Tratado de Medicina Veterinária Sistêmica
Tratado de Medicina Veterinária Sistêmica
Tratado de Medicina Veterinária Sistêmica
MEDICINA
VETERINÁRIA
SISTÊMICA
Volume I
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total ou parcialmente, por quaisquer métodos ou processos, sem a autorização do detentor do copyright.
1ª edição 2020
ISBN 978-65-87823-09-6
EDIÇÃO:
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA - UNICEUB
SEPN 707/709 Campus do CEUB
Tel. (61) 3966-1335 / 3966-1336
358 p. ; 23 cm
ISBN 978-65-87823-09-6
CDU 615.89
Sumário
Khalil Gibran
15
Esta obra, reverencia todos os Consteladores Veterinários conhecidos
e desconhecidos, que antecederam ao Programa de Formação em
Medicina Veterinária Sistêmica no Brasil e no Exterior.
Nesta obra, deixo registrado o meu amor e respeito por minha amiga
e colega nesta jornada, Professora Fernanda Pereira, que, ao meu lado,
suportou todos os dias de desafios... seu carinho, amor e respeito,
foram, fundamentais, minha querida amiga. Você é um presente em
minha vida.
Eu honro vocês...
17
Sobre
O INEGÁVEL...
O IMPONDERÁVEL...
O FENOMENOLÓGICO
Por Leonardo Pires Ferreira
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CARLA ABREU SOARES
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Uma
CARTA A TODOS OS ALUNOS
DO PROGRAMA
Bert Hellinger
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CARLA ABREU SOARES
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TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
Carla Soares
Co-Founder do Programa de Medicina Veterinária
Sistêmica no Brasil e no Exterior.
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PREÂMBULO
O Caminho do Amor
Carla Soares
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CARLA ABREU SOARES
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CARLA ABREU SOARES
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TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
Carla Soares
Co-Founder do Programa de Formação em
Medicina Veterinária Sistêmica no Brasil e no Exterior
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SOBRE AS HISTÓRIAS
DE NOSSAS VIDAS
Bert Hellinger
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CARLA ABREU SOARES
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“O FIO DA MEADA”
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________________________________________________________
Paula Patrícia Oliveira de Carvalho Kusznir,
Anjo do Nível Básico e Nível Avançado do Programa de Formação em Medicina
Veterinária Sistêmica no Brasil e no Exterior – Turma I/2019.
Mestre em Reiki - Sistema Tradicional Usui-tibetano (ReikiVeterinario-2018/2020)
Consteladora Familiar e Comunicadora Animal (Programa de Medicina
Veterinária Sistêmica - Turma I - 2019/2020)
Coordenadora de Produção Editorial aposentada, após 30 anos de contribuição
no mesmo grupo empresarial (1988-2018)
Natural de São Paulo-SP (residente/domiciliada)
E-mail: kusznir.paula@gmail.com
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Capítulo 1
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Por esta razão, não prossigam, sem compreender e integrar essa filo-
sofia ancestral sistêmica de Confúcio e de Lao Tse, pois, ambos, protago-
nizaram uma realidade de futuro que pôde atravessar o tempo de 500 a.C
para muito além dos 3.000 mil anos d.C. A estes pensadores sistêmicos,
devemos honrar, reconhecer e estudar com profundidade, para que assim,
possamos vestir a Visão Sistêmica moderna e contemporânea.
Na América do Norte, os índios já possuíam um código de ética
com bases em Visão Sistêmica, e, um dos ensinamentos mais profundos
dos Ameríndios, foi:
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Capítulo 2
A DIFERENÇA PEDAGÓGICA DA
VISÃO SISTÊMICA E DAS
CONSTELAÇÕES FAMILIARES
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Capítulo 3
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Capítulo 4
PRINCÍPIOS, FUNDAMENTOS
E POSTURAS DA MEDICINA
VETERINÁRIA SISTÊMICA
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não deve, a priori, induzir e nem tentar esclarecer sob seu ponto de vista. A
neutralidade e a imparcialidade, devem ser modo operandis do profissional.
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Capítulo 5
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Capítulo 6
TERMINOLOGIAS E CONCEITOS
SISTÊMICOS BÁSICOS
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CONCEITOS GERAIS
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» Ressonância Mórfica
No livro A New Science of Life, Rupert Sheldrake conseguiu iden-
tificar que a ressonância mórfica é uma memória coletiva de um hábito,
comportamento e/ou informação, de uma determinada população de uma
espécie, que pode ser acessada por outras populações da mesma espécie, em
contatos prévios.
Assim, hábitos, comportamentos e novas memórias possam ser acresci-
das à outra população, criando-se, assim, uma consciência coletiva. Telepatia,
parece ser um dos caminhos para o fenômeno da Ressônancia Mórfica.
A Ressônancia Mórfica é a propagação da informação através do
campo morfogenético entre populações de uma única espécie, ou mes-
mo, através da telepatia dos indivíduos correlacionados de um sistema
multiespécie.
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CARLA ABREU SOARES
incluir os animais nos campos quânticos, e sim, tudo que envolve o sis-
tema veterinário: tutores, famílias, médicos veterinários, estudantes, pro-
fessores, animais, plantas, reino mineral, clínicas, terapêuticas, empresas,
funcionários, óbitos, procedimentos, ortotanásia, eutanásia, e, todos os
temas que envolvem o sistema veterinário.
» Emaranhamentos
Os emaranhamentos possuem dois significados para a Medicina
Veterinária Sistêmica. O Primeiro, são os emaranhados da física quântica,
que, também são chamados de, entrelaçamento quântico. Os emaranha-
mentos quânticos são definidos quando duas ou mais partículas, matérias
ou objetos estão tão ligados, que para mencionar/verificar/observar uma
das matérias/objetos, a(s) outra(s), precisa(m) ser mencionada(s), verifica-
da(s) e observada(s). Essa conexão, é profunda e independe da fisicalidade
(podem estar distantes na fisicalidade).
O termo Emaranhamento, citado por Bert Hellinger, poderia ser
uma adaptação da física quântica, uma vez, que estamos emaranhados por
“laços” invisíveis aos nossos pais e ancestrais vivos ou mortos. Contudo, o
termo Emaranhado empregado nas constelações por Bert Hellinger, sig-
nifica que houve um conflito, ou uma interrupção do fluxo de amor e
entendimento, devido a alguma Lei ou Ordem do Amor e da Ajuda, não
terem sido respeitados.
Bert Hellinger, reforça ainda que a causa destes emaranhamentos,
são inconscientes, e, por isso, podem ser repetidos por gerações e gerações
até serem vistos, incluídos ou estejam no nível da consciência.
» Projeções
É um termo da psicanalítico, desenvolvido por Sigmund Freud,
que ocorre quando não reconhecemos em nós, determinados sentimen-
tos, emoções, comportamentos, vontades, falhas, (que estejam no nível
do inconsciente), e que, são projetados em outras pessoas/animais, ou
até, mesmo num objeto, de forma que a pessoa se proteja de emoções,
sentimentos e vontades, que para ela ainda são inaceitáveis ou não são
reconhecidas.
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» Cronobiologia e Zeitgeber
A cronobiologia é uma ciência amparada em estudos que se inicia-
ram no século XVIII. É o estudo da biologia do “tempo” e dos movimentos
cíclicos da vida. Algumas espécies possuem o que chamamos de ritmo cir-
cadiano, e outras espécies, parecem não seguir um ritmo biológico defini-
do, que chamamos de acircadiano.
A cronobiologia estuda os efeitos dos ciclos naturais sob o compor-
tamento, a mente-emoções, os hormônios e seus efeitos neuroquímicos,
permitindo a experiência e vivência, mais ou menos cíclica da vida.
Assim, percebe-se grande influencia dos Zeitgeber nos ciclos de vigí-
lia e sono, ciclo das marés, ciclos hormonais, ciclos gestacionais, ciclos das
estações do ano, ciclos ambientais, e outros.
Os estudos da cronobiologia e da glândula pineal foram potencia-
lizados, percebendo-se grande conexão entre ambos. Zeitgeber, é um ter-
mo alemão, dado aos elementos do sistema solar, que regulam os ciclos
do planeta terra: maré, estações climáticas e outros. Estes elementos, ou,
Zeitgeber, influenciam profundamente a vida do planeta, e, dentro da
Visão Sistêmica, devem ser considerados.
» Ondas Eletromagnéticas
São ondas que são propagadas na velocidade da luz em campos que
possuem 2 vetores (um elétrico e um magnético). A caraterística principal
dos campos eletromagnéticos é a formação de energia. Um dos órgãos que
captam as ondas eletromagnéticas é a Glândula Pineal. Os campos eletro-
magnéticos são diferentes dos campos morfogenéticos. O primeiro possui
energia, o segundo não.
» Vínculos
Vínculos são laços, conexões e relações, estabelecidas na mesma es-
pécie ou entre espécies diferentes. Esses vínculos se estabelecem a partir de
emoções, consanguinidade, colaboração, e/ou cooperações mutualísticas,
em prol do sistema. Podemos também ter vínculos com lugares e objetos.
Os vínculos podem ainda, ser estabelecidos de forma inconsciente com
subsistemas, de forma transgeracional, e entre vivos e mortos.
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CARLA ABREU SOARES
» Concordância
Concordância na Visão Sistêmica não é aceitar. Concordar é ficar
em paz com a realidade, com nossos pais e ancestrais, com as dores, com
os imprevistos, com as doenças, com a vida como ela se apresenta. É estar
em harmonia a realidade ainda que a dor exista. É compreender os apren-
dizados, ao invés de lutar contra situações difíceis que fogem do nosso
controle. É um acolhimento à realidade. É receber a vida como ela se ma-
nifesta, sem exigir dela, além do que ela dá num determinado momento.
Concordar é estar em paz com as boas coisas da vida e com os desafios.
Aceitar é estagnar e ainda querer que fosse diferente, o que trás passividade
e vitimização.
» Tomar
Tomar, é mais que receber. Quando recebo, não, necessariamente,
faço algo com o que recebi. Pode-se esquecer e deixar de lado. Mas, to-
mar, é incorporar de fato, algo ou alguém. Quando tomamos, temos uma
sensação de culpa e de que queremos retribuir. Para haver equilíbrio entre
o tomar e o dar, eles precisam estar equivalentes e proporcionais. O flu-
xo equilibrado entre o dar e o tomar exige reciprocidade entre as partes.
Quando tomamos algo/alguém em nossos corações, nos tornamos capazes
de agradecer e fazer algo de bom com o que foi tomado.
» Ordens do Amor
As Ordens do Amor foram descritas pelo psicoterapeuta alemão Bert
Hellinger, sendo a base da Visão Sistêmica Hellingeriana. As Ordens do
Amor, são leis naturais e relacionais entre os Seres Vivos, que estão pauta-
das em 3 bases: Pertencimento, Ordem e Hierarquia e Equilíbrio entre o
dar e o tomar.
» Pertencer
Pertencer, é fazer parte, não, fisicamente apenas, mas, também, fazer
parte mentalmente, emocionalmente, e, espiritualmente. É algo natural e
considerado até uma necessidade inconsciente. O primeiro lugar que de-
vemos pertencer, é nosso sistema familiar de origem. Mas o sentimento de
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» Ordem e hierarquia
Para haver ordem e hierarquia, é, necessário, primeiro se fazer per-
tencer. Quer seja a si próprio dentro de um sistema, quer seja outrem, vivo,
morto ou esquecido. Ordem e hierarquia tem haver com precedência e an-
cestralidade. Os mais velhos precedem os mais jovens, diretores precedem
hierarquicamente os demais colaboradores, e assim, o sistema se equilibra.
Quando ordens e hierarquias são quebradas, invertidas ou esquecidas, há
conflitos e emaranhados no sistema. Os animais, igualmente, precisam es-
tar sistemicamente na ordem e na hierarquia certas, senão há problemas
comportamentais e emocionais.
» Compensação e Reparação
Compensar é o ato de buscar um equilíbrio ou uma igualdade/equi-
valência entre as partes. Reparar é consertar. É, buscar amenizar algo que foi
“quebrado”, infringido, perdido. Em movimentos sistêmicos, os atos de com-
pensar e de reparar devem ser cuidadosamente favorecidos entre as partes.
» Reconciliação
É reestabelecer uma relação ou um vínculo. Reconciliar é estabelecer
uma concordância, harmonia e entendimento entre as partes. É reequili-
brar o sistema, e permitir que o amor flua novamente.
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CARLA ABREU SOARES
» Mediação Sistêmica
Mediação Sistêmica é o ato de favorecer a reconciliação, compensa-
ção e /ou reparação entre as partes. Ela pode acontecer através do Direito
Sistêmico em ambiente adequado, mas pode acontecer também em cená-
rios empresariais, organizacionais e educacionais. A Mediação é uma busca
por solução em ambiente ético e preferencialmente de forma sigilosa. O
Conselho Nacional de Justiça cita alguns fundamentos sobre os caminhos
da Mediação
» Destino
O destino sob a visão sistêmica Helligeriana, refere-se a uma respon-
sabilidade inconsciente que podemos estar carregando de nossos ancestrais
vivos ou mortos, e que, por estarem ocultas pela mente consciente, acabam
por se repetir como um “destino”, ou seja, como um padrão. Um padrão/
crença transgeracional.
» Lealdade
A Lealdade, é uma fidelização consciente e/ou inconsciente a um
determinado sistema. Muitos comportamentos e padrões são repetidos pe-
las gerações mais novas em relação aos ancestrais, através da lealdade. Essa
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TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
lealdade pode ser benéfica aos indivíduos/sistemas, mas também pode ser
prejudicial.
A lealdade, em geral, acontece do menor para o maior, e pode acon-
tecer intraespecífico e interespecífico, ou seja, os animais podem repetir
padrões emocionais, comportamentais e sintomatológicos por lealdade ao
sistema ao qual estão inseridos, incluindo, os sistemas familiares não origi-
nais (humanos) à eles.
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CARLA ABREU SOARES
» Subsistemas
No contexto da Visão Sistêmica, subsistema, pode ser considerado
o funcionamento do “eu”, do indivíduo, de suas partes física, emocional,
mental e espiritual. É um subsistema, correlacionado a um sistema maior,
que pode ser considerado como seu sistema familiar.
» Sistemas
São conjuntos de elementos bióticos ou abióticos, que se correla-
cionam, promovendo o funcionamento de algo maior. Para que este fun-
cionamento exista de forma equilibrada, todas as partes precisam estar,
minimamente, incluídas e na ordem de precedência.
Todo sistema, leva à uma função, à um modo operandis. Quando
o sistema funciona de forma equilibrada, ele funciona através de siner-
gia, que é a utilização e emprego do potencial dos elementos do sistema.
Quando o sistema funciona apenas para se manter, sem potencia, ele fun-
ciona através da homeostase.
