A Relação Jurídica Tributária.1.1
A Relação Jurídica Tributária.1.1
A Relação Jurídica Tributária.1.1
DEFINIÇÃO
1. O SUJEITO ATIVO
Artigo 1.º
Natureza
1. A Autoridade Tributária e Aduaneira, abreviadamente designada por AT, é um serviço da administração
direta do Estado dotado de autonomia administrativa.
2. A AT dispõe ainda de unidades orgânicas desconcentradas de âmbito regional, designadas por direções de
finanças e alfândegas, e de âmbito local, designadas por serviços de finanças, delegações e postos aduaneiros.
AS “DEMAIS ENTIDADES PÚBLICAS”
Atos jurídicos
Atos individuais e concretos fixadores de efeitos jurídicos na esfera de
determinado sujeito (v.g., liquidação de um imposto, avaliação de um imóvel,
indeferimento de uma reclamação, etc.)
ATOS ADMINISTRATIVOS TRIBUTÁRIOS
Atos singulares são os que têm um destinatário individualizado, produzindo efeitos numa determinada
esfera jurídica e numa situação jurídica concreta (ex.: atos de liquidação).
Atos gerais têm uma abrangência potencialmente geral e abstrata e os seus efeitos atingem um número
indeterminado ou indeterminável de pessoas e de situações (ex.: orientações genéricas).
§3. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
Atos impositivos são os que fixam ou impõem efeitos jurídicos desfavoráveis para o seu destinatário
(ex.: atos de derrogação do sigilo bancário).
Atos não impositivos são os que fixam efeitos jurídicos favoráveis para o seu destinatário,
reconhecendo ou alargando um determinado direito ou interesse em matéria tributária (ex.: atos de
reconhecimento de isenções).
§3. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
C. ATOS PREPARATÓRIOS OU INTERLOCUTÓRIOS E ATOS DEFINITIVOS
Atos preparatórios ou interlocutórios são os que se inserem no procedimento mas que não fixam, de modo
último, efeitos jurídicos (ex.: projetos de decisão). [artigo 66.º da LGT]
Atos definitivos:
Definitividade material: os atos definitivos são aqueles que são fixadores de efeitos jurídicos finais.
Definitividade vertical: os atos definitivos são aqueles que expressam a última palavra da Administração
Tributária, i.e., a manifestação do mais elevado superior hierárquico.
Definitividade horizontal: os atos definitivos são os atos decisórios, concludentes do procedimento.
Atos de primeiro grau são os que consubstanciam a primeira apreciação de uma determinada situação tributária,
i.e., são a primeira pronúncia decisória da Administração Tributária (exs.: atos de liquidação, atos de indeferimento
de reconhecimento de benefícios fiscais).
Atos de segundo e de terceiro graus são os que consubstanciam uma reapreciação de uma determinada situação
tributária, procedendo à sindicância de uma anterior decisão da Administração Tributária; comportam, ou podem
comportar, a apreciação da legalidade dos atos de primeiro grau (exs.: atos que decidem reclamações graciosas, atos
que decidem recursos hierárquicos).
§3. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
Atos são expressos quando a Administração Tributária exterioriza a sua vontade através de um
comportamento que revela inequivocamente um determinado sentido decisório, positivo (deferimento
expresso) ou negativo (indeferimento expresso).
Atos são tácitos quando o sentido decisório da Administração Tributária resulta de um comportamento
indireto, mas que revela com probabilidade um determinado sentido, positivo (deferimento tácito) ou
negativo (indeferimento tácito).
§3. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
F. ATOS VINCULADOS E ATOS DISCRICIONÁRIOS
Atos vinculados são os praticados pela Administração Tributária no estrito cumprimento de poderes vinculados
pela lei, cabendo-lhe apenas, i.e., sem a mínima possibilidade de conformação, a subsunção do caso concreto à
norma que fixa em termos absolutos, complexos e exaustivos todos os pressupostos da sua aplicação (exs.: matérias
de incidência dos impostos ou das respetivas taxas).
Atos discricionários são os praticados pela Administração Tributária ao abrigo de poderes discricionários, i.e.,
quando o legislador se limita a configurar uma moldura geral do regime jurídico, atribuindo à Administração
Tributária uma margem de decisão ou de escolha na aplicação da norma, i.e., concedendo-lhe um espaço de
discricionariedade (exs.: artigo 60.º, n.º 6, da LGT, artigo 68.º, n.º 13, da LGT, artigo 77.º, n.º 1, do CPPT).
§3. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
G. ATOS TRIBUTÁRIOS E ATOS EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA
Atos tributários lato sensu são atos produtores de efeitos jurídicos, de caráter individual e concreto, de aplicação
da norma tributária substantiva a um caso concreto; incluem:
Atos tributários stricto sensu; e
Atos administrativos em matéria tributária
Atos tributários stricto sensu são os atos de determinação concreta da dívida tributária (atos de liquidação).
Atos administrativos em matéria tributária são todos os outros atos que integram a noção ampla de ato
tributário mas que não são atos de liquidação (exs.: reconhecimento de benefícios fiscais, indeferimento de um
2. O SUJEITO PASSIVO
Categorias:
Substitutos tributários
Sucessores tributários
Responsáveis tributários (solidários e subsidiários)
II. OS SUJEITOS DA RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA
Substituição tributária: por imposição legal, a prestação tributária vai ser entregue ao sujeito ativo não
pelo sujeito que realizou o facto tributário, mas por um terceiro que com ele mantém relações especiais e
que, por isso, lhe vai exigir a prestação em causa (artigo 20.º da LGT).
Retenção na fonte (artigo 34.º da LGT): os rendimentos, ao serem pagos ou colocados à disposição,
são alvo de uma amputação a título de pagamento do tributo, recebendo o respetivo credor um
montante menor do que aquele que teria a receber. O substituto é a fonte dos rendimentos do
contribuinte, pelo que lhe cabe reter dada percentagem desses valores.
II. OS SUJEITOS DA RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA
Retenção na fonte a título definitivo: é efetuada a título liberatório e , por tal motivo, não dará lugar a
acertos posteriores, sendo a tributação retentiva uma tributação última e terminante.
Retenção na fonte a título de pagamento por conta: é seguida de englobamento e, por isso, dá lugar a
acertos posteriores, especificamente por via de dedução, à coleta do imposto devido, dos montantes retidos
ao longo do período de tributação, podendo daí resultar quer o pagamento de uma determinada diferença,
quer o reembolso de determinado montante.
II. OS SUJEITOS DA RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA
Sucessão tributária: a obrigação tributária transfere-se para outro sujeito passivo em virtude do
desaparecimento por morte do sujeito passivo direto ou originário (artigo 29.º, n.º 2, da LGT).
Responsabilidade tributária: verifica-se quando alguém, por imposição legal, é chamado ao pagamento de
dívidas tributárias de outra pessoa ou entidade, após o incumprimento desta (artigo 22.º da LGT).