ Faringe
Esse órgão é comum ao sistema digestório e respiratório, abrindo-se em direção à traqueia e ao esôfago.
O bolo alimentar segue da faringe para o esôfago.
→ Esôfago
É o órgão tubular e musculoso que conecta a faringe com o estômago. O bolo alimentar atinge o estômago
graças às contrações do músculo liso que forma o esôfago. Essas contrações são chamadas de contrações
peristálticas.
→ Estômago
No estômago, o bolo alimentar transforma-se em quimo após ser misturado com o suco gástrico. No
estômago, o bolo alimentar transforma-se em quimo após ser misturado com o suco gástrico. O estômago
é o órgão dilatado do sistema digestório e está localizado logo abaixo do diafragma. Nesse órgão, o bolo
alimentar sofre a ação do suco digestivo, chamado suco gástrico, que é a ele misturado graças à atividade
muscular do órgão. Nesse momento, o bolo alimentar passa a ser chamado de quimo. O suco gástrico
apresenta entre seus componentes a pepsina, que atua na digestão de proteínas, e o ácido clorídrico, que
torna o pH do estômago baixo e promove a ativação da pepsina. Geralmente, o ácido clorídrico e a pepsina
não causam irritação na parede do estômago, pois esta apresenta um muco que a reveste. Além disso, há
a renovação constante das células que revestem o interior do estômago.
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→ Intestino delgado
Trata-se da porção mais longa do sistema digestório, apresentando cerca de 6 m de comprimento. Possui
três segmentos: o duodeno, o jejuno e o íleo. Nessa porção do sistema digestório, a digestão é finalizada
e há absorção de nutrientes. O órgão é responsável pela maior parte do processo de digestão.
Na primeira porção, chamada de duodeno, o quimo, vindo do estômago, sofre a ação das secreções
pancreáticas (suco pancreático), da bile e de secreções produzidas pelo próprio intestino delgado (suco
entérico ou intestinal). A secreção pancreática, rica em bicarbonato, ajuda a neutralizar a acidez do quimo.
Além disso, apresenta enzimas diversas, como a tripsina e a quimiotripsina, que atuam nas proteínas.
A bile, produzida pelo fígado e armazenada na vesícula biliar, atua como emulsificante, facilitando a
digestão dos lipídios. Já a secreção produzida pelo intestino delgado é rica em enzimas, como a
aminopeptidase (atua nos aminoácidos), nucleosidases e fosfatases (agem nos nucleotídeos).
→ Intestino grosso
Com cerca de 1,5 m de comprimento, esse órgão é responsável pela absorção de água e formação da
massa fecal. Além disso, divide-se em ceco, cólon e reto. No ceco, observa-se uma projeção chamada de
apêndice, bastante conhecida por sua inflamação (apendicite). O reto termina em um estreito canal –
chamado de canal anal –, o qual se abre para o exterior no ânus, por onde as fezes são eliminadas.
As glândulas acessórias do sistema digestório liberam secreções que participam do processo de digestão.
São elas:
Glândulas salivares: responsáveis pela produção da saliva, uma substância rica em água, mas que
também apresenta outros componentes, como enzimas e glicoproteínas. A saliva ajuda a lubrificar o bolo
alimentar e também possui ação antibacteriana.
Pâncreas: glândula mista, ou seja, possui funções endócrinas e exócrinas. Sua porção exócrina é
responsável pela produção do suco pancreático, que apresenta uma série de enzimas que atuam na
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digestão, além de bicarbonato, que neutraliza a acidez do quimo. A porção endócrina do pâncreas é
responsável pela produção dos hormônios insulina e glucagon.
Fígado: segundo maior órgão do corpo humano, perdendo apenas para a pele. Atua em diversas
funções no organismo, porém, na digestão, seu papel é garantir a produção da bile, uma substância que
é armazenada na vesícula biliar e, posteriormente, é lançada no duodeno. A bile atua na emulsificação de
gorduras, funcionando como uma espécie de detergente, facilitando a ação das enzimas responsáveis
pela quebra de gordura.
Sistema Respiratório
O sistema respiratório é o sistema responsável
por garantir a captação de oxigênio do meio ambiente e
a liberação do gás carbônico. Além disso, esse sistema
está relacionado com o olfato, ou seja, nossa capacidade
de permitir odores e relacionado também com a fala,
devido à presença das chamadas pregas vocais em um
dos órgãos do sistema respiratório.