» Metasistema
São estruturas e condições diferentes dos sistemas principais, mas
que complementam seu funcionamento geral, podem ser as percepções,
as sensações, as emoções, as expressões, e, tudo que pode ser agregado ao
funcionamento do sistema principal. São expressões subjetivas agregados
ao sistema principal.
» Suprasistema:
São sistemas maiores que englobam e conectam vários sistemas. Por
exemplo, um Bioma é um suprasistema que conecta vários ecossistemas e
hábitats (sistemas). Uma comunidade, uma cidade ou um País, pode ser
considerado um suprasistema formado por vários sistemas familiares, bairros
e etc. Os suprasistemas, estão correlacionados com o inconsciente coletivo.
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TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
» Biodiversidade e Bioindicadores
O termo Bioindicador, é uma derivação do termo Biodiversidade,
que representa um termo amplo da ecologia, que significa a variação gené-
tica, comportamental, ambiental, e, as diferentes formas e manifestações
dos seres vivos.
Bioindicadores na biologia, representam espécies que indicam o es-
tado ou saúde de um hábitat, macro ou microambiente. São espécies sensí-
veis as variações ambientais, sendo, portanto, termômetros para tais.
Na Medicina Veterinária Sistêmica, utilizamos o termo Bioindicador,
para as manifestações dos animais dentro dos campos quânticos dos siste-
mas familiares e das constelações, bioindicando, através de seus comporta-
mentos, padrões, ordens/hierarquias e adoecimentos, o que está oculto, e,
precisando ser visto no sistema humano e/ou animal.
Os animais podem bioindicar algo que esteja excluído, ou po-
dem, bioindicar bons caminhos, soluções, e, virtudes a serem aprimo-
radas no sistema.
» Vetor
Na física, os vetores representam as direções dos movimentos, sen-
tido e a rota.
Na Medicina veterinária Sistêmica, temos utilizado este termo, para
que o constelador veterinário, “observe” os animais não-humanos, ou seus
representantes no campo quântico da constelação, interpretando a direção
de seu olhar, posicionamento corporal e a direção predominante do animal
no campo. O que ele está apontando (vetor biosistêmico). O local que os
animais não-humanos escolhem no campo, deve ser verificado pelo cons-
telador veterinário.
» Sincronicidade
Carl Gustav Jung, em 1929, conceituou sincronicidade como dois
ou mais eventos, que parecem não ter conexão (não-causais), mas, que, a
não-aleatoriedade da conexão traz uma informação sensorial significativa
para o observador. Coincidência é um evento causal e aleatório, que é des-
cartado na sincronicidade.
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CARLA ABREU SOARES
» Polaridade:
Base da física que estuda as cargas positivas (prótons) e negativas
(elétrons), criando uma força de atração. Cargas de mesma polaridade ge-
ram repulsão. Termo importante de ser assimilado para os estudos de glân-
dula pineal, campos morfogenéticos e campos eletromagnéticos.
» Identificação
É, quando um indivíduo animal ou humano, assimila ou manifesta
total ou parcialmente atributos de outrem da mesma ou de outra espécie
como modelo. Entre 1914 e 1923, Sigmund Freud estabeleceu 3 bases
de identificação: Ligação emocional (identificação primária) com algo ou
alguém, Identificação por substituição ao objeto (identificação narcísica),
e, por ultimo, percepção de algo novo, a partir de algo em comum que é
compartilhado (terciária ou empática).
» Insights
Informações subjetivas advindas de forma atemporal da mente in-
consciente para a mente consciente. Na Psicologia Gestalt, é empregada
para definir uma compreensão, um entendimento intuitivo.
» Rapport (Conexão)
Termo em inglês derivado do rapporter (= trazer de volta). Muito
utilizado na psicologia e no ambiente organizacional. Significa, esta-
belecer uma conexão por empatia e sintonia, através de espelhamen-
tos, reciprocidade, atenção mútua, positividade e coordenação entre
duas ou mais pessoas/animais. Aqui na Medicina Veterinária Sistêmica,
podemos estabelecer o rapport como uma conexão com o tutor no
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TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
» Dupla Fenda
Experimento realizado por Thomas Young em 1802, aonde se prova
que um disparo de elétrons pode se comportar como partícula (matéria),
ou, como onda (que não possui massa, mas leva informação), em detrimen-
to do olho do observador (de uma consciência). No experimento quando
um disparo de elétrons passa apenas por uma das fendas, ele se comporta
como partícula, ou seja, como matéria. Mas quando o disparo de elétrons
acontece através de duas fendas abertas simultaneamente, o que se observa
no anteparo é a formação de uma onda (informação sem matéria).
No experimento, ficou comprovado que observar a passagem de elé-
trons nas fendas, interfere na liberdade do elétron, e ele pode voltar a se
comportar como partícula e não como onda. Desta forma, o experimento
conclui que tudo pode ser partícula ou onda, e que, tudo depende de uma
consciência que dispara os elétrons em matéria ou em informação. Para
trazermos ainda mais para a consciência essas informações, esse experimen-
to ainda contou com um fenômeno conhecido como “Efeito Retardado”.
O Efeito retardado é quando o olho do observador altera o evento,
podendo a onda voltar a se tornar partícula e vice-versa. Ou seja, o elétron
volta no tempo, e se comporta diferente da primeira situação. Talvez isso,
dê sustentação para explicar o que acontece num campo quântico de uma
constelação. O olhar do constelado é o olho do observador, atuando ora
como partícula na matéria (o que sentimos no corpo), ora como onda de
informações quântica em seu sistema familiar.
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CARLA ABREU SOARES
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TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
espiritual, como uma purificação. Pode ser ainda utilizado como uma
liberação de memórias que estavam no inconsciente. No psicodrama e
no teatro aristotélico, catarse é uma “lavagem” da alma após uma expe-
riência dramática.
» Drenagem
No contexto da Visão Sistêmica Veterinária, pode ser considerado
como um fluxo de amor que se abre após uma Constelação Veterinária. Ao
manipularmos no campo quântico da constelação, abrem-se possibilidade
de fluidez através do entendimento e reposicionamento dos elementos do
sistema. Drenar causa alívio ao sistema.
» Aliviar o sistema
É um termo “pejorativo”, porém, muito utilizado nas constelações
sistêmicas, como respostas dos constelados e representantes após uma
movimentação de alma e/ou tomada de consciência no campo quântico.
Aliviar significa diminuir as tensões/pressões, sofrimentos, interelacionais
e/ou psíquico-geográfico dentro de um sistema. Deve ser entendido pelo
constelador, que em algum ponto do sistema, houve abertura de fluxo para
que o amor voltasse a fluir.
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CARLA ABREU SOARES
» Ancestrais
Representam todas os animais humanos e não-humanos, vivos ou
mortos do sistema familiar de origem e/ou organizacional (empresa fami-
liar), que antecedem a você. São todas as gerações pretéritas. São todos os
antecessores e precedentes de um determinado sistema.
» Flow
Termo desenvolvido por Mihaly Csikszentmihalyi, um psicólogo
húngaro que propõe que quando estamos em conexão, estamos fluindo
junto à algo. É envolvimento com a lei no mínimo esforço, o que trás
bons resultados e satisfação e menos fadiga. A sensação de flow nos colo-
ca numa perspectiva atemporal, de assertividade sem autoconsciência e
controle da situação. A proposta de Mihaly é que a sensação de flow está
correlacionada a sensação de felicidade, leveza e integração. Flow é per-
cebido na realidade quando estamos em correlação quântica com nosso
propósito de vida, sendo então, uno com a vida.
» Intraespecíficos
Termo da Biologia que significa relações entre indivíduos da mes-
ma espécie
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TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
» Interespecífico
Termo da Biologia que significa relações entre indivíduos de es-
pécies diferentes, sendo utilizado nas relações de sistemas familiares
multiespécies.
» Sistema
Conjunto de elementos ajustados, interligados e independentes em
algum grau, que em sinergia potencializam o funcionamento do conjunto,
do todo. A exclusão ou não-funcionamento de algum elemento do conjun-
to, contribuem para a instabilidade do sistema. Existem sistemas que são
abertos, semi-abertos e fechados.
» Epistemologia
James Frederick Ferrier – filósofo, conceitua epistemologia, como
o caminho para o conhecimento científico. São as bases estruturais que
levam ao conhecimento científico, através de hipóteses, fundamentos, e
da filosofia científica.
» Curva de Gauss
Curva que mensura a probabilidade estatística da repetição de um
evento, que, estatisticamente é considerado como modelo-padrão. A
Medicina Veterinária Sistêmica tem uma parte dela que não pode ser men-
surada pela curva de Gauss, e por esse motivo, é considerada também uma
ciência fenomenológica.
» Filogenética
Estudo da origem e relação entre as espécies, que são agrupadas por
afinidade genética, comportamental e bioquímica. Suas relações de grupo
são estabelecidas através dos nodos (nós) que fazem a conexão genética e
cronológica das ramificações e variabilidades de existência.
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CARLA ABREU SOARES
» Epigenética
Estudo genético que observa a não mudança do código genético,
mas que causa mudanças fenotípicas, comportamentais, bioquímicas
independentes.
» Biomas
Termo desenvolvido por Frederic Clements, que estabeleceu Bioma
como um conjunto de ecossistemas, ambientes e microhábitats e animais
que definem uma grande extensão territorial com uma determinada rela-
ção, característica e localidade
» Âncoras
São objetos simbólicos que o constelador pode utilizar no campo
quântico presencial em grupo ou individual, ajudando que o constelando
firme e ancore sua tomada de consciência. Âncoras podem ser objetos sim-
bólicos colocados no campo, ou movimentados durante as constelações,
que ajudam nas percepções.
» Âncoras de Solo
As ancoras de solo são técnicas complementares que ajudam o cons-
telado a “mudar” de papel e assumir por empatia e informações do campo
morfogenético, o lugar de outros representantes. No psicodrama de Jacob
Levy Moreno, podemos entender o que ele descreve como “Hole Play” ou
mudanças de papel. As âncoras de solo, exigem muito mais do constela-
dor/constelado, pois ele ora representa ele próprio, ora representa outro
elemento do seu sistema.
» Leis
Leis naturais são realidade pré-existentes, que podem ser reconheci-
das, estudadas, e decodificadas pela ciência, tornando-se verdades. As leis
naturais, são mais fortes que a vontade humana, como Lei da Gravidade,
da relatividade, das populações, dentre outras.
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TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
» Princípios
Os princípios são “leis humanas” correlacionadas e vinculadas à algo,
à alguém. A normatização e a padronização de condutas, comportamentos
e modo operandis podem ser considerados princípios, portanto, ele é relati-
vo a algo ou alguém.
» Sentimentos Primários
Sentimentos primários são sentimentos básicos e ancestrais que mo-
vem os animais humanos e não-humanos para mudanças de comporta-
mentos. Por exemplo um sentimento de raiva é derivado (secundário) à
outro sentimento que é primário. Os sentimentos primários eles são in-
teligentes, porque se desenvolvem para que o ser animal humano ou não-
-humano adote uma postura de ressignificação e de movimento. Portanto,
possuem uma ação construtiva. São sentimento simples, muito mais facil-
mente observados nos animais não-humanos (raiva, tristeza, medo, alegria,
amor). Os animais não-humanos possuem resoluções simples, porque, em
geral, mesmo sendo representados por animais humanos nas constelações,
eles buscam resolver imediatamente.
» Sentimentos Secundários
São os desdobramentos e perpetuações dos sentimentos básicos que
animais humanos e não-humanos possuem com relação a dor e as mu-
danças comportamentais. São os sentimentos e emoções que decorrem/
derivam da emoção básica que desencadeia as demais como raiva, culpa,
medo, alegria, amor. São sentimentos externos e implantados conscientes
ou inconscientemente do meio social. Sentimentos secundários são sen-
timentos que geram desgaste emocional, físico, mental e espiritual e não
encontram soluções naturais e simples.
Podemos definir, como complicações dos sentimentos primários que
não encontraram resoluções. Os animais humanos facilmente chegam em
sentimentos secundários. Já os animais não-humanos em geral param nos
sentimentos primários, mas podem se manter em estados crônicos de emo-
ções desequilibradas em decorrências a grandes traumas ou emaranhados
sistêmicos.
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Capítulo 7
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Capítulo 8
BERT HELLINGER:
A VISÃO HELLINGERIANA APLICADA
À MEDICINA VETERINÁRIA
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Essas são questões sistêmicas, que devemos observar com muita cal-
ma, e, sem quaisquer possibilidades de julgamento, pois o assunto é con-
temporâneo, complexo, e, qualquer definição cartesiana, pode ser equivo-
cada. Talvez, neste momento, possamos compreender caso a caso, através
do que os campos de constelação de cada sistema apresentam.
Para Bert Hellinger, o não pertencimento (as exclusões), geram pa-
drões de repetição inconscientes por lealdade ao sistema, que perduram
de forma transgeracional, até que, sejam vistas, incluídas e ressignificadas.
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acordo com cada espécie, com cada aspecto biológico ancestral, e cada,
família humana.
Desta forma, a abordagem sistêmica na Medicina Veterinária, em
nada é simples e superficial.
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Capítulo 9
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Tele x Empatia
Tele, é o que entendemos como reciprocidade entre as partes envolvidas
numa relação. E empatia é a capacidade de nos colocarmos no local do outro
sem a necessidade de reciprocidade.
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Capítulo 10
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Capítulo 11
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presença consciente que deve ser desenvolvida com igual teor nas instituições
de ensino, através das artes, da filosofia e das práticas de autocuidado que nos
trazem a percepção de presença e existência através do corpo.
Mais ainda, esses conhecimentos nos fazem refletir sobre a essência e
a espiritualidade dos animais, que, igualmente, possuem suas experiências
conscienciais e de essência através do aparato biológico que possuem.
Neste aspecto, não conseguimos segregar cientificamente as cons-
ciências e seus “níveis”, mas podemos, apenas, compreender que o papel
de cada espécie pode ser igualmente, percebida através da variabilidade
genética da biodiversidade corporal que temos no Reino Animal.
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Capítulo 12
BIODIVERSIDADE E O CONCEITO
DE BIOINDICADORES: AS BASES DA
ECOLOGIA APLICADAS À MEDICINA
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540 milhões 4,2 milhões 3,9 milhões 2,4 milhõe 1,8 milhões 230 – 30 mil 120 mil
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Capítulo 13
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aberto. Portanto, eles permitem trocas com outros sistemas, para que ele
possa se desenvolver e se equilibrar. Sistemas fechados e de retroalimenta-
ção, podem levar ao colapso, pois, não há trocas externas.
Sistemas fechados, são menos propensos à evolução.
