Direito Penal e Teoria Do Crime CC-1
Direito Penal e Teoria Do Crime CC-1
Direito Penal e Teoria Do Crime CC-1
Trabalho 01: (até 02 pontos) (no mínimo 40 linhas) (Arial, 12, espaço 1,5).
Modelo de Resposta:
a) “Não haverá crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal.”
Taxatividade
A taxatividade da lei penal citada está em consonância com a tipicidade formal
(tema de teoria do crime): a lei descreve com precisão o conteúdo mínimo de
uma conduta considerada criminosa e impõe uma sanção para quem praticá-la.
Um desdobramento lógico da taxatividade é a proibição da analogia in malam
partem, que poderia ampliar a figura típica, o que prejudicaria o réu e a
segurança jurídica. Ex. Feminicídio – art. 121, §2º, VI (“contra a mulher por
razões da condição de sexo feminino”), do CP.
Lembro que a analogia in bonam partem, por favorecer o réu, não é proibida.
Legalidade ou Reserva legal?
A maioria da doutrina considera sinônimo o princípio da reserva legal e da
legalidade. Legalidade é a forma citada pela maioria dos editais de concurso,
por isso preferimos esse tratamento conjunto.
A doutrina, portanto, orienta-se maciçamente no sentido de não haver diferença
conceitual entre legalidade e reserva legal (CAPEZ, 2018) .
Entretanto, a melhor técnica é adotar reserva legal ou legalidade em sentido
estrito, tendo em vista que legalidade (art. 5º, II, da CF) se refere a qualquer
espécie normativa descrita no art. 59 da CF.
Legalidade Formal: O princípio da legalidade não exige apenas que uma lei
discipline a conduta que se pretende prescrever. Esse é o aspecto formal do
princípio. O Estado é regido pela lei, porém é, antes de tudo, pela Lei
Fundamental, que é a Constituição.
Uma obrigação, para ser imposta ao cidadão (art. 5º, II, CF), deve estar
prevista em lei e em harmonia com a Constituição. A Carta Magna de 1988
prescreve vários direitos e garantias fundamentais que são invioláveis, tanto
por uma conduta quanto por qualquer ato normativo.
Legalidade Material: Ora, uma lei não deve ser obedecida apenas por ser lei.
Sua natureza não lhe confere uma aura de inquestionabilidade e de exigência
de obediência incondicional. Para que uma lei seja válida e possa produzir os
efeitos pretendidos pelo legislador, ela deve seguir os trâmites legais para a
sua criação, bem como deve estar em consonância com a Lei Maior em seu
aspecto material.
Ninguém, agora, poderia ser privado de seus bens e de sua liberdade senão
em razão da lei escrita e prévia. Estamos diante de um verdadeiro espectro de
proteção do indivíduo frente à ação do estado. Esse é o núcleo da origem
histórica do postulado da legalidade em matéria penal.