Os órgãos do sistema respiratório são: fossas nasais, faringe (nasofaringe), laringe, traqueia,
brônquios, bronquíolos, alvéolos e pulmões. Veja a seguir um pouco mais a respeito de cada um desses
importantes órgãos:
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Fossas nasais: o primeiro local por onde o ar passa. Nelas é possível observar três regiões: o vestíbulo, a
área respiratória e a área olfatória. O vestíbulo é a parte anterior e dilatada das fossas nasais, a qual se
comunica com o meio exterior. A região respiratória corresponde à maior parte das fossas nasais. Por fim,
temos a área olfatória que corresponde à parte superior das fossas nasais, a qual é rica em
quimiorreceptores de olfação.
Traqueia: é um tubo formado por cartilagens hialinas em formato de C, logo depois da laringe. A
traqueia ramifica-se dando origem a dois brônquios, denominados de brônquios primários.
Pulmões: são órgãos em formato de cone que apresentam consistência esponjosa e apresenta
maior parte de seu parênquima formado pelos alvéolos, sendo estimada a presença de cerca de 300
milhões de alvéolos nos pulmões. Cada pulmão é revestido por uma membrana chamada de pleura. O
pulmão de uma criança, geralmente, apresenta a coloração rósea, enquanto do adulto pode ter uma
coloração mais escura devido à maior exposição à poeira e à fuligem.
Brônquios: são ramificações da traqueia, que penetram cada um em um pulmão, pela região do
hilo. Esses brônquios, denominados de brônquios primários ou principais, penetram pelos pulmões e
ramificam-se em três brônquios no pulmão direito e dois no pulmão esquerdo. Esses brônquios,
chamados de secundários ou lobares, ramificam-se dando origem a brônquios terciários ou segmentares,
que se ramificam dando origem aos bronquíolos.
Bronquíolos: são ramificações dos brônquios, possuem diâmetro de cerca de 1 mm e não possuem
cartilagem. Esses também se ramificam, formando os bronquíolos terminais e, posteriormente, os
bronquíolos respiratórios. Os bronquíolos respiratórios marcam a transição para a parte respiratória e
abrem-se no chamado ducto alveolar.
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Alvéolos pulmonares: são estruturas que fazem parte da última porção da árvore brônquica e
estão localizadas no final dos ductos alveolares. São semelhantes a pequenas bolsas, apresentam uma
parede epitelial fina e são o local onde ocorrem as
trocas gasosas. Geralmente, os alvéolos estão
organizados em grupos chamados de saco alveolar.
Sistema Cardiovascular
O sistema cardiovascular, também chamado de sistema circulatório, é o sistema responsável por
garantir o transporte de sangue pelo corpo, permitindo, dessa forma, que nossas células recebam, por
exemplo, nutrientes e oxigênio. Esse sistema é formado pelo coração e pelos vasos sanguíneos.
A circulação nos seres humanos é denominada de circulação dupla, uma vez que se observa a
presença de dois circuitos: a circulação sistêmica ou grande circulação e a circulação pulmonar ou
pequena circulação:
Circulação sistêmica ou grande circulação: Diz respeito ao circuito que o sangue faz
partindo do coração em direção aos vários tecidos do corpo e depois retornando a esse
órgão. Ao chegar do pulmão, o sangue é impulsionado para o corpo. Nos capilares, são
feitas as trocas gasosas, e o sangue, agora rico em gás carbônico e pobre em oxigênio,
retorna ao coração.
Circulação pulmonar ou pequena circulação: Diz respeito ao circuito realizado pelo
sangue do coração aos pulmões e seu retorno ao coração. Nesse circuito, o sangue sai
pobre em oxigênio do coração, segue para o pulmão, onde é oxigenado, e retorna ao
coração.
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Os vasos sanguíneos são um grande sistema de tubos fechados por onde o sangue circula. Os três
principais vasos sanguíneos encontrados no corpo são as artérias, veias e os capilares. Veja, a seguir,
algumas características básicas desses três vasos:
Artérias: As artérias são vasos que levam o sangue, a partir do coração, para os órgãos e tecidos
do corpo. Nesses vasos, o sangue corre em alta pressão. As artérias ramificam-se em arteríolas.
Capilares: São vasos sanguíneos muito delgados que garantem a troca de substâncias entre o
sangue e os tecidos do corpo.
Veias: Os capilares sanguíneos convergem para as chamadas vênulas, as quais convergem para as
veias. As veias são os vasos que garantem que o sangue retorne ao coração. Nesses vasos, o sangue
corre em baixa pressão e para evitar o refluxo do sangue as veias são dotadas de valvas.