Renato Klein (2020), aborda a Visão Sistêmica, como sendo uma
condição imperiosa, pois, todos os seres vivos e não vivos, estão conectados
à 1 ou mais sistemas. Não há 100% de isolamento. No trabalho publicado
em seu próprio site (renatokleinmentor.blogspot.com), ele relata que todos
os sistemas são abertos, e possuem 5 dinâmicas que influenciam a fisiologia
dos sistemas:
» ENTRADA (de informações, estímulos e conteúdos)
» PROCESSAMENTO (digestão, transformação, compreensão,
integração e internalização)
» SAÍDA (feedback e as trocas)
» CONTORNO (delimitações, ordem e lugares)
» ENTROPIA – SINTROPIA – HOMEOTASE – HETEROSTASE
Esses complexos saberes a respeito da Visão Sistêmica, devem ser in-
ternalizados, de modo que, a observação dos fenômenos intrínsecos à um
sistema, sejam, minimamente orgânicos de serem percebidos e observados.
O Médico Veterinário Sistêmico, deve buscar compreender estas ba-
ses, porque, elas igualmente ocorrem nos sistemas de famílias multiespé-
cies, e, dentro do sistema veterinário.
O nosso papel, é ser um facilitador da transposição de cada uma
desta fases, compreendendo que a Teoria Geral do Sistema é dinâmica,
flutuante e idiossincrática a cada sistêmica, portanto, não é uma ciência
protocolar quando aplicada aos seres vivos.
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Capítulo 14
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Capítulo 15
COMPREENDENDO O MINDSET
SUGERIDO POR CAROL DWECK.
A IMPORTÂNCIA DE SEUS ESTUDOS NA FORMAÇÃO
DO MÉDICO VETERINÁRIO SISTÊMICO
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A pergunta é:
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Capítulo 16
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Quanto mais dores ocultas não forem acessadas, mais críticas e jul-
gamentos. Menos acesso ao campo quântico será permitido, menos in-
sights acontecerão. Ademais, a busca do Médico Veterinário Sistêmico, é
a reconexão com o todo e com sua mais profunda sabedoria, diminuindo
esforços e alcançando grandes resultados (wu-wei) com felicidade e leveza.
A leveza, é consequência do nosso labor em nosso processo de autoconhe-
cimento e de nossa percepção corporal. Esse labor, igualmente, não é um
fim, e sim, o meio pelo qual percorrermos o caminho.
O “amargo” está soterrado e protegido. Mas, entre proteger a dor
ou integrá-la, o caminho ainda é o da integração. A exclusão trás defesa e
desconexão, a integração da dor, traz consciência e brandura no caminho.
Dissociar a postura e a coerência cardíaca, vida pessoal e da vida pro-
fissional, é umas causas geradoras de dor existencial e cotidiana. Trazendo
um pouco da filosofia oriental através do Zen-Budismo, que de forma an-
cestral já coadunava de profundos conceitos sistêmicos, citamos:
Aceita a vida como ela é, em sua totalidade. Você precisa olhar o todo,
sobretudo, a vida e a morte, juntas”
A totalidade só percebida através de uma visão conectada e de não-
-exclusão. Desta forma, precisamos primeiramente, nos autoincluir no sis-
tema médico veterinário, para que assim, e, tão somente assim, possamos
perceber a totalidade de forma sistêmica. Se uma “peça” falta, a “engrena-
gem” não funciona em seu potencial máximo. Algo ou alguém, compensa-
rá a força da parte perdida.
Devemos ainda, reforçar que, os movimentos de alma observados
nas constelações, nos guiam para a integração de algo que não está sendo
visto, ou, está excluído. A alma também nos dá direção. É uma bússola.
O autoconhecimento e o autocuidado, são, as forças motrizes das
condutas pacificadas.
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Capítulo 17
AS CONSTELAÇÕES
SISTÊMICAS VETERINÁRIAS
E OS MOVIMENTOS DE ALMA
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Capítulo 18
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Assim olhamos para nós mesmos, como também para os nossos pais e
nossos parceiros e para as crianças recém-nascidas, com admiração e amor.
Ao mesmo tempo olhamos para além deles para algo escondido, eterna-
mente diferente, eternamente novo”.
Aqui neste capítulo vale abordar ainda duas condutas primárias dos
profissionais sistêmicos: postura e sustentação
Em termos gerais, postura é uma posição no tempo e no espaço
acompanhada de atitudes específicas. Quando falamos que um constela-
dor, deve ter postura, estamos falando deste profissional, conhecer as leis
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“A sintonia, é atitude recolhida, que se relaciona com o todo, tal como ele é”.
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Capítulo 19
PROPEDÊUTICA SISTÊMICA NA
CLÍNICA E NAS EMPRESAS
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Capítulo 20
ATENDIMENTOS SISTÊMICOS
VETERINÁRIOS INDIVIDUAIS
E EM GRUPOS
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Capítulo 21
Esse tratado não poderia seguir sem esse tema tão importante, e,
sendo talvez, o principal motivo da introdução da Visão Sistêmica na
Medicina Veterinária.
Paralela a este Tratado, surgiu a obra (no prelo): Visão Sistêmica:
Um Caminho de Pacificação para a Medicina Veterinária no Brasil.
Desta forma, fica recomendada a leitura, sem que possamos nos estender
muito neste capítulo.
Quando estudamos a Visão Sistêmica, e nossos sistemas de cren-
ças e identidades inconsciente que são repassadas e adotadas entre gera-
ções (transgeracional e epigenética), devemos lembrar que a Medicina
Veterinária, “nasceu” em tempos de batalhas e guerra. Esse foi no berço.
Esse foi nosso arquétipo ancestral.
Passado anos e anos do pós-guerra, ainda, e, de forma inconsciente,
o “arquétipo do herói/salvador” ainda coexiste entre nós.
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Quando irrompemos com nossa força de base que são nossos pais
(vivos ou mortos), passamos, então, a fazer essas exigências de não aceita-
ção do outro comigo e com todos, e pior, extrapolando essa dor, para todos
os demais níveis e sistemas de nossa vida.
Nossa prepotência como filhos (menores que nossos pais) é tanta,
que a vida que vem de nossos ancestrais e de nossos pais, passa a ser pouco
e desvalorizada, e assim, replico essa inabilidade de aceitar, honrar e amar
de forma adulta e consciente, para todas as demais relações.
Quando a classe Médica Veterinária compreender e vivenciar essa
filosofia e ciência humana, na alma, teremos condição de perceber que
esta desidentificação e desvinvulação com própria espécie, nos aniquila,
e, nos causam ainda mais dor. Vivenciando experiências sistêmicas, te-
remos condição de compreender que, poderemos melhorar muito nossa
vida, quando passamos a nos amar, amar nossos pais verdadeiramente,
e, também, ao próximo, sendo os animais, grandes seres que unem e
conectam, o “eu e você”.
Assim, não vejo outro caminho para a pacificação do Sistema
Veterinário, sem haver, vivências com as relações humanas e autoconhe-
cimento, e, mais ainda, resgatando e honrando a nossa história pretérita:
a história da medicina veterinária que nasceu em estados de guerra. Ainda
carregamos esse arquétipo, que deve ser honrado e amado, para que, assim,
possamos deixa-los livres agora.
A Visão Sistêmica abrange esses estudos, e mais ainda, ela é uma for-
ma de perceber, ressignificar e caminhar de forma lúcida em nossas vidas,
com mais clareza, mais força, e, certamente, mais pacificação interior.
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REFERENCIAS CONSULTADAS
Dobbs, D. 2006. Reflexos Reveladores. Mente & Cérebro, 161, 46-51.
Fadiga, L.; Craighero, L.; Olive. E. 2005. Human motor córtex excitability during
the perception of others action. Current Opinion in Neurobiology, 15, 213 – 218.
Lameira, A. P; Gawryszewski, L.G; Junior, A. P. 2006. Neurônios Espelho. Psicol.
Usp. Vol. 17, no. 04. São Paulo.
Rigazzati, G (2005). The mirror neuron system and imitation. In S. Hurley &
N/ Chater (eds), Perspectives on imitation: in animals – Social neuroscience.
Cambridge, MA: MIT Press.
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crenças, e por isso, ela nos coloca numa perspectiva conflituosa com nossos
preceitos cognitivos do superego repressor, sociais e pré-estabelecidos.
Incluir em nosso coração, um perpetrador, um estuprador, um as-
sassino, ou algo que estabelecemos como “certo”, é o grande desafio inte-
grador da percepção dos movimentos da alma, mas, ao observarmos o que
ela quer nos dizer, nos amplia em profundeza e magnitude existencial de
aceitação, transformação, ressignificação e evolução.
A alma não tem piedade, e tão, pouco consegue ser totalmente ex-
cluída. Quando recalcada e reprimida, ela nos “cutucará” através de nossas
dores, dos sintomas, das nossas dificuldades relacionais, dos nossos sonhos
não realizados, de nossos projetos que estão nos papéis, na execução de
uma atividade que perdeu o sentido para nós.
A forma como percebemos o mundo ao nosso redor, é, exatamente,
o tanto de conexão proporcional que estabelecemos de acesso à nossa pró-
pria alma. À nossa própria consciência. Essa percepção, acontece através
dos sentidos e do corpo. Mais ainda, do nosso estado de presença pleno e
consciente. A dissociação com a realidade pode advir dos nossos traumas,
e, essa informação, nos permite compreender o grau de profundidade de
nossas relações humanas.
O medo de “ver” nos faz olhar sem conectar (mente dissociativa)
A Visão Sistêmica, exigira de nós, os “olhos de ver”. Esse “VER”, é
buscar não só o que não está visível, mas, também, vermos sem julgamen-
tos e sem opiniões, nossas próprias dores, para que assim, não precisemos
abrir mão de ver realidade. Esse modo operandis de sobreviver dissociado,
faz com sejamos reféns de comportamentos, ações e emoções cegas e invi-
síveis aos nossos ancestrais e aos sistemas diversos.
Para ver, é necessário mergulhar em nossas dores primárias, e, dito
isso, podemos agora transcorrer e responder ao tema do capítulo.
Em estudos fenomenológicos e sistêmicos, tem se observado que, es-
colhemos ser Médicos Veterinários, a princípio, por duas razões complexas
e difíceis de internalizar:
Uma porque em nossa primeira infância (muito provavelmente até os 7
anos de idade), passamos por profundos traumas recalcados de movimentos in-
terrompidos de amor com nossos pais biológicos, dificultando nossa vinculação
à própria espécie (Soares, 2019).
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Como muito bem escrito nas obras da Dra. Ana Claúdia Quintana
(A Morte é um dia que Vale a Pena Viver e Histórias lindas de Morrer),
a morte é profundamente abordada como um processo natural (apesar da
dor da despedida e saudades), assim, como é o nascimento.
Suportar ver um paciente em processo ativo de morte, e, tudo que
ela envolve de subjetivo e profundo, é, o que não é, ensinado nem para
médicos humanos e tão pouco para os Médicos Veterinários. Como nossa
profissão outorga a Eutanásia, optamos junto a família pela interrupção da
vida, para que ambas as partes se livrem do sofrimento.
Devemos sempre ponderar algumas questões antes a decisão de
eutanasiar um paciente. Se, em muitas situações a dor é controlável
e as emoções podem ser acolhidas dos pacientes e dos tutores, então,
qual seria então o ponto de onde de fato eu decido junto a família pela
interrupção da vida?
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Capítulo 26
ORTOTANÁSIA
UM NOVO OLHAR NA
MEDICINA VETERINÁRIA
DO TERCEIRO MILÊNIO
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_____________________________________________________________
Bibliografias Consultadas
Felix, Z. C.; da Costa, S.F.G.; Alves, A.M.P.M.; et al. (2013). Eutanásia, Distanásia
e Ortotanásia: Revisão Integrativa da Literatura.
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CASES DOS ALUNOS DO
PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM
MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
NO BRASIL E NO EXTERIOR
TURMA I – 2019/2020
SÃO PAULO
ONE - MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
Somos todos UM
RESUMO
ONE é uma empresa formada por duas Médicas Veterinárias,
e que tem como objetivo levar o olhar e a abordagem da Medicina
Veterinária Sistêmica para todos os segmentos da Medicina Veterinária.
A nossa área de atuação é extensa e abrange Universidades, Hospitais
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ABSTRACT
ONE is a company conformed by two Veterinary Doctors, which
aims to bring the Systemic Veterinary Medicine look and approach to all
segments of Veterinary Medicine. Our area of expertise is extensive and
includes Universities, Hospitals and Veterinary Clinics, veterinary segment
companies, Veterinary Doctors, animal cemeteries, animal tutors and all
animal service providers. Our mission is to bring light to the fact that a
large invisible network connects us all - all species, all kingdoms, and all
human beings. We are all ONE.
ONE es una empresa compuesta por duas médicas veterinarias,
cuyo objetivo es llevar la mirada y el enfoque de la Medicina Veterinaria
Sistémica a todos los segmentos de la Medicina Veterinaria. Nuestra
rama de actuación es extensa e incluye Universidades, Hospitales y
Clínicas Veterinarias, compañías del segmento veterinario, Medicos
Veterinarios, Cementerios de animales, tutores de animales y todos los
proveedores de servicios para animales. Nuestra misión es que desper-
temos al hecho de que todos estamos conectados por una gran red
invisible - todas las especies, todos los reinos, todos los seres humanos.
Todos somos UNO.
INTRODUÇÃO
A história do nascimento da ONE começa com a conexão de alma
de duas amigas, cada uma delas atuando em áreas distintas da Medicina
Veterinária. Somos Médicas Veterinárias, trilhando um caminho de auto-
conhecimento individual, e tivemos a oportunidade de olhar-nos, silen-
ciar e ressignificar nossas dores, com honra, amor e cura. Essa jornada
começou há mais de quinze anos e culminou nesse grande encontro com a
MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA.
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Nossa profissão teve um grande avanço técnico desde que foi regu-
lamentada no Brasil, no ano de 1968. São décadas de estudos, descobertas
científicas, novas tecnologias, novos produtos e serviços que chegaram para
melhorar inúmeras áreas. Mas deixamos de olhar para quem faz tudo isso
acontecer - as pessoas.
Todos os seres que habitam a Terra estão aqui por uma razão. Reino
mineral, vegetal e animal coabitam este planeta juntos para cumprirem
uma missão de desenvolvimento individual e coletivo, simultaneamente.
Cada indivíduo, desses reinos têm a sua função, e, é fundamental no de-
senvolvimento da vida como um todo.
No entanto, os seres humanos - animais humanos - se consideram
a espécie mais evoluída por possuírem a capacidade de expressão verbal,
cognitiva e analítica.
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Mas será mesmo que essas capacidades nos tornam seres superiores à to-
das as outras espécies, formas de vida ou até de elementos da natureza?
Para o próprio homem e para o ego dele sim, somos superiores. Para
todos os outros elementos e formas de vida presentes na Terra, cada um é
fundamental e tem a sua missão de existência. Não existe espécie mais ou
menos importante, todos pertencem e são respeitados.
A missão dos animais também é contribuir para o desenvolvimento
do nosso planeta e eles sabem disso. Os animais que se relacionam direta-
mente com os humanos contribuem para a evolução da Terra ao servirem
ao homem e ao desenvolvimento humano. Os animais servem através de
sua vida e existência, seu corpo, suas funções e capacidades. Eles podem
nos alimentar, nos vestir, nos fazer companhia e principalmente nos amar e
ensinar o amor incondicional a nós mesmos e aos que cruzam a nossa vida.
Os chamados animais de companhia são as espécies com as quais
temos as relações mais profundas e a missão deles é auxiliar no nosso de-
senvolvimento. Nenhum animal faz parte de um sistema familiar humano
por acaso e cada animal também possui o seu próprio sistema de origem.
Eles são verdadeiros canais de cura para que o amor flua entre nós e para
que possamos evoluir como espécie humana. Através de sua própria exis-
tência, comportamentos, doenças e mortes eles nos convidam a olharmos
mais profundamente para nós mesmos e para as nossas relações humanas.
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MISSÃO DA ONE
Através da ONE temos o objetivo de introduzir o olhar sistêmico e
promover uma grande mudança na vida de veterinários, estudantes, tutores
e animais. A Medicina Veterinária Sistêmica chega nesse momento tão de-
licado da nossa trajetória para ressignificar o papel do Médico Veterinário.
Ressignificar, então, a medicina dentro de nós, é cultivarmos valores que
nos enobrecem interiormente, deixando um caminho mais leve para nós e nos-
sos pacientes (SOARES, 2019).
METODOLOGIA
Atendimento ao animal - O animal é levado pelo tutor que che-
ga com uma queixa de sintoma, doença e/ou comportamento para ser
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atendido pelo médico veterinário. Nossa abordagem não olha para a quei-
xa trazida como algo isolado, olha para o pano de fundo dessa doença
ou comportamento. Quando olhamos para o que essa sintomatologia está
realmente querendo mostrar, temos condições de trazer isso para consciên-
cia do tutor e caminharmos para uma solução.
O que a Medicina Veterinária Sistêmica revela, é que os animais de
companhia estão inseridos no sistema familiar atuando como bioindica-
dores para revelar algo que precisa ser visto. Os animais são somente uma
“porta de entrada” para algo que precisa ser trabalhado nos tutores e seus
sistemas familiares. Os animais são apenas os elos entre o médico veteriná-
rio e os tutores, seus verdadeiros clientes (SOARES, 2019).
Atendimento ao tutor/família - Após atendermos o animal e olhar-
mos para o pano de fundo do que realmente a queixa o levou ao vete-
rinário, nós atendemos o tutor/família, para que ele tenha condições de
reorganizar internamente a questão que se mostrou e assim caminhar para
uma solução.
Atendimento ao médico veterinário - Vivenciamos uma medicina
veterinária extremamente fragilizada, com médicos veterinários deprimi-
dos, doentes, com pensamentos intrusivos de suicídio, com dificuldades
de relacionamento com colegas, tutores e nas relações interpessoais e fami-
liares. Nós também vamos atender sistemicamente esses veterinários para
que eles consigam olhar para si mesmos, para suas dores e suas relações, e,
assim, possam, ressignificar seu papel na sua família de origem e na socie-
dade, como indivíduo e como profissional.
Workshops, vivências, rodas de conversa e palestras - Esses mo-
vimentos sistêmicos de Exercícios e Constelação Sistêmica Veterinária são
destinados para grupos de pessoas que trabalhem ou tenham animais de
companhia. Sempre com o objetivo de entrar pelos animais, mas chegar
nas pessoas, e observar e sentir as conexões ocultas e inconscientes que nos
ligam. A ONE, igualmente, se propõe compartilhar esses conhecimentos
através de palestras e grupos de apoio/rodas de conversa terapêutica com
veterinários, com tutores e com profissionais que trabalham com animais.
Ortotanásia, Distanásia e Apoio ao luto - Oferecemos aos veteri-
nários e tutores uma nova forma de olhar para a morte e para os momentos
finais de vida dos animais. Através de movimentos sistêmicos de despedida
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CONCLUSÃO
A Medicina Veterinária Sistêmica é uma abordagem perceptiva que
abre um caminho novo e sem precedentes na Medicina Veterinária. Um
novo olhar que jorra luz e muita esperança em um sistema desequilibrado
e doente. É, notório, que o Médico Veterinário está no limite profissional,
emocional e social de suas relações intra e interpessoais.
Hoje, testemunhamos um cenário de profundo descontentamento e
desvalorização laboral, desconexão com o tutor do animal atendido e com
os colegas de profissão.
Chegamos em um ponto de mutação na história da nossa Medicina
Veterinária.
Precisamos, começam a ter consciência para transformar nossa for-
ma de sentir e pensar, a partir da graduação. Muda-se a consciência, mu-
dam notoriamente as condutas.
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TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
Somente assim estamos nos preparando para essa Nova Era, onde
o Médico Veterinário tratará a família, a sociedade e o planeta através do
tratamento com os animais.
_____________________________________________________________
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SOARES, Carla Abreu. O Samurai e o médico veterinário. 1.ed. Brasília:
UniCEUB, 2019. 220p.
Espíritos, Diversas Entidades e. Estudo da Espiritualidade dos animais. 1.ed. São
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-sobre-a-qualidade-de-ensino-da-medicina-veterinaria/. Acesso em:12/11/2019.
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Procedimentos Recomendados. portal.cfmv.gov.br, 2012. Disponível em: http://
portal.cfmv.gov.br/uploads/files/Guia%20de%20Boas%20Práticas%20para%20
Eutanasia.pdf.pdf. Acesso em 16/11/2019.
ABINPET (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de
Estimação). abinpet.org.br, 2019. Disponível em: http://abinpet.org.br/merca-
do/. Acesso em 17/11/2019.
233
RELATO DE CASO DE UMA SESSÃO DE
CONSTELAÇÃO SISTÊMICA EM PACIENTE CANINO
235
CARLA ABREU SOARES
IN
236
TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
I: Iuri
IN: Insegurança
M: Tutor
Consteladora: O que você está sentindo?
M.: Que falta alguma coisa...
Consteladora: Escolha um representante para sua mãe e um para seu
pai, e os posicione onde sentir.
M IN
P M
I: Iuri
IN: insegurança
M: tutor
Mã: mãe
P: pai
Consteladora: como você se sente agora?
M.: não consigo olhar para eles...
Consteladora: consegue olha para sua mãe e dizer: mamãe eu vejo
você, eu aceito a vida que você me deu, do jeito que ela é?
M.: sim...
237
CARLA ABREU SOARES
I
IN M
M
P
238
TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
IN
P
M
M
I
UMA SÍNTESE
Nesta Constelação ficou evidente que as questões trazidas pelo tutor
a respeito de seu cachorrinho, não eram especificamente do animalzinho
em sim. O campo de Constelação trouxe a luz a verdadeira raiz desta ques-
tão, que era a o tutor M., não aceitar, acolher e receber dos seus pais, tudo
que eles lhe deram, da forma como puderam ou souberam dar.
239
CARLA ABREU SOARES
RESULTADO
Após 3 semanas desta Constelação, o tutor me relata que, Iuri já não
tem se escondido, tanto, seu nervosismo ao andar de carro, que chegava ao
“histerismo” com vômitos, se resolveu.
Ele relatou também que passou a tomar algumas decisões que pla-
nejava a anos, mas por insegurança (bioindicador/espelhado pelo animal)
não conseguia.
_____________________________________________________________
REFERÊNCIAS CONSULTADAS
HELLINGER, BERT – Simetria Oculta do Amor, por que o amor faz os relacio-
namentos darem certo. São Paulo: Cultrix, 2006.
HELLINGER, BERT – Ordens do Amor: um guia para o trabalho com conste-
lações familiares. São Paulo: Cultrix, 2007.
HELLINGER, BERT – Constelações Familiares: o reconhecimento das ordens
do amor. São Paulo: Cultrix, 2007.
HELLINGER, BERT – A fonte não precisa perguntar pelo caminho, um livro de
consulta. Belo Horizonte: Atman, 2019.
240
APLICAÇÃO DA VISÃO SISTÊMICA E INTEGRATIVA
EM PROCESSO DE ORTOTANÁSIA
RESUMO
A apresentação desse estudo de caso teve como objetivo principal
elucidar a importância da visão sistêmica e integrativa em processos que
antecedem a morte de um animal de estimação, não pensando apenas, no
paciente veterinário, mas também no seu tutor.
ABSTRACT
The presentation of this case study had as main objective to eluci-
date the importance of the systemic and integrative view in processes that
precede the death of a pet, not only thinking about the veterinary patient,
but also about his guardian.
INTRODUÇÃO
Como um primeiro passo para compreendermos esse relato de caso,
faz-se necessário “olhar com olhos de ver”. Olhar com olhos de ver essa li-
gação, essa relação, que existe entre o ser não-humano e seu tutor. “Olhar
com olhos de ver”, é adentrar no campo da alma e do inconsciente de um
determinado sistema, com tudo que ele apresenta.
241
CARLA ABREU SOARES
Por quê escolhemos aquele determinado animal para entrar em nossas vidas?
Por quê muitas vezes, nos deparamos com um animal que apresen-
ta características semelhantes ao seu tutor, tanto na aparência quanto no
temperamento?
O que esses seres não-humanos querem nos mostrar? Qual o papel deles
em nossas vidas?
Essas são questões profundamente trabalhadas por um médico vete-
rinário sistêmico.
Esse relato de caso se apresentou para que eu pudesse ter a honra de
olhar para mim, e para o outro, e pudesse auxiliar a família a “ver” o pano
de fundo dos sintomas trazidos pelo animal. Apesar do constelador, ou,
médico veterinário sistêmico adotar uma postura de estar em seu centro
vazio, é, possível, sim, que por ressonância, alguma informação possa des-
pertar no profissional algum desafio.
Importante trazer alguns conceitos anteriores ao relato propriamen-
te dito, de modo a facilitar a compreensão. A conduta aqui adotada, partiu
de um ponto de vista sistêmico e integrativo, na qual, por meio da obser-
vação de todo o sistema, e não apenas do indivíduo, paciente e sintomas
foram vistos como um todo.
Na Medicina Veterinária Sistêmica não observamos nada de modo
isolado e desconectado, pois tudo faz parte e se relaciona. Aqui não tem
receita de bolo, não é nada cartesiano, permitimos que as informações se
mostrem de forma fenomenológica e observamos através das nossas per-
cepções e emoções.
Para integrar a conduta, foi utilizado o Reiki, que é uma técnica de
canalização da “energia vital universal” (VANDERVA ART et al., 2009),
por meio de símbolos, e, caracteriza-se como uma terapia de cura, realiza-
da pela imposição das mãos, com o objetivo de reestabelecer o equilíbrio
energético (VANDERVA ART et al., 2011).
O Reiki atua diretamente em alguns pontos de energia que todos
os seres vivos possuem ao longo do corpo, que são os chakras, e, fornece,
ao indivíduo uma quantidade adequada de energia necessária para o equi-
líbrio da mente, do corpo e das emoções (Salomé, 2009), promovendo a
cura do físico e mental.
242
TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
RELATO DE CASO
O caso refere-se ao atendimento realizado à cadela “Nina”, SRD, 11
anos aproximadamente. Estive em um primeiro momento somente com a
tutora. Em conversa, a tutora relatou que havia retirado Nina das ruas há
10 anos, estando na época em fase adiantada de prenhes, e, que, a 1 ano
havia sido diagnosticada com doença renal.
A tutora informou, que, constantemente, enfrentava graves crises
de difícil resolução. Relatou ainda que pensou em realizar a eutanásia da
mesma, pois estava passando por momentos difíceis, sem se alimentar e
fazendo bastante vomito.
No dia seguinte a tutora retornou, desta vez com a Nina. Eu sabia, que
do ponto de vista clínico e ao que estava ao meu alcance no momento, não
poderia fazer nada, mas que, por meio da visão da medicina veterinária sistê-
mica eu poderia atuar com outra abordagem. Dei início à sessão de Reiki, e,
muito calmamente, Nina se deitou próxima a mim, permitindo que o fluxo
de energia agisse de forma sábia reequilibrando todos os seus chakras.
Ao final da sessão de Reiki, Nina se levantou e foi deitar mais afasta-
da, foi aí que através da Comunicação Intuitiva entre Espécies, percebi que
Nina me trouxe uma informação:
“Comigo está tudo bem, agora olhe por ela, minha tutora”.
243
CARLA ABREU SOARES
244
TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
traria esse entendimento para a tutora, de que a morte faz parte da vida, e
pode ser vista e vivida de forma pacificada e natural.
Devido a fragilidade emocional da tutora, observa-se que a decisão
pela eutanásia traria ainda mais a “sensação de culpa”. Observa-se que, pos-
turas sistêmicas associado às práticas integrativas, trazem apaziguamento
as famílias, tutores e também ao Médico Veterinário, de modo que, estes
possam seguir em paz, com a nítida sensação de dever grandiosamente
cumprido.
_____________________________________________________________
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Vanderva, A. S., et al. A systematic review of the therapeutic effects of reiki.
Journal of Alternative and Complementary Medicine, Toronto, v. 15, n. 11, p.
1157-1169, 2009.
Vanderva, A. S., et al. The effect of distant reiki on pain in women after electi-
ve Caesarean section: a double-blinded randomized controlled trial. BMJ Open,
Toronto, v. 1, n. 1, p. 1-9, 2011.
Honervogt T. Reiki Cura e Harmonia Através das Mãos. São Paulo: Pensamento;
2005.
Salomé G M. Sentimentos vivenciados pelos profissionais de enfermagem que
atuam em Unidade Terapia Intensiva após aplicação do Reiki. Revista Brasileira
de Enfermagem, 2009; v. 62(6): 856-62.
245
PARALELISMO DA FÍSICA QUÂNTICA COM REIKI E
A COMUNICAÇÃO ANIMAL ENTRE CONSCIÊNCIAS
UTILIZANDO O PRINCÍPIO DA NÃO-LOCALIDADE
REIKI
O Reiki é um sistema de cura através da imposição das mãos que
tem como finalidade promover a cura no indivíduo como um todo por
meio do tratamento do corpo físico, mental, emocional e espiritual, e
age não apenas nos sintomas, mas na causa real (SADER, 2012; STEIN,
1998).
É, de grande importância salientar que, não é o reikiano que realiza
a cura, ele atua como um canal que permite que a energia do receptor
esteja sintonizada com a energia vital universal e é dessa maneira que a
cura ocorre (CHU, 2004).
Existem três níveis de Reiki, sendo que a partir do nível II, o reikia-
no, por meio do uso de símbolos, se torna apto a aplicar Reiki a distância
para qualquer localidade (GLEISNER, 2002).