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Sistema Linfático
O sistema linfático atua garantindo o
retorno do fluido contido nos tecidos circundantes
para o sangue. Esse fluido, quando entra no
sistema linfático, é chamado de linfa e possui uma
circulação unidirecional, indo sempre em direção
ao coração. O sistema é formado pelos capilares
linfáticos, vasos linfáticos, ductos linfáticos e
linfonodos. Quando o líquido presente nos
espaços teciduais não é devidamente captado
pelo sistema linfático, temos a formação dos
edemas. Na elefantíase, o edema formado
provoca uma grande deformidade no órgão
atingido.
Os capilares sanguíneos perdem para os tecidos circundantes uma grande quantidade de líquido
bem como uma pequena porção de proteínas. Em condições normais, a saída de líquidos dos capilares é
maior do que sua absorção. Desse modo, o líquido e as proteínas que ficam em excesso nos tecidos são
retirados e devolvidos ao sangue por meio do sistema linfático, formado por uma rede de canais
interligados.
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O baço, as tonsilas e o timo são três órgãos intimamente relacionados com o sistema
linfático. Neles se observa-se a presença de grande quantidade de tecido linfoide, que, dentre
outras características, destaca-se pela presença de linfócitos. O baço está relacionado com funções
como destruição de hemácias velhas e participação na resposta imune. As tonsilas, por sua vez,
atuam na proteção da entrada do sistema digestório e respiratório contra micro-organismos. Por
fim, o timo é o órgão em que os linfócitos T completam sua maturação.
Edema
Sistema Nervoso
O sistema nervoso é a parte do organismo que transmite sinais entre as suas diferentes partes e
coordena as suas ações voluntárias e involuntárias. Na maioria das espécies animais, constitui-se de duas
partes principais: o sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico. Ele é composto por um tipo
especial de tecido denominado tecido nervoso, o qual possui como tipos celulares os neurônios e as
chamadas células da glia. É responsável por captar, processar e gerar respostas diante dos estímulos aos
quais somos submetidos. É devido à presença desse sistema que somos capazes de sentir e reagir a
diferentes alterações que ocorrem em nossa volta e mesmo no interior do nosso corpo.
Medula espinhal
A medula espinhal, também chamada medula espinal, é uma estrutura em formato cilíndrico que
está localizada no interior da coluna vertebral. Nessa estrutura, observa-se a substância branca localizada
mais externamente e a substância cinzenta central formando a letra H.
A medula espinhal está relacionada com o ato reflexo, que se caracteriza por ser uma resposta
rápida e involuntária diante de algum estímulo, como tirar a mão ao encostar em uma chapa quente.
Nesses reflexos o encéfalo não está envolvido, o que significa que a medula espinhal pode atuar
de maneira independente. O ato reflexo é constituído basicamente por dois tipos de neurônios,
um aferente e um eferente.
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Neurônio
Sinapses
Sabemos que os impulsos nervosos devem passar de uma célula à outra para que ocorra
uma resposta a um determinado sinal. Para que isso ocorra, é necessária a presença de uma região
especializada, que recebe o nome de sinapse. Ela pode ser definida como a região de proximidade
entre a extremidade de um neurônio e uma célula vizinha, onde os impulsos nervosos são
transformados em impulsos químicos em decorrência da presença de mediadores químicos.
Sistema Urinário
O Aparelho urinário ou sistema urinário é um conjunto de órgãos envolvidos com a formação,
armazenamento temporário e eliminação da urina. O aparelho é formado por dois rins, dois ureteres,
uma bexiga e uma uretra. Os materiais inúteis ou prejudiciais ao funcionamento do organismo, não são
assimilados, sendo assim eliminados.
Os órgãos do sistema urinário são: dois rins, dois ureteres, a bexiga urinária e a uretra. Eles atuam
de maneira conjunta, garantindo a filtração do sangue, a produção da urina e sua eliminação.
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Rins
Os rins são encontrados em número de dois no nosso corpo, sendo eles os órgãos
responsáveis pela produção da urina. Estão localizados junto à parede posterior do abdômen,
abaixo do diafragma. Possuem cerca de 10 cm de comprimento, peso aproximado de 120 a 280 g
e formato que lembra um feijão, apresentando uma borda convexa e uma borda côncava. Na parte
côncava, é possível observar uma região denominada de hilo, local onde entram e saem vasos
sanguíneos, entram nervos e saem os ureteres.