Nestes casos, geralmente são utilizados os três primeiros sím-
bolos do reiki simultaneamente, entretanto, é o terceiro símbolo, o
Hon-Sha-Ze-Sho-Nen, que permite a transmissão do Reiki pelo tempo
e espaço (SADER, 2012).
247
CARLA ABREU SOARES
248
TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
CONCLUSÃO
O princípio da não localidade implica transcendência e explica o
caráter ilusório do espaço e tempo, portanto, é possível se fazer um pa-
ralelismo com reiki a distância e entender como se dá a transferência da
energia neste caso.
249
CARLA ABREU SOARES
_____________________________________________________________
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASPECT, ALAIN.; DALIBARD, JEAN.; ROGER, GÉRARD. Experimental
test of bell’s inequalities using time-varying analyzers. Physical Review Letters,
vol49: 1804-07, 1982.
SADER, M. O poder do Reiki. 1ª ed. São Paulo (SP): Pensamento; 2012, p.200.
STEIN, D. Reiki Essencial: Manual completo sobre uma antiga arte de cura.
1 ª Ed. São Paulo: Pensamento, 1998, p. 264.
CHU, D. A. Tai Chi, Qi Gong and Reiki. Physical Medicine and Rehabilitation
Clinics of North America, v.15, p.773-781, 2004.
GLEISNER, E. Reiki. The Usui System of Natural Healing. In: COUGHLIN, P.
Principles and Practice of Manual Therapeutics. 1 ed. Churchill Livingstone,
2002, Cap 15, p.256.
ASPECT, ALAIN.; DALIBARD, JEAN.; ROGER, GÉRARD. Experimental
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GOSWAMI, AMIT. O livro tibetano dos mortos está certo - cabe a nós compro-
vá-lo! In: A física da Alma. 2 ª Ed. São Paulo: Aleph, 2005, p.33
GRINBERG-ZYLBERBAUM, JACOB.; DELAFLOR, M.; ATTIE, L.;
GOSWAMI, A. Einstein-Podolsky-Rosen paradox in the human brain: the trans-
ferred potential. Physics Essays, v.7, n.4, p. 422-28, 1994.
250
TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
251
A PERCEPÇÃO E O CORPO: UM BREVE RESUMO
PARA ALUNOS
DEFINIÇÃO DE PERCEPÇÃO
Dicionário:
Ação ou efeito de perceber, de compreender o sentido de algo por
meio das sensações ou da inteligência: percepção do sofrimento, do clima.
Etimologia (origem da palavra percepção). Do latim perceptio.onis,
“compreensão”.
Juízo consciencioso acerca de algo ou alguém: é necessário entender
a percepção do certo e do errado.
A ciência considera a percepção, como algo distinto da sensação,
embora a relacione por meio da causalidade estímulo-resposta, sendo
assim a percepção o ato pelo qual a consciência apreende um dado objeto,
utilizando as sensações como instrumento.
Do ponto de vista tradicional, tanto a filosofia antiga, como a filo-
sofia moderna, no sentido mais clássico, consideravam a percepção como
um auxiliar muito precário do conhecimento, ou até mesmo alguma coisa
que só vinha atrapalhar o processo cognitivo.
Porém, esta situação veio a ser revista a partir do século 20, principal-
mente através do autor Merleau-Ponty, que escreveu o livro Fenomenologia
da Percepção, em 1945.
253
CARLA ABREU SOARES
Merleau-Ponty diz:
254
TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
255
CARLA ABREU SOARES
Reflexão final:
Paremos para prestar atenção ao nosso corpo e validarmos a nossa
percepção.
_____________________________________________________________
BIBLIOGRAFIA:
DICIO. Dicionário Online de Português. Disponível em: https://www.dicio.
com.br/percepcao/. Acesso em: 23 fev. 2020.
FERRAZ, Marcus Sacrini Ayres. O transcendental e o existente em Merleau-
Ponty. Associação Editorial Humanitas - FAPESP, 2006.
HELLINGER, Bert. O Amor do Espírito. Editora Atman, 2009.
IPPB - Instituto de Pesquisas Projeciológicas e Bioenergéticos. Pineal: a união
do corpo e da alma. Disponível em: https://www.ippb.org.br/textos/especiais/
mythos-editora/pineal-a-uniao-do-corpo-e-da-alma. Acesso em: 23 fev. 2020.
MARQUES, Paulo Pimenta. Fenomenologia e fenômeno em Maurice
Merleau-Ponty. Sapere Aude – Belo Horizonte, v. 6 – n. 12, p. 832-840, Jul./
Dez. 2015, 832-840
MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da Percepção. 2a. Edição.
Editora Martins Fontes, 1999.
256
TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
257
EUTANÁSIA X ORTONÁSIA SOB A LUZ DA VISÃO
SISTÊMICA
RESUMO DO CASO
O relato aqui apresentado mostra a dificuldade em que nós médicos
veterinários enfrentamos em nossa profissão, como nos cobramos e somos
cobrados pela sociedade, pais e amigos, onde muitas das vezes vemos nos-
so sonho de vida se tornar um pesadelo. Essa situação tende a se agravar
quando envolve o nosso próprio animal.
Neste case, relato as dificuldades em lidar com a vida e a morte,
ainda que seja de nosso próprio animal, e como alguns procedimentos,
podem potencializar nossos medos, nossas culpas e nossas dores. Desta
forma, relato duas situações em minha vida: uma aonde procedi com a
Eutanásia, e outra, já com bases sistêmicas, procedi com a Ortotanásia.
RELATO DE CASO
Esse relato tem o objetivo de transmitir a dificuldade que encontra-
mos exercendo simultaneamente, o papel de médico veterinário e tutor.
259
CARLA ABREU SOARES
Como muito dos meus clientes, eu trato meus animais como “fi-
lhos”, hoje entendo que pela visão sistêmica, esse termo não é o correto,
sendo assim irei me referir como animal. A maioria dos veterinários tam-
bém não foge a regra de possuir muito mais que um animal.
Atualmente, totalizo hoje 19 animais meus e fora os animais agrega-
dos, mas os animais como médica veterinária ajudo de alguma forma, pois
não tem como mais abrigar e nem assumir seus custos, tenho um projeto
onde castramos animais das comunidades, com recurso próprio.
Eu entrei na medicina veterinária por amor, como muito dos colegas
que conheço.
Jamais pensei que um sonho de menina se tornaria um pesadelo com
o passar do tempo, uma profissão tão linda, que dediquei meus sonhos e
esforços, se tornaria tão pesada e tão dolorida.
Quando iniciei a Medicina Veterinária, eu tinha somente um animal
cachorro. Seu nome é Floco, e ele foi sempre meu incentivo e sempre me
fez continuar nessa jornada.
O Floco apareceu na minha vida, em 2006, quando eu estava viven-
do um inferno, tanto na minha vida pessoal, como profissional. Como ele
me ajudou e me resgatou dessas tristezas, tentativas de agressões físicas (vi-
via em um relacionamento abusivo) e das muitas vezes que senti vontade
de desistir de tudo, inclusive da vida.
Iniciei a faculdade em 2007, após muitas tentativas. Neste momento
então, eu ainda passava por momento conturbados na minha vida afetiva
e passava muitas dificuldades na vida acadêmica, dificuldades financeiras,
dificuldade em me relacionar me com os colegas e até mesmo com alguns
professores.
Em 2008 uma colega de classe me falou sobre sua cadela ter dado cria
(ato esse que jamais apoiei, mesmo ainda não fazendo parte da classe vete-
rinária). Comentei com meu pai e o mesmo se interessou por um filhote,
na intenção de fazer companhia para o Floco. Assim, no dia 10/03/2008
chegou nossa Safira.
Safira era uma Pit Bull dócil e amorosa, e ela conseguia o respeito de
todos apenas com um olhar.
Assim o tempo foi passando e muito mais animais foram chegando
por abandono, resgate e afins.
260
TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
261
CARLA ABREU SOARES
Histórico
O floco entrou na minha vida, porém a ligação dele foi com meu
irmão, assim que completou 4 anos, ele apresentou diversas alterações de
saúde e realizou algumas cirurgias, ligamento cruzado, mastocitoma, tumor
no fígado, tumor no baço, por fim, com reaparecimento do mastocitoma.
Em todos esses anos fizemos de tudo por ele, procuramos sempre os
melhores tratamentos e especialista em São Paulo.
Porém, chega aquele momento que, como profissionais jamais que-
remos que chegue, o momento em que nada mais podemos fazer, onde ali,
entendemos que não somos “Deus”.
O momento do Floco chegou no dia 15/11/2018, aonde ele já não
respondia as medicações, começou a ter alterações neurológicas, foi se de-
bilitando cada dia mais, até que no momento da dor, do meu desespero
e de me sentindo incapaz de curar seu próprio animal, e ainda tendo que
lidar com o sofrimento de todos os meus familiares, optei pela eutanásia.
O procedimento da eutanásia foi extremamente sofrido e traumati-
zante para mim, me causando culpa e pensamentos intrusivos.
Sou Kardecista, e na minha cabeça só ficava o pensamento “matei
meu filho”.
Pensava se haveria “perdão” para a interrupção da vida e da missão
do Floco.
Em março de 2019 ingressei meus estudos na Medicina Veterinária
Sistêmica, e, durante minha formação, pude reestruturar meus conheci-
mentos, minha postura perante a vida/morte, conhecer o que é ortotaná-
sia, e, como, podemos ver a morte de uma forma bela e forte.
Com o passar dos módulos e conhecimentos, consegui através de
movimentos de alma e exercícios sistêmicos, me perdoar pela eutanásia
do Floco. Tive o entendimento em uma constelação, e ao repetir as frases
sistêmicas da ocasião, atingi meu autoperdão, e assim o libertei.
Como tudo se repete nessa vida até que se aprenda a lição, mais uma
vez, me vi na situação com um dos meus animais doentes.
262
TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
263
CARLA ABREU SOARES
264
TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
Assim, sigo esse novo caminho, que está só no início, com novos
aprendizados, novas terapias, inovação e uma forma muito mais leve de
seguir, carregando menos peso, me respeitando muito mais e em busca do
meu lugar.
Sigo na esperança de que esse novo caminho possa cruzar o dos
tutores, colegas de classe, e que possa fazer essa transformação no sis-
tema médico veterinário, de modo que, possamos nos direcionar, cada
vez mais, para um lugar de paz em nossos corações.
265
RELATO DE CASO: DERMATITE ATÓPICA CANINA
DENTRO DA MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
RESUMO
Relato de caso sobre um cão, dálmata, macho, de quatro anos,
com Dermatite Atópica Canina tratado somente pela visão da Medicina
Veterinária Sistêmica e Terapias Holísticas como a Comunicação Animal e
o Reiki, sem nenhum medicamento alopático associado.
Palavras-chave: Medicina veterinária sistêmica; Comunicação ani-
mal; Reiki animal; Terapia holística.
ABSTRACT:
Case report about a dog, dalmatian, male, four years old, suf-
fering from Canine Atopic Dermatitis treated only by the vision
of Systemic Veterinary Medicine and Holistic Therapies such as
Animal Communication and Reiki, without any associated allopathic
medication.
Keywords: Systemic veterinary medicine; Animal communication;
Animal reiki; Holistic teraphy.
267
CARLA ABREU SOARES
O CAMPOS DE MEMÓRIAS
Rupert Sheldrake provou através de observações e muitas expe-
riências que cães demonstram através de seu comportamento que sentem
imediatamente quando seu dono ou dona que estão ausentes se põem a
caminho de casa e que percebem imediatamente quando este caminho é
interrompido. Essa precisão ocorre mesmo quando a volta é inesperada ou
acontece num momento imprevisível do dia (KING, 2014).
Ou seja, segundo Sheldrake, animais e seus tutores estão diretamen-
te e indiretamente interligados em um campo de forças. Esse campo é
denominado Campo Mórfico/Morfogenético.
Os Campos Mórficos ou Morfogenéticos são campos que levam
informações, não energia, e são utilizáveis através do espaço e do tempo
(HENDGES, 2011).
268
TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
COMUNICAÇÃO ANIMAL
A Comunicação Animal é uma forma de nos comunicarmos com os
animais e entendermos eles com clareza. Ao invés de deduzirmos ou acharmos
o que eles estão querendo, perguntamos e eles respondem (GARÉ, 2019).
Podemos utilizar as informações trazidas pelos Campos Mórficos ou
Morfogenéticos para nos auxiliar durante a comunicação com esses animais.
A conexão telepática com outras espécies pode ser experimentada
como uma jornada espiritual, ajudando-nos a: harmoniosamente misturar
todos os aspectos da nossa natureza física, emocional e espiritual; retornar
ao Todo; despertar para a consciência da Unidade; lembrar-se de quem nós
verdadeiramente somos (SMITH, 2017).
SISTEMA FAMILIAR
“Sistema” é uma comunidade de pessoas unidas pelo destino, atra-
vés de várias gerações, cujos membros podem ser inconscientemente en-
volvidos no destino de outros membros. Reconhece-se a amplitude do
sistema pela amplitude dos destinos que provocam tais envolvimentos
(HELLINGER, 2007).
Sabe-se hoje que o sistema familiar não é composto apenas de
“pessoas” e sim “consciências” sejam elas humanas ou não-humanas.
MOVIMENTOS SISTÊMICOS
Através do acesso aos Campos Mórficos ou Morfogenéticos e da
Comunicação Animal entre Consciências recebemos informações valio-
sas sobre o animal não-humano. Essas informações podem trazer ques-
tões físicas, mentais e espirituais que podem ser solucionadas através dos
Movimentos Sistêmicos.
Os animais acabam sendo bioindicadores do sistema familiar em que
se encontram. O Médico Veterinário deve olhar com atenção para o que
está em desequilíbrio para que possa tomar a decisão terapêutica correta.
Para realizar Movimentos Sistêmicos entre tutor e animal utilizamos
a técnica da Hipnose Erickssoniana para estabelecer primeiramente rapport
com o tutor. A Hipnose Ericksonina facilita o relaxamento do tutor para
269
CARLA ABREU SOARES
que as emoções possam ser acessadas e para que ele ressignifique a sua rea-
lidade e a do animal em seu sistema.
REIKI
O método Reiki é um sistema natural de harmonização e reposição
energética que mantém ou recupera a saúde. A energia Reiki atua na tota-
lidade do ser, nos corpos físico, emocional, mental e espiritual.
Os tratamentos melhoram o sistema imunológico, desintoxicam, equi-
libram e ampliam a nossa energia, relaxam, mudam a estrutura química do
corpo, ajudando a restaurar os músculos, nervos e orgãos. Age em tudo que
precisa ser modificado nos organismos físicos e etéricos (DE’ CARLI, 2017).
RELATO DO CASO
Cão da raça dálmata, do sexo masculino, com quatro anos de ida-
de. Aproximadamente dois anos atrás começou a apresentar prurido leve.
Com o passar do tempo o tutor notou aumento no prurido de forma gra-
dativa. Formaram-se pústulas ao longo do corpo predominantemente em
região craniana frontal, focinho, espaços interdigitais e internamente nos
membros posteriores. O animal também apresenta em alguns momentos
secreção bilateral nos olhos e condutos auditivos. O diagnóstico dado pela
médica veterinária responsável é Dermatite Atópica Canina. Durante esse
período de dois anos foram feitas algumas mudanças no manejo, mas o
animal não apresentou melhora no quadro clínico. Devido ao tratamento
alopático ser agressivo, o tutor optou por não realizá-lo.
MÉTODOS
Inicialmente realizei a técnica de Comunicação Animal entre
Consciências. Entrei em estado profundo de meditação. Conectei-me com
a Energia do Todo e telepaticamente conversei com o cão. Perguntei como
ele se sentia, se era feliz, se gostava de onde vivia, e todas as respostas foram
claras e positivas. Mais profundamente perguntei o que o levava a desen-
volver essa alergia crônica e a sua resposta foi surpreendente. Ele queria
ser alérgico para que o seu tutor olhasse para ele e precisasse cuidar dele.
Ele sentia que se fosse completamente saudável seu tutor poderia deixa-lo
de lado. Nesse sistema familiar, o tutor já havia passado por uma crise
270
TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
“Eu honro o que você fez por mim até agora”. “Eu vejo você”. “Agora
eu entendo a sua alergia”. “Você não precisa mais ficar doente para que eu
fique vivo”. “Você é o meu melhor amigo”. “Eu libero você”. “Eu te amo”.
“Gratidão”.
271
CARLA ABREU SOARES
Enquanto realizava a técnica notei que o chakra que mais estava desequili-
brado era o chakra cardíaco.
Segundo De’ Carli o chakra cardíaco é responsável pelo orgão timo
e a sua disfunção está ligada fisicamente com a pele. A função emocional
desse chakra é o amor incondicional, união e o sistema imunológico e a sua
disfunção está ligada com a síndrome do pânico e a depressão.
Neste caso, fica clara a conexão entre a depressão do tutor e a pato-
logia alergica do animal.
DEPOIMENTO DO TUTOR
“Quando a coceira e os machucados começaram a melhorar, me dei con-
ta de que não tinha percebido o quão ruim ele estava antes. Foi como se de
repente tudo fizesse sentido. As repostas recebidas pela comunicação animal são
muito especificas para serem confundidas com coincidências.
Mais do que se comunicar com o ele, você se conectou com a minha
alma. O tratamento não foi somente para ele, foi para mim também. Me fez
entender uma fase do passado e ressignificar tudo isso.
Mudou como me enxergo em relação a ser tutor dele, melhorando nosso
relacionamento. Assim podemos seguir nossos caminhos juntos, cada um em seu
respectivo lugar.”
CONCLUSÃO
O conjunto de técnicas utilizadas foi de extrema importância para a
melhora clínica do animal. As lesões nos membros posteriores, a secreção
bilateral nos olhos e condutos auditivos desapareceram. As lesões na região
craniana frontal, focinho e interdigitais e o prurido diminuíram de forma
significativa.
O tratamento com a técnica Reiki continua. Nenhum medicamento
alopático está sendo administrado.
O depoimento dado pelo tutor após o tratamento confirma que a
Medicina Veterinária Sistêmica juntamente com as Terapias Holísticas são a
resposta para a conexão perfeita entre os animais humanos e não-humanos.
272
TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
_____________________________________________________________
REFERÊNCIAS
GARÉ, Ricardo. Comunicação Animal Entre Consciências. Reiki Veterinário,
2019. Disponível em: <https://www.reikiveterinario.com.br/comunicacao-ani-
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KING, Barbara J. O que sentem os animais? Rio de Janeiro: Odisseia, 2014.
HENDGES, Antonio S. A teoria dos campos mórficos do biólogo Rupert
Sheldrake. O Arquivo, 2011. Disponível em: <https://www.oarquivo.com.
br/variedades/ciencia-e-tecnologia/4726-a-teoria-dos-campos-m%C3%B3rfi-
cos-do-bi%C3%B3logo-rupert-sheldrake.html>. Acesso em: 10 de fev. de 2020.
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Disponível em: <https://www.animaltalk.net/AboutAnimalCommunication>.
Acesso em: 12 de fev. de 2020.
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Londrina, v. 29, n. 4, 2008.
HELLINGER, Bert. Ordens do Amor: Um Guia para o Trabalho com
Constelações Familiares. São Paulo: Cultrix, 2007.
273
REIKI NA MELHORA DE VIDA EM CÃO SENIL –
RELATO DE CASO
Laura Belluzzo
Médica Veterinária Formada pela UNOESTE, com especialidade
em Acupuntura pelo Bioethicus.
Formada pelo Programa de Medicina Veterinária Sistêmica, Turma
I 2019/2020 SP.
São Paulo / SP
Email: lalaxicabob@hotmail.com
RESUMO
Kit, uma cadela, de 19 anos, sem raça definida estava muito debi-
litada e foi sugerida a eutanásia. Como a tutor não se sentiu confortável
com a sugestão, optou-se em fazer o tratamento complementar com Reiki.
Após aplicação de Reiki, houve uma melhora significativa na qualidade de
vida da paciente.
ABSTRACT
Kit, a nineteen years-old female mixed breed dog, was very weak
and euthanasia was suggested. As the tutor did not feel comfortable with
the suggestion, we opted to do the complementary treatment with Reiki.
After the application of Reiki, there was a significant improvement in the
patient`s quality of life.
INTRODUÇÃO
O termo “Reiki” é traduzido como “energia da força vital do univer-
so”. Este é um sistema de cura holístico, que significa que irá tratar o ser
275
CARLA ABREU SOARES
276
TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
277
CARLA ABREU SOARES
_____________________________________________________________
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
FULTON, E.; PRASAD, K. Animal Reiki using energy to heal the animals in
your life. Editora Ulysses Press, 2006
GARÉ, R. Reiki Nível I. Apostila do Curso de Reiki Nível I do Programa de
Formação em Medicina Veterinária Sistêmica. São Paulo, 2019/2020.
GARÉ, R. Reiki Nível 2. Apostila do Curso de Reiki Nível 2 do Programa de
Formação em Medicina Veterinária Sistêmica. São Paulo ,2019/2020.
SOARES, C. Módulo VII. Apostila do Programa de Formação em Medicina
Veterinária Sistêmica, São Paulo, 2019/2020.
278
COMUNICAÇÃO INTUITIVA COM ANIMAIS –
RELATO DE CASO
RESUMO
Após sofrer um acidente a cavalo, eu, Márcia Almeida, a autora deste
relato de caso, pensei que nunca mais voltaria à montar.
Mas quando eu descobri a Comunicação Animal entre consciên-
cias eu entendi que poderia me comunicar com os cavalos e pedir a ajuda
deles na liberação do meu trauma. E a Essência, uma égua Mangalarga
Marchador, me ajudou nesse processo de cura.
Palavras-chave: comunicação intuitiva com animais, comunicação
entre espécies, telepatia.
SUMMARY
After suffering an accident on horseback, I, Márcia Almeida, the
author of this case report, thought I would never ride again.
But when I discovered Intuitive Communication with animals I
understood that I could communicate with horses and ask for their help
279
CARLA ABREU SOARES
INTRODUÇÃO
A Comunicação Intuitiva ou Telepática, é algo que existe há anos e
que praticamos sem nos dar conta, mas que, foi se perdendo com a correria
e as modernidades do mundo atual.
Esse tipo de Comunicação, é realizada através da Telepatia ou de
técnicas meditativas específicas para a intenção. Não é algo extraordiná-
rio ou relacionado à religião, muito pelo contrário, todos nós podemos
nos comunicar intuitivamente, seja com animais humanos ou não huma-
nos. Para utilizar a comunicação basta treino, estudo e o mais importante,
aprender a sentir e validar a nossa intuição.
A Telepatia está comprovada na parapsicologia e é definida como
uma habilidade extra-sensorial, destinada obter informações a respeito de
pensamentos, sentimentos ou comportamentos de outro ser sem o uso de
linguagem verbal ou escrita, por exemplo, se detendo apenas à transmissão
de pensamentos entre os indivíduos.
O experimento de Grinberg-Zylberbaum, 2 sujeitos meditam jun-
tos durante 20 minutos com a finalidade de estabelecer uma comunica-
ção. Em seguida, são separados em 2 gaiolas de Faraday (câmaras isoladas
eletromagneticamente), onde cada um está conectado a uma máquina de
EEG individual, e um deles é exposto a uma série de flashes de luz.
Neste experimento, comprova-se através de leituras do registro do
EEG do outro indivíduo que o potencial evocado produzido pelos flashes
de luz foi transferido para o cérebro do segundo indivíduo sem nenhuma
conexão local, sendo assim, mais uma comprovação do estabelecimento de
comunicação telepática entre consciências (GOSWAMI, Amit. O Médico
Quântico,2006, p. 80).
A Comunicação Animal entre consciências tem se fortalecido a cada
dia, e nomes importantes como do Biólogo Inglês Rupert Sheldrake, autor
do livro, “Cães sabem quando seus donos estão chegando”, validam de
forma consistente essa forma de Comunicação.
280
TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
“Veja o que diz J. Allen Boone no livro Kinship with all life a res-
peito da sua comunicação com o Pastor Alemão Strongheart (o primeiro
cão a atuar em filmes nos Estados Unidos):
RELATO DO CASO
Há alguns anos, eu, Márcia Almeida, sofri um acidente à cavalo.
Na época, eu não tinha medo algum do contato com cavalos, pois,
desde pequena eu estava acostumada a montar e a lidar com a espécie.
Em um certo dia eu fui convidada para participar de uma cavalgada.
Eu não estava me sentindo muito à vontade com a idéia deste passeio, mas
fui mesmo assim.
Chegando no Haras que eu costumava frequentar, fui informada de
que não montaria o animal de costume e essa informação me deixou ainda
mais desconfortável.
281
CARLA ABREU SOARES
282
TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
283
CARLA ABREU SOARES
_____________________________________________________________
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GUERREIRO, Marta Sofia. Conversa com animais: São Paulo, ed. Lua de Papel,
2014, p.62,63, 69,79.
Waligora, Sheila. Eu falo, Tu falas...Eles falam: São Paulo ,4°edição, ed. Grafilar
,2013.
WALIGORA, Sheila. Comunicação entre espécies. Disponível em < http://en-
treespecies.com.br/>Acesso em 28dez. 2019
GOSWAMI, Amit. O Médico Quântico: São Paulo,1° edição, ed. Cultrix, 2006.
284
A MORTE VISTA COM AMOR: UMA ABORDAGEM
SISTÊMICA
RESUMO
Esse relato de caso visa abordar a morte de uma forma humanizada,
amorosa, consciente e sistêmica. Trata-se de um caso grave de cinomose,
onde foram aplicadas todas medidas terapêuticas praticadas pela Medicina
Veterinária Cartesiana, somadas às práticas da Medicina Veterinária
Sistêmicas. Como resultado construindo um caminho de despedida do
animal com leveza entre paciente, tutor e profissional.
HISTÓRICO DO CASO
Paciente canino, fêmea, SRD, aproximadamente 12 anos, iniciou
com sintomas de apatia, secreção ocular, dificuldade respiratória, inapetên-
cia, fraqueza, dificuldade de deambulação, mioclonia e vômitos. Foi feita
avaliação clínica do paciente e realizado teste de PCR de mucosa, urina e
285
CARLA ABREU SOARES
286
TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
“eu libero você da dor e sofrimento”, “eu incluo você e com amor
deixo você ir”, “honro e respeito suas escolhas e caminhos”, “gratidão
pelos ensinamentos”.
287
CARLA ABREU SOARES
assim, que haja uma compreensão silenciosa por parte da família e do ani-
mal, num entendimento profundo que cabe somente as partes envolvidas.
Nos estudos na Medicina Veterinária Sistêmica, percebemos que os
animais podem aparecer como bioindicadores, trazendo um olhar diferen-
te para dor ou doença/sintoma manifestados.
Percebemos que as doenças/sintomas são capazes de serem grandes
professores da vida, mestres que favorecem o despertar de consciência, tra-
zendo à tona o entendimento de que um sintoma, dor ou doença podem
ser a expressão física de dores profundas de alma do sistema ao qual o
animal está inserido.
Quando, emprega-se, uma abordagem sistêmica no final da vida
de um paciente, todos os envolvidos são vistos e com a chance de ressig-
nificar a dor, sejam eles, tutores, familiares, amigos, e, invariavelmente,
os Médicos Veterinários e profissionais de saúde (enfermeiros, auxiliares,
médicos) que ganham uma chance de crescimento pessoal com a morte/
doença, sem o peso da culpa e do medo.
No caso em questão aqui descrito, horas após o exercício sistêmico
feito com tutor e animal, este veio a óbito de forma natural e com a família.
Experimentar um processo de morte com serenidade e lucidez, é,
antes de tudo, ter a oportunidade de viver em plenitude seu último mo-
mento. A ortotanásia e os movimentos sistêmicos, oportunizaram a res-
significação da vida para todos os envolvidos no final da vida do paciente,
para que assim, pudessem olhar a despedida com força, dignidade e amor,
ressignificando não só a morte, mas também a própria vida.
_____________________________________________________________
REFERÊNCIAS
FELIX, Zirleide Carlos et al. Eutanásia, distanásia e ortotanásia: revisão integrati-
va da literatura. Ciência & saúde coletiva, v. 18, p. 2733-2746, 2013.
FORNAZARI, Silvia Aparecida; FERREIRA, Renatha El Rafihi. Religiosidade/
espiritualidade em pacientes oncológicos: qualidade de vida e saúde. Psicologia:
teoria e pesquisa, v. 26, n. 2, p. 265-272, 2010.
Website com último acesso em 06/03/2020: https://www.cf-evajacinto.
pt/a-alma-e-os-movimentos-da-alma/
288
RELATO DE CASO DE EXERCÍCIO SISTÊMICO
REALIZADO NA FORMAÇÃO DOS MÉDICOS
VETERINÁRIOS DO PROGRAMA DE FORMAÇÃO
EM MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA NO
BRASIL E NO EXTERIOR
TEMA: VIDA
INTRODUÇÃO
Durante todo o Programa de Formação em Medicina Veterinária
Sistêmica no Brasil e no Exterior, foi passado a importância do autocui-
dado, de olhar para si mesmo, se conhecer, para então estar apto e mais
consciente na postura de cuidar do outro.
É comum as pessoas pararem para analisar sua vida e separar em se-
tores (vida pessoal e vida profissional, por exemplo). O que normalmente
não conseguimos enxergar, são as conexões ocultas que existem entre todos
os setores. Uma das formas de ver como estão estas conexões é através dos
movimentos sistêmicos.
289
CARLA ABREU SOARES
TRABALHO TRABALHO
PROSPERIDADE CASAMENTO
DESEJADO ATUAL
Figura 1
CASAMENTO
TRABALHO
ATUAL
TRABALHO
PROSPERIDADE
DESEJADO
Figura 2
290
TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
CONCLUSÃO
No relato, citado é possível observar a conexão oculta que existia
entre relacionamento, trabalho e dinheiro na vida do observador.
É de extrema importância o olhar para o todo antes de tomar uma
decisão usando apenas a mente racional. É preciso sentir, ver e interiorizar
as informações para que o próximo passo seja coerente com o movimento
de alma.
Desta forma, deixo a reflexão e introspecção a cada um, para que
possa parar, respirar e sentir em seu coração:
291
QUAL A IMPORTÂNCIA DA VISÃO SISTÊMICA PARA
A MEDICINA VETERINÁRIA DO TERCEIRO MILÊNIO?
293
CARLA ABREU SOARES
294
TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
Isso significa, portanto, que os pais veem antes dos filhos, assim
como o amor entre os pais vem antes da relação pai-filho ou mãe-filho.
O primeiro filho vem antes do segundo e assim por diante. Respeitando
a hierarquia e adotando posturas e comportamentos condizentes que cada
lugar hierárquico, é novamente possível que possamos vivenciar o amor
fluindo em uma família. Essa Lei igualmente se aplica aos sistemas organi-
zacionais e empresariais.
A terceira lei é o equilíbrio entre o dar e o receber. Essa lei deve
existir em todas as relações e em todos os sistemas. Esse equilíbrio pauta-se
quando um dá, e o outro recebe (toma), porque tomar é mais ativo do
que receber. Então, quem recebe fica grato, e de certa forma, em dívida.
Portanto, dá de volta para compensar.
Normalmente, dar-se um pouco mais e assim quem recebe dessa
vez, fica com uma sensação de dívida um pouco maior, e para manter o
equilíbrio, ela irá retribuir em devida proporção. Essa dinâmica, gera um
vínculo crescente, no qual o amor pode crescer.
Há uma exceção nesse equilíbrio, no caso da relação entre pais e
filhos. Os pais são doadores e os filhos receptores, assim os filhos irão retri-
buir crescendo na vida, e no futuro, doando a seus filhos.
E de tudo o que os pais dão, o mais importante, todos nós recebe-
mos: a vida. Por isso já devemos ser gratos e respeitarmos nossos pais.
O dar e tomar deve ser a base da dinâmica relacional que busca
o equilíbrío.
Quem recebe algo de ruim, só pode encontrar paz e equilíbrio quan-
do devolve o que lhe foi feito. Normalmente se retribui um pouco menos
do “mal”, para que esse ciclo vá se equilibrando.
Quando entendemos e tomamos em nosso coração essas três Leis
que ordenam o amor, começamos a entender onde é nosso lugar. Essa
consciência de força, expande-se não só em nossa família, onde é o pri-
meiro sistema de base, mas também, para a nos colocarmos como médicos
veterinários em nossas profissões tendo a consciência que não somos “sal-
vadores” e que devemos atuar com essas Leis.
Quando a visão sistêmica entra em nossa alma e vivemos dessa for-
ma no dia a dia, encontramos mais paz e equilíbrio em nossas vidas, e,
295
CARLA ABREU SOARES
_____________________________________________________________
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Koziner, Mário. As ordens do amor- parte 1. Pertencimento, YouTube, 25 de
janeiro de 2017
Koziner, Mário. As ordens do amor- parte 2. Hierarquia, YouTube, 9 de fevereiro
2017
Koziner, Mário. As ordens do amor- parte 3. Dar e Receber, YouTube, 15 de
março 2017
296
COMO, É DIFÍCIL, FALARMOS SOBRE A MORTE:
A EXPERIÊNCIA PESSOAL DE DUAS MÉDICAS
VETERINÁRIAS
Letícia Mendes
Médica Veterinária Sistêmica – TURMA I / 2019 SP
Núbia Travagin
Médica Veterinária Sistêmica – TURMA I / 2019 SP
297
CARLA ABREU SOARES
causava temor, mas por um outro motivo que até um dado momento, era
desconhecido.
Quanta frustação na busca pelo assunto na Medicina Veterinária,
apenas tentativas infrutíferas e tentativas de textos inacabados engavetados.
Após estudar o assunto, tivemos que apresentá-lo no grupo de estu-
dos do Programa de Formação em Medicina Veterinária Sistêmica. Era um
domingo, e tínhamos um encontro online devido à Pandemia. As emoções
de todos estavam a flor da pele, em loops de sentimentos e sensações.
298
TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
O tema MORTE é tão amplo e profundo, que nos fez sentir algo
muito forte submergindo d’alma, quase sem vida, a imagem materna.
Claro que sorrisos e lágrimas surgiram, porque é através da MÃE
que passamos para a vida. Lembramos que nossa primeira morte... é sair
do seu útero acolhedor...
Me dei conta que, rejeitava a vida, porque ainda não tinha concor-
dado com a minha mãe como ela foi e é. Pudemos coadunar das mesmas
percepções e sensações.
Fato é que, nenhuma de nós tinha tomado em si o que é. Mais lágri-
mas escorreram sobre minha pele e um suspiro aliviador brotou de dentro
do meu ser.
Senti toda a força da minha mãe emergindo em mim, pois senti
no meu corpo nossas similitudes. Concordei com como ela é, e, com
299
CARLA ABREU SOARES
como sou. Finalmente me senti viva, renasci. Falamos sobre nossas percep-
ções, sentimentos e renascemos.
Concluímos que a morte era um assunto que nos inquietava porque
não sentíamos a vida pulsando em nós. Tínhamos perdido o senso de vida.
Diversas situações ao longo da vida nos provocam a sair do nosso lugar,
nossa mente cheia de julgamentos nos coloca como arrogantes querendo
ser maiores e melhores que nossa mãe. Voltar para o lugar que nos per-
tence em nosso sistema de origem, é um processo doloroso e que causa
desconforto.
A partir do momento que passamos a vivenciar a Visão Sistêmica,
nos colocamos dispostos a fazer o movimento de voltar ao nosso lugar,
de colocar-nos como pequenos diante daqueles que nos deram a vida, e,
então, enxergar as situações de uma outra perspectiva: olhar com olhos
de ver...
Durante o nascimento e a morte, temos a vida, que a todo instan-
te nos trará profundas oportunidade de ressignificar, e, transformar nosso
“jeito” de perceber. Mas, só é possível novas percepções, quando nos colo-
camos no caminho.
Nos permita fazer um convite:
300
TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
301
BURNOUT NOSSO DE CADA DIA
RELATOS DE UM DIA A DIA DE ENTREGAS
E RESSIGNIFICAÇÕES
303
CARLA ABREU SOARES
pensamento, ele não pode morrer. Utiliza de todos os recursos para que
ele sobreviva. Mas isso, não acontece. Todos tem sua hora, e, aquele era o
momento daquele cãozinho. A guerreira incansável desaba. Culpa-se e é
culpada. Seu corpo estremece, perde os sentidos. Uma dor no peito, um
medo inexplicável.
Depois desse dia, começou, ouvir o telefone tocar sem estar tocando
na verdade. Nunca mais conseguiu atender uma ligação. Não conseguia
falar ao telefone. A cada toque, seu peito doía, seu estomago virava, sua ca-
beça explodia. Mas continuou sussurrando o mantra, “vai dar tudo certo”.
Certo dia acorda, e, sente algo não compatível. Não queria ir traba-
lhar. Não queria ver gente. Não queria ver bichos. Queria apenas estar
só num quarto escuro. Algo dentro dela gritava. Mas tapava os ouvidos da
alma, não se permitindo ser “fraca”. Levantou, vestiu mais uma armadura,
esta muito melhor e resistente, e foi. Sorriso no rosto. Alma em prantos.
Decidiu como que num comando, que agora tinha que ficar mais
alerta. Uma insônia aterradora, onde nem medicamentos reestabeleciam
o sono, virou parte do seu ser. Afinal, tinha que estar a postos sempre, a
qualquer hora.
304
TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
305
CARLA ABREU SOARES
Tudo isso é real. Essa história é baseada em minha vida. Vivo e sinto
tudo isso. Quando voltei a ver nuances de cores na vida, nova crise se es-
tabeleceu, e planejei em minha mente, tudo que faria para não mais viver.
Respirei, respirei, respirei, desisti. Mais uma vez abracei minhas
pernas e chorei. Levantei e segui. Minha alma grita, pede para mudar
os rumos. Meu vício pelo trabalho ainda persiste. Mas, aos poucos vou
olhando no fundo dos meus olhos, e repetindo o meu novo mantra: EU
VEJO VOCÊ.
Nesse momento, em que tento me redescobrir e me conectar com o
ser humano por trás da Médica Veterinária, que o processo de ressignificar
o caminho de vida começa.
Começou num dia em que, a ponto de desistir, entrei para o mundo
da Medicina Veterinária Sistêmica. Foi o primeiro passo de libertação. O
medo do desconhecido, mas, principalmente, de tirar todas as armaduras e
seguir meu propósito. Passei a ter contato com meu corpo...a senti-lo, sem
armaduras.
Passei a ter contato com a coragem e vontade de viver...
Entendi, primeiramente, que a escolha pela Medicina Veterinária,
além do amor incondicional pelos animais, era pautada em outros moti-
vos. Primeiramente, a dificuldade de se relacionar com seres humanos, que
em muitos momentos espelham e me fazem olhar para minhas dores.
Outro motivo, que talvez a gente não perceba ou não queira ver: os
movimentos de amor interrompidos na infância relacionados ao nosso pai
e a nossa mãe. E, como esse segundo ponto é importante. Lembrei que,
por várias vezes, na adolescência, eu negava meus pais.
Sentia-me superior, quebrando as ordens do amor, descritas por Bert
Hellinger, e, bagunçando todo sistema. E, por mais que isso parecesse estar
t “resolvido” em mim, não estava. Precisei tomar a vida que meus pais me
deram, e, honrar de coração tudo que fizeram por mim. Eles foram o me-
lhor que podiam ser e ainda são. Internalizei todas essas informações, e, a
cada passo, lembro e honro todos os meus passos...
Em um terceiro momento, percebi que diariamente quebrava outra
lei do amor. A do equilíbrio entre o dar e o tomar. Por vezes, arcava com
tratamentos, pois o tutor não queria mais tratar seu companheiro animal.
Assumia para mim uma responsabilidade, que hoje sei, não era minha.
306
TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
Não podia ver um cão ou gato na rua, que queria levar para a clí-
nica, chegando ao ponto de não ter espaço para receber pacientes, pois os
canis estavam ocupados com animais resgatados. Não conseguia dizer não,
quando alguém chegava e dizia que não tinha condições de cuidar, e, numa
postura heróica, mais uma vez eu assumia outro animalzinho.
Através da Visão Sistêmica, percebi como nosso sistema veterinário é
adoecido. Uma dor sistêmica que se une com nossas dores pessoais, tornan-
do o fardo mais pesado. Os procedimentos de eutanásia, abates, pesquisas
com utilização de animais, tudo isso deixou manchas na vidraça da janela da
Medicina Veterinária. Mas, acredito que aos poucos, os Médicos Veterinários
do terceiro milênio, honrarão essas dores, mas limparão essas janelas, tornan-
do essa profissão mais leve para todos os que estão e aos que virão.
Recebi uma frase, que a cada dia faz mais sentido em minha
caminhada:
O quanto foi difícil falar ela. Mas o quanto falar ela, me libertou.
Tudo em nossa vida é inacabado. Querer ser perfeita, que tudo aconteça
sem tropeços, é, inconscientemente uma busca pela morte. E, já que a de-
cisão é ficar em vida, comecei a aceitar melhor quando algo foge do meu
controle, ou quando, percebo que preciso encerrar algo, mesmo que sem
terminar.
Mais um ponto que pesava, a busca pela perfeição, e a aceitação de
que sou falível, como todo ser humano.
Aprendi que devo olhar nos olhos para encontrar a alma, sejam de
animais humanos ou não humanos. Não julgar e acolher, quando necessá-
rio. Ser empática com minha espécie e não mais rejeita-la. Assim, tudo se
torna bem mais leve.
Sair do vitimismo e do papel de coitadinha, foi outro grande pas-
so. Em resumo, deixar de ser criança. Crescer, ser adulta e responsável.
Olhando meu caminho, aprendendo com erros e acertos. Ser responsável
por tudo que fiz e faço, sem culpar pai, mãe, colega, marido, filho, enfim,
307
CARLA ABREU SOARES
sem culpar ninguém. Não ficar lamentando o que já foi ou o que ainda
nem chegou. Estar presente para a vida.
No caminho sistêmico, me encontrei com dores, deitei ao chão,
senti-o frio, fui ao céu, senti a força. Mas confesso que, nesse caminho, o
momento de maior dor, não foi olhar para meus pais, ou, para profissão,
colegas, algozes, vítimas. O ápice da dor em mim, foi ter que olhar para a
Médica Veterinária e humana e acolhe-la.
Quando a abracei senti sua dor de alma profunda, e cai ao chão.
Tentava visualizar seus olhos, mas as armaduras ainda não permi-
tiam. Então, diariamente eu busco olhar para o ser humano que existe
dentro de mim. A cada armadura tirada, mais próxima dela eu estou. Até
o momento em que nos reencontraremos, e seremos uma só. Respeitando
limites, tendo principalmente o amor próprio.
A cada dia um passo ganha novo significado. O respeito e amor
próprio são essenciais para que possamos amar e respeitar os outros. Que
precisamos saber a hora de começar, mas, mais importante, a hora de sair.
Tudo bem, se agora eu encerrar algo, colocar meus limites, errar e as coisas
saírem do meu controle. Tenho que respeitar e honrar cada momento.
Tudo é um aprendizado.
O barco da vida, muitas vezes, nos empurra para o meio da tempes-
tade, para que possamos ter a visão do céu mais lindo após atravessar ela.
Por isso, olhe para você, honre seus pais e a vida que eles lhe deram.
Busque caminhos, tudo é cíclico e cabe a nós saber o momento de
encerrar e iniciar.
Viva em vida...
Tome sua vida, e, faça o melhor que puder para você, por você, para
que ai sim, você possa ajudar, verdadeiramente, as outras pessoas e os animais.
308
CARTA DO PLANO ESPIRITUAL PARA
O MÉDICO VETERINÁRIO DA NOVA ERA
Joene Nogueira
Aluna da TURMA I / 2019 - SP
Programa de Formação em Medicina Veterinária Sistêmica no Brasil
e no Exterior
309
CARLA ABREU SOARES
310
COLABORAÇÃO DE MÉDICOS
VETERINÁRIOS DO BRASIL
EXPERIÊNCIAS EM WORKSHOPS DE
CONSTELAÇÕES VETERINÁRIAS,
ESPIRITUALIDADE E VISÃO SISTÊMICA
AS CONSTELAÇÕES SISTÊMICAS VETERINÁRIAS EM
BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS
313
CARLA ABREU SOARES
314
TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
315
A RELAÇÃO HUMANO-ANIMAL SOB A LUZ DA
VISÃO SISTÊMICA
INTERACTION OF THE MORPHIC FIELDS IN THE
VETERINARY MEDICINE: THE HUMAN-ANIMAL
RELATIONSHIP UNDER A SYSTEMIC VISION
RESUMO
A presente revisão de literatura tem como objetivo abordar os prin-
cípios de um modelo científico não mecanicista e transmitir a importância
e fidedignidade de uma prática médica baseada na visão sistêmica, usando
como ponte a teoria dos campos mórficos. Para isso, inicialmente faz-se
um estudo sobre a transição de paradigmas que ocorreu no século XX, a
qual deu origem ao modelo cientifico sistêmico, que enxerga o mundo de
forma integral e admite que as práticas cientificas, bem como as ciências
da saúde, onde a Medicina Veterinária se inclui, devem ser pensadas na
totalidade do universo.
Posteriormente uma breve consideração sobre a relação homem-ani-
mal e possíveis emoções dos animais domésticos é feita, a fim de trazer a
ideia de um estudo sistêmico do paciente animal, considerando como este
é incluído e enxergado no mundo.
Por fim, uma das teorias mais importantes da visão sistêmica é colo-
cada em pauta, a teoria dos campos mórficos, do biólogo Rupert Sheldrake,
317
CARLA ABREU SOARES
1. INTRODUÇÃO
É evidente o quanto a ciência tem se desenvolvido e revolucionado
a terra desde os séculos passados. Grandes mudanças têm acontecido na
tecnologia e na medicina moderna, considerando-se teorias, dados, leis
e informações que fazem com que a ciência seja um retrato da verdade
(ALVES, 2006; SCHEIFFER, 2014; SHELDRAKE, 2014).
Com o seu desenvolvimento a partir da filosofia grega, um para-
digma ficou pré-estabelecido na ciência que foi empregada nos últimos
tempos, dando total ênfase a um preceito mecanicista onde existem regras,
métodos e determinações que normatizam de que forma o conhecimento
é levantado e passado á sociedade (ALVES, 2006; SCHEIFFER, 2014;
SHELDRAKE, 2014).
Apesar da significante influência do paradigma mecanicista, no século
XX alguns de seus dogmas e métodos foram questionados por meio de teorias
que revolucionaram o meio cientifico (SANTOS, 1996; SARTORI, 2005;
SCHEIFFER, 2014). Esses eventos culminaram no surgimento de um novo
paradigma, um pensamento sistêmico, que hoje pode ser chamado de visão
sistêmica ou visão holística (SARTORI, 2005; SCHEIFFER, 2014).
O propósito é de que o mundo seja visto como um todo agrega-
do, o conhecimento deve ser integral, possuindo como perspectiva a to-
talidade do universo (CAPRA, 1996; SANTOS, 1996; SARTORI, 2005;
SCHEIFFER, 2014). A medicina e a medicina veterinária como parte da
ciência passaram por transição neste novo paradigma, tendo surgido mé-
todos que se adequam e se integram na visão sistêmica (CAPRA, 1982).
Na medicina veterinária, o modelo que se apresentou foi de inte-
gração. Busca-se associar a medicina tradicional com o sistema veteriná-
rio moderno, construindo uma visão holística (KAPHLE et al., 2002). O
318
TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA
319
CARLA ABREU SOARES
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Visão sistêmica na ciência e na Medicina Veterinária
Em comparação a qualquer outro sistema de pensamento, a ciência
possui um maior prestigio intelectual, tendo maior influência em toda a
história da humanidade e isso se deve ao fato de que na maioria das vezes
as teorias são vistas pelos cientistas e pelas pessoas como um retrato da
verdade. Assim, a ciência tem dominado e transformado a terra desde o
inicio do século XIX, trazendo grandes mudanças para as sociedades con-
temporâneas. (ALVES, 2006; SCHEIFFER, 2014; SHELDRAKE, 2014).
Durante seu progresso, a ciência moderna se autenticou, tornou-se
uma comunidade com suas próprias regras, métodos e determinações que
rege de que forma o conhecimento se constrói e retorna à sociedade. A his-
tória da ciência moderna foi influenciada pelos acontecimentos e percepções
humanas originados na filosofia grega, determinando o paradigma atual, o
mecanicista (ALVES, 2006; SCHEIFFER, 2014; SHELDRAKE, 2014).
Neste paradigma, a ciência se baseia na ideia de que toda a realidade
é física ou material, uma única realidade possível. Todos os fatos expos-
tos pela ciência são suficientemente reais, assim como todas as técnicas
ministradas pelos cientistas para afirmá-las, algo simplesmente moldado e
adotado. Esse sistema de ideias consegue sancionar que a ciência e medi-
cina mecanicista são as únicas que realmente funcionam (ALVES, 2006;
SCHEIFFER, 2014; SHELDRAKE, 2014).
Em contrapartida, no século XX houve o inicio da transição do
paradigma mecanicista para um novo paradigma, o sistêmico. Alguns
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do que foi redigido no decorrer deste trabalho, foi possível
perceber que o desenvolvimento cientifico bem como o das ciências da
saúde são um reflexo de evolução humana. Inicialmente quando se des-
creve uma transição de um modelo cientifico mecanicista para um modelo
sistêmico, subentende-se que esse evento ocorreu devido à inquietude de
estudiosos por sempre investigarem aspectos que os afastavam de si mes-
mos, dos outros seres viventes da terra ou de como se comportam, isso é
perceptível pelo modelo em que o pensamento sistêmico se apresenta.
Apesar de uma transição de paradigmas no século XX, o paradigma
mecanicista ainda é continuamente utilizado. Sabemos que as evoluções
são constantes, as transformações no modo de pensar são continuas e ocor-
rem de forma gradativa, assim o surgimento da visão sistêmica nas áreas
do conhecimento ainda está em construção, vê-se pela elaboração deste
trabalho hoje, no século XXI.
A relação humano-animal é algo que está em constante desenvolvi-
mento por muitos séculos. Foi visto que desde o inicio da domesticação
dos animais a relação desses seres com o homem continua a se intensificar
cada vez mais, tanto que existem estudos que comprovam diversos benefí-
cios para a saúde mental e física do homem.
No entanto, como já citado, o paradigma mecanicista ainda é obser-
vado em diversos elementos da áreas de conhecimento e devido a isso os
estudos que analisam de que forma essa interação age sobre esses animais
ainda são insuficientes. No paradigma sistêmico, esses estudos já existem,
mas por ser um modelo ainda em construção, são poucos os estudiosos que
buscam respostas que fogem do convencional, visto que o foco de pesqui-
sas na área da saúde é quase sempre em prol das necessidades humanas e as
teorias sistêmicas acabam por ser marginalizadas.
Os animais domésticos são seres sencientes e embora não haja evi-
dências concretas, o ser humano também pode influenciar para o bem-
-estar dos animais de companhia, positivamente por meio das relações
afetuosas que se mostram recíprocas pelos animais ou negativamente por
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pelo tutor, além disso, as consultas realizadas pelo médico veterinário pas-
sarão a analisar todo o sistema familiar do animal para que os diagnósticos
passem a ser mais conclusivos. Como disse Santos (1996):
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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comportamentais no seu animal de companhia. 2015. Universidade Lusófona de
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UMA CONTRIBUIÇÃO ESPIRITUALISTA À
VISÃO SISTÊMICA
Gabriel Titan
Médico Veterinário Formado em 1991, pela Faculdade de Ciências
Agrárias do Pará – FCAP. Foi Secretário Municipal de Agricultura
e Pecuária, em Castanhal – PA. Coordenador do Controle de
Qualidade de Alimentação Escolar da Secretaria de Educação, em
Castanhal – PA, Coordenador de Vigilância Sanitária, em Castanhal
– PA, Presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural,
em Castanhal – PA no ano de 1997. Pós-Graduação em Cirurgia e
Anestesiologia Veterinária, na Faculdade de Medicina Veterinária de
Valença – RJ (2006). Integrante do Corpo Clínico no Cetra Vet,
do grupo American Pet (2018). Professor na 1a Pós-Graduação da
América Latina em Direito Animal, na cadeira de Espiritualidade
dos Animais no Rio de Janeiro – RJ (2018).
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está doente, pois a mente delas está enferma. Posso atestar em minhas
rotinas nos consultórios, que os animais têm adoecido cada vez mais em
decorrência do desequilíbrio de seus tutores.
Hoje mesmo li que no estado da Virgínia nos U.S.A., uma “pro-
prietária” de uma cadela shit-zu, pediu para que sua companheira fosse
sacrificada, para ser enterrada com ela. Acho que a doença mental de mui-
tos, é decorrente do excesso de informação nas mídias, más companhias
espirituais, falta de autoconhecimento e/ou Deus no coração. Os animais
não humanos não são nossa propriedade. Precisamos respeitá-los.
A Transição planetária está ocorrendo, queremos nós ou não. Essa
evolução não irá parar e nem retroceder. Para isso, precisamos ficar atentos
ao que as novas descobertas na ciência e os conhecimentos extra físicos,
vem nos mostrando para que possamos estar contribuindo com nosso pla-
neta Gaia.
Nossos espíritos puros estão em trabalho árduo para nos ajudar e
ajudar nosso planeta nessa missão tão importante para todo o nosso siste-
ma solar e a vontade divina do nosso grande Pai. Este planeta nos ajuda
em nossa evolução, como: escola, prisão ou hospital. Precisamos estar co-
nectados com o planeta e a espiritualidade para que possamos ser passíveis
a ajuda deles. Sermos verdadeiramente merecedores do amor de Jesus e
filhos obedientes comprometidos com o bem de todos os nossos irmãos.
Nossa casa (Terra) está também em processo de evolução. Cabe a
nós nos melhoramos para estarmos em acordo com essa nova fase do pla-
neta, ajudando-o a avançar em seu processo e com isso possamos também
evoluir. Quem tem criança em casa sabe o quão inteligente eles estão nas-
cendo. Já não são crianças bobas e inocentes como nós fomos. O planeta
não precisa ser destruído, apenas necessita ser repovoado por uma nova
geração, mais conectada com o futuro e comprometida com a evolução e
a retirada daqueles que estão em desacordo com uma nova fase planetária.
Precisamos lutar por mais direito aos animais, eles não são objetos e
nem nossa propriedade. A sensciência já foi provada por Phillip Low em
2012 com o tratado de Cambridge, assinado pelos maiores cientistas da
atualizada, inclusive pelo físico Stephen Hawking.
Que todos nós, médicos veterinários sistêmicos ou não, sejamos
encorajadores da mudança que somos, continuemos com nosso trabalho,
conquistando nosso espaço e juntamente com a ciência, mostrando aos
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“céticos” que não estamos errados e que usamos um elemento que faz toda
a diferença em qualquer tratamento, o amor puro. Usamos mais que a me-
dicina cartesiana com nossos pacientes, usamos a nossa energia primária e
envolta no sentimento de amor incondicional.
Tratando a doença, o doente e a causa. O amor sempre vence e sem-
pre vencerá, independe de quantas pedras irão nos atirar.
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A IMPORTÂNCIA DO CUIDADO ENERGÉTICO DOS
LOCAIS TERAPÊUTICOS E DO PROFISSIONAL X TUTOR
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Você sabia que aqui quem não tem gato até aluga por
uns dias para poder eliminar energias sutis?
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POSFÁCIO
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CURRÍCULO RESUMIDO
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Tratado de
MEDICINA
VETERINÁRIA
SISTÊMICA
O TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA, é uma obra desenvolvida para que os estudos
filosóficos sobre a Visão Sistêmica sejam aplicados com profundidade na formação dos Médicos Veteri-
nários, e, na vida diária dos mesmos.
Uma obra que trás profundas reflexões sobre a vida, a morte, nossas família, os animais, e, sobre a
importância de nosso autocuidado no exercício legal da Medicina Veterinária. A Síndrome de Burnout e
o Suicídio, já foram abordados em sua segunda obra O Samurai e o Médico Veterinário, que tem sido
uma referência para estudantes em formação e profissionais.
No TRATADO DE MEDICINA VETERINÁRIA SISTÊMICA, a autora trás reflexões profundas de como os
animais se relacionam com os seres humanos e dentro das famílias. Essas dinâmicas observadas através
de estudos comportamentais e percepções das Constelações Familiares, ressignificam, toda uma
trajetória de convivência com esses seres incríveis que são os animais.
Os estudos do Alemão e Psicoterapeuta Bert Hellinger sobre as Ordens do Amor e da Ajuda, são nessa
obra, desmembrados e aplicados ao Sistema Médico Veterinário, que possui suas idiossincrasias, seu
próprio inconsciente coletivo e seu próprio campo morfogenético.
Os Médicos Veterinários podem se relacionar e trabalhar com as mais de 1,5 milhões de espécies
animais, mas, seu grande desafio laboral e de grande sofrimento, são as relações humanas. É, neste
ponto nevrálgico da Medicina Veterinária, que a autora trás conhecimentos que podem inspirar um novo
olhar e uma nova perspectiva aos estudantes e colegas, de forma que, possamos nos desenvolver numa
medicina mais humanitária e pacificada no Terceiro Milênio.
Aliás, a Visão Sistêmica, por ser uma filosofia aplicada, e para a vida, ela é considerada um caminho de
pacificação no mundo. Com isso, não seria diferente quando aplicada ao Sistema Médico Veterinário,
que possui, inclusive, um surgimento em meio aos estados de guerra e de conflitos.
A Obra trás ainda, a participação de Médicos Veterinários da TURMA I /2019/SP formados pelo Programa
em Visão Sistêmica e Constelações Familiares. A obra tem também, a participação de colegas Médicos
Veterinários que trazem relatos sobre vivências em Workshops de Constelação e sobre a consciência dos
animais.
A autora, já escreveu duas obras: O Tao Te Ching Aplicado à Medicina (2018) e o Samurai e o Médico
Veterinário (2019). Ministra palestras no Brasil e no Exterior sobre Visão Sistêmica, sendo seus trabalhos
e o Programa de Formação em Medicina Veterinária Sistêmica no Brasil e no Exterior, uma referência para
países como: Colômbia, Costa Rica, Panamá, Portugal, Espanha e Japão. O Japão, inclusive, através do
Instituto Flow In, é um país que inicia uma parceria vindoura com o Programa, para o desenvolvimento de
estudos e intercâmbios em Gestão Sistêmica e Atendimento de Qualidade na Medicina Veterinária.