Ureteres
Os ureteres são ductos que levam a urina do rim para a bexiga. São encontrados em nosso corpo dois
ureteres, cada um partindo de um dos rins. Em média, os ureteres apresentam de 25 a 30 cm de
comprimento e 4 a 5 mm de diâmetro.
Bexiga urinária
A bexiga urinária é um órgão muscular oco que serve de reservatório para a urina e gradativamente
distende-se conforme esse produto acumula-se. Há músculos próximos ao local de junção entre a uretra
e a bexiga, que atuam regulando a micção.
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Uretra
A uretra é um órgão que garante a eliminação da urina para o meio externo. No homem, a uretra
apresenta um comprimento médio de 20 cm e pode ser dividida em três porções: prostática, membranosa
e cavernosa ou peniana. A prostática passa próxima à bexiga e no interior da próstata, a membranosa
possui apenas um centímetro de extensão e conecta-se com a cavernosa, que se localiza no interior do
corpo cavernoso do pênis. A uretra da mulher apresenta cerca de 4 cm de comprimento.
Néfron
As unidades funcionais dos rins são os chamados néfrons, os quais são constituídos pelo
corpúsculo renal e pelos túbulos renais. O corpúsculo renal, também chamado de corpúsculo de
Malpighi, é formado por um glomérulo (enovelado de capilares) envolvido por uma cápsula
(cápsula de Bowman). Os túbulos renais partem da cápsula e apresentam-se como uma sequência
de túbulos: túbulo proximal, alça de Henle e túbulo distal. Esse último abre-se no ducto coletor.Os
néfrons são classificados em corticais e justamedulares. Os néfrons corticais são aqueles que
apenas uma porção adentra a medula renal, enquanto os néfrons justamedulares estendem-se
mais profundamente na medula.
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Formação da Urina
A formação da urina ocorre na região dos rins chamadas de néfrons. Inicialmente, ocorre
o processo de filtração no interior do corpúsculo renal. O sangue que chega aos glomérulos está
em alta pressão e o glomérulo atua como uma membrana semipermeável, garantindo que parte
do plasma passe para o interior da cápsula (filtração).
Após passar pelo túbulo renal, a urina segue para o ducto coletor, que leva o composto até
a pelve renal (porção superior do ureter), saindo do rim, portanto, via ureter. Como dito
anteriormente, do ureter, a urina segue até a bexiga, onde é armazenada e depois eliminada pela
uretra.
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Sistema Reprodutor
O aparelho reprodutor, sistema reprodutor ou sistema genital é um sistema de órgãos dentro de
um organismo que trabalham em conjunto com a finalidade de reprodução. Muitas substâncias não-vivas,
tais como fluidos, hormônios e feromônios também são acessórios importantes para o sistema
reprodutivo.
Mama Feminina
As mamas são dois órgãos localizados na porção anterior e superior do tórax. Nas mamas
são encontradas glândulas responsáveis pela lactação, portanto, são órgãos intimamente
relacionados com a reprodução.
Testículos: são as gônadas masculinas e estão localizados dentro do saco escrotal, também
conhecido como escroto. Eles são formados por vários tubos enrolados chamados de túbulos
seminíferos, nos quais os espermatozoides serão produzidos. Além de produzir os gametas, é nos
testículos que ocorre a produção da testosterona, hormônio relacionado, entre outras funções,
com a diferenciação sexual e a espermatogênese.
Epidídimo: após saírem dos túbulos seminíferos, os espermatozoides seguem para o epidídimo,
formado por tubos espiralados. Nesse local os espermatozoides adquirem maturidade e tornam-
se móveis.
Uretra: é o ducto que se abre para o meio externo. Ela percorre todo o pênis e serve de local
de passagem para o sêmen e para a urina, sendo, portanto, um canal comum ao sistema
urinário e reprodutor.
Vesículas seminais: no corpo masculino observa-se a presença de duas vesículas seminais, as quais
formam secreções que compõem cerca de 60% do volume do sêmen. Essa secreção apresenta
várias substâncias, incluindo frutose, que serve de fonte de energia para o espermatozoide.
Próstata: secreta um fluido que também compõe o sêmen. Essa secreção contém enzimas
anticoaguladoras e nutrientes para o espermatozoide.
Pênis: é o órgão responsável pela cópula. Ele é formado por tecido erétil que se enche
de sangue no momento da excitação sexual. Além do tecido erétil, no pênis é possível observar a
passagem da uretra, pela qual o sêmen passará durante a ejaculação.